Terça-feira 26 de maio de 2015 Jornal do Comércio - Porto Alegre 11 Economia Petróleo Edital de novo leilão será publicado em junho Regras da 13ª rodada devem ser alteradas para estimular política de conteúdo local após reflexo da Operação Lava Jato O diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Florival Carvalho, disse que o órgão vai publicar o edital da 13ª rodada de petróleo em 12 de junho. O certame deve ocorrer no fim deste ano e vai leiloar áreas de petróleo e gás em diversas regiões do país, com áreas em terra e mar, exceto pré-sal. Segundo ele, que participou de evento do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), na tarde desta segunda-feira, no Rio de Janeiro, é possível que o novo leilão tenha mudanças pontuais nas regras. “Podemos ter alterações, pois vamos ter audiência e consulta públicas por conta do leilão, já que essas serão as contribuições da sociedade. O edital que será publicado no dia 12 vai ter algumas mudanças pontuais, com melhorias regulatórias”, disse Carvalho. No evento, o IBP apresentou propostas para estimular a política de conteúdo local, que foi colocada em xeque após a crise desencadeada no setor por causa AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC Certame ocorrerá no final deste ano e vai leiloar áreas de petróleo e gás em diversas regiões do País da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que culminou na redução dos investimentos da Petrobras. O IBP sugere que a política de conteúdo local seja centralizada em partes estratégicas da indústria de petróleo, como a construção de equipamentos como módulos, topsides (para plataformas), subsea (equipamentos submarinos), indústria naval e serviços de perfuração e completação de poços. “O objetivo é focar em setores prioritários, alinhados com o objetivo de desenvolvimento de fornecedores e geração de empregos qualificados e tecnologia”, afirmou Antônio Guimarães, secretário executivo de Exploração e Produção do IBP. Segundo ele, o IBP quer criar ainda incentivos e compensações quando não se consegue atingir os percentuais contratados (e estabelecidos no momento do leilão). Para Guimarães, essa proposta, que já é adotada em outros países, teria de ser incluída nos contratos já em andamento. “Sugerimos mecanismos para permitir o investimento em vez de multas. Ou seja, permitir ações compensatórias no sentido de desenvolver a cadeia de fornecedores. Esses instrumentos poderiam ser novos investimentos na cadeia produtiva e exportações de produtos locais, por exemplo. Assim, os benefícios com a produção e a geração de royalties podem não ser sentidos”, ressaltou. De acordo com Guimarães, é importante que a ANP reveja o peso do conteúdo local durante dos leilões. Hoje, quando uma empresa propõe um percentual maior de conteúdo local, maior sua pontuação no certame. Por isso, o IBP pede que isso seja revisto pela ANP. Ele cita que a variação do câmbio e as inovações tecnológicas podem alterar o projeto ao longo dos anos, afetando, assim, o conteúdo local. Segundo Florival, a ANP já está analisando as propostas apresentadas pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).