GTB – Grupo de Trabalhadores do Benzeno da RLAM / Gestão 2011-2012 Diagnóstico do cumprimento do Acordo Nacional do Benzeno GTB/RLAM: Anderson Sena Lopes - Coordenador Carlos Eugênio Reis de Almeida Deyvid Souza Bacelar da Silva Everaldo Luis de Carvalho Lemos José Adilson oliveira Lopes Jorge Barreto dos Santos Lenilton de Souza Petersen Uziel Bacelar de Oliveira GTB – Grupo de Trabalhadores do Benzeno da RLAM / Gestão 2011-2012 PPEOB NA RLAM O PPEOB foi implantado na RLAM em 1995 (Ano da assinatura do Acordo Nacional do Benzeno), com a participação da CIPA e dos empregados das áreas enquadradas naquela ocasião. As unidades de processos U-32 e U-39, não obstante estarem respectivamente em operação desde dez/1997 e abr/2001, sem jamais terem mudado seus processos, e, pior, ao longo dos anos aumentarem o volume de suas cargas processadas, só em 2010 e 2011 foram classificadas, respectivamente. - UNIDADE 7A - PRODUÇÃO DE HEXANO (corrente de hexano) - UNIDADE 30 - PRODUÇÃO DE NORMAL PARAFINA (corrente de hexano) - UNIDADE 32 - DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA E A VÁCUO (Corrente de nafta) - UNIDADE 39 - CRAQUEAMENTO CATALÍTICO DE RESÍDUO (CCR) (Corrente de nafta) -UNIDADE 46 - PAROUE DE ARMAZENAMENTO NITÉROI SUL (armazenamento de hexano e nafta) -UNIDADE 69 – EMED – ESTAÇÃO DE MEDIÇÃO (Corrente de nafta) - LABORATÓRIO (OT/DP) - Análise química das amostras das correntes citadas acima nos itens A, B, C, D e E. GTB – Grupo de Trabalhadores do Benzeno da RLAM / Gestão 2011-2012 ACORDO NACIONAL DO BENZENO FOI ENGAVETADO NA RLAM Apesar de toda luta dos membros do GTB e demais cipistas da RLAM, mesmo após quase 17 anos da criação do Acordo Nacional do Benzeno, identificamos descumprimentos escandalosos desse documento que a Petrobrás é signatária. A CNPBz deve analisar com atenção e o SINDIPETRO-BA encaminhar para os órgãos competentes cada um dos PONTOS CRÍTICOS abaixo. 1.As unidades de processo onde circulam correntes líquidas que contém benzeno não possuem sistemas de coleta de amostras com circuitos hermeticamente fechados e com sistema de eliminação de vapores a vácuo. 2.A RLAM não possui sistema de drenagem e vents de equipamentos com produtos que contenham benzeno com circuito fechado das unidades classificadas, expondo assim não somente os trabalhadores dessas áreas classificadas, mas também todos os que estiverem próximos aos sistemas de efluentes da refinaria (canaletas, BAO, SAO, ETDI...). Obs.: a RLAM é uma das refinarias do ABAST que não classificou suas unidades com sistema de drenagem e tratamento de efluentes líquidos. GTB – Grupo de Trabalhadores do Benzeno da RLAM / Gestão 2011-2012 3. Selagem de bombas e válvulas inadequadas que não garante o controle na fonte de emissões de vapores orgânicos, protegendo os trabalhadores que atuam nessas áreas. 4. Ausência de pontos fixos de monitoramento ambiental nessas unidades. 5. Falta de instrumentos de medição instantânea (ambiental e emissões fugitivas) nas turmas de turno da Segurança Industrial, que garantiria o rastreamento para o isolamento e reparo de eventuais vazamentos em tempo real para o controle das condições ambientais, independente do monitoramento de referência de Higiene Ocupacional. 6. Situação precária dos tanques F-4650C/D/E/F (hexano) com baixo índice de disponibilidade, falta de sinalização adequada, vários registros de ocorrências e notas de manutenção na operação e vazamentos reincidentes, mesmo com as recomendações dos relatórios de inspeção desses equipamentos, que são postergadas e descumpridas. (Adernamento de teto nos F-4650E/C) 7. Programa de emissões fugitivas fadado pelo estado crítico dos equipamentos que geram gotejamentos e até vazamentos de produtos contendo benzeno. 8. Sábado (17/03/2012), no início de uma nova parada de manutenção da U-6, foi encontrado mais de 70 ppm de benzeno próximo às bombas da unidade. GTB – Grupo de Trabalhadores do Benzeno da RLAM / Gestão 2011-2012 9. Falta de treinamentos e campanhas educativas sobre PPEOB e Benzeno para empregados próprios e contratados com o objetivo desses trabalhadores conhecerem e se protegerem desse agente químico ao qual estão expostos. 10. Falta de conhecimento básico sobre o benzeno por parte dos empregados terceirizados que atuam em áreas classificadas. 11. Falta de treinamento adequado ao GTB da RLAM, frente ao tema benzeno. 12. Reclamação de Técnicos de operação sobre as palestras do coordenador da CHO. Foi denunciado que ele a todo instante tentou minimizar e menosprezar os efeitos nocivos à saúde do trabalhador (“benzeno tem até na Coca Cola”), mesmo com operadores da U-30 em que um dos supervisores deles está com leucemia por causa da exposição ao benzeno! 13. Não emissão de CAT para empregados com suspeita de benzenismo ou até mesmo com diagnóstico médico estabelecendo o nexo causal. 14. Denúncias de que a Leucopenia é uma das doenças ocupacionais com maior incidência na RLAM. GTB – Grupo de Trabalhadores do Benzeno da RLAM / Gestão 2011-2012 15.Casos de benzenismo ocultados a sete chaves pela Saúde Ocupacional da RLAM sem o devido cuidado e respeito para com as vidas dos seguintes companheiros: Paulo Tavares (U-30/32), Ney (U-30), Waldemir (U-30/21), Enivaldo (U-30/21), Santana (SI), Cecílio e Ferreira (U-09), Caetano e Moraes (TEU/TE), três casos de leucopenia na U-18 dentre outros não sabidos. Esse estudo poderia estar nos moldes do realizado quando do ocorrido com o Krappa na RPBC. O Setor de Saúde Ocupacional não se manifesta e o GTB desconhece qualquer estudo e outros casos em investigação. 16. Não divulgação dos resultados das amostras isocinéticas de gases das chaminés de fornos e caldeiras da RLAM com XTB. 17. Mapas de risco desatualizados e sem o reconhecimento do benzeno como um dos riscos químicos dessas unidades classificadas. GTB – Grupo de Trabalhadores do Benzeno da RLAM / Gestão 2011-2012 18. Falta do PPEOB e acompanhamento adequado dos Indicadores Biológicos de Exposição ao benzeno nas empresas contratadas que prestam serviços em áreas classificadas utilizando empregados de contratos que não atendem essas unidades. Por exemplo: utilizar pessoal de contratos de rotina em contratos de parada ou deslocá-los diretamente da rotina para parada. 19. PPP e ASO dos trabalhadores de áreas classificadas "incompleto", sem o reconhecimento do benzeno como um dos riscos químicos presentes nessas unidades. 20. Não divulgação dos resultados das avaliações da CHO de VOC e Benzeno nas emergências com vazamento de N-HEXANO ocorridos nas U-30 e 46, onde foi encontrado mais de 40 ppm de benzeno na atmosfera; bem como na drenagem e abertura de equipamentos com produtos contendo benzeno nas paradas de manutenção da U-7A, 9, 39 e 6, inclusive na U-09 houve evacuação de área durante a parada devido a detecção de altas concentrações. Na parada da U-39, foram avaliados equipamentos com mais de 100 ppm de Benzeno, após sua abertura para limpeza e adentramento, e outros com mais de 50 ppm, após processo de limpeza química e com vapor. 21. GHE dos supervisores que trabalham em áreas classificadas igual ao de supervisores de outras áreas não classificadas pelo PPEOB. GTB – Grupo de Trabalhadores do Benzeno da RLAM / Gestão 2011-2012 22. Ausência da participação de representantes de empresas terceirizadas no grupo de apoio ao PPEOB e GTB/RLAM. 23.Falta de EPI específicos para os trabalhadores que fazem coleta de amostras e drenagem de equipamentos com produtos que contenham benzeno. 24.Ausência de local adequado para descarte de fardamentos e EPI que estejam impregnados com benzeno. 25.Algumas unidades classificadas pelo PPEOB sem procedimentos para liberação de equipamentos para manutenção, bem como emergências que envolvam benzeno. 26.Falta de acompanhamento adequado dos Indicadores Biológicos de Exposição ao benzeno, sem avaliação das séries históricas dos exames ocupacionais dos trabalhadores e exclusão de outros empregados próprios que também prestam serviços em áreas classificadas e acabam se expondo ao benzeno (Manutenção, Inspeção de Equipamentos, Segurança Industrial e Patrimonial). 27.Empregados que trabalham com limpeza e sucção de produtos contendo benzeno (carro a vácuo) em diversos pontos da refinaria sem controle médico e biológico específico e adequado. GTB – Grupo de Trabalhadores do Benzeno da RLAM / Gestão 2011-2012 28. Nessas unidades classificadas pelo PPEOB não há uma restrição adequada do acesso de pessoas nem sinalização vertical e horizontal suficiente nas áreas. Só nesta última semana, e em caráter emergencial, a RLAM está sinalizando estas unidades. 29. GTB da RLAM sempre encontra dificuldades para realizar cursos e participar de encontros, reuniões e visitas como essa. 30. RLAM retirou do registro dos ASO o reconhecimento da exposição ao agente químico benzeno, até mesmo para os trabalhadores do PPEOB. 31. RLAM possui apenas um higienista ocupacional próprio. 32. Novo laboratório lançando efluente líquido contaminado em canaleta aberta que percorre ruas da refinaria até chegar ao SAO. Investimentos com mudanças tecnológicas precisam ser feitos para e que haja um verdadeiro engajamento das equipes de operação e manutenção no gerenciamento das fontes para garantir a proteção dos trabalhadores dessas áreas em que estão expostos ao benzeno e evidenciar a consolidação das questões voltadas a SMS como valor.