Projeto: 2i2p - Internet e Interatividade para a Participação Pública Período: fev 2009/ abr 2010 Título: Notas sobre Interatividade – Marco Silva Fonte: SILVA, Marco. O que é interatividade. Boletim Técnico do Senac, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 27-35, maio/ago. 1998 O alastramento do conceito de interatividade vem da pop art; da antiarte de Hélio Oiticica; vem do participacionismo que envolvia o público em manifestações artísticas dos anos 60. O conceito de interação vem de longe, mas o conceito de interatividade é recente. Pode ter surgido no final dos anos 70 e início de 80, no contexto das novas tecnologias de informação. A interatividade está na disposição ou predisposição parar mais interação, para uma hiperinteração, para a bidirecionalidade (fusão emissão-recepção), para participação e intervenção. Aspectos importantes para se verificar a disposição para a interatividade presente nas novas tecnologias da comunicação: a) Participação: este aspecto coloca em evidência a idéia de que não deve haver distinção de princípios entre audiência e produção, afinal a comunicação interativa fundada na participação não é apenas emissão, mas produção conjunta da emissão e recepção. Este aspecto é oportuno porque contempla a polifonia de interesses que se manifesta nas diferenças culturais, ideológicas, religiosas, raciais e sexuais. Oportuno porque permite a expressão dessas diferenças. b) Bidirecionalidade: diz respeito a como a comunicação é arquitetada dentro do meio de comunicação, tendo em vista os dois pólos da comunicação que são o emissor e o receptor. Ou seja, o funcionamento do meio de comunicação deve ser concebido a partir do princípio que diz: só existe comunicação a partir do momento em que não há mais nem emissor nem receptor. Portanto comunicação é bidirecionalidade entre os pólos emissor e receptor. c) Potencialidade-permutabilidade: liberdade para o usuário fazer permutas e conexões. Se ele está num determinado ponto de informação e quer buscar um outro dado localizado em outro ponto ele não tem que passar por pontos intermediários até chegar lá. Não há pontos intermediários. Não há linha definida ou privilegiada para o seu deslocamento. O caminho e as conexões é o usuário quem faz. A tecnologia oferece grande quantidades de informações instantâneas e total liberdade para combiná-las. Uma tecnologia capaz de produzir narrativas possíveis, na qual nem mesmo o usuário sabe o que vai acontecer, pois isto depende da conexão que fizer a cada momento. A dimensão criativa e libertária presentes na participação, bidirecionalidade e potencialidadepermutabilidade forma a base para a comunicação criativa com as novas tecnologias e as pessoas. Notas técnicas – resumo parcial Maria Célia Furtado Rocha