A equipe de educação a distância na cibercultura:
um estudo de casos múltiplos
Autora: Graciosa Rainha Moreira
Orientador: Prof. Dr. Marco Silva
Data da defesa: 30/03/2005
A Educação a Distância no contexto da cibercultura vem ganhando terreno com a flexibilidade e
interatividade da internet e se firma como uma sigla de educação permanente e continuada,
constituindo-se em pólo de atração e investimento para as instituições de ensino superior. No
Estado do Rio de Janeiro, das 126 instituições de ensino superior, apenas 9% estão credenciadas
pelo MEC para oferecer EAD. Pode-se apontar como um dos fatores para o baixo percentual de
IES credenciadas para EAD, a dificuldade de formação da equipe interdisciplinar para o
desenvolvimento e implementação dos cursos a distância. Assim, o objetivo do presente estudo
é analisar a constituição das equipes que desenvolvem e implementam cursos a distância nas
instituições de ensino superior do Estado do Rio de Janeiro, bem como sua forma de trabalho
sob os prismas da interatividade, da interdisciplinaridade e das competências requeridas aos
membros de tais equipes. A metodologia adotada baseia-se na abordagem qualitativa (LÜDKE;
ANDRÉ), tendo como procedimento o estudo de casos múltiplos (Yin). Constituem campo da
pesquisa três IES do Estado do Rio de Janeiro credenciadas pelo MEC para oferecer EAD, a
saber: a FGV Online, a ENSP e o CEDERJ Pólo UERJ. Como quadro teórico da pesquisa foram
trabalhados os conceitos de interatividade (SILVA), interdisciplinaridade (FAZENDA;
JAPIASSÚ) e competências (PERRENOUD; LE BOTERF), bem como a legislação em vigor.
A análise dos dados levantados em observações in loco e entrevistas realizadas nas IES foi
baseada em comparações, por categoria de análise e instituição. Foi constatado que as equipes
são formadas por profissionais das mais diferentes áreas do saber, com bom nível de
qualificação acadêmica, porém com pouca experiência em EAD. A formação está se realizando
no decorrer do desenvolvimento e implementação dos cursos, num processo quase
experimental. Ao tutor são exigidas novas competências como habilidades comunicacionais e
informacionais que possibilitam a interatividade tutor-aluno. Destacam-se novas profissões
como o web-roteirista, o web-designer e o designer instrucional, com as funções ainda pouco
delimitadas. Observou-se que a falta de interação entre alguns atores das equipes representa um
dos fatores limitadores para o desenvolvimento da interdisciplinaridade e das novas
competências.
Palavras-chave: Equipe de EAD. Interatividade. Interdisciplinaridade. Competências.
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