Na condição de membro da Comitiva Oficial que representou o Brasil na XXXVIII
Congresso Mundial da Vinha e do Vinho e na XIII Assembléia Geral da
Organização Internacional da Vinha e do Vinho – OIV, José Fernando da Silva
Protas, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, elaborou, na forma de “Nota
Técnica” Um balanço da Vitivinicultura Mundial em 2014[1][1]
De acordo com dados fornecidos pela Organização Mundial da Vinha e do
Vinho ( OIV), relativamente ao ano de 2014, a produção mundial de uvas
atingiu 73.700 milhões de quilos. Quanto a área, foram registrados 7.573
mil hectares de vinhedos, sendo que a China apresentou a segunda maior
área , com cerca de 800 mil ha, superada apenas pela Espanha, com 1.038
hectares. A produção de vinho (com exclusão dos sumos e mostos), foi
estimada em 27.000 milhões de litros, sendo a França o principal produtor
com 4.620 milhões de litro de vinho. O consumo de vinho no mundo foi
estimado em 24.000 milhões de litros, sendo 40% da produção consumida
fora dos países europeus. As estatísticas também registram os Estados
Unidos como o maior consumidor mundial de vinhos, com cerca de 3.070
milhões litros anuais .
Quanto a Superficie dos Vinhedos
A área total de vinhedos no mundo (independentemente da utilização final das
uvas e incluindo os vinhedos que ainda não estão em produção) totalizaram, em
2014, 7.573 milhões de ha, o que representa um ligeiro aumento, de 10 mil ha,
em comparação com 2013. Desde o fim do Programa de estímulo à erradicação
de vinhedos da União Europeia (UE), os vinhedos europeus permanecem
estáveis enquanto as plantações na Ásia e na América do Sul compensaram a
diminuição das áreas de vinhedos da comunidade européia. Em 2014, a China
se tornou o país com a segunda maior área de vinhedos, com cerca de 800 mil
ha. e a produção mundial de uvas (destinado para todos os usos) foi de 73.700
milhões de quilos, o que representa uma redução de 4.000 milhões de quilos
em comparação a 2013.
A tendÍ
ncia na produção de uvas dos últimos 15 anos é de aumento (+ 13,7% /2000)
apesar da redução da área plantada com
vinhedo
s. Isto pode ser explicado pelo aumento nos rendimentos, devido à melhoria
contínua das técnicas de viticultura e as condições climáticas favoráveis em
alguns países.
A China, com uma produção de 11.100 milhões de quilos, foi o maior produtor
mundial de uvas em 2014 (15% da produção de uva), seguida pelos USA ( 7.700
milhões de quilos), França (6.940 milhões de quilos) e Itália ( 6.890 milhões de
quilos).
Em 2014, a produção de uva de mesa foi de 24.800 milhões de quilos.
Geralmente neste segmento, as produtividades obtidas são superiores àquelas
verificadas na produção de uvas destinadas à elaboração de vinhos e sucos. No
contexto mundial, a produção de uvas de mesa está representada, em menor
medida, na Europa do que na Ásia e América. O continente asiático concentra
mais da metade da produção mundial de uvas para consumo in natura (63%),
mas a Europa continua sendo um líder na produção de uvas para vinho (65%).
Quanto a produção de vinho
Depois de um recorde em 2013 (29.100 milhões de litros), a produção mundial
de vinho (com exclusão dos sucos e mostos), em 2014, alcançou 27.000 milhões
de litros, produção esta coerentes com a média mundial de vinhos registrada nos
últimos seis anos. O ano de 2014, foi marcado por condições climáticas difíceis
na Europa Oriental, o que afetou a produção em diferentes países.
Apesar de uma tendência de queda, a Europa continua sendo o maior produtor
de vinho. A: França ocupa o primeiro lugar (4.620 milhões de litros), à frente da
Itália (4.470 milhões de litros) e da Espanha, que voltou ao seu nível de produção
média (3.820 milhões de litros) depois de um recorde de 2013.
Já a produção no hemisfério sul e nos Estados Unidos continua progredindo:
Argentina, com 1.520 milhões de litros (+ 1% / 2013); Nova Zelândia, com mais
um recorde de 320 milhões de litros (+ 29% / 2013); África do Sul, com 1.130
milhões de litros (+ 4% / 2013) e os Estados Unidos, com 2.230 milhões de litros,
registraram altos índices de crescimento como produtores de vinho.
Quanto ao consumo de vinho
Os dados disponíveis mostram uma ligeira diminuição no consumo global de
vinhos em 2014, estimado em cerca de 24.000 milhões de litros.
Países
tradicionalmente
consumidores
continuam
em
retrocesso
(ou
estagnação), entretanto, esta queda no consumo vem sendo compensada pela
consolidação de novos centros de consumo. O período entre 2000 e 2014 foi
caracterizado por uma mudança no consumo de vinhoAtualmente40% da
produção de vinho é consumido fora dos países europeus enquanto em 2000, o
consumo representava 31%.
Os Estados Unidos, com 3.070 milhões de litros, confirma sua posição como o
principal consumidor mundial. A França, 2.790 milhões de litros, e a Itália com
2.040 milhões de litros, de forma coerente com as tendências verificadas nos
últimos anos, continuaram o seu declínio entre 2013 e 2014, respectivamente,
de 90 milhões de litros e 140 milhões de litros. O nível de consumo de vinho na
China foi estimado em 1.580 milhões de litros, o que significa uma redução de
120 milhões de litros em relação 2013.
Quanto ao comércio internacional de vinho
As exportações de vinho a nível mundial continuam aumentando de volume
(10.400 milhões de litros, um aumento de 3% em relação a 2013) e
estabilizaram no valor de 26.000 milhões de Euros.
O mercado do vinho é um setor cada vez mais internacionalizado. Há 10 anos,
27% do vinho consumido no mundo foi importado sendo que, atualmente esta
taxa representa mais de 43%.
[1][1] Esta Nota Técnica está baseada nos dados estatísticos apresentados pela OIV, por
ocasião do XXXVIII Congresso Mundial da Vinha e do Vinho, ocorrido em
Mainz/Alemanha no período de 05 a 10 de julho de 2015.
-Viviane Zanella
Supervisora
Núcleo de Comunicação Organizacional
Embrapa Uva e Vinho
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Bento Gonçalves/RS
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