UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI – UFSJ COORDENADORIA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MONOGRAFIA CONTROLE ESTATÍSTICO MULTIVARIADO DO PROCESSO PRODUTIVO DE UMA PANIFICADORA RAPHAEL HENRIQUE TEIXEIRA DA SILVA SÃO JOÃO DEL REI, 01 DE DEZEMBRO DE 2014. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI – UFSJ COORDENADORIA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CONTROLE ESTATÍSTICO MULTIVARIADO DO PROCESSO PRODUTIVO DE UMA PANIFICADORA RAPHAEL HENRIQUE TEIXEIRA DA SILVA Monografia a ser apresentada como parte dos requisitos necessários para a conclusão do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ, desenvolvida sob a orientação da Profa. Daniela Carine Ramires de Oliveira. SÃO JOÃO DEL REI, 01 DE DEZEMBRO DE 2014. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI – UFSJ COORDENADORIA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO FICHA CATALOGRÁFICA Aluno: Silva, Raphael Henrique Teixeira Título do trabalho: Controle Estatístico Multivariado do Processo Produtivo de uma Panificadora Coordenador do curso: Marcos Sávio de Souza Monografia de conclusão de curso, UFSJ I. Nome da Orientadora: Daniela Carine Ramires de Oliveira II. Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ III. Título do trabalho: Controle Estatístico Multivariado do Processo Produtivo de uma Panificadora SÃO JOÃO DEL REI, 01 DE DEZEMBRO DE 2014. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI – UFSJ COORDENADORIA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CONTROLE ESTATÍSTICO MULTIVARIADO DO PROCESSO PRODUTIVO DE UMA PANIFICADORA Autor: Raphael Henrique Teixeira da Silva Orientadora: Professora Dra. Daniela Carine Ramires de Oliveira ____________________________________________________ Professora Dra. Daniela Carine Ramires de Oliveira, Presidente Universidade Federal de São João del-Rei ____________________________________________________ Professor Dra. Andréa Cristiane dos Santos Delfino Universidade Federal de São João del-Rei ____________________________________________________ Professor MSc. Robson Bruno Dutra Pereira Universidade Federal de São João del-Rei SÃO JOÃO DEL REI, 01 DE DEZEMBRO DE 2014. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI – UFSJ COORDENADORIA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DEDICATÓRIA A Deus, que cuidou de mim e das pessoas que eu amo. E que me deu forças em todos os momentos, dedico. Aos eternamente presentes, minha avó Maria e meu avô Antônio. Sei que o tempo nos separou antes desta conquista, mas tenho certeza que estão felizes por mim neste momento. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI – UFSJ COORDENADORIA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Cristiane e Giovanni. A minha mãe, por sempre me mostrar o lado bom, sempre de bem com a vida e sorrindo. Com você aprendi a reclamar menos e agradecer mais pela vida. Ao meu pai, pelo exemplo, e por me ensinar valores cruciais para a minha formação pessoal e profissional. Com você aprendi ser honesto, dedicado e responsável. Aos dois, pelo amor e apoio incondicional nos momentos difíceis, pela amizade e por acreditarem em mim. Sem vocês eu não poderia ter chegado tão longe. Por isso, terão a minha eterna gratidão por terem concedido esta oportunidade. A minha namorada Sara, pelo apoio quando eu fraquejei, por estar ao meu lado nos momentos difíceis sempre apaziguando os contratempos, pela excelente companhia em todos esses anos e ajuda em diversas situações. Pelos momentos de risos e alegrias que compartilhamos. Pela compreensão devido o árduo esforço e trabalho. E principalmente, pelo amor, carinho e cuidado. A sua contribuição foi excepcional para a realização deste momento tão sonhado. A Professora e amiga Daniela, pela impecável orientação nestes anos. Pelas oportunidades concedidas e por acreditar no meu trabalho. Obrigado também, pela paciência e pelos ensinamentos. Por ser exemplo para a minha vida pessoal e profissional, pois é uma excelente pessoa, professora e pesquisadora. Posso afirmar que, aprendi muito com suas atitudes profissionais, e com os seus valores. Além disso, obrigado, por muitas vezes, dispor de um tempo que não tinha para me ouvir, aconselhar e me ajudar. Ao Professor e amigo Marcos, pelas oportunidades concedidas para conseguir um dinheiro extra na graduação. Pelos conselhos. Pela ajuda e contribuição com opiniões pertinentes para o desenvolvimento de alguns trabalhos. Aos meus grandes amigos conquistados na UFSJ, em especial, o Alan e o Renan. Ao Alan, por sempre me mostrar o lado bom de todos os momentos difíceis que passei. Obrigado, principalmente, pelo o apoio quando cheguei a SJDR. Ao Renan, pelas risadas durante a graduação, pelos conselhos valiosos, pelo apoio nas minhas derrotas e pelos momentos de distração. Vocês são irmãos, parceiros que vou carregar pra vida toda. E não estaria realizando este sonhado momento se não fosse com o apoio de vocês. Aos amigos que estavam sempre ao meu lado, me ajudando nos momentos difíceis, em especial, o Ícaro, a Melissa e a Ana Cláudia. Os da república, Eduardo e João Pedro, pelos momentos de laser e por serem grandes parceiros. A minha família, que me ajudaram muito, principalmente, quando cheguei a SJDR. A minha avó Elisa, pelo imenso carinho, amor e conselhos durante a minha vida. Ao meu avô Nelson, pelos momentos divertidos e descontraídos. A minha tia Gilcely, por me escutar sempre e pelo intenso incentivo. Ao meu tio Henrique e a Ariaddiny, pela oportunidade e confiança concedida no estágio. A todos os professores comprometidos com o curso de Engenharia de Produção da UFSJ. Por contribuírem de forma excepcional na minha formação. Por fim, a todas as pessoas que participaram desta minha caminhada, sempre confiando no meu desempenho, me motivando e ajudando quando mais precisei. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI – UFSJ COORDENADORIA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO RESUMO SILVA, Raphael Henrique Teixeira, Controle Estatístico Multivariado do Processo Produtivo de uma Panificadora, São João del-Rei: Coordenadoria do Curso de Engenharia de Produção, Universidade Federal de São João del-Rei, 2014. Trabalho de Conclusão de Curso. Empresas de diversos segmentos existentes no mercado controlam seus processos produtivos com ferramentas estatísticas, a fim de reduzir o desperdício, retrabalho e a variabilidade dos produtos. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo aplicar métodos estatísticos para a melhoria da qualidade do pão de sal produzido por uma panificadora situada no interior do estado de Minas Gerais. Mais especificamente, foram criadas e utilizadas folhas de verificação para coleta de dados. E posteriormente, foram aplicados os gráficos de controle de qualidade multivariados, uma vez que havia três características essenciais para a produção desse produto, como também, foi realizada a decomposição da estatística T² e a análise das componentes principais para auxiliar na interpretação do descontrole do processo. Além disso, as ferramentas foram desenvolvidas com auxílio do software estatístico R versão 3.1.1, não gerando custos adicionais para a empresa. O trabalho proposto teve grande impacto na panificadora, pois possibilitou identificar problemas graves que ocorriam na produção. Adicionalmente, foi possível propor um novo layout ao setor produtivo, o que acarretou em menor tempo do mesmo volume de produção e a construção de um procedimento operacional padrão, que contribuiu com a padronização do processo. Palavras-chaves: Layout, Procedimento operacional padrão, Folha de verificação, Métodos estatísticos multivariados. i ÍNDICE 1. Introdução 1 1.1. Considerações iniciais 1 1.2. Justificativa e relevância 2 1.3. Objetivos 3 1.3.1. Objetivo geral 3 1.3.2. Objetivos específicos 3 1.4. Limitações do trabalho 3 1.5. Caráter inédito 4 1.6. Organização do texto 4 2. Revisão da literatura 5 2.1. Gráficos de controle 5 2.2. Verificação da autocorrelação 6 2.3. Gráfico T² de Hotelling 7 2.4. Gráfico da variância generalizada 9 2.5. Decomposição da estatística T² 10 2.6. Análise das componentes principais 10 2.7. Algumas aplicações 12 2.8. Software livre R versão 3.1.1 15 2.9. Layout 15 2.10. Procedimento operacional padrão 16 2.11. Folha de Verificação 16 3. Metodologia 17 3.1. A empresa 17 3.2. Processo produtivo da panificadora 18 3.3. Modificação do arranjo físico 19 3.4. POP da produção do pão de sal 20 3.5. Construção da folha de verificação e obtenção dos dados 21 4. Resultados e discussão 22 4.1. Análise Multivariada 25 5. Conclusões 35 Referências Bibliográficas 36 Anexos 38 ii LISTA DE FIGURAS Figura 1 Componentes Principais para p=2 11 Figura 2 Bancada construída após a indicação do novo layout 23 Figura 3 Gráfico de Pareto das concentrações dos ingredientes para 23 produção de massa de sal Figura 4 Gráfico de Pareto dos custos dos ingredientes para 24 produção da massa de sal Figura 5 Correlograma para Farinha 26 Figura 6 Correlograma para Açúcar 26 Figura 7 Correlograma para Reforçador 27 Figura 8 Gráfico |S| para Farinha, Açúcar e Reforçador 27 Figura 9 Gráfico T² de Hotelling para Farinha, Açúcar e 28 Reforçador Figura 10 Gráfico da média para os escores da CP1 30 Figura 11 Gráfico da média para os escores da CP2 30 Figura 12 Gráfico da média para os escores da CP3 31 Figura 13 Gráfico |S| para Farinha, Açúcar e Reforçador sem as 32 amostras 8 e 25 Figura 14 Gráfico T² de Hotelling para Farinha, Açúcar e Reforçador sem as amostras 8 e 25 iii 33 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI – UFSJ LISTA DE TABELAS Tabela 1 Decomposição da estatística T² de Hotelling para as 28 amostras 08 e 25 Tabela 2 Explicação da variabilidade dos dados 28 Tabela 3 Autovetores das componentes e variáveis 29 iv UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI – UFSJ LISTA DE ANEXOS Anexo A.1- Layout Antigo 38 Anexo A.2 - Layout Novo 40 Anexo A.3 - Procedimento Operacional Padrão 01 (POP 01) 42 Anexo A.4 - Folha de Verificação para Massa de Sal 47 Anexo A.5 - Dados obtidos no mês de Fevereiro de 2014 48 Anexo A.6 - Programa Computacional 50 v 1. Introdução 1.1. Considerações iniciais O início formal do controle estatístico de processo se deu por volta de 1924, quando Walter A. Shewhart desenvolveu e aplicou os gráficos de controle na Bell Telephone Laboratories (SHEWHART, apud MACHADO, 2009). No início, poucos acreditaram no potencial desta nova técnica. Pouco a pouco, os gráficos de controle ganharam a fama de serem ferramentas poderosas de monitoramento. De acordo com os fundamentos estabelecidos por Shewhart, sempre que um ponto se destacar no gráfico, o responsável pelo processo deve iniciar uma investigação, visando encontrar causas especiais que afetam a qualidade dos produtos, como por exemplo, um desgaste de ferramenta que altera a dimensão dos eixos que estão sendo manufaturados (COSTA, EPPRECHT & CARPINETTI, 2012). Os gráficos de Shewhart são ferramentas de monitoramento simples que não demandam recursos computacionais, portanto, bastante oportunas para a época que surgiu. O aumento da complexidade e dos níveis de automação dos processos industriais e a crescente disponibilidade de suporte computacional têm alimentado o interesse pelo monitoramento simultâneo de várias características de qualidade, também chamadas de variáveis do processo (LOWRY & MONTGOMERY, 1995). Pouco a pouco, as novas estratégias de monitoramento, originalmente propostas para melhorar o desempenho dos gráficos de controle univariados, estão sendo aplicadas ao monitoramento de processos multivariados. Desde que foi criado, o gráfico de controle T2 de Hotelling passou a ser a ferramenta mais utilizada no monitoramento do vetor de médias de duas ou mais características de qualidade correlacionadas. Lowry e Montgomery (1995) fazem uma revisão dos gráficos de controle multivariados. Mason e Young (2002) apresentam diversas aplicações do gráfico de controle T2 de Hotelling no setor industrial. Assim como é importante monitorar o vetor de médias de um processo, é também importante monitorar a sua matriz de covariâncias . O primeiro gráfico de controle utilizado no monitoramento da matriz de covariâncias se baseou na estatística obtida do teste da razão de máxima verossimilhança generalizada (ALT, apud MONTGOMERY, 2009). Para o caso bivariado, Alt, apud Montgomery (2009) propôs o uso da variância amostral generalizada S para controlar a matriz de covariâncias . Aparisi et al. apud 1 Montgomery (2009) estenderam a aplicação da estatística |S| para o caso em que o número de variáveis do processo sob monitoramento é maior do que dois (p > 2). 1.2. Justificativa e relevância Os tipos de custos de uma empresa podem ser divididos em: os de prevenção (são atividades que previnem a ocorrência de não conformidades), os de avaliação (ações com o intuito de verificar as especificações), os de falhas internas (estes são com relação aos produtos não conformes descobertos antes de chegarem ao consumidor) e os de falhas externas (estão relacionadas à venda de mercadorias que não estão dentro dos requisitos exigidos pelo cliente). Neste sentido, a linha de pesquisa que aperfeiçoa os custos é denominada controle estatístico de processos (COSTA, EPPRECHT & CARPINETTI, 2012). Portanto, o controle estatístico de processos (CEP) é uma linha importante, para uma empresa garantir uma melhor satisfação e fidelização de clientes, reduzir retrabalhos e despesas causadas por situações especiais (ou inaceitáveis). Afinal, com o controle os problemas serão identificados e corrigidos antes de finalizar a produção. O CEP possui um conjunto de ferramentas estatísticas que auxiliam no controle do processo. Os gráficos de controle se destacam como uma destas principais ferramentas, tendo como principal objetivo detectar causas especiais. Os gráficos de controle univariados são os mais comuns na realidade das empresas e servem de grande auxílio para o monitoramento on-line da produção. Entretanto, esses gráficos são ineficientes quando se deseja monitorar mais de uma característica da qualidade de forma simultânea e que as mesmas estão correlacionadas. Para essas situações, os gráficos de controle multivariados mostram ser mais adequados. Dentre os gráficos multivariados destacamse: o gráfico da variância generalizada (|S|) e o gráfico T² de Hotelling (MONTGOMERY, 2009). Muitas empresas são resistentes ao uso dos gráficos multivariados, pois quando o gráfico sinaliza alguma anomalia no processo, a análise dessas causas especiais requer outros procedimentos teóricos que, em geral, para um operador pode ser de difícil compreensão. Dentre os métodos, destacam-se a decomposição da estatística T² e a Análise das Componentes Principais (ACP). No entanto, diversos softwares estatísticos possuem esses métodos, contribuindo para a facilidade de implementação e interpretação do operador. Pode-se citar o software estatístico R como uma boa alternativa, uma vez que é um software livre e disponível para diversos sistemas operacionais. 2 Os trabalhos voltados a processos multivariados são poucos e recentes. Este trabalho trata do monitoramento do processo de uma panificadora situada no interior de Minas Gerais, através destas ferramentas multivariadas. O foco principal do trabalho se voltou para o processo de produção do pão de sal e que pode ser estendido a qualquer outra panificadora. 1.3. Objetivos 1.3.1. Objetivo geral O objetivo deste trabalho foi melhorar a qualidade do pão de sal de uma panificadora do interior de Minas Gerais. 1.3.2. Objetivos específicos (i) Melhorar o layout do setor de produção; (ii) Descrever e padronizar o processo da massa; (iii) Construir e aplicar uma folha de verificação para posterior controle de qualidade multivariado na específica padaria; (iv) Aplicação dos gráficos de controle multivariados T2 e |S|, para monitorar o processo; (v) Decomposição da estatística T2 e ACP, para estudar as possíveis causas especiais; (vi) Indicar melhorias para a empresa. 1.4. Limitações do trabalho Os gráficos multivariados são válidos apenas para o caso de processos com variáveis que seguem uma distribuição normal multivariada e que as observações sejam independentes no decorrer do tempo (ausência de autocorrelação). O layout e o POP foram exclusivamente desenvolvidos para suprir as necessidades do processo de produção do pão de sal desta panificadora situada no interior de Minas Gerais. 3 1.5. Caráter inédito A apresentação detalhada dos programas computacionais para: a verificação das suposições teóricas supracitadas (normalidade multivariada e autocorrelação), geração dos gráficos multivariados T2 de Hotelling e |S|, da decomposição da estatística T2 e a ACP, em geral, são omitidas nos trabalhos. No entanto, aqui são apresentados todos os procedimentos detalhadamente para que qualquer outra empresa possa reproduzi-los. Uma busca online do uso dos gráficos T2 de Hotelling e |S| numa panificadora não foram encontrados. O layout e o POP desenvolvidos e apresentados neste trabalho podem ser adaptados, tirando por base a estrutura de qualquer outra panificadora, para que se garanta um produto que atenda com excelência as expectativas dos clientes. Durante a elaboração desta monografia, foram geradas duas publicações/apresentações: [1] Silva, R. H. T.; Oliveira, D. C. R. Análise de falhas numa panificadora. In: XXI Simpósio Nacional de Probabilidade e Estatística, 2014, Natal - RN. Anais do XXI SINAPE, 2014. [2] Silva, R. H. T.; Oliveira, D. C. R. Gráficos de Controle Multivariados para a Melhoria da Qualidade do Processo Produtivo de uma Panificadora. In: XIII Encontro Mineiro de Estatística, 2014, Diamantina - MG. Anais do XIII MGEST, 2014. Além disso, estamos no processo de submissão de artigo científico para periódico com os resultados finais deste trabalho. 1.6. Organização do texto Este trabalho está estruturado em cinco capítulos. O primeiro contém a introdução. O segundo possui a revisão de literatura, em que consta o embasamento teórico das ferramentas estatísticas mencionadas. O terceiro capítulo contém a metodologia. O quarto capítulo apresenta os resultados e as discussões. Por último, o quinto capítulo possui as conclusões. 4 2. Revisão da literatura 2.1. Gráficos de controle Um gráfico de controle é utilizado para verificar se um processo está sob controle estatístico com o auxílio de seus Limites de Controle: Limite Superior de Controle (LSC), Limite Inferior de Controle (LIC) e a Linha Central (LC). Esses limites são calculados de modo que, se o processo estiver sob controle, praticamente todos os pontos amostrais estarão entre eles. No entanto, um ponto que caia fora dos limites de controle é interpretado como evidência de que o processo está fora de controle. Neste caso, investigação e ação corretiva serão necessárias para encontrar e eliminar a causa ou as causas especiais responsáveis (MONTGOMERY, 2009). Na literatura existem gráficos de controle que monitoram uma característica da qualidade de cada vez (univariados) e os que monitoram mais de uma característica de qualidade simultaneamente (multivariados) (MONTGOMERY, 2009). O uso de gráficos multivariados requer o cuidado de avaliar as seguintes suposições teóricas: a) Se as variáveis possuem distribuição normal multivariada. Para tanto, foi feita uma revisão dos testes de normalidade multivariada presentes na literatura. Segundo Johnson e Wichern (2007) um teste robusto para a verificação da normalidade multivariada é o teste proposto por Royston (1983). O teste consistiu nas seguintes hipóteses: Ho: Os dados seguem uma distribuição normal multivariada e Ha: Os dados não seguem uma distribuição normal multivariada. Foi adotado um nível de significância de 0,05 para a realização do mesmo; b) Se as variáveis estão correlacionadas. Para esta verificação foi adotado o teste da correlação de Pearson. O teste consistiu nas seguintes hipóteses: Ho: ρ = 0 (não existe correlação linear) e Ha: ρ ≠ 0 (existe correlação linear). Foi adotado um nível de significância de 0,05 para a realização do teste e c) Se as observações são independentes no tempo (não estão autocorrelacionadas). Para esta verificação, tem-se a Seção 2.2 a seguir, com os detalhes teóricos. 5 2.2. Verificação da autocorrelação O embasamento teórico e as fórmulas apresentadas nesta seção foram com base em Montgomery (2009) e Morettin e Toloi (2008). A suposição mais importante relativa aos gráficos de controle é a independência das observações, porque alguns gráficos de controle não tem um bom desempenho se as características da qualidade em estudo apresentam níveis de correlação ao longo do tempo, o que é definido por autocorrelação. Nesse contexto, a construção de correlogramas auxilia estudar se as variáveis estão autocorrelacionadas. Quando o processo está sob controle, a característica da qualidade no instante t, xt, é representada por , t = 1, 2, ... em que (1) é uma variável independente, com distribuição normal, com média zero e desvio padrão σ. Isto é (2) Nestas condições é viável aplicar os gráficos de controle convencionais e tirar resultados sobre o controle estatístico do processo. É importante mencionar que nestas condições, em séries temporais, é denominado ruído branco e, por consequência, é um processo ruído branco, ou seja, isento de autocorrelação. Para que o processo seja um ruído branco e seja possível aplicar gráficos de controle convencionais, é necessário que as autocorrelações amostrais estejam dentro do intervalo de confiança em um correlograma. Estes intervalos são definidos como (3) em que T é o tamanho da série (número de observações: T=n) e a função de autocorrelação amostral é denotada por (4) como também, pode ser representada da seguinte forma k = 0, 1, ..., K (5) em que k é o período de tempo utilizado. Usualmente, calcula-se alguns valores de k, K ≤ n/4. Desta forma, um correlograma é um gráfico que contém os valores das autocorrelações amostrais definidas em (5) versus k e, é constituído pelos intervalos de confiança apresentados em (3), para a verificação da autocorrelação. Nesse contexto, a regra de decisão adotada neste trabalho foi a ultrapassagem ou 6 não dos intervalos, nos correlogramas, construídos com um grau de confiança de 95%. Portanto, caso exista algum valor de , k = 1, ..., K que ultrapasse os intervalos em (3), o processo não é considerado como um ruído branco. Com isso, é necessário investigar qual modelo de série temporal os dados estão indicando. No entanto, este trabalho não tratou desta situação. 2.3. Gráfico T² de Hotelling Esse capítulo foi baseado no livro de Montgomery (2009) com a adição de detalhes matriciais. Dentre os gráficos multivariados existentes, o gráfico de controle multivariado (GCM) baseado na estatística T2 de Hotelling é o mais conhecido na literatura, e sua aplicabilidade é mais recomendada para processos que apresentam várias características de qualidade. É suposto que tais características são fortemente correlacionadas e precisam ser monitoradas conjuntamente. Além disso, o gráfico de controle multivariado baseado nessa estatística apresenta mais sensibilidade do que os gráficos univariados, permitindo ao operador detectar mais rapidamente os possíveis problemas existentes no processo e com isso corrigi-los com mais agilidade. Esse gráfico foi desenvolvido por Hotelling (1947), o pioneiro na pesquisa sobre os gráficos de controle multivariados. Ele utilizou a abordagem multivariada de controle em dados contendo informações sobre localizações de bombardeios na Segunda Guerra Mundial. O desenvolvimento teórico proposto por Hotelling é descrito a seguir. Em geral, ao estudarmos um processo, o vetor de médias µ e a matriz de variâncias e covariâncias das variáveis envolvidas são desconhecidos. Na prática µ e são estimados por meio de amostras preliminares recolhidas do processo, quando este está sob controle estatístico. Os dados no caso multivariado, possuem outra suposição, que é a normalidade multivariada (mais detalhes sobre essa distribuição ver Montgomery (2009, p. 497)) e são organizados matricialmente da seguinte maneira: X111 X121 X1p1 X 211 X 221 X 2 p1 X n11 X n 21 X np1 X112 X122 X1p 2 X X 222 X 2 p 2 212 ; X n12 X n 22 X np2 X11k X 21k X n11k X12k X1pk X 22k X 2 pk , X n 2 2 k X npk (6) em que Xijk é a i-ésima observação, da j-ésima característica de qualidade no k-ésimo instante em que foi retirado a amostra, com i = 1, 2, ..., n, j = 1, 2, ..., p e k = 1, 2, ..., m. 7 Note que todas as colunas de cada uma dessas matrizes necessariamente terão que possuir a mesma quantidade de linhas, para que seja possível fazer operações com essas matrizes (n linhas), ou seja, deverá ser coletado o mesmo número de observações para cada variável (ou característica de qualidade) a cada instante k, para que seja possível analisálas conjuntamente. A estatística T2 de Hotelling é definida da seguinte maneira: T 2 n( X X )S 1 ( X X ) , (7) em que X é a estimativa do vetor de médias de dimensão px1 e S é a estimativa da matriz de variâncias e covariâncias do processo com dimensão pxp. O vetor X é obtido da seguinte forma: 1 m m X 1k X k 1 1 , X 1 m X m X jk p px1 k 1 (8) em que, X jk 1 n X ijk , j = 1, 2,..., p e k = 1, 2,..., m n i 1 (9) O cálculo da expressão (9) é realizado por meio da média de cada coluna das matrizes apresentadas em (6); em seguida, a expressão (8) é obtida da seguinte forma: a primeira linha é a média das primeiras colunas das k matrizes em (6), a segunda linha é a média das segundas colunas das k matrizes em (6) e assim por diante, até chegar a pésima linha de (8). Já a estimativa de S é obtida por: 1 m m S 11k km1 1 S 21k S m k 1 1 m S ( p1) k m k 1 1 m S12k m k 1 1 m S( 22) k m k 1 1 m S p 2 k m k 1 1 m S 1 p k S12 m k 1 1 m S 2 p k m k 1 m 1 S pp k m k 1 S12 S1 p S 22 S 2 p S p2 (10) pxp A covariância entre as características da qualidade j e h na k.ª amostras é dada por: 8 S jhk 1 n X ijk X jk X ihk X hk , k = 1, 2,..., m e j ≠ h n 1 i1 (11) A expressão da estatística T2 em (7) é utilizada como base para o gráfico de controle multivariado. Segundo Montgomery (2009), há duas fases distintas no uso de um gráfico de controle. A fase 1 é o uso dos gráficos para o estabelecimento do controle, ou seja, testar se o processo estava, ou não, sob controle quando os m subgrupos preliminares foram extraídas e as estatísticas amostrais X e S, calculadas. O objetivo na fase 1, é a obtenção de um conjunto de observações sob controle, de modo que os limites de controle possam ser estabelecidos para a fase 2, que é o monitoramento da produção futura. Isto é, às vezes, chamado análise retrospectiva. Os limites de controle para o gráfico de controle T² na fase 1 são dados por: LSC p(m 1)(n 1) F , p ,mnm p1 mn m p 1 e LIC = 0, (12) Na segunda fase de controle, os novos limites são estabelecidos apenas para monitorar as observações futuras, utilizando os limites de controle mostrados na equação (13). LSC p(m 1)(n 1) F , p ,mnm p 1 , mn m p 1 e LIC = 0, (13) Cabe ressaltar que o Minitab® plota a linha central deste gráfico de controle como sendo a mediana dos valores de T², calculados em (7). 2.4. Gráfico da variância generalizada Segundo Aparisi et al. apud Montgomery (2009), o determinante da matriz de variâncias e covariâncias amostrais, é uma medida amplamente usada para a dispersão multivariada. Os parâmetros para o gráfico de controle |S| são: LSC (b1 3b2 ) 12 LC b1 , e (14) LIC (b1 3b2 ) 12 9 em que ∑ é estimado por S . O limite inferior de controle (LIC) na equação (14) é b1 substituído por zero se o valor de |S| for menor do que zero. Os valores de b 1 e b2 são calculados em (15) e (16). b1 b2 1 (n 1) 2 p 1 (n 1) p p (n i ) (15) i 1 p p ( n i ) ( n j 2 ) (n j ) i 1 j 1 j 1 p (16) onde p é o número de características e n é o número de observações. 2.5. Decomposição da estatística T² Quando um ponto extrapola o Limite Superior de Controle, Runger et al. (1996) propõem a decomposição da estatística T2 em componentes. As componentes originadas pela decomposição refletem a contribuição de cada variável (ou característica de 2 qualidade) individualmente. Se T 2 é o valor da estatística de todas as variáveis e Ti é o valor da estatística para todas as variáveis do processo exceto a i-ésima, então a expressão di T 2 Ti , i = 1, 2, ..., p 2 (17) é um indicador da contribuição relativa da i-ésima variável para a estatística global. Quando um sinal fora de controle é gerado, é recomendado calcular os valores de di (i = 1, 2, ..., p) e concentrar a atenção nas variáveis para os quais os di são relativamente grandes. 2.6. Análise das componentes principais A Análise das Componentes Principais (ACP) é uma técnica estatística multivariada com o objetivo de girar um sistema de coordenadas com alta dimensão de maneira que alcance a máxima variabilidade dos dados. A rotação realizada é linear e após, pode-se definir uma projeção com as componentes de máxima variância do espaço original. Desta forma, a interpretação dos dados é mais fácil. Isso se justifica por estas componentes serem combinações lineares das variáveis originais e representam suas projeções nas direções de máxima variabilidade dos dados (MONTGOMERY, 2009). Segundo Montgomery (2009) as componentes principais de um conjunto de variáveis de um processo, por exemplo, combinações lineares representadas por 10 são um conjunto especial de (18) em que são constantes a serem determinadas e representam a rotação que será realizada. Geometricamente, as variáveis das componentes principais (escores), isto é, são os novos eixos do novo sistema de coordenadas obtidos pela rotação do sistema original. Esses eixos representam as diretrizes de variabilidade máxima. É importante dizer que, para criar esse novo sistema é necessário levar em consideração algumas restrições. A primeira restrição é que soma das constantes ao quadrado devem ser iguais a um. Por exemplo, para a primeira componente ( ) a única restrição é (19) A partir da segunda componente ( ), além da restrição das constantes , j = 1, 2, ..., p, exemplificadas em (19), essas novas componentes devem obedecer ao critério de que sejam ortogonais às anteriores, ou seja, as constantes do vetor do vetor com as constantes devem ter o produto escalar igual à zero, isto é, Considere duas variáveis originais e . , e duas componentes principais ilustradas na Figura 1. Percebe-se que a primeira componente principal, e , é responsável pela maior parte da variabilidade nas duas variáveis originais. Montgomery (2009) afirma que a informação contida no conjunto completo das p componentes principais é exatamente equivalente à informação contida no conjunto completo de todas as variáveis originais do processo, entretanto com uma vantagem, pode-se utilizar um número reduzido de p componentes para obter uma descrição satisfatória. Figura 1. Componentes Principais para p=2. Fonte. Montgomery, (2009). 11 Sejam as variáveis aleatórias representadas por um vetor matriz de covariância ∑, e sejam constantes que compõem o vetor autovalor com os autovalores de ∑. Então, as são obtidas através do i-ésimo autovetor associado ao . Considerando C a matriz cujas colunas são os autovetores, então (20) em que é uma matriz diagonal pxp, com os valores da diagonal principal iguais aos autovalores . A variância máxima é justamente o autovalor. Isto é, a variância da i-ésima componente principal é o i-ésimo autovalor . Com isso, a proporção da variabilidade nos dados originais explicados pela i-ésima componente principal é dada pela razão (21) Pela equação (21) é possível verificar o quanto da variabilidade é explicada pela retenção de apenas algumas componentes principais. Uma prática muito utilizada é padronizar as variáveis, de forma que tenha média zero e variância um. E, portanto, a matriz de covariância será substituída pela forma de uma matriz de correlação. Esse método é eficaz em casos em que as variáveis originais do processo são, geralmente, expressas em escalas diferentes e, como resultado, podem ter magnitudes bem distintas. Nesse sentido, uma variável pode parecer contribuir muito para a variância total do sistema, apenas porque sua escala de medida tem magnitudes maiores do que as outras variáveis, apresentando conclusões errôneas do processo em estudo (MONTGOMERY, 2009). Observando os autovalores é possível identificar qual a componente é responsável pela máxima variância. Analisando os autovetores (coeficientes), podem-se identificar quais as variáveis são fortemente associadas à componente principal em estudo. Os autovetores que não estão próximos de zero são os que devem ser identificados em determinada componente. 2.7. Algumas aplicações Esta seção teve como finalidade mostrar alguns trabalhos da literatura que representam a aplicabilidade de ferramentas estatísticas para controle de qualidade de distintos processos e estudos. Concomitantemente, essas referências contribuíram de forma significativa para a motivação e posteriormente, desenvolvimento deste trabalho. 12 Souza e Rigão (2005) utilizaram ferramentas estatísticas multivariadas, aplicadas em um exemplo hipotético a partir de quatro variáveis geradas com distribuição normal (V1, V2, V3 e V4), com o objetivo de avaliar os resultados obtidos quando se estuda variáveis que são fraca e fortemente correlacionadas. Inicialmente, utilizaram o gráfico T² de Hotelling para verificar se o processo estava sob controle estatístico em ambas as situações propostas. Para as variáveis fortemente correlacionadas, aplicaram o método de Análise das Componentes Principais (ACP). Como conclusão, indicaram que a característica da qualidade V1 é que causou o descontrole do processo, como também, o instante do descontrole em ambas as situações em estudo. Alencar et al. (2007) apresentaram o desempenho do processo de compressão de comprimidos de captopril 25mg fabricado pelo LAFEPE, por meio do gráfico T² de Hotelling, avaliando as variáveis: peso médio, dureza, friabilidade, desintegração, teor, teor de dissulfeto de captopril, dissolução e uniformidade de conteúdo dos comprimidos. Inicialmente, realizaram o estudo da fase I. Foi constatado o descontrole do processo e com isso, desconsideraram os pontos que ultrapassaram os limites de controle, atribuindo a estes causas especiais, e construíram o gráfico para a fase I novamente por mais três vezes, até obter o controle estatístico. Logo, obtiveram o vetor de médias e a matriz de variâncias e covariâncias para realizar a fase II. Realizando a fase II, identificaram que o processo estava fora de controle estatístico, apresentando altos valores da estatística T² para os pontos fora de controle. Então, realizaram a decomposição da estatística T² para estes valores, descobriram que as variáveis: dureza, uniformidade e teor de dissulfeto de captopril foram as que mais contribuíram para o desvio do processo em relação aos limites de controle. Lima et al. (2012) utilizaram técnicas estatísticas multivariadas (ACP e gráfico T² de Hotelling) para controle de qualidade numa empresa que produz garrafas plásticas. As características de qualidade avaliadas foram: comprimento externo e interno, largura externa e interna, altura total e de empilhamento, comprimento e largura de fundo, altura do ninho (altura das divisórias internas) e de encaixe do fundo, totalizando dez características de interesse. Gerando o gráfico T² de Hotelling, percebeu-se que os valores poderiam estar distorcidos, devido correlações significativas entre as variáveis e pelo autocorrelacionamento de cada variável considerada isoladamente. Portanto, substituíram os valores originais utilizando o método de ACP. Após este processo, o novo gráfico T² de Hotelling foi gerado com esses dados transformados, como consequência, apresentou 13 resultados satisfatórios e coerentes. Deste modo, os autores concluíram que o processo estava sob controle estatístico, e que o ponto fora do limite superior de controle era um dado digitado errado. Henning et al. (2014) apresentaram uma abordagem numa perspectiva univariada e multivariada de um processo de usinagem. Utilizaram os gráficos de controle univariados da média e do desvio-padrão e o multivariado T² de Hotelling para o mesmo banco de dados. As características de interesse eram relacionadas ao processo de retificação do diâmetro interno de um cilindro de aço 1020. A peça foi dividida em seções para medição do diâmetro interno em três diferentes posições: superior, central e inferior, sendo essas as variáveis de estudo. Os autores tiveram como conclusão que, os gráficos apresentaram desempenhos semelhantes, e, portanto, como a empresa está iniciando a prática de controle de processos e tem recursos restritos (operadores e recursos computacionais), indicaram o uso dos gráficos univariados. No entanto, após consolidada a prática de controle de processos, os autores recomendaram o uso do T² de Hotelling, como também, outros gráficos multivariados, uma vez que reduz o número de informações para analisar. Sendo assim, o T2 de Hotelling foi considerado uma técnica mais adequada para a empresa, pois era necessário avaliar três características da qualidade. Henning et al. (2011) realizaram um estudo comparativo entre os gráficos multivariados T² de Hotelling, da soma cumulativa (MCUSUM) e da média móvel exponencialmente ponderada (MEWMA). Para o estudo utilizaram dados provenientes de um processo de montagem de cabine de caminhão, sendo o monitoramento realizado para oito características da qualidade. A ACP contribuiu para a redução de oito variáveis para duas componentes, uma vez que, as duas primeiras explicavam alta porcentagem da variabilidade dos dados. Portando, geraram os gráficos multivariados propostos e concluíram que a ACP é fundamental ainda para diagnosticar no processo quais variáveis estão bem explicadas para o modelo de gráfico de controle desejado. Como também, ao comparar os resultados obtidos pelos gráficos, consideraram a ACP como uma alternativa viável para reduzir o número de variáveis analisadas, sem perda de informação. As citações apresentadas tiveram como foco apresentar métodos estatísticos para controle de processos multivariados. Foi possível observar que os mesmos são aplicados em diversas áreas do conhecimento e, em trabalhos bem atuais. 14 2.8. Software livre R versão 3.1.1 O software utilizado para o desenvolvimento deste trabalho foi o R versão 3.1.1. O mesmo está disponível para diversos sistemas operacionais. Além disso, é um software estatístico gratuito e fornece uma bagagem de ferramentas que proporcionam uma manipulação fácil e com grande eficiência. O R possui diversos pacotes, ou bibliotecas, que englobam diversas ferramentas específicas para cada função pretendida. Neste trabalho foram utilizadas as bibliotecas: qcc (Quality Control Charts) (SCRUCCA, 2014), MSQC (Multivariate Statistical Quality Control) (FERNANDEZ, 2014) e MVN (Multivariate Normality Tests) (KORKMAZ & WICHERNID, 2014). 2.9. Layout De acordo com Slack et al. (2002), o layout de um processo produtivo tem como preocupação a forma como os recursos de transformação estão posicionados. Como também, a forma em que os materiais e pessoas fluem em determinado local. Nesse sentido, o objetivo do estudo de layout é decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e mão de obra. De forma sucinta, os layouts mais comuns na literatura são: o posicional, por processo, por produtos e celular. No posicional o produto final não se movimenta, ficando o encargo aos operadores e máquinas, isto é, o recurso transformado não se move entre os recursos transformadores. No layout por processo o objetivo é unir todos os processos e materiais necessários num mesmo setor ou área. Além disso, devem-se juntar também os processos semelhantes num mesmo local de forma que o material trabalhado se desloque entre os diferentes processos. No layout por produtos todos os recursos transformadores e ainda a mão de obra são colocados de acordo com a sequência de operações sem caminhos alternativos. Isto é, o material percorre um caminho previamente determinado dentro do processo. Por fim, o layout celular consiste em coletar todos os recursos transformados necessários para determinada operação, os mesmos são pré-selecionados para se movimentarem para uma parte específica da operação denominada célula. A célula contém todos os recursos transformadores necessários para atender as necessidades imediatas de processamento (SLACK, et al. 2002). 15 2.10. Procedimento operacional padrão Segundo Carpinetti (2012) a padronização da execução de atividades para a fabricação de um produto é de suma importância para gerir a qualidade em uma empresa. Afinal, reduz a variabilidade dos resultados e do retrabalho e, por consequência, há um aumento da previsibilidade do processo. Além disso, facilita a comunicação e compreensão das atividades e procedimentos a serem realizados. Sendo assim, o método de padronização é uma boa base para treinamento dos funcionários que acarretarão em melhorias para a empresa. Para isso, deve-se criar e indicar um procedimento operacional padrão (POP). O POP é definido como um guia detalhado de todas as atividades a serem executadas em determinados momentos da operação ou serviço. O seu campo de atuação vai desde a área industrial à setores de saúde, como hospitais e clínicas. 2.11. Folha de verificação Segundo Montgomery (2009) a folha de verificação é uma das ferramentas da qualidade que facilita o resumo de todos os dados históricos disponíveis sobre os produtos fabricados. O resumo orientado pelo tempo é de extrema ajuda, uma vez que, se muitos defeitos ocorrem em determinada época (por exemplo, verão), uma possível causa é o uso de trabalhadores temporários durante um longo período de férias. É importante especificar claramente o tipo de dados a serem coletados, o número da operação, a data, o responsável, e quaisquer outras informações úteis ao diagnóstico da causa de um fraco desempenho. 16 3. Metodologia 3.1. A empresa A panificadora situada no interior de Minas Gerais teve seu início em 1980, quando o fundador construiu o seu primeiro empreendimento. Cinco anos mais tarde, os negócios já prosperavam e houve a necessidade de um aumento no número de funcionários, de quatro para oito, sendo todos membros da família. Daí para frente, a história encarregou-se de criar uma tradição que perdura até hoje, construída com muito empenho e dedicação. No início da década de 90, passou pela primeira grande melhoria na sua área de máquinas. Nessa época, já era a panificadora mais tradicional do município e passou a contar com máquinas melhores e com maior capacidade de produção. Em meados dos anos 90 com o avanço do ramo de panificação, houve uma nova mudança. Desta vez a reestruturação se deu no novo layout na parte de vendas, mudanças que transformaram o conceito de vender pão, aliando qualidade, tradição e um excelente atendimento ao público. As mudanças deram resultados tão bons, que a ideia de expansão foi sugerida. Entretanto, não foi adiante devido ao número de funcionários que eram em pequena quantidade e também, pouco conhecimento do proprietário, com relação a táticas de expansão e novas estratégias. Em meados de 2004, iniciou-se um novo processo de evolução que envolveu na mudança de proprietários, surgindo um novo sócio, um dos filhos, que em 2006 indicou mudanças no maquinário da produção, visando mais agilidade e um substancial aumento na qualidade de seus produtos. Além disso, o proprietário realizou cursos relacionados ao setor e propôs novos tipos de produtos para venda, principalmente na área de lanches, com o intuito de diversificar o ramo e fidelizar um maior número de clientes. No ano de 2011, faleceu o proprietário fundador, sendo assim, o filho se uniu à esposa para dar continuidade ao trabalho. Porém, ambos estavam com dificuldades em seguir em frente, devido à falta de experiência. Nesse sentido, investiram em novos cursos e sugeriram novos tipos de pães e bolos, diversificando a parte produtiva da empresa e proporcionando aos clientes novas opções. Em 2012, a parte de produção se consolidou, houve o crescimento da empresa e o número de funcionários passou de oito para doze, sendo que estes, não faziam mais parte da família. A empresa atende hoje, mais de 300 clientes por dia, e conta com os 12 17 funcionários. É uma empresa pequena, porém forte no bairro em que está localizada e que se destaca cada vez mais por sua variedade, atendimento impecável e qualidade em todos os seus produtos. 3.2. Processo produtivo da panificadora A panificadora tem dois principais tipos de produção de massas dividas em: massa de sal e massa doce. A massa de sal é utilizada para fabricar dois tipos de pães denominados: salários e médios, sendo que o médio deve consistir no dobro de massa do salário. Já a massa doce é realizada para fabricação de diversos produtos, denominados: pão de açúcar, creme, coco, cachorro quente, criolo, canoa, rosca e sovado. O que varia nesses pães, também são as concentrações de massas utilizadas para produzir cada um deles. A organização tem um histórico não satisfatório sobre a produção da massa de sal, isto é, os pães realizados com a massa de sal sofriam muita variação, o que consequentemente, variava na qualidade final. Isso era constatado pela verificação dos proprietários após o pão ir para as prateleiras para venda, ou também, reclamações de clientes dizendo que o pão estava com muita casca, sem consistência, seco e com formatos diferenciados. Além disso, algumas vezes, os padeiros não colocavam um dos principais ingredientes no momento da produção desta massa, o sal. Portanto, houve uma necessidade maior de intervir neste processo. Afinal, eram muitas as divergências, e ocorria a preocupação com os consumidores, que não estavam satisfeitos com a mercadoria. Por outro lado, a produção de massa doce não sofria tantos erros e as reclamações eram esporádicas. Nesse sentindo, objetivou-se, inicialmente, intervir no processo de produção da massa de sal. Segundo Costa, Epprecht e Carpinetti (2012), para um processo ser monitorado é necessário o conhecimento a fundo do mesmo, de forma criteriosa e minuciosa, antes mesmo de realizar a aplicação de ferramentas da qualidade. Isto é, antes de realizar o controle de qualidade, é necessária uma etapa de aprendizagem, e esta etapa é referente ao conhecimento dos fatores que afetam a(s) característica(s) da qualidade que se quer avaliar. É considerada como uma etapa difícil, entretanto, promove grandes melhorias. Nesse sentido, a primeira etapa consistiu em estudar o processo. Para isso, foi realizado um acompanhamento do processo de produção da massa de sal por uma semana nos horários de todos os quatro padeiros. Os mesmos trabalhavam em duplas em horários 18 fixos, ou seja, a dupla é sempre a mesma. Com isso, foi possível identificar e anotar as possíveis melhorias. Após o acompanhamento, foram listados os principais problemas e os objetivos pretendidos: Modificação do arranjo físico, com o objetivo de reduzir o tempo gasto e desenvolver um melhor aproveitamento do espaço de trabalho; Escrever um procedimento operacional padrão, para padronizar o processo de produção de massa, uma vez que, cada padeiro realiza o mesmo de forma distinta. Com isso, haverá uma igualdade para realizar o processo, de forma a reduzir a variabilidade do mesmo; Aplicar uma folha de verificação, para evitar esquecimento dos ingredientes e realizar o monitoramento do processo com gráficos de controle adequados; Treinamento dos padeiros, para o desenvolvimento das tarefas propostas; Aplicação do controle estatístico de qualidade, para o levantamento das variáveis e ferramentas mais adequadas para monitorar o processo. 3.3. Modificação do arranjo físico Diante dos possíveis layouts descritos na Seção 2.9 e com a real situação da panificadora, concluiu-se que o tipo de layout mais adequado era o do tipo de processo. Isso se justifica avaliando o objetivo imposto, que era agrupar os processos semelhantes. E indicar outros locais para os demais setores produtivos distintos. Para isto, os recursos mais próximos foram agrupados, de forma que as massas (tanto doce como a de sal) passassem entre os mesmos materiais, máquinas e equipamentos. Portanto, o layout proposto foi construído principalmente com base no fluxo da produção da massa de sal e na liberação de espaços para passagens de outros funcionários. É importante dizer que para a massa doce, o fluxo da produção é o mesmo da massa de sal. Com isso, o novo arranjo atende ambos os processos. Para a modificação do layout, foi feito na empresa o levantamento e a medição de todos os setores, maquinários e equipamentos na área de produção. Os setores eram divididos em: produção de pães em geral (padeiros), fabricação de bolos e doces (confeiteiro) e produção de salgados e lanches (salgadeira). Porém, essas áreas estavam misturadas no mesmo espaço, ou seja, cada um poderia estar em qualquer 19 lugar a qualquer instante. Não havia um espaço apropriado para cada. O que dificultava a movimentação, e os funcionários acabavam se atrapalhando (ver Anexo A.1). As máquinas, entre outros equipamentos, que faziam parte do espaço de trabalho eram: dois Fornos, Batedeira, Balde de Farinha, Modeladora, duas Mesas, Cortador, Máquina Parada, Cilindro, Pia, Bebedouro, Máquina para Massa de Salgados, Congelador, Fogão, Botijão de Gás, Prateleira, cinco Armários, Freezer, Batedeira Pequena, Armazenamento Farinha e dois Vestiários (ver Anexo A.1). Para a construção do novo layout, havia alguns requisitos do proprietário, sendo eles: existe uma máquina parada (misturadora antiga) e o cilindro de massas, e os mesmos estavam chumbados no chão, não existindo a possibilidade de retirada. O espaço exclusivo para o confeiteiro deveria estar ao lado direito, devido ao encanamento para construção de um novo lavatório. Outro aspecto importante era tomar cuidado com os locais que haviam ou não, tomadas de energia para o funcionamento das máquinas. Os fornos também não poderiam sair dos locais onde estavam, pois iria demandar muitos gastos, e já estavam no local estratégico. Com algumas restrições levantadas, foi feito um estudo e foi possível modificar o espaço de forma a contribuir positivamente para o processo. 3.4. POP da produção do pão de sal Após reestruturar o arranjo e a movimentação do processo produtivo em questão, foi construído o POP. Como não havia uma padronização para todos os padeiros, foi desenvolvido então, a descrição do processo de forma detalhada. Indicando as concentrações ideais para cada ingrediente utilizado. O foco principal deste POP foi a implantação do sistema de pré-pesagem, que consiste na pesagem de todo os ingredientes a serem utilizados antes de iniciar a produção. Este método facilita e evita erros no processo. Este procedimento foi denominado como POP 01, uma vez que foi o primeiro a ser criado na empresa. Após discussões e a revisão pelos proprietários, o POP 01 foi apresentando aos padeiros em forma de treinamento expositivo. O intuito do treinamento foi explicar para os padeiros a importância de seguir os passos apresentados, pois houve resistência dos funcionários em aceitar seguir uma ordem. Isso porque os padeiros já tinham desenvolvido o próprio método de trabalho, então, modificar algo que já estava consolidado foi bem complexo, ainda mais que existe um padeiro com quinze anos de casa, o que foi considerado um obstáculo. Entretanto, mesmo com os empecilhos, foi 20 possível aplicar o POP 01. Foram realizados quatro treinamentos de forma dinâmica, o que acarretou no sucesso da implementação. O POP 01 está representado no Anexo A.3. Como também, vale ressaltar que, o Anexo A.2 representa de forma resumida o fluxo da produção da massa de sal detalhada no POP 01. 3.5. Construção da folha de verificação e obtenção dos dados A folha de verificação está representada no Anexo A.4 e foi baseada em coletar informações sobre os ingredientes utilizados, o número de pães produzidos e os possíveis defeitos que poderiam ocorrer. É necessário mencionar que, os proprietários não sabiam o número de pães produzidos, portanto esta informação era de suma importância para ser coletada. Para definir quem iria ficar responsável por preencher a folha, como os padeiros trabalham em dupla, em cada semana um deles ficou responsável por preencher a folha. Então, foi repassado a todos os padeiros o treinamento de como preencher a folha de forma adequada. A folha foi aplicada durante o mês de Fevereiro de 2014, do dia primeiro ao dia 28 (ver Anexo A.5). Portanto, foram coletadas 28 amostras, sendo três na parte da manhã e duas na parte da tarde (tamanho amostral foi igual a cinco). A empresa produz todos os dias da semana, mesmo em finais de semana e feriados. 21 4. Resultados e discussão Para observar as melhorias, os Anexos A.1 e A.2 apresentam o layout antes e depois da modificação, respectivamente. No Anexo A.1, não havia espaços adequados para movimentação dos funcionários. As atendentes estavam insatisfeitas com esta situação, pois para pegar o pão do armário para levar para as prateleiras, causava um desconforto com outros funcionários, e até mesmo conflitos entre eles. Não havia um fluxo da produção de massas plausível (ver setas vermelhas no Anexo A.1), pois os padeiros atravessavam a área de produção da padaria, na horizontal, utilizando um espaço desnecessário. Além disso, não tinha uma sequência ideal a ser seguida, ou seja, gastavam muito tempo devido a dispersão inadequada do maquinário e por consequência da movimentação incorreta. A salgadeira não tinha um espaço exclusivo, ficava sempre com a mesa restante, ou esperava sobrar um espaço para realizar seu trabalho. O confeiteiro também não tinha seu próprio espaço, seus materiais para confeitaria ficavam abaixo da Mesa 3, e esta mesa era também o local dos padeiros fazerem a massa, então, sempre ocorriam incômodos entre si para pegar seus respectivos materiais. Analisando o Anexo A.2, que representa o novo layout, foi possível identificar os setores construídos para todos os funcionários, e determinar materiais e locais adequados para cada um, não havendo problemas de espera para produzir. O novo fluxo de produção da massa de sal foi indicado (ver setas azuis) e, com isso, um melhor espaço para movimentação dos demais funcionários foi liberado. Foi indicada a construção de uma bancada em cima do misturador inutilizado (ver Figura 4), de forma a facilitar aos padeiros com um local exclusivo para pesar a receita, entre outras tarefas. É importante mencionar que, o tempo de produção era de uma hora e meia para produzir três receitas de massa de sal. Com o novo arranjo, o tempo caiu aproximadamente em 33%, passou a ser uma hora. Desta forma, os funcionários podem produzir mais e com maior conforto. O POP guiou os padeiros a seguirem sempre um mesmo procedimento na produção do pão de sal e, com os dados coletados na folha de verificação foi possível acompanhar o processo. 22 Figura 2. Bancada construída após a indicação do novo layout. Fonte: Disponibilizado pelos proprietários da panificadora. As características de estudo foram: farinha, açúcar e reforçador. A escolha dessas características foi baseada na influência de cada um deles na qualidade final do pão de sal. Segundo os proprietários, concentrações indevidas adicionadas na receita, destas características, causam grandes variações, de modo a deixar o pão duro, com muita casca, seco e deformado. Com o intuito de avaliar a influência da quantidade e custo dos ingredientes que são utilizados na produção do pão de sal, foram construídas as Figuras 2 e 3. Figura 3. Gráfico de Pareto das concentrações dos ingredientes para produção de massa de sal. Fonte: Dados obtidos da panificadora. 23 Figura 4. Gráfico de Pareto dos custos dos ingredientes para produção da massa de sal. Fonte: Dados obtidos da panificadora. Analisando as Figuras 2 e 3, percebe-se que a Farinha se destaca com relação aos demais ingredientes, uma vez que tem concentrações maiores de adição na massa. E também, gera o maior custo para a produção. Portanto, o monitoramento da farinha é essencial para a empresa. O sal fica como o segundo com maior concentração, entretanto, é o último com relação ao custo, não sendo uma forte variável para análise. O açúcar fica em terceiro para altas concentrações de adição, e em penúltimo para os custos, contudo, o proprietário diz que muita variação na concentração de açúcar pode causar grande impacto negativo na massa ao final da produção, uma vez que a massa é de sal e o açúcar é apenas para neutralizar o gosto da massa final. Sendo assim, foi uma característica considerada de grande valia para ser monitorada. O reforçador se destaca após o açúcar para maiores adições de seu percentual na massa, e é o terceiro com maior custo para a empresa. Além disso, foi considerada, pelos proprietários, como uma característica crucial para a qualidade final da massa. As concentrações de fermento variam de acordo com o clima (ver Anexo 3, POP 01), portanto, além de ter baixas concentrações e baixo custo, não é eficaz monitorar o mesmo, pois cada massa tem uma concentração específica de fermento devido as condições climáticas que estão sendo produzidas no determinado momento. É valido mencionar que, o gráfico de Pareto foi construído baseado em uma estimação por média de concentrações de fermento utilizadas ao longo do mês. O emulsant, por mais que seja o segundo mais custoso, não tem tantas concentrações de adição na massa, não impactando tanto na qualidade final. 24 Após as considerações mencionadas, as variáveis selecionadas para o monitoramento foram: farinha, açúcar e reforçador. A receita padrão consiste em utilizar 15000g de farinha, 150g de reforçador e 180g de açúcar, sendo estes os valores alvos. Como houve três características da qualidade a serem monitoradas, dentre as ferramentas da literatura, podem-se destacar os gráficos de controle multivariados, para controlar o processo de forma simultânea reduzindo o número de informações a serem estudadas. Após o levantamento das variáveis, foi proposto o ferramental (gráficos de controle multivariados e a análise das componentes principais) para ser aplicado aos dados coletados. Foram utilizadas 28 amostras de tamanho cinco, coletadas no mês de Fevereiro de 2014. Para iniciar a aplicação dos gráficos de controle multivariados é necessários verificar a suposição de alguns requisitos, sendo: a correlação entre as variáveis, a ausência de autocorrelação e a suposição de normalidade multivariada. 4.1. Análise Multivariada Antes de iniciar a discussão da análise multivariada, é importante ressaltar que os resultados obtidos de todas as ferramentas propostas foram calculados pelo software livre R 3.1.1. Portanto, os algoritmos computacionais desenvolvidos para gerar os resultados no software estão de forma detalha no Anexo A.6. Os resultados obtidos para o teste da correlação das variáveis duas a duas, utilizando o software R 3.1.1, foram: Farinha e Açúcar (r = 0,6215 e p-valor < 0,05), Farinha e Reforçador (r = 0,6837 e p-valor < 0,05) e Reforçador e Açúcar (r = 0,7067 e pvalor < 0,05). Como o p-valor foi menor do que 0,05 em todas as comparações das variáveis, pode-se garantir que as correlações entre as variáveis eram significativas. Além disso, por meio dos valores das correlações amostrais (r) percebe-se que as variáveis têm forte correlação linear positiva. Portanto, o próximo passo foi verificar se as mesmas eram autocorrelacionadas por meio dos correlogramas com um nível de significância de 5% e k = 140/4 = 35 (ver Figuras 5, 6 e 7). 25 Figura 5. Correlograma para Farinha. Figura 6. Correlograma para Açúcar. 26 Figura 7. Correlograma para Reforçador. Verificando as Figuras 5, 6 e 7 é possível identificar a ausência de autocorrelação dos dados, pois as autocorrelações amostrais não ultrapassaram os limites dos intervalos de confiança. Para verificar a suposição de normalidade multivariada dos dados, foi utilizado o teste de hipóteses multivariado de Royston. Os resultados obtidos por meio do software R foram: H = 2,8562 e p-valor = 0,3953. Portanto, como o p-valor calculado foi maior do que o nível de significância adotado (0,05), o teste indicou que os dados possuem distribuição normal multivariada. Após verificar todas as suposições necessárias foram aplicados os gráficos de controle multivariados |S| e T² de Hotelling. Figura 8. Gráfico |S| para Farinha, Açúcar e Reforçador. 27 Figura 9. Gráfico T² de Hotelling para Farinha, Açúcar e Reforçador. O gráfico |S| representado pela Figura 8 está sob controle. Porém, com o nível de significância igual a 0,05, o gráfico T² de Hotelling (ver Figura 9) apresenta duas amostras fora do limite superior de controle (8 e 25), indicando a presença de causas especiais intervindo no processo de forma negativa. Com isso, o próximo passo foi descobrir qual característica da qualidade estava intervindo no processo utilizando duas ferramentas: a decomposição da estatística T² e a Análise das Componentes Principais (ACP). A decomposição da estatística T² é representada na Tabela 1. Observando os valores de di, como recomenda a literatura, foi constatado que o problema era com relação à característica Farinha, pois é neste fator que o valor de di é maior. Tabela 1. Decomposição da estatística T² de Hotelling para as amostras 08 e 25. Amostra 08 di Amostra 25 di Farinha 27,1824 Farinha 12,2202 Açúcar 4,9658 Açúcar 6,5373 Reforçador 23,1432 Reforçador 7,4441 Fonte. Resultados obtidos da decomposição das amostras 08 e 25. Com o intuito de reforçar essa análise e identificar qual variável realmente estava afetando o processo, foi realizada a ACP. Os resultados obtidos estão representados pelas Tabelas 2 e 3. 28 Tabela 2. Explicação da variabilidade dos dados. ACP 1 ACP 2 ACP 3 1,5304 0,6166 0,5271 Desvio Padrão Proporção da Variância 0,7807 0,1267 0,0926 Proporção Acumulada 0,7807 0,9074 1,0000 Fonte. Resultados obtidos a partir do software R. Tabela 3. Autovetores das componentes e variáveis. Autovetores ACP 1 ACP 2 ACP 3 Farinha 0,567 0,758 -0,323 Açúcar 0,574 -0,644 -0,506 Reforçador 0,591 -0,101 0,800 Fonte. Resultados obtidos a partir do software R. Analisando a Tabela 2 a primeira componente (CP1) explica 78,07% da variabilidade dos dados. A segunda (CP2) representa 12,67% e a terceira (CP3) 9,26%. Uma regra de decisão é separar as componentes que explicam a maior variabilidade de forma conjunta, neste caso a CP1 e CP2 (explicam 90,74% da variação), e estudar os coeficientes das mesmas. Para CP1, analisando a Tabela 3, todos os coeficientes não estão com os valores próximos de 1, indicando que não há contribuição das três características. Analisando os da CP2, é possível identificar que a primeira (Farinha) e a segunda (Açúcar) características têm os coeficientes próximos de 1 e -1, respectivamente. Concluindo então que, a primeira variável e a segunda se destacam no descontrole do processo com relação à variação do mesmo. Como apresentado por Souza e Rigão (2005), quando as variáveis são fortemente correlacionadas, há uma alternativa de análise das componentes. Esta alternativa consiste em plotar os escores de todas as componentes variando com relação ao tempo. Neste trabalho foi utilizado o gráfico da média para monitorar os escores. E a regra de decisão foi: quando um gráfico apresentar o descontrole estatístico de uma componente, deve-se averiguar, por meio do valor dos coeficientes, a variável que mais contribui com o descontrole apresentado pela respectiva componente. Portanto, os escores foram identificados e os gráficos de controle da média foram gerados para os mesmos (ver 29 Figuras 10, 11 e 12). Figura 10. Gráfico da média para os escores da CP1. Figura 11. Gráfico da média para os escores da CP2. 30 Figura 12. Gráfico da média para os escores da CP3. Analisando as Figuras 10, 11 e 12 conjuntamente, foi possível identificar o descontrole do processo na Figura 11, que representa a CP2. Os pontos que saíram do limite inferior de controle no gráfico foram com relação as amostras 08 e 25, as mesmas identificadas pelo gráfico T² de Hotelling (ver Figura 9). Nesse sentido, foram observados os valores dos coeficientes (autovetores) apenas da CP2. Que indicam a contribuição negativa da Farinha e do Açúcar (ver Tabela 3) estão mais próximas de 1 e -1, respectivamente. Os métodos utilizados para identificar qual variável causou o descontrole apresentaram em comum a característica Farinha. Sendo assim, a característica Farinha foi considerada como a diretriz primária para análise do processo. Uma investigação foi realizada na empresa, e pôde ser constatado que no dia 08/02 (amostra 8), o recipiente de plástico utilizado para pegar a farinha quebrou, e isso prejudicou o serviço do funcionário que utilizou outro recipiente que não era adequado para este processo, isto é, era maior do que o quebrado. Além disso, o próprio funcionário confessou que neste dia, acabou adicionando concentrações de farinha de forma inadequada, afinal, a balança sempre indicava concentrações diferentes do ideal (15000g), mas não pensou que isso poderia impactar o processo de forma negativa e não se preocupou. É importante dizer que, o recipiente de coleta de farinha que quebrou era do tamanho adequado para o padeiro enchê-lo por apenas três vezes, e posteriormente apenas conferir na balança, que de forma geral, apresentava valores mais próximos do valor alvo. No entanto, com o outro recipiente, houve uma modificação da técnica de pesagem da 31 farinha, fazendo com que o padeiro confundisse o método anterior utilizado com a realidade improvisada. Já no dia 25/02 (amostra 25) a entrega da farinha atrasou. Segundo os proprietários da empresa, a entrega era para ser feita no dia 24/02 às 17:00 horas. Contudo, a farinha só chegou no dia 25/02 na parte da manhã, por volta das 10h30min. Isso acarretou em um atraso no processo, porque os funcionários precisaram produzir o pão e receber o estoque de farinha, simultaneamente. O que causou desatenção e prejudicou a produção neste dia. Pôde-se concluir que a variável Farinha foi responsável pelo total descontrole do processo, uma vez que não foi detectada nenhuma causa especial que indicava alguma contribuição negativa da variável Açúcar. Desta forma, os métodos utilizados para descobrir qual variável causava descontrole no gráfico T² de Hotelling contribuíram de forma notável e excelente, indicando pontos chaves para melhorias. Após encontrar as causas especiais, foi necessário averiguar se o processo estava sob controle com a remoção das amostras que indicaram o descontrole. Então, o gráfico |S| e T² de Hotelling foram gerados novamente, contudo, retirando as amostras 8 e 25 (ver Figuras 13 e 14). Figura 13. Gráfico |S| para Farinha, Açúcar e Reforçador sem as amostras 8 e 25. 32 Figura 14. Gráfico T² de Hotelling para Farinha, Açúcar e Reforçador sem as amostras 8 e 25. Os gráficos apresentados pelas Figuras 14 e 15 indicam que o processo de massa de pão de sal, avaliando as características Farinha, Açúcar e Reforçador, estava sob controle estatístico quando retirado as amostras 08 e 25. Portanto, não houve necessidades de intervir para descobrir novas causas especiais. O vetor de médias após o controle foi igual a , onde a primeira característica corresponde à farinha, a segunda corresponde ao açúcar e a terceira ao reforçador. A matriz de variâncias e covariâncias é equivalente a . Analisando os valores do vetor de médias e da matriz de variâncias e covariâncias é possível concluir que ainda pode haver melhorias no processo. Sendo assim, a empresa deve coletar novos dados e refazer a fase 1 do processo de massa de sal, com intuito de obter um vetor de médias mais próximo possível dos valores estipulados pela empresa (15000 g, 180 g e 150 g, respectivamente) e uma matriz de variâncias e covariâncias, que apresentasse uma diagonal com valores mais próximos de zero, indicando uma mínima variação dos dados, para a realização do monitoramento futuro. 33 5. Conclusões O trabalho proposto teve grande impacto, afinal possibilitou à empresa uma técnica mais robusta para o controle de qualidade de um de seus principais processos. Além disso, proporcionou um layout mais propício para a sua realidade. A criação da folha de verificação e de um procedimento operacional padrão foi excepcional para um melhor desenvolvimento do trabalho e acompanhamento do processo. Aplicando as ferramentas multivariadas, foi possível detectar dois pontos fora do limite superior de controle e consequentemente, descobrir e corrigir os problemas encontrados. É importante ressaltar que, o trabalho contou com o auxílio de ferramentas estatísticas de custo zero, como também, com um software estatístico livre, o que não gerou para a empresa custos fora do orçamento com aquisição de softwares. É necessário ressaltar que a panificadora tem dificuldades com a mão de obra utilizada, pois os mesmos não têm o ensino fundamental completo, e por consequência, foi o que dificultou muito a aplicação da folha de verificação para a coleta de dados. E, além disso, foi possível perceber que essa falta de instrução permitiu muitos erros durante a execução do processo produtivo, pois os padeiros têm dificuldade em utilizar a balança. O que possivelmente acarretou em falhas na adição das concentrações da receita. Durante a presença de outra pessoa averiguando o processo, além dos padeiros, a qualidade da massa foi melhorada. Isso se justifica pelo fato dos padeiros não terem um horário fixo a ser cumprido, porque o proprietário os libera do serviço logo no encerramento da produção, isto é, assim que acabar de produzir o que é determinado naquele dia, pode ir embora. O que fica claro de enxergar que o processo é feito sem o cumprimento por completo do POP01 elaborado, uma vez que o processo é realizado de forma muito ágil e sem cuidado. Entretanto, com alguém observando, os padeiros trabalham da forma adequada e no tempo total máximo de trabalho. Nesse sentido, foi proposto que os padeiros tenham um horário fixo, não sendo dispensados quando terminar a produção e sim no horário estipulado. 34 Referências Bibliográficas ALENCAR, J. R. B.; LOPES, C. E.; SOUZA Jr, M. B. Controle Estatístico de Processo Multivariado: aplicação ao monitoramento da produção de comprimidos de captopril. 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Armário 5 para armazenamento de pães sem assar 38 Anexo A.2- Layout novo Fim Início 39 Legenda do Layout novo 1. Forno 1 2. Forno 2 3. Área do Confeiteiro 4. Batedeira 5. Balde de Farinha 6. Modeladora 7. Mesa 1 8. Cortador 9. Bancada em cima da Máquina Parada 10. Cilindro 11. Mesa 2 - Salgadeira 12. Pia 13. Bebedouro 14. Máquina Massa de Salgados 15. Congelador 16. Fogão 17. Botijão de Gás 18. Prateleira Produtos da Casa 19. Armários para Utensílios 20. Freezer 21. Batedeira Pequena 22. Armário 1 de pães assados 23. Armário 2 de pães assados 24. Armazenamento Farinha 25. Vestiário 26. Vestiário 27. Armário 3 para armazenamento de pães sem assar 28. Armário 4 para armazenamento de pães sem assar 29. Armário 5 para armazenamento de pães sem assar 40 Anexo A.3- Procedimento operacional padrão 01 (POP 01): Processo de produção da massa do pão de sal Objetivo: padronizar o processo de produção da massa do pão de sal, para garantir a qualidade do produto final. A3.1 Materiais utilizados Tabela A3.1.1 Ingredientes e concentrações para uma receita. Ingredientes Concentrações Farinha 15000g Reforçador 150g Sal 225g Açúcar 180g Água gelada 8,225L Fermento Variável (ver Legenda) “Emulsant” 90ml Legenda para a concentração de fermento de acordo com estação do ano/clima: Inverno: dias frios (variação de temperatura: menor que 15°C) 120g Outono/Primavera: dias frescos (variação de temperatura: 16 à 20°C) 90g Verão: dias quentes (variação de temperatura: maior que 21°C) 80g Tabela A3.1.2 Produção total estimada para uma receita. Tipo de pão Quantidade estimada Médio 125 unidades Salário 504 unidades A Tabela A3.1.2 apresenta os valores alvos das quantidades de pães que devem ser produzidos com base nos ingredientes e concentrações, de uma receita, definidos na Tabela A3.1.1. 41 A3.2 Responsáveis e Atividades Tabela A3.2.1 Funções e Responsáveis. Responsável Atividades Operador 1 Pesagem 1 Operadores 1 e 2 Mistura Operadores 1 e 2 Alisamento Operadores 1 e 2 Corte 1 Operadores 1 e 2 Pesagem 2 Operador 2 Corte 2 Operadores 1 e 2 Modelagem Operador 1 Armazenamento A3.3 Desenvolvimento O processo de produção da massa do pão de sal consiste em realizar um total de três massas de forma única, isto é, três receitas em um mesmo processo. Nesta seção será realizado um detalhamento de todo o passo-a-passo ideal para o desenvolvimento das três receitas simultaneamente. A3.3.1. Fazer a massa: Pesagem 1 e Mistura Para dar inicio à produção, ocorre a pesagem das três massas a serem realizadas na mesa 1. O Operador 1 deve pegar três bacias e colocar 15000g de farinha em cada uma delas. Depois, é necessário pesar e colocar, juntamente com a farinha nas respectivas bacias: 150g de reforçador, 225g de sal e 180g de açúcar. Em seguida, é pesada a quantidade de “emulsant” em outro recipiente, e adicionada a concentração de água total no mesmo. Sendo assim, siga os passos: Pegar o recipiente adequado Colocar 90ml de “emulsant” Tarar a balança Colocar os 8,225L de água gelada misturando-a com o “emulsant”. Pese as concentrações de fermento, de acordo com o a Tabela A.3.1.1, para as três receitas e deixe-os em seus respectivos recipientes. Após seguir o procedimento acima, todos os ingredientes da primeira bacia, das três existentes (apenas uma receita), são colocados na Batedeira (Máquina 1), como também, é adicionada a água gelada com o “emulsant”. Por fim, a receita é misturada por 7 minutos (enquanto a massa bate, nesse instante, deve ser feito a pesagem da 42 concentração de “emulsant” com a água gelada a ser colocada na segunda massa que será produzida posteriormente). Após os 7 minutos, a máquina é desligada, a concentração de fermento é adicionada na mistura na máquina, e por fim, a massa continua batendo por mais 5 minutos. Tempo total gasto para bater a massa = 12 minutos. A3.3.2. Alisamento da massa Após os 12 minutos, nesta etapa, o Operador 2 irá pegar a massa pronta que está na batedeira (Máquina 1), dividi-la em duas partes iguais e levar uma delas para o Cilindro (Máquina 2). Liga-se a máquina e a primeira parte da massa é passada no cilindro por 30 vezes, para garantir que a massa fique lisa e adequada para a próxima etapa. A outra parte da massa também passará pelo cilindro, entretanto, em outro momento da produção que será indicado na próxima seção. A3.3.3 Corte 1 e Pesagem 2 (porções da massa) Nesta seção, o Operador 2, após alisar a massa no Cilindro, leva a mesma para a mesa 1 untada com óleo (aproximadamente 4 fios de óleo). A massa deve ser colocada de forma que complete todo o comprimento disponível da mesa. Enquanto isso, o Operador 1 irá realizar o processo de Alisamento (A3.3.2) para a outra metade da massa. Após distribuir a massa uniformemente sobre a mesa 1, o Operador 2 deve dividila em “quadrados”, sendo que, cada um deve pesar 1,9kg (o ideal é que esta metade da massa alisada seja dividida em 7 porções em forma de quadrados com 1,9kg). Após pesar as porções com 1,9kg, as mesmas são levadas para próximo ao Cortador (Máquina 3). Cabe ressaltar que a etapa de pesagem deve ser feita com cautela, ou seja, as porções devem ficar o mais próximo de 1,9 kg para garantir a qualidade final do pão e evitar a variabilidade do processo. E caso sobrar mais de 1kg de massa, nesta etapa, separar e colocar para misturar com a segunda massa a ser produzida. A3.3.4 Corte 2 Esta etapa consiste no corte dos pães, ou seja, o Operador 2 deve colocar as porções das massas de 1,9kg, uma por vez, no Cortador (Máquina 3) já untado com o óleo. A massa deve ser distribuída de forma uniforme. Em seguida, a tampa deve ser 43 fechada e a alavanca abaixada por duas vezes. Destampe a máquina e retire a massa moldada. “Dobre” ao meio e coloque-a na mesa 1. Enquanto ocorre o processo de Corte 2 (A3.3.4.), o Operador 1 deve estar realizando o Processo de Corte 1 e Pesagem 2 das porções das massas (A3.3.3) com a outra metade da massa 1 que já passou pelo Cilindro (A3.3.2). Assim que essa etapa do processo for finalizada, o Operador 1 deve passar as porções da massa de 1,9kg para o Operador 2, para que o mesmo já realize o processo de Corte 2 (A3.3.4). Enquanto o Operador 2 está realizando o processo A3.3.4, para a segunda parte da massa 1, o Operador 1 coloca uma nova massa na Batedeira (massa 2) para ser produzida. A3.3.5. Modelagem e Armazenagem Após o processo de Corte 2, é realizado a Modelagem dos pães. Esta etapa define quais pães serão fabricados (pão médio e salário). O processo consiste na fabricação inicial de pães médios. Então, o Operador 2 separa a quantidade adequada, de acordo com o corte anterior, e rola esse pedaço com o sentido de deixá-lo em forma de um cilindro (este processo pode ser realizado com dois pedaços de uma vez). Após, deve colocar as duas quantidades na Modeladora (Máquina 4) de forma alternada. Enquanto isso, o Operador 1 recebe as porções moldadas do outro lado da máquina, faz o processo de rolar as porções para que fiquem como um cilindro novamente, e as coloca nas grades seguindo uma sequencia, sendo que em cada fileira deve conter 5 moldes de massa, correspondentes à 5 pães médios. Deve ser feito aproximadamente cinco grades com 25 pães médios em cada. Depois de concluir o processo para o pão médio, deve ser realizado o processo para o pão salário. O procedimento é basicamente o mesmo, entretanto, a porção que o Operador 2 deve separar deve ser dividida ao meio, para que seja produzido o pão salário. Posteriormente, segue os mesmos passos do pão médio. Em cada fileira das grades deve conter 7 porções finais, representando 7 pães salários. Deve ser feito aproximadamente 12 grades com 42 pães salários em cada. O Operador 1, à medida que for terminando de completar as grades, deve colocálas nos armários apropriados para armazenar os pães. Ao término do pão médio, o Operador 2 deve colocar a concentração de fermento na segunda massa (receita) que está sendo misturada (ATENÇÃO! A massa, inicialmente, deve ser misturada por 7 minutos, então, talvez seja necessário interromper 44 um pouco o processo de modelagem do pão médio para inserir o fermento na massa), enquanto isso, o Operador 1 deve finalizar suas atividades, uma vez que demanda mais tempo. A3.3.6. Finalização do processo O Operador 2 deve ficar atento à massa 2 que está sendo produzida. Então, como o processo do Operador 1 na etapa anterior é mais demorada, o Operador 2, ao passar o tempo estipulado (mais 5 minutos após colocar o fermento) para a mistura da massa, será responsável por desligar a Batedeira (Máquina 1). E após ambos finalizarem a Etapa de Modelagem e Armazenamento (A3.3.5.), o processo será repetido para a massa 2 a partir da seção A3.3.2., e ao decorrer do mesmo, será produzido a massa 3. A3.4. Fluxo da Produção Ilustrado 45 Anexo A.4 – Folha de Verificação para Massa de Sal 46 Anexo A.5 – Dados obtidos no mês de Fevereiro de 2014 01/02/2014 Farinha (g) 14986 Açúcar (g) 179,948 Reforçador (g) 149,617 09/02/2014 Farinha (g) 15008 Açúcar (g) 180,312 Reforçador (g) 149,403 01/02/2014 14994 178,972 149,987 09/02/2014 15001 179,516 150,734 01/02/2014 15011 01/02/2014 14987 180,999 150,463 09/02/2014 15001 179,462 149,241 178,67 148,486 09/02/2014 15001 180,232 150,313 01/02/2014 15016 181,698 151,809 09/02/2014 14998 179,562 150,386 02/02/2014 15033 182,111 152,061 10/02/2014 15009 181,364 151,558 02/02/2014 14987 178,57 149,754 10/02/2014 15002 180,188 150,154 02/02/2014 15004 180,852 150,236 10/02/2014 14985 180,085 151,137 02/02/2014 15008 180,482 150,888 10/02/2014 15006 182,36 150,487 02/02/2014 15009 180,389 151,572 10/02/2014 15006 180,34 150,181 03/02/2014 15020 182,037 152,037 11/02/2014 15000 179,072 150,266 03/02/2014 14985 178,948 148,729 11/02/2014 14991 179,56 149,384 03/02/2014 15002 179,134 149,601 11/02/2014 15001 178,979 149,325 03/02/2014 15008 181,08 149,287 11/02/2014 15012 181,168 151,612 03/02/2014 14993 178,304 149,369 11/02/2014 14973 178,066 148,607 04/02/2014 15007 180,265 150,612 12/02/2014 14974 178,049 147,652 04/02/2014 14997 179,488 149,614 12/02/2014 14998 179,99 150,212 04/02/2014 15008 182,242 150,804 12/02/2014 14987 179,271 149,27 04/02/2014 15000 180,35 150,148 12/02/2014 15008 182,138 151,065 04/02/2014 14996 179,822 150,203 12/02/2014 14999 180,122 149,508 05/02/2014 15015 181,106 150,75 13/02/2014 14999 177,433 149,134 05/02/2014 14999 179,588 148,732 13/02/2014 14990 179,14 149,23 05/02/2014 14988 178,642 148,707 13/02/2014 15002 180,188 151,585 05/02/2014 14991 178,603 149,714 13/02/2014 15011 181,139 151,059 05/02/2014 15002 180,991 150,902 13/02/2014 15000 179,775 149,621 06/02/2014 15002 178,748 150,549 14/02/2014 15022 181,47 151,65 06/02/2014 15002 179,774 150,171 14/02/2014 14994 179,642 149,885 06/02/2014 15002 180,058 150,698 14/02/2014 14999 181,061 149,297 06/02/2014 14986 181,164 149,619 14/02/2014 14977 177,251 148,049 06/02/2014 14984 179,615 148,964 14/02/2014 14996 178,934 149,816 07/02/2014 14998 179,67 149,598 15/02/2014 14995 178,971 149,486 07/02/2014 14984 179,058 148,793 15/02/2014 14994 179,588 149,77 07/02/2014 14999 181,835 152,077 15/02/2014 14990 181,155 149,78 07/02/2014 14995 179,76 150,092 15/02/2014 14999 179,933 150,619 07/02/2014 15006 179,986 151,031 15/02/2014 14995 179,254 150,026 08/02/2014 15005 180,903 152,7 16/02/2014 14991 178,886 149,411 08/02/2014 14996 181,881 151,002 16/02/2014 14994 180,765 150,322 08/02/2014 14967 180,9 150,065 16/02/2014 14988 179,132 148,991 08/02/2014 15000 179,981 150,15 16/02/2014 14992 181,908 151,345 08/02/2014 14996 181,5 152,6 16/02/2014 15008 181,105 151,012 Data Data 47 17/02/2014 Farinha (g) 14997 Açúcar (g) 179,823 Reforçador (g) 149,564 23/02/2014 Farinha (g) 15017 Açúcar (g) 181,566 Reforçador (g) 152,15 17/02/2014 14995 17/02/2014 14997 180,376 179,374 149,49 23/02/2014 14997 179,592 150,712 149,026 23/02/2014 15000 180,853 150,063 17/02/2014 15011 180,276 150,726 23/02/2014 15004 179,336 150,144 17/02/2014 14996 179,261 150,114 23/02/2014 15012 180,585 151,268 18/02/2014 18/02/2014 14987 178,987 148,913 24/02/2014 15003 181,211 150,853 14988 178,779 149,671 24/02/2014 14999 179,048 149,593 18/02/2014 15010 180,667 151,15 24/02/2014 15016 181,527 151,241 18/02/2014 14985 178,448 149,201 24/02/2014 14982 179,842 149,418 18/02/2014 15000 178,513 149,456 24/02/2014 15019 179,808 152,644 19/02/2014 15020 180,218 151,095 25/02/2014 14985 180,176 151,356 19/02/2014 14984 178,932 148,725 25/02/2014 15011 181,632 151,782 19/02/2014 14993 179,253 149,882 25/02/2014 15027 183,009 151,892 19/02/2014 14981 179,043 148,743 25/02/2014 14990 181,811 150,003 19/02/2014 14997 179,466 149,908 25/02/2014 14984 180,385 151,4 20/02/2014 15001 180,477 149,91 26/02/2014 14994 179,991 150,146 20/02/2014 15008 180,737 151,231 26/02/2014 15004 180,626 150,032 20/02/2014 15004 180,578 149,406 26/02/2014 15006 180,383 151,157 20/02/2014 14977 179,347 148,948 26/02/2014 15019 182,614 150,98 20/02/2014 15001 178,996 150,422 26/02/2014 14998 179,434 149,503 21/02/2014 15011 180,435 150,683 27/02/2014 15006 180,841 151,346 21/02/2014 15003 180,826 150,813 27/02/2014 14995 178,878 148,632 21/02/2014 14998 179,991 149,136 27/02/2014 14997 179,046 149,074 21/02/2014 15001 180,963 148,977 27/02/2014 15013 182,401 150,946 21/02/2014 14998 179,279 150,798 27/02/2014 15007 180,859 150,744 22/02/2014 15010 179,619 150,376 28/02/2014 15002 181,087 150,752 22/02/2014 14986 179,186 149,149 28/02/2014 14981 177,62 148,596 22/02/2014 14989 178,506 149,127 28/02/2014 15018 181,016 151,518 22/02/2014 14995 179,29 149,066 28/02/2014 14987 178,99 148,961 22/02/2014 15001 179,201 149,217 28/02/2014 15011 181,02 Fonte. Dados obtidos do processo produtivo da panificadora em estudo. Data Data 48 150,895 Anexo A.6 – Programa Computacional #Gráfico de Pareto require(qcc) Custos=c(4872,80.64,35.28,20.03,176.15,167.16) names(Custos)=c("Farinha","Fermento","Açúcar","Sal","Emulsante","Reforçador") pareto.chart(Custos,ylab="Custos",main="Custos dos Ingredientes") Quantidades=c(2100,12.6,25.2,31.5,12.6,21) names(Quantidades)=c("Farinha","Fermento","Açúcar","Sal","Emulsante","Reforçador") pareto.chart(Quantidades,ylab="Concentrações",main="Quantidades dos Ingredientes") #Dados separados em sequencia, para correlogramas e ACP Farinha1=c(14986,14994,15011,14987,15016,15033,14987,15004,15008,15009,15020,14985,15002,15008, 14993,15007,14997,15008,15000,14996,15015,14999,14988,14991,15002,15002,15002,15002,14986,1498 4,14998,14984,14999,14995,15006,15005,14996,14967,15000,14996,15008,15001,15001,15001,14998,150 09,15002,14985,15006,15006,15000,14991,15001,15012,14973,14974,14998,14987,15008,14999,14999,14 990,15002,15011,15000,15022,14994,14999,14977,14996,14995,14994,14990,14999,14995,14991,14994,1 4988,14992,15008,14997,14995,14997,15011,14996,14987,14988,15010,14985,15000,15020,14984,14993, 14981,14997,15001,15008,15004,14977,15001,15011,15003,14998,15001,14998,15010,14986,14989,1499 5,15001,15017,14997,15000,15004,15012,15003,14999,15016,14982,15019,14985,15011,15027,14990,149 84,14994,15004,15006,15019,14998,15006,14995,14997,15013,15007,15002,14981,15018,14987,15011) Açúcar1=c(179.948,178.972,180.999,178.67,181.698,182.111,178.57,180.852,180.482,180.389,182.037,17 8.948,179.134,181.08,178.304,180.265,179.488,182.242,180.35,179.822,181.106,179.588,178.642,178.603, 180.991,178.748,179.774,180.058,181.164,179.615,179.67,179.058,181.835,179.76,179.986,180.903,181.8 81,180.9,179.981,181.5,180.312,179.516,179.462,180.232,179.562,181.364,180.188,180.085,182.36,180.34 ,179.072,179.56,178.979,181.168,178.066,178.049,179.99,179.271,182.138,180.122,177.433,179.14,180.18 8,181.139,179.775,181.47,179.642,181.061,177.251,178.934,178.971,179.588,181.155,179.933,179.254,17 8.886,180.765,179.132,181.908,181.105,179.823,180.376,179.374,180.276,179.261,178.987,178.779,180.6 67,178.448,178.513,180.218,178.932,179.253,179.043,179.466,180.477,180.737,180.578,179.347,178.996, 180.435,180.826,179.991,180.963,179.279,179.619,179.186,178.506,179.29,179.201,181.566,179.592,180. 853,179.336,180.585,181.211,179.048,181.527,179.842,179.808,180.176,181.632,183.009,181.811,180.385 ,179.991,180.626,180.383,182.614,179.434,180.841,178.878,179.046,182.401,180.859,181.087,177.62,181. 016,178.99,181.02) Reforçador1=c(149.617,149.987,150.463,148.486,151.809,152.061,149.754,150.236,150.888,151.572,152. 037,148.729,149.601,149.287,149.369,150.612,149.614,150.804,150.148,150.203,150.75,148.732,148.707, 149.714,150.902,150.549,150.171,150.698,149.619,148.964,149.598,148.793,152.077,150.092,151.031,152 .7,151.002,150.065,150.15,152.6,149.403,150.734,149.241,150.313,150.386,151.558,150.154,151.137,150. 487,150.181,150.266,149.384,149.325,151.612,148.607,147.652,150.212,149.27,151.065,149.508,149.134, 149.23,151.585,151.059,149.621,151.65,149.885,149.297,148.049,149.816,149.486,149.77,149.78,150.619, 150.026,149.411,150.322,148.991,151.345,151.012,149.564,149.49,149.026,150.726,150.114,148.913,149. 671,151.15,149.201,149.456,151.095,148.725,149.882,148.743,149.908,149.91,151.231,149.406,148.948,1 50.422,150.683,150.813,149.136,148.977,150.798,150.376,149.149,149.127,149.066,149.217,152.15,150.7 49 12,150.063,150.144,151.268,150.853,149.593,151.241,149.418,152.644,151.356,151.782,151.892,150.003, 151.4,150.146,150.032,151.157,150.98,149.503,151.346,148.632,149.074,150.946,150.744,150.752,148.59 6,151.518,148.961,150.895) #Testes de Normalidade Multivariada require(MVN) #Reorganizando os dados y1=data.frame(matrix(c(Farinha1,Açúcar1,Reforçador1),ncol=3)) class(y1) #Teste de Royston resultR=roystonTest(y1, qqplot = FALSE) resultR #Teste de Correlção cor.test(Farinha1,Açúcar1) cor.test(Farinha1,Reforçador1) cor.test(Reforçador1,Açúcar1) #Construção dos Correlogramas #Correlograma para Farinha acf(Farinha1) acf(Farinha1,lag.max=35,ci=0.95) #Correlograma para Açúcar acf(Açúcar1) acf(Açúcar1,lag.max=35,ci=0.95) #Correlograma para Reforçador acf(Reforçador1) acf(Reforçador1,lag.max=35,ci=0.95) #Construção dos gráficos multivariados |S| e T² de Hotelling e Decomposição da Estatística T² require(MSQC) Dados=matrix(c(14986,15033,15020,15007,15015,15002,14998,15005,15008,15009,15000,14974,14999,1 5022,14995,14991,14997,14987,15020,15001,15011,15010,15017,15003,14985,14994,15006,15002,179.94 8,182.111,182.037,180.265,181.106,178.748,179.67,180.903,180.312,181.364,179.072,178.049,177.433,18 1.47,178.971,178.886,179.823,178.987,180.218,180.477,180.435,179.619,181.566,181.211,180.176,179.99 1,180.841,181.087,149.617,152.061,152.037,150.612,150.75,150.549,149.598,152.7,149.403,151.558,150.2 66,147.652,149.134,151.65,149.486,149.411,149.564,148.913,151.095,149.91,150.683,150.376,152.15,150. 853,151.356,150.146,151.346,150.752,14994,14987,14985,14997,14999,15002,14984,14996,15001,15002, 14991,14998,14990,14994,14994,14994,14995,14988,14984,15008,15003,14986,14997,14999,15011,1500 4,14995,14981,178.972,178.57,178.948,179.488,179.588,179.774,179.058,181.881,179.516,180.188,179.56 ,179.99,179.14,179.642,179.588,180.765,180.376,178.779,178.932,180.737,180.826,179.186,179.592,179.0 48,181.632,180.626,178.878,177.62,149.987,149.754,148.729,149.614,148.732,150.171,148.793,151.002,1 50.734,150.154,149.384,150.212,149.23,149.885,149.77,150.322,149.49,149.671,148.725,151.231,150.813, 149.149,150.712,149.593,151.782,150.032,148.632,148.596,15011,15004,15002,15008,14988,15002,14999 50 ,14967,15001,14985,15001,14987,15002,14999,14990,14988,14997,15010,14993,15004,14998,14989,1500 0,15016,15027,15006,14997,15018,180.999,180.852,179.134,182.242,178.642,180.058,181.835,180.9,179. 462,180.085,178.979,179.271,180.188,181.061,181.155,179.132,179.374,180.667,179.253,180.578,179.991 ,178.506,180.853,181.527,183.009,180.383,179.046,181.016,150.463,150.236,149.601,150.804,148.707,15 0.698,152.077,150.065,149.241,151.137,149.325,149.27,151.585,149.297,149.78,148.991,149.026,151.15,1 49.882,149.406,149.136,149.127,150.063,151.241,151.892,151.157,149.074,151.518,14987,15008,15008,1 5000,14991,14986,14995,15000,15001,15006,15012,15008,15011,14977,14999,14992,15011,14985,14981, 14977,15001,14995,15004,14982,14990,15019,15013,14987,178.67,180.482,181.08,180.35,178.603,181.16 4,179.76,179.981,180.232,182.36,181.168,182.138,181.139,177.251,179.933,181.908,180.276,178.448,179. 043,179.347,180.963,179.29,179.336,179.842,181.811,182.614,182.401,178.99,148.486,150.888,149.287,1 50.148,149.714,149.619,150.092,150.15,150.313,150.487,151.612,151.065,151.059,148.049,150.619,151.3 45,150.726,149.201,148.743,148.948,148.977,149.066,150.144,149.418,150.003,150.98,150.946,148.961,1 5016,15009,14993,14996,15002,14984,15006,14996,14998,15006,14973,14999,15000,14996,14995,15008, 14996,15000,14997,15001,14998,15001,15012,15019,14984,14998,15007,15011,181.698,180.389,178.304, 179.822,180.991,179.615,179.986,181.5,179.562,180.34,178.066,180.122,179.775,178.934,179.254,181.10 5,179.261,178.513,179.466,178.996,179.279,179.201,180.585,179.808,180.385,179.434,180.859,181.02,15 1.809,151.572,149.369,150.203,150.902,148.964,151.031,152.6,150.386,150.181,148.607,149.508,149.621, 149.816,150.026,151.012,150.114,149.456,149.908,150.422,150.798,149.217,151.268,152.644,151.4,149.5 03,150.744,150.895)) Dados2=array(Dados,dim=c(28,3,5)) #Gráfico da Variância Generalizada gen.var(Dados2) #Gráfico T² de Hotelling mult.chart(type="t2",Dados2,alpha=0.05) #Análise das Componentes Principais Dados=matrix(c(Farinha1, Açúcar1, Reforçador1),ncol=3) análise=prcomp(Dados,scale=T) análise summary(análise) #Gráfico de controle da média para os escores require(qcc) #Devido ao número de dados, as tabelas com os escores foram inseridas em outra pasta #depois, foi modificado o diretório do R e os dados foram acessados #Para obter os Escores das Componentes acpcor<-prcomp(Dados, scale = TRUE, retx = TRUE) cor(acpcor$x) #Acessando os escores da CP1 escores1<-acpcor$x[, 1] #Acessando a Tabela criada com os escores da CP1 g1<-read.table('Coef PCA1.txt', head=T) 51 #Reconhecendo os dados da Tabela dos escores da CP1 attach(g1) #Gráfico da média para os escores da CP1 q1=qcc(g1,type="xbar") #Acessando os escores da CP2 escores2<-acpcor$x[, 2] #Acessando a Tabela criada com os escores da CP2 g2<-read.table('Coef PCA2.txt', head=T) #Reconhecendo os dados da Tabela dos escores da CP2 attach(g2) #Gráfico da média para os escores da CP2 q2=qcc(g2,type="xbar") #Acessando os escores da CP3 escores3<-acpcor$x[, 3] #Acessando a Tabela criada com os escores da CP3 g3<-read.table('Coef PCA3.txt', head=T) #Reconhecendo os dados da Tabela dos escores da CP3 attach(g3) #Gráfico da média para os escores da CP3 q3=qcc(g3,type="xbar") #Retirando as Amostras 08 e 25 para obter o controle estatístico Dados3=matrix(c(14986,15033,15020,15007,15015,15002,14998,15008,15009,15000,14974,14999,15022, 14995,14991,14997,14987,15020,15001,15011,15010,15017,15003,14994,15006,15002,179.948,182.111,1 82.037,180.265,181.106,178.748,179.67,180.312,181.364,179.072,178.049,177.433,181.47,178.971,178.88 6,179.823,178.987,180.218,180.477,180.435,179.619,181.566,181.211,179.991,180.841,181.087,149.617,1 52.061,152.037,150.612,150.75,150.549,149.598,149.403,151.558,150.266,147.652,149.134,151.65,149.48 6,149.411,149.564,148.913,151.095,149.91,150.683,150.376,152.15,150.853,150.146,151.346,150.752,149 94,14987,14985,14997,14999,15002,14984,15001,15002,14991,14998,14990,14994,14994,14994,14995,14 988,14984,15008,15003,14986,14997,14999,15004,14995,14981,178.972,178.57,178.948,179.488,179.588, 179.774,179.058,179.516,180.188,179.56,179.99,179.14,179.642,179.588,180.765,180.376,178.779,178.93 2,180.737,180.826,179.186,179.592,179.048,180.626,178.878,177.62,149.987,149.754,148.729,149.614,14 8.732,150.171,148.793,150.734,150.154,149.384,150.212,149.23,149.885,149.77,150.322,149.49,149.671,1 48.725,151.231,150.813,149.149,150.712,149.593,150.032,148.632,148.596,15011,15004,15002,15008,149 88,15002,14999,15001,14985,15001,14987,15002,14999,14990,14988,14997,15010,14993,15004,14998,14 989,15000,15016,15006,14997,15018,180.999,180.852,179.134,182.242,178.642,180.058,181.835,179.462, 180.085,178.979,179.271,180.188,181.061,181.155,179.132,179.374,180.667,179.253,180.578,179.991,178 .506,180.853,181.527,180.383,179.046,181.016,150.463,150.236,149.601,150.804,148.707,150.698,152.07 7,149.241,151.137,149.325,149.27,151.585,149.297,149.78,148.991,149.026,151.15,149.882,149.406,149.1 36,149.127,150.063,151.241,151.157,149.074,151.518,14987,15008,15008,15000,14991,14986,14995,1500 1,15006,15012,15008,15011,14977,14999,14992,15011,14985,14981,14977,15001,14995,15004,14982,150 52 19,15013,14987,178.67,180.482,181.08,180.35,178.603,181.164,179.76,180.232,182.36,181.168,182.138,1 81.139,177.251,179.933,181.908,180.276,178.448,179.043,179.347,180.963,179.29,179.336,179.842,182.6 14,182.401,178.99,148.486,150.888,149.287,150.148,149.714,149.619,150.092,150.313,150.487,151.612,1 51.065,151.059,148.049,150.619,151.345,150.726,149.201,148.743,148.948,148.977,149.066,150.144,149. 418,150.98,150.946,148.961,15016,15009,14993,14996,15002,14984,15006,14998,15006,14973,14999,150 00,14996,14995,15008,14996,15000,14997,15001,14998,15001,15012,15019,14998,15007,15011,181.698, 180.389,178.304,179.822,180.991,179.615,179.986,179.562,180.34,178.066,180.122,179.775,178.934,179. 254,181.105,179.261,178.513,179.466,178.996,179.279,179.201,180.585,179.808,179.434,180.859,181.02, 151.809,151.572,149.369,150.203,150.902,148.964,151.031,150.386,150.181,148.607,149.508,149.621,149 .816,150.026,151.012,150.114,149.456,149.908,150.422,150.798,149.217,151.268,152.644,149.503,150.74 4,150.895)) Dados4=array(Dados3,dim=c(26,3,5)) #Gráfico da Variância Generalizada sem as amostras 08 e 25 gen.var(Dados4) #Gráfico T² de Hotelling sem as amostras 08 e 25 mult.chart(type="t2",Dados4, alpha=0.05) 53