Estudo prospectivo de recémnascidos de muito baixo
amamentados ao seio de mães
soropositivas para
citomegalovirus
Crapetti MG, Lanari M et al
J Pediatr 2009;154:842-8
Apresentadores: Alisson Barreto
Hugo Rossoni
Murillo Vilela
Coordenação
Coordenação: Paulo R. Margotto
29/6/2009
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE (ESCS)/SES/DF
www.paulomargotto.com.br
Ddos Murillo, Rossoni e Allison
Introdução
 Infecção congênita por citomegalovírus (CMV) é uma
causa bem reconhecida de morbidade e mortalidade
perinatal
 Pode ser adquirida no período perinatal através da
exposição no trato genital, e no período pós-natal,
através de transfusão sanguínea e leite materno
infectado
 A taxa de infecção nos expostos ao leite contaminado é
variável
Introdução
 Especialmente os RN com menos de 28 semanas de
gestação são os de maior risco para adquirir infecção
por CMV.
 Infecção adquirida via leite materno usualmente é
assintomática
 Relatos de infecção severa adquiridas via leite materno
têm motivado debates sobre o uso do leite materno
não processado ou pasteurizado .
 Atualmente as recomendações sobre o tema não são
conclusivas.
objetivos
 Investigar a incidência, as manifestações clínicas, e os
fatores de risco da infecção por CMV em RN de muito
baixo peso, alimentados com o leite não processado de
sua própria mãe.
Métodos
 Estudo observacional, prospectivo e longitudinal.
 Foram incluídos todos os RN alimentados ao seio
materno(SM) ,com Idade Gestacional menor ou igual a
32 semanas e peso ao nascer < 1500g, admitidos de
12/2003 a 08/2006.
 RN com infecção por CMV diagnosticada pelo
isolamento do vírus na urina, dentro da primeira
semana de vida foram excluídos do estudo.
Métodos
 Nos 2 primeiros dias de pós parto foram colhidas
sorologias maternas IgG e IgM para CMV, para
determinar o status da imunidade materna no parto.
 Foram colhidas amostras da urina dos RNs e do leite
materno não processado, para a realização de cultura.
 Todos os RNs continuaram a ser alimentados com o
leite de sua própria mãe, mesmo se a cultura viesse
positiva para CMV.
 Sinais clínicos relacionados com a infecção pós natal
por CMV eram registrados diariamente.
Métodos
 O diagnóstico de infecção pós natal por CMV através
do leite materno era feito através dos seguintes
critérios:
 Isolamento no leite materno do vírus CMV;
 Isolamento do vírus CMV na urina do RN, além de PCR
qualitativo positivo;
 O mesmo genótipo do CMV presente na urina do RN e
no leite materno.
Métodos
 Teste T de student com teste de Levene foram usados
para comparar variáveis contínuas;
 Variáveis categóricas foram comparadas com o teste do
qui-quadrado ou Fisher;
 A análise estatística foi feita através do software
STATA, versão 9.2;
 Significância estatística : p < 0,05
Resultados
 80 RN de muito baixo peso receberam leite materno
não processado de suas mães durante pelo menos o
primeiro mês de vida, das 68 mães foram selecionada
para o estudo;
 41 meninos/ 39 meninas
 A IG média foi de 29 +/- 2.2 semanas;
 O Peso médio ao nascimento foi de 1125 +/- 277g,
sendo 25 < 1000g;
 25 Pequenos p/ IG
Resultados
Resultados
 Das 68 mães, apenas uma teve Parto Normal
 Esta foi IgG + e IgM - para CMV
 A cultura de Esfregaço Vaginal foi negativa p/ CMV
 15 das 68 (22%) foram IgG – p/ CMV ao parto,
 Estas apresentaram o CMV em seu leite materno
 No entanto seus 18 RN tiveram resultado negativo p/
CMV-DNA ao teste de urina
Resultados
 53 das 68 mães era Soropositivas p/ CMV ao parto
 Destas, apenas 21 (40%) apresentaram o CMv em seu
leite
 A cultura p/ CMv no leite positivou em cerca de 20 dias
pós-parto (de 14 a 35 dias)
 A excreção de CMV no leito permaneceu por 1 a 12
semanas
Resultados
 36 RN nasceram de 32 mãe Soropositivas p/ CMV que
não apresentaram CMV no leite após pesquisa por PCR
qualitativo
 Estes 36 tiveram cultura de urina negativa p/ CMV
 26 RN nasceram de 21 mães Soropositivas p/ CMV que
apresentaram CMV em seu leite
 A infecção pelo CMV desenvolveu-se em 9 (35%)
destes 26 RN alimentados com leite infectado: 3 com
sintomas cçínicos e 6 assintomáticos (veja Figura a
seguir)
RN de muito baixo peso alimentados com leite fresco da sua própria mãe:
Sorologia para o CMV e infecção do recém-nascido
Resultados
 Em todos os casos de CMV pós-natal, foi encontrado o
mesmo genótipo no leite das mães e na urina das
respectivas crianças
 Um par de gêmeos tinha CMV de diferentes genótipos,
mas ambos os genótipos foi encontrado no leite de sua
mãe
 A infecção infantil por CMV foi diagnosticada, em
médias, aos 51 dias de vida (Idade pós-concepção de 36
semanas)
Resultados
Resultados
 3 das 9 crianças infectadas desenvolveram sinais
clínicos de sepse e neutropenia, uma trombocitopenia,
e uma hiperbilirrubinemia direta
 Outras causas foram afastadas
 Estes eram nascidos de 25 a 27 semanas de IG, em uso
de oxigênio quando da infecção
 Nenhum destes recebeu tratamento específico
(ganciclovir)
 Tiveram rápida remissão espontânea dos sintomas
 Os 6 restantes não apresentaram sintomas
 Destes, 5 tiveram neutropenia e 2 aumento da
bilirrubina direta
Resultados
 A 3 crianças com infecção sintomáticas tinham IG
menos que as 6 assintomáticas(26.0 +/- 1.7 versus 31.1
+/- 1.7, P = .001)
 Não houve diferenças no peso ao nascer entre os não
infectados, infectados assintomáticos, e infectados
sintomáticos
 O desenvolvimento de sintomas esteve associado à
necessidade de O2.
 Nas 62 crianças nascidas de mães soropositivas não
houve, entre infectados e não infectados, diferença
quanto a morbidades intra-hospitaláreis, tempo de
internação e condições de alta.
Resultados
Resultados
 Houve neutropenia e hiperbilirrubinemia direta entre
crianças infectadas e não infectadas, porém foi
significativamente maior entre infectadas
 24 das 62 crianças de mães soropositivas tinham
IG
< 28 semanas
 19 destas receberam profilaxia com IVIGMA ao
nascimento, segundo conduta UTINeonatal
 Infecção Pós-natal CMV ocorreu em 3 de
5 lactentes não tratados versus 1 de 19 crianças tratadas
Resultados
 As 9 crianças com infecção CMV pós-natal foram
seguidos até 2 anos de idade corrigida (5 até 3 anos);
 Não surgiram anormalidades na função auditiva e
visual, nem no desenvolvimento psicomotor.
 Todas as crianças foram seguidas com pesquisa de
CMV em urina até os 2 anos
 Neste período não surgiram qualquer alterações
hematológicas ou hepáticas.
Discussão
 78% dos RN estavam em risco para transmissão do
CMV pois suas mães eram IgG +
 32% dos RN foram alimentados com leite CMV + e 11%
foram infectados
 A infecção neonatal foi leve, rápida e não deixou
sequelas
 A incidência de DNA do CMV no leite materno é igual
a materna. Já a concordância entre presença do DNA e
do vírus infectante no leite é de 17-85%
 Por isso mesmo no estudo usaram pesquisar vírus
infectante e não DNA no LM
Discussão
 Estudos anteriores indicavam taxas de infecção por
CMV em pré-termos expostos a LM contaminado >
35%
 Este estudo não identificou menor IG como fator de
risco (lembrar do uso de imunoglobulina intravenosa
enriquecida IgM anti-CMV em neonatos de IG < 28
sem)
 Há forte associação entre infecção sintomática por
CMV e displasia broncopulmonar
Discussão
 Em RNs de muito baixo peso estáveis com infecção por
CMV adquirida são assintomáticos
 Infecção por CMV pode ser o gatilho de uma piora
clínica em pacientes com doença prévia
 Por esse estudo os benefícios do aleitamento materno
superam os riscos da transmissão de CMV à RN de
muito baixo peso
- Pode-se considerar a pausterização do leite para RN <
28 sem
Abstract
Consultem também, aqui e agora!
Transmissão do citomegalovirus aos recémnascidos pré-termos pelo leite humano.
Devemos nos preocupar?
Autor(es): Miron D, Brosilow S, et al. Realizado
por Paulo R. Margotto
Obrigado!
Ddo Murilo, Ddo Rossoni, Ddo Alisson e Dr. Paulo R. Margotto
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Estudo prospectivo de recém-nascidos de muito baixo