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SÍNDROME DE WEIL: RELATO DE CASO
COSTA, R.G.; FREDERES, M.D.; LEMOS FILHO, N;
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS, PELOTAS-RS
INTRODUÇÃO: Leptospirose é uma zoonose emergente de distribuição mundial. Evolução para
forma ictérica ocorre em 10% dos casos. Dentre estes, pode ocorrer uma forma grave, a síndrome
de Weil (forma íctero-hemorrágica). Através do relato de caso e revisão bibliográfica, abordamos
essa forma incomum da leptospirose.
RELATO DE CASO: E.S., 54 anos, masculino, branco, agricultor, natural e morador da zona rural
de Pelotas, entrou no PSM com dores em panturrilhas, febre alta, vômitos e sangramento
espontâneo. Apresentava icterícia, petéquias e sufusão conjuntival. Evidenciou-se anemia severa,
plaquetopenia, DHL elevada e disfunção hepática. Antecedente de leptospirose há 1 ano. Contato
relevante com ratos no trabalho. Na internação, piora do quadro com choque séptico e acidose
metabólica. Encaminhado à UTI com hipótese diagnóstica de leptospirose íctero-hemorrágica,
necessitou de VM e vasopressor. Houve piora irreversível das funções hepática, renal, circulatória
e ventilatória. Evoluiu a óbito após 7 dias de evolução.
DISCUSSÃO: A síndrome de Weil é uma forma grave da leptospirose. Surgimento de icterícia após
72 horas anuncia sua instalação. Cursa com febre alta, diátese hemorrágica, insuficiência renal,
disfunção hepática e pulmonar, alterações neurológicas e colapso cardiovascular. É mais grave em
pacientes acima de 50 anos. Não há consenso sobre o tratamento da doença. Baseando-se nas
evidências atuais, preconiza-se o uso de penicilina cristalina como terapêutica. A mortalidade
decorre principalmente da insuficiência renal, falência miocárdica, hemorragias pulmonares
maciças e SDRA. A letalidade varia entre 5 e 15%. Prevenção com medidas de saúde pública
aliada ao diagnóstico precoce e manejo adequado podem diminuir incidência e morbimortalidade.
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