Trabalho de Conclusão de Curso Relato de Caso Leptospirose – Síndrome de Weil Rafaela Victer Massad 1 RELATO DE CASO Síndrome de Weil: Forma grave de Leptospirose RESUMO A Leptospirose é uma zoonose emergente de distribuição mundial. Caracterizase como doença infecciosa febril aguda, com envolvimento de múltiplos órgãos e sistemas. Este trabalho descreve um caso de leptospirose íctero-hemorrágica ( Síndrome de Weil), admitido no Hospital Universitário São Francisco, em Bragança Paulista. A doença foi caracterizada por início súbito e à admissão presença de icterícia, sufusões hemorrágicas e insuficiência renal aguda. O objetivo é alertar para esta possibilidade etiológica dentre as síndromes febris, já que apesar de 90% dos casos manifestar-se de forma benigna e auto-limitada, os casos graves apresentam expressiva letalidade. Palavras-chave: Leptospirose, síndrome de Weil, síndrome febril, letalidade ABSTRACT Leptospirosis is an emerging worldwide zoonosis. Characterized as an acute febrile infectious disease with involvement of multiple organs and systems. This paper describes a case of icterohemorragic leptospirosis (Weil’s syndrome), admitted on São Francisco University Hospital, Bragança Paulista. The disease was characterized by sudden onset and at admission were present jaundice, suffusion and acute renal failure. The purpose is alert to this possibility among etiological febrile syndromes, since although 90% of cases manifest itself in a benign and self-limited, severe cases present significant lethality. Keywords: Leptospirosis, Weil's syndrome, febrile syndrome, lethality 2 INTRODUÇÃO A leptospirose é uma doença aguda resultante da infecção por espiroquetas do gênero Leptospira. Sua transmissibilidade dá-se através do contato direto ou indireto com a urina de animais silvestres e domésticos infectados, como cachorros, bovinos, suínos e roedores, sendo estes últimos os principais responsáveis por sua transmissão. É doença de notificação compulsória que ocorre durante o ano todo, porém sua maior incidência se dá nos meses de verão, devido às chuvas e enchentes que ocorrem nesta época do ano, propiciando a disseminação e persistência do agente causal no ambiente. Acomete todas as faixas etárias, mas tem maior incidência em indivíduos entre 15 e 45 anos. As crianças tendem a ter formas mais benignas da infecção. As formas graves clássicas (síndrome de Weil) são mais comuns em homens do que em mulheres, numa proporção superior a dez para um. É importante ressaltar que 90% manifestam-se de forma benigna, porém dentre os casos graves a letalidade pode chegar a 40%. O Ministério da Saúde registrou 43782 mil casos entre 1997 e 2009 em todo o país, sendo 4732 mil óbitos neste período. Em 2009, a região sudeste foi a mais atingida pela zoonose, com 1384 casos e 147 óbitos. Estes dados podem ser visualizados nos gráficos. 3 Clinicamente, a doença cursa com duas fases, a primeira denominada “leptospirêmica” ou “septicêmica” caracteriza-se pela disseminação hematogênica das leptospiras, com quadro inespecífico (febre, mialgia, cefaléia, náuseas, vômitos, dor abdominal). A doença pode ser auto-limitada e haver cura com o fim desta fase ou 4 evoluir com maior gravidade na fase “leptospiúrica” ou “imune”, após curto período de melhora clínica. Neste momento, o quadro pode evoluir com a forma clínica anictérica, leptospirose meníngea, íctero-hemorrágica ou pulmonar. A forma clínica íctero-hemorrágica caracteriza a síndrome de Weil, descrita pela primeira vez em 1886 por Adolf Weil. Neste caso, a doença pode perder sua curva bifásica (fase “septicêmica” e “imune”), já que as duas podem se confundir, não existindo período de remissão. Ocorre vasculite disseminada, com grave disfunção renal e hepática, alterações hemodinâmicas e alteração do nível de consciência. A doença também pode manifestar-se com intenso comprometimento pulmonar pela ocorrência de hemorragia intersticial e alveolar, síndrome da angústia respiratória do adulto e insuficiência respiratória. O tratamento consiste em medidas clínicas de suporte, com hidratação venosa, analgesia, correção de distúrbios de coagulação com administração de vitamina K, monitorização da função renal, realização de diálise se necessário e monitorização cardíaca, além de antibioticoterapia. Estudos sistemáticos sobre o emprego de antibióticos na leptospirose em humanos são escassos. O tratamento mais empregado consiste no uso de penicilina cristalina ou doxiciclina, porém há relatos isolados do uso de outros antibióticos, como ceftriaxona e eritromicina. RELATO DE CASO J.A.M, 62 anos, sexo masculino, casado, aposentado, procedente de Socorro, admitido no pronto-socorro do Hospital Universitário São Francisco com quadro de mialgia há uma semana, inicialmente acometendo região lombar, progredindo para membros inferiores e finalmente tornando-se generalizada. No decorrer dos sete dias também apresentou febre aferida, cefaléia, dor abdominal, náuseas, vômitos, inapetência 5 e oligúria. Há 48 horas, iniciara quadro de diarréia aquosa, com melhora da febre e cefaléia. Ao exame de admissão, apresentava-se em regular estado geral, descorado+/4, desidratado+++/4, ictérico+/4, acianótico, eupnéico, FC: 116bpm, PA: 80X60 mmHg, afebril, consciente e orientado. Oroscopia: presença de petéquias em palato. Aparelho cardiovascular: BRNF em 2T sem sopro. Aparelho respiratório: MV presente diminuído em bases bilateralmente. Abdome: RHA aumentados, doloroso à palpação profunda em hipocôndrio direito e fossa ilíaca direita, descompressão brusca negativa, Murphy negativo, sem sinais de visceromegalia. Ausência de rigidez de nuca. Edema +/4 e presença de petéquias em membros inferiores. Os exames solicitados no pronto-socorro mostraram: Hb:11.6, Ht:35.4, VCM:90.5, HCM:29.7, RDW:13.2%, leuco:7300 (3bastões/ 81segmentados/ 2eosinófilos/9linfócitos/5monócitos), plaquetas:10000 INR:1.06, VHS:28, CPK:571.1 creatinina:7.5, uréia:196.7, Na:134, K: 4.71 TGO:85, TGP:94.1, DHL:562.5, fosfatase alcalina:145.9, gamaGT:291.8, bilirrubina:5 com direta:4.9 e indireta:0.1, amilase:56.2, lipase:91.8, albumina:2.5 sorologia hepatite B e hepatite C negativas, sorologia dengue negativa gasometria arterial: PH;7.3, PCO2:28.8, PO2:76.4, HCO3:14.5, SAT O2:94.7 Ultrassonografia de abdome mostrou mínimo volume ascítico, derrame pleural bilateral, vesícula biliar normodistendida com conteúdo anecóico e paredes pouco espessadas. No momento da internação foi introduzido Rocefin e iniciado hidratação vigorosa, no segundo dia de internação paciente evoluiu com piora clínica, piora das escórias nitrogenadas (creatinina:7.7, uréia:193.1, K:5) e oligoanúria (diurese:100ml/24h). Optado por iniciar diálise, passado cateter de diálise após transfusão de concentrados de plaquetas, sem intercorrências. Após início de hemodiálise, paciente evoluiu com melhora gradativa das escórias nitrogenadas, dos níveis de bilirrubina, do débito urinário e do quadro clínico a partir do quinto dia de internação, sendo suspensa a diálise após duas sessões. Paciente permaneceu internado até completar sete dias de antibioticoterapia, tendo o diagnóstico de leptospirose confirmado por sorologia. No sétimo dia de internação exames mostravam: Hb:9.6, 6 Ht:29, leuco:9200, plaquetas:236000, creatinina:2.6, uréia:74.5. Recebeu alta hospitalar devido melhora clínica e laboratorial significativa. Após a alta, paciente permaneceu retornando ao pronto-socorro periodicamente para avaliação clínica e laboratorial. Após quarenta e cinco dias de sua alta apresentavase assintomático e com exames mostrando recuperação da função renal e melhora dos níveis hematimétricos, como segue: Hb:11.3, Ht:34.5, leuco:6400, plaquetas:324000, creatinina:1.1, uréia:56.8. DISCUSSÃO A vasculopatia é o fenômeno central da síndrome de Weil. Acomete principalmente pequenos vasos e causa lesão multissistêmica, determinando o extravasamento do líquido intravascular para o interstício. Este extravasamento, associado aos vômitos e à diarréia, pode conduzir ao choque hipovolêmico.² Este processo reduz a volemia e a pressão de filtração glomerular, levando à isquemia, hipóxia e consequentemente insuficiência renal, que inicialmente é pré-renal e evolui para necrose tubular aguda.1 Os principais fatores envolvidos na patogênese da IRA na leptospirose são ação nefrotóxica direta da leptospira e ação das toxinas com indução da resposta imune. Alterações hemodinâmicas, icterícia e rabdomiólise também estão associadas à gênese da IRA na leptospirose.11 A nefrite intersticial, principal achado anátomo-patológico, manifesta-se por intenso infiltrado de neutrófilos e monócitos e as leptospiras podem ser vistas no interior dos túbulos.1 Mialgia tem sido observada em quase todos os casos de leptospirose, mas rabdomiólise, detectada através da elevação dos níveis de creatinoquinase (CK) tem sido descrita em 45% a 62% dos casos. A associação entre rabdomiólise e IRA está bem estabelecida. Os principais mecanismos de insuficiência renal secundária à rabdomiólise são vasoconstrição renal, obstrução tubular e toxicidade direta da mioglobina. O papel da rabdomiólise na gênese da IRA da leptospirose não é tão evidente. Níveis elevados de CK são encontrados mais frequentemente nos pacientes com IRA grave do que 7 naqueles com IRA leve, o que sugere que a rabdomiólise possa contribuir para a gravidade da IRA.11 A oligúria e a anúria podem já estar presentes a partir do terceiro dia, mas são mais comuns após a primeira semana. A manutenção da diurese é um sinal de bom prognóstico.3 Os pacientes ainda em fase de insuficiência renal pré-renal respondem à administração de líquidos, que pode fazer reverter a depleção de volume e a hipotensão1, entretanto alguns pacientes necessitam de tratamento dialítico até que a lesão renal se resolva. A insuficiência renal, embora reversível a longo prazo, é a principal causa de morte na síndrome de Weil. No caso relatado, inicialmente o paciente apresentou resposta hemodinâmica com volume, porém evoluiu com necessidade dialítica temporária. A Síndrome de Weil é a forma ictérica da leptospirose, sendo a icterícia a principal manifestação da disfunção hepática. Há redução dos níveis de albumina, aumento das globulinas e queda na produção dos fatores de coagulação dependentes de vitamina K.7 A lesão hepática ocorre por alterações dos sistemas enzimáticos e comprometimento vascular. A leptospira pode induzir a apoptose dos hepatócitos, o que pela limitação da resposta inflamatória, permite maior proliferação da leptospira no fígado. Assim, a maior carga bacteriana talvez explique a presença de icterícia e a maior gravidade da doença.8 A icterícia pode ser muito intensa, com níveis de bilirrubina estando em geral em torno de 15 a 25 mg%, chegando por vezes até 50 ou 60 mg%. A maior parte da hiperbilirrubinemia deve-se à fração direta. A elevação é rápida e pode ser necessário muitas semanas até sua normalização.3 Os níveis de fosfatase alcalina e das aminotransferases estão modestamente elevados, traduzindo a ausência de lesão hepática hepatocelular grave. Os níveis de aminotransferases raramente ultrapassam 200 unidades. A icterícia é do tipo obstrutivo intra-hepático, mas não há obstrução das vias biliares. O prurido decorrente da icterícia não é infreqüente, e pode melhorar com o emprego de colestiramina. A disfunção hepática raramente é causa de morte na leptospirose. 3 Por outro lado, como os doentes mais graves em geral desenvolvem icterícia, o óbito, com exceção das formas 8 pulmonares, é raro na ausência deste sinal clínico. A amilase sérica está freqüentemente elevada, mas outros sinais clínicos de pancreatite são menos comuns.1 No caso descrito, apesar de ter evoluído com insuficiência renal aguda grave com necessidade de hemodiálise, o paciente apresentou icterícia leve e aumento discreto de bilirrubinas (nível máximo: 5mg), porém todos os exames laboratoriais foram condizentes com disfunção hepática. Há consumo periférico de plaquetas, em decorrência da adesão ao epitélio lesado, seguida de agregação, gerando intensa trombocitopenia, que nos casos graves chega a 86,6% dos casos graves, segundo estudo prospectivo realizado pelo Hospital das Clínicas de São Paulo. Este estudo concluiu que não há consumo de plaquetas por coagulação intravascular disseminada, não ocorre destruição periférica de plaquetas por anticorpos e não há inibição da produção de plaquetas em nível medular. A vasculite deve ser considerada como fator mais importante na patogênese dos distúrbios hemorrágicos da leptospirose, porém, a trombocitopenia, a uremia e os distúrbios da coagulação, isoladamente ou em conjunto, devem ser incluídos entre os fatores que agravam o quadro hemorrágico.9 O paciente em discussão neste relato apresentou plaquetopenia importante, chegando a 10000 plaquetas, com recuperação em sete dias. No estudo citado acima, na maioria dos casos (86,3%) a normalização da contagem das plaquetas ocorreu no período de sete dias após a internação. Um dos principais problemas em relação a uma doença de amplo e difícil diagnóstico diferencial como é a leptospirose continua sendo a inexistência de um método de diagnóstico laboratorial rápido, sensível, e de baixo custo. Os métodos convencionais são demorados e trabalhosos.3As leptospiras podem ser visualizadas no sangue, no liquor e na urina. Entretanto, o exame direto exige microscopia de campo escuro ou contraste de fase, o que o torna quase que impraticável. O aparecimento de anticorpos é tardio, e as sorologias só são inteiramente confiáveis após sete dias de doença. O diagnóstico é geralmente confirmado pelo teste de microaglutinação (TMA), de difícil padronização e feito apenas em uns poucos laboratórios de referência. O DNA das leptospiras pode ser detectado por dot blot ou hibridização in situ. Entretanto, a 9 sensibilidade destas reações é muito menor que a da amplificação genômica, (PCR), que as substituiu. A amplificação genômica pode ser realizada no sangue, urina, liquor, humor aquoso e tecidos obtidos em autópsia. A sensibilidade, embora deixe a desejar, é maior que a das culturas (62% vs. 48%), e o diagnóstico pode ser feito logo nos primeiros dias de doença.1 A principal medida terapêutica na leptospirose consiste na hidratação venosa. Nos pacientes jovens e sem cardiopatia, um volume 5% a 10% superior às necessidades hídricas diárias deve ser infundido num espaço de 12 horas, na forma de uma solução glico-fisiológica a 1:2 (uma parte de NaCl a 0,9% para duas partes de glicose a 5%). Não se deve ultrapassar o limite de 100 ml/kg/dia. O potássio deve ser reposto, conforme as necessidades diárias, ou de acordo com as dosagens séricas obtidas. Nos casos em que o pH do sangue é menor que 7,1, a reposição de bicarbonato está também indicada. A diurese normalmente se restabelece após a hidratação. Caso isto não ocorra, pode-se tentar o uso de furosemida (20-100 mg EV). Se ainda assim não houver diurese, pode-se acrescentar dopamina, infundida EV a 0,5 a 3 m g/kg/minuto, com o objetivo de promover a vasodilatação renal. Nos pacientes hipotensos, a hidratação pode ser antecedida da infusão venosa de 20 ml/kg de NaCl a 0,9% em uma hora. Os parâmetros de controle da hidratação são a pressão venosa central (PVC), a pressão arterial, a diurese e a queda do hematócrito (em geral relativamente elevado pela hemoconcentração). A PVC deve ser rigorosamente monitorizada e mantida por volta de 8 cm H2O, especialmente nos pacientes idosos, cardiopatas e naqueles em que há acometimento pulmonar. A monitorização cardíaca de todos os pacientes em estado grave é aconselhável nos primeiros dias. 1 Na ausência de diurese, a hidratação será restringida às necessidades hídricas diárias, e o paciente observado quanto à existência de critérios indicativos de diálise. Estes consistem na presença de níveis de uréia acima de 200 mg%, na deterioração clínica, com o aparecimento de sintomas atribuíveis à uremia (pericardite, alterações do nível de consciência, sangramentos), na presença de sobrecarga hídrica e na hipercalemia. A modalidade de diálise preferível é a peritonial, para evitar os problemas inerentes à anticoagulação. Quando for impossível a diálise peritonial, a hemodiálise será empregada. 3 10 O tratamento com antibiótico, embora recomendado, não é essencial, e não deve substituir as medidas de suporte, que são mais importantes. Mesmo os pacientes com formas graves de leptospirose podem recuperar-se na ausência de tratamento antibiótico. Os estudos sistemáticos (randomizados, controlados com placebo, submetidos a análise estatística) sobre o emprego de antibióticos na leptospirose humana são escassos. As leptospiras são susceptíveis a uma ampla gama de antibióticos. Estudos em animais mostram a eficácia da ampicilina, piperacilina, mezlocilina, cefotaxima e doxiciclina em reduzir a mortalidade, o que não se pode demonstrar com a cefalexina, o cefamandol e a cefoperazona. Também a estreptomicina, o cloranfenicol, a eritromicina, a oleandomicina são eficazes em infecções experimentais por leptospira. Entretanto, a experiência clínica em seres humanos está restrita a uns poucos antibióticos, entre os quais a penicilina cristalina, ampicilina, amoxicilina, oxitetraciclina e doxiciclina. Embora haja relatos isolados da eficácia de outros antibióticos (p. ex., ceftriaxona, eritromicina) em infecções experimentais, estes antibióticos não podem ser indicados por falta de dados clínicos. Os antibióticos estão recomendados mesmo após o quarto dia de doença. 10 O tratamento mais empregado consiste na infusão venosa de penicilina cristalina, nas doses de 100 mil unidades por quilo de peso por dia (6 a 10 milhões por dia) durante sete dias. Também a doxiciclina, 100 mg duas vezes ao dia pode ser empregada por 7 dias. Não há estudos mostrando qual dos dois regimes é o melhor. O paciente apresentado por este relato recebeu Ceftriaxone por sete dias. Apesar deste antibiótico não apresentar estudos em seres humanos comprovando sua eficácia, o paciente em questão evoluiu com boa melhora clínica, valendo a pena ressaltar novamente que as medidas de suporte clínico, também realizadas com o paciente, são fundamentais para o tratamento da leptospirose. 11 CONCLUSÃO A leptospirose trata-se de uma zoonose de grande importância social e econômica, por apresentar elevada incidência em determinadas áreas, alto custo hospitalar e perda de dias de trabalho, como também por sua letalidade. Sua ocorrência está relacionada às precárias condições de infra-estrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente. Sendo assim, conclui-se que a leptospirose deve ser combatida com medidas básicas de saneamento, orientação à população, participação social e atenção médica para a suspeita e diagnóstico precoce, visto que a intervenção precoce é essencial para uma melhor evolução clínica e redução dos índices de letalidade. 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. LEVETT, P.N. Leptospirosis. Clinical Microbiology Reviews 14(2): 296-326, 2001. 2. LOMAR, A.V., DIAMENT, D., TORRES, J.R. Leptospirosis in Latina America. Infect. Dis. Clin. North Am. 14(1):23-39, 2000. 3. SETUBAL, S., S ILVA, J.J.P. Leptospirose. Leptospirose. Fundamentação teórica. 2004. 4. MARTINELLI, R., LUNA, M.A., ROCHA, H. Is rhabdomyolysis na additional factor in the pathogenesis of acute renal failure in leptospirosis. Rev. Inst. Med. Trop. S. Paulo 36(2) mar-apr., 1994. 5. FUNASA. CENEPI. Guia de Vigilância Epidemiológica. 2000. Disponível em http: www.funasa.gov.br pub GVE.htm 6. TIBO, M.G.M., R IOS, S.L., FÁBREGA, T.C.C. 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