Sororeatividade para leptospirose em éguas envolvidas em programas de transferência de embriões Aline Pinna1, Renato Varges1 , Camila Hamond1, Gabriel Matins1, Walter Lilenbaum1 1Laboratório de Bacteriologia Veterinária, Universidade Federal Fluminense, Niterói/RJ, Brasil e-mail: [email protected] INTRODUÇÃO A leptospirose é uma doença infecto-contagiosa de grande importância na medicina veterinária, mas poucos estudos têm abordado leptospirose em eqüinos, em especial na crescente área da transferência de embriões (T.E). O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de sororeatividade para leptospirose em éguas de diferentes propriedades dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, envolvidas em programas de transferência de embriões, e identificar os serovares predominantes. RESULTADOS MATERIAIS E MÉTODOS Foram estudadas 363 éguas oriundas de seis plantéis, apresentando histórico de problemas reprodutivos tais como, morte embrionária precoce, abortamento e natimorto. Amostras sanguíneas foram colhidas e armazenadas para posterior análise sorológica. Para o diagnóstico foi utilizado o teste de soroaglutinação microscópica, de acordo com a recomendação técnica da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Foram utilizados 21 serovares pertencentes a 16 sorogrupos distintos, cultivados no Laboratório de Bacteriologia Veterinária em meio líquido EMJH. Todas as amostras com atividade aglutinante em diluição 1:50 foram, posteriormente, testadas contra o antígeno reativo usando diluições em série de razão dois até que o título mais alto fosse obtido, a fim de identificar o serovar infectante. Dentre as 363 amostras testadas, 33 (9,1%) foram fortemente reativas com títulos ≥800. Duzentos e sete (57,0%) apresentaram títulos compreendidos entre 200 e 400, e foram consideradas reativas.Cento e vinte três (33,9%) apresentaram títulos ≤100 e consequentemente foram consideradas não-reativas. De acordo com a literatura (Lilenbaum, 1998) e considerando que em zonas tropicais a leptospirose apresenta-se endêmica, considerou-se o ponto de corte de 200. Consequentemente, 240 (66,1%) das éguas foram classificadas como sororeativas para leptospirose. Bratislava foi o serovar predominante nos plantéis, identificado em 38,1% dos animais sororeativos, seguido de Icterohaemorrhagiae e Hardjo, identificados em 30,6% e 16,5%, respectivamente. CONCLUSÃO Os resultados encontrados sugerem a leptospirose como a provável causa da baixa eficiência reprodutiva observada nos plantéis e alertam para a grande importância do seu diagnóstico e controle em éguas envolvidas em programas de T.E.. AGRADECIMENTOS: CNPq, FAPERJ