Estridor
Ellen de Souza Siqueira
Orientadora: Dra Lisliê Capoulade
Residência Médica em Pediatria
Hospital Regional da Asa Sul /SES/DF- Agosto de
2011
www.paulomargoto.com.br
Anatomia e fisiologia
Supraglótica
Glótica e
subglótica
Vias aéreas
extra-torácicas
Vias aéreas
intra-torácicas
Anatomia e fisiologia
Crianças tem maior risco de obstrução
de vias aéreas que os adultos !!!
Anatomia e fisiologia
Lei de Poiseuille
R=
8nl
 r4
Quando r (raio) diminui para ½,
R (resistência) aumenta 16 vezes
Estridor - definição
Som respiratório produzido pela passagem de ar de
forma turbilhonada em uma via aérea estreitada
(supra glote, subglote e/ou traquéia)
• Sintoma
– Tratamento deve ser da doença de base
• Sinal mais importante de obstrução de via
aérea!
• Relativamente raro: 1 a 2% das internações,
mas pode ser sintoma de doença grave
Estridor - definição
• Características do som são variáveis
Inspiratório: nasal, faringe, supraglote
Bifásico: glote, subglote
Expiratório: traquéia e vias aéreas inferiores
Avaliação do estridor
• História clínica
o Idade de início, características
o Se congênita: história perinatal
+ disfagia  lesão supraglótica
+ ronco  hipertrofia de adenóide
e/ou amígdalas
+ rouquidão  crupe ou paralisia de
corda vocal unilateral
+ sialorréia  epiglotite, corpo
estranho ou abscesso retrofaríngeo
+ tosse metálica crupe
+ trismo  abscesso periamigdaliano
Avaliação do estridor
• Exame físico
o Avaliar se risco de obstrução iminente!
o Anomalias congênitas
+ hiperextensão do pescoço 
compressão extrínseca da laringe
+ prolongamento do tempo
expiratório  obstrução traqueal
+ cianose  cardiopatia ou
hipoventilação
+ prolongamento do tempo
inspiratório  obstrução laríngea
+ hemangioma cutâneo  hemangioma
subglótico
+ sibilância  asma ou corpo
estranho
• Congênitas
o
o
o
o
o
o
o
o
Causas
Laringotraqueomalácia
Atresia de coana
Papilomatose laríngea
Estenose subglótica
Anomalias vasculares
Hemangiomas
Higroma cístico
Macroglossia e/ou micrognatia
• Adquiridas
Anomalias congênitas
laríngeas são 60% dos
casos: principalmente
laringomalácia
Causas
• Aguda
o Abscesso retrofaríngeo
o Crupe viral
o Traqueíte
o Epiglotite
o Corpo estranho
o Anafilaxia
• Crônica
o
o
o
o
o
o
o
Laringomalácia
Estenose subglótica
Hemangiomas laríngeos
Papilomas laríngeos
Paralisia de cordas vocais
Atresia de coana
Anomalias vasculares
o Traqueomalácia
o Hipertrofia de adenóide
e/ou amígdalas
o DRGE
o Laringite pós-extubação
o Higroma cístico
o Macroglossia e/ou
micrognatia
Exames complementares
• Radiografia de cavum, cervical e tórax
o Hipertrofia de adenóide
o Corpo estranho
• TC e RNM se necessário
Exames complementares
• Polissonografia
• pHmetria
• Visualização da via aérea
o Laringoscopia, videonasofibroscopia, broncoscopia
o Permite diagnóstico exato e avaliação da lesão
Papilomatose
Estenose
Hemangioma
Corpo estranho
Tratamento
• Manter vias aéreas pérvias
• Tratamento de suporte
• Tratamento da causa
LEMBRAR!!
• SEMPRE excluir causas mais graves antes de
diagnosticar como crupe viral
• Não basear diagnóstico em radiografias !
• Deixar criança sempre em posição de maior conforto
• Redução do estridor pode significar obstrução total
• Intubação: tubo 0,5 a 1mm menor que o usual para a
idade
• Intubação: de preferência a pessoa com maior
experiência
CRUPE VIRAL
Crupe viral
Causa mais comum de estridor agudo em crianças !
Tosse ladrante + rouquidão + estridor
Laringite
Laringotraqueobronquites
Laringite estridulosa
(crupe espasmódico)
Crupe viral
• Avaliar gravidade do quadro (escore de Westley)
o
o
o
o
Desconforto respiratório
Estridor
Cianose
Estado de consciência
• Tratamento
o Corticóide
Ação antiinflamatória reduz edema
o Nebulização com adrenalina
o Oxigenoterapia
quando necessária
Receptores alfa adrenérgicos:
constrição de arteríolas
précapilares  reabsorção de
fluido e redução do edema
E agora?
Dúvidas mais frequentes no
tratamento do crupe viral
Dúvida: Usar sempre
corticóide? Qual? Dose? Via?
Dexametasona: 0,15 ou 0,3 ou 0,6mg/kg (até 10mg)
Via: IM, VO ou EV
Dose única
Prednisolona?
Nebulização com budesonida?
Dúvida: Nebulização com
adrenalina: como prescrever?
Racêmica = L-adrenalina (0,5mL/kg até 5mL)
Até 20/20minutos
Se muitas doses: ideal é monitorização cardíaca !
Diluir em soro ou adrenalina pura??
Efeito rebote !
Dúvida: Ar umidificado
é eficaz?
Sem comprovação científica
Não usar se criança ficar irritada!
Fluxogramas para manejo
do crupe viral
Crupe leve
•
•
•
Dexametasona ...
Dose única
Orientações
Estridor quando agitado
Desconforto respiratório leve
Sem cianose ou alteração do
nível de consciência
Crupe moderado a grave
Grave
• Estridor e desconforto
respiratório em repouso
• Letargia
• Cianose
Não manipular a criança
desnecessariamente
Dexametasona ...
Nebulização com
adrenalina e/ou budesonida
Remissão ou
quadro leve
Persistência do
quadro moderado
ou grave
Observação por 2-4 horas
Alta com orientações
Nebulização com
adrenalina
UTI: manutenção do quadro grave
Enfermaria: corticóide >4horas + quadro moderado
(sem sinais de gravidade)
Referências
• Bjornson CL, Johnson DW. Croup in the pediatric emergency
department. Paediatric Child Health; 12(6):473-477, 2007.
• Doenças Respiratórias – Instituto da Criança-Hospital das
Clínicas, Manole, 2008.
• Leung AKC, Cho H. Diagnosis of Stridor in Children. American
Family Physician, 60:2289-96, 1999.
• Marin, J; baren J. pediatric Upper Airway Infectious Disease
Emergencies. Pediatric Emergency Medicine Practice, 14-11,
2007.
• Nelson Textbook of Pediatrics, 18th edition, Elsevier, 2007.
• Pronto-Atendimento em Pediatria. 2ª edição, Guanabara
Koogan, 2006
• www.emedicine.medscape.com
• www.uptodate.com
Obrigada !
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Estridor - Paulo Roberto Margotto