EMOÇÃO
Myers
Falando sobre Emoção
As experiências mais profundas e
importantes da vida são repletas de
emoção.
 As emoções situam-se no âmago da
saúde mental.
 As emoções certamente têm um papel
importantíssimo na vida das pessoas.


Entre todas as espécies, os humanos
parecem ser os que mais se emocionam
(Hebb, 1990). Com mais freqüência que
qualquer outra criatura, expressamos
medo, raiva, tristeza, alegria e amor.

O que é exatamente uma emoção?

A emoção envolve componentes cognitivos,
psicológicos e comportamentais.
Emoção envolve: uma experiência subjetiva
consciente (o componente cognitivo- por ex.
interpretação das intenções das pessoas),
acompanhada de uma estimulação corporal
(o componente fisiológico – ex. coração
disparado) e de claras manifestações
características
(o
componente
comportamental
ou
comportamentos
expressivos).

A fisiologia das emoções
As emoções envolvem a excitação
fisiológica.
 A emoção excita fisicamente. E algumas
reações físicas são óbvias e que você
nota com facilidade.
 Seu corpo também se mobiliza para a
ação por meios menos perceptíveis. Para
proporcionar energia, o fígado despeja
açúcar extra na corrente sanguínea.


Para ajudar a queimar o açúcar,
fornecendo oxigênio necessário, sua
respiração aumenta. A digestão diminui,
desviando o sangue dos órgãos internos
para os músculos. Com o açúcar no
sangue alcançando os músculos maiores,
torna-se mais fácil correr. As pupilas se
dilatam, deixando entrar mais luz.


Para esfriar o corpo agitado, você começa a
suar. Se fosse ferido, o sangue coagularia mais
depressa. No caso, a reação do corpo foi
maravilhosamente coordenada e adaptável,
preparando-o para lutar ou fugir.
Lembrando, a excitação prolongada, produzida
por estresse contínuo, exige demais do corpo.
Em muitas situações, no entanto, a excitação é
adaptativa. Níveis baixos de excitação (ex.
sonolência) podem ser tão prejudiciais quanto
níveis extremamente altos de excitação.
O sistema nervoso autônomo controla a
excitação fisiológica – Excitação emocional
Divisão simpática
(excitante)
Divisão
parassimpática
(tranqulizante)
Pupilas se dilatam
Olhos
Pupilas se contraem
Diminui
Salivação
Aumenta
Transpira
Pele
Diminui
Acelera
Coração
Diminui
Inibe
Digestão
Ativa
Secreta hormônios de
estresse
Glândulas suprarenais
Diminui a secreção de
hormônios do
estresse
Estados fisiológicos associados a
emoções específicas



Imagine
conduzir
um
experimento
de
exploração dos sinais fisiológicos da excitação
(ex. filme).
Observamos que é fácil identificarmos uma
pessoa entediada. Porém é mais difícil discernir
diferenças fisiológicas entre medo, raiva e
excitação sexual.
Há uma diferença entre sentir medo, raiva e
excitação sexual (em termos cognitivos são
diferentes).



Uma pessoa apavorada pode sentir um aperto
no peito e um nó no estômago.
Uma pessoa furiosa pode sentir “um calor
intenso”e provavelmente experimenta uma
premente tensão interior.
A pessoa sexualmente excitada terá uma
reação genital. Apesar da excitação similar, as
pessoas apavoradas, enfurecidas também
parecem diferentes – “paralisadas de medo”e
“prestes a explodir”. Sabendo isso, podemos
determinar alguns indicadores fisiológicos
distintos de cada emoção?




Medo e raiva são às vezes acompanhados por
diferentes temperaturas digitais e secreções
hormonais.
À medida que as pessoas experimentam
emoções negativas, como a repulsa, o
hemisfério direito se torna eletricamente mais
ativo.
O hemisfério esquerdo é ativado quando
processamos emoções positivas.
O pesquisador Richard Davidson (1991)
especula que ‘as pessoas com mais atividade
frontal esquerda são mais capazes de desligar
sentimentos perturbadores”.

Além disso, os correlatos físicos da
emoção parecem inatos e universais, ou
seja, apresentam-se idênticos e qualquer
cultura.
Verdades e mentiras sobre o
detector de mentiras
Tendo em vista os indicadores físicos de
emoção. O detector de mentiras ou
polígrafo, era usado em processos
judiciais e na segurança nacional.
 O que exatamente faz o polígrafo? Mede
várias das reações de excitação que
acompanham a emoção, como mudanças
na respiração, pulsação, pressão e
transpiração.


Enquanto
você
tenta
relaxar,
o
examinador
mede suas reações
fisiológicas à medida que você responde
às perguntas. Algumas, chamadas de
perguntas de controle, visam a deixar
qualquer pessoa um pouco nervosa
(menos tensa) e perguntas de pergunta
relevante (mais tenso).


Existe um problema neste sistema, que uma
pessoa inocente pode também responder com
tensão aumentada às acusações insinuadas
pelas perguntas relevantes.
Segundo David Lykken (psicólogo), ele contesta
o uso deste instrumento, pois a reação
fisiológica é quase a mesma de uma emoção
para outra, e por isso o polígrafo não pode
distinguir entre ansiedade, irritação e culpa –
todas se parecem com excitação. Assim, esses
testes erram em cerca de um terço das vezes.
Expressão da Emoção
As emoções são expressadas não apenas
na excitação física mas também no
comportamento expressivo.
 Logo, a outro método mais simples para
decifrar as emoções das pessoas: lemos
seu corpo, ouvimos seu tom de voz,
estudamos seus rostos.

Comunicação não-verbal



Nossa comunicação, além de verbal, se dá
também de forma não-verbal. Se irritados,
podemos contrair o corpo, comprimir os lábios,
dar as costas. Com uma espiada, um desvio dos
olhos ou um olhar fixo, podemos comunicar
intimidade, submissão ou domínio.
Numa multidão de rostos, um único rosto furioso
“aflora”mais depressa que um rosto feliz.
Ao expor diferentes partes de rostos
impregnados de emoções, descobriu que
apreendemos o medo e a raiva principalmente
dos olhos, e a felicidade, da boca.
Rosenthal e Hall informaram que algumas
pessoas são muito melhores do que
outras na detecção de emoções. Os
introvertidos tendem a sair melhor na
apreensão das emoções dos outros,
embora seja mais fácil apreender os
extrovertidos.
 As mulheres são melhores nisso do que
os homens.


Mulheres e homens também diferem nas
emoções que expressam e demonstram. Erik
Coats e Robert Feldman (1996) solicitou a
estudantes que recordassem e falassem sobre
momentos em que se sentiram felizes, tristes e
furiosos. Depois, mostraram vídeos silenciosos,
de cinco segundos, sobre seus relatos dos três
estados emocionais, a participantes que
atuavam como juízes. Estes discerniram
corretamente a recordação feliz das mulheres
em quase dois terços das vezes,mas só
acertaram em menos da metade quando
observando os homens. Os homens, no entanto,
superavam um pouco as mulheres na
expressão de sua raiva.

Músculos faciais difíceis de controlar sinais de
emoções que você pode estar tentando ocultar.
Levantar apenas a parte interna das
sobrancelhas, o que poucas pessoas fazem
conscientemente,
revela
aflição
ou
preocupação.
Sobrancelhas
alteadas
e
franziadas sinalizam medo. Um sorriso
simulado, com o que exibimos para uma foto,
muitas vezes se prolonga por mais de quatro ou
cinco segundos, um prazo em que a maioria das
expressões autênticas já se desvaneceu.
Sorrisos simulados também são ligados e
desligados de formas mais abrupta do que um
sorriso genuíno.


A crescente compreensão do que nos
comunicamos através da linguagem silenciosa
do corpo tem levado a estudos sobre a maneira
como candidatos a emprego e entrevistadores
se comunicam (ou deixam de se comunicar) de
maneira não-verbal.
Remexer-se, por exemplo, pode revelar
ansiedade ou tédio. Interpretações mais
específicas de posturas e gestos são
arriscadas.
Cultura e expressão emocional

O significado dos gestos varia de acordo com a
cultura. Há alguns anos, o psicólogo Otto
Klineberg (1938) observou que na literatura
chinesa as pessoas batiam palmas para
expressar preocupação ou desapontamento,
riam um sonoro “rô-rô”para exprimir raiva e
mostram a língua para demonstrar uma
surpresa. Da mesma forma, os sinais norteamericanos de polegar levantado e OK seriam
interpretados como insultos em outras culturas.

As expressões faciais também têm diferentes
significados em diferentes culturas? Um sorriso
é um sorriso no mundo inteiro. O mesmo
acontece com outras expressões básicas. (Não
há cultura em que as pessoas franzam o rosto
quando se sentem felizes). Apesar de algumas
diferenças culturas e linguagens também
partilham muitas semelhanças na maneira como
categorizam as emoções – raiva, medo e assim
por diante.

As expressões faciais das crianças – até
mesmo das crianças cegas, que nunca
viram um rosto – também são universais.
No mundo inteiro, as crianças choram
quando estão aflitas, sacodem a cabeça
quando desafiadoras, sorriem quando
estão felizes.

Charles Darwin, especulou que nos
tempos pré-históricos, antes de nossos
ancestrais se comunicarem por palavras,
sua capacidade de transmitir ameaças,
saudações e submissão com expressões
faciais ajudava-os na sobrevivência. Essa
herança partilhada, acreditava ele, é o
motivo pelo qual todos os homens
expressam
emoções
básicas
com
expressões faciais similares.
Os sorrisos também são fenômenos
sociais,
e
não
apenas
reflexos
emocionais.
 É importante lembrar que, é adaptativo
para nós interpretar rostos em contextos
específicos.
 As
expressões emocionais também
podem ajudar na sobrevivência por outros
meios.


Em
culturas
que
estimulam
o
individualismo, como na Europa Ocidental,
Austrália, Nova Zelândia e América do
Norte, as demonstrações emocionais
podem ser intensas e prolongadas. As
pessoas focalizam seus objetivos e
atitudes, e se expressam de acordo com
eles.

Em contrastem os espectadores japoneses
escondem suas emoções na presença de
outros. Os asiáticos que nunca demonstraram
emoções negativas ou exaltação pessoal que
possam prejudicar o sentimento de comunidade
dentro de grupos, e nas culturas asiáticas e
outras que estimulam as conexões sociais e
interdependência, demonstrações de emoções
como simpatia, respeito e vergonha são mais
comuns que no Ocidente.
Os efeitos das Expressões
Faciais
Pessoas instruídas a moldar seus rostos
de maneira a imitar expressões de outras
emoções
básicas
também
experimentaram essas emoções. Por
exemplo, informaram sentir mais medo do
que raiva, repulsa ou tristeza quando
levadas a armar uma expressão de medo:
“levante as sobrancelhas”.
 Assumir
os
movimentos
desperta
emoções.

Sorria efusivamente no exterior e você vai
sentir melhor interiormente. Amarre a cara
e você terá a impressão de que o mundo
inteiro também amarra a cara para você.
 Por
que
isso acontece? Nossas
expressões faciais, ao que tudo indica,
enviam sinais para o sistema nervoso
autônomo, que reage de acordo.



Se assumir uma expressão emocional
desencadeia um sentimento, então imitar as
expressões dos outros nos ajuda a sentir o que
estão sentindo.
Portanto, uma pequena maneira de ter empatia
– sentir o que os outros estão sentindo – é
deixar que seu rosto imite a expressão da outra
pessoa. Agir como o outro age nos ajuda a
sentir o que o outro sente.
Download

emoção