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Malfeitos, Malfeitores e Malfazejos
(por Maynard Marques de Santa Rosa)
A prática de relativizar conceitos não encontra limites na propaganda
petista que nos governa. Agora mesmo, adota-se o eufemismo de malfeito,
para qualificar delitos como corrupção ou roubo no governo, procurando
abrandar o impacto na opinião do povo.
Contudo, quem comete malfeito é malfeitor. E se este age como
psicopata, comprazendo-se no mal e jactando-se, por exemplo, da prática
hedionda do aborto, é malfazejo.
Outro problema é que a denotação é genérica e pode ser estendida a
qualquer desmando, como o fato de aplicar, arbitrariamente, um bilhão em
dinheiro público na recuperação de porto estrangeiro, a fim de salvar uma
economia falida, sem submeter-se ao debate popular e autorização formal do
Congresso.
Enquanto isso, nossa diplomacia surfa na onda dos BRIC`s, com o Brasil
desarmado e o setor de Defesa sucateado.
Já a intolerância ao contraditório, explícita na censura aos oficiais da
reserva, revela o despotismo encastelado no Planalto, caracterizando um
malfeito, digamos, menos democrático, por ignorar o Art. 5º da CF (inciso IV):
“É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”.
Na França jacobina, quando Hébert radicalizou à esquerda e Danton
tornou-se moderado, contrariando o “incorruptível”, Robespierre engendrou
motivos para guilhotiná-los. Felizmente, para nós, os tempos são outros.
Aqui, o gramscismo subjacente nas decisões políticas mantém
mobilizada a sociedade civil, por meio do “Terceiro Setor”, em favor dos
candidatos ideológicos da base do governo, desde 2002. Em 2007, certas
publicações estimavam em R$ 44 bilhões o total dos repasses federais às
ONG`s, tudo à margem do SIAFI e sem controle do TCU. Portanto, é com
dinheiro público que se financiam os malfeitos dos movimentos sociais, como
invasões do MST e outras operações inconfessáveis, resguardados na
“Cláusula de Parceria” da Lei das OSCIP`s.
Antes de completados os tentáculos do Leviatã, velemos todos pela
autonomia do Judiciário, último recurso da liberdade, pois que “O conformismo
é carcereiro da liberdade e inimigo do crescimento” (John Kennedy).
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Malfeitos, Malfeitores e Malfazejos (por Maynard Marques