As comunidades atingidas querem as hidrelétricas e acreditam que suas vidas podem melhorar a partir disso SILVA, Luciane Costa e. "As comunidades atingidas querem as hidrelétricas e acreditam que suas vidas podem melhorar a partir disso". http://lucianecostaesilva.blogspot.com/ Porto Velho, 5 de novembro de 2009. Vamos falar de algumas comunidades atingidas, como moro em Porto Velho, falaremos muito das usinas do Madeira: UHE Jirau e UHE Santo Antônio. Para começar é bom termos em mente que os impactos são grandes, não podemos negar isso. Comunidades na área do reservatório e entorno (Área de Proteção Permanente – APP) serão deslocadas; o contingente populacional aumenta, atraído pela oferta de empregos, com isso amplia-se a demanda na área da saúde, necessitando de mais postos de saúde, mais leitos; amplia-se a demanda nas escolas e novas salas de aula são necessárias; muitas dessas pessoas chegam sem nada certo, nenhum emprego em vista, nenhum parente que o acolha e não conseguindo emprego são necessárias políticas de assistência social, como a inclusão dessas pessoas no programa Bolsa Família, ou mesmo o retorno dessas famílias, até que possam se estabelecer ou ainda o retorno a sua cidade de origem; aumenta-se também a exploração sexual infantil e muitos filhos crescem sem pai, enfim, inúmeros problemas são ocasionados em função da instalação de um empreendimento dessa magnitude. Porém, muitas comunidades atingidas enxergam como uma forma de melhorar de vida. Os livros de sociologia, os textos de antropologia não mostram a situação precária em que vivem essas pessoas. A exemplo de Porto Velho, as prefeituras geralmente são pobres pouco podem fazer com uma área tão grande para atender e pouca arrecadação. Hidrelétricas atraem geração de emprego e renda, empresas são atraídas para o local de instalação para fornecer serviços e produtos; com as compensações sociais podem ser feitos investimentos em saneamento, habitação, educação, saúde pública, assistência social, esporte lazer, cultura dentre outros. Porém, caso o planejamento falhe, caso não seja amplamente discutido com a população, que deve ser ouvida de fato e ter atendidas suas necessidades o custo do projeto pode subir para a estratosfera, porque serviço malfeito é serviço refeito. No caso da UHE Jirau, as comunidades afetadas esperam ansiosas pelos investimentos prometidos. Querem principalmente empregos, mas também, ruas asfaltadas, mais escolas, saúde, querem ter ampliados os espaços para lazer, dentre outros, o que vem sendo feito. Não é verdade que todas as comunidades atingidas são contra as hidrelétricas, pelo contrário. Por isso mesmo, por toda essa esperança depositada, por essa crença de que a vida vai melhorar é que suas vidas devem – após a instalação das hidrelétricas, tornarem-se melhor do que eram e não o oposto.