Friedrich Wilhelm Nietzsche ( 1844-1900 ) Prof. Marco Rodrigues Seu estilo é aforismático, escrito em trechos concisos, muitas vezes de uma só página, e dos quais são pinçadas máximas. Muitas de suas frases se tornaram famosas, sendo repetidas nos mais diversos contextos, gerando muitas distorções e confusões. Algumas delas: "A filosofia é o exílio voluntário entre montanhas geladas.“ "Nós, homens do conhecimento, não nos conhecemos; de nós mesmo somos desconhecidos.“ "Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia." A Maturidade de Nietzsche • Considera o Cristianismo e o Budismo como "as duas religiões da decadência",embora ele afirme haver uma grande diferença nessas duas concepções. Crítica dos Valores • A moral é um princípio da razão; • A tradição forjou os valores apoiados em sentimentos de decadência; • A moral só se sustenta na negação da vontade. Moral dos nobres x Moral dos escravos Moral dos nobres - surge da afirmação. Mais da alta afirmação. nela não existe o "bom“, mas o "forte" que é o criador de valores. "Forte" = nobre, poderoso, feliz, o que diz sim a si mesmo, não precisa se persuadir de sua felicidade pois ela é ação (ser ativo é parte necessária da felicidade), vive com confiança e franqueza diante de si mesmo. Não consegue levar a sério por muito tempo seus inimigos, suas desventuras, seus malfeitos (ele esquece). Ama os bons inimigos - aqueles em que nada existe a desprezar e muito a venerar. Despreza o bem estar, a segurança. Não é "prudente". Moral dos escravos - moral dos ressentidos. O ressentido, incapaz de admirar o forte imputa-lhe o erro de ser forte. Chama-o de mau. Não cria valores, inverte o que foi posto pelos nobres. O que vem dos nobres é mau. O que vem dele é bom. Desejam transformar em força a própria fraqueza (renúncia, paciência, resignação) em valores, travestindo sua impotência em bondade, a baixeza temerosa em humildade, a submissão aos que odeia em obediência, a covardia em paciência, o não poder vingar-se em não querer vingar-se e até perdoar, a própria miséria em aprendizagem para a beatitude, o desejo de represália em triunfo da justiça divina sobre os ímpios. Cristianismo Segundo Nietzsche, o cristianismo concebe o mundo terrestre como um vale de lágrimas, em oposição ao mundo da felicidade eterna do além. É a forma acabada da perversão dos instintos que caracteriza o platonismo. Os grandes conceitos • Niilismo; •Além-homem (übermensch); • A transmutação de todos os valores; VONTADE DE PODER: um conceito póstumo VIDA = luta contínua, vontade de potência, conjunto de forças em luta Vida como luta - a luta garante a permanência da mudança: nada é senão vir a ser. Vida como "Vontade de Potência" = vontade de poder. Necessita de obstáculos que a estimulem, precisa de resistências para que se manifeste, requer oponentes para exercer-se. Para que ocorra luta é preciso antagonistas. E como ela é inevitável e sem trégua ou termo, não pode implicar destruição dos beligerantes. Não pode caracterizar-se pela adaptação ao meio em que se acha mas quer exercer-se sempre mais sobre o que está a sua volta. Viver = ser cruel e inexorável com tudo o que em nós é velho e enfraquecido. a vida enquanto vontade de potência é o critério para avaliação dos valores. Bom é aquilo que favorece a "vontade de potência" e mau o que desfavorece.