UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE TDAH E O ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: O DESAFIO DE CONVIVER COM ALUNOS COM DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NUMA SALA DE INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL I Por: Aline da Silva Paes Pereira Orientador Prof. Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2009 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE TDAH E O ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: O DESAFIO DE CONVIVER COM ALUNOS COM DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NUMA SALA DE INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL I Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção especialista em Psicopedagogia Por: Aline da Silva Paes Pereira do grau de 3 AGRADECIMENTOS A todos os familiares, professores e amigos que contribuíram de alguma forma a confecção deste trabalho. 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu amado marido pela compreensão, apoio e carinho ao longo desta jornada. Também aos meus pais e irmã pelo constante amor e interesse. 5 RESUMO O presente trabalho aborda as principais dificuldades em trabalhar com alunos com TDAH numa sala de aula de inglês. Aponta que é realmente um desafio conviver com alunos com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade numa sala de inglês no Ensino Fundamental I. As aulas de inglês são hoje repletas de atividades dinâmicas, com uso do lúdico e outras estratégias, que buscam a construção do conhecimento através de distintas metodologias. Por ser um ambiente altamente dinâmico, há freqüentemente a dificuldade em lidar com um aluno que seja portador de TDAH. Como o professor de inglês como língua estrangeira pode lidar com um aluno com TDAH é o foco deste trabalho. Após uma reflexão do panorama atual do ensino de inglês como língua estrangeira, são tecidas considerações sobre o transtorno em si para que sejam apontadas as principais dificuldades e as melhores sugestões para trabalhar com este tipo de aluno. O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre como os profissionais que atuam no ensino de inglês como língua estrangeira no Ensino Fundamental I podem lidar com alunos com TDAH em suas salas de aula. São verificadas, portanto, quais são as melhores estratégias a serem aplicadas com crianças com TDAH neste contexto. 6 METODOLOGIA As idéias para o desenvolvimento deste estudo partiram principalmente de pesquisa bibliográfica e sites relacionados ao ensino de inglês como língua estrangeira e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com hiperatividade). Foram também utilizados artigos de revistas especializadas em educação e anotações de aulas do curso de Psicopedagogia. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Ensino de Inglês como língua estrangeira 10 CAPÍTULO II - TDAH 20 CAPÍTULO III – Como trabalhar com alunos com TDAH na aula de inglês? 31 CONCLUSÃO 39 ANEXO 40 BIBLIOGRAFIA 43 WEBGRAFIA 44 ÍNDICE 45 FOLHA DE AVALIAÇÃO 47 8 INTRODUÇÃO A educação é sem dúvidas um dos temas mais discutidos na sociedade brasileira. É um assunto amplamente estudado e pesquisado, porém, infelizmente, esta “popularidade” não acontece pelo grande sucesso do nosso sistema educacional. Este destaque se faz, geralmente, negativamente, pelos grandes problemas que habitam nossas salas de aulas e corredores escolares. Por isso, pensar a educação, mais do que nunca, apesar de recorrência do assunto, se faz essencial. Existem diferentes tipos de problemas que alunos e profissionais de educação enfrentam dia-a-dia dependendo do contexto em que estão inseridos. É claro que há grandes diferenças de escola para escola, dependendo de vários fatores tais como: o tipo de instituição (se é uma instituição pública ou privada), a sua localidade, a série, etc. Movendo o foco da escola e passando ao aluno, há também diferentes tipos de dificuldades que atingem nosso alunado, muitas dificuldades, tanto de natureza interna quanto externa: financeiras, familiares, físicas, emocionais, etc. Neste trabalho o contexto a ser focado é o de ensino de inglês como língua estrangeira no Ensino Fundamental I. Primeiramente será apresentado um panorama de como está o ensino desta disciplina, o que vem sendo feito e pensado em relação ao ensino da língua inglesa como língua estrangeira: as tendências, as principais dificuldades, a realidade. Num segundo momento, o foco será uma das muitas dificuldades que nossos alunos estão sujeitos a enfrentar: o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade). O que é, quais são seus sintomas,causas, tratamento. E tal como num tecido, onde as linhas são entrelaçadas, os dois pontos anteriormente serão relacionados levantando a seguinte questão. Como 9 trabalhar com alunos com TDAH na aula de inglês? Como o professor formado em letras pode lidar com os problemas que podem surgir ao ter alunos com este transtorno? O que pode ser feito para tentar superar os prováveis obstáculos? 10 CAPÍTULO I ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA É inquestionável o fato de que a Língua Inglesa ocupa hoje uma posição destacada em relação às outras línguas do mundo. Porém, ao fazermos uma viagem pelo tempo, vemos que a Língua Inglesa não é a pioneira. Esta posição já foi ocupada por outras línguas ao longo da história mundial. Línguas tais como o Latim, o Francês e até mesmo a nossa língua, o Português. Conforme vemos no site www.portatilmagalhães.com: “O inglês conseguiu o estato de ser invariavelmente a alternativa à língua de origem de qualquer país, depois de há décadas atrás, o Francês estar à frente nessa corrida, ou mesmo o Português e o Castelhano terem sido artistas primários da globalização... “(s/p) A língua inglesa é hoje uma das línguas mais aprendidas no mundo por não-nativos, ou seja, por pessoas que não nasceram em países cuja língua materna é o inglês. É a língua de comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades em diferentes contextos. Contextos variados como, por exemplo, a internet. Um outro bom exemplo é o seu uso em eventos que recebem pessoas de diferentes lugares do mundo tais como seminários e congressos internacionais. Esta importância é ressaltada ainda no mesmo artigo da internet no site wwwportatailmagalhães.com: “Actualmente, é de uma importância extrema o domínio escrito e falado da Língua Inglesa. O inglês constitui, embora formalmente assim não seja enunciado como tal, o idioma universal, aquele que qualquer um, em qualquer parte do mundo, deverá dominar, se quiser ter sucesso nesta era de globalização.” (s/p) 11 Sabe-se que esta posição de prestígio não está sendo ocupada hoje por uma mera fatalidade. Há motivos para tal, e não são razões lingüísticas, mas sim, políticas, sociais, históricas. Para entender o porquê desta situação há dois pontos primordiais a serem considerados neste caso. Primeiramente, a língua inglesa está hoje nesta posição, graças ao papel que os Estados Unidos vêm desempenhando no cenário mundial nas últimas décadas. Vale lembrar a importância da Segunda Guerra Mundial para entender o momento presente. O porquê dos Estados Unidos estarem nesta posição, como chegaram aqui, entre outras questões, apesar de extremamente importantes e interessantes, não serão discutidas neste trabalho afinal, este não é o foco. Há também, um outro aspecto importante que não pode deixar de lado, que é a globalização. Esta também é inquestionavelmente uma das razões do inglês estar nesta posição. No artigo da internet O que é globalização? no site www. portaldafamilia.org.br, José Ramos coloca que: “Globalização é um processo, e um processo que ocorre no tempo. A origem etimológica lembra globo. Globalização seria um processo de integração global, ou seja, dos habitantes do planeta terra que habitamos. (...) A comunicação, por sua vez, exige um meio de comunicação. No caso humano é a linguagem. As línguas favorecem o relacionamento entre as pessoas e servem para estabelecer elos. (...) Por isso uma língua universal permite a integração. É o papel que o inglês está desempenhando no mundo moderno.” (s/p) A questão da globalização, da existência de uma língua que permita o desenvolvimento deste processo, estas e outras questões decorrentes estão sem dúvidas ligadas a nossa vida de alguma forma. Envolve o âmbito familiar, profissional, político, e a educação não poderia, portanto, deixar de sofrer influências. 12 Há alguns anos atrás muitas escolas ensinavam aos seus alunos línguas estrangeiras diferentes das oferecidas hoje, principalmente latim e francês. E hoje? O inglês e o espanhol ocupam seus lugares. As escolas atualmente oferecem aos seus estudantes pelo menos uma língua estrangeira: inglês, espanhol ou francês, pois já faz parte do currículo segundo a lei, para as instituições de ensino com classes de ensino fundamental II e ensino médio. E nas instituições que oferecem o ensino fundamental I, ou seja, do 1o ano 5o ano? A língua estrangeira é oferecida? É matéria obrigatória? 1.1- Ensino Fundamental I – O que diz a lei? Segundo a lei 9394 de 1996, no trecho que tece considerações sobre o Ensino Fundamental I, os currículos devem ser definidos pela comunidade escolar tendo como guia o seguinte preceito: Art 26. Os currículos no ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. Este artigo mostra como é importante hoje a idéia de adaptação do ensino à realidade do aluno defendida por muitos estudiosos da área da educação como, por exemplo, Paulo Freire. É fundamental que a escola atual prepare seus alunos para o mundo real e não para o ideal. O Brasil é um país de dimensões continentais e esta geografia favorece a diversidade. É preciso considerar estas questões ao organizar os currículos das escolas. Um bom exemplo seria pensar em uma escola que estivesse localizada próxima a uma 13 fronteira com qualquer um dos nossos países vizinhos. Sabe-se que o espanhol é a língua materna em todos eles. Para estes alunos o que seria mais útil? O que seria mais coerente e voltado para a sua realidade? Aprender inglês, francês ou espanhol como língua estrangeira? Ainda considerando o que está previsto pela lei, temos o quinto parágrafo do artigo 26, que prevê o seguinte: Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição. Portanto, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, o ensino de uma língua estrangeira é apenas obrigatório a partir da quinta série (atual 6° ano). Porém, muitas escolas oferecem principalmente o inglês antes do 6o ano, pois entendem a importância de saber esta língua hoje, e o fazem também para que as crianças tenham mais facilidade quando começarem a ter a língua estrangeira como matéria obrigatória, ou seja, para evitar qualquer dificuldade em assimilar uma nova língua. Por não ser uma matéria obrigatória no ensino fundamental I, há algumas dificuldades que são enfrentadas pelos professores que a ministram neste segmento. Primeiramente sabe-se que pouco tempo é reservado para estas aulas. Em geral, as escolas separam um tempo de aula, que varia de acordo com a instituição, mas que em média, tem entre 40 a 50 minutos. Como o professor pode trabalhar com estes alunos neste curto período de tempo tendo que fazer controle da presença dos alunos, fazer a correção do livro ou pelo menos a verificação dos livros e/ou cadernos em tão pouco tempo? E a quantidade de alunos? Será que é possível realizar um bom trabalho de ensino de língua estrangeira em turmas com mais de 30 crianças? 14 É possível levar esta reflexão ainda mais além. Pensando neste cenário, qual ou quais são seus objetivos? Qual é a meta a ser alcançada? Qual seria o melhor método? A seguir encontraremos algumas respostas para estas questões e outras. 1.2 - Tendências pedagógicas no ensino da língua estrangeira no Ensino Fundamental I Uma tendência atual na área da educação é a questão da significação. Acredita-se hoje que para que ocorra uma aprendizagem bem sucedida é preciso que o conteúdo ensinado seja importante para a vida do indivíduo que o aprende. E mais ainda, que dentro do possível, este processo de aprendizagem seja gratificante, prazeroso. Seguindo esta linha de pensamento, muito do que era pregado pelas pedagogias tradicionais, não é mais utilizado nas salas de aula. Novas maneiras de ensinar foram e ainda vem sendo pensadas, novos métodos, abordagens, novas estratégias para que o processo de ensino-aprendizagem seja o mais bem sucedido possível. Na área de ensino de inglês como língua estrangeira, a tendência atual é a abordagem comunicativa. Esta abordagem é reflexo do pensamento de que a aprendizagem deve estar mais vinculada a realidade do aprendente. Deve haver mais significado do que forma. A seguir algumas considerações sobre a origem desta abordagem: “A abordagem comunicativa então, inspirada pela nova teoria lingüística do norte-americano Noam Chomsky e pelas novas teorias de psicologia cognitiva de Piaget e Chomsky, e motivada pela crescente demanda de métodos de ensino de línguas mais eficazes, (...) (www.sk.com acessado em 21/ 06 /2009) 15 Na abordagem comunicativa, segundo Schütz (2007) “a aquisição requer interação significativa na língua alvo – comunicação natural-” (s/p) Considerando, portanto, a visão de que a aprendizagem deva ser significativa, como trabalhar com as crianças do ensino fundamental I? Como trazer para a realidade do aluno uma língua estrangeira de países distantes? Como tornar a aula de inglês prazerosa e proveitosa? Acredita-se que uma das respostas para esta questão esteja na utilização do lúdico como metodologia de ensino. Mas o que é o lúdico? Em poucas palavras, o lúdico é uma maneira de ensinar, desenvolver a criatividade, adquirir novos conhecimentos, ou seja, aprender através de atividades prazerosas, significativas para os alunos. As atividades lúdicas são atividades que envolvem jogos, música, vídeos e hoje, até diferentes formas de tecnologia, tais como a internet, determinados aparelhos como ipods e até mesmo quadros interativos. Alguns exemplos de atividades comumente usadas nas aulas de língua estrangeira no Ensino Fundamental I são jogos tais como forca, batata-quente, jogo da velha, etc. Há também atividades que são mais interessantes de serem realizadas fora da sala de aula, tais como amarelinha, corrida, galinha choca, etc. Alguns grandes pensadores da educação já discursaram sobre a temática do lúdico na educação. A seguir uma consideração feita por Vygotsky sobre a importância da brincadeira na vida da criança. As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. (Vygotsky, 1989) Além de Vygotsky, outros pesquisadores que estudaram a criança também teceram comentários sobre o uso do lúdico. Segundo Piaget (1998), a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável à prática educativa. 16 O lúdico aproxima o idioma da realidade das crianças, familiariza e aumenta as condições de aprender a língua estrangeira. Através destas atividades, os alunos conseguem absorver os conteúdos abordados com maior facilidade. Em geral, os alunos conseguem memorizar as informações mais rapidamente e as aulas são, sem dúvidas, muito mais agradáveis, tanto para os alunos como também para os professores. Infelizmente há uma grande distância entre a teoria e a prática. Com certeza utilizar o lúdico é eficaz e muito proveitoso, porém há ainda muitas dificuldades para trazer para a sala de aula todas estas idéias preciosas. A seguir, serão abordadas quais são as principais dificuldades encontradas pelo profissional que ensina a língua inglesa como língua estrangeira no ensino fundamental I, ou seja, nos anos iniciais do ensino fundamental. 1.3 - Dificuldades do dia-a-dia Nem sempre é tão fácil aplicar a teoria à prática. No dia-a-dia, há dificuldades que impedem que determinadas idéias sejam aplicadas à realidade. São obstáculos que variam muito também de acordo com o ambiente escolar no qual professor e alunos estão inseridos. De acordo com a escola e sua direção, alguns dos problemas considerados aqui ocorrem ou não. Vale ressaltar que a realidade brasileira da educação é extremamente heterogenia, logo, é preciso pensar em diferentes contextos. Um dos grandes problemas que vem assolando as escolas de ensino fundamental I é a quantidade de alunos numa mesma classe. Muitas vezes estes números estão muito além do que é o recomendado, ou até mesmo do que é permitido pela lei. Por questões financeiras, algumas instituições matriculam muitos alunos numa mesma classe, quando em algumas situações o correto seria ter duas turmas pequenas ou médias, ao invés de uma turma lotada. Uma evidência de que este é um problema que atinge nossas escolas é a existência de um projeto de lei criado pelo deputado Jorginho 17 Maluly que está tramitando na Câmara e propõem um número máximo de alunos por sala de aula. Segundo o artigo de Newton Araujo Jr. no site da Câmara dos deputados: “De acordo com a proposta, esse número não ultrapassará 25 alunos na educação infantil e nos quatro anos iniciais do ensino fundamental, e 35 alunos nos quatro anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. O projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei 9.394/96), que atualmente deixa a cargo do respectivo sistema de ensino estabelecer o número máximo de alunos em sala de aula, observando as condições disponíveis e as características regionais e locais onde se encontra o estabelecimento de ensino.” (s/p) A quantidade elevada de alunos é um problema, pois, é difícil realizar determinadas atividades lúdicas com um número muito grande de crianças, seja pela questão de atingir o objetivo lingüístico, como também, pelo lado da disciplina. Nem todos os alunos tem a oportunidade de praticar e dependendo da turma, fica muito difícil para o professor ter o mesmo domínio sobre os alunos. Uma outra questão que dificulta trabalhar com o lúdico é a falta de infraestrutura para a realização de determinadas atividades. Sabemos que nosso país é muito diversificado e não há a mesma estrutura em todos os lugares. Não que trabalhar com o lúdico exija grandes materiais, mas sabemos que muitas vezes há a falta de recursos simples. Alguns exemplos de material para este trabalho com o lúdico seriam: aparelho de som, bola, televisão, vídeo cassete ou DVD, espaço externo como um pátio ou quadra, fotocópias. Infelizmente nem todas as escolas disponibilizam este material ao professor. Porém, quando o profissional está realmente empenhado em seguir esta linha, ele tende a buscar maneiras alternativas de realizar seu trabalho. Por exemplo, se não há aparelho de som disponível na escola, o professor pode 18 simplesmente cantar a música. Ou até mesmo se falta algum material é possível utilizar material reciclável. Certamente os objetivos serão também alcançados apesar das dificuldades. Mas, os problemas não param por aqui. Há também outras questões. Sabe-se hoje que muitos alunos apresentam dificuldade para aprender por diversas razões. Há alunos que não conseguem acompanhar as aulas e/ou apresentam resultados abaixo do esperado? Mas, quais são estes problemas que prejudicam alguns de nossos alunos? Problemas que muitas vezes não só dificultam como chegam até mesmo a impedir a aprendizagem. 1.4 - Alunos com dificuldades de aprendizagem Como visto anteriormente são muitas as barreiras a serem superadas para o sucesso dentro do ensino de inglês no ensino fundamental I. Dentre elas, uma das mais difíceis deve ser a dificuldade em lidar com crianças com problemas de aprendizagem. Segundo Nery Neto no site www.dificuldadesdeaprendizagem.com “a dificuldade de aprendizagem refere-se a um distúrbio que pode ser gerado por uma série de problemas cognitivos, orgânicos ou emocionais, podendo afetar qualquer área da aprendizagem.” (s/p) Dentre os problemas mais comuns que afetam as principalmente as crianças nas séries iniciais estão a dislexia, a dislalia, o autismo e o TDAH ( Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Logo, além de lidar com uma turma grande, de às vezes faltar material para desenvolver algumas atividades, e lidar com diferentes problemas, o professor ainda precisa estar atento às diferentes dificuldades de aprendizagem que podem estar afetando seus alunos. Muitas vezes, a dificuldade de aprender não é apenas não gostar da matéria, ou achá-la difícil, 19 algumas vezes esta dificuldade é causada por problemas complexos que precisam ser cuidadosamente identificados, para que seja possível entender o que se passa com o aluno e tentar, se possível, encontrar maneiras de ajudálo para que a aprendizagem ocorra. No próximo capítulo, o TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, que é uma das mais estudadas dificuldades de aprendizagem, será caracterizado para que possamos entender melhor como o professor de língua estrangeira pode trabalhar com alunos que apresentam este tipo de dificuldade. Para termos a dimensão de que como este é uma questão importantíssima, a seguir estão algumas considerações que estão no site www.autistas.org.br/tdah feitas por Ronald Reeve que é Ph. D. e faz parte do departamento de psicologia da universidade da Virginia nos Estados Unidos. “Na idade escolar, crianças com TDAH apresentam uma maior probabilidade de repetência, evasão escolar, baixo rendimento acadêmico e dificuldades emocionais e de relacionamento social. Supõe-se que os sintomas do TDAH sejam catalisadores, tornando as crianças vulneráveis ao fracasso nas duas áreas mais importantes para um bom desenvolvimento - a escola e o relacionamento com os colegas.” (s/p) 20 CAPÍTULO II TDAH Os problemas na educação brasileira vêm sendo muito discutidos nas últimas décadas. Muitos estudiosos da área da Educação e de outras áreas relacionadas vêm dedicando suas pesquisas e trabalhos a encontrar razões para tantas reprovações e um número tão expressivo de evasão escolar. Como muito bem comentou Jussara de Barros (2009) no site www.brasilescola.com: “A área da educação nem sempre é cercada somente por sucessos e aprovações. Muitas vezes, no decorrer do ensino, nos deparamos com problemas que deixam os alunos paralisados diante do processo de aprendizagem (...)” (s/p) Nesta busca por explicações, percebeu-se que muitos alunos apresentavam dificuldades de aprendizagem, ou seja, problemas de distintas naturezas, internas e externas, que interferiam diretamente no desempenho dos alunos na escola. Alunos que não conseguiam aprender ou apresentavam desempenho muito aquém do ideal. No mesmo texto, Jussara de Barros (2009) complementa que as dificuldades podem advir de fatores orgânicos ou mesmo emocionais e é importante que sejam descobertos a fim de auxiliar o desenvolvimento do processo educativo. Muitos estudos foram realizados e ainda estão sendo desenvolvidos na área das dificuldades de aprendizagem, também denominada Psicopedagogia. Dentre estas “dificuldades” que interferem diretamente no processo de ensinoaprendizagem, foram identificados alguns transtornos com diferentes sintomas e com várias causas. Um dos transtornos identificados mais freqüentemente nas crianças em idade escolar, principalmente na primeira infância, é o TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Em inglês, Attentiondeficit/hyperactivity disorder (AD/HD or ADHD). 21 1.1 - O que é TDAH? TDAH é o transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. É um dos transtornos mais bem estudados pela medicina. É também um dos transtornos mais comuns no período infantil, mas que também pode ser identificado em adultos. Ele é geralmente detectado no Ensino Fundamental I, especialmente na classe de alfabetização, 1o ano ou até mesmo nos anos seguintes. Muitos estudiosos na área de neurobiologia, psicopedagogia e outras áreas afins definem o TDAH de formas distintas. Segundo o site da ABDA, Associação Brasileira do Déficit de Atenção, esta é a definição de TDAH: “O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.”(www.tdah.org.br acessado em 14/06/2009) É possível também definir o que é TDAH enfatizando suas causas como foi feito por Renata Skalaski (2008) no artigo “Vilão Fantasma” na revista Profissão Mestre: “Em poucas palavras, o TDAH é um transtorno neurobiológico com bases genéticas que resulta em disfunções em alguns neurotransmissores, como a dopamina e a noradrenalina, localizados no lobo frontal do cérebro. Normalmente o transtorno se mostra durante a primeira infância - antes dos sete anos de idade, quando a criança inicia o processo de alfabetização.” (p.24) 22 Segundo Oliver (2007) em sua obra sobre Distúrbios de aprendizagem e de comportamento, o TDAH pode ser definido como um “transtorno multifatorial associado a fatores ambientais e genéticos.”.(s/p) Já Jussara de Barros(2009) no site www.brasilescola.com, apresenta a seguintes definição de TDAH: “O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade é um problema de ordem neurológica, que trás consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade.” (s/p) Apesar de cada uma das definições apresentadas focarem um determinado aspecto do transtorno, todas estas considerações tecidas são, sem dúvida, complementares e permitem um melhor entendimento do se trata este transtorno. Através destas definições é possível compreender o que é o TDAH, mas, como identificar o transtorno, como saber se um dos alunos que vem apresentando problemas na escola pode ser diagnosticado como portador de TDAH? Para melhor compreender o TDAH, ao longo do capítulo serão abordados os principais sintomas do transtorno, serão verificadas quais são suas causas, será abordada a questão do diagnóstico e conseqüentemente as formas de tratamento. 1.2 - Principais sintomas de um portador de TDAH Os principais sintomas do TDAH são: a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade. Estes são os três sintomas principais que podem ocorrer em diferentes graus e combinações em cada indivíduo. 23 É importante ressaltar a questão do grau dos sintomas, pois há a tendência de achar que qualquer criança agitada é “hiperativa”. Porém, é preciso considerar que há diferenças entre uma criança agitada não portadora do transtorno e uma outra portadora. Muitas vezes uma criança apresenta alguns sintomas, mas, não num grau e freqüência que a enquadre no transtorno. A questão sobre o diagnóstico correto será retomada no item 1.4 – Diagnóstico. Para entender o transtorno é preciso saber que há uma classificação em 3 subtipos: desatento, hiperativo-impulsivo e o combinado. Segundo o site www.tdah.org.br “Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos.” Esta informação é dada pelo site porém não é justificada. Outro fato interessante que vale ser destacado é que 65% das crianças com TDAH possuem o tipo combinado. (Mattos,2008). Ainda segundo Mattos (2008), para compreender cada subtipo, a seguir, estão os principais sintomas de cada um deles: 1.2.1 - Sintomas de desatenção Os sintomas mais freqüentes deste subtipo são: − prestar pouca atenção a detalhes e cometer erros por falta de atenção; − dificuldade de se concentrar tanto nas tarefas escolares quanto em jogos e brincadeiras; − parece estar prestando atenção e outras coisas numa conversa; − dificuldade em seguir instruções até o fim ou deixar tarefas e deveres sem terminar; − dificuldade de se organizar para fazer algo ou planejar com antecedência; − relutância ou antipatia em relação a tarefas que exijam esforço mental 24 por muito tempo(tais como estudo ou leitura); − perder objetos necessários para realizar as tarefas ou atividades do dia-a-dia; − distrair-se com muita facilidade com as coisas à sua volta ou mesmo com os próprios pensamentos. É comum que os pais e professores se queixem de que estas crianças parecem “sonhar acordadas”; − Esquecer coisas que deveria fazer no dia-a-dia. 1.2.2 – Sintomas de hiperatividade e impulsividade Neste subtipo os sintomas mais freqüentes são: − ficar mexendo as mãos e pés quando sentado ou se mexer muito na cadeira; − dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é esperado (sala de aula, mesa de jantar, etc.); − correr ou escalar coisas, em situações nas quais isto é inapropriado (em adolescentes e adultos pode se restringir a um sentir-se inquieto por dentro; − dificuldades para se manter em atividades de lazer (jogos ou brincadeiras) em silêncio; − parecer ser “elétrico” e a “mil por hora” ; − falar demais; − responder à perguntas antes mesmo destas serem concluídas. É comum responder à pergunta sem ler até o final; − não conseguir aguardar sua vez (nos jogos, na sala de aula, em filas, etc; 25 − interromper as pessoas ou se meter nas conversas alheias. No tipo combinado a criança vai apresentar algumas características de cada um destes dois grupos apresentados. É importante ressaltar que nem sempre a criança apresentará todos os sintomas de um dos grupos, que um deles será predominante, ou seja, há a forma predominantemente desatenta, predominantemente hiperativa/ compulsiva e a combinada. Outro aspecto importante para que o professor possa entender o que é TDAH é pesquisar suas causas. É preciso entender o que leva uma criança a desenvolver estes determinados comportamentos, sintomas. O porquê do transtorno. A seguir serão destacadas as causas do TDAH. 1.3 – As causas do TDAH Muitos estudos já foram realizados e ainda estão sendo desenvolvidos para melhor compreender as causas do TDAH. É importante relembrar que este é um transtorno de ordem neurobiológica e de causa genética, como já mencionado anteriormente. O que ocorre na criança com TDAH é uma disfunção em alguns neurotransmissores. O controle de liberação de dopamina e noradrenalina é afetado. Estes neurotransmissores que são extremamente importantes estão localizados na região do lobo frontal do cérebro. Esta região conhecida como lobo frontal e suas conexões estão ligadas a capacidades importantíssimas como exposto por Mattos(2008): a) capacidade de manter a atenção; 26 b) capacidade de se estimular sozinho para fazer as coisas; c) capacidade de manter essa estimulação sem “perder o gás” (sem perder a energia e o interesse; d) capacidade de fazer um planejamento, estabelecendo objetivos; e) capacidade de verificar ao longo do tempo se os planos estão saindo conforme o desejado e modifica-los se for o caso; f) capacidade de “filtrar” as coisas que não interessam para aquilo que se está fazendo no momento, sejam elas externas(ambiente), sejam internas(pensamentos); g) capacidade de controlar a movimentação corporal, aos atos motores; h) capacidade de controlar impulsos; i) capacidade de controlar as emoções e não permitir que elas interfiram muito no que se está fazendo; j) memória que depende da atenção. Como mencionado antes, há ainda muitas pesquisas sendo desenvolvidas para verificar se há outras possíveis causas para o TDAH. No site da Associação Brasileira do Déficit de Atenção, são expostas causas que foram investigadas tais como a hereditariedade, a ingestão de substâncias tais como drogas durante a gravidez, o sofrimento fetal, exposição ao chumbo, problemas familiares, e outras causas tais como a ingestão de corantes ou deficiências, porém, “todas estas possíveis causas foram investigadas cientificamente e foram desacreditadas.” (s/p) 27 1.4 – Diagnóstico Quando há a suspeita de que uma criança seja portadora de TDAH, devemos levar em consideração os sintomas anteriormente apresentados para que se pense em qual dos subtipos a criança se enquadra. Como já destacado neste capítulo é geralmente na primeira infância, antes dos sete anos de idade, que é possível perceber mais claramente este transtorno. Esta é fase em que a criança está geralmente cursando as séries o o inicias do Ensino Fundamental I (1 e 2 ano). Por isso, a professora é muitas vezes quem percebe que a criança é portadora. Além disto, muitas vezes a família apenas acha que a criança é muito agitada até mesmo por ignorância da existência deste transtorno. Uma das formas de fundamentar esta desconfiança, que é levantada pela escola e/ou pela família, é o uso de um questionário chamado SNAP que 1 foi desenvolvido pela Associação Americana de Psiquiatria. O questionário apresenta 18 comportamentos, ou seja, sintomas do transtorno. Se a criança apresentar cerca de metade dos comportamentos com a intensidade “demais”, é bastante provável que a criança em questão seja portadora. Porém, este primeiro resultado deste questionário não é determinante para o diagnóstico. Segundo as orientações do próprio questionário é preciso considerar além dos sintomas relacionados, outros fatores tais como: se os sintomas estão presentes antes dos sete anos de idades, se estes sintomas são apresentados em pelos menos dois contextos diferentes dentre outros. É importante saber que não é o professor o responsável pelo diagnóstico, porém, ele pode fazer junto aos profissionais da escola um encaminhamento mais seguro. Por isso é essencial que o profissional que está em sala de aula, esteja ciente das possíveis dificuldades que seus alunos possam apresentar para que possa ajudá-los com encaminhamentos corretos 1 Vide Anexo I 28 e fundamentados. Algumas escolas oferecem aos professores o suporte de um psicopedagogo que é um profissional especialista nestes problemas, o que facilita bastante este diagnóstico precoce, um encaminhamento adequado e um futuro tratamento correto na escola. O diagnóstico de um indivíduo portador de TDAH bem como de outros problemas de aprendizagem deve ser feito por um profissional que atue na área dos problemas de aprendizagem, tal como um psicopedagogo. No site da Associação Brasileira de Déficit de Atenção há uma nota que destaca a importância disto: “IMPORTANTE: Lembre-se que o diagnóstico definitivo só pode ser fornecido por um profissional.”. Após um diagnóstico seguro e “fechado” pode-se partir para a próxima etapa; o tratamento. Este será nosso próximo capítulo sobre TDAH. 1.5 – Tratamento Conforme bem colocado pela psicoterapeuta especialista em clínica e educação Nazareth Ribeiro (2008) no artigo Vilão Fantasma, “o TDAH é um transtorno que necessita de um tratamento globalizado, que envolva a família, a escola e especialistas do assunto,...” (p.26) Mattos (2008) aponta alguns aspectos importantes e complementares do tratamento de uma criança (e também de adolescentes) diagnosticados portadores de TDAH. Os principais pontos são: - confirmação do diagnóstico e avaliação de outros diagnósticos associados, o que pode exigir um tratamento diferente do modelo tradicional; - A estimulação de conhecimento sobre o transtorno pelos pais, que eles tenham acesso a material especializado sobre o transtorno e que conheçam organizações ou sites ligadas ao TDAH; - A utilização de medicação; 29 - Orientação aos responsáveis sobre a melhor forma de lidar com o TDAH; -Parceria com a escola, que pode ser feita através da troca de material sobre o assunto ou até visitas do profissional à escola; - Psicoterapia. Outro ponto importante que deve ser estudado pelos profissionais envolvidos no tratamento de uma criança com TDAH é a presença de comobirdades, que são doenças ou outros problemas que surgem junto do transtorno, tais como ansiedade, síndrome do pânico, baixa estima, podendo chegar até a depressão. As comorbidades tendem a tornar tanto o diagnostico como o tratamento mais difícil. No site www.vivasemdrogas.com.br há considerações importantes sobre comobirdades: O termo comorbidade é formado pelo prefixo latino "cum", que significa contigüidade, correlação, companhia, e pela palavra morbidade, originada de "morbus", que designa estado patológico ou doença. Assim, deve ser utilizado apenas para descrever a coexistência de transtornos ou doenças, e não de sintomas. É considerada tanto a presença de uma ou mais distúrbios em adição à uma distúrbio primário, quanto o efeito desses distúrbios adicionais.(s/p) A questão do uso de medicação no tratamento é ainda muito discutida, principalmente quando o indivíduo é uma criança. Em geral, algum medicamento é utilizado concomitante a outros pontos do tratamento desde o inicio ou pelo menos em alguma parte do tratamento. Existem alguns medicamentos que são freqüentemente usados tais como Ritalina, Concerta e Strattera. Cada medicação tem um tempo de duração de seus efeitos. Um ponto a ser ressaltado em relação à psicoterapia, é que a Terapia Cognitivo Comportamental é a mais indicada para o tratamento de TDAH. 30 Considerando as considerações tecidas, é claro que um diagnóstico preciso e um tratamento adequado podem ajudar estas crianças a terem um desenvolvimento bem sucedido ou pelo menos melhor no processo de aprendizagem. O TDAH é um dos problemas dos muitos problemas de aprendizagem que as crianças podem apresentar e é muito importante que a família e a escola estejam atentas a estas possibilidades. 31 CAPITULO III COMO TRABALHAR COM ALUNOS COM TDAH NA AULA DE INGLÊS? Quando pensamos em uma sala de aula, cada pessoa a projeta de uma maneira. A quantidade de alunos, a estrutura física da sala, os própios alunos. Nunca é vista uma mesma imagem. Nenhuma turma é igual à outra, são sempre heterogenias. E isso ocorre pelo simples fato de que uma turma é formada sempre por diferentes indivíduos, alunos que tem histórias únicas, receberam distintas formações, tem vidas diferentes. Além disto, cada aluno tem suas características físicas e biológicas. Para realizar bem o seu papel, o professor precisa considerar toda esta diversidade. É impossível realizar um bom trabalho docente tratando todos os alunos como iguais, neste sentido. Uma turma nunca é igual à outra. Infelizmente, há professores que atuam exatamente ao contrário do ideal. Ministram suas aulas como se todos os alunos fossem iguais. Um dos aspectos que deve ser considerado por um professor ao planejar suas aulas é pensar se algum de seus alunos apresenta algum tipo de condição que o diferencia dos outros. É muito importante saber se algum dos alunos já foi diagnosticado com alguma dificuldade, seja um distúrbio ou transtorno. Somente a partir daí, é possível pensar quais são as melhores metodologias para atingir a aprendizagem naquele contexto. Com certeza esta não é uma tarefa fácil. Porém é essencial para o sucesso. Um exemplo das possíveis dificuldades que podem ser encontradas pelo professor é trabalhar com alunos que sejam portadores de TDAH. O trabalho com alunos que já tenham sido diagnosticados como portadores de TDAH não pode ser exatamente igual ao desenvolvido com outras crianças. E mesmo dentro do grupo de crianças diagnosticadas como portadoras de TDAH, há grandes diferenças. Como visto no capítulo sobre o transtorno, 32 sabe-se que este transtorno tem três subtipos que são o predominante impulsivo, o predominante desatento e o tipo combinado. Logo, o trabalho sempre deve ser individualizado. Imaginemos então associar todos estes fatores ao ambiente da sala de inglês do Ensino Fundamental I. Como o professor que já tem uma série de dificuldades (que foram discutidas no capítulo I) deve trabalhar? Como realizar atividades lúdicas com alunos que tem dificuldade em entender instruções? Como manter a atenção do aluno em atividades mais longas? No artigo Intervenções escolares no transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade (Rohde, Dorneles & Costa, 2006) são apresentadas quais são as principais dificuldades para ensinar crianças TDAH e quais são as principais sugestões para que estes problemas sejam lidados. Segundo estes autores, existe um material que foi desenvolvido pelo Departamento de Educação dos Estados Unidos cujo título é Ensinando crianças com TDAH (2004) que está disponível no site www.ed.gov em inglês, onde os principais problemas em trabalhar com alunos TDAH são apontados e uma série de sugestões são fornecidas a fim de ajudar o professor a realizar um trabalho bem sucedido com estas crianças. Este material está baseado em três componentes básicos que são instruções acadêmicas, intervenções comportamentais e modificações na sala de aula. Estes são segundo este estudo, os pilares do trabalho a ser desenvolvido com crianças TDAH. 1.1- Principais dificuldades e possíveis soluções. A seguir estão as principais dificuldades e as possíveis soluções para o professor trabalhar com crianças com TDAH. Segundo o material Ensinando crianças com TDAH (2004), os alunos com TDAH geralmente tem dificuldade em prestar atenção e atender instruções ou solicitações. Como conseqüência, eles muitas vezes não 33 conseguem realizar, participar e completar atividades. Dentre as sugestões dadas aos professores neste material estão: - deixar claro quais são as expectativas do professor na realização de cada tarefa; Este é um ponto importantíssimo na aula de inglês já que hoje muitas atividades lúdicas são utilizadas. - estabelecer uma rotina diária clara, com períodos de descaso definidos; - usar reforços visuais e auditivos definir regras e expectativas ( por exemplo cartazes, calendários, cronogramas); - dar instruções diretas, claras; - observar se há todo o material para realizar a tarefa; - dividir as atividades em unidades menores; - iniciar as aulas pelas atividades que requem mais atenção e concentração; - controlar o tempo de duração. Mattos (2008) ressalta este mesmo ponto: “Uma criança com TDAH requer um meio estruturado que tenha regras claramente estabelecidas e que estabeleça limites ao seu comportamento (...) Evite mudar horários o tempo todo, trocar as “regras do jogo”... Alguns professores acham bom colocar as regras por escrito em um cartaz no mural da sala.” (p.121) Estas sugestões são extremamente interessantes para as aulas de inglês pois, muitos jogos e outras atividades lúdicas que envolvem regras e metas predefinidas são realizados. Logo, é importante que o professor esteja 34 atento a estas dificuldades e tente utilizar estas e outras sugestões para não correr o risco de ter problemas no decorrer na aula. É claro que não há uma formula mágica. Estas, como dito antes, são sugestões e não soluções. O professor ciente das dificuldades que vai tentar adequar estas sugestões e perceber se são boas para o seu grupo de alunos. Apenas vale lembra um ponto muito importante ressaltado por Mattos (2008) que é a diferença entre estruturação e rigidez. É importante distinguir estruturação (consistência de conduta e planejamento) de rigidez (incapacidade de modificar ou tolerar). O professor que trabalha com alunos com TDAH tem que recorrer sempre ao bom senso para que determinadas situações não fujam ao controle. Os alunos com TDAH frequentemente tem problemas com avaliações. Algumas das sugestões em relação às avaliações são: - propiciar um ambiente tranqüilo; - dar mais tempo; - colocar um número pequeno de atividades por página. - solicitar que o verifique sua avaliação, “revise” o que foi feito por ele mesmo. Pensando na avaliação de inglês, há algo muito positivo. Já é prática comum pelos professores de inglês a utilização de provas “curtas”, ou seja, avaliações com um número pequeno de questões por folha. Isso acontece, pois, como mencionado no primeiro capítulo, há pouco tempo de aula, logo há pouco conteúdo a ser verificado. Além disso, as crianças já têm que estudar para todas as outras matérias do currículo escolar, como Português, Matemática entre outras. Ainda segundo o trabalho anteriormente mencionado elaborado pelo Departamento de educação dos Estados Unidos, quando o professor for elaborar suas atividades é importante saber que os alunos com TDAH 35 precisam de atividades bem estruturadas respeitando estes pontos que foram acima mencionados. Alguns alunos com este transtorno também precisam de ajuda com determinadas habilidades cognitivas. Podem apresentar problemas com a leitura, escrita, grafia, ortografia, produção textual, matemática. O aluno com TDAH pode apresentar problemas na leitura, pois tem maior dificuldade de passar tempo focado no texto e ler até o fim, o que prejudica a interpretação. Algumas das estratégias para amenizar este problema são: - pedir ao estudante que leia oralmente enquanto os outros colegas da turma acompanham a leitura silenciosamente; - sugerir que ele faça uma ilustração da estória; - usar estórias gravadas em vídeo ou em áudio; Pensando na realidade da aula de inglês, este não costuma ser um grande problema já que os textos trabalhados nas aulas no ensino fundamental I são frequentemente pequenos e são muitas vezes acompanhados de figuras ilustrando. Os livros didáticos mais modernos também trazem seus textos gravados em CDs ou até mesmo, material de áudio e vídeo em DVD. Portanto uma recomendação para os professores de inglês que atuam diretamente com alunos com TDAH é a indicação de livros que disponibilizem este tipo de material. Os alunos portadores de TDAH podem ainda ter problemas com a ortografia, seja na sua língua materna como também na língua estrangeira. Algumas das sugestões dadas são: - incentivá-lo a aprender a cada dia pelo menos uma nova palavra; - criar um dicionário para aquelas palavras que ele frequentemente esquece; 36 - valorizar seus trabalhos pelo conteúdo e não pelos erros de escrita; Trazendo estas recomendações para o contexto da aula de inglês elas são bastante importantes, já que um dos principais objetivos do professor de língua estrangeira é fazer com que seus alunos possam construir um bom vocabulário. Uma sugestão para que esta memorização de vocábulos aconteça de maneira bem sucedida é a criação de um espaço visual para que as crianças possam visualizar as palavras várias vezes. Alguns professores criam este espaço no próprio quadro a cada aula. Outros preferem fazer cartazes colados na parede da sala. Focando mais no aspecto comportamental há também algumas estratégias com o objetivo de desenvolver um bom trabalho com alunos com TDAH. A tendência que infelizmente pode ser percebida é que o professor tende a ressaltar os aspectos negativos do comportamento apresentado por estes alunos, referindo-se frequentemente ao fato de que eles são muito desatentos e/ou agitados, o que pode muitas vezes não surtir um bom efeito ou até mesmo exercer um efeito negativo. Para um aluno com TDAH é muito difícil exercer auto-controle. Para ajudar este aluno a atingir este estágio de auto-controle, uma das estratégias mais eficazes é a utilização de uma atitude positiva através de elogios e/ou recompensas para comportamentos considerados adequados. Como Mattos (2008) comenta: “Assim como os pais, o professor deve procurar elogiar e premiar a criança quando ela apresenta comportamento adequado em vez de puni-la quando apresenta comportamento inadequado (como as pessoas se esquecem disso!)”. Valorizar o aspecto positivo é com certeza uma boa estratégia para trabalhar com alunos com TDAH mas, como abordado pelo estudo Ensinando crianças com TDAH (2004) é importante estabelecer conseqüências razoáveis e realistas para o não cumprimento de tarefas e de regras bem combinadas anteriormente. Pensando na aula de inglês, este aspecto é bastante adequado já que muitas crianças, com TDAH ou não, tendem a ver a aula de inglês como 37 um momento de descontração e acabam deduzindo que aquele é um momento de atividades recreativas e não de aula. O professor de inglês deve trabalhar em seus alunos a idéia que a aula de inglês pode e deve ser interessante e descontraída mas que não deixa de ser uma aula, tão importante quanto as outras, que há regras e estas devem ser respeitadas. Há também medidas em relação à organização do ambiente que podem ser favoráveis. Conforme afirma Mattos (2008): “O aluno deve sentar preferencialmente na primeira fila, o mais próximo possível do professor e longe da janela. A maioria das crianças com déficit atentivo se sai melhor nas primeiras fileiras, onde o professor pode supervisionar com mais facilidade.” (p.120) O estudo do Departamento de Educação dos Estados Unidos previamente mencionado também marca este ponto. “Sentar o aluno perto do professor para que este possa acompanhar, mais próximo, o trabalho desenvolvido pela criança, longe de janelas e portas e distante de colegas que o importunem.” (p.372) Estas são algumas das dificuldades que os professores de língua estrangeira podem se deparar em suas salas de aula. É importante que o profissional esteja atento a esta possibilidade, ter um ou mais alunos com TDAH, e caso ela venha a se concretizar, é preciso considerar algumas das sugestões que estudiosos nesta área do conhecimento já produziram. Cabe lembrar, porém, que não há uma fórmula pronta, pois cada aluno é único, é preciso bom senso, boa vontade e conhecimento para que um trabalho bem sucedido com estes alunos seja realizado. 38 1.2 – Quem pode ajudar o professor na escola? Além do professor há um outro profissional que pode atuar nas escolas facilitando a vida dos alunos com alguma dificuldade ou transtorno de aprendizagem e também facilitar o trabalho dos professores que trabalham com eles: o psicopedagogo. O psicopedagogo institucional é um especialista em psicopedagogia. No site www.psicopedagogia.com.br há considerações importantes sobre esta área: “A Psicopedagogia vem atuando com muito sucesso nas diversas Instituições, sejam escolas, hospitais e empresas. Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Propõe e ajuda o desenvolvimento dos projetos favoráveis a mudanças, também psicoprofilaticamente. A aprendizagem deve ser olhada como a atividade de indivíduos ou grupos humanos, que mediante a incorporação de informações e o desenvolvimento de experiências, promovem modificações estáveis na personalidade e na dinâmica grupal as quais revertem no manejo instrumental da realidade.” (s/p) Este profissional pode, caso o professor não tenha esclarecimento ou não tenha atentado para o fato, orienta-lo a atuar com alunos com TDAH e outros problemas. Ele vai conduzi-lo de forma a sugerir estratégias para superar as dificuldades apresentadas. E em determinados caso, fazer um encaminhamento adequado e seguro. 39 CONCLUSÃO São muitas as dificuldades enfrentadas pelos professores nas salas de aula hoje. Existem problemas de diferentes naturezas que devem, precisam ser pensados, pois, apenas através da reflexão, do pensamento critico é possível encontrar respostas, possíveis soluções. O professor de inglês, assim como os profissionais de outras disciplinas, tem dificuldades específicas de acordo com a matéria que ensinam e a metodologia que utiliza. Dentre as dificuldades a serem enfrentadas estão os problemas de aprendizagem, tais como o TDAH. Este que é um transtorno que vem sendo muito estudado, mas, que ainda é polêmico em determinados aspectos. Com este trabalho, visamos caracterizar o transtorno, identificar e explicar as maiores dificuldades em trabalhar com os alunos portadores de TDAH e sugerir estratégias para que o trabalho com estas crianças seja bem sucedido. Dentre as principais estratégias estão a estruturação de atividades através de regras claras, intervenções comportamentais e a organização da sala de aula. Elementos importantíssimos para uma boa convivência e para a obtenção de êxito no trabalho com alunos portadores de TDAH. 40 ANEXO I Para cada item, escolha a coluna que melhor descreve o(a) aluno(a) (MARQUE UM X): Nem Só Demai um um Bastante s pouco pouco 1. Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas. 2. Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer 3. Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ele 4. Não segue instruções até o fim e não termina deveres de escola, tarefas ou obrigações. 5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades 6. Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que exigem esforço mental prolongado. 7. Perde coisas necessárias para atividades (p. ex: brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros). 8. Distrai-se com estímulos externos 9. É esquecido em atividades do dia-a-dia 10. Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira 11. Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentado 12. Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em situações em que isto é inapropriado 41 13. Tem dificuldade em brincar ou envolverse em atividades de lazer de forma calma 14. Não pára ou freqüentemente está a “mil por hora”. 15. Fala em excesso. 16. Responde as perguntas de forma precipitada antes delas terem sido terminadas 17. Tem dificuldade de esperar sua vez 18. Interrompe os outros ou se intromete (p.ex. mete-se nas conversas / jogos). Como avaliar: 1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente. 2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança ou adolescente. O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! Veja abaixo os demais critérios. CRITÉRIO A: Sintomas (vistos acima) CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade. CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa). CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas. 42 CRITÉRIO E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele. 43 BIBLIOGRAFIA AYRES, Fernando e LAROSA, Marco. Como produzir uma monografia. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2005 BASTOS, Dau, SOUZA, Mariana e NASCIMENTO, Solange. Monografia ao alcance de todos. Rio de Janeiro: Novas direções, 2002. LOU, Oliver. Distúrbios de aprendizagem e de comportamento. Rio de Janeiro: Wak Ed, 2007. MATTOS, Paulo. No mundo da lua: Perguntas e respostas sobre transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Casa Leitura Médica, 2008. PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Berrand Brasil, 1998. ROTTA, Newra Tellechea, OHLWEILER, Lygia e RIESGO, Rudimar dos Santos. Transtornos da Aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. São Paulo: Artmed, 2006. SKALASKI, Renata. Vilão fantasma, Revista Profissão Mestre, Novembro de 2008, p.24-27. VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins fontes,1989. 44 WEBGRAFIA BARROS, Jussara. Dificuldades de aprendizagem. Disponível on-line: www.brasilescola.com Como o psicopedagogo atua na escola, no consultório, psicoprofilaticamente, e sistematicamente. Disponível on-line: wwwpsicopedagogia.com.br Idioma inglês: a extrema importância das crianças o dominarem. Disponível online: www.portatilmagalhaes.com acessado em 20/ 06/ 2009 NETO, Nery. Dificuldade de Aprendizagem. Disponível on-line: http://dificuldadesdeaprendizagem.com acessado em 20/ 06/2009 O que é TDAH? Disponível on-line: www.tdah.org.br acessado em 5 / 06/ 2009 O que são comorbidades? Disponível on-line: www.vivasemdrogas.org.br/comorbidades acessado em 1/07/09 RAMOS, José. O que é globalização. Disponível on-line: www.portaldafamilia.org.br acessado em 30 /06/ 2009 SCHÜTZ, Ricardo. Abordagem comunicativa. Disponível on-line: www.sk.com.br acessado em 20/06/2009 REEVE, Ronald. Compreensão, avaliação e atuação: Uma visão geral sobre o TDAH. Disponível on-line: www.autistas.org/ tdah acessado em 1/07/2009 Teaching children with attention deficit hyperactivity disorder: Instructional strategies and practices. Disponível on-line: www.ed.gov www.centroeducacional.com.br acessado em 20/ 06/ 2009 45 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I ENSINO DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA 10 1.1 – Ensino Fundamental I – O que diz a lei? 12 1.2 – Tendências pedagógicas do ensino da língua estrangeira no ensino fundamental I 14 1.3 – Dificuldades do dia-a-dia 16 1.4 – Alunos com dificuldades de aprendizagem 18 CAPÍTULO II TDAH 20 1.1 – O que é TDAH? 21 1.2 – Principais sintomas de um portador de TDAH 22 1.2.1 - Sintomas de desatenção 23 1.2.2 - Sintomas de hiperatividade e impulsividade 24 1.3 – As causas do TDAH 25 1.4 – Diagnóstico 27 1.5 – Tratamento 28 CAPÍTULO III COMO TRABALHAR COM ALUNOS COM TDAH NA AULA DE INGLÊS 31 1.1 – Principais dificuldades e possíveis soluções 32 46 1.2 – Quem pode ajudar o professor na escola 38 CONCLUSÃO 39 ANEXOS 40 BIBLIOGRAFIA 43 WEBGRAFIA 44 ÍNDICE 45 47 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Título da Monografia: Autor: Data da entrega: Avaliado por: Conceito: