HIPERTENSÃO PORTAL Anatomia Anatomia e Fisiologia Anatomia e Fisiologia FSH: 1500 ml/min – 25% DC Veia porta: 2/3 do FHT Fluxo venoso – regulação indireta Fluxo arterial - regulação direta HIPERTENSÃO PORTA Aumento do gradiente de pressão entre a veia porta e a veia cava inferior superior a 6 mm Hg ≠ de pressão superior a 6 mm de Hg Fisiopatologia Pressão = Fluxo x Resistência Etiologia de mais de 90% dos casos Resistência = 8nL r4 n =viscosidade L = comprimento = 3,14 r = raio Diâmetro do vaso é o fator mais importante na hipertensão porta HIPERTENSÃO PORTA Hipertensão porta Circulação colateral resistência Vasodilatação esplâncnica Fluxo porta Hipertensão porta Colaterais HIPERTENSÃO PORTA CLASSIFICAÇÃO PRÉ - HEPÁTICA Eixo esplenoportal ↑ Fluxo portal Mista Trombose Compressão extrinseca Hipoplasia congênita Fístula arteriovenosa Esplenomegalia tropical Mastocitose Linfoma não Hodking Leucemia Enfermidade mieloproliferativa HIPERTENSÃO PORTA CLASSIFICAÇÃO HEPÁTICA Pré-sinusoidal Sinusoidal Pós-sinusoidal Esquistossomose Cirrose biliar primária Hepatite crônica Fibrose hepátia congênita H.P. idiopática Granulomas Toxinas – arsênico cobre Cirrose alcoólica Hepatite alcoólica Intoxicação por vitamina A Enfermidade veno – oclusiva Esclerose de veia centro lobular (alcool) HIPERTENSÃO PORTA CLASSIFICAÇÃO PÓS HEPÁTICAS Cardíacas V. hepáticas V. Cava inferior Pericardite constrictiva I. C. direita Estenose mitral Insuficiência tricuspíde Sindrome de Budd - Chiari Trombose Membranas Hipertensão Porta DIAGNÓSTICO Hipertensão Porta QUADRO CLÍNICO - perda ponderal, mal-estar, fraqueza - alcoolismo, hepatite, doença biliar complicada, - telangiectasias, ginecomastia, icterícia, ascite, bordo hepático firme e irregular, veias dilatadas na parede abdominal, estado mental diminuído, asterixe.... - HDA por varizes – Complicação ameaçadora Hipertensão Porta TESTES LABORATORIAIS - anemia, leucopenia e trombocitopenia - TAP prolongado - hipoalbuminemia, ALT e AST, Fosfatase alcalina e gamaGT, bilirrubinas, hipoNa, hipoK, alcalose metabólica - sorologias para hepatite B e C - Alfa- fetoproteína HIPERTENSÃO PORTA CLASSIFICAÇÃO DE CHILD-PHUG ASCITE 1 PONTO 2 PONTOS 3 PONTOS Ausente Leve/ moderada Intensa Graus I e II Graus III e IV ENCEFALOPATIA Ausente ALBUMINA > 3,5 g/l 3 a 3,5 g/l < 3 g/l BILIRRUBINAS < 2 g/l 2 a 3 g/l > 3 g/l 4 a 6 seg > 6 seg TAP seg>controle < 4 seg CHILD A – 5 a 6 CHILD B – 7 a 9 CHILD C – 10 a 15 Hipertensão Porta AVALIAÇÃO HEMODINÂMICA - Métodos não – invasivos USG com Doppler Angiografia TC RNM EDA Hipertensão Porta AVALIAÇÃO HEMODINÂMICA - Métodos invasivos Cateterismo tronco celíaco Esplenoportografia Cateterismo veia umbelical Portografia trans-hepática Cateterismo transjugular Hipertensão Portal ASCITE ASCITE ASCITE: Grau 1: detectada apenas por ecografia Grau 2: abdome de batráquio (dilatação dos flancos, com o doente em decúbito dorsal) e sinal da macicez variável, ao exame físico Grau 3: diretamente visível, confirmada pelo sinal da onda ascítica Teorias Overflow = “superabundância” (retenção renal inadequada) Doença hepática retenção primária de água e sódio expansão do volume vascular ascite Underfilling = “enchimento incompleto” (diminuição do volume circulante efectivo) HT Portal saída de fluidos para o peritoneo ascite diminuição do volume intravascular retenção secundária (compensatória) de água e sódio Vasodilatação arterial periféria dilatação vascular pelo óxido nítrico diminuição do volume plasmático retenção de água e sódio ascite ASCITE Patogênese 1. Aumento da pressão hidrostática (Hipertensão Portal) 2. Diminuição da pressão osmótica coloidal 3. Saída de fluidos para a cavidade peritoneal 4. Aumento da permeabilidade dos capilares peritoneais Necrose Regeneração Hipoalbuminemia Fibrose (cicatrização) Nódulos rodeados por septos Distorção arquitectura vascular Libertação Óxido Nítrico Vasodilatação Estado fisiológico compatível com depleção volume intravascular apesar expansão volume total Obstrução venosa Hipertensão Portal Ascite Obstrução do efluxo hepático Pressão Pós-sinusoidal Dilatação e Pressão sinusoidal Necrose do hepatócito Dano hepático progressivo ↑ filtração nos sinusoides ↑↑ formação de linfa Extensão do atingimento venoso Grau de dano hepático Ascite Vasculite Deposição de fibrina nos vasos Congestao venosa Secreção anormal de bilirrubina ↑ Permeabilidade capilar Icterícia Perda de albumina para espaço extracelular Ascite ↓ Gradiente oncótico entre os vasos e liquido extracelular ↑ Passagem de líquido para espaço extracelular Aumento peso Meios complementares de diagnóstico Paracentese abdominal Imaginologia – Radiografia abdominal simples – Ecografia abdominal – TAC Laparoscopia Paracentese abdominal Líquido ascítico: – Aspecto macroscópico – Conteúdo proteico – Contagem total e diferencial de células – Coloração Gram e para bacilos álcool-ácido resistentes – Cultura – Exame citológico Paracentese abdominal Aspecto macroscópico – Cor de palha, tinto de bile, transparente ► Cirrose – Turvo ► Infecção – Sanguinolento ► Paracentese traumática ► Ascite maligna – Leitoso ► Ascite quilosa – Castanho ► Perfuração de úlcera duodenal ► Ruptura da vesícula biliar Paracentese abdominal Conteúdo proteico: Albumina: SAAG (gradiente de albumina soro-ascite) Correlação direta com a pressão portal – Alto gradiente ► valor igual ou superior a 1,1g/dL ► Hipertensão Portal – Baixo gradiente ► valor inferior a 1,1g/dL ► Sem Hipertensão Portal Paracentese abdominal Alto gradiente (≥1,1g/dL) Baixo gradiente (<1,1g/dL) Cirrose Carcinomatose peritoneal Hepatite alcoólica Peritonite tuberculosa Ascite cardíaca Ascite pancreática Metástases hepáticas Ascite biliar Falência hepática fulminante Síndrome nefrótico Síndrome de Budd-Chiari Fuga linfática pósoperatória Trombose da veia porta Serose em doenças do tecido conjuntivo Mixedema Tratamento A ascite não é apenas um problema cosmético! Sobrevivência média de 2 anos desde o estabecimento da ascite A sobrevivência depende pricipalmente da função hepática Peritonite bacteriana espontânea em ~ 25% O baixo débito urinário de Na+ correlaciona-se com alta mortalidade Tratamento Diuréticos Paracentese + albumina Shunt de LeVeen (shunt peritoneo-jugular) TIPS (shunt portossistemico intra-hepático transjugular) Shunt portocava Transplante hepático Hipertensão Portal SANGRAMENTO Hipertensão Porta SANGRAMENTO 90% causados pela HP 10% por Mallory-Weiss, úlceras gástricas/duodenais Varizes esofagianas 80% Varizes gástricas 20% (trombose de veia esplênica) EDA Hipertensão Portal Variáreis preditivas de sangramento: Classificação de Child-pugh Tamanho das varizes Adelgaçamento da parede HIPERTENSÃO PORTAL TRATAMENTO TERAPÊUTICA Clínica Endoscópica Radiológica (Intervencionista) Cirúrgica Efetiva: TRANSPLANTE HEPÁTICO HIPERTENSÃO PORTA HIPERTENSÃO PORTA HIPERTENSÃO PORTA HIPERTENSÃO PORTAL Abordagem Clínica Farmacoterapia – Vasopressina – Octreotide – Nitratos – β-bloqueadores Sangramento (63 x 42%) Mortalidade (27 x 20%) – Diuréticos – ARA II, IECA HIPERTENSÃO PORTA Tamponamento BALÃO DE SENGSTAKEN - BLAKEMORE Abordagem endoscópica Crafoord & Frenckner, 1939 Johnston & Rodgers, 1973 Varizes esofageanas – Diagnóstico – Ligadura (superior?) – Escleroterapia Varizes gástricas – Diagnóstico – Tratamento?? Ligadura elástica ESCLEROTERAPIA Abordagem radiológica intervencionista TIPS Alternativa não-cirúrgica 8-10 mm Gradiente porta < 12 mmHg = sucesso Colapinto, 1983 HIPERTENSÃO PORTA TRATAMENTO CIRURGICO Cirurgias de desconexão Cirurgias de derivação Abordagem Cirúrgica Nickolai Eck, 1877 – Shunt porto-cava em 8 cães Monsieur Vidal, 1903 – Primeiro shunt porto-cava no ser humano Whipple, 1945 – 10 shunts sucessivos Warren, 1967 – Shunt esplenorrenal distal Starzl, 1967 – Primeiro transplante hepático bem sucedido Abordagem cirúrgica Descompressão do sistema porta para sistema de baixa pressão (cava) Desvantagens – Encefalopatia – Insuficiência hepática – Piora da ascite Tipos – Não-seletivos – Seletivos – Parciais Shunts não-seletivos Porto-cava – Término-lateral (Eck) – Látero-lateral (Rosenstein) Interposição não calibrada – Porto-cava – Meso-cava (Bogoraz) – Meso-renal Esplenorrenal central (Linton, 1945) Cirurgia de Eck Cirurgia de Rosenstein Shunt porto-cava látero-lateral Shunt porto-cava látero-lateral Shunt porto-cava látero-lateral Shunts seletivos Warren – Teixeira, 1967 – Esplenorrenal distal Inokuchi, 1968 – Interposição venosa gástrica esquerda-cava Shunts seletivos – WarrenTeixeira Resultados na cirurgia de Warren Archives of Surgery, 2003 Shunts parciais Porto-cava calibrada Sarfeh & Rypins Shunts parciais Meso-cava calibrada Cirurgia de desconexão ázigoportal Tanner, 1961 JTCVS - Sugiura & Futagawa, 1973 – 276 pacientes (A e B) – Mortalidade 45% – Sangramento 2% – Sobrevida 5 anos 83%