❙❙ Luiz Pomarole, da Porto Seguro Porto Seguro e chegar até os consumidores. “Esta empresa, além de servir de base para a estruturação do seguro auto popular poderá também ser uma forma de inclusão social, pois a desmontagem de veículos requer mão de obra, e visa a sustentabilidade, pois dá destino a um material que antes ficava à margem do mercado”, enfatiza Pomarole. O maior desafio da nova empresa será atender às demandas sociais, ecológicas e financeiras. Afinal, ela terá Fonte: BB e Mapfre geral da Porto Seguro. Segundo ele, a proposta da nova empresa é propiciar ao mercado peças que estejam em excelente estado para aproveitamento em outros veículos. As peças que podem ser reaproveitadas são aquelas que não envolvem o sistema de segurança do veículo, como partes da lataria. Baterias, fluídos e óleos devem ter uma destinação específica. No caso da Porto Seguro, eles são retirados pelas empresa EcoPlace. A ideia da Renova nasceu a partir da ideia de alimentar o seguro auto popular. Todas as peças reutilizadas terão rastreabilidade, no intuito de não fomentar o desenvolvimento do mercado paralelo. Vale ressaltar também que as peças de segunda mão somente poderão ser utilizadas na reparação de veículos ligados à carteira do seguro auto popular. “De acordo com a legislação, temos a obrigação de reparar os carros de seguro auto convencional com peças novas e originais. Isso está no contrato”, esclarece Pomarole. A empresa está em fase de estruturação. A comercialização de peças poderá ultrapassar a barreira do Grupo que apresentar resultados favoráveis aos investidores também. Apesar destas iniciativas, vale lembrar que tudo ainda não passa de um exercício para tentar aumentar a penetração do mercado de seguros. Marcelo Goldman, diretor de automóveis da Tokio Marine, lembra que a legislação dos desmanches é apenas um primeiro passo. “A taxa do seguro para veículos acima de 5 anos é alta e ainda não sabemos ao certo quanto ela poderá cair com o seguro auto popular”. A seguradora não pretende desmontar seus veículos, mas admite utilizar peças de parceiros. “Podemos atrair mais de 10 milhões de novos consumidores”, ressalta Goldman. A norma do seguro popular que está sendo estudada pela Susep prega que a seguradora seja a responsável pela empresa que desmonta o veículo, como forma de controlar a origem das peças. De acordo com o diretor de automóveis da SulAmérica, Eduardo Dal Ri, que também faz parte do Grupo de Trabalho da Susep que trata do tema, o seguro auto popular poderá sair ainda no primeiro trimestre de 2014. “É importante lembrar que nenhuma empresa estará plenamente preparada para atuar neste setor porque é necessário um estoque de peças de todos os veículos. Há modelos e marcas com menor sinistralidade e por isso, acho que a plena utilização de peças recicladas levará algum tempo”, estima Dal Ri. A SulAmérica já trabalha com a possibilidade de ter sua própria empresa de reciclagem, seja sozinha ou com outras seguradoras parceiras. A preocupação do setor vai além das ações internas das seguradoras, porque elas dependem do atendimento ao cliente que é realizado na ponta. Por isso, um dos pontos críticos deste serviço são as oficinas credenciadas, que também devem se responsabilizar pelo descarte dos fluídos inutilizados dos veículos. Dal Ri conta a experiência da seguradora que investiu no projeto para incentivar as oficinas referenciadas SulAmérica a migrar da atual tecnologia de pintura com tintas à base de solvente para uma tecnologia ecologicamente 33