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TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
História do Transporte
Urbano
História do Transporte Urbano
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Antes do século XVII, o deslocamento das pessoas nas
Cidades era realizado a pé, montado em animais ou em
carruagens próprias puxadas por animais, privilégio dos muito
ricos
As carruagens de alugueis puxadas por animais que surgiram
nas Cidades de Londres, em 1600, e em Paris, em 1612
podem ser consideradas os primeiros serviços de transporte
público urbano
Em 1662, com uma licença do rei Luis XIV para explorar cinco
rotas com carruagens, Blaise Pascal definiu os primeiros
conceitos que iriam nortear o serviço de transporte público
coletivo
História do Transporte Urbano
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Na visão de Blaise Pascal , o serviço deveria cumprir os seguintes
critérios:
Os carros iriam seguir o mesmo trajeto de um ponto a outro;
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As saídas obedeceriam horários regulares, mesmo sem passageiros;
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Cada ocupante iria pagar apenas por seu lugar, independentemente
de quantos lugares ocupados nos carros;
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A rota ao redor de Paris seria dividida em cinco setores, a tarifa de
cinco centavos permitiria cruzar apenas para mais um setor. Além
disso, deveria ser paga uma nova tarifa.
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Não seria aceito ouro como pagamento, a fim de evitar atrasos.
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O serviço perdurou por quinze anos após a morte de Pascal,
naquele mesmo ano, porém, restrições do Parlamento para
que fosse usado apenas por pessoas "de condições" e o
aumento da tarifa para seis centavos gradualmente foram
tirando a popularidade do negócio, até que ele foi extinto, em
1677
Apenas 150 anos depois, em 1826, com a criação do omnibus
( para todos em latim) por Stanislas Baudry, na também
francesa Nantes é que o conceito de transporte público seria
retomado, e ainda seguindo os mesmos critérios definidos por
Pascal, que a propósito ainda hoje estão presentes no
transporte público moderno
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Em 1828, o próprio Baudry fundou em Paris a Entreprise Générale des
Omnibus, para explorar o serviço de transporte coletivo na capital francesa.
Logo em seguida, seu filho iniciaria empreendimentos similares em Lyon e
Bordéus
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Abraham Brower havia estabelecido em 1827 a primeira linha de transporte
público em Nova Iorque. Em 1829 a novidade chegaria a Londres pelas mãos
de George Shillibeer e, a partir daí alcançaria rapidamente as principais
cidades da América, Europa e demais partes do mundo
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O ônibus foi a primeira modalidade a servir o transporte público. Inicialmente
tracionado por cavalos conhecido em Portugal por americanos, evoluiu
popularizando os sistemas de bondes, ao incorporar trilhos e, posteriormente,
substituindo a tração animal por eletricidade
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Em 1863, a inauguração da primeira linha de metrô, em Londres, viria
estabelecer novos paradigmas de qualidade no transporte público
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O metrô de Londres era uma adaptação urbana da já conhecida
ferrovia. Porém, segregando-se o sistema em vias exclusivas,
subterrâneas, o metrô alcançava inédita eficiência em velocidade e
volume de passageiros transportados, liberando a superfície para o
transporte individual ou para os pedestres
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Após Londres, Paris inauguraria seu Métropolitain em 1900.
Nova Iorque teria oficialmente sua primeira linha subterrânea de metrô
em 1904, embora já contasse com linhas elevadas urbanas três
décadas antes disso
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Em Portugal o Metropolitano de Lisboa foi inaugurado no dia 29 de
dezembro de 1959. No Brasil a primeira linha subterrânea foi
inaugurada em 1974, dando início ao Metrô de São Paulo
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Com a popularização do automóvel no início do século XX, o ônibus
retornaria à pauta como alternativa de transporte público. Inicialmente,
os ônibus eram baseados na estrutura de caminhões, com uma
carroceria adaptada para o transporte de passageiros
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Posteriormente, o ônibus foi adquirindo personalidade, ganhando
sofisticação tecnológica e conquistando seu espaço próprio no mundo
dos transportes. Atualmente o ônibus é a modalidade predominante
de transporte coletivo em virtualmente todas as cidades brasileiras,
mesmo naquelas dotadas de sistemas metroviários
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A história da cidade de São Paulo é marcada pela implantação da ferrovia,
mas a história dos transportes públicos, iniciada à mesma época, carros de
duas rodas puxados por um cavalo, sua primeira manifestação. E já em 1872,
a Companhia Carris de Ferro de São Paulo inaugura a primeira linha de
bondes puxados a burro
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O primeiro sistema regular de transportes na cidade começou em 21/8/1865
com o serviço de aluguel de carros no Largo da Sé. Os primeiros bondes
trafegaram em 12/10/1872, com tração animal
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A primeira linha de bonde elétrico foi inaugurada junto com o século, a 7 de
maio de 1900, ligando o largo de São Bento à Barra Funda. Foi um
empreendimento da São Paulo Railway, Light and Power Company LTda., que
recebeu por transferência a concessão para, organizar, construir e operar
linhas de bonde por tração elétrica para diversos pontos da cidade e seus
subúrbios, durante 40 anos
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Bonde da Companhia Viação Paulista em 1900
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Bonde da Empreza de Bonds de Sant'Anna (EBSA)
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Inauguração dos serviços de bondes elétricos em 07/05/1900
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Bonde elétrico trafegando no Largo de São Bento
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Viaduto do Chá em 1920
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Os primeiros auto-ônibus aparecem na cidade no ano de 1920, como
uma oferta complementar e alternativa ao bonde que sofria as
limitações de rede, energia e investimentos
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No ano de 1930, a capital de São Paulo já era considerada um grande
centro urbano e convivia com um trânsito agitado. O Plano de
Avenidas de Prestes Maia indicava a expressiva influência do
automóvel na vida e na estrutura da Cidade
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A Comissão de Estudos de Transportes Coletivos, instituída em 1939,
pôs em discussão a organização do transporte como serviço público e
as vantagens do monopólio governamental, lançando as bases para a
constituição de uma empresa municipal responsável pelo transporte
coletivo
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Do largo da matriz, partia a linha para a praça do correio.
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Linha Praça Ramos de Azevedo - Freguesia do Ó
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O número de ônibus em São Paulo, em 1941, superou os mil,
enquanto o de bondes manteve-se em 500. Assim, eram os ônibus
que transportavam a maior parte dos passageiros. Trinta e sete
empresas particulares exploravam 90 linhas que circulavam pelo
município
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O prefeito Abrahão Ribeiro , através do Decreto-Lei no. 365 de 10 de
outubro de 1946, autorizou a constituição de uma empresa
responsável pelo transporte público, criando-se então a Companhia
Municipal de Transportes Coletivos - CMTC
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Em 1947, a Prefeitura determinou a transferência do patrimônio da
Light relativo ao serviço para a nova companhia e decidiu que as
empresas privadas passariam a operar somente as linhas de ônibus
fora do perímetro urbano
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Como concessionária exclusiva, dois anos depois, a CMTC implantou
o sistema de trólebus em São Paulo e introduziu os primeiros abrigos
para passageiros nos pontos de parada
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Em 1954, a CMTC operava 90% dos serviços de transporte coletivo
da cidade. Tornara-se uma das maiores empresas de ônibus
municipais do mundo, desenvolvendo, a fim de suprir a falta de
tecnologia no setor, um complexo industrial próprio destinado à
reforma e encarroçamento de veículos
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No ano de 1960, os reflexos do desenvolvimento da indústria
automobilística na organização dos sistemas de transporte urbano e
da cidade começam a ser mais fortes e se expressaram, também,
pela pressão de empresários privados em reconquistar o mercado das
linhas de ônibus
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A consequência foi à inversão da participação da CMTC e das
empresas operadoras no sistema de transporte coletivo, dos 80% de
passageiros em média transportados até o ano 1950, a CMTC passou
a ter menos de 20% de participação no mercado
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O sistema de bondes foi desativado em 1968, quando a cidade
contava com quase 4 milhões de habitantes, e a CMTC enfrentava
problemas administrativos e gerenciais : não se tinha controle sobre
as tantas empresas que operavam e nem tampouco sobre qual
serviço, linhas e veículos que eram oferecidos
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A Prefeitura de São Paulo, no entanto, promovia importantes planos e
estudos sobre o desenvolvimento da cidade (Plano Urbanístico
Básico) e criava a Companhia do Metropolitano de São Paulo
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A partir da década de 70, quando já havia sido criada a Secretaria Municipal
dos Transportes, as empresas permissionárias particulares, com suas frotas de
ônibus ampliadas, continuaram com a sua participação na operação do
sistema. Em 1975, a CMTC operava apenas 14% da frota de ônibus da cidade
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Um novo contrato de concessão é firmado entre Prefeitura e CMTC que
permite a esta contratar os serviços de transporte coletivo de passageiros em
23 áreas de operação. Assim, uma mudança efetiva ocorre no sistema e no
mercado de transporte coletivo da cidade, restituindo, em parte, à CMTC o seu
outro papel: O de gestora do sistema
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No ano de 1980, além de inovações operacionais e tecnológicas promovidas
pela CMTC - o Programa Trólebus, a implantação dos corredores de ônibus
em faixa exclusiva e a utilização de ônibus movidos a gás metano e natural-, a
gestão do serviço de transporte público voltou a ser alvo da atenção da
administração municipal, tendo resultado, inclusive, em intervenções
administrativas e gerenciais em algumas empresas operadoras
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A relação entre as empresas operadoras e a municipalidade passa por
nova e importante alteração a partir do processo de "municipalização"
quando, através da Lei no. 11.037 / 1991, o sistema de remuneração
do serviço passa a ser feito pelo custo, a operadora deixa de ser
remunerada diretamente pela apropriação da tarifa paga pelo
passageiro
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O serviço contratado pela Prefeitura e operado pelas empresas é
remunerado conforme a aferição dos custos incorridos na prestação
do serviço
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A tarifa, definida conforme parâmetros econômicos e políticos, passa
a pertencer a administração municipal, constituindo-se na principal
fonte de recursos para o pagamento do serviço às empresas
contratadas pela operação
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No início de 1993 a CMTC desempenhava, ao mesmo tempo, as funções de
gestora do sistema de transporte coletivo e de operadora, detendo cerca de
27% de participação no setor. A administração tinha por objetivo a
racionalização da operação e redução do déficit previsto pela manutenção da
administração da CMTC como empresa operadora
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A alteração do perfil da frota, da quantidade de ônibus e de funcionários eram
medidas indicadas que exigiriam altos investimentos e não gerariam,
necessariamente, redução de custos
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Optou-se, então, por encerrar as atividades operacionais da antiga CMTC,
através da "privatização" de toda a operação dos 2.700 ônibus e das
respectivas garagens, reduzindo o quadro de pessoal de 27 mil para cerca de
1.200 empregados. Esse processo se valeu da flexibilidade do mesmo modelo
de gestão estabelecido pela Lei No. 11.037 / 91
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A forma de remuneração dos serviços prestados pelas
empresas contratadas foi inovada, alterando-se o critério
anterior de pagamento, calculado pelo custo do quilômetro
rodado, por um valor limite por passageiro transportado
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A antiga CMTC foi então transformada na São Paulo
Transporte S.A.- SPTrans, nova denominação adotada a 8 de
março de 1995 para a empresa que ficou voltada somente à
gestão do sistema de transporte da cidade
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Em 2002 a prefeitura resolveu colocar em prática um novo
modelo de transporte público em São Paulo, dividindo a cidade
em nove áreas diferentes
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Sendo que para oito delas (1 - Noroeste, 2 - Norte, 3 Nordeste, 4 - Leste, 5 - Sudeste, 6 - Sul, 7 - Sudoeste e 8 Oeste) foram estabelecidos lotes para a distribuição das
empresas e cooperativas que prestarão os serviços de
transporte por ônibus, microônibus, vans e trólebus
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A área 9 é a da Região Central da Cidade, que não possui
lotes específicos, de forma que não há nenhuma empresa ou
cooperativa que atuará especificamente nestes limites. As
linhas que operam apenas dentro dos limites da área 9 são de
responsabilidade de empresas das áreas 1 a 8, normalmente,
a que fica mais próxima do ponto considerado como o inicial da
linha (regra que comporta várias exceções)
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