VIII EPEA - Encontro Pesquisa em Educação Ambiental
Rio de Janeiro, 19 a 22 de Julho de 2015
O EMPODERAMENTO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
NA UNIVERSIDADE PÚBLICA: DESAFIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 1
Fátima Aparecida Alves Guerra- FT, Unicamp Limeira 2
Profa Dra. Lubienska Cristina Lucas Jaquiê Ribeiro- FT, Unicamp Limeira
RESUMO
A temática ambiental como meio de inclusão do aluno com deficiência no ensino superior é um
desafio a ser descutido. A conciência ambiental assim como o empoderamento se dá a partir do
momento em se é percebido dentro de cada um, e a relação que se estabelece com meio que se
vive. Neste estudo, a inclusão não é apenas reivindicar uma cota para ingresso no vestibular, trata-se
de como se manter estes alunos que são naturalmente excluídos na sociedade e consequentemente
na universidade, mais do que reivindicar seus direitos como cidadão é demonstrar que é possível
obter consciência ambiental construir uma sociedade inclusiva e participativa por meio da produção
de conhecimentos no campo da Educação Ambiental - EA Popular. Este estudo procura investigar
como a universidade pública promove ações de inclusão e permanência aos candidatos/alunos com
deficiência. Dados da Comissão de Vestibulares (Comvest) e Diretoria Acadêmica (DAC) da
Unicamp, são usados para investigar o número de pessoas com deficiência que procurou o
vestibular desta universidade pública nos últimos cinco anos, quantos destes candidatos
conseguiram ingressar e quantos destes matriculados permaneceram nos cursos escolhidos.
Conhecendo estes números pretende-se detectar os fatores responsáveis pela inclusão ou exclusão
deste grupo de pessoas. Acredita-se que ações possam ser estimuladas a partir da Educação
Ambiental (EA) Popular como metodologia de intervenção para inclusão, permanência e
acessibilidade à universidade.
Palavras chaves: Inclusão, Educação Ambiental, Empoderamento
ABSTRACT
The environmental issues as a means of inclusion of students with disabilities in higher education is
a challenge to be descutido. Environmental consciousness and empowerment starts from the
moment it is perceived within each, and the relationship established with means which we live. In
this study, the inclusion is not just claim a quota for admission to the exam, it is how to keep these
students who are naturally excluded in society and therefore the university, more than claim their
rights as citizens is to demonstrate that it is possible to obtain environmental awareness build an
inclusive and participatory society through the production of knowledge in the field of
Environmental Education - EA People. This study seeks to investigate how public university
promotes actions of inclusion and continuously to the candidates / students with disabilities.
Commission data Vestibular (Comvest) and Academic Board (DAC) at Unicamp, are used to
investigate the number of people with disabilities who sought entrance exam this public university
in the last five years, how many of these candidates were able to enter and how many of those
enrolled remained in chosen courses. Knowing these numbers is intended to detect the factors
responsible for the inclusion or exclusion of this group of people. It is believed that actions can be
stimulated from the Environmental Education (EE) Popular as intervention methodology for
inclusion, permanence and accessibility to university.
Keywords: Inclusion, Environmental Education, Empowerment.
Realização: Unirio, UFRRJ e UFRJ
1
INTRODUÇÃO
O ingresso de um aluno na Universidade pública não é um dos desafios mais fáceis de se
conquistar. Segundo dados do concurso Vestibular FUVEST 2015, foram inscritos 141.888
candidatos. Concorrendo a 11.057 vagas para a USP e outras 120 para a Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo. A inserção de alunos com deficiência na universidade pública
vai além destes números, pois este aluno deve vencer a barreira do vestibular com os demais
candidatos e se aprovado encontra barreiras e desafios que ultrapassam o cumprimento da
legislação existente sobre acessibilidade. Seu desafio maior é conquistar o empoderamento e vencer
barreira atidudinal por parte do corpo docente, discente e de funcionários que em sua grande
maioria nao estão preparados para receber estes alunos com deficiência.
A inclusão da pessoa com deficiência no ensino superior é muito recente, e a maioria da
literatura sobre o tema destaca que as barreiras fisicas são contornáveis, já as barreiras atitudinais e
pedagógicas são obstáculos difíceis de se vencer. Na literatura voltada para Educação Ambiental
EA o tema inclusão vem sendo discutido, mas também é pouco difundida a EA como meio
facilitador de inclusão da pessoa com deficiência.
O mesmo pensamento e influência sobre a deficiência se aplica ao meio ambiente, a maioria
da população acredita que a preservação da natureza independe do homem. Meio Ambiente para
muitos é a formação de fauna, flora, água, solo, ar e preservação de animais em extinção, este era o
conceito tradicional que felizmente vem mudando gradativamente. Hoje, as atividades humanas
sobre a Terra produzem tantas influências que a sua cultura passou a fazer parte da definição de
meio ambiente” (DIAS, 2004). Atualmente, o conceito de meio ambiente é compreendido,
conforme art. 4, inciso II, da Política Nacional de Educação Ambiental, pela “[...] interdependência
entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, osb oenfoque da sustentabilidade” Política
Nacional de Educação Ambiental (PNEA, 1999).
No trato dessa temática da deficiência e EA se faz necessário, portanto, aprender
particularidades inerentes à pessoa com deficiência que a torna diferente de outras pessoas tidas
como normais. E desmestificar a EA como sinônimo apenas de “ Natureza” ou “Recursos Naturais.
A EA apresentada neste trabalho reforça a necessidade do empoderamento da pessoa com
deficiência, que poderá ser alcançado com a junção e sugestão de ações de EA popular e
empoderamento nos programas existentes de inclusão da universidade minimizando as
discrepâncias sociais e acadêmicas.
OBJETIVO DO ESTUDO
Discutir o empoderamento da pessoa com deficiência, através de ações da EA em programas
de inclusão na Universidade.
MATERIAL E METODO
O levantamento de dados consiste em detectar os alunos da Unicamp com algum tipo de
deficiência física, levantamento das facilidades arquitetônicas e atitudinais, bem como o de projetos
de inclusão existentes. Foram realizado estudos bibliográficos e reconhecimento da Legislação
Nacional sobre a temática.A pesquisa se caracteriza como qualitativa, pois, segundo Minayo (2010)
a pesquisa qualitativa “trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das
crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como
parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas a pensar sobre o que
faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilha com seus
semelhantes”.
Este conceito vem ao encontro da proposta de inclusão por meio da EA e empoderamento da pessoa
com deficiência física apresentada . São identificadas duas etapas: a primeira denominada fase
explorátoria e a segunda a de análise do que foi levantado.
2
DISCUSSÃO
A questão ambiental vem sendo discutida mundialmente tendo em vista que sem a
preservação e conscientização do homem, o planeta esta fadado a destruir o meio. A Educação
Ambiental têm ocupado crescente espaço nos debates educacionais e remetem à trajetória da
democratização do ensino, em todos os níveis por ser uma abordagem sistêmica pode ser tratada
neste estudo como essencial para inclusão do aluno com deficiência no ensino superior. Segundo
Layrargues (2006) o século XXI é o marco da mudança do homem com a natureza, neste período
inicia a consciência de preservação do meio ambiente, surge uma nova relação homem com o meio
ambiente.
A questão ambiental sai do ambiente político onde o capitalismo era apontado como o
grande responsável pela degradação ambiental e passa a ser uma mudança comportamental do
homem.
A Educação Ambiental tem duas funções: Função moral de socialização humana, que trata
do ser humano como uma continuidade da natureza e Função ideológica de reprodução das
condições sociais. O homem em algum momento se desvincula da natureza, precisa passar por um
processo educativo e rever seus conceitos de ecologia e natureza promovendo uma mudança
cultural (Layrargues, 2006).
Percebe-se que a educação ambiental com responsabilidade social é toda transformação que
ocorre no homem individualmente tornando-o agente multiplicador e proporcionando o
desenvolvimento de uma consciência ambiental, política e social possibilitando o enfrentamento de
conflitos socioambiental. Dentro do contexto universitário, o emprego da EA pode ser feito em
conjunto com a aplicação de recursos e serviços no empoderamento da pessoa com deficiência, em
busca de um ambiente adequado e pessoas preparadas para atendê-los, sem que a deficiência seja
excludente.
Para alcançar essa combinação da EA com o empoderamento, é preciso compreender que a
EA além das correntes tradicionais possui valores sociais, culturais e políticos que não devem ser
inseridos em uma única corrente e sim agregando a um conjunto de ações em uma abordagem
humanística e democrática, que integre a pessoa com deficiência e suas singularidades, tendo como
objetivos o crescimento pessoal, o empoderamento e a inserção social e acadêmica.
Segundo Carvalho (2001), à medida que se discute EA e suas práticas juntamente com a
expansão dos debates na sociedade e ambientes acadêmicos, surgem novas classificações de EA,
diversas correntes e concepções diferentes. A EA Popular e a formação de sujeitos políticos,
capazes de agir criticamente na sociedade. Uma vez entendida a EA como parte de um processo
transmutador da realidade, cabe aqui salientar as “modalidades desta prática, suas orientações
pedagógicas e suas consequências como mediação apropriada para o projeto de mudança social e
ambiental”
Pode-se dizer seguindo a linha de pensamento apresentada por Carvalho (2001) que, o
empoderamento é individual e único, porém experimentar mudanças por meio de ações de EA de
forma coletiva mesmo estando em estado de consciência individual pode se tornar um
empoderamento coletivo.
Para entender a abrangência da EA tratada nesta pesquisa faz-se necessário relatar a EA do
ponto de vista popular retratado por Carvalho (2001).
Educação Ambiental Popular
A Educação Ambiental Popular está associada com à tradição da educação popular, que
compreende o processo educativo como um ato político no sentido amplo, isto é, como prática
social de formação de cidadania. A EA popular compartilha com essa visão a ideia de que a
vocação da educação é a formação de sujeitos políticos, capazes de agir criticamente na sociedade.
O destinatário desta educação são os sujeitos históricos, inseridos numa conjuntura sociopolítica
determinada, cuja ação, sempre intrinsecamente politíca, resulta de um universo de valores
construídos social e historicamente (Carvalho 2001, p. 76)
3
O conceito de EA popular vai além da concientização do meio ambiente. Trata-se da
transformação de uma sociedade na esfera política, cultural e ideológica, ultrapassa os limites de
meio ambiente, pois passa a construção de uma sociedade capaz de decisões inserida no processo
de formação de cidadões conscientes com a preservação da natureza e de uma sociedade
democrática e solidária.
O foco de uma educação dentro do novo paradigma ambiental tenderia a compreender, para
além de um ecossistema natural, um espaço de relações socioambientais historicamente configurado
(Carvalho, 2001).
Segundo Pereira (2006), o empoderamento devolve poder e dignidade a quem desejar o
estatuto de cidadania, e principalmente a liberdade de decidir e controlar seu próprio destino com
responsabilidade e respeito ao outro.
A EA é uma ação interdisciplinar e sua diversidade é responsável por movimentos socias
que podem ser trabalhadas em comunidades e mudar a maneira de agir e pensar do homem. Para
que este movimento ocorra é necessário implantar novos paradigmas educativos com a participação
democrática da sociedade que deve estar disposta a adotar novo estilo de vida e transformar o seu
cotidiano com surgimento de novos valores sociais que o conduzam ao empoderamento e um modo
de vida mais consciente e sustentável.
A partir do momento que a sociedade adotar um novo estilo de vida perceberá que é
essencial a participação efetiva em organizações sociais e centros comunitários para conseguir
espaços junto aos governantes e cobrar ações que possam favorecer sua comunidade.
A conscientização e empoderamento do indivíduo dentro da comunidade o leva a conhecer
as necessidades da sua comunidade e pode vir a cobrar a criação de comitês e ou associações que
promovam ações na busca de um ambiente inclusivo e a erradiação da pobreza, analfabetismo,
exclusão de pessoas com deficiência entre outras formas de preconceitos e problemas sociais. A
integração entre o poder público e a população reunida em movimentos sociais é o alicerce para
uma sociedade inclusiva ambientalmente, academicamente, socialmente e economicamente.
Para ilustrar o poder do movimento social no âmbito Internacional destaca-se a Declaração
Universal de Direitos Humanos, proclamada pela ONU de 10 de dezembro de 1948, que inaugurou
uma concepção contemporânea de direitos humanos, já que integrou os direitos civis e políticos,
gestados desde o século XVIII. Essa declaração foi criada por governos internacionais com o
objetivo de amenizar as atrocidades ocorridas na Segunda Guerra Mundial. Com ela fica
estabelecida pela primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos, a Declaração foi um
documento que teve contribuições de várias pessoas do mundo e provocou e provoca mudanças
profundas de atitudes na sociedade mundial.
A Declaração apresentou várias exigências de interesse das pessoas com deficiência, como o
direito à segurança social (art. XXII), ao trabalho (art. XXIII), a um nível de vida capaz de
assegurar-lhe saúde e bem-estar (art. XXV), segurança em caso de invalidez (art. XXV) e direito
à instrução (art. XXVI) (ONUBR, 2013).
Segundo Bobbio (1992), a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi uma inspiração e
orientação para o crescimento da sociedade internacional, com o principal objetivo de torná-la num
Estado, e fazer também, com que os seres humanos fossem iguais e livres. Sendo assim, pela
primeira vez, princípios fundamentais sistemáticos da conduta humana foram livremente aceitos
pela maioria dos habitantes do planeta.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste contexto uma pesquisa esta sendo realizada no banco de dados da Universidade
Estadual de Campinas para detectar o número de alunos com deficiência que ingressaram e
permanecem matriculados na universidade, visando identificar meios facilitadores que promovam
ou dificultam a sua inclusão e permanência na universidade. Para atingir este objetivo foram
detectados a existência de programas de inclusão como o Laboratório de Acessibilidade da
Biblioteca Central Cesar Lattes – LAB foi projeto pioneiro no tema inclusão universitária. Em 2005
oportunidade oferecida pelo Programa de Apoio à Educação Especial (PROESP/2003/CAPES)
4
aglutinou diversas propostas e foi implantado o Programa TODOS NÓS - Unicamp Acessível de
natureza interdisciplinar, cuja amplitude e complexidade exigem a integração de áreas de
conhecimento da educação, da computação e atendimento educacional especializado, para a
planificação e execução de ações inclusivas.
A universidade se preocupa em atender a legislação de inclusão no período do vestibular
oferecendo um meio facilitador de ingresso na universidade a todos aqueles que se declaram com
algum tipo de necessidade especial para prestar o vestibular. No período de 2005 a 2010 a
universidade aprovou para a 2 fase do vestibular 101 pessoas que se declaram com algum tipo
deficiência, destes apenas 15,84% efetivaram a matrícula. O que leva a questionar o que ocorreu
com estas pessoas que conseguiram vencer a barreira do vestibular e não estão ocupando seu espaço
acadêmico conquistado com louvor.
A pesquisa detectou que entre os matriculados no período de 2005 a 2010 os tipos de
deficiência com maior incidência: Visual - 44,75% , Motora – 36,11% eAuditiva – 19,14%.
Os tipos de deficiências foram identificadas de acordo com a percepção dos próprios alunos
matriculados. Foi disponibilizado formulários onde o alunos identificavam se possuiam algum tipo
de deficiência entre: Visual, Motora e Auditiva.
Os tipos de deficiência pode variar de acordo com a interpretação de cada aluno no ato do
preenchimento do formulário.
O gráfico 01 reflete a evasão das pessoas com deficiência que oficializaram seu
desligamento à universidade e ou tiveram seu tempo de integralização excedida no período de 2005
a 2010, incluindo matrícula em período anterior ao ano de 2005, alunos estes que ainda não
concluiram seus cursos, sendo assim esta evasão não reflete a realidade do período.
Gráfico 1: Número de alunos matriculados / Evasão no período de 2005 a 2010.
180
161
160
142
140
128
120
103
89
100
72
80
Matriculas
Evasão
60
40
20
0
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Os programas analisados até o momento demonstram que a universidade se preocupa em
atender a legislação e possui alguns programas de inclusão, porém a aplicabilidade do programa
depende do usuário que nem sempre possui o empoderamento para usufruir seu direito. É neste
momento que se faz necessário a aplicação da EA popular nos programas existentes para que o
aluno com deficiência se veja inserido no contexto universitário. Este trabalho está em andamento e
traz parte dos resultados, apresentando a que tem maior implicação sobre a inclusão e
empoderamento por meio da EA e suas diversidades.
DISCUSSÃO FINAL
Este estudo tem como propósito relatar a inclusão de pessoas com deficiência no Ensino
Superior na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Acredita-se que com pesquisas
voltadas para inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior é possível chamar a atenção
do poder público e pessoas envolvidas no meio acadêmico das dificuldades, lutas e superações
5
destes alunos para ingressar e se manter na universidade pública garantindo sua dignidade,
qualidade à sua educação e seus direitos pleno de cidadãos.
Existem leis que tratam da inclusão em todos os níveis de ensino, são de extrema
importância e necessária para garantir o direito de todos a educação, mas encontram barreiras em
efetivar a operacionalização dessas leis que só são aplicadas se os usuários estiverem empoderados
para usufruir e reclamar seus direitos.
Percebe-se que até o momento da pesquisa que a Universidade Estadual de CampinasUnicamp, possui alguns investimentos em programas de acessibilidade e inclusão, porém seu
quadro de ingressantes e matriculados de pessoas com deficiência não é representativo em relação
ao número de pessoas com deficiência no Estado.
A universidade tem como função social "mostrar com clareza as contradições sociais e
propor alternativas concretas, pois é nesse contexto que está a perspectiva de incluir" (Marques e
Marques, 2003). Cabe a sociedade e a pesquisadores sugestionar ações e programas de EA com
responsabilidade social que permita coletivamente que a pessoa com deficiência coletivamente se
descubra como cidadão e agente multiplicador de uma consciência ambiental, política e social
possibilitando o enfrentamento de conflitos socioambientais e a construção de uma universidade
includente
REFERÊNCIAS
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CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Agroecol. E Desenv. Rur. Sustent. Porto Alegre, v.2 n.2
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