EDITORIAL Estamos lançando, com satisfação, o décimo número da Revista Educação, Gestão e Sociedade, da Faculdade Eça de Queirós. Nesta edição, contamos com seis artigos de pesquisadores de diversas regiões do país, que nos convidam a refletir sobre uma gama de variados assuntos: questões educacionais, literatura, cinema e meio ambiente. No primeiro artigo, o autor Clédson Luciano Miranda dos Santos traça um panorama histórico-crítico do cinema no Brasil, enquanto fenômeno social, apoiando-se em referenciais da historiografia clássica do cinema brasileiro. Aborda-o sob o prisma da produção cinematográfica, a partir de um recorte temporal que vai desde as origens até a década de 1970. Diante da trajetória do cinema em nosso país, o autor ressalta que as produções têm retratado em suas películas um “Brasil para americano ver”, com malandros vestidos de branco, praias paradisíacas, araras, índios e selvas. No segundo artigo, a autora Élida Mara de Jesus Dias analisa a atuação do psicopedagogo diante das dificuldades que se apresentam no processo ensino-aprendizagem nas instituições escolares, abordando a regulamentação da profissão do Psicopedagogo e suas características no Brasil. O artigo trata também sobre a prática do psicopedagogo em âmbitos como o empresarial e o clínico, buscando examinar não apenas as diferenças entre essas áreas de atuação, mas também a real situação do profissional de Psicopedagogia, em diferentes contextos. Os autores Lucilene Macedo Balmant Tomaz e Paulo Sérgio de Jesus descrevem, no terceiro artigo, os resultados de sua pesquisa, cujo objetivo foi dar voz aos alunos da modalidade Educação de Jovens e Adultos – EJA, enfocando questões subjetivas, relacionadas aos sentidos constituídos sobre a experiência escolar vivida nas séries iniciais, assim como sobre os fatores e situações que contribuíram para que esses alunos deixassem de prosseguir seus estudos na faixa etária adequada, sendo considerado como tempo/espaço o período iniciado na década de 1960, na região oeste da grande São Paulo. 1 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 3, número 10, junho de 2013. www.faceq.edu.br/regs No quarto artigo, que trata de gestão do meio ambiente, os autores Sérgio Thode Filho, Wagner Francisco Marinho da Silva, Elmo Rodrigues da Silva, Aline Santiago Santos e Thuanny Moraes de Almeida escrevem sobre a pesquisa que desenvolveram, focalizando a produção de biodiesel a partir do óleo vegetal residual e os impactos associados ao descarte inadequado. Os autores ressaltam a importância da logística reversa para a coleta desse material e o problema das barreiras ao uso do biodiesel no Brasil. Mostram que existe, em nosso país, um grande potencial a ser explorado, com relação ao aproveitamento energético do óleo vegetal residual resultante da alimentação. No entanto, grande parte desse material é descartado incorretamente, provocando dano ambiental. Maria de Lurdes Zanoli escreve o quinto artigo, abordando África e Brasil em seus aspectos interculturais, na construção da identidade da sociedade brasileira, mostrando que indígenas e africanos constituíram as principais fontes que contribuíram diretamente para a formação de nossa cultura. Para isso, a autora comenta as Leis Federais 10.639 e 11.645/2008 que estabeleceram a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura afro-brasileira, africana e indígena nas escolas brasileiras, mostrando como, juntamente com os escravos que desembarcaram no Brasil durante o tráfico, vieram também as línguas e culturas diversas, que se misturaram ao português do Brasil, às línguas indígenas e às culturas dos povos que aqui viviam, formando o que hoje conhecemos como identidade brasileira. Por fim, no sexto artigo, Waltecy Alves dos Santos analisa as estratégias estéticas literárias empregadas para a composição do conto O trono no morro, texto ficcional de autoria de José J. Veiga, considerado um dos grandes nomes do pós-modernismo literário brasileiro. O artigo analisa a perspectiva do protagonista da história, Quintino Jerônimo Júlio, anti-herói moderno, que recebe a alcunha de Dom Quintino após virar líder de um bando de sertanejos. As vivências e o destino desse personagem central proporcionam a reflexão acerca das ambivalências, das contradições e das dualidades que a condição humana é capaz de manifestar. Uma boa leitura a todas e todos e até o próximo número! Profª Dra Maria Clara Lopes Saboya Editora da REGS “Revista Educação, Gestão e Sociedade” 2 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 3, número 10, junho de 2013. www.faceq.edu.br/regs