1 ENSINO MÉDIO www.ceejamax.com U. E. 12 Elaborado pelos professores: Elisabete Céu Fernandes Magda Sant’Ana Lima Maria Dirce Vilela 1 2 Finalidade: Nesta Unidade de Estudo você dará continuidade aos seus estudos sobre o Revolução Francesa e o Império Napoleônico. Objetivos: Ao final desta unidade de estudo você deverá ser capaz de: Identificar os motivos da revolução francesa Caracterizar a sociedade antes da revolução Identificar as diferentes fases da revolução Reconhecer os ideais de liberdade e igualdade como base da declaração dos direitos do homem e do cidadão Identificar o governo napoleônico como instrumento da consolidação dos interesses econômicos, sociais e políticos da burguesia Compreender os fatores do império napoleônico e sua repercussão no mundo Compreender o Liberalismo como fator fundamental para a consolidação do poder da burguesia Relacionar o liberalismo econômico e político com o advento do nacionalismo e conflitos mundiais 2 3 REVOLUÇÃO FRANCESA A Liberdade Guiando o Povo, por Eugène Delacroix A Revolução Francesa foi um marco na formação do mundo contemporâneo, orientando o universo político moderno em geral. Na França, ela representou de imediato a ruptura definitiva com o Antigo Regime, levando ao poder a burguesia e criando condições para o desenvolvimento do “Estado de direito” e do capitalismo. Todavia, tanto internamente como no contexto político internacional, seu significado foi bem mais abrangente: de um lado, ela representou a vitória da burguesia; do outro, a luta de todos os povos contra qualquer forma de poder autoritário e a favor da liberdade, da democracia, do progresso e da modernização. A FRANÇA ANTES DA REVOLUÇÃO Às vésperas da revolução de 1789, a França atravessava uma série crise econômica, social e política: - A estrutura fundiária obsoleta, com a maioria das terras em mãos da nobreza, não produzia alimentos suficientes para os 25 milhões de habitantes do país mais populoso da Europa. 3 4 - A indústria, artesanal e corporativa, não tinha condições de concorrer com as manufaturas da Inglaterra, país que vivia a Revolução Industrial. - Os privilégios dos nobres consumiam boa parte da riqueza nacional. - Em termos sociais, subsistiam estruturas típicas do Antigo Regime e mesmo da ordem feudal. Legalmente, existiam três estados ou ordens: - Primeiro estado: clero; - Segundo estado: nobreza; - Terceiro estado: o restante da população, desde a burguesia até os camponeses e artesãos. - Em termos políticos, o governo procurava modernizar o sistema de impostos, mas suas iniciativas eram paralisadas pela oposição da aristocracia. O INÍCIO DA REVOLUÇÃO A Tomada da Bastilha, por Jean-Pierre Louis Laurent Houel. Os camponeses começaram a se revoltar desde o início de 1789, queimando castelos e cartórios e saqueando propriedades. A perspectiva de uma revolução camponesa apavorou a aristocracia. Todavia logo surgiram boatos de que a reação dos nobres seria terrível: tropas armadas pela aristocracia massacrariam os setores populares e restaurariam o Antigo Regime. Nobres, pequenos proprietários e camponeses armavam-se, 4 5 temerosos de ataques de salteadores e bandidos. Essa reação coletiva, na fase inicial da revolução, ficou conhecida como Grande Medo. A CONVENÇÃO E A PRIMEIRA REPÚBLICA DA FRANÇA Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. O período republicano iniciou-se em 1792, ainda sob a ameaça externa. Foi dirigido pela convenção (ou Assembléia Convencional), uma espécie de Congresso eleito por meio de sufrágio universal, com poderes executivos. Na Convenção disputavam o poder três correntes que marcaram de forma permanente os símbolos, a linguagem, as propostas e a atuação dos movimentos e partidos políticos contemporâneos: - Girondinos – Eram os deputados representantes da alta burguesia. Aceitavam a República baseada em princípios liberais e de defesa da propriedade. Mais 5 6 conservadores, queriam limitação da atuação política das massas populares. Sentavam-se à direita na Convenção, daí a expressão “partidos de direita”. - Planície (também conhecida como Pântano) – Composta por membros da alta e média burguesia, sem posições firmes, oscilava de acordo com os temas e as oportunidades. Muitos acreditavam que seu papel era tentar unir girondinos e jacobinos para salvar a revolução. Seus representantes sentavam-se no centro da assembléia. - Jacobinos – Sentavam-se no alto, à esquerda, e pregavam o aprofundamento e a radicalização da revolução. Eram representantes da pequena burguesia e de setores populares, principalmente dos sans-culottes (população pobre que não usava as calças justas –os culottes- da nobreza). Tratava-se de um grupo heterogêneo, cujos principais representantes eram Danton, Robespierre e Saint-Just. Proclamação da Constituição francesa de 1791. O conflito entre girondinos e jacobinos se evidenciou já nos primeiros debates da Convenção. Logo após a proclamação da República, os girondinos apoiaram o rei, acusado da alta traição. Mas o clima tenso levou a maioria da 6 7 Convenção a apoiar a proposta jacobina de execução do rei. Luís XVI foi guilhotinado em janeiro de 1793, seguido de outros membros da família real. Após a decapitação do rei, alguns países europeus (Inglaterra, Holanda, Espanha), temendo a expansão revolucionária, uniram-se e formaram a Primeira Coalizão, para combater a França e as idéias revolucionárias. Apoiados pelos sans-culottes, os jacobinos ganhavam cada vez mais prestígio entre a população pobre. Eles conseguiram formar um Comitê de Salvação Pública, em abril de 1793, que deveria se encarregar das questões externas e do exército. Gradativamente, os jacobinos tomaram o poder. Temendo assumir posições mais radicais, os girondinos perderam poder na Convenção e prestígio diante da opinião pública; alguns, considerados traidores, foram guilhotinados. Os jacobinos assumiram de fato o poder em junho de 1793, dando ao Comitê de Salvação Pública o caráter de poder Executivo, liderado por Robespierre. Criaram o Tribunal Revolucionário para julgar e condenar os atos contra-revolucionários e contra a França. Iniciava a Revolução Francesa. Em junho desse mesmo ano foi aprovada a primeira Constituição republicana, com leis sociais muito avançadas para o período, reafirmando a Declaração dos Direitos do Homem. As primeiras atitudes dos jacobinos, liderados por Robespierre, visavam proteger a França do perigo externo (a Primeira Coalizão) e interno (os contra-revolucionários). Inspirado pelos ideais do filósofo iluminista Rousseau, Robespierre procurou impor um governo com características sociais e populares. No entanto, a crise econômica, as pressões dos girondinos e a guerra dificultaram sua administração. Foi aprovada uma serie de leis populares que ajudaram a esquentar o clima político: tabelamento de preços, abolição da escravidão nas colônias, aumento de impostos sobre a renda dos ricos, redistribuição da propriedade, entre outras. A lei mais dura foi decretada em junho de 1794, condenado os acusados pelo Tribunal Revolucionário à execução sumária na guilhotina. Iniciava-se assim o período do Terror. Robespierre procurou eliminar seus opositores –entre eles Danton, antigo aliado da Convenção-, levando milhares de pessoas à guilhotina. Gradativamente a opinião pública voltou-se contra seu governo, e o líder dos jacobinos foi isolado. Em 26 de julho de 1794, em um discurso ameaçador, Robespierre exigiu novos expurgos. Como ele não citou nomes, todos os deputados temeram pela própria sorte. Ao perder o controle da Convenção e o apoio das massas, Robespierre não conseguiu impedir o golpe da alta burguesia (girondinos) em 27 de julho de 1794. Deposto, foi condenado e executado, assim como seus partidários jacobinos. 7 8 O DIRETÓRIO Representantes dos interesses da alta burguesia, os girondinos tinham um projeto de consolidar as conquistas liberais da revolução. As leis jacobinas foram suspensas e se aprovou em 1795 uma constituição que instituía o Diretório (um órgão executivo composto por cinco membros). As eleições voltaram a se basear no voto censitário. No entanto, a instabilidade política persistiu: o Diretório enfrentou rebeliões monarquistas e conspirações de antigos jacobinos que tentaram estabelecer uma República igualitária. A ordem desejada pela alta burguesia só viria em 1799, depois de um golpe de Estado desferido por um jovem e brilhante general. Seu nome era Napoleão Bonaparte. O IMPÉRIO NAPOLEÔNICO Destacando-se no assédio de Toulon, em 1793, Napoleão Bonaparte tornou-se general. Em 1796, Bonaparte esmagou uma insurreição monarquista. 8 9 Após o golpe desferido por Napoleão Bonaparte que derrubou o Diretório, foi estabelecido o Consulado. Uma nova Constituição, aprovada em janeiro de 1800, entregou o poder aos cônsules Napoleão, Sieyès e Ducos. Mas os dois últimos tinham caráter consultivo: o poder de fato era exercido por Napoleão. O futuro imperador procurou modernizar o país, criando o Banco da França, modificando a arrecadação de impostos e incentivando as obras públicas. Tais medidas, que beneficiavam especialmente a burguesia, representaram também a continuidade da obra centralizadora da Revolução Francesa. Outra realização do Consulado foi a elaboração de um novo Código Civil, iniciada em 1802. Promulgado em 1804, o chamado Código Napoleônico reafirmou conquistas revolucionárias que refletiam os ideais da burguesia: igualdade perante a lei, liberdade à propriedade privada, etc. O código influenciou a legislação civil de vários países, transformando-se em instrumento de combate ao Antigo Regime e de afirmação da burguesia. No plano externo, a França conseguiu a paz com seus antigos adversários e expandiu suas fronteiras. Em 1804, Napoleão tornou-se cônsul vitalício. No mesmo ano auto proclamou-se Imperador. Mapa com o limite do bloqueio continental 9 10 A INSTAURAÇÃO DO IMPÉRIO DE NAPOLEÃO (1804-1815) A administração de Napoleão durante o Consulado pode ser vista como uma tentativa de sistematizar algumas conquistas da Revolução Francesa do ponto de vista dos interesses da burguesia. A centralização administrativa, a modernização da economia e a elaboração do Código Civil constituem marcos desse processo. Durante o Império, o governo de Napoleão mostrou-se contraditório. Prosseguiu a política de modernização do país, iniciada no período revolucionário, e tanto a produção industrial e agrária aumentaram bastante. Paralelamente, porém, o imperador renunciou aos princípios da Revolução Francesa. Enquanto os exércitos napoleônicos travavam guerras por toda a Europa, no império os direitos individuais foram suprimidos, A imprensa sofreu 10 11 censuras, os intelectuais e o nascente movimento operário viram-se submetidos a perseguições. O governo autoritário do imperador assumiu o projeto de modernização da França, concentrando todos os poderes. Para manter o ritmo crescente das obras públicas e da expansão econômica, foi estabelecida uma política de aumento de impostos, agravada em razão das guerras externas. Estas se tornaram cada vez mais freqüentes: afinal, o império napoleônico fora criado na espada. Para conservá-lo, o Estado criou o recrutamento obrigatório e modernizou suas tropas, obtendo o maior e mais bem equipado exército europeu. O poderio militar de Napoleão permitiu-lhe derrotar, em 1805, uma coalizão integrada pela Áustria, Rússia e Inglaterra. Napoleão tornou-se senhor do continente, mas não conseguia desestabilizar a Inglaterra, potência marítima. Isso levou o imperador a decretar em 1806 o Bloqueio Continental. Ao proibir o comércio dos países europeus com a Inglaterra, Napoleão pretendia enfraquecer econômica e politicamente os ingleses e, ao mesmo tempo, favorecer os produtos franceses, que não teriam concorrentes na Europa. Obviamente, os países que não respeitassem o bloqueio seriam invadidos. Essa medida acarretou intervenção política e militar ainda maior dos franceses nos demais Estados europeus, o que terminou por enfraquecer o Império Napoleônico e determinar a sua queda. A QUEDA DO IMPÉRIO As sucessivas campanhas militares desgastaram o império de Napoleão. Diante da relutância portuguesa em obedecer ao Bloqueio Continental, os franceses invadiram Portugal através da Espanha. A seguir, Napoleão ocupou este país e entregou o trono espanhol a seu irmão, que se tornou o rei D. José I. Todavia, as tropas britânicas e grupos guerrilheiros resistiram na península Ibérica, mostrando que os franceses não eram invencíveis. Em 1812, os exércitos de Napoleão invadiram a Rússia, que havia desrespeitado o Bloqueio Continental. Os franceses ocuparam Moscou, mas encontraram a capital russa abandonada pela população, incendiada e sem suprimento. Os franceses tiveram de abandonar a Rússia. Milhares de soldados tombaram, vítimas do rigoroso inverno russo. Foi a primeira grande derrota de Napoleão. Na França, o recrutamento obrigatório, a alta de impostos e as dificuldades econômicas geravam insatisfação, enfraquecendo o governo autoritário. Em 1813, a Prússia, a Inglaterra, a Suécia e a Áustria se uniram contra a França. Napoleão não resistiu a esse ataque. Foi deposto em 1814 e extraditado para ilha Elba, enquanto Luís XVIII, da dinastia de Bourbon, se tornava rei da França. Napoleão ainda tentou retomar o poder, desembarcando na França em 1815, mas seu projeto durou apenas 100 dias. 11 12 Em junho, foi derrotado na famosa batalha de Waterloo por ingleses e prussianos. Napoleão foi exilado na ilha de Santa Helena, onde morreu. O CONGRESSO DE VIENA O Congresso de Viena por Jean-Baptiste Isabey, 1819. O Congresso de Viena foi organizado em 1814 por quatro potências: Áustria, Prússia, Rússia e Inglaterra, que haviam derrotado Napoleão. Sob a influência do primeiro-ministro da Áustria, o Congresso de Viena tentou restaurar o Antigo Regime, restabelecendo as fronteiras e o equilíbrio europeu existente até 1789. Formada em 1815 por iniciativa do czar da Rússia, a Santa Aliança integrava a Rússia, a Áustria e a Prússia. As três potências absolutistas se deram o direito de intervir em qualquer país onde ocorressem movimentos liberais e nacionalistas. Na década de 1820, a Santa Aliança ajudou a reprimir revoltas liberais na Itália, na Espanha, na Bélgica e em outros países. Todavia, não teve o mesmo êxito na América espanhola, onde ocorriam lutas pela independência. Londres defendeu o princípio da não-intervenção da Santa Aliança nas antigas colônias, pois tinha interesse em expandir o mercado consumidor para as manufaturas inglesas e por isso apoiava os movimentos locais de libertação. Os Estados Unidos também se opuseram à intervenção européia no continente. A Doutrina Monroe formulada em 1823 pelo presidente Monroe, continha a mensagem de que os países americanos deveriam impedir qualquer ação intervencionista da Europa na América. Seu lema principal era: “A América para os americanos”. 12 13 Conclusão A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. A Revolução Francesa também influenciou, com seus ideais iluministas, a independência de alguns países da América Espanhola e o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil. OS MOVIMENTOS LIBERAIS E A DEMOCRACIA As décadas de 1830 e 1840 foram muito conturbadas na Europa, refletindo a instabilidade gerada pelos conflitos originados na Revolução Francesa e no período pós-Napoleão. Nessas décadas, quase todo o continente europeu esteve envolvido em revoltas, levantes e revoluções, a maior parte deles fortemente inspirados pelas idéias liberais. Ao lado dos movimentos liberais, as idéias nacionalistas também se expandiram e se fortaleceram em 13 14 diversos países europeus, entre 1850 e 1860. O sentimento nacionalista se expressou de maneira determinante, sobretudo nos processos de unificação da Itália e da Alemanha, na década de 1870. O desdobramento final de toda essa intensa movimentação política foi a ampliação das práticas e instituições políticas democráticas. O LIBERALISMO Herdeiro das concepções iluministas, o liberalismo tem por base a idéia da luta pela liberdade. No liberalismo inglês, a ênfase era econômica, com doutrinas de Adam Smith, que descartou as idéias mercantilistas e defendeu a viabilidade de um mercado regulado apenas pela lei da oferta e da procura, livre da intervenção do Estado. Utilizando sua racionalidade, o indivíduo atuaria livremente, gerando riqueza com seu trabalho. No plano político, essa postura correspondeu à defesa da liberdade do indivíduo e da propriedade privada. Já o liberalismo francês, herdeiro de experiências revolucionárias como a de 1789, esteve mais ligado as questões políticas, tais como: voto livre, secreto e universal; soberania popular; democracia constitucional; divisão do poder do Estado nas esferas Executiva, Legislativa e Judiciária, independentes entre si; garantia dos direitos do cidadão. O NACIONALISMO O surgimento do nacionalismo e dos Estados Nacionais, na segunda metade do século XIX, configurou o cenário político contemporâneo, substituindo os grandes impérios e as pequenas repúblicas e principados. Embora os nacionalismos assumam por vezes características de hostilidade ao estrangeiro, favorecendo conflitos armados, os Estados Nacionais constituíram um ambiente favorável ao desenvolvimento de práticas democráticas como o voto secreto e universal. Essa aproximação entre nacionalismo e democracia ocorreu especialmente entre as duas guerras mundiais, isto é, de 1918 a 1939, e pós-guerra (1945 em diante), dando origem à Europa democrática dos dias atuais. Unificador da Alemanha Otto Von Bismark Unificador da Itália Vitor Manoel II rei da Itália 14 15 A UNIFICAÇÃO ALEMÃ Sacro Império Romano Germânico I Reich Em 1848, um levante popular em Berlim abalou o autoritarismo do reino da Prússia. A burguesia liberal alemã chegou a estruturar um parlamento (em Frankfurt) eleito pelo voto universal. Mas o órgão foi dissolvido e o projeto de unificação alemã sob uma Monarquia constitucional, temporariamente descartado. O processo seria retomado na década de 1860, de maneira autoritária, depois que Otto Von Bismark foi nomeado primeiro-ministro da Prússia pelo rei Guilherme I. Bismark fortaleceu a Zollverein (espécie de mercado comum na Alemanha, criado em 1834) e procurou descartar a influência austríaca sobre os territórios alemães. Para isso, derrotou a Áustria na guerra austro-prussiana de 1866. A vitória deu origem à Confederação Germânica do Norte, sob a hegemonia prussiana, mas os territórios alemães meridionais conservaram seus laços com Viena. Consciente de que apenas uma guerra contra um inimigo tradicional poderia unir todos os alemães, Bismark 15 16 tratou de hostilizar a França de Napoleão III ( sobrinho de Napoleão Bonaparte). Em 1870, o imperador cedeu às provocações prussianas e declarou guerra, o que levou os Estados alemães do Sul à união com os do Norte. A vitória prussiana, em 1871, assinalou o fim do Império francês, com a proclamação da Terceira República. Marcou também o surgimento do Estado Nacional alemão: o rei da Prússia, Guilherme I, foi proclamado imperador da Alemanha unificada, seu governo manteve características autoritárias, não incorporando os princípios liberais democráticos. II Reich A UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA Em 1848, as rebeliões populares na Sicília e em outras regiões da Itália fracassaram em seu projeto de unificar politicamente o território. Na década seguinte, o processo seria conduzido por Camilo Cavour, primeiro-ministro do rei Emanuel II, do Reino Sardo-Piomontês. Cavour conseguiu libertar a Lombardia do domínio austríaco, o que levou várias regiões italianas a se unirem ao Reino Sardo-Piomontês. Na região de Nápoles, Giuseppe Garibaldi (herói da Revolução Farroupilha) ocupou o antigo Reino das Duas Sicílias, cuja população votou, num plebiscito, pela integração à Sardenha-Piomonte. 16 17 Em 1861, Emanuel II foi proclamado rei da Itália. No entanto, Veneza permanecia sob domínio austríaco e Roma continuava sob controle do Papa. Para integrar essas regiões ao Estado italiano, o governo aproveitou crises européias. Veneza foi anexada em 1866, depois que os austríacos foram derrotados pelos prussianos. E Roma foi conquistada em 1870, num momento em que Napoleão III, que sustentava militarmente o Papa, tinha de fazer frente aos exércitos prussianos. O confronto entre o governo da Itália e a Santa Sé seria superado apenas em 1929, com a criação do Estado do Vaticano. OS AVANÇOS DA DEMOCRACIA Os movimentos liberais de meados do século XIX contribuíram para a difusão de normas democráticas no jogo político. Aos poucos, instituições como voto universal e secreto se generalizaram. A livre atuação dos partidos políticos foi admitida e os sindicatos ganharam legitimidade no cenário políticosocial. Os Estados Nacionais despontaram como espaço para a convivência entre atores políticos de interesses divergentes e para a adoção de políticas sociais em benefício da maioria da população. Embora essas conquistas ainda não estejam efetivadas em muitos países, não resta dúvida de que os direitos individuais e coletivos de cidadania se inscreveram na agenda da política contemporânea durante todo o século XX. 17 18 BIBLIOGRAGIA História Série Novo Ensino Médio Divalte Autor: Divalte Garcia Figueira, editora Ática 2ª edição EJA SUPLEGRAF 5ª Série, editora Didática Suplegraf Sites: www.passei.com.br/telecurso2000 http://educacao.uol.com.br/ PT.wikipedia/org/wiki/historia http://www.historiaimagem.com.br www.suapesquisa.com/historia www.brasilescola.com/historia www.portalsaofrancisco.com.br www.biblioteca.templodeapolo.net http://www.grupoescolar.com/materia/as_invasoes_barbaras__idade_media.html [Autor: Anselmo Jr - Lido: 48189 Vezes - Categoria: História] 18