TECNOLOGIA INDUSTRIAL Agosto/2010 151 Grupo Carlos Lyra promove simpósio agroindustrial Encontro reúne mais de 90 colaboradores das três unidades produtoras instaladas em Alagoas DA REDAÇÃO Pelo sétimo ano consecutivo, o Grupo Carlos Lyra realizou no último dia 18 de agosto, no auditório da Escola Conceição Lyra, em São Miguel dos Campos, um simpósio agroindustrial reunindo mais de 90 colaboradores das três unidades produtoras instaladas em Alagoas. O evento, realizado sempre no mês que antecede o início da moagem, faz uma ampla abordagem sobre a safra passada e proposições futuras. A sistemática das apresentações permite que um mesmo assunto seja analisado por um representante de cada unidade industrial, o que torna a discussão extremamente produtiva, tendo em vista as peculiaridades de cada região. Segundo a gerente de Gestão de Marta Luciana Sampaio, da unidade Caeté: apresentações mais dinâmicas a cada ano Pessoas, Marta Luciana Sampaio, a cada ano as apresentações tornam-se mais dinâmicas, permitindo maior rendimento dos assuntos em pauta. “Há uma integração muito grande entre os colaboradores e isso facilita não só durante a apresentação, como na própria assimilação do conteúdo”, diz. A programação contou inicialmente com uma apresentação sobre os indicadores de desempenho das três unidades industriais, além de debates sobre seleção de pessoal; colheita manual, colheita/fornecedor, plantio, experimentação, controle químico de ervas daninhas, irrigação, controle de pragas e doenças, colheita mecanizada, mecanização agrícola, transportes, adubação/calcário e gesso, custos de produção e manutenção básica e preventiva. 152 TECNOLOGIA INDUSTRIAL MIRIRI INSTALA SUA FÁBRICA DE AÇÚCAR 70% da produção abastecerão o mercado nordestino e o restante, países como Índia, além de Europa e Estados Unidos ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO Já está quase tudo pronto para a operação da nova fábrica de açúcar da antiga Destilaria Miriri do município de Santa Rita (PB), prevista para 30 de setembro próximo. Para entrar de vez no mercado açucareiro, a empresa tem um novo nome: Miriri Alimentos e Bioenergia. A fábrica vai produzir 1,1 milhão de sacas de 50 kg de açúcar cristal e VHP por safra. A empresa pretende escoar 70% de sua produção no mercado interno: Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. Segundo Emanuel Pinheiro de Melo, gerente industrial da Miriri, a unidade investiu R$ 20 milhões na fabricação, armazenagem, geração de vapor, captação e tratamento de águas, moagem e geração de energia. A indústria fornecerá ao varejo sacos de 50 kg e em bags de 1200 kg. “Na próxima safra investiremos também no empacotamento para embalagem de 1kg e 2 kg”. O volume de 30% da produção será Emanuel Pinheiro de Melo, gerente industrial da Miriri destinado ao mercado externo (VHP e cristal), para países como a Índia, Estados Unidos e Europa. Melo explica que a Paraíba é um estado mais “alcooleiro” e que por isso havia espaço para produção de açúcar. Outro fator que justifica o investimento é que das nove usinas da Paraíba, somente três produzem açúcar: São João, Agroval e Monte Alegre. “Nestas duas últimas safras 2009/10 e 2010/11, o mercado está muito promissor para o açúcar e fez com que acelerássemos a conclusão da instalação dessa fábrica para o final de setembro”, lembra Melo. A destilaria deve economizar cerca de R$ 30 milhões com parte da fábrica que está sendo remanejada da Usina Central Nossa Senhora de Lourdes, de Pernambuco, que foi desativada. “Há três anos idealizamos a fábrica e pensamos em transferir os equipamentos de Pernambuco. Desmontamos, revisamos e modernizamos a nova fábrica”, afirma. Após reformas a empresa reutilizou os aquecedores, filtros rotativos, vácuos, cristalizadores, sementeiras, centrífugas de massa de 3ª, centrífugas de açúcar de 1ª, sendo que estas tiveram suas capacidades aumentadas pela empresa Vetek. Algumas bombas de caldo, águas condensadas, xarope, méis, foram reutilizadas após revisões. Já as bombas de massa, magma e de lodo foram compradas. “Adquirimos ainda um pacote junto a WEG de R$ 2,6 milhões, formado por gerador de 6.750 KW, motores diversos, inversores de frequência diversos, transformadores diversos e etc. Compramos também um redutor para acionar o gerador da TGM RTS – 400 e uma turbina para acionar o conjunto redutor gerador da Texas - TXM - 5.000KW - Múltiplo Estágio”, lembra. A empresa investiu R$ 650 mil em um armazém de açúcar com capacidade para estocar na primeira safra 100 mil sacas de açúcar, e que pode crescer de forma modular e alugou um armazém inflável com capacidade para 200 mil sacas. “Esse armazém possui um insuflador, um gerador próprio em caso de falta de energia e existe todo um procedimento de controle de temperatura entre outros que permitem seu perfeito funcionamento”, reforça o gerente industrial da Miriri. TECNOLOGIA INDUSTRIAL 153 Fábrica de açúcar estimula contratações no interior da PB Parte da equipe da Miriri MIRIRI TREINA 500 COLABORADORES Preocupada com a qualificação dos funcionários para atender as Boas Práticas de Fabricação aliada ao 5S (questões organizacionais), a Miriri fez uma parceria com o Senai – Serviço Nacional da Indústria para qualificação de 500 pessoas, novos e antigos colaboradores. Além da BPF (Boas Práticas de Fabricação), na próxima safra a empresa pretende implantar a APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, e conquistar futuramente a ISO 14.000. De acordo com a engenheira química Flaviany Lins, a BPF estimula a fabricação de alimento com qualidade, que não cause nenhum dano à saúde do consumidor através do controle de manipulação, de armazenagem, e do combate à insetos e pragas. “Todos os funcionários vinculados à fabricação recebem o curso de BPF voltado aos cuidados no manuseio do produto, inclusive com controle de uso de acessórios pessoais e da limpeza do uniforme. Além disso, foi montado um laboratório específico para fazer o controle de qualidade da matéria prima”, reforça. (AM) A nova fábrica da Miriri agitou o interior da Paraíba. A notícia de que um novo empreendimento seria montado na Destilaria gerou esperanças para 100 pessoas da comunidade que foram contratadas pela empresa. A empresa está localizada há 35 km de Santa Rita e 15 km de Mamanguape, cidade com 40.000 habitantes e que reúne 90% dos colaboradores da Miriri. Erituan do Nascimento, de 20 anos, recém contratado em serviços gerais, residente em Mamanguape, estava desempregado há três meses e agora tem seu primeiro emprego com carteira assinada. “Sinto-me grato porque estou em um lugar que terei muitas oportunidades e posso trabalhar à vontade. Trabalho para juntar um dinheiro e comprar uma casinha”, afirma com satisfação. A estudante universitária Lívia de Araújo, de 19 anos, foi contratada há dois meses como assistente administrativa e auxilia a diretoria industrial. Segundo ela, foi tentar a sorte na usina, passou pelo processo seletivo e conquistou seu primeiro emprego com carteira assinada. É uma experiência maravilhosa, a empresa dá todo apoio e eu acordo todos os dias com muita disposição para trabalhar. Passamos por palestras de segurança no trabalho, boas práticas de fabricação e de proteção ambiental. Aprendemos a dar mais importância nos recursos naturais, nos Epis porque nossa saúde e segurança está em jogo. Valeu muito a pena tentar esse emprego porque a empresa dá muito valor nos funcionários”, diz com orgulho. Formada há oito anos, a engª química Flaviany Lins, contratada para cuidar da implantação do programa das BPF (Boas Práticas de Fabricação) está há 15 dias, com otimismo. A profissional estava trabalhando fora de sua área e o novo emprego impulsionou sua carreira. “Aqui no Nordeste todos Flaviany Lins, sonho de trabalhar em usina realizado que estudam na minha área sonham em trabalhar em usina. Esse emprego foi um estimulo total na minha vida, me fará crescer profissionalmente e me despertou o desejo de fazer novos cursos. Já planejo juntar um dinheiro para comprar uma casa e hoje me sinto muito realizada profissionalmente”, vibra. (AM) 154 TECNOLOGIA INDUSTRIAL Bomba com sistema revolucionário será exposta na Fenasucro Lançado em 2008, o rotor fechado da Century do Brasil não permite vazamento A Century do Brasil revolucionou o mercado mundial de rotores fechados e se mantêm através de seu empreendedorismo garantindo a qualidade de seus produtos. A empresa atua no mercado há 13 anos fabricando bombas centrífugas com qualidade e desempenho comprovados. Estará expondo em seu estande na Fenasucro 2010 seus produtos que são sinônimo de qualidade. O sucesso da Century é baseado na experiência de 30 anos de seu fundador e criador dos equipamentos, Eneas Lopes Ribeiro, que desenvolve soluções e sana problemas do segmento de bombas. Lançado em 2008, o rotor fechado não permite vazamento. Não exige selo mecânico, é totalmente vedado e sem gotejamento. A ideia surgiu quando se descobriu que não existia nenhuma vedação perfeita nos rotores, devido a alta pressão dentro da caixa de gaxeta. Em consequência, um vazamento de fluido era gerado, fazendo com que uma quantidade exponencial de areia entrasse no alojamento do anel traseiro, sem nenhum tipo do escape para esta areia. Este processo provocava desgaste do anel da tampa chegando a afetar a carcaça. Com este problema, o proprietário chegava a perder toda a bomba, em alguns casos de forma prematura, em quatro ou cinco meses. Qualquer um ficaria triste e desolado com isso, mas não Eneas. O problema que até então parecia insolúvel, chegou até ao desbravador Eneas Ribeiro. Enquanto alguns fabricantes recomendavam lubrificação com água na gaxeta, após alguns testes, ele descobriu a solução. Bomba e Eneas Lopes Ribeiro: desbravador "Adaptando paletas na parte posterior do rotor, descobri que um sistema assim retirava a areia que ficava presa no alojamento do anel do rotor. Feito isto, cortamos o anel da parte posterior, substituindo o antigo sistema por este sistema revolucionário das paletas. O sistema gera uma pressão negativa dentro do alojamento da gaxeta, evitando assim os desgastes’’, conta Eneas. “Com essa descoberta foram solucionados dois problemas: o vazamento e desgaste na área posterior do rotor”, explica. O novo equipamento é totalmente patenteado, solução 100% nacional. Demonstra que, com bombas de altíssima qualidade, e de modelos exclusivos, feitos com materiais nobres, que sempre permitiram responder com credibilidade e segurança, a empresa garante sempre o produto que fornece. Por conta disso, a Century do Brasil possui 23 prêmios que garantem sua credibilidade. Century do Brasil 11 2943.0688 www.centurydobrasil.com.br TECNOLOGIA INDUSTRIAL 155 Tecnologia reduz volume do efluente em até 90% Concentração de vinhaça integrada utiliza a mesma energia da destilaria ALEXANDRE CAROLO, DA REDAÇÃO O Grupo Exal, de Piracicaba, SP, lançou este ano o Compress, tecnologia inovadora para concentração de vinhaça que reduz o volume do efluente em até 90%, utilizando a mesma energia da destilaria, garante a empresa. Atualmente, as usinas utilizam a vinhaça para irrigar e fertilizar as lavouras de cana. Esse processo gera um alto gasto de transporte e aplicação. “Com a concentração da vinhaça, reduzimos esse gasto logístico para levar o produto até à plantação e minimizamos o impacto ambiental desse transporte”, explica Matheus Facca, consultor comercial da empresa. O mais interessante financeiramente para as usinas é que o Compress utiliza a mesma energia da destilaria. “Os concentradores de vinhaça que existem hoje, em poucas usinas, não podem ser usados em sua capacidade total pois geram um gasto energético exorbitante, não sendo viável economicamente. A tecnologia de evaporação de alta eficiência empregada pelo Grupo Exal elimina esse grande problema”, fala Rodney Roston, gerente comercial. Segundo os cálculos dos especialistas da empresa, uma usina padrão, que produz 500 mil litros de etanol/dia, e distribui a vinhaça no seu volume total por caminhões, tem retorno desse investimento em pouco mais de um ano. “Depois desse período o sistema começa a gerar lucros para o usineiro, além de minimizar problemas ambientais como a saturação do solo”, diz Roston. O Compress pode ser acoplado à qualquer destilaria existente e instalada. “Temos condições de elaborar projetos específicos de acordo com as necessidades de cada cliente para integração desse sistema”, conta Facca. O Grupo Exal possui cerca de 50 funcionários e sua fábrica está localizada no distrito industrial Uninorte, em Piracicaba. A empresa está dividida em três segmentos: Exal Indústria, voltada para os setores de etanol, açúcar, energia e novas tecnologias; Exal Comércio, especializada em plantas didáticas e compactas além de acessórios para usinas; e Exal Consultoria, com foco em projetos de engenharia e otimizações de plantas em suas áreas de atuação. Rodney Roston 156 TECNOLOGIA INDUSTRIAL Angélica Agroenergia atesta eficácia de equipamento da Citrotec Equipamento usa a névoa turbulenta descendente acelerada termicamente, como princípio de evaporação A Angélica Agroenergia, unidade sucroenergética do Grupo Adecoagro na região do Vale do Ivinhema, em Mato Grosso do Sul, é mais uma das usinas brasileiras a atestar a eficácia de um equipamento revolucionário para o tratamento e concentração da vinhaça. O Ecovin, fabricado pela empresa Citrotec, com matriz em Araraquara, SP, evapora a água, reduzindo o volume dos resíduos. O equipamento usa, como princípio de evaporação, a névoa turbulenta descendente acelerada termicamente. O benefício é a alta taxa de evaporação com baixo índice de incrustações. Todo construído em aço inoxidável, o equipamento possui sistema de limpeza CIP (Clean in Place), processo 100% automático que utiliza produtos químicos para eliminação de resíduos. O Ecovin foi instalado na Angélica Agroenergia no início de 2010. O equipamento começou a funcionar em abril, no começo da safra 2010/11, e em poucos meses mostrou eficácia de operação. De acordo com o gerente industrial corporativo do grupo, Luiz Fernando Pereira Alves, o equipamento mostrou um O Ecovin evapora a água, reduzindo o volume dos resíduos desempenho muito bom. "Nós apostamos nesse conceito novo, que está se consolidando no mercado. Estamos muito satisfeitos com os resultados", disse. A satisfação se traduz em planos. A Angélica Agroindustrial, que atualmente concentra 50% da vinhaça produzida, pretende atingir 100% de concentração a partir da safra 2011/12, com a aquisição de outro equipamento. "É um aparelho de operação simples e prática, com sistema todo automatizado, sem a necessidade de mão-de-obra especializada e manutenção", disse Luiz Fernando. O aparelho, adquirido inicialmente com cinco efeitos que reduzem o consumo de vapor, passará a contar com mais dois efeitos a partir da próxima safra, para se adequar à necessidade da indústria. O segundo equipamento, previsto para 2011, já virá completo com os sete efeitos de evaporação. O evaporador de concentração e seus múltiplos efeitos são capazes de reduzir em até dez vezes o volume da vinhaça, além de possibilitar o aproveitamento do vapor de baixa pressão. A vinhaça produzida pela Angélica Agroindustrial entra no equipamento a um volume de 200 m³/h e sai com 20 m³/h, com 25º Brix. Os condensadores evaporativos autônomos eliminam fontes externas de água e torres de resfriamento, com o benefício do baixo consumo energético. O equipamento foi concebido com tecnologia 100% nacional. Segundo Luiz Fernando, a vinhaça concentrada é utilizada para biofertirrigação por meio de aspersão no canavial. “A concentração facilita o transporte do insumo para locais mais distantes da indústria. A vinhaça é levada por caminhões tanques e aplicada diretamente nas linhas de cana, através de um sistema adaptado nos veículos”, disse. Na safra 2010/11, a unidade Angélica deverá moer 3,6 milhões de toneladas de cana, para produção de 235 mil toneladas de açúcar e 140 mil m³ de etanol. A cogeração a ser exportada deve chegar a 240 mil MW/h. A planta começou a operar em 2008, com a moagem de 500 mil toneladas de açúcar. Na safra seguinte processou 1,6 milhão de toneladas. (AC) Ecovin é utilizado com sucesso nas usinas Cerradinho e Rio Pardo A unidade do Grupo Cerradinho, em Potirendaba, SP, instalou o Ecovin em 2008, como teste em parceria com a Citrotec. O equipamento passou a funcionar totalmente agregado ao COI (Centro Operacional Integrado) da unidade, primeira planta do setor a utilizar a nova tecnologia de concentração de vinhaça. Na safra 2008/09, a produção média de vinhaça na usina foi de 240 m³/h, dos quais 100 m³/h foram para a concentração no Ecovin e 140 m³/h para o tanque "in natura". A vinhaça de entrada no equipamento da Citrotec, a uma vazão de 100 m³/h, registrou 4,5º Brix, 6 Kg/m³ de Potássio e 0,9 Kg/m³ de Nitrogênio. Na saída, a vazão da vinhaça concentrada foi de 22 m³/h, com 22º Brix, 30,7 Kg/m³ de Potássio e 4,2 Kg/m³ de Nitrogênio. Já na safra 2009/10, a vazão média de entrada da vinhaça no Ecovin foi de 105 m³/h, com 4,5º Brix. A vazão de saída do líquido concentrado foi de 27 m³/h, com 17º Brix. A instalação das torres de resfriamento permitiu outra vantagem, pois garantiu o pH 3,5 reduzindo o consumo de ácido no processo de fermentação. A usina Rio Pardo, localizada no município de Cerqueira César, SP, também conta com o Ecovin desde 2009. O equipamento é o mesmo utilizado pela Usina Cerradinho. O sistema já integra duas torres de resfriamento do condensado, que será usado em circuito fechado para o tratamento das leveduras e diluição do mosto. A decisão pela instalação do evaporador da Citrotec foi motivada pela condição agrícola da unidade, que possui áreas descontínuas e relativamente distantes. Com disso, a redução do volume de vinhaça, usada como biofertilizante, também garantiu a queda do custo operacional. Além de permitir ganho de tempo e redução de gastos, a vinhaça concentrada aplicada como fertilizante nos canaviais reduz a possibilidade de contaminação em regiões onde o lençol freático é próximo à superfície. Outra vantagem é o aumento do índice de potássio, fundamental na composição do fertilizante, que na vinhaça concentrada é pelo menos 5 vezes maior do que no vinhoto "in natura", assim como o nitrogênio (4,5 vezes). (AC) Ecovin Citrotec, instalado na Cerradinho Potirendaba 158 TECNOLOGIA INDUSTRIAL Tecnologia leva a economizar energia na destilação e desidratação As destilarias geralmente consomem grandes quantidades de vapor. Destilação e desidratação são responsáveis pela maior fração do consumo de energia na produção de etanol. A busca por economia e eficiência levou a empresa canadense Vaperma a desenvolver uma nova tecnologia, que proporciona um custo menor para a desidratação do etanol e aumenta significativamente a produção de energia a partir de economia de vapor. O novo Sistema de Membranas poliméricas Siftek, desenvolvido inicialmente no Canadá e posteriormente no Brasil, em parceria com a Dedini Indústrias de Base, tem o potencial de reduzir esse consumo de energia entre 35% e 70% quando comparado à tecnologia convencional, como peneira molecular ou Ciclo-hexano. Com a economia proporcionada pelo sistema de membranas poliméricas, a geração de energia elétrica excedente se configura em uma fonte adicional de receitas. Este ganho justifica o investimento maior para a implantação da nova tecnologia em relação a outros processos. De acordo com o vicepresidente de tecnologia e desenvolvimento da Dedini, José Luiz Olivério, o custo do sistema se paga em quatro ou cinco anos. As membranas são filtros que possibilitam a separação do vapor de água dos vapores de outros compostos em uma mistura gasosa. Essas membranas contêm uma mistura especial de polímeros hidrofílicos que possuem propriedades morfológicas e químicas específicas. O processo produz etanol sem traços de agentes desidratantes, com um grau de pureza superior a 99%. A separação dos vapores acontece por meio de uma força indutora que é, nesse caso, a pressão parcial de vapor em cada lado da membrana. Modular e flexível, essa planta de desidratação alcoólica permite inúmeras aplicações, podendo ser utilizada em unidades novas ou destilarias em operação, substituindo processos já existentes, além de apresentar potencial para a obtenção de créditos de carbono. (AC) TECNOLOGIA INDUSTRIAL 159 Testes no Canadá e no Brasil atestaram a eficácia da membrana polimérica José Luiz Olivério: quatro ou cinco anos para pagar custo do sistema A primeira demonstração da tecnologia de membrana polimérica foi feito na usina Greenfield Ethanol, em Tiverton, Ontário, Canadá, a partir de agosto de 2006. O objetivo da unidade piloto, com capacidade de 1,5 mil litros/dia, foi testar a membrana sob condições do campo. A planta foi equipada com um módulo único. Foi o primeiro teste com a primeira geração de módulos comerciais. Já a segunda série de testes foi realizada em uma unidade de maior capacidade (20 mil litros/dia), com duas fases da membrana, que foi instalada na usina Greenfield Ethanol, em Chatham, também em Ontário, a partir de outubro de 2008. O objetivo foi testar em campo as duas fases do sistema de membranas em escala comercial, totalmente integrada com uma planta industrial de etanol à base de cereais. A terceira unidade de testes foi implantada no Brasil, em parceria com a Dedini, com o objetivo de demonstrar a SiftekTM tecnologia para produção de etanol de cana-de-açúcar. A planta de testes da Dedini foi constituída com duas etapas de membrana e capacidade de 4 mil litros/dia. Os testes foram realizados na Usina Costa Pinto, em Piracicaba, SP, em 2008, e na São Martinho, Pradópolis, SP, em 2009. Os resultados dos testes mostraram que o sistema proporciona receita adicional com a cogeração de energia, além de permitir redução substancial de Gases de Efeito Estufa (GEE) e potencial para a geração de créditos de carbono. Por ser um processo contínuo, com sistema modular e flexível, permite a produção de etanol anidro e hidratado para os mercados interno e externo. A aplicação permite configurações variadas, por exemplo, em plantas novas, como desidratadora anexa à destilaria. Para plantas já existentes o sistema pode ser aplicado para o aumento da capacidade através da desidratação da corrente de reciclo da peneira molecular e corrente de hidratado da coluna B. O sistema também permite a substituição da Peneira Molecular e do Ciclo-hexano. (AC) 160 TECNOLOGIA INDUSTRIAL Limpeza a Seco da Promac evolui com o setor Novo sistema em esteiras metálicas é customizado de acordo com a necessidade de cada usina O sistema de limpeza a seco foi desenvolvido de acordo com a evolução do setor sucroenergético, o qual cada vez mais vem exigindo melhorias e preservação do meio ambiente. Esse contexto deu origem à Lei Estadual Nº 11.241, que dispõe da eliminação da queima da palha gradativamente até o ano 2021. Na busca constante por inovações a Promac, com sede localizada em Sumaré/SP, investiu em sustentabilidade e concentrou seus esforços para proporcionar ao mercado o novo sistema de limpeza a seco em esteiras metálicas. O sistema de limpeza a seco Promac, que consiste na separação das impurezas minerais (terra e argila) e vegetais (palha e folha) da cana-de-açúcar é composto por: guincho hillo mecânico, esteira metálica para cana picada, espalhador de cana, transportador de correia para cana picada, câmara insufladora, transportador de correia para palha e terra, moega coletora de terra e palha. Todo o sistema é customizado de acordo com a necessidade de cada usina. Na Usina Da Mata, localizada em Valparaíso, SP o sistema será instalado em duas etapas; a primeira etapa (já instalada) consiste na separação das impurezas (vegetais e minerais), a segunda etapa consistirá na separação da terra e da palha, tendo como principal objetivo o aproveitamento da palha (pós picada) para queima na caldeira, aumentando assim a quantidade de vapor para a produção de energia elétrica. A instalação do sistema de limpeza a seco Promac, proporciona: 50% de retirada de impurezas minerais; 60% de retirada de impurezas vegetais. Este resultado tem como consequência: menos desgaste dos equipamentos, aumento da moagem; economia em manutenção; melhor qualidade de caldo; redução da perda de sacarose; utilização da palha para cogeração de energia; ecologicamente correto; menor transporte de torta; elimina equipamentos (antes utilizado para a lavagem); aumento do poder calorífico do bagaço; em difusores, a percolação é mais eficiente; reduz embebição da moenda proporcional a fibra. No Caso da Usina da Mata, o projeto foi desenvolvido através dos estudos realizados pela Inovatech com fabricação e instalação Promac. Promac Correntes e Equipamentos Ltda 19 3838.8400 www.promac.com.br 162 TECNOLOGIA INDUSTRIAL Jalles Machado aumenta eficiência industrial A Jalles Machado, localizada em Goianésia-GO, aumentou sua eficiência industrial, o que significa que a empresa reduziu as perdas do processo e, hoje, com a mesma quantidade de matéria-prima, consegue obter uma maior quantia de produto final. Ao comparar dados da produção da safra 2009 com os relatórios de 2008, os resultados obtidos indicam que ocorreu um aumento na eficiência industrial de 5%. Em 2010, esse valor continua aumentando. Esse ganho é resultado de investimentos realizados pela empresa, principalmente no setor de recepção e moagem de cana. Além disso, a parceria que a Jalles Machado possui, desde julho de 2009, com a Microserv, uma empresa de consultoria, também contribui e tem contribuído para o seu aumento de eficiência industrial. Os consultores sugeriram e concretizaram ações diversas, como treinamentos, programa de assepsia da moenda e recepção de cana, diminuição de perdas em toda a fábrica e no armazém de açúcar por meio de um controle mais rigoroso e escolheram em seu laboratório a levedura natural da Jalles que melhor converte sacarose em álcool. A diretora da Microserv, Teresa Cristina Vieira, afirma que a confiança da diretoria e o envolvimento dos colaboradores da empresa foram fundamentais para a conquista dos bons resultados. “Os diretores da usina nos deram autonomia para realizar o nosso trabalho e acataram as nossas sugestões e os funcionários também foram receptivos às mudanças que propusemos. Assim, todos se preocuparam em fazer o que era o melhor para a empresa”, afirmou. INOVAÇÃO Os consultores da Microserv, Teresa Cristina Vieira, especialista em microbiologia e fermentação, e Luiz Carlos Barbosa Viana, responsável pela parte de fabricação de açúcar e destilação, possuem grande experiência em usinas e desenvolvem estudos que possam resultar em ganho de eficiência industrial. A Microserv, com sede em Maceió-AL, possui um moderno e equipado laboratório para análises microbiológicas, que dá suporte às pesquisas. Uma das principais descobertas da Microserv foi a presença de leveduras no processo de fabricação de açúcar. O fungo, presente na natureza, está também no caldo da cana (1 ml de caldo contém cerca de 10 mil leveduras) e fica depositado nos tanques de xarope e mel. O microorganismo consome a sacarose e diminui o rendimento do açúcar. “Essa foi uma descoberta muito importante e poucas pessoas sabem disso. Para evitar que Teresa Cristina Vieira comemora conquista dos bons resultados ocorra essa perda de açúcar, uma das medidas que propusemos à Jalles Machado foi a lavagem dos tanques para eliminar as leveduras”, afirmou Teresa Cristina. Além disso, a consultora afirma que treinou os funcionários do setor de produção de açúcar da usina para que sejam capazes de realizar análises do xarope para identificar a presença de leveduras. Quando os microorganismos forem detectados, os tanques devem ser lavados. Porém, para que isso ocorra é necessário parar todo o processo. Teresa Cristina acredita que uma solução é que a fábrica tenha um número maior desses recipientes, para que, enquanto alguns são lavados, a produção possa continuar nos outros tanques, evitando-se a paralisação da indústria. “Isso será uma inovação e possibilitará, com a mesma quantidade de xarope, conseguir um maior rendimento na produção de açúcar e aumentar ainda mais a eficiência industrial”, afirmou a consultora. 164 TECNOLOGIA INDUSTRIAL ARTIGO O que é design industrial sucroalcooleiro? REYNALDO CHAVEZ ROJAS* Continuando a série anterior, este importante conceito tecnológico foi criado nos Estados Unidos nos anos 90, ganhou o mundo e está ganhando espaço ainda que de forma tímida no Brasil, que necessita utilizar para garantir a saúde física e mental de todos seus trabalhadores, considerando que o lugar onde trabalhamos, é uma extensão da nossa própria casa. O conceito é democrático, moderno e altruísta, com legítima postura ética – social - política objetivando resolver problemas básicos e funcionais, necessários nas instalações industriais. Ambientes que devem ser projetados e construídos utilizando critérios arquitetônicos e tecnológicos, que possam garantir um bom layout, para que as máquinas e equipamentos funcionem de forma eficiente e integrada a seus recursos humanos. Dentro das 100 importantes unidades de produção pesquisadas, com relação ao design industrial, alguns pensam que design industrial é “custo desnecessário” desconhecem o fato de que todos os programas de crescimento que levam à “Qualidade Total” têm sustentabilidade na aplicação de um bom “Design Industrial”. Nas pesquisas que realizei no chão de fábrica, algumas vezes fiquei em contato com o barulho, frio, calor, chuva, e lugares inacessíveis e perigosos que não se justificam em ambientes de trabalho. Na área de produção, foi preciso buscar informações de processos é transformar o que há de positivo nelas em boas práticas, em paradigma. As práticas de soluções totalmente comprovadas já estão sendo transmitidas e divulgadas como Tecnologias Alternativas (TA) aplicadas nas etapas: 1º. Melhorar os processos de purificação do caldo da cana, com objetivo de garantir a “Qualidade” do açúcar. 2º. Aperfeiçoar os processos de cozimentos de massas, com objetivo de garantir a “Produtividade” de fabricação de açúcar. Estas medidas, quando aplicadas adequadamente, são uma excelente estratégia competitiva, pois; aumentam a rentabilidade da empresa, diminuem as impurezas de açúcar, desaparecem os problemas da fabricação de açúcar, dando como consequência melhor fermentação e aumento da eficiência de produção de álcool. A tecnologia de design industrial universal aplicado ao setor sucroalcooleiro é relativamente nova, tem pouco referencial bibliográfico, porém; se apresenta no momento oportuno para resolver os problemas de produção industrial, principalmente para os recursos humanos que são o maior patrimônio de capital intelectual para sobreviver em tempos de crise e grandes mudanças estruturais sócio-econômicas, como o que estamos vivendo. Pois, as tecnologias modernas sofisticadas que estão aparecendo não bastam, precisamos também da participação de pessoas determinadas, motivadas, ousadas, e flexíveis para enfrentar os problemas, e, sobretudo, olhar para o futuro com muita fé e muita esperança. Família Chavez: Nicole, Caroline, Nora, Reynaldo, Marcelo, Rafael, Raquel, Jandira, Jaqueline, Gabriel e Daniel Excelência não é um feito, mas sim, um hábito Quero transmitir aos novos talentos a experiência de “Canasauro” com 40 anos de trabalhos vencendo obstáculos e todo tipo de embates da vida. Um canasauro, para os mais novos, significa ser experiente no assunto e, ainda que alguns o ache extinto, ele sempre reaparece, cheio de novidades, sempre repartindo conhecimento às novas gerações. Felizmente, cada um de nós, já nasce com impulso para realizar sonhos. Posso garantir que é possível realizar os sonhos, lutando, inventando e reinventando, sempre com fé e otimismo. Como disse Aristóteles “Somos o que repetidamente fazemos. A excelência não é um feito, mas sim, um hábito”. Deus me deu espírito de luta para alcançar meus objetivos e ganhar três troféus canasauro. Também ganhei três medalhas de primeiro lugar na maratona classe10 quilômetros . Como um consultor açucareiro internacional, estou utilizando uma atitude resiliente de “viver aqui e agora” com as mãos na massa, trazendo soluções para os problemas existentes, respeitando limites impostos pelo tempo e pelo corpo, considerando que o trabalho é parte da vida e não a vida em si. Dessa forma, uma empresa vai tanto melhor quanto mais os trabalhadores produzem boas ideias, prova que a felicidade dos trabalhadores é essencial para aumentar a eficiência da empresa. Estes são alguns conselhos que sempre estou repetindo nas palestras tecnológicas, como também o de que o trabalho tem que estar em “perfeito equilíbrio” com a saúde, física, mental e espiritual. Pois, não existe nada mais importante que ter boa saúde, motivo porque existem muitos programas associados a uma estratégia de promoção da saúde, e cada vez mais, as empresas estão adotando a ginástica laboral para exercitar o corpo em ambiente de trabalho, com intuito de capacitar a mente e o físico do trabalhador em sua jornada de trabalho. São os motivos pelos quais pratico corrida de maratona, que me proporcionam boa saúde, força, agilidade, resistência, bem-estar, boa auto-estima, e principalmente prevenção às as doenças, estresse e ansiedade. Futuros canasauros: pensem e reflitam nestes modestos conselhos e atitudes. Trabalhem bastante, mas também pratiquem saúde com muito esporte. Reynaldo Chavez Rojas é consultor açucareiro internacional; [email protected] ; www.canasauro.blogspot.com TECNOLOGIA INDUSTRIAL 165 General Chains dá assistência técnica preventiva Atuação proporciona maior produtividade e redução de custos aos clientes Os produtos da General Chains do Brasil, um dos maiores fabricantes de correntes industriais da América Latina, se destacam por sua qualidade e desempenho excepcionais gerando uma excelente relação custo-benefício aos clientes. A General Chains do Brasil modernizou seu departamento de assistência técnica, investindo em softwares de projetos industriais para atender aos clientes com agilidade e rapidez, estando apta para dar sugestões que visem a melhoria da produtividade e redução de custos. O departamento de engenharia de aplicação está realizando visitas periódicas, com a intenção de antecipar as prováveis falhas nos equipamentos e consolidando assim a parceria com os clientes e proporcionando melhor performance das correntes. O compromisso pela qualidade começa na aquisição da matéria-prima, diretamente das melhores siderúrgicas, que logo no recebimento é analisada para certificar que estejam dentro dos padrões metalúrgicos solicitados. O gerenciamento do processo de fabricação é totalmente informatizado para agilizar o acompanhamento das etapas e facilitar a maior rastreabilidade de lotes aos auditores e colaboradores. Outro diferencial se refere ao processo de tratamento térmico, que é realizado nas instalações da própria empresa. Todo lote temperado é analisado e controlado pelo nosso laboratório metalúrgico, garantindo assim as especificações técnicas necessárias aos nossos produtos, tais como durezas superficiais, camadas endurecidas, estruturas metalográficas, etc... Após essa etapa, as laterais e aditamentos passam pelo processo de usinagem dos furos com o objetivo de garantir o dimensionamento e a tolerância especificados. A empresa adota como medida preventiva, para a análise dos componentes o processo de inspeção de trincas por partículas magnéticas (magnaflux), podendo assim eliminar qualquer tipo de descontinuidade (trincas). Para correntes destinadas à reforma, são realizadas análises dimensionais e limpeza por jateamento com granalha de aço, e posteriormente são submetidas ao processo de inspeção de trincas por partículas magnéticas, para garantir a qualidade esperada. Todos os pinos e buchas passam pelo processo de retífica superficial, conseguindo assim melhor qualidade e garantia da tolerância especificada. A empresa conta com um laboratório dimensional, onde todos os lotes de fabricação são analisados por amostragem, quanto ao dimensional e medição de passo acumulado em correntes. Caso seja observada qualquer não conformidade, a ação imediata é verificar 100% dos produtos referentes ao lote fabricado. Para prevenir e reduzir os efeitos da oxidação, a corrente recebe um banho de óleo protetivo após sua montagem. Um de seus maiores desenvolvimentos quanto à qualidade pode ser observado no setor de soldagem, onde os soldadores têm recebido treinamento e qualificação semestralmente para os processos utilizados. As especificações técnicas de soldagem são baseadas nas Normas ASME e AWS, para garantir uma perfeita união entre os componentes.