#06 VIVA A FAMÍLIA 4X4! DE NORTE A SUL, A CARA DO OFF-ROADER BASILEIRO Um dos objetivos que tenho ao fazer a Revista 4x4, é levar o off-road a um número cada vez maior de pessoas. Expandir e crescer ao invés de separar e categorizar. É importante que o estilo de vida off-road seja possível para um número cada vez maior de gente. Absolutamente nada contra a turma do 4x4 radical, que não abre mão de ficar horas para superar um obstáculo pesadíssimo de menos de 1 quilômetro, mas off-road é muito mais que isso. E ser off-road é para quem tem alma livre e que gosta da natureza. Isso vai desde uma criança pura, como o Bernardo aí em cima, até o mais veterano dos off-roaders. Nesse número temos bons exemplos dessa pluralidade de estilos, como Dionelo e Patrícia Soares, os pais de Bernardo, que curtem em família os prazeres do fora-de-estrada. Aqui de Sampa, mostramos uma invocada picape Ford Ranger T6, que o proprietário equipou e customizou para fazer viagens, se renovar e sentir um pouco de liberdade no espírito. Para ampliar o leque de opções em veículos 4x4, trazemos nossas impressões do MOV Mahindra Off-Road Vehicle, um jipão fabricado no Brasil (Manaus), pela Bramont. Lá do Nordeste, mais precisamente de Pernambuco, conheça o “Caveirão”, um super Jeep de um capitão da Policia Militar de Recife, que traz a influência herdada do pai. Coisa de família... Ainda falando de famílias, mostramos aqui o “novo” Jeep 42 de Angelo Meliani, que junto ao seu querido pai, Sr. Aldo, formam uma das famílias que mais conhecem Jeep no Brasil e no mundo! Para fechar a edição, um especial com imagens incríveis do off-road gaúcho, feitas pelo craque das lentes Eduardo Neves. É só apreciar! É isso, que o universo 4x4 fique cada vez maior e pluralista; espaço tem para todos! 2 3 4 O s projetos de vida de Miguel Giorgi Junior, empresário da área de varejo, em São Paulo, capital, são bastante objetivos: ficar bem consigo mesmo, chegando o mais próximo possível da fantástica sensação de liberdade. Ele é apaixonado por veículos 4x4 desde pequeno, tendo especial apreço por passeios e expedições, evitando as trilhas mais pesadas. Para Miguel, ir para a estrada e conhecer novos lugares e pessoas é importante para renovar as energias e o espírito. A escolha pela New Ranger T6 2014, versão da clássica picape da Ford que é comercializada em 180 países e que foi lançada, lá fora, em 2011, aconteceu depois de Miguel realizar pesquisas entre usuários norteamericanos e tailandeses, pois as maiores comunidades de usuários e compradores da New Ranger estão nesses países. Todos esses lugares, cada um ao 5 6 OGZ, bancos revestidos em couro vermelho, pneus All Terrain, GPS, rádio PY VHF e, para viagens de longas distâncias e expedições, o dono utiliza um camper truck acoplado à caçamba, o que lhe possibilita toda a mobilidade de um 4x4, aliada ao conforto de um motorhome. “É por esse motivo que não utilizo a tampa traseira e sim uma rede de cinta para facilitar o acoplamento do Camper”, informou. O proprietário usa sua New Ranger tanto no dia-a-dia como para fazer viagens e mini expedições. “Nesse período de um ano que estou com ela, rodei 28.000 quilômetros já visitamos o interior do estado de São Paulo e os litorais de Santa Catarina e São Paulo”, disse, confirmando a tradição estradeira da picape. Para esse ano, Miguel pretende fazer uma expedição “andina cone sul”, partindo do Brasil rumo ao extremo da Patagônia, subindo a América, chegando ate o Peru. Nosso personagem compartilha um pouco de sua filosofia de vida com os leitores da 4x4: “Sabe que tem momentos na vida que a liberdade faz parte da renovação psicológica do ser humano. E, para mim, a forma de liberdade é o contato com a natureza sem seguir aqueles padrões de turismo tradicionais. Ao fazer uma viagem fora de estrada, eu encontro essa liberdade”. Para viagens mais longas, Miguel utiliza a Camper Truck, que transforma a Ranger em um mini motor-home. Aventura com conforto é outra coisa... seu modo, oferecem duras condições climáticas, topografia e estradas com condições adversas. “A New Ranger tem tecnologia de ponta para o uso off-road, como bloqueio eletrônico do diferencial e controle de descida, além de um bom câmbio automático de seis velocidades, tração 4x4, motor turbo diesel Puma de 3.2 litros 3.2L Duratorq TDCi, com 147 cavalos e 47 kgfm de torque”, informou o proprietário. Outro fator importante na escolha da Ranger é o tamanho amplo da carroceria de quatro portas do modelo. “Isso é fundamental pela minha estatura (2,02 m de altura) e as dimensões internas do modelo, que é o maior entre todas as concorrentes”. Depois da compra, Miguel só melhorou as aptidões da picape para a aventura e a estrada. Ela tem vários equipamentos, como para-choques customizados de aço que sustentam um guincho elétrico 12.000 libras, alargadores de para-lamas, snorkel 7 8 9 Interior amplo é ideal para pessoas altas como Miguel, que tem 2,02 m. 10 Acessórios: Snorkel OGZ, alargadores de paralamas, para-choque customizado e guincho elétrico. Dentro: bancos revestidos em couro, GPS, rádio PY 11 12 13 O jovem casal Dionelo e Patrícia Soares, ele odontólogo e ela farmacêutica bioquímica, são os pais de um lindo e sorridente menino, o Bernardo. Ambos são profissionais conceituados em suas áreas de atuação; Patrícia está empreendendo um novo projeto e conclui nesse mês a instalação de uma farmácia no complexo de lojas da sua família. Dionelo possui clínicas odontológicas em cidades da zona sul do Rio Grande do Sul. O casal teve a paixão pelo off-road despertada percorrendo estradinhas, caminhos de fazenda, banhados e beiras de lagoa a bordo de uma VW Variant 1975 equipada com pneus militares, faroletes e equipamento para pesca e outras atividades ligadas à natureza. Da Variant pularam para um buggy e, em seguida, para essa Cherokee que virou um monstro das trilhas. A Cherokee já habitava os pensamentos de Dionelo; quando ainda bem jovem foi tentar a sorte como tenista em Córdoba, na Argentina, onde via muitos 4x4 equipados com pneus agressivos. Desde então sonhava com o dia em que poderia ter um. Após alguns anos, já de volta ao Brasil, casado e exercendo a profissão de odontólogo, Dionelo passeava com Patrícia pelas praias do litoral sul do RS, quando encontraram, numa revenda de veículos, essa Grand Cherokee Limited V8 ano 98 que já estava equipada com pneus grandes (285 75 R16”). Eles fecharam negócio, começando assim o processo de transformação do carro. Os primeiros passos surgiram com a resolução de problemas com o câmbio automático e na busca de meios para colocação de pneus ainda maiores. Já contaminados pela febre das trilhas, partiram para uma suspensão elevada que permitisse o uso de pneus 37”x 14,5 x 15, com a banda Sem Limites da Genius. Com o auxilio de uma metalúrgica, confeccionaram algumas peças extremamente resistentes, com sugestões dos amigos Renato Barreto e Clóvis Chackal, que desenvolveram boa parte do projeto. Várias idéias foram compartilhadas através do grupo Grand Cherokee Face Clube Brasil, onde todos colaboraram. Hoje a Cherokee faz somente trilhas 14 15 16 17 18 Motor V8, suspensão elevada, acessórios para conforto interno, iluminação especial, galões extras, macaco hi-lift, pranchas de desatolamento, guincho traseiro, pneus Genius 37”... pesadas. Viagens somente com percurso máximo de 600 km, como travessia entre as praias do Cassino, RS e a fronteira com o Uruguai. Para viagens mais longas o casal usa outra Cherokee, uma Limited 2012, mais original. No começo de 2012, vários aficionados por trilhas reuniram-se e criaram o Jeep Clube de São Lourenço do Sul, e o casal estava entre os sócios fundadores. Desde então aconteceram dezenas de passeios, trilhas e inúmeras aventuras desenvolvidas pelo Jeep Clube da Pérola da Lagoa, como a cidade é conhecida. Dionelo e Patrícia curtem tanto o offroad que estão sempre à frente das atividades, auxiliando na organização, estimulando a participação dos demais e colaborando para o sucesso das empreitadas. Claro, sempre junto com o pequeno Bernardo, afinal, para a família Soares off-road é coisa de família. 19 VITRINE 4X4 CAMISETAS ADRENALAMA 20 21 VITRINE 4X4 22 23 24 25 26 27 L uís André Pantaleão de Sena, 39 anos, é natural de Recife, PE, e serve como Capitão da Policia Militar de Pernambuco. Ainda menino, ficou marcado quando o pai (Sr. Alcêdo Sena) disse que havia aprendido a dirigir em um Jeep. Desde então foi contaminado pela febre que ataca todo jipeiro. Esse Willys foi comprado no final de 2006 e tem uma história curiosa. Naquele ano, Sena estava lotado como Tenente em Custódia, cidade na area de Caatinga, quando avistou o CJ5 à venda. Isso foi em uma sexta feira. Na segunda-feira foi buscar o 4x4, mas ao chegar, descobriu que um amigo havia fechado negócio e o levado para Arcoverde, também no sertão. É claro que nosso personagem não desistiria, foi até Arcoverde e falou com o amigo, que entendeu a situação e repassou o carro pelo mesmo valor. Arcoverde fica à 257 quilômetros, distante três horas de Recife, dessa forma o novo jipeiro pensou em ir rodando com o carro até sua casa. Luís pediu ajuda a três outros Tenentes amigos: Lopes, Albuquerque e Giovani. Sem saber, eles estavam entrando na maior e mais inusitada missão a eles confiada até então. “Quase me custou suas amizades, pois a viagem que normalmente seria de 3 horas vrou uma aventura de sete”, lembrou. 28 29 A suspensão é composta por eixos rígidos, molas helicoidais, braços oscilantes com barras panhard, amortecedores dianteiros e traseiros reguláveis. Bancos e volantes são da San Marino O trio teve que parar em Caruaru, pois o Willys quebrou inúmeras vezes na estrada. “Ele não esquentava, literalmente fervia”, comentou a respeito dos problemas no radiador. E assim, aquela carcaça que Luís insistia em chamar de Jeep, ficaria em uma oficina de Caruaru por seis anos. O trabalho começou no início de 2007 e o que seria apenas um upgrade se transformou em uma restauração completa. A intenção era montar um 4x4 que pudesse ser usado tanto em trilhas quanto no dia-a-dia, mantendo o estilo clássico do Willys, mas com uma mecânica mais robusta. “Mostrei uma edição da 4x4&Cia com o Jeep “Mamoth” na capa e perguntei a um amigo mecânico se ele faria algo similar, com uma suspensão modificada. E ele topou”, citou. Os eixos rígidos permaneceram, mas o sistema de feixes de molas deu lugar a molas helicoidais, braços oscilantes com barras panhard e amortecedores reguláveis Rancho. O Jeep receberia imponentes pneus 38”. Entre os itens originais um dos primeiros a ser descartado foi a carroceria, trocada por uma nova de fibra, pintada em preto fosco, lembrando os blindados utilizados pelo BOPE da PMERJ, vindo daí o apelido de “Caveirão”. Aos poucos o carro foi tomando forma, recebeu um tanque de 68 litros, calços de carroceria em poliuretano de 2.1/2”, guincho hidráulico na dianteira, suporte do estepe e galão, dois bancos tipo concha e volante da San Marino, com as cores que seguem o padrão da pintura, painel customizado, relógios Willtec e capota conversível. O Jeep ganhou sistema de direção hidráulico do GM Opala e o curso 30 31 de suspensão foi limitado com cabo de aço, para evitar que as molas helicoidais se soltem dos copos. Como todo jipeiro sabe, a transformação não está acabada, já que serviços nessas “criaturas” são infinitos, mas enquanto isso Luís vai curtindo o vento e a satisfação de superar limites, juntamente com o pai, que o incentivou ao mundo 4x4, apenas com uma frase despretensiosa. E com os filhos, Alexandre Pantaleão de 10 anos e Alana Pantaleão, 3, que não perde a oportunidade de andar no “zipe”. Sena adora passear com seu novo Jeep e não deixa de ajudar aqueles que teimam em sair de casa em época de chuvas em Recife, quando a cidade se transforma verdadeiramente na “Veneza Brasileira”. Uma finalidade super digna para essa bela máquina, que literalmente renasceu dos escombros. Luís e o paí, sr. Alcêdo, o “culpado” pela febre Jeep na família 32 33 34 35 D iz o ditado que quem vê cara, não vê coração. A brincadeira poderia ser aplicada a esse 4x4, que certamente não tem no design seu ponto alto. Mas o Mahindra MOV tem seus (bons) atributos. Fabricado na Índia e montado no Brasil desde 2007, esse 4x4 antes era vendido como Scorpion e classificado como SUV por sua montadora, a Bramont. O 4x4 básico da Mahindra foi rebatizado como MOV – Mahindra OffRoad Vehicle e reposicionado como um off-road, ou simplesmente, um jipão. A mudança de nome se deve ao fato de que a Pirelli é detentora da marca Scorpion. O fabricante aposta no conforto do MOV para convencer o cliente de que ele pode usar o 4x4 na cidade e levar a família para a aventura. O motor é a maior mudança do 4x4. No lugar do antigo propulsor quatro cilindros CRDe 2.2, entra o mHawk 2, um turbodiesel com intercooler 2,2 litros, que desenvolve 120 cavalos a 4.000 rpm e torque de 29,5 kgfm entre 1.600-2.800 rpm, e atende as normas de emissões Euro V. Vidros e travas elétricas, freios ABS, Cruise Control, barras de proteção na lateral, espelhos retrovisores elétricos, faróis de neblina, piloto automático, revestimento dos bancos em couro e volante com altura regulável estão entre os itens de série O câmbio é manual de cinco velocidades. A tração é acionada por 36 meio de um botão/seletor, fixado no console e pode ser ativada com o MOV rodando a até 40 km/h. Testei o MOV em uma viagem de São Paulo até Blumenau, Pomerode e Florianópolis, em Santa Catarina, tendo rodado em 15 dias, cerca de 2.500 quilômetros, a maioria deles em asfalto, mas também pude sentir a suspensão, força do motor, tração e reduzida, acionadas em estradas de terra e pedra, próximas ao interior e litoral catarinense. O Mahindra vai muito bem em terrenos acidentados. Com vão livre de 210 mm, fiquei imaginado o 4x4 sem os plásticos da parte inferior, com pneus mud e parachoques e protetores específicos. Com certeza o visual ficaria bem melhor. Exceto pelo motor e o nome, visualmente o MOV é idêntico ao Scorpion e um leve facelift na parte frontal ajudaria o grandão de origem oriental a ganhar mais simpatizantes. Mas o MOV entrega conforto – todos os bancos são revestidos em couro e o ar-condicionado tem dutos e canais para os assentos traseiros – p ara uma família big size ou para quem gosta e/ ou precisa fazer off-road em turma. Por fora o MOV não parece tão grande como é por dentro. Medindo 4.320 mmm de comprimento, 1.775 mm de largura, 1.916 mm de altura, Grande por fora e maior por dentro, o MOV atende aqueles que precisam de um jipe confortável 37 O visual não é o ponto forte do MOV, que se garante na robustez e eficiência on/off-road. A rota do Enxaimel, em Pomerode: construções típicas alemãs 38 39 40 é no interior que se têm a impressão de estar dentro de uma vã ou microônibus. Com uma terceira coluna de assentos, que podem ser rebatidos, reposicionados ou removidos, o grandão pode transportar até sete pessoas. O MOV passa a sensação de robustez, não cansa o motorista e tem uma estabilidade razoável, para um veículo desse porte, tamanho e peso. O sistema de suspensão foi revisto e recalibrado em relação à geração mais antiga. Além disso, a suspensão traseira foi modificada. No sistema original, os amortecedores eram posicionados dentro das molas. O pessoal da Bramont instalou os amortecedores fora das molas e fizeram uso de tensionadores, que deixaram a suspensão mais rígida. O resultado é um carro mais firme. A direção hidráulica garante uma direção mais fácil e o ar condicionado tradicional mantém o interior da cabine em condição agradável. Mesmo sendo o jipe diesel 4x4 mais em conta do Brasil: R$ 97.900,00, o MOV não é barato. Para melhorar o desempenho do MOV no Brasil a Mahindra precisa ampliar sua rede, já que atualmente conta com 40 Motor Mhawk TD: 2.2 litros e 120 cavalos lojas e 26 assistências técnica. Vejamos será o futuro do grandão em terra brasilis. 41 “ Tudo começou assim: eu já conhecia este Jeep dos desfiles em comemoração a Nove de Julho - Revolução Constitucionalista de 1932. Então sempre olhava este Jipinho e ficava admirando, pois ele está muito original, bem parecido com o Jeep 42 do meu pai (Sr. Aldo Meliani). Quando eu participei da organização do Festival Brasil Off Road - evento realizado pela Revista 4x4&Cia - eu convidei o Sr. Laerte, ex-dono deste Willys para participar da exposição, realizada em Santana de Parnaíba, SP. Passaram-se 10 anos e ele entrou em contato para que eu intermediasse a venda do Jeep. O problema é que eu mandava os clientes e a venda não acontecia. E assim foi por uns três anos, uma hora era o filho que não queria vender, entre outras desculpas. No ano passado ele entrou em contato novamente para que eu ajudasse na venda do 42 e aí eu disse: ‘se ninguém comprar, eu fico com ele’. Passou o Natal e o Ano Novo de 2013 e, em fevereiro de 2014, ele me ligou para ir até sua casa para conversamos a respeito da venda. Para mim! Eu simplesmente não esperava esta, mas como tenho palavra me lasquei! Fui lá negociar e o Sr. Laerte resolveu me vender este belo MB por motivo da idade. Como ele não esta dirigindo mais, resolveu vender seu companheiro de mais de 30 anos. Junto com o 42, adquiri várias peças de reposição, tais como o eixo dianteiro e traseiro, motor de partida, gerador de voltagem, motor Ford [GPW], entre outros itens que, somados, devem pesar quase uma tonelada. A suspensão da minha picape Ford Courier ‘deu batente’ nas molas. O Jeep estava no cavalete e o dono o ligava toda semana, cuidando bem da máquina. Quando cheguei em casa eu já imaginava que teria de fazer uma manutenção grande. Liguei o sistema de combustível e já sai rodando, mas senti que ele necessitave de vários cuidados. Dessa forma resolvi o problema de shimmy (vibração que ocorre no volante, decorrente de problemas no sistema de direção), freios, terminais de direção; comprei pneus novos, mandei jatear e pintar as rodas, instalei o equipamento de rádio valvulado. Mandei fazer um radiador novo, além de bomba de água, bomba de combustível, carburador e mangueiras de arrefecimento. Substituí o platinado por ignição e bobina americana e 42 43 Um pedaço da história sobre rodas. O Willys MB (junto ao Ford GPW) é o ícone máximo da dinastia Jeep, o 4x4 que deu origem à tudo que se conhece de off-road atualmente. Por todos os lados, peças raras e funcionais... 44 45 46 47 48 Meliani e minha namorada Marta Cristina de Lima, por todo apoio”. Olhem só a expressão de felicidade do “garoto” Angelo Meliani: felicidade pura! troquei a embreagem. Também providenciei a instalação da válvula termostática, velocímetro, marcadores de temperatura e pressão de óleo e outras peças que apresentavam muito desgaste pelo tempo. Agora vou trocar os estofamento e fazer uma pintura nova. Tudo isso compensou, pois esse Willys veio com muitas peças originais e dificílimas de encontrar, que listo à seguir: - Botões do painel com estrição de metal - Chave de luz militar funcionando - Chave de ignição original - Plaquetas do painel (todas e originais) - Buzina funcionando - Bomba de encher pneu - Manivela no lugar certo - Caixa supressora do rádio - Chave de roda - Macaco + Suporte original - Dois galões de combustível - Suporte da caixa de medicamento - Almotolia (Equipamento utilizado para aplicação de óleo lubrificante em máquinas e equipamentos) - Suporte da engraxadeira - Todas as lanternas originais - 5 Rodas de combate Agradeço os amigos Márcio Ferreira e Rogerio Costa Pereira, meu pai Aldo 49 50 Fotos EDUARDO NEVES OFF-ROAD O Rio Grande do Sul é um dos estados mais tradicionais quando se fala na prática e cultura off-road e 4x4 no Brasil. O sul do país destaca-se pelos diversos terrenos para a prática do esporte, bem como de uma verdadeira legião de apreciadores desse universo. Com uma história e tradições tão ricas quanto distintas, o Rio Gande do Sul conta com trilhas pontuadas, compostas por PC´s (Pontos de controle), com os grupos Trilheiros do Carvão, das cidades de Butiá e Minas do Leão, Jeep Clube Barra do Ribeiro, Equipe Pé no Bucho de Cerrito, Jeep Clube Camaquã, Dom Pedrito, entre muitos outros. Conta também com trilhas em meio à arrozais como na própria cidade de Eduardo Neves, o autor dessas belas imagens, que reside em Cachoeira do Sul, considerada uma Trilha Turismo de Camaquã - Maio de 2014 51 52 Pualeira em Veranópolis - Setembro de 2014 das quatro capitais Farroupilhas. Há também Trihas na maravilhosa Serra Gaúcha, onde grupos como o Cruzeta Jeep, Maragatos, Bassano Jeep etc, movimentam um calendário anual de eventos, com os mais variados graus de dificuldade. Os off-roaders do sul ainda podem andar em cidades praias, balneários, rios e muito mais. Que 2015 venha com muitas trilhas, aventuras e visuais incríveis. Esses momentos são muito bem retratados pelo nosso colaborador Eduardo Neves Off-Road. Com três anos de experiência na area, Eduardo Neves anunciou NÓS ENTENDEMOS DE LAMA. 53 Tudo anda bem com Bardahl. Trilha da Barra do Ribeiro - Janeiro de 2014 54 55 O fora-de-estrada em trilhas pesadas é uma cultura fervilhante por todo o estado do Rio Grande do Sul. Não faltam diversidade de terrenos, veículos bem preparados e gente com disposição para dar e vender! 56 Trilha dos Arrozais Cachoeira do Sul - Junho 2014 recentemente a criação da Eduardo Neves Off Road, sua agência de fotografia, especializada na cultura 4x4. Pensou em fora de estrada no sul, não deixe de contar com as lentes afiadas de Eduardo Neves. Certeza de satisfação garantida, basta ver a seleção enviada para essa matéria. E um salve à todos os amigos do 4x4 gaúcho! Contato: https://www.facebook.com/ eduardonevesoffroad 57 Ao ver o Felipe, você tem a impressão de que ele é diferente. Ao conhecer a história dele, você tem certeza. A mãe de Felipe não precisou de exames caros, que ela e o marido não podiam pagar, para saber que algo na sua gravidez estava errado. Mas nem o sexto sentido, comum às mulheres e acentuado nas mães, podia prepará-la para o choque do parto. Seu bebê nasceu lindo, mas sem braços e pernas. Das visitas, em vez dos habituais parabéns, os pais recebiam o conselho para esconder a criança. Mesmo mais educadas, as palavras dos médicos também eram horríveis. Segundo a maioria, Felipe jamais seria uma criança normal. De um especialista, porém, veio a orientação para procurar a AACD, aonde a mãe passou a levá-lo diariamente. No caminho da associação, descendo ladeiras enlameadas no colo de Dona Daniela, a ausência de choro do menino indicava a coragem com que encararia a vida. Que o levaria a contrariar os conselhos de conhecidos e os prognósticos dos médicos. Hoje, Felipe anda de skate, solta pipa, joga bola, escreve e, com uso de próteses, anda e até faz capoeira. Inacreditável, não? É por isso que nós acreditamos. twitter.com/aacd facebook.com/ajudeaacd Se você acredita, nossas crianças também acreditam. Para doar ligue: 0800 771 7878 ou acesse aacd.org.br 58