#01 JEEP RENEGADE O Jeep feito no Brasil novamente! WRANGLER AMAZÔNICO um guerreiro do norte A RENOVAÇÃO DO TROLLER tudo novo no jipe nacional ESSA REVISTA CONTÉM SÓ O QUE INTERESSA AO OFF-ROADER BRASILEIRO EDITORIAL 04 SUMÁRIO Apresentação ÍNDICE 04 Apresentação 12 4x4 Customizados 22 Veteranos 30 Apresentação 40 Expedição 50 Evento SEQUÊNCIA NATURAL 60 4x4 Customizados Senti muita alegria e orgulho ao escrever as linhas que você lê agora, por ter a sensação de que estamos iniciando aqui um novo canal de informação e contato entre admiradores, curtidores, fãs, entusiastas e malucos pelo off-road, em suas mais variadas vertentes, com foco nos veículos, preparações, restaurações e, principalmente, no uso que as pessoas fazem de seus 4x4. Tudo isso de um jeito muito especial, pois mais importante que a máquina, é o homem e as histórias que se desvendam em meio ao desenrolar de preparações de carros, aventuras inesquecíveis e projetos de vida. O que fica marcado é o que podemos fazer com esses incríveis veículos. E sempre elegendo a responsabilidade e o bom senso na prática do fora-de-estrada. Todos os meses teremos aqui 4x4 fantásticos, desde os clássicos militares até o mais endiabrado 4x4, montado em pneus de 38”. Para estar aqui, o que mais vale é a qualidade dos projetos, o resultado e a história, pois esse é um dos “baratos” da vida. Sem história não tem graça! E nessa edição de estreia temos várias histórias para apreciar, como as dos proprietários dos dois Jeep Wrangler (um de São Paulo e outro de Manaus), preparados com todo o cuidado e apuro, cada qual seguindo uma linha específica. Já quem curte os originais, irá se derreter com o Willys 64 coral red, mostrado aqui. De babar! Lá de Cachoeira do Sul, temos uma super picape Toyota Bandeirante monstruosa, enquanto da região do ABC vem um protótipo de jipe montado sobre a mecânica de um Land Rover Defender. O resultado ficou incrível! Inauguramos a seção Minha Aventura, com a expedição Carretera Yungas, onde vemos a experiência de três brasileiros e uma Defender 110 na Estrada da Morte, Bolívia. Curta ainda tudo que rolou na 21° Edição da Festa Nacional do Jeep, realizada em Brusque, SC que é nossa matéria de destaque, pois se trata do maior evento off-road do Brasil. Em lançamentos, veremos como ficou o novíssimo Troller T4, que mudou por completo mesmo, e o Renegade, o Jeep que será fabricado no estado de Pernambuco, no ano que vêm. Ótima notícia! Ainda temos a coluna 4x2 Todo Terreno, assinada por Fábio Evangelista, diretor do clube Gurgel Guerreiro, que divide conosco seus conhecimentos, desfazendo diversos mitos. 4x2 também é fora de estrada! E assim damos sequencia ao nosso encontro mensal, com o melhor do off-road. O que posso assegurar é que aqui dentro, só tem o que realmente interessa ao off-road brasileiro. Um muitíssimo obrigado às empresas e marcas que embarcaram conosco nessa trilha, desde o início. E aos leitores eu aviso que esse é só o começo; a nossa história começa agora. 68 4x4 Customizados 74 4x2 78 4x4 Customizados Jeep Renegade Jeep Renegade Wrangler da Amazônia 12 CJ5 Brasileiro 4x4 Customizado O Novo Troller Wrangler da Amazônia na Estrada da Morte Fenajeep 2014! Bem vindo e ótima leitura! Até o mês que vêm! JAMES GARCIA 2 30 Picape Toyota Bandeirante Apresentação Wrangler para trilha e para a família O Novo Troller A força do Todo-Terreno Protótipo de Jeep com alma Land Rover 40 Redação e Publicidade Av. Lacerda Franco, 570, apto 56 Cambuci - 01536-000 São Paulo - SP Telefone: (11) 99393-7667 Expedição Brasileiros na Estrada da Morte É proibida a reprodução sem prévia autorização por escrito da editora. EQUIPE DIRETOR E EDITOR James Garcia [email protected] DIRETOR DE ARTE Bruno Arruda [email protected] DEPARTAMENTO COMERCIAL Claudio Ferreira Martins [email protected] COLABOROU NESSA EDIÇÃO: Caroline de Souza, Claudio Laranjeira, Douglas Moreira, Eduardo Neves, Fábio Evangelista, Henrique Bruns, Humphrey Fernandes, Michel Patitucci, Reinaldo Junqueira Jr, Ruan Groh, Sidinei Santos e Valdomiro da Mota. 3 APRESENTAÇÃO – JEEP RENEGADE UM JEEP BRASILEIRO, NOVAMENTE! 4 TER UM JEEP FABRICADO NO BRASIL É UMA NOTÍCIA PARA COMEMORAR. DEPOIS DE 32 ANOS – O CJ5 FORD PAROU DE SER FABRICADO EM ABRIL DE 1983 –, TER UM JEEP BRASILEIRO ALEGRA O CORAÇÃO DOS AMANTES DA MARCA E DO OFF-ROAD EM GERAL por JAMES GARCIA | Fotos DIVULGAÇÃO 5 N o dia 4 de março, o CEO mundial do Chrysler Group, Sergio Marchionne, anunciou durante entrevista no Salão do Automóvel de Genebra, Suíça, que o primeiro automóvel a ser produzido na fábrica de Goiana, Pernambuco, será um modelo Jeep. Referindo-se ao Jeep Renegade, que será feito na fábrica italiana da Fiat em Melfi, Marchionne afirmou que esta mesma plataforma será produzida em Pernambuco e também transferida à China. Ele acrescentou que a produção no Brasil começa em 2015, e na China, em 2016. O material de apresentação informa que o Renegade 2015 é baseado na personalidade do Jeep Wrangler, mas com linhas sólidas e proporções agressivas, para oferecer os melhores ângulos de ataque e saída de sua classe. O interior tem aspecto sólido, detalhes fabricados com precisão, cores e tecidos inovadores e de qualidade, a tecnologia de ponta e armazenamento inteligente foram inspirados pelos equipamentos e pelos estilos de vida dos esportes extremos. Os designers denominaram essa linguagem de “Tek-Tonic”. Para assegurar que a bagagem dos ocupantes seja bem acomodada, há soluções de flexibilidade e praticidade como o assoalho do porta-malas removível, reversível e ajustável em altura, além do assento do passageiro dianteiro que pode ser levantado à frente. O Renegade tem dois sistemas opcionais de teto solar My Sky, que funcionam com retirada manual ou elétrica por meio de uma função extra de deslizamento e inclinação, os painéis de poliuretano e fibra de vidro podem ser alojados no porta-malas. O Renegade inaugura a arquitetura “4x4 small-wide”. Com suspensão independente, 20,5 centímetros de articulação das rodas e 22 centímetros de altura livre do solo. O uso extensivo de aço avançado, resinas compostas e novas simulações de impactos em computador permitem que a plataforma ofereça rigidez torsional de primeira classe e durabilidade típica da marca Jeep. O Renegade é o primeiro Jeep a contar com os amortecedores de frequência seletiva (FSD) da Koni. Esse sistema de amortecimento possibilita as melhores características de aderência no asfalto e de dirigibilidade. O veículo traz em seu pacote o primeiro câmbio automático de nove marchas no segmento que contribui para comportamento dinâmico Em 2015 O Jeep Renegade será fabricado em Goiana, Pernambuco 6 7 excelente no asfalto e fora dele -, motores com baixo consumo de combustível, interior refinado e uma ampla lista de itens tecnológicos. Desenhado nos Estados Unidos e inicialmente fabricado em Melfi, na Itália, o Renegade tem previsão de lançamento na Europa para o último trimestre deste ano, e para a América do Norte no início de 2015, importado da Itália. No Brasil, a produção começa na metade do primeiro semestre de 2015, na nova fábrica do Grupo Fiat-Chrysler em Goiana, Pernambuco. Ele será vendido em mais de 100 países. O nome Renegade foi, no passado, utilizado para identificar versões do Wrangler e do Liberty. E em 2008, um carro-conceito chamado de Jeep Renegade foi apresentado no Salão de Detroit. Fazendo uso da tecnologia 4x4 do novo Jeep Cherokee, o Jeep Renegade oferecerá dois novos e avançados sistemas 4x4, sendo que ambos podem transmitir 100% do torque disponível ao solo em apenas uma das rodas: Jeep Active Drive – sistema 4x4 8 permanentemente ativo e Jeep Active Drive Low – sistema 4x4 único na categoria, permanentemente ativo, com a função de multiplicar o torque, como uma tração reduzida. O Renegade é o primeiro off-road pequeno com desconexão do eixo traseiro e caixa de transferência. Tudo para proporcionar maior economia de combustível às versões 4x4 do Jeep Renegade. O sistema é ativado automaticamente quando a tração nas quatro rodas se torna necessária. uma automática, uma automatizada de duas embreagens e duas manuais. As versões são os motores gasolina 1.6 E. TorQ com Stop & Start e câmbio manual de cinco marchas (4x2); 1.4 Multi Air 2 com Stop & Start e câmbio manual de seis marchas ou DDCT (4x2); 1.4 Multi Air Turbo com câmbio manual de seis marchas (4x2 e 4x4); 1.4 Multi Air 2 Turbo com Stop & Start e câmbio manual de seis marchas ou automático de nove (4x2 e 4x4) e 2.4 Tigershark com câmbio automático de nove marchas (4x2 e 4x4). Os motores diesel são o 1.6 Multi Jet II com Stop & Start e câmbio manual de seis marchas (4x2) e o 2.0 Multi Jet II com Stop & Start e câmbio manual de seis marchas ou automático de nove (4x4). Da mesma forma que o Jeep Cherokee, o Renegade conta com a primeira transmissão de nove marchas, que traz vantagens como arrancadas fortes, entrega suave de potência em altas velocidades e consumo mais eficiente. O novo jipe será equipado com o reconhecido e premiado sistema Uconnect, com tela sensível Os sistemas 4x4 Jeep Active Drive e Active Drive Low incluem o recurso Jeep Selec-Terrain, com até cinco modos: Auto (automático), Snow (neve), Sand (areia) e Mud (lama), mais o exclusivo Rock (Pedra) na versão Trailhawk. Para quem utiliza ao máximo toda a capacidade off-road de um Jeep, o Renegade tem a configuração Trailhawk, que traz o selo “TrailRated 4x4” e oferece a maior aptidão para o uso fora de estrada e conta com: o Jeep Active Drive Low (reduzida) de série; sistema Selec-Terrain com modo Rock exclusivo; altura da carroceria aumentada em 2 centímetros; placas protetoras e ganchos vermelho de reboque dianteiros e traseiros, para-choques exclusivos com ângulo de ataque de 30.5°, ângulo de rampa de 25.7° e ângulo de saída de 34.3° e controle de descida (Hill O Renegade será oferecido com até 16 combinações de motores e câmbios. Alguns dos conjuntos mecânicos usados globalmente serão produzidos na fábrica de Campo Largo, no Paraná. Serão cinco motores a gasolina, dois a diesel, e quatro transmissões, sendo O interior com aspecto sólido, tecnologia de ponta e armazenamento inteligente teve influência no estilo de vida dos esportes extremos 10 O fabricante diz que o Renegade 2015 é baseado na personalidade do Jeep Wrangler, mas com linhas sólidas e proporções agressivas ao toque e o maior quadro de instrumentos colorido de sua classe. Para a segurança há 70 recursos, a exemplo dos sistemas de Aviso de Colisão Dianteira Plus e de Aviso de Saída de Faixa (LaneSense) Plus (ambos inéditos no segmento), do Monitoramento de Pontos Cegos, da câmera traseira ParkView, dos sensores de estacionamento traseiro ParkSense, do Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) com mitigação de rolagem da carroceria e sete air bags de série. Agora nos resta aguardar com ansiedade a chegada do Renegade, o novo Jeep brasileiro. Uma notícia mais que bem vinda! 11 JIPES CUSTOMIZADOS UM WRANGLER AMAZÔNICO QUE TAL UM WRANGLER ESPECIALMENTE MONTADO E EQUIPADO ATÉ OS DENTES, PARA ENFRENTAR AS TRILHAS DE MANAUS? por JAMES GARCIA | Fotos HUMPHREY FERNANDES O caso de amor de Gerson Frota pelo Jeep Wrangler é mais do que sério, já que ele possui três deles! “Tenho um Wrangler 2008 bem equipado que uso para trilhas leves e pesadas, um 1998 que mantenho em Fortaleza, para trilhas em Dunas e passeios nas praias e, esse 1990, super preparado”, informou. Frotta, 48 anos, nasceu em Manaus, AM, é advogado e administra uma locadora de veículos na capital amazonense, começou a fazer trilha de moto em 1997 e em 2001, um amigo apareceu com esse Jeep 1990. “Foi paixão imediata, gostei do Wrangler por ele me parece forte e robusto. Por isso apelidei de Seu Lunga”, comentou. O nome se refere a um personagem nordestino, real e que mora em Juazeiro do Norte, CE. “Ele é conhecido por sua brutalidade e grosseria. É bruto como os pés da burra e grosso como papel de enrolar prego!”, contou com bom humor. Quando o viu pela primeira vez tentou comprálo, mas o dono não quis vendê-lo. Em 2005 o carro foi vendido para um dentista que, somente no final de 2012, decidiu vendê-lo e Frotta o comprou, 11 anos depois de conhecer o carro. O Jeep já estava com motor GM 4.1 de Opala, 6 cilindros, câmbio de C10 três marchas, eixos de F75 com diferenciais Dana 44. “Mesmo sem acionar a redução já era muito forte e empurrava o Jeep com muita facilidade. Imaginem como o bicho ficava com a redução acionada...”, falou. O Wrangler estava em estado razoável, com a pintura amarela, capota preta, pneus 31”, guincho e towbar. A mecânica “relaxada” precisava de reparos na redução, rolamentos, suspensão, bancos, carburação e elétrica. Frota desejava um Jeep para trilhas pesadas e manteve a mecânica, mas melhorou seu desempenho. Instalou os feixes de molas sobre os eixos, deu um “tapa” no motor para que o mesmo ficasse mais forte e realizou demais acertos, nada complicado, mas que exige paciência na espera dos serviços. O dono promoveu algumas mudanças no Jeep. “Começamos, então, por melhorar a barra de direção, os munhões e realinhamos o grau de cambagem – inclinação da roda de um veículo em relação ao plano vertical”, disse Frota. Também foi instalado um tanque de combustível em alumínio, com capacidade para 65 litros. Na parte inferior do 4x4, tudo o que poderia bater ou roçar no chão abaixo dos eixos foi retirado ou reposicionado. O sistema de suspensão recebeu mudanças, como reposicionamento (em local mais alto) dos suportes de amortecedores e a melhoria das barras estabilizadoras dianteira e traseira. “Colocamos amortecedores de maior curso e optamos pelas peças originais do caminhão Volkswagen 8.150”, contou Frota. 12 13 14 15 “Seu Lunga”, um Wrangler 1990 para off-roader nenhum botar defeito! Os pneus de 31” deram lugar a um jogo de colossais modelos de 37 polegadas, com desenho super agressivo. O proprietário anterior já havia retirado o distribuidor e instalado um kit de sistema eletrônico de distribuição e mapeamento da ignição, o que permite que o Jeep passe em rios com o motor submerso. Para melhorar ainda mais a “pegada” de jipe indestrutível, foi feita a troca dos semi eixos originais, que foram substituídos pelo conjunto Ensimec, bem como a adição de bloqueios nos dois diferenciais. Se o “Seu Lunga” que já era um 4x4 bruto, agora esta ainda mais agressivo e abusado, merecendo plenamente o apelido escolhido. Depois de acertar a maquina, o Jeep foi pintado de Marrom Savana Fosco e enfeitado com adesivos militares. A capota preta, que estava muito surrada, foi trocada por uma nova e original norteamericana, na cor marrom, bem parecida com a nova cor do Wrangler. Como o veículo já era muito reduzido, não foi necessário alterar a sua relação de diferencial. “Meus filhos adoram o Seu Lunga! O Raul, que tem 18 anos, é meu piloto reserva e Claudio Neto, de quatro anos é o “zequinha” oficial. O pequeno vai comigo em todas as trilhas e quando há obstáculos mais radicais é obrigado a ficar fora do Jeep pela sua segurança”, finalizou Frotta. Para saber mais fale com Gerson Frota no telefone (92) 9607-4848 ou envie e-mail: [email protected] 16 17 18 19 FICHA TÉCNICA JEEP WRANGLER 1990 MOTOR: GM, 4.1, seis cilindros em linha do GM Opala ALIMENTAÇÃO: injeção eletrônica POTÊNCIA: 124 cavalos a 3.800 rpm ARREFECIMENTO: água TRANSMISSÃO: Câmbio mecânica de três marchas (GM C10) TRAÇÃO: 4x2 traseira com opção de 4x4 e 4x4 reduzida através da caixa de transferência Willys, com acionamento pela alavanca no assoalho e roda-livre. Eixo dianteiro e traseiro Dana 44, pontas de eixos Ensimec com homocinética Toyota Bandeirante na dianteira, bloqueio 100% DIREÇÃO: Assistida hidráulica SUSPENSÃO DIANTEIRA E TRASEIRA: eixo rigido, feixes de molas semielipticas, jumelos e amortecedores telescopicos de dupla açao FREIOS DIANTEIRA E TRASEIRA: Disco nas quatro rodas RODAS: 17” PNEUS: 315 (37”) x 70 x 17 DIMENSÕES (mm) Altura com para-brisa rebatido: 1.250 BITOLA: 1.600 VÃO LIVRE: 300 PASSAGEM EM ÁGUA: 1.500 (com snorkel) PESO: 1.250kg CAPACIDADE DE CARGA: 500 kg VELOCIDADE MÁXIMA: 75 km/h TANQUE DE COMBUSTÍVEL: 65 litros CONSUMO CIDADE: 3 km/l ESTRADA: 5 km/l SERVIÇO ADAPTAÇÕES MECÂNICAS OFICINA DO JOÃO PINHEIRÃO: (92) 8133-7000 PINTURA ANDRÉ: (92) 8190-6353 20 21 DESBRAVADORES REMANESCENTE DA FASE DE OURO ESSE MARAVILHOSO JEEP CJ5 1964, PINTADO COM A BELA COR VERMELHA CORAL, É UM EXCELENTE REPRESENTANTE DA FASE DE OURO DA WILLYS OVERLAND DO BRASIL Texto e fotos JAMES GARCIA O CJ5 é um dos mais icônicos modelos da família Jeep E m 1950 a Willys apresentou ao mundo o propulsor Hurricane que substituiria o veterano Continental “Go Devil”. Os militares norteamericanos sugeriram modificações para que o novo motor pudesse ser utilizado em seus utilitários. Mas o motor era muito alto para o compartimento do Jeep. Na época, a Willys trabalhava uma nova versão de Jeep para acomodar o motor e esse carro em questão era um misto de CJ3A e algo totalmente novo. Os engenheiros aumentaram a altura e a largura do capô, modificaram as laterais deixando-as mais retas do que o modelo anterior, o pára-lama ficou mais comprido com um rebaixo na parte dianteira, para evitar que tanto a areia como a lama atingissem os passageiros. Com todas essas modificações surgiu um novo Jeep, nomeado com a nomenclatura M38A1. Essas mudanças forçaram o aumento do comprimento do chassis e da distância entreeixos do Jeep. O peso diminuiu de 1.238 quilos (M-38) para 1.209 quilos no M-38A1. A diferença de peso ocorreu no motor, já que o antigo Continental era feito em um pesado bloco de aço e o Hurricane tinha um design menor e paredes mais finas. Os faróis foram instalados dentro da grade, no mesmo estilo dos Jeep da Segunda Guerra, e ele ganhou um porta-luvas do lado esquerdo do motorista. Em 1951 o modelo começou a ser entregue às forças armadas e o sucesso foi absoluto e imediato. O motor Hurricane, mais forte que seu predecessor, posicionou o M-38A1 como um dos veículos militares mais procurados por forças armadas de todo planeta, no período pós-guerra. O sucesso do M-38A1 foi tão grande que a Kaiser – proprietária da Willys desde 1953 – decidiu fabricar a versão civil do modelo em 1955. É bom lembrar que o CJ-3B “cara-decavalo” não havia agradado o público e isso foi mais um impulso para a criação de um novo Jeep. Em 11 de outubro de 1954 a novidade foi anunciada, com o sugestivo nome de CJ-5 (civilian Jeep 5), um carro que seria fabricado por mais de 30 anos e que encantaria milhões de usuários ao redor do mundo. Para que o CJ-5 entrasse em produção algumas mudanças foram necessárias: os faróis ganharam aros cromados e foram instalados do lado de fora da grade; as lanternas militares foram substituídas por modelos convencionais; o sistema elétrico de 24 volts deu lugar ao de 6 volts – padrão da época – e posteriomente 12 volts. 22 23 24 25 A VIDA DÁ VOLTAS... No universo jipeiro existem histórias que parecem ter sido inventadas, de tão inusitadas que são. É o “causo” do mineiro Amauri José Higino, 41 anos, natural de Visconde do Rio Branco, MG. Higino reside em Mauá, cidade do ABC paulistano, há mais de 25 anos, onde fez sua vida no ramo de vidros planos. Esse Jeep é literalmente o primeiro Jeep de Higino e, provavelmente, é o 4x4 de sua vida. Ele foi adquirido em janeiro de 2010 e estava em condições excepcionais para seus 48 anos. O carro estava com um dos herdeiros ligados ao primeiro dono do Willys. “Sou do interior de Minas e esse CJ5 foi um dos primeiros que vi na vida, quando era um menino e morava na roça. Eu e minhas irmãs corríamos atrás toda vez que ele passava na frente de casa. É hilário lembrar que banco do carona era novo, pois o antigo dono era sovina e não dava carona para ninguém”, contou Higino. Quem quiser saber mais detalhes sobre o Willys, pode falar Amauri pelo telefone: (11) 7851-5419 ou e-mail: [email protected] Se você tem uma história boa para contar, envie texto e fotos para [email protected] contruído em uma filial da marca, localizada em Jaboatão, que foi inaugurada em julho de 1965. O Jeep que de lá saia era carinhosamente apelidado de “chapéu de coco” e vinta com esse pequeno símbolo fixado na carroceria. Posteriorme, de 1969 em diante, o Jeep ganharia da Ford a sigla U-50, e dessa forma continuou em produção até abril de 1983. O CJ-5 foi um 4x4 tão bem sucedido, querido e desejado, que foi copiado por vários fabricantes de vários países e certamente é um dos maiores ícones da extensa e icônica família de veículos off-road Jeep. Os brasileiros começaram a ser fabricados. É interessante o fato de que os primeiros CJ-5 possuíam o desenho da caixa de rodas traseira em formato redondo, seguindo o padrão norte-americano. Nem todo CJ-5 do final da década de 50 e que possuí caixa de roda redonda, é importado. No mesmo período, os motores 6 cilindros BF161 substituíram os antigos “Hurricane” de quatro cilindros e ficaram em produção até 1975, quando deram lugar ao OHC de quatro cilindros. Além da fábrica da Willys, localizada em São Bernardo do Campo, SP, onde hoje está a Ford do Brasil, o Jeep também foi Os modelos militares M-38A1 foram usados extensamente pelas forças armadas americanas e pelos países aliados. Foi amplamente usado na Guerra do Vietnam, junto com seu irmão mais novo, o MUTT M-151. Uma variação famosa do M-38A1 foi a ambulância M-170, que gerou no mercado civil o Jeep “Bernardão”, que é uma versão 44 centímetros mais comprida. No Brasil a Willys Overland produziu o CJ-5 no período de 1958/59 até 1969. Esse belíssimo exemplar é do período de ouro da Willys aqui, mais precisamente 1964. Na virada de 1958 para 1959, os primeiros Jeep totalmente Amauri José Higino é o feliz proprietário desse belíssimo CJ5 26 27 FICHA TÉCNICA JEEP WILLYS CJ5 1964 MOTOR: Willys Overland, dianteiro, longitudinal, seis cilindros em linha CILINDRADA: 2.638 cm³ POTÊNCIA ORIGINAL: 90 cavalos a 4.000 rpm TORQUE: 18,67 kgfm a 2.000 rpm ALIMENTAÇÃO: carburador REFRIGERAÇÃO: água com reservatório de expansão TRANSMISSÃO: Câmbio de 3 velocidades + ré, TRAÇÃO: 4x2 com opcional para 4x4 (roda livre automática) e reduzida, através de caixa de transferência Willys Overland, acionamento através de alavanca no assoalho RELAÇÃO DE MARCHAS 1ª2,798:1 2ª1,551:1 3ª1:1 RÉ3,544:1 RELAÇÃO DE DIFERENCIAL: 4.89 (44x9); DIREÇÃO: Mecânica, coroa e pinhão SUSPENSÃO DIANTEIRA E TRASEIRA: Eixos rígidos, feixes de mola semi-elípticas e amortecedores telescópicos colecionadores mais puristas afirmam que esse modelo foi o último Jeep de verdade a ser construído. Discussões à parte, o CJ-5 é um mito e sua lenda continua até hoje, basta ver um Troller e, mais óbvio, um Wrangler nas ruas e trilhas para entender a força de sua influência. E isso, meus amigos, definitivamente não é para qualquer automóvel.na carroceria. Posteriorme, de 1969 em diante, o Jeep ganharia da Ford a sigla U-50, e dessa forma continuou em produção até abril de 1983. O CJ-5 foi um 4x4 tão bem sucedido, querido e desejado, que foi copiado por vários fabricantes de vários países e certamente é um dos maiores ícones da extensa e icônica família de veículos off-road Jeep. Os colecionadores mais puristas afirmam que esse modelo foi o último Jeep de verdade a ser construído. Discussões à parte, o CJ-5 é um mito e sua lenda continua até hoje, basta ver um Troller e, mais óbvio, um Wrangler nas ruas e trilhas para entender a força de sua influência. E isso, meus amigos, definitivamente não é para qualquer automóvel. 28 FREIOS TAMBOR NAS QUATRO RODAS DIMENSÕES (mm) COMPRIMENTO: 3.440 LARGURA: 1.710 DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS: 2.060 BITOLA: 1.230 PESO: 1.170 RODAS: 16” PNEUS: 600 x 16” com perfil militar CAPACIDADE DE CARGA: 605 Quilos COMBUSTÍVEL GASOLINA TANQUE DE COMBUSTÍVEL: 40 LITROS CONSUMO MÉDIO: 6,5 km/litro SERVIÇO MECÂNICA – MAX4 JEEPS E VEÍCULOS ESPECIAIS: (11) 97875-3281/Nextel: 55*82*44133 [email protected] APRESENTAÇÃO – NOVO TROLLER T4 UM PASSO ADIANTE COM MAIS FORÇA E VISUAL INÉDITO, O TROLLER T4 CHEGA COM PERSONALIDADE PRÓPRIA por JAMES GARCIA | Fotos DIVULGAÇÃO 30 31 O novo Troller ganhou um estilo mais hitech, com boas soluções de design e desempenho E mbora divida muito as opiniões em relação ao visual – há quem não troque o design antigo pelos modernos traços hitech -, o novo Troller T4 chega impondo respeito, com um powetrain mais forte, tecnologia, segurança e conforto mais evidentes. O jipe divide também diversos componentes com a picape Ranger, como o painel de instrumentos com computador de bordo e iluminação “Ice Blue”. A mecânica, também compartilhada com a Ranger, apresenta motor 3.2 turbodiesel de 200 cavalos, que trabalha em conjunto com uma transmissão manual de seis velocidades, comando eletrônico de tração (4x4 e 4x4 reduzida), diferencial traseiro autoblocante e freio a disco nas quatro rodas com sistema ABS e EBD. O Novo Troller T4 vem com protetor frontal e estribos laterais integrados à carroceria, bagageiro com barras transversais ajustáveis e aerofólio na tampa traseira com brake-light integrado. Tomada de ar em posição elevada preparada para a instalação de snorkel e base para guincho integrada são equipamentos que contribuem para a sua verdadeira vocação. O interior tem um visual agradável com materiais de qualidade superior, que oferecem alta resistência e fácil limpeza para o uso em trilhas. As várias opções de regulagem do banco e os instrumentos à mão facilitam encontrar uma boa posição de dirigir. Há uma boa lista de equipamentos de série: arcondicionado digital “dual zone”, CD-MP3 player com entrada auxiliar, USB e Bluetooth, vidros e espelhos elétricos, bagageiro de teto, lanternas 32 33 A aptidão para o off-road é garantida pelo parrudo conjunto mecânico, que o T4 divide com a picape Ranger 34 35 A marca disponibilizará uma lista de 130 acessórios específicos, como snorkel, guincho e pneus lameiros. Itens quase obrigatórios para um jipe de LED, teto solar duplo de vidro e rodas de alumínio de 17 polegadas com pneus de uso misto. O Novo Troller T4 foi apresentado junto com a nova fábrica da Troller, na cidade de Horizonte, no Ceará - local onde nasceu e é produzido até hoje - que passou por um amplo processo de modernização e ampliação. A unidade adotou em suas instalações novos processos de manufatura nas áreas de estamparia, soldagem, pintura e montagem para garantir altos padrões de qualidade e produtividade. Isso significa que o jipe perdeu os traços de veículo artesanal, que ainda o acompanhavam. A marca disponibilizará uma linha de acessórios para quem deseja personalizar e agregar mais funcionalidades ao veículo, composta por mais de 130 itens, como snorkel, guincho, para- choques de aço, pneus lameiros, estribos de aço e bagageiro. E também uma série de protetores – do cárter, câmbio, caixa de transferência, escapamento dianteiro, intermediário e traseiro e tanque – para percursos off-road mais radicais. O Jipe tem três anos de garantia e a assistência técnica da rede, com 19 distribuidores no Brasil, com previsão de chegar a 21 até o final desse ano. O Troller ficou mais caro, agora é vendido ao preço de R$110.990, contra os 97.000 da última versão. Assim que testarmos a nova versão do jipe brasileiro, faremos uma matéria mais completa e extensa, para podermos tirar conclusões mais acertadas e precisas. Em breve, teremos novidades! 36 37 FICHA TÉCNICA NOVO TROLLER T4 2014 Frente completamente nova, transmite força e robustez MOTOR: Diesel, dianteiro, longitudinal, cinco cilindros em linha, turbo de geometria variável, 3.198 cm³ Potência: 200 cavalos a 3.500 rpm Torque: 48 kgfm de 1.700 a 2.500 rpm Transmissão manual de seis marchas Tração: 4×2 (traseira), 4×4 e 4×4 reduzida Direção: hidráulica SUSPENSÃO DIANTEIRA E TRASEIRA: eixos rígidos com molas helicoidais na dianteira e traseira FREIOS Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS O interior ganhou muito mais conforto e itens funcionais DIMENSÕES (mm) PESO: 2.140 kg PORTA-MALAS: 134 litros TANQUE: 62 litros COMPRIMENTO: 4.095 mm LARGURA: 1.977 mm ALTURA: 1.966 mm ENTREEIXOS: 2.585 mm RODAS: aro 17 com pneus 265/65 R17 CAPACIDADES ÂNGULO DE ENTRADA: 51° ÂNGULO DE SAÍDA: 51° ALTURA LIVRE DO SOLO: 20,8 cm 38 39 MINHA AVENTURA – EXPEDIÇÃO CARRETERA YUNGAS CARRETERA YUNGAS DEATH ROAD A ESTRADA MAIS PERIGOSA DO MUNDO FOI O DESTINO DE TRÊS OFF-ROADERS PAULISTAS, QUE À BORDO DE UM LAND ROVER DEFENDER 110, ENFRENTARAM OS PERIGOS DA ESTRADA DA MORTE Fotos REINALDO JUNQUEIRA JR E DOUGLAS MOREIRA 40 41 O início da Carretera Yungas. São 60 quilômetros de estrada com um desnível de 3.000 metros até a cidade de Coroico 42 43 A os 4.650 metros de altitude, a 20 quilômetros de La Paz, nos Andes Bolivianos, está localizada a lendária Carretera Yungas, também conhecida como a Estrada da Morte, que, em 1995, recebeu do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o título da estrada mais perigosa do planeta, com um número de 300 mortes ao ano. São quatro características que se unem: topografia vertical, caminho estreito, clima extremo e solo instável. Junte tudo isso com carros, caminhões e ônibus lutando por espaço e teremos uma estrada mortal. E foi pra lá que decidi montar uma Expedição, para vivenciar essa experiência. A viagem, realizada em Outubro de 2012, partiu de São Paulo em um Land Rover Defender 110, comigo, Reinaldo Junqueira Jr - idealizador da expedição, Douglas Moreira, fotógrafo e Laurent Refalo, cinegrafista, com o objetivo de percorrer aqueles 60 quilômetros vertiginosos de extensão, além de distribuir 500 bolas para as crianças que vivem nas redondezas. O roteiro teve inicio na cidade de Jaú, SP com destino à fronteira com Corumbá, MT, (foto 2). De lá atravessaram para a Bolívia, por Santa Cruz de La Sierra, passando por Cochabamba, até a capital La Paz. (foto3-lago). Muita tensão na estrada por conta da rota do tráfico e dificuldade dentro da Bolívia para o abastecimento de Diesel, pois uma lei promulgada pelo governo Boliviano instituiu que os combustíveis vendidos aos veículos com placas estrangeiras deviam ter o valor três vezes maior do que para carros de Quem desce tem que permanecer à esquerda, a centímetros do abismo e dar passagem para quem sobe pela direita. Qualquer vacilo e a catástrofe está feita! 44 45 bolivianos, o que pegou o grupo de surpresa, pois o preço do diesel passou dos R$ 3,00, o litro. Também houve uma enorme dificuldade em encontrar diesel em La Paz, chegando ao ponto de recusarem abastecer o 4x4. Isso, de certa forma, acaba dificultando o turismo por conta própria, pois não existe a garantia de que encontrará combustível disponível quando é mais necessário. Ficamos dois dias em La Paz para nos aclimatizar e esperar a hora certa para descer a Carretera Yungas. A viagem começa aos 4.650 metros de altitude, em La Cumbre; uma estrada asfaltada com enormes penhascos (fotos 4 e 5), que dá acesso ao início da Carretera Yungas (Fotos 6). São 60 quilômetros de estrada com um desnível de 3.000 metros até a cidade de 46 47 Topografia vertical, caminho estreito, clima extremo e solo instável Laurent Refalo Douglas Junqueira Jr. Douglas Moreira A neblina é perigosa, todo cuidado é pouco aconteceu o pior acidente do local, quando em 24 de Julho de 1983, um ônibus despencou abismo abaixo com 100 passageiros. Todos morreram, realmente são lugares que dão calafrios. A ideia inicial era apenas descer a Carretera Yungas e subir pela nova Carretera, mas o tivemos informações de que a nova estrada não ofereceria tanta emoção, então decidimos encarar novamente a Yungas e aí sim, deu para sentir o que é a Estrada da Morte. Pegamos muita neblina durante a volta e um trânsito bem maior, mas graças a Deus estávamos no lado preferencial (à direita) e sobrevivemos para contar a história. Coroico. Há enormes precipícios ao longo de todo trajeto, variando de 100 a 900 metros sem guard rail, o que faz qualquer um pensar 20 vezes antes de passar por ali. O clima muda muito rápido, passando de ensolarado a nublado em questão de minutos, o que dificulta muito a visibilidade. A Carretera Yungas é o único lugar na Bolívia onde se utiliza a mão inglesa, ou seja, quem desce tem que permanecer à esquerda, a centímetros do abismo (foto 7 passagem) e dar passagem para quem sobe pela direita. Isso tudo tem fundamento prático, pois no momento de dar a passagem, o motorista consegue ver onde está passando com a roda, próximo do abismo, uma vez que com um vacilo ou um reflexo lento, ou uma escapada da embreagem e a catástrofe está feita! Reinaldo comentou que havia dois pontos altos ali: o Balconcillo, palco da maioria dos acidentes (fotos balconcillo) e San Juan; onde Veja mais: www.facebook.com/yungasroad Tem uma história ou aventura interessante para contar aos leitores da Revista 4x4 Digital? Mande fotos e texto para [email protected] 48 49 EVENTO - 21ª FESTA NACIONAL DO JEEP – BRUSQUE, SC A MAIORIDADE DA FENAJEEP A ADRENALINA ROLOU E CORREU À SOLTA EM BRUSQUE, SC, ENTRE 18 A 22 DE JUNHO, NA 21ª DA FENAJEEP – FESTA NACIONAL DO JEEP - O MAIOR ENCONTRO OFF-ROAD DO BRASIL. A FESTA REUNIU MAIS DE 130 MIL PESSOAS, ENTRE VISITANTES E COMPETIDORES, QUE CIRCULARAM PELOS ESPAÇOS DO PAVILHÃO MARIA CELINA VIDOTTO IMHOF (FENARRECO) DURANTE O EVENTO. OS NÚMEROS SUPERARAM A PREVISÃO DA ORGANIZAÇÃO EM MAIS DE 30%. FOTO: RUAN GROH 50 51 D passado foram 10 mil pagantes”, comentou Novamente, o Salão Off-Road foi um sucesso, segundo Cane. No local, os 72 expositores mostraram o que há de novidade no segmento automotivo 4x4. Itens como vestimentas, calçados, artigos para carros, peças, pneus, entre outros alavancaram as vendas dos participantes. “Não há números oficiais, pois esses são de cada expositor. No decorrer do ano é que vamos verificando com um ou outro FOTO: CAROLINE DE SOUZA e acordo com o presidente do Brusque Jeep Clube, Carlos Cane, em 2013 houve o registro de aproximadamente 100 mil pessoas que circularam pelo interior do evento. Este ano, até a manhã de domingo, 22, último dia da festa, mais de 130 mil tinham passado pelo local. “Não queria dizer público pagante, mas, sim, que circularam pelos espaços. Pagante devemos ter uma média de 15 mil nestes dias. Ano FOTO: HENRIQUE BRUNS por VALDOMIRO DA MOTTA FOTO: CAROLINE DE SOUZA FOTO: CAROLINE DE SOUZA 52 FOTO: MICHEL PATITUCCI Público marca presença no salão off-road da Fenajeep FOTO: MICHEL PATITUCCI Momentos distintos: acima, um CJ3A na trilha e, abaixo, o espaço para as viaturas militares quanto conseguiu se negociar no local. Mas há expositores que afirmam ter vendido em torno de R$ 400 mil durante os dias do evento em outras edições. E se formos olhar, às vezes esses R$ 400 mil não são vendidos em um mês na loja ou estabelecimento do expositor”, complementa Cane. Os expositores são oriundos de diversos estados da País, não apenas de Santa Catarina. Cane relatou que há interesse, também, de pessoas de outros países, com Argentina e Paraguai, em montar espaço para mostrar seus produtos no evento. “Tivemos nesta edição participante que veio do Chile. Conversamos com uma pessoa do Paraguai que está elaborando a documentação para, ano que vem, trazer a loja dele para expor. Então, a Fenajeep está cruzando fronteiras”, prossegue o presidente do Brusque Jeep Clube. 53 Um incrível “pega” na pista indoor de traçado duplo 54 FOTO: RUAN GROH 55 chama de provas experimentais. Na quintafeira, 19, houve o acabamento para deixar a pista apropriada à disputa, que começou efetivamente na sexta-feira, 20, reunindo 24 pilotos em três categorias diferentes. De acordo com Odilon Cunha Junior, diretor de prova da Fenajeep, o Extreme chama atenção pelo tamanho dos veículos e seus pneus. Por regra, cada um deve ter pneus bem grandes. “É o maior evento de veículos pesados do país, em que cada jipe custa em média, R$ 100 mil”, explica Odilon Cunha Junior, diretor de prova da 21ª Fenajeep. Na competição, cada jeep carrega o piloto e mais um ajudante, o chamado “Zequinha”, que é responsável pela força física quando o veículo não consegue ultrapassar algum obstáculo. A prova deve ser feita no menor tempo possível e o piloto precisa ter braço para não esbarrar nas estacas posicionadas ao longo da pista. “A premiação é do primeiro ao quinto colocado em cada uma das três categorias, pelo menor tempo, somando as penalizações (batidas nas estacas), que são descontadas ao término”, complementa Odilon. FOTO:MICHEL PATITUCCI De acordo com a organização, nenhum incidente ou problema foi detectado na realização das sete provasquecompuseramaedição2014daFenajeep. “As provas ocorreram conforme planejamos. Tentamos oferecer a maior segurança possível, tanto aqui no indoor quanto nas provas fora. Estamos gratificados por não ter havido nenhum acidente e tudo ter transcorrido como havíamos determinado”, comenta o diretor Jocemar Isensee. Ao todo, 597 pessoas participaram das provas ao longo dos cinco dias da festa. Além das já tradicionais e conhecidas, a novidade deste ano ficou por conta da etapa do Extreme Trophy Brasil. A etapa especial fenajeep foi a terceira – as duas anteriores aconteceram em Almirante Tamandaré (SP) e Campina Grande (PR). O desafio Extreme Trophy Brasil empolgou pilotos e público presente na 21ª Festa Nacional do Jeep (Fenajeep). Uma prova que exige concentração, braço e atenção triplicada por parte de quem está ao volante de um jeep. A prova teve início já no primeiro dia, quartafeira, 18, quando ocorreram o que a organização FOTO: RUAN GROH TRANQUILIDADE NAS PROVAS E UMA ESTREIA DE SUCESSO FOTO: RUAN GROH Emoção máxima no desafio Extreme Trophy Brasil 56 57 FOTO:MICHEL PATITUCCI FOTO:VALDOMIRO DA MOTA Momento solene de hasteamento da bandeira UM JEEP, UM MENINO, UM SONHO Viajar pelo mundo, sem destino, sem programar nada e contar apenas com a companhia de um jeep e a certeza de estar realizado com um sonho de criança. De fato, este é um sonho, talvez, de muitas pessoas, mas que poucos durante a vida têm o privilégio de poder realizar. O ex-professor Norberto Sciamanna Boddy, 67 anos de idade, é um destes privilegiados. Literalmente falando. Natural de Curitiba (PR), Boddy deixou a carreira escolar há quatro anos e aproveitou o tempo livre com a chegada da aposentadoria para por em prática o desejo que surgira quando ainda era criança: se aventurar pelo mundo. Algo que já fazia anteriormente, quando as oportunidades surgiam com a pausa nas salas de aulas ao longo de 40 anos como professor. Lecionou em Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e outros lugares. “Essa característica de dar aula me permitiu viajar muito com o jeep. Tinha muito espaço vago entre aulas, com férias longas e viajava tranquilamente com meu jipinho”, conta ele. Mas já que o assunto central são as andanças pelo mundo, ele faz questão de dizer que o sonho era antigo. Principalmente o de ter um jeep, paixão que brotara quando ainda tinha somente três anos de idade. Isso mesmo, dos 67 de vida, de 64 deles o veículo faz parte. “Eu inventava expedições pelo fundo do quintal da minha avó. Dali comecei a me interessar por esse tipo de aventura, sempre gostei de ler sobre aventura e comecei a fazer as minhas próprias aventuras”, relembra. Com os filhos crescidos e o fato de não ter mais a presença física da esposa, falecida, o possibilitam a dar o rumo que bem entender às suas viagens. E elas não são, em nenhum momento, planejadas ou programadas com antecedência. Literalmente, vai para onde o vento o guiar. Ou o jeep. Uma experiência que o faz perceber uma nova descoberta, apesar das mais de seis décadas de vida. “É sempre uma surpresa nova a cada dia. Mesmo que você não saiba onde vai estar no dia seguinte, é sempre uma nova surpresa. Pessoas diferentes, situações e cidades diferentes. É um aprendizado continuo”. Viajar pelo mundo não é uma forma literal de expressar. Ele já conhece, sim, muitos lugares. Da América, somente Venezuela e Chile ainda não o receberam. Este último, já tem data para ser visitado: novembro. No momento que antecedia a entrevista, ele conversava com um amigo que fizera no Uruguai, onde foi já oito vezes e retorna ainda este ano para um encontro de jipeiros. A presença na Festa Nacional do Jeep também foi fruto do acaso. Ou nem tanto. Estava em São Bento do Sul e se deslocava para Florianópolis. 58 Norberto Boddy, um mestre na arte da simpatia e dos conhecimentos 4x4, marcou presença na Fenajeep Foi quando soube do evento e decidiu fazer parada para conhecer. Acompanha sempre o calendário de eventos pelo país e quando se depara com um que está em seu trajeto, para e participa. E é nestes locais que aproveita para angariar recursos para dar sequência à vida de desbravador do mundo. “Vendo alguns produtos para arrecadar dinheiro e poder seguir pela estrada, para gasolina e uma ou outra coisinha”. Entre eles o seu livro, publicado recentemente, no qual relata sua experiência pelo mundo. O título, aliás, é bem sugestivo: Um menino, um jeep, um sonho. E para encerrar, não seria mais apropriado do que resumir em poucas palavras o que tudo isto significa em sua vida. Do menino sonhador ao professor de geografia que decidiu ganhar o mundo, literalmente. “Deixei de ser professor para virar aluno da vida”. 59 4X4 CUSTOMIZADOS OFF-ROADER GAÚCHO TRANSFORMA PICAPE DE TRABALHO EM UMA VERDADEIRA MÁQUINA DAS TRILHAS PESADAS. UMA BANDEIRANTE COMO VOCÊ NUNCA VIU! TRANSFORMAÇÃO TOTAL! por JAMES GARCIA | Fotos EDUARDO NEVES 60 M uitas vezes algo que procuramos está mais próximo do que podemos imaginar. Que o diga Eduardo Lorenz Dias, 27 anos, natural de Cachoeira Do Sul, RS e que trabalha na administração em uma loja de roupas da família. Eduardo travou contato com o universo offroad faz uns 3 anos e sempre curtiu mais as picapes. Já teve duas Ford Ranger, estando com uma no momento. Mas para trilha somente essa Toyota Bandeirante. 61 Uma Toyota Bandeirante nervosa! Motor turbinado, snorkel, suspensão elevada e imensos pneus Genius Ignorante nas medidas 315 x 70 R17 “Sempre fui um grande fã de da Toyota Bandeirante e quando decidi comprar, não queria a primeira que aparecesse pela frente. Esperei o momento certo e hoje estou com essa, em ótimo estado”, explicou. Eduardo lembra um pouco essa história que começou desde que ele era um guri bem pequeno. “Eu sempre fui um adorador de Toyota. Com 21 anos comecei a procurar uma para comprar e as que eu encontrei eram muito caras e não valiam o que pediam, pois eu teria de gastar o dobro para deixar como eu queria”, contou. A compra teve lances interessantes. O rapaz viu alguns modelos através da internet, e assim foi viajar duas vezes, uma vez para Goiás e outra vez para Brasília. “Fui tão longe e encontrei a minha há apenas duas quadras da minha casa, em uma revenda. O antigo dono, o Major Boésio, decidiu vendêla porque tinha encontrado uma cabine dupla mais nova”, citou. A picape foi comprada em junho de 2013 e antes mesmo disso, Eduardo já sabia que queria uma picape muitíssimo bem equipada, para não passar perrengues. E pensando dessa forma, comprou todos os acessórios para colocar nela. A Toyota estava muito inteira, equipada com pneus de 38”, suspensão independente com molas aspirais, entre outros detalhes. Eduardo instalou um guincho elétrico com capacidade para 12 mil libras, levantou mais a suspensão, colocou faroletes especiais de 500 watts, grade dianteira de proteção dos faróis, snorkel, direção hidráulica, freio a disco dianteiro, rádio PX, cd player, bancos do Renault Picasso, capota de lona marítima para a caçamba, engate de reboque de encaixe, alargadores de rodas de cinco centímetros e estribos laterais para facilitar o acesso. A mecânica recebeu cuidados. Foram trocados todos os rolamentos, a bomba e bico injetor de diesel foram trabalhados e o motor Mercedes Benz 608 ganhou uma turbina. O escapamento recebeu uma descarga mais grossa e ponteira cromada. A embreagem agora é nova, o diferencial e caixa de câmbio foram revisados O visual “monstro” da picape ficou mais evidente com a compra de imensos e agressivos pneus Genius nas medidas 315 x 70 R-17. “Comecei a equipar a Toyota quando levantei mais a suspensão e depois disso, foi uma sequencia natural”, disse Eduardo. O maior trabalho foi acertar a geometria de direção dianteira, porque as rodas não paravam de tremer (shimmy), o que causou demora até que o problema fosse sanado, mas acabou dando tudo certo. Hoje a picape para usos diversos, saídas da cidade, para fazer pescarias e, claro, muito off-road. Eduardo é integrante do Cachoeira 62 63 Jeep Club, que realiza a tradicional Trilha dos Arrozais, evento famoso na região que reúne vários aficionados do fora de estrada, tanto da própria cidade, como de outras cidades, sendo considerada a melhor da região. Eduardo fez questão de frisar dois importantes profissionais envolvidos nesse projeto, o serralheiro e jipeiro Conrado Garber, responsável pelo trabalho suspensão, instalação do guincho e engate de reboque. E José Castro, mecânico do Jeep Clube de Cachoeira do Sul. “Sem esse pessoal seria quase impossível deixar de ser uma toyota simples, para virar uma Super Toyota!”. Saiba mais a respeito desse fera do Sul, falando diretamente com seu proprietário, Eduardo Lorenz Diaz, Fone: (51) 9591-7674 64 65 Aqui é fácil perceber a mudança radical que a suspensão sofreu. No lugar dos feixes, entraram as molas espirais, amortecedores e articulações de grande curso. Que altura! FICHA TÉCNICA PICAPE TOYOTA BANDEIRANTE 1985 MOTOR: Mercedes Benz modelo 608 Diesel, longitudinal, dianteiro, quatro cilindros em linha turbinado ALIMENTAÇÃO: bomba injetora e injeção direta POTÊNCIA: 110 cavalos a 3.400 rpm ARREFECIMENTO: água TORQUE: 47 kgfm a 1.400 rp CILINDRADA: 3.661 cm3 DIÂMETRO E CURSO: 102 x 122 mm TRANSMISSÃO: câmbio manual de 5 marchas à frente + ré TRAÇÃO: Tração 4x2 traseira, 4x4 e 4x4 com reduzida DIREÇÃO: hidráulica Eduardo Lorenz Dias viajou para outro estado atrás de uma Bandeirante, mas acabou encontrando perto de sua casa. Hoje ela está do jeito que ele sonhava... SUSPENSÃO DIANTEIRA E TRASEIRA: eixo rígido independente, com molas espirais da F 100 FREIOS DIANTEIRA E TRASEIRA: dianteiro a disco e traseiro originais a tambor DIMENSÕES (mm) COMPRIMENTO: 5.000 LARGURA: 1.710 LARGURA TOTAL COM RETROVISORES E ESTRIBO: 2.250 ALTURA TOTAL: 2.230 VÃO LIVRE: 1.100 PASSAGEM EM ÁGUA: 1.600 BITOLA DIANTEIRA E TRASEIRA: 1.250 ENTRE-EIXOS: 2.900 PESO: 2300 kg RODAS: 15 e 17 PNEUS: Genius 315 x 70 R-17 CAPACIDADE DE CARGA: 1 tonelada VELOCIDADE MÁXIMA: 120 km/h TANQUE DE COMBUSTÍVEL: 80 litros (instalado no chassis) CONSUMO: 8 km/l COMBUSTÍVEL: diesel 66 67 JIPES CUSTOMIZADOS PARA IR A QUALQUER LUGAR EIS UM JEEP WRANGLER TJ 1997, PREPARADO PARA TRILHAS PESADAS E TAMBÉM PARA LEVAR A FAMÍLIA PARA PASSEAR por JAMES GARCIA | Fotos SIDINEI SANTOS N osso personagem sempre gostou de passear no interior com a família, e por estar sempre se “embrenhando” por estradas vicinais, passou por situações inusitadas, até o dia em que seu carro atolou sério. Adivinhe quem apareceu para salvar o final de semana? Um guerreiro Willys! “Foi ali que decidi andar só de 4x4”, contou Nobrega, paulistano de 39 anos, que atua no ramo de transporte na capital. A linha de pensamento não poderia ser mais coerente, afinal, como ele mesmo disse, “de que adianta ter um carro que não pode me levar onde gosto de ir?”. Nobrega estreou no off-road com um Mitsubishi TR4 que lhe proporcionou muita satisfação, mas queria algo mais radical; um 4x4 para trilhas pesadas. O rapaz recebeu de um amigo o inusitado convite para comprar um Jeep Willys em sociedade. E assim foi feito. Eles adquiriram um Jeep CJ5 1961 que estava encostado numa garagem, restauraram-no e com ele entraram para o universo off-road real, levando a família inteira, que hoje não vive mais sem uma aventura. Tudo estava bem, mas ele decidiu comprar um novo 4x4, de concepção clássica, mas que oferecesse mais segurança e conforto para as filhas. “Não queria de forma nenhuma sair da linha Jeep, por isso, escolhi o modelo Wrangler TJ 1997, uma versão que lembra muito os antepassados”, citou Nóbrega. Ele escolheu um modelo equipado com motor seis cilindros 4.0L, de 181 cavalos de potência a 4.600 rpm e câmbio automático de três marchas, originalmente na cor azul. O Jeep veio também com duas capotas, uma rígida e outra de lona. Após fechar negócio, o off-roader deu início a execução dos planos que tinha em mente. “Comecei a pesquisar sobre uma suspensão especial e, claro, uma oficina especializada (RCA 4x4) para efetuar a montagem”, comentou. Ele juntou as peças para a empreitada: alargadores de para-lamas, snorkel, rodas especiais – com off-set alterado e os bed-lock originais do modelo –, para-choque traseiro customizado e adaptado (originalmente do Troller), protetores de diferencial, pára-choque dianteiro importado (com o berço do guincho), o guincho elétrico e toda a parafernália da suspensão, parte que sofreu a maior alteração. Os eixos rígidos e molas helicoidais agora contam com o auxílio de um kit de elevação de 6”, amortecedores de nove regulagens acionado por controle remoto, braços de suspensão ajustáveis e rotulares, barra de direção para Rock Crawling, braço Pitman rebaixado, barra panhard com suporte rebaixado e barra ajustável, sistemas de bieletas e amortecedor de direção especiais. 68 Estiloso e muito bem cuidado, esse TJ parece um 4x4 novo. A suspensão foi elevada em 6” 69 Roberson Nobrega e sua famíla: a esposa Keli e as filhas Isabella e Giovanna inteiro desmontado, ficando apenas o motor. Retiramos toda a massa plástica aplicada e o veículo ganhou nova cor Amarelo Citrus”, citou. Mesmo com as alterações, o Jeep ficou com boa dirigibilidade, principalmente pela instalação de uma nova barra estabilizadora. “A criançada para na rua para curtir o Jeep, é um barato! Todos tiram fotos ao seu lado. Fico feliz, principalmente pelas crianças, afinal eles serão os próximos a estarem nas trilhas”, comentou o dono. Nobrega disse que os amigos não acreditavam que ele colocaria o Jeep na trilha depois de Para completar, uma nova capota de lona, pneus Mud e bloqueios de diferenciais e reduzida. Foram substituídos os retentores por modelos especiais, instaladas pontas de eixo reforçadas, bloqueios e reduções, os amortecedores a ar e com controle remoto, tudo para oferecer o máximo desempenho ao 4x4. Ao instalar os acessórios e o snorkel, sofreu com problemas de acabamento, o que fez com que o Jeep fosse pintado várias vezes. “Essa foi a parte mais difícil, encontrar uma boa funilaria. Mas valeu o esforço, pois quem vê não acredita que não é uma pintura original. O Jeep foi 70 71 FICHA TÉCNICA JEEP WRANGLER TJ 1997 MOTOR: AMC 242 dianteiro, longitudinal, seis cilindros em linha CILINDRADA: 3.986 cm³ INJEÇÃO: Sequencial, multiponto, eletrônica Taxa de compressão: 8.8:1 POTÊNCIA: 181 cavalos a 4.600 rpm TORQUE: 30 kgfm a 2.400 rpm TRANSMISSÃO: automática, 3 marchas RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO FINAL: 4:11 TRAÇÃO: 4x2 traseira, 4x4 e 4x4 reduzida através de caixa de transferência. Bloqueio de diferencial e-locker dianteiro e detroit locker atrás. Pontas de eixos especiais, eixo cardã traseiro com kit SYE e junta CV SUSPENSÃO pronto. Mas ele colocou. “Na segunda vez tive problemas no engate do 4x4 e fui obrigado a terminar em 4x2, dei uma enroscadinha, mas meus amigos e um velhinho Willys 1954 me ajudaram”, relatou. O espírito é esse mesmo. É claro que depois da farra o Jeep voltou para a funilaria antes de fazer as fotos para a 4x4&Cia, pois já haviam pequenas avarias. “Não tenho intenção de destruir o Jeep, mas não vou deixar de fazer trilhas”, finalizou o dono do Wrangler vitaminado. Para trocar mais informações envie e-mail para Roberson Nobrega: robersondenobrega@ yahoo.com.br DIANTEIRA E TRASEIRA: Eixo rígido, molas helicoidais, barra estabilizadora, amortecedores a gás. Kit elevação de 6”, amortecedores com 9 regulagens com controle remoto, braços de suspensão ajustáveis e rotulares, barra de direção para Rock Crawler (rótulas nas pontas), braços Pitman rebaixado, barra Panhard com suporte rebaixado e barra ajustável com rótulas, sistemas de bieletas e amortecedor de direção especiais FREIOS DIANTEIRA: Disco TRASEIROS: Tambor. Flexível de inox alongados com capa de proteção DIMENSÕES (mm) BITOLA DIANTEIRA E TRASEIRA: 1.572 VÃO LIVRE: 270 PASSAGEM DE ÁGUA: 600 TANQUE DE COMBUSTÍVEL: 55 L PNEUS: 33” x 13 x 15” RODAS: 15x8” CONSUMO CICLO MISTO (L/100 km): 5 km/l VELOCIDADE MAXIMA: 150 km/h SERVIÇO ADAPTAÇÕES MECÂNICAS – RCA 4X4 Eixo cardã traseiro com kit SYE e junta CV Diferenciais com bloqueios e protetores 72 (11) 4442-2660 c/ Rodrigo Maziviero 73 JIPES CUSTOMIZADOS DÁ PRA FAZER TRILHA DE 4X2? O HYPE DOS VEÍCULOS CROSSOVER - CARROS 4X2 ENFEITADOS DE 4X4 – CONFUNDE AS PESSOAS. MAS É POSSÍVEL PRATICAR OFF-ROAD COM UM 4X2, BASTA SE INFORMAR E SEGUIR OS CAMINHOS CORRETOS por FÁBIO EVANGELISTA | Fotos DIVULGAÇÃO/ARQUIVO 4X4 DIGITAL P or conta da popularização de veículos 4x2 enfeitados com adereços, adesivos e alguns acessórios off-road, muitas pessoas ficam perdidas em relação ao que seria o veículo correto para a prática de atividades fora de estrada. Organizadores de eventos também ficam em dúvida sobre abrir inscrição para viaturas que não são originalmente de trilha, em seus passeios off-road. Certamente devem pensar que a participação poderia resultar em quebras e mão de obra pesada para tirar esses carros do enrosco, afinal, muitos deles contam apenas com enfeites que lhe conferem jovialidade e espírito aventureiro. Mas como fazer para reconhecer um verdadeiro 4x2 Todo-Terreno? Como se integrar com a galera que anda com Gaiolas, Bajas, Buggys e afins em eventos off road? Como diferenciá-los se são todos 4x2? Eles realmente acompanham veículos 4x4? Muitas perguntas exigem muitas respostas! no continente europeu, quando no norte do continente africano, região caracterizada pela presença de desertos e dunas de areia. As movimentações das tropas alemãs eram feitas por derivações do Fusca como o Kübelwagen (que teve algumas versões 4x4), Kommandeurwagen, Typ 166 e até o anfíbio Schwimmwagen (baseado na rara mecânica 4x4 do Kübelwagen). Primeiro vamos responder a pergunta básica: o que Gaiolas, Buggys e Bajas diferem de um 4x2 convencional? A grande diferença está na configuração da tração traseira + motorização traseira, característica proveniente dos veículos Porsche, que inspiraram uma série de viaturas da Volkswagen, entra as quais destacamos o nosso querido e inesquecível Fusca. Vale lembrar que o Fusca (assim como seus antecessores e derivados) foi desenvolvido na Alemanha em período de guerra, em que rodovias asfaltadas eram incomuns e o que imperava eram estradas não pavimentadas, geralmente, com péssimas condições de transposição. Seja por conta da neve ou devido ao seu derretimento, que deixava as estradas pra lá de enlameadas. Também é importante dizer que o Fusca e suas derivações foram exaustivamente utilizados pelas tropas alemãs, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial. Tanto O anfíbio Schwimmwagen Kubelwagen Um VW Baja moderno, feito no Brasil Kommandeurwagen 74 75 Na década de 1970, com o Fusca popular no mundo inteiro, haviam várias campanhas publicitárias da Volkswagen no Brasil, associando o Fusca ao bom desempenho em estradas não pavimentadas, entre os quais destacamos o famoso vídeo associando o Fusca com a Transamazônica. CLIQUE AQUI No Brasil, o uso de Buggys em passeios nas dunas de areia do Nordeste são muito populares. Mundo afora o que vimos é uma verdadeira legião de apaixonados por trilhas, que amam essas viaturas e investem pesado para deixá-las ainda mais apropriadas para o uso fora de estrada. São várias as técnicas e recursos disponíveis para levantar uma suspensão, por exemplo. Para diferenciá-las dos 4x2 convencionais, são comuns mundo afora o uso dos termos Dunne Buggies e Baja Bug (nos EUA), 4x2 Tout Terrain (na França), 4x2 Todo Terreno (em Portugal). No Brasil tem se popularizado o uso do termo 4x2TT (sigla de Todo Terreno), para denominar as viaturas com motor e tração traseiros, sejam eles gaiola, Buggy, X-12, Baja etc. Atualmente, o mercado off-road já está atento para todo esse movimento. Muitas lojas já direcionam seus produtos para esse público. Vários organizadores de eventos já abriram os olhos e não querem deixar de fora esse apaixonado público. Mas ainda falta muito que melhorar. Clubes e organizadores, aceite a galera 4x2TT em seu evento. Mesmo se encalharem, Motor e tração traseiros fazem a diferença eles serão facilmente rebocados por serem veículos leves e cada um pode curtir com a viatura que achar mais legal. Sem preconceitos no off-road, por favor! FÁBIO EVANGELISTA É DIRETOR DO CLUBE GURGEL GUERREIRO E TRABALHA PARA DIFUNDIR A PRÁTICA DO FORA-DEESTRADA COM VEÍCULOS 4X2 NO BRASIL Gurgel preparado “arrepiando” na trilha Fábio Evangelista e seu inseparável X-13! Baja Bug de competição norteamericano Apesar de ser uma cultura muito forte no exterior, em nosso País ainda há muita resistência entre alguns jipeiros, que acreditam que somente a tração 4x4 pode garantir ad. Outros acham que quem tem um 4x2TT só o tem por não ter dinheiro para comprar um 4x4. Por mais que para alguns talvez essa seja a realidade, muitos têm essas viaturas por simples paixão e investem alto em seus veículos. Seja para levantar uma suspensão e equipar com pneus, guincho, bloqueio, acessórios etc. Uma coisa é certa: pilotar um 4x2TT em trilha requer muita técnica e é ai onde se concentra a paixão de muitos. Muitos obstáculos que seriam facilmente superados com 4x4 e redução no 4x2TT pedem técnica apurada. Por outro lado, a ausência de eixo diferencial faz com que muitos 4x2TT tenham um vão livre invejável de 50 centímetros ou mais, algo que só seria possível para um veículos 4x4 com o uso de pneus muito grandes, nas medidas 35”, 37” etc. Quem é trilheiro sabe que um 4x2TT pode sim passar onde um veículo 4x4 enroscou. Não faltam vídeos e fotos na internet comprovando tais acontecimentos. 76 77 JIPES CUSTOMIZADOS – PROTÓTIPO JEEP BUSCANDO A EXCELÊNCIA... 78 por JAMES GARCIA Foto CLAUDIO LARANJEIRA UM PROTÓTIPO 4X4 QUE VISA NÍVEIS INÉDITOS DE REQUINTE CONSTRUTIVO, PROJETO E FINALIZAÇÃO, MAS SEM ABRIR MÃO DO O VISUAL CLÁSSICO E INESQUECÍVEL DO JEEP 79 P or mais que ocorram melhorias importantes geradas pelos avanços tecnológicos, há uma parcela de aficionados por carros que não aceita mudanças em desenhos consagrados. Podemos citar aqui marcas que mantém sua identidade praticamente inalterada, como Porsche, a série Defender da Land Rover e, claro, os queridos Jeep. Adilson Biason, é ferrenho defensor desse tipo de conceito. Biason é engenheiro mecânico e tem mais de 15 anos de experiência com jipes e veículos off-road. Ele gosta tanto desse universo que hoje é o diretor da empresa Max4, que vem se notabilizando por construir projetos 4x4, visualmente inspirados nos velhos CJ Willys e Ford, mas dotados de conjuntos mecânicos mais modernos e potentes. “Não tenho interesse em mudar o clássico visual de um CJ, mas a parte mecânica tem que ser revista”, comentou a respeito dessa e outras criações. Esse protótipo, que pelo tamanho se aproxima de um CJ7 norteamericano, começou a ser gerado em 2007, de forma espontânea, quando ele comprou uma carroceria de fibra, fechada, para restaurar um CJ5. “Quando fui buscar, vi esse modelo 37 centímetros mais comprido e fiquei atiçado para fazer algo diferente”, contou. Só para comparar, a carroceria é 30 centímetros mais comprida, entre o final do para-lama e o início do caixote. Os paralamas são sete centímetros mais compridos e, para ficar proporcional, a largura cresceu 15 centímetros no meio. Isso é fácil de perceber, basta ver o aumento das aletas dianteiras que subiu de sete para nove. Um Jeep de gente grande! Biason tinha alguns componentes de um Land Rover Defender 90 (câmbio, caixa de transferência e eixos), além de um recém adquirido motor Maxion 2.8 diesel que pretendia usar em algum projeto. Naquele momento tudo se encaixou. “Pesquisei muito que tipo de chassi usar, fui atrás de todas as lojas do mercado, até que encontrei um do Defender 90, com documentação já baixada no Detran”, explicou Biason. O maior trabalho desse projeto foi a reestruturação Um jipe com câmbio, caixa de transferência, eixos de Land Rover Defender 90. Um crossover perfeito! 80 81 Motor Maxion Power Stroke: 135 cavalos a 3.800 rpm e torque de 38,2 kgfm a 1.400 rpm Nível de acabamento é excepcional em se tratando de um jipe. Os detalhes (direita) são incríveis! 82 83 medidas 33” x 12,5 x 15”, com rodas com aro 15”, que acabaram por formatar um conjunto bem harmonioso. Não há discrepância e não se tem a sensação visual de algo que lembre um big foot. Outros equipamentos que ajudam muito a formatar essa percepção mais acertada são os para-choques (o dianteiro abriga um forte guincho mecânico de 12.000 libras acionado via eixo, que sai da tomada de força da caixa de transferência), alargadores de para lamas e estribos, que se fundem numa continuidade que favorece tanto o visual, quanto o conforto e o uso geral. Adilson comentou que outro ponto difícil foi acertar a documentação, já que o Detran não permite a utilização de um chassi ou estrutura de um carro “baixado”. O chassi havia sido comprado já com a parte da numeração cortada e, depois de pronto, o carro foi levado para uma vistoria minuciosa, onde recebeu um laudo técnico com uma numeração e documentos novos. O próprio documento informa que se trata de um protótipo. Para arrematar o aspecto externo, nota-se o belo trabalho feito nas lanternas traseiras redondas (linha de caminhões Mercedes), bem posicionadas e fáceis de identificar. A carroceria em fibra de vidro, feita já nessa tonalidade dos caminhões Mercedes Benz atuais, manteve o excelente padrão na parte interna. O painel, muito bem feito e com ótima ergonomia, apresenta velocímetro, medidores de pressão de óleo, pressão do turbo, temperatura e combustível. Os assentos são do Jipe Troller atual e o acabamento, em geral, é simples, mas com ótima qualidade de acabamento, utilizando peças de veículos diversos, sempre mantendo um padrão esportivo e de qualidade. Entre os bancos dianteiros foi feito um console muito funcional e atrás do assento traseiro se esconde uma bela caixa de ferramentas. “Fiz esse jipe para agradar minha esposa”, brincou Biason, que construiu sim um 4x4 com intenção de uso para lazer com sua família, mas também para servir de exemplo de como é o nível de trabalho oferecido por sua empresa. Aliás, ele fez questão de deixar impresso seu agradecimento especial aos colaboradores e amigos da Max4. Quer saber mais sobre esse ou outros projetos da Max4? Entre em contato com Adilson Biason pelo telefone: (11) 7875-3281 ou envie e-mail para: [email protected] realizada no chassi, principalmente no deslocamento do eixo dianteiro mais à frente. Atrás, a posição do eixo e da suspensão foram mantidos, recebendo o incremento da barra estabilizadora dos Defender 110 e 130. “Como não tenho intenção de fazer off-road pesado, instalei a peça, que limita o curso da suspensão, mas oferece mais estabilidade”, citou. Os pontos de fixação entre o chassi e a carroceria tiveram de ser refeitos. A suspensão apresenta braços móveis (que lembram o sistema da Engesa), eixos rígidos e molas espirais do Land Rover. Os freios a disco nas quatro rodas e a direção hidráulica também são oriundas do jipe inglês. “Uma vez escolhido o modelo ‘doador’ de peças, mantenho ao máximo o padrão das peças e componentes utilizados”, informou. Encaixar o motor Maxion à transmissão não foi problema, já que os pontos de conexão são iguais aos do motor diesel 2.5 do motor original do jipe. Os pneus escolhidos foram os Mud Terrain Adilson Biason e seu protótipo Jeep 84 FICHA TÉCNICA PROTÓTIPO JEEP FREIOS MOTOR: Maxion Power Stroke, dianteiro, longitudinal, quatro cilindros, 8 válvulas POTÊNCIA: 135 cavalos a 3.800 rpm TORQUE: 38,2 kgfm a 1.400 rpm TRANSMISSÃO: câmbio manual de cinco marchas mais ré TRAÇÃO: 4x4 integral com opção de reduzida e bloqueio do diferencial central por alavanca Disco nas quatro rodas DIMENSÕES (mm) COMPRIMENTO TOTAL: 4.150 LARGURA: 1.830 DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS: 2.440 BITOLA DIANTEIRA E TRASEIRA: 1490 TRAVESSIA DE ÁGUA: 600 mm VÃO LIVRE: 230 mm CAPACIDADE DE CARGA: 550 RELAÇÕES DE MARCHA 1ª 3,69:1 2,13:1 3ª 1,39:1 1,00:1 5ª 0,77:1 3,53:1 / 2ª / 4ª / Ré quilos BITOLA DIANTEIRA E TRASEIRA: 1.490 DIÂMETRO DE GIRO: 12,65 m (entre paredes) ANGULO DE ENTRADA: 51,5º ANGULO DE SAÍDA: 53º RAMPA MAXIMA: 45º PNEUS: Mud Terrain 33’’X12,5’’ RELAÇÃO DE DIFERENCIAL: 3,54:1 DIREÇÃO: setor e sem fim, x 15” assistência hidráulica. Pinhão e cremalheira, assistência hidráulica, 3,38 voltas de batente a batente RODAS: 15” CONSUMO TANQUE: 62 litros CONSUMO: 6,7 km/l SUSPENSÃO DIANTEIRA: eixo rígido, molas helicoidais, braços longitudinais e barra Panhard TRASEIRA: eixo rígido com molas helicoidais e barra estabilizadora em “A” FREIOS: disco nas quatro rodas ACESSÓRIOS guincho mecânico 12.000 libras, bancos Troller, estribos e parachoques customizados SERVIÇO OFICINA RESPONSÁVEL PELAS ADAPTAÇÕES MECÂNICAS – MAX 4 (11) CAPACIDADES PESO: 1.800 kg CARGA ÚTIL: 700 kg 7875-3281 85 GOSTOU DA 4X4 DIGITAL? A AVENTURA ESTÁ SÓ COMEÇANDO... EM SETEMBRO, A EDIÇÃO Nº 2 SERÁ AINDA MELHOR! ACOMPANHE NOSSO SITE, COM O MELHOR CONTEÚDO OFF-ROAD DO PAÍS. UM GRANDE ABRAÇO 86