AS ESTRATÉGIAS PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES DESDE OS PRIMEIROS
ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Valdirene Freitas Martos1
Orientadora: Prof.ª Dulcinéia de Oliveira Gomes2
Co-orientadora: Prof.ª Maria Aparecida de Souza Costa 3
Resumo
Ao considerar a escola, em geral e a professora alfabetizadora, em especial, como a
protagonista no processo de alfabetização e letramento, este estudo tem como objetivo
compreender os fatores facilitadores da aprendizagem das crianças, nos três primeiros anos do
ensino fundamental. Pois a leitura é um dos processos mais importante para a alfabetização e
o sucesso nessa categoria exige uma transformação da escola em seus ambientes
alfabetizadores. Estes ambientes devem ser ricos em estímulos de modo que provoquem nos
alunos os atos de leitura e escrita. Nota-se que muitas pessoas já escolarizadas são
consideradas analfabetas funcionais, ou seja, não são capazes de compreender o que leem. E
através dessa realidade que vivenciamos nas escolas chegamos à conclusão que os professores
deverãorever as suas práticas para alfabetizar e ensinar os alunos a alunos a ler através deuma
prática mais significativa.Todosos alunos matriculados na escola regular são capazes de
aprender a ler e escrever e tem o direito de fazê-lo com sucesso. As crianças trazem para a
escola conhecimento espontâneas sobre a língua escrita, decorrentes das informações
recebidas do mundo letrado em que vivemos. O trabalho de alfabetização inicia-se com um
diagnóstico destes conhecimentos, que serão referenciais para as atividades a serem propostas.
Respeita-se assim, a criança enquanto ser inteligente, ativo e criador, que pensa sobre o que a
escrita representa e como funciona. Mas para isso acontecer é necessário que os profissionais
da educação procurem formas de despertar o interesse de seus alunos na leitura.A participação
como estudante bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
possibilitou vivenciar a práxis na sala de aula. Nela se observou a importância da escolha de
material realizada pelo professor, quando com significado para os alunos, permitem-lhes
desenvolver o interesse em ler textos diferenciados do seu cotidiano. Também contribuem
quando a aula é prazerosa para prática de leitura, em um ambiente com diversidade de textos e
deixando o aluno à vontade para fazer sua escolha para a leitura. Estas estratégias instigam a
curiosidade e facilitam o aprendizado das crianças.Mas, ao deparar com a realidade das
crianças, da EMEF Professor Joaquim Francisco de Paiva, onde dificilmente elas têm contato
com o mundo letrado, e como consequência apresentam dificuldades para se alfabetizar,
instigou a busca por este estudo. O tipo de pesquisa nasceu da prática, mas que remete à busca
de uma pesquisa bibliográfica para melhor entendimento sobre alfabetização e letramento
junto aos estudiosos do assunto, como também observando as práticas desenvolvidas pelos
docentes.
Palavras-chave: Ensino, Aprendizagem, Pesquisa e Avaliação na Educação Básica.
INTRODUÇÃO
1
Acadêmica da Faculdade de Pedagogia, da Universidade de Rio Verde. E-mail: [email protected]
Professora da Faculdade de Pedagogia eCoordenadora do subprojeto da Universidade de Rio Verde.
3
Professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Francisco Joaquim de Paiva.
2
A educação que se recebe na escola é um meio eficaz no desenvolvimento da
cidadania,e o papel da escola nesse processo édespertar o indivíduo para reflexões sobre o
meio em que vive, tornando-o sujeito ativo e participativo.E o eixo central no
desenvolvimento de um individuo é a leitura, quecom sua prática, proporciona a aquisição
denovos conhecimentos e a perceber-se melhor o mundo que está ao seu redor.
O ato de ler é indispensável na vida de um indivíduo, pois proporciona a sua inclusão
no meio social e o caracteriza como um cidadão participativo.
Antes mesmo de entrar na escola a criança faz a leitura do mundo que a rodeia, sem ao
menos conhecer palavras, frases ou expressões. O processo de leitura e escrita inicia-se antes
da escolarização, pois a criança o adquire em seu âmbito familiar no meio social em que
vive.Ointeresse pelo ato de ler e de escrever acontece de maneira espontânea, pois através de
um simples ato dos paisde dar a seus filhos livros, revistas e jornais para folhear, sem que eles
percebam são surpreendidos pelas crianças que acabam contando histórias a partirdas figuras
e imagens.Isso acontece também quando os pais têm o habito de lerlivros de histórias infantis
para seus filhos dormir, e se a história for repetida por várias vezes a criança conseguirá
recontá-la, pois ela tem a capacidade de memorizar e repetir. Da mesma forma acontece com
a escrita. Quando a criança tem contato com lápis, caneta, giz de cera,com toda certeza, ela
tentará escrever, e até podemos não entender, pois para nós é apenas um rabisco, mas
pergunte à criança o significado do que ela fez, e ela falará em sua maioria se é um nome ou
um desenho.
Pelas observações e pesquisas realizadas na EMEF Professor Francisco Joaquim de
Paiva notamos que essa não é realidade vivenciada pelos alunos, porque a grande
maioriaapresentareaçõesde que não teve contato com o mundo leitor, ou seja, não foi
apresentado ou não tevecontatos diretos com livros, revistas e lápis de escrever. Quandoas
criançaschegam à escola e são apresentados ao mundo da leiturae da escrita nota-se que elas
ficam deslumbradas e encantadas com os materiais disponibilizados pela escola, ,mas, não
conseguem manuseá-los, isso comoconsequência de não ter tido contatos com tais materiais
como revistas, jornais, livros e lápis para escrever, por esse motivo que eles
apresentamdificuldade com a leitura, escrita e interpretação de textos.
Numa das fases do subprojeto da Faculdade de Pedagogia foram aplicados
questionários aos responsáveis pelos alunos. Nesse momento confirmou-se a desconfiança
que se tinha sobre o pouco ou nenhum contato que as crianças tinham com o mundo letrado
em suas casas, pois grande parte dos adultos, responsáveis pelos alunos, não sabiam ler e
escrever. Nesse contexto, a instituição procura meios para desenvolver em seus alunos o gosto
pela leitura.
AS ESTRATÉGIAS DOS DOCENTES NA FORMAÇÃO DE LEITORES
Os professores tentam conscientizar seus alunos sobre a importância da leitura diária,
para que possa despertar neles o gosto da leitura e entender o seu sentido. Os professores
procuram meios de explorar a leitura de seus alunos oferecendo a eles livros literários,
didáticos, jogos, textoteca, gibis e outros meios que envolvam a atenção do aluno para o
mundo letrado.
Mesmo incentivando os alunos, os professores relatam que muitos deles não têm
interesse pela leitura e por esse motivoainda estão lendosilabando, leem, mas não interpretam,
e poucos alunos conseguem ler com fluência.
Muitas pessoas e até mesmos pesquisadores da educação vê a escola como um lugar
privilegiada para estimular o gosto pela leitura. Mas infelizmente, as escolas brasileiras estão
longe de ser um “celeiro de leitores”. Isso acontece porque o contato dos alunos com os livros
na escola costuma seguir roteiros, onde as leituras se tornam cansativas, isso ocorre porque
geralmente os livros e textos que os alunos leem são indicados pelos professores e a
experiência que deveria ser desafiadora vira uma tarefa burocrática e sem graça. Onde os
alunos se formam sem entender os benefícios da leitura e acabam não tendo mais interesse de
ler. Será que isso é consequência da falta de incentivo dos responsáveis, que sempre alegam
que não tem tempo para ler e ajudar seus filhos? Dos professores que nãooferecemàs crianças
textos significativos e interessantes?Ou seria o ambiente social o fator causal da falta de
curiosidade para aprender a ler e escrever? Ou a interação entre todos estes fatores?Não é a
proposta deste estudo tratar de todas estas questões, mas sugerir novos estudos.
Ao considerar a escola, em geral e a professora alfabetizadora, em especial, como a
protagonista no processo de alfabetização e letramento, este estudo tem como objetivo
compreender os fatores facilitadoresda aprendizagem das crianças,nos três primeiros anos do
ensino fundamental.
A participaçãocomo estudante bolsista do Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docênciapossibilitou vivenciar a práxis na sala de aula. Nela se observou a
importância da escolha de material realizada pelo professor, quando comsignificado para os
alunos, permite ao professordesenvolver o interesse das crianças em ler textos diferenciados
do seu cotidiano. Também contribuem quando aaula é prazerosa para prática de leitura, em
um ambiente comdiversidade de textos e deixando o aluno à vontade para fazer sua escolha
para a leitura. Estas estratégias instigam a curiosidade e facilitam o aprendizado das crianças.
A leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto, e a permissão para a
escolha dos diferentes tipos de textos possibilita ao aluno identificar-se e
desenvolver o gosto pela leitura e escrita. Pois, “ensinar as crianças a ler no seu
próprio dialeto é fundamental para formar bons leitores". (CAGLIARE, 2003,
p.154).
Uma das maneiras de despertar o interesse das crianças pela leitura, que deveria
serutilizadopelos seus responsáveis e professores é ler para as crianças, cotidianamente, na
sala de aula e em casa. Uma vez que criar hábitos e ensinar a ser um leitor acontece, via de
regra, através do exemplo.
Partir do dialeto da criança, como asseverouGagliare, e conduzir os alunos para
ampliação do vocabulário oral e escrito, significa garantir não só o sucesso na educação
escolarizada, como também a formação da cidadania.
Aprender a escrever, ler e interpretar um texto corretamente constitui-se num
dosmúltiplos desafios que vem sendo enfrentado nas escolas, em geral e em especial pelas
professoras alfabetizadoras, responsáveis pelo início desteprocesso.
A realidade que estamos vivenciando nos mostra alunos concluindo o ensino
fundamental, médio e superior com dificuldades de leitura e compreensão dos textos.
Poderíamos estar neste momento discutindo sobre um Brasil alfabetizado, pois com o
sistema educacional acessível para todos os cidadãos ea lei que prega a garantia de um ensino
de qualidade, não caberia estarmos tratando sobre uma situação de analfabetismo. Entretanto
é essa a realidade quevivemos,em nosso país, cuja maioria e da populaçãoé constituída por
analfabetos funcionais. Ou seja, pessoas que frequentaram a escola e aprenderam a ler e a
escrever, mas não conseguem compreender o que foi lido. Isto nos leva a questionar
algumaspráticas educativas que vem sendo realizadas em nossa escolacom relação à
alfabetização e ao letramento, particularmente, nos anos iniciais do ensino fundamental.
Deste modo podemos questionar sobre os métodos que vem sendo utilizados para
alfabetizar os alunos em pleno século XXI. Será que os professoresutilizarammétodos
adequados para atender aos alunos que vivem rodeados de tecnologia? Ou utilizam os
mesmos métodos que os jesuítas usaram para alfabetizar os índios? Ou utilizam o método
tradicional, onde os alunos devem memorizar os conteúdos? Essas são algumas das muitas
perguntas que levarãoos educadores a debates e discussões.
Mas, para refletir sobre os métodos de ensino em vigor,pressupõe-se a discussão
acerca do currículo e dos conteúdos ministrados. As discussões sobre estes temas tornam
explícitas as contradições entre as propostas curriculares, os conteúdos que vem sendo
adotadoe as experiências dos alunos e professores.
Acredita-se que a reflexão dos professoressobre os temas candentes que envolvem o
processo de alfabetização e letramento, serão capazes de superar as suas dificuldades e de
seus alunos na construção de uma escolaque almejam com a qualidade social.
Assim,
Ressaltar a relevância do currículo nos estudos pedagógicos, na discussão sobre a
educação e no debate sobre a qualidade do ensino é, pois, recuperar a consciência do
valor cultural da escola como instituição facilitadora de cultura, que reclama
inexoravelmente o descobrir os mecanismos através do quais cumpre tal função e
analisar o conteúdo e sentido da mesma(Sacristán, 2000, p.19).
O currículo escolar, diante do que afirma Sacristán, é o meio pelo qual são pensadas as
formas de traçar os rumos de uma escola, se concretizando por meio das práticas, daí
desempenhar um papel relevante na formação dos alunos.
O ideal seria que os conteúdos fossem definidos não pelo professor, segundo
critérios individuais, mas pelo corpo de professores de uma escola ou de cada uma
das áreas de conhecimento, tendo como fundamento a prática social, mais
especificamente, às necessidades sociais do momento histórico atual. Essas
necessidades não seriam as dos alunos como indivíduos em si, mas dos educando
enquanto indivíduos sociais, situados em um determinado tempo e lugar, dentro de
uma determinada estrutura social, de um modo específico de produção, com relações
sociais próprias (. GASPARIN, 2005, p. 39).
Desconsiderar as crianças como indivíduossociais, que moram na periferia da cidade e
que apresentam relações sociais específicas de seu tempo histórico,tornando-se um empecilho
no desempenho escolar esperado pela sociedade.
A EMEF Francisco Joaquim de Paiva está localizada na cidade de Rio Verde, no
bairro denominado Vila Serpró. O bairro foi criado no ano de 1980, por um grupo de pessoas
dedicado à filantropia, nominadoServiço de Providência. Hoje, a Vila Serpróabriga cerca de
300 famílias de baixa renda, e sua população atinge o total de mais deum mil habitantes,
cabendo à escola, que foi criada junto com a Vila, atender as crianças, jovens e adultos.
As dificuldades para formação de crianças leitoras esbarram na falta de uma Biblioteca
ou sala de uma sala leitura.Mesmo assim, os professores, de forma improvisada, levam para a
sala de aula alguns exemplares de livros. Salienta-se que este ambiente é desmotivador para
os estudos, pois a escola avalia, conforme o seu Programa de Desenvolvimento Escolar - PDE
que o estado de conservação das carteiras é ruim. Mas, observa-se que toda a infraestrutura
física da instituição necessita de reforma.
Quando as crianças são inseridas no meio escolar, elas não sabem o porquê de ter
quefrequentá-lo, ou seja, elas sentem que são obrigadas, pois essa foi uma escolha feita pelos
adultos, que os mandam passar grande parte de seu dia em um ambiente, que até entãolhe
eradesconhecido, onde tudo é planejado e organizado pelos adultos.
Quando inicia a leitura, todas as instruções e referências são ministradas pelo
professor e cabe ao aluno se adaptar e cumprir as exigênciasque são impostas. Isto causa
desmotivação, pois os alunos não possuem opções para construir uma leitura criativa.
Salienta-se queo primeiro contato da criança com a leitura e escrita é de fundamental
importância em sua formação como um ser crítico, capaz de encontrar as possíveis soluções
para os problemas enfrentadospela sociedade a qual pertence.
Segundo Freire (1982), uma vez que a leitura é apresentada à criança ela deve ser
minuciosamente decifrada, trabalhada, pois na maioria das vezes as crianças têm um contato
imediato com a palavra, mas a compreensão da mesma não existiu. Para tanto se faz
necessário apresentar o que foi descrito por tal palavra, de forma que esse objeto proporcione
sentido a ela, pois dessa maneira a busca e o gosto pelo mundo das palavras, isto é, da leitura
e da escrita, se intensifica. Logo, a leitura ganha vida e a criança adquire o hábito de sua
prática.
Também, desde a apresentação do mundo da leitura à criança há necessidade de apoiála e incentivá-lapara que tal prática se concretize. Nesse processo, a participação dos adultos
durante a fase de compreensão e conhecimento da leitura é extremamente importante, pois é a
partir das expressões e hábitos cotidianos, das pessoas que as rodeia que a criança realiza o
entendimento desse universo desconhecido.
O problema do ensino da leitura na escola não se situa,exclusivamente, no nível,no
método ou nas instalações físicas, mas na própria conceituação do que é a leitura.
Os estudiosos apresentam, ainda, tipologias de leitura, em função dos objetivos
pretendidos – como Silva (1986), Bamberger (1995), Barbosa (1994), Garcia (1992) – e dos
níveis a seremalcançados, que dizem respeito ao como ler ou, conforme Martins (1994), ao
“modo de aproximação” do leitor com o texto, ou seja, à relação estabelecida entre o leitor e
texto – relação estas determinadas pelos sentidos (leitura sensorial), pela emoção (leitura
emocional) que ler e com o que ler, pois orienta os professores a usar variedades de textos
para os alunos lerem, como por exemplo, jornais, revistas, livros didáticos, romances, poesias,
contos, crônicas, entre outros.
A alfabetização e o letramento dos alunos são objetivos prioritários da educação
fundamental, pois se espera que quando os alunos chegarem ao final dessa etapa,elestenham
desenvolvido competênciapara ler os textos e interpretá-los de forma autônoma. Daí a
importânciaque nesse período de escolarização os alunos aprendam, progressivamente, a
utilizar a leitura com a finalidade para obtençãode informação e aprendizagem de modo que
possam, também, exprimir opiniões próprias sobre o que leram.
Éde suma importância o papel do professor, no desenvolvimento de seus alunos na
leitura realizada dentro da sala de aula. A este ator cabe àbusca de meios para que seus alunos
se interessem pela a leitura e agir de modo que não se sintam constrangidosdiante seus
colegas quandocometer um erro ao realizá-la.
Algumas estratégias que os educadores podem utilizarsugerem Collins e Smith (1980).
Os autores preconizam que énecessário ensinar adotando-se uma série de estratégias, que
podem contribuir para a compreensão leitora e propõem um ensino em progressão ao longo de
três etapas.
Na primeira, ou etapa do modelo, o professorserve de modelo para seus alunos
mediante sua própria leitura: lê em voz alta, para sistematicamente verbalizar e comentar
comos processos que lhe permitem compreender o texto, pois é necessário que o professor
comentar as dúvidas e encontrar as falhas de compreensão e os mecanismos que utiliza para
resolvê-las.
Depois da etapa modelo, seque-see a etapa da participação do aluno. Que deve
acontecer de forma dirigida pelo professor – por exemplo, realizar uma leitura em voz alta
pelos seus alunos, onde cada um deles lê um fragmento do texto, enquanto os outros
acompanham em seu próprio livro, e se o aluno que estiver lendo cometer algum erro, ele
poderá ser corrigido diretamente pelo o educador, ou pelos próprios colegas que estão
acompanhando a leitura. Depois da leitura écomum surgir diversas perguntas relacionadas ao
texto, formuladas pelo próprio professor para avaliar a compreensão dos alunos em relação à
leitura realizada, ou apenas elucidar as opiniões dos meninos ou meninas, ou seja, o aluno
participante do uso de estratégias que vão lhe facilitar a compreensão do texto. Esta e uma
etapa delicada, porque garante a transferência progressiva da responsabilidade e do controle
do professor para o aluno, isso não quer dizer que o professor deva bloquear seus alunos, mas
sim intervir de forma segura em suas necessidades, o importante é a qualidade com que
podem ir se ajustando as realizações melhores e mais desejáveis dos alunos, com a ajuda
adequada do professor.
Por último, Collins e Smith (1980) descrevema etapa da leitura silenciosa, na qual os
alunos realizam sozinhos as atividades que, nas fases anteriores, efetuaram com ajuda do
professor, que deverá: dotar-se de objetivos de leitura, prever, formular hipótese, buscar e
encontrarapoio para as hipóteses, detectar e compensar falhas de compreensão, etc. Nesta
etapa pode ser oferecidas ajudas de natureza diversas ao aluno: textos preparados que
obriguem a realizar algumas interferências; textosde diversos tipos. Este modelo de ensino
propostos por Collins e Smith respeita os princípios de instrução e da compreensão do leitor,
pois o domínio das estratégias de compreensão do leitorrequer, progressivamente, menor
controle por parte do professor e maior controle por parte do aluno.
Outra etapa deve ser superada pelos os professores são os tipos de textos e
expectativas do leitor. Os professores devem se preocupar com os tipos de textos que usam
atentar para oporquê da escolha e se eles são diferentes, pois não é mesma coisa ler um livro
científico, um livro de história infantil ou um romance. O professor deve se preocupar com as
expectativas deseus alunos diante os textos e dos livros o qual irá apresentá-lo no decorrer de
suas aulas.Os professores devem oferecer para seus alunos textos diferenciados e
adequadosàsua faixa etária, de modo que consigam compreender e interpretá-lo, capacitandoos a distinguiros diferentes tipos de textos.
Adam (1985), baseando-se nos trabalhos de Bronckart e Van Dijk, propõe a seguinte
classificação de textos:
1.
Narrativo. Texto que pressupõe um desenvolvimento cronológico e que aspira
explicar alguns acontecimentos em uma determinada ordem. Alguns textos narrativos seguem
uma organização: estado inicial/ complicação/ ação/ resolução/ estado final. Outros
introduzem uma estrutura dialogal dentro da estrutura narrativa. Exemplos: contos, lenda,
romance, entre outros.
2.
Descritivo: Sua intenção é descrever um objeto ou fenômeno, mediante
comparações e outras técnicas. Adam ressalta que este tipo de texto é frequente tanto na
literatura quanto nos dicionários, os guias turísticos, inventários, entre outros.
3.
Expositivo: Relacionado à análise e síntese de representações conceituais, o
texto expositivo explica determinados fenômenos ou proporciona informações sobre estes.
4.
Instrutivo-indutivo: Adam agrupa categoria dostextos cuja pretensão é a de
induzir o leitor à ação, ou seja, as palavras de ordem, instruções de montagem e uso, etc.
Cabe aos professores o papel de ensinar os alunos a reconhecerem as diferentes
estruturas e distinguiremos tipos básicos de texto. Assim,tanto os professora como os alunos
deverãoreconhecê-las, pois a estrutura de um texto oferece indicadores essenciais que
permitem antecipar a informação que contém. O reconhecimento da estrutura de um
textofacilitasua
interpretação
e
permite
melhorar
acompreensão
de
sua
leitura.
Estratégiautilizada de forma universal por todos os professores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A leitura constitui-seum dos momentos mais importante na formação de um indivíduo,
pois a alfabetização e o letramento dos alunos é um objetivo prioritário do Ensino
Fundamental, em especial, nos três primeiros anos da Educação Básica. Isto é o que
esperamos pais e os professores,que quando uma criança chega ao final do ensino
fundamental, sejacapaz de ler os textos e interpretá-los de forma autônoma.
Cabe aos professores procurarem meios para que seus alunos se interessem pela leitura
um exemplo é a escolha do material, ou seja, dos textos que devem ser significativos para o
aluno, pois só assimo professor conseguirá desenvolver o interesse de seu aluno em ler textos
diferenciados. É importante que o professor realize sempre aula prazerosa para prática de
leitura, que deve ser realizada em ambientes onde haja diversidades de textos, deixando os
alunos sempre à vontade para fazer sua escolha de leitura. .
O estudo proporcionou conhecimentos teóricos que relacionados às práticas na sala de
aula, abriu perspectivas para buscar novos conhecimentosea reflexão sobre oprocesso de
alfabetização e letramento,espero que os professores proporcionem às crianças leitoras um
mundo de prazer.
REFERÊNCIAS
CARDOSO, G. C. A Importância da leitura na formação do individuoJaneiro de
2007.www.revista.inf.br/.../pages/.../edic09-anov-art03.
FREIRE, P. A importância do Ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo:
Cortez, 1982. 96 p.
GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3 ed. Rev.
Campinas, S P: Autores Associados, 2005. (coleção educação contemporânea).
MAIA, I.Leitura na formação de leitores e professores. São Paulo: Paulinas, 2007.
SACRISTÁN, J. Gimeno e GOMÉZ, A. I. PÉREZ. O currículo: os conteúdos do ensino ou
uma análise prática. In: Compreender e transformar o ensino. 4. ed. Porto Alegre: ArtMed,
2000.
SOLE, I. Estratégia de leitura. Trad. Schilling, C. – 6º ed. – Porto Alegre: 1998.
Download

as estratégias para a formação de leitores desde os primeiros anos