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Caminho Português
Os Caminhos de Santiago
na Galiza
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O Caminho Português
A peregrinação jacobeia a partir de Portugal, ainda que
presumivelmente já existisse na época da Alta Idade
Média, intensifica-se a partir da independência do país
em meados do século XII. Desde então, o culto
jacobeu e a peregrinação a Compostela, considerada
como uma das marcas de identidade da cultura
europeia, tiveram em terras lusitanas uma projecção
muito importante. Durante séculos, o povo
Português contribuiu para esta experiência colectiva
com altos níveis de participação, sempre apoiado
com singular fortuna pelo exemplo de reis, nobres e
altos clérigos. Basta recordar que a maior parte da
rede viária de Portugal foi testemunha, do século XII
até aos nossos dias, do caminhar de peregrinos
originários dos diversos núcleos populacionais do
país –Lisboa, Santarém, Coimbra, Porto, Braga,
Chaves...– até à meta compostelana. As suas
motivações eram primordialmente religiosas.
No entanto, graças a este denso e secular fluxo de
pessoas que povoaram os caminhos de Santiago
criados entre Portugal e a Galiza, estabeleceram-se
também fecundos laços de intercâmbio cultural,
económico e de pensamento.
Textos
Francisco Singul
Coordenação
Ana B. Freire
Rosa García
Documentação:
albergues e serviços
Pilar Cuíña
Rosa Fernández
Ana B. Freire
Rosa García
Coroni Rubio
Fotografia
Arquivo da S.A. de Xestión
do Plan Xacobeo
Xulio Gil
Tono Arias
Assistência técnica
Dpto. de Arquitectura da
S.A. de Xestión do Plan Xacobeo
Revisão
Dori Abuín
Carla Fernández-Refoxo
Carmo Iglesias
Alfonso Salgueiro
Tradução para o português
Interlingua Traduccións
Paulo Faria
Cristina Lézico
Revisão e actualização
Carraig Linguistic Services
Desenho e maquetagem
Permuy Asociados
Impressão
LITONOR
D.L.: C 3877-2009
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Caminho Português
Vista de Tui desde Valença
do Minho
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O Caminho em Agra dos
Muíños, imediações de
Caldas de Reis
A configuração do Caminho Português na Galiza contará com uma
dinâmica histórica de diversa índole. Pontes, capelas rurais, santuários,
cruzeiros, paços e cidades históricas vão-se desenrolando ao longo de
uma rota que nasce nas margens do rio Minho, na cidade de Tui,
para concluir diante do sepulcro jacobeu. Ainda que esta via
de peregrinação não tenha significado a formulação e criação de um
repertório monumental de uma época determinada –românica ou
barroca– num espaço artístico integrado, o Caminho Português
na Galiza constitui uma rota de notáveis evidências monumentais, com
fortes realidades culturais que vão mais além do arquitectónico e do
que concerne a museus, para significar um espaço de privilégio –um
dos de maior potencial histórico e artístico da Galiza– através do qual
a riqueza da História nos foi legando o mais notável de cada época.
Traslado do corpo do Apostolo
de Íria a Compostela.
Obra portuguesa do século XVI.
Museu de Arte Antiga de Lisboa
Cruzeiro de Santiaguiño do
Monte. Padrón
O Caminho Português na Galiza, no seu suave decorrer em direcção a
norte, faz uso de trajectos antigos que cruzam bosques, terras de
labor, aldeias, vilas e cidades históricas. Caminhos que saltam cursos
de água através de pontes –algumas de origem romana– de
inequívoca construção medieval. Caminhos enriquecidos pela
presença de capelas, igrejas, conventos, alminhas e cruzeiros, nos
quais não falta a confortadora imagem de Santiago Peregrino,
acompanhando o romeiro e animando-o no seu caminhar.
A hospitalidade das gentes é proverbial. A acolhida ao peregrino é uma
das marcas de identidade da peregrinação jacobeia. Iniciada na Idade
Média por monges e clérigos nos hospitais fundados por reis e nobres,
são hoje os hospedeiros dos albergues de peregrinos e os habitantes
Peregrinação de
Santa Isabel
de Portugal a
Santiago. Miniaturas
da “Genealogia dos
Reis de Portugal“
(1530-1534), Londres,
British Library
das actuais povoações quem mantêm a bela e secular tradição.
Cada indivíduo que vive na zona do Caminho Português sente a devoção
a Santiago e anima os esforços daqueles que caminham em direcção a
Compostela seguindo os velhos trajectos que conformam esta rota
jacobeia; caminhos que são herdeiros de uma das mais importantes vias
romanas que vertebraram a Gallaecia romana e continuaram em vigência
durante muitos séculos: a Via XIX, construída no século I d.C., em tempos
de Augusto, conhecida nas fontes clássicas como o chamado Itinerário
de Antonino, composto a princípios do século III d.C., na época de
Caracalla. Este testemunho tão antigo assegura a vitalidade desta via em
datas tão remotas. O Caminho Português manterá desde a Idade Média
a herança de intercâmbio entre povos vizinhos e irmãos que o caminho
romano inaugurou na Antiguidade.
Apesar desta memória histórica tão significativa, a realidade viária dos
nossos dias impõe-se no Caminho Português. Em certas ocasiões, os
peregrinos têm que esquecer as sendas de terra e pedra, para caminhar
pela berma da estrada N-550, Vigo-A Coruña. O traçado desta estrada
foi-se sobrepondo a boa parte da rota portuguesa do Caminho de
Santiago. Para a peregrinação tradicional isto supõe uma certa
incomodidade. No entanto, trata-se de uma inconveniência passageira
e pontual que resulta perfeitamente compensada no momento da
conclusão de cada uma das distintas etapas deste trajecto de devoção,
arte e cultura, possuidor de uma força monumental e ecológica fora de
qualquer dúvida.
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Caminho Português
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de San Fernando, dominada pela
amuralhada silhueta da fachada
ocidental da catedral.
Tui – Redondela
Durante séculos, os peregrinos procedentes de Portugal acediam à
cidade de Tui cruzando o rio Minho em barca. Em 1884, a construção
da Ponte Internacional ofereceu-lhes uma passagem pedonal que não
desdenharam. A partir da ponte, o traçado dirige-se em direcção ao
porto tudense de Lavacuncas, onde se produzia antigamente o
desembarque de peregrinos, situado por trás do actual Parador de
Turismo. Do velho porto, o traçado dirige-se para a parte histórica de
Tui seguindo o denominado Caminho da Barca, para continuar pelas
ruas Obispo Maceira, Costa do Piñeiral e Tras da Obra.
Tui apresenta-se como ponto de arranque do Caminho Português na
Galiza. A presença de séculos de boa arquitectura é evidente em
qualquer rua da sua parte histórica. O doce e íntimo passear por esta
cidade de nobre encanto mantém-se sempre e deixa
qualquer um surpreendido ao chegar à Praça
Catedral de
Santa Maria
de Tui
A catedral de Santa María de Tui é
obra românica e gótica, cujas capelas
e naves se engalanam com retábulos,
imagens e pinturas dos séculos
XVI-XVIII. Começou a ser edificada
entre 1145 e 1175, seguindo pautas
do modelo da catedral compostelana.
Após várias transformações e
mudanças de plano, este românico
de pura estirpe é só visível nos braços
do cruzeiro, divididos em três naves,
e na portada norte. A seguinte
campanha de obras, desenvolvida
entre 1180 e 1200, continuou nas
naves maiores.
O final foi feito já sob o estilo gótico,
nas primeiras décadas do século XIII,
empregando pilares fasciculados,
abóbadas de cruzaria de ogivas, trifólios com arcos apontados, nas
naves centrais do transepto e do braço maior da cruz. Na fachada,
inicia-se a escultura gótica espanhola. Em 1225, começou a lavrar-se
a portada principal com artistas de Laon e Chartres (duas catedrais
góticas de França). Os suportes que sustêm as arquivoltas ogivais são
estátuas-colunas que representam, à esquerda, Moisés, São Pedro,
Isaías e São João Baptista; à direita está o casal real de Salomão e a
Rainha de Sabá, acompanhados pelos profetas Daniel e Jeremias;
este último sustém um Crucifixo –culminação e síntese da Paixão do
Senhor–, o primeiro da arte gótica hispânica.
O tímpano divide-se em três registos. Nos inferiores, sucedem-se as
cenas da Anunciação, o Nascimento de Jesus, o Anúncio aos Pastores,
o encontro dos Magos com Herodes e a Epifania. Uma primeira parte
do programa iconográfico da portada está
dedicada à exaltação mariana, com a Coroação
da Virgem, efectuada pelos anjos nos episódios
da Infância de Jesus: a Natividade, no centro
do dintel, e a Epifania, no registo do meio.
No registo superior do tímpano, as arquitecturas
de uma cidade simbolizam a Jerusalém Celeste,
pressupondo o anúncio do Juízo Final.
A ideia unificadora da obra, a mensagem
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Caminho Português
Tímpano da porta oeste da
catedral de santa María de Tui
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Claustro da catedral de santa María de Tui
Retábulo-mor do convento das Clarisas de Tui
central do relato esculpido, é a comunhão entre Cristo e a sua Igreja,
concebida desde a Redenção.
patrocinado, em meados de XVIII, o bispo Castañón. Trata-se de um
centro do maior interesse por contar com uma esplêndida colecção de
escultura sacra e ourivesaria litúrgica que vai dos séculos XIII ao XVIII.
A catedral tem um claustro da segunda metade do século XIII cujo
estilo está influenciado pela arquitectura cisterciense do mosteiro de
Oia (Pontevedra). É o único claustro medieval completo que conserva
uma catedral galega, com maior valor ainda por possuir parte da sala
capitular românica do século XII.
A fronteira Galiza-Portugal
desde as coberturas da
catedral de Tui
No interior, destacam-se várias capelas do século XV: a capela
maior e as laterais, dedicadas a São Pedro e Santiago, a capela de
Santo André e a capela-museu de Santa Catalina. A capela de
Santiago tem um retábulo de 1696 dedicado a Matamouros, obra do
escultor tudense José Domínguez Bugarín, que integra um relevo de
Santiago a cavalo, de finais do século XVI, do mestre Alonso Martínez.
Da época barroca há que citar também a capela de San Telmo,
com o seu retábulo-relicário, o cadeirado do coro, obra do escultor
Castro Canseco, de princípios do século XVIII, e as caixas dos órgãos,
talhadas em 1714 por Domingo
de Fornelos; têm como remate
as imagens equestres de
São Telmo e Santiago.
Na praça do Consistório,
adjacente à catedral, está o
Museu Diocesano de Tui-Vigo,
organizado no antigo hospital
de peregrinos que tinha
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Abside central da igreja de San Bartolomeu de Rebordáns
O Caminho Português continua pela Rua das Monxas, à sombra dos
muros do convento das clarissas, as “Encerradas”. Possui uma bela
igreja de nave única de finais do século XVII, com um retábulo maior
do escultor Domingo de Fornelos, de princípios de XVIII.
A rota passa pelo Túnel das Monxas, desce uns degraus e chega ao
sítio onde estava a Porta Bergana, um dos acessos à cidade medieval.
Deixando atrás esta porta evocada, continua-se pelas ruas Obispo
Lago e Antero Rubín, até à igreja de Santo Domingo de Tui (s. XIV),
construída com as características próprias do gótico mendicante:
planta de cruz latina, cruzeiro com ressalte e cabeceira de três capelas
poligonais cobertas por abóbadas nervadas e iluminadas por altos
vãos geminados. Destaca o retábulo da Virgem do Rosário, de 1741,
chamado “da Batalha de Lepanto”, pela inédita presença de tal
acontecimento bélico ocupando todo o seu ático.
As ruas Antonio Valiño e de San Bartolomé conduzem até à igreja
românica de San Bartolomé de Rebordáns. Foi construído como
templo monástico em finais do século XI e conta com planta de três
naves e três absides. Na capela maior há murais dos finais do século
XVI sobre a Paixão do Senhor. Neste antigo mosteiro encontrou
hospitalidade, a princípios de XII, o prelado compostelano
Diego Gelmírez quando trasladava as relíquias de Braga para a
catedral de Santiago.
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Caminho Português
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O Caminho Português em
direcção à Ponte das Febres
Deixando atrás esta jóia do Caminho Português, a rota decorre,
durante algum tempo, pela estrada N-550 até à capela da Virxe do
Camiño. Desde este ponto, a estrada local de Paredes de Abaixo
conduz até à evocadora Ponte de San Telmo, chamada Ponte das
Febres. Aqui apresentam-se duas opções: continuar o caminho que
surge diante da ponte, de difícil trânsito no inverno, ou tomar o da
esquerda, dando uma pequena volta. As duas possibilidades levam
até ao lugar de A Madalena.
Continuando muito perto da igreja de Santa Columba de Ribadelouro,
Ponte das Febres. Tui
o Caminho ultrapassa a ponte de Orbenlle. Deixando a poente as
Gándaras de Budiño, atravessa um polígono industrial aproveitando
um antigo sendeiro que decorre por zonas mais baixas. A capela de
A Virxe da Guía indica a proximidade de O Porriño. Atravessa-se a vila
pela praça de San Sebastián e praça do Concello, para chegar
rapidamente às imediações da capela das Angústias. Dois quilómetros
a norte, cruzam-se
a N-550 e o rio Louro,
que nos encaminham para
a igreja de Santa Eulália e o
Palácio dos Marqueses de Mos,
para, depois, empreender a subida
da Rua dos Cabaleiros.
Por Inxertado, com o vale a nascente, chega-se, subindo
ligeiramente, à capela de Santiaguiño de Antas, um aprazível lugar
em que bem merecemos um descanso. Logo, passando ante o
miliário romano de Vilar de Enfesta ou de Saxamonde, atravessa-se
a meseta de Chan das Pipas.
Seguindo a via romana, o traçado incorpora-se de novo à N-550,
internando-se em Redondela à altura do convento de Vilavella.
Em Redondela, a rota decorre pela rua Padre Crespo, praça de
Ribadávia e rua Isidoro Queimaliños, antes de chegar à igreja de
Santiago, cuja origem remonta a tempos de Gelmírez, ainda que
tenha sido reedificada no século XVI, com nave única coberta por
abóbadas de cruzaria de ogivas e cabeceira poligonal que sustém
uma bela cobertura estrelada. O albergue da vila, situado num edifício
histórico do século XVI denominado ‘Casa da Torre’, é um dos
principais do Caminho Português.
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Caminho Português
Casa da Torre.
Albergue de Redondela
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Redondela – Pontevedra
À saída de Redondela, encontra-se a capela das Angústias ou
Santa Mariña, e depois de passada a ponte de caminho de ferro,
a rota prossegue num bosque. A sinalização conduz até às ruínas
de uma das casas de posta, conhecida como Casa da Mina, que
marcavam a rota. Perto está Sotoxusto. Rodeados de pinheiros,
desce-se pelo lugar de Setefontes para atravessar Arcade pelas típicas
ruas de Portas, Lavandeira, Cimadevila, Velero, Barroncas e Coutadas
e chega-se à histórica Ponte Sampaio: o Caminho cruza o rio Verdugo
pela ponte onde, na Guerra da Independência, se produziu uma
das maiores derrotas do exército napoleónico na Galiza, às mãos
do povo armado.
A rota sai da ponte e percorre a vila de Ponte Sampaio, subindo por
uma estreita e empedrada rua que surge à esquerda. Por ela se
abandona o núcleo urbano, sendo possível se desviar uns 300 m.
em direcção a Santa María de Ponte Sampaio (s. XIII), bom exemplo
do românico rural; conserva os muros da nave, as suas portas laterais,
com arquivoltas de meio ponto e tímpano, e presbitério rectangular
coberto com abóbada de canhão apontado.
Ponte Sampaio
Ria de Vigo e Ilha de San Simón desde Cesantes
Cruzando a estrada desce-se por uma senda em direcção
à velha “pontella” de A Ponte Nova sobre o rio Ulló. Ela conduz à
Brea Vella da Canicouva, antiquíssimo caminho empedrado.
A encruzilhada que presidia o cruzeiro de Cacheiro dá lugar aos restos
de outra casa de posta. O Caminho acerca-se a Santa Marta de
Gandarón, deixando atrás os lugares de Bergonde, Boullosa, Alcouce
e Bértola. Por asfalto, num trajecto de três quilómetros, percorrem-se
os lugares de O Pobo, Casal do Río, Lusquiños e Cruce de Marco,
para, depois, alcançar Pontevedra. Entra-se na cidade pelo caminho
de Gorgullón, Virxe do Camiño e Sagasta, passando pela Rotunda de
Compostela, até chegar ao santuário da Virgem Peregrina (s. XVIII),
um dos pontos de referência para as devoções dos peregrinos.
A sugestiva igreja foi concebida em 1778 pelo arquitecto Arturo Souto
com planta em forma de concha de vieira. Trata-se de um templo da
Ilustração, com elementos decorativos de tradição barroca. O solene
retábulo da Virgem é obra do arquitecto académico Melchor de Prado,
que o projectou em 1789.
Não muito longe –ao final da rua Michelena– encontram-se as
evocadoras ruínas do convento de Santo Domingo (séculos XIV-XV).
A sua igreja era o maior dos templos dominicanos galegos.
Tinha nave única e cobertura de madeira com duas águas,
cruzeiro com ressalte e tecto de madeira, e três absides
poligonais com abóbadas nervadas e rasgadas janelas,
com mainéis e pontiagudas. Por fortuna, conservam-se ainda de
pé as cinco absides abobadadas da cabeceira, o transepto e boa
parte da sala capitular. Na actualidade, forma parte do Museu
de Pontevedra.
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Caminho Português
Santuário da Virgem Peregrina.
Pontevedra
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Igreja conventual de
San Francisco. Pontevedra
Interior da basílica de
Santa Maria A Grande.
Pontevedra
O Caminho conduz da Peregrina à imediata Ferrería, praça
embelezada com os Jardins de Casto Sampedro, a bela Fonte
da Ferrería (s. XVI) e a igreja conventual de San Francisco (s. XIV),
construída com as características próprias do gótico mendicante.
Na sua capela maior encontram-se vários sepulcros, da Baixa Idade
Média, de nobres locais. Destaca-se o de Payo Gómez Chariño,
almirante de Castela e poeta eminente do século XIII. Numa das suas
cantigas de amor aparece uma excepcional
referência ao apóstolo Santiago:
Ai, Sant’Iago, padrom sabido / vós mi-adugades
o meu amigo! / sobre mar vem quem frores
d’amor tem: / mirarei, madre, as torres de
Geen / Ai Sant’Iago, padrom provado, /
vós mi-adugades o meu amado! / sobre mar
vem quem frores dámor tem: / mirarei, madre,
as torres de Geen.
O Caminho Português continua em Pontevedra
pela rua Soportales, deixa atrás a brasonada
praça de Teucro e segue pela rua Real, eixo
principal desta rota de peregrinação no traçado
urbano da cidade do Lérez.
O peregrino não pode deixar de visitar o
Museu de Pontevedra. Os seus fundamentos
encontram-se em vários edifícios históricos
da cidade. São de destacar a colecção de
ourivesaria pré-romana, as suas salas
de pintura e gravados e a sala de azeviches
compostelanos, uma das melhores de Espanha.
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Praça da Lenha. Pontevedra
Na zona norte do casco histórico está a basílica de Santa María
A Grande, templo patrocinado pelo grémio de mareantes de
Pontevedra no século XVI. Possui uma bela arquitectura onde
se conjuga o último gótico com as tendências renascentistas.
Deram-lhe as suas traças os mestres Juan de los Cuetos e Diego Gil.
Tem planta basilical de três naves separadas por pilares góticos.
No seu interior coexistiram celebrações litúrgicas e reuniões
gremiais dos marinheiros. As abóbadas estreladas que cobrem
as naves foram terminadas em 1559.
A fachada tem aspecto de retábulo pétreo. Realizaram-na,
a meados do XVI, os escultores Cornielles de Holanda,
de origem flamenga, e o português João Nobre.
O seu programa iconográfico está dedicado à exaltação
da Virgem e da Igreja. Os episódios centrais são o
Trânsito de Maria e, sobre o rosetão, a Assunção e a Coroação
da Virgem, assistida pela Trindade. No remate está o Calvário,
momento culminante da Paixão do Senhor, através da qual se
logra a Redenção do género humano. Em ambos os lados
da porta principal estão São Pedro e São Paulo, pedras
angulares do Edifício da Igreja. Quando os fiéis passam através
deste arco de triunfo, opera-se a união com Cristo através
da sua Igreja.
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Caminho Português
San Jerónimo. Pormenor
da fachada da basílica de
Santa Maria a Grande. Pontevedra
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Pontevedra – Padrón
O Caminho abandona Pontevedra pela rua
da Santiña e, depois, as ruas de A Gándara
e Ferreira. Deixando à direita do traçado
um sossegado castanhal, a rota decorre
paralela à via do caminho de ferro até ao
lugar de Pontecabras, prosseguindo rumo
ao norte até alcançar, entre pinheiros e
eucaliptos, a igreja e reitoria de Santa
María de Alba. Daqui o Caminho segue em
direcção a Goxilde, lugar onde fez uma
paragem Diego Gelmírez no seu trajecto
de Braga a Compostela. Passada a capela
de San Caetano, esperam-nos os
profundos bosques de Reirís e Lombo da
Maceira. De San Mauro continua-se por
San Mamede da Portela e Ponte Balbón,
lugar com dois cruzeiros, um junto à Casa
de Amonisa, e outro em cujo fuste
Santiago Peregrino indica o Caminho
aos seus romeiros.
Moinhos no rio Barosa. Barro
Conjunto reitoral de Santa Maria de Alba.
Pontevedra
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A partir de Ponte Balbón, até a capela de
Santa Lucía, em Ameal, a rota transcorre muito
placidamente, ainda que seja preciso atender
à sinalização devido às encruzilhadas e contínuos
ziguezagues que oferece o trecho. Há que destacar,
como desvio neste trajecto, a igreja de San Martín
de Agudelo, em Barro, de princípios do século XIII.
O templo mostra até onde chegou, no meio rural,
a influência da oficina do Mestre Mateo.
Os ecos da sua arte aparecem nas arquivoltas de
meio ponto da sua portada, decoradas com
temática vegetal herdeira do Pórtico da Glória.
No tímpano, há a imagem lavrada de um
personagem com báculo e em atitude de bendizer
(possivelmente San Martín bispo).
O formoso núcleo de Tibo, com fonte, cruzeiro e
lavadouro, dá lugar a Caldas de Reis, a Aquae
Celenis do Itinerário de Antonino, banhada pelos rios
Umia e Bermaña. Destaca a igreja de Santa María de
Caldas, construção de sólido cadeirado de princípios
do século XIII. Na sua portada, aprecia-se a influência
da oficina do Mestre Mateo: o Agnus Dei do tímpano
está emoldurado por arquivoltas de meio ponto,
ornadas com arquitos e anjos levando livros.
No casco antigo da vila encontra-se a igreja de
Santo Tomás Becket, único templo galego
dedicado ao santo arcebispo de Canterbury e
grande dignatário de Inglaterra (1118-70),
assassinado no interior da sua catedral, ao pé de um
dos altares, por cortesãos do rei Henrique II de
Inglaterra. Tomás Becket foi em peregrinação a
Santiago em 1167, fazendo uma paragem na vila de
Caldas. A igreja que leva o seu nome foi construída
entre 1890 e 1894 com as pedras da torre medieval
da rainha dona Urraca, onde tinha nascido o rei
Alfonso VII de Castela e Leão.
A ponte sobre o Umia acerca o peregrino à fonte
de águas termais que dão nome à vila desde a
época romana. Segue-se a rua Real, cruza-se
a Ponte Bermaña, peça medieval de enorme
encanto, e alcança-se o vale do rio Bermaña,
rodeado por bosques centenários. Já fora de Caldas
pode visitar-se a interessante igreja românica de
Santa María de Bemil.
Praça do Cruzeiro de Tibo. Caldas de Reis
Igreja de Santa Maria de Caldas
Fonte das Burgas. Caldas de Reis
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O Caminho inicia uma suave subida para
chegar ao conjunto de Santa Mariña de
Carracedo, composto por igreja, casa reitoral
e celeiro. Depois continua pelos lugares de
Casal de Eirixio e O Pino e penetra em
bosques profundos através do Monte Albor
que decorrem, entre rumor de águas,
próximos a antigos moinhos (San Gago,
A Insua, Nabal...). Perto do moinho de
Solleiros, o Caminho gira suavemente até
chegar a San Miguel de Valga.
Vista do Caminho no Pino. Valga
Vista panorâmica da igreja de San Miguel de Valga
Deixando a leste os lugares de Pedreira
e Cimadevila, a rota deixa atrás Valga e
atravessa a aldeia de Cedelo depois de
cruzar uma ponte sobre o rio Fontenlo
para chegar, entre um mar de pinheiros,
a Condide. Depois segue por Couto e gira,
em Carreiras, em direcção a um belo cruzeiro
que tem gravada a data de 1797.
Rapidamente se alcança o lugar de Infesta,
em Pontecesures. Pela rua dos Coengos,
a igreja românica de San Xulián de Requeixo
indica que está próxima a ponte de Cesures
–Caesarobriga o Caesarobrix–, obra de
origem romana, com restos do século XII,
muito reconstruída e restaurada nos seus
dois mil anos de história.
Passada a ponte, a rota continua em direcção
a Padrón, seguindo algum tempo pela
Pontecesures
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estrada N-550. Na outra margem do rio, o Caminho Português conduz
à célebre vila onde arribou a nave que conduziu o corpo de Santiago o
Maior desde Jaffa (Palestina).
A igreja de Santiago de Padrón, de austero neoclassicismo, guarda
testemunhos dos templos precedentes, uma inscrição dos tempos de
Gelmírez, patrocinador da igreja românica, e um púlpito gótico, com a
imagem de Santiago Peregrino, pertencente à igreja do século XV que
mandou construir o arcebispo Rodrigo de Luna en 1456. Estos templos
medievais, vencidos pela passagem do tempo, já guardavam no seu
presbitério a peça mais jacobeia da vila: o Pedrón, interpretada como
ara romana dedicada a Neptuno e na qual, segundo a Tradição,
se amarrou a Barca de Pedra que tinha transportado o corpo do
Apóstolo e os seus dois discípulos Teodoro e Atanásio. Na Alta Idade
Média usou-se o Pedrón como base da ara de altar da primitiva igreja
dedicada a Santiago, levantada pelo bispo Teodomiro no século IX.
No seu cadenciado decorrer, o Caminho percorre várias das principais
ruas de Padrón, como o Passeio do Espolón, mostrando ao peregrino
o seu património histórico. Um dos edifícios mais notáveis é o
convento do Carmen, construído entre 1717-57 sobre um
promontório, ao outro lado do Sar, sob a direcção do carmelita
O Pedrón. Igreja de Santiago
de Padrón
descalço frei Pedro de la Madre de Dios. A seus pés está a fonte do
Carmen, frente à qual se lavrou a cena da trasladação do corpo do
Apóstolo de Jaffa a Iria Flavia. No fórnice, representa-se o baptismo
da rainha Lupa por Santiago o Maior, cena que evoca a evangelização
destas terras pelo Apóstolo.
Convento do Carme. Padrón
Pormenor da fonte do Carme. Padrón
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Almanzor danificou este primeiro templo em 997.
No século XI foi reconstruído várias vezes pelos bispos
Cresconio –que mudou a sua confissão para a de
Santa María– e Diego Peláez, promotor da catedral
românica de Santiago. Gelmírez restaurou o seu esplendor
no século XII, dando-lhe a categoria de colegiada e
nomeando um cabido de doze cónegos e um prior.
No século XIII, o templo foi reconstruído com plano
basilical de três naves e três absides. Da época medieval
conserva a portada ocidental, lavrada em princípios do
século XIV. No tímpano, vê-se representada a Epifania.
Na época barroca, transforma-se toda a obra. Em 1666,
o bispo de Quito encarregou ao arquitecto Melchor de
Velasco a capela de San Ildefonso. Concebida como
capela funerária de ordem dórica, destaca a sua cúpula e a
estátua funerária do fundador, virado para o retábulo em
atitude de quem ora, ambas obras de Mateo de Prado.
No outro lado do cruzeiro, construiu-se a capela do Sagrario,
dedicada à Virgem de Belém, também com cúpula e de plano central.
Entre 1708 e 1714 foi reedificada a colegiada por ordem do arcebispo
Monroy, conservando as capelas antes citadas. O mestre Pedro García
Fachada do Palácio do
Bispo de Quito. Padrón
Nas imediações, a um quilómetro de distância, o peregrino pode fazer
uma pausa e descansar no Santiaguiño do Monte, lugar que possui
um belo miradouro, uma capela dedicada a Santiago e um altar com a
imagem de Santiago numas rochas onde, segundo piedosa tradição,
tinha predicado o filho de Zebedeo e Salomé.
retábulo-mor da colegiada de
Santa Maria de Iria (Padrón)
encarregou-se do projecto, mantendo a planta basilical de três naves
separadas por pilares, cruzeiro com ressalte e capela maior rectangular,
presidida por um retábulo de 1714 de Miguel de Romay. No exterior,
destacam-se as torres de remates piramidais.
Frente à fachada da colegiada, situam-se as casas dos cónegos,
actualmente ocupadas em boa medida pela sede da Fundação Camilo
José Cela, ilustre escritor padronês Prémio Nobel de Literatura.
Colegiada de Santa Maria
de Iria. Padrón
De caminho em direcção a Iria Flavia, a rota deixa atrás o casco
histórico de Padrón. Um dos seus edifícios civis mais notáveis é o
palácio do Bispo de Quito, situado na rua Dolores; é obra barroca
encarregada em 1666 ao arquitecto Melchor de Velasco por don
Alonso da Peña y Montenegro, bispo de Quito e vice-rei do Peru.
Só dois quilómetros faltam para chegar à colegiada de Iria, rodeada
pelo emotivo cemitério de Adina, cantado numa composição de
Rosalía de Castro, cujos restos acolheu a húmida terra iriense a sua
morte em 1885, antes de repousar definitivamente no compostelano
Panteão de Galegos Ilustres de San Domingos de Bonaval.
A colegiada de Santa María de Iria evidencia também a devoção
mariana no Caminho Português. A sua origem remonta à Alta Idade
Média –ainda hoje podem ver-se no seus arredores vários sarcófagos
do século VI– e foi construída sob a protecção de Santa Eulália.
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Caminho Português
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Padrón – Santiago de Compostela
Santuário mariano da
Escravitude. Padrón
O peregrino encaminha-se em direcção a A Escravitude seguindo uma
curta etapa de três quilómetros, atravessando as aldeias de Pousa,
Souto, Rueiro, Cambelas, Anteportas, Tarrío e Vilar, no vale do Sar.
O traçado acerca-se ao sumptuoso e barroco santuário mariano de
A Escravitude, levantado entre 1732 e 1743 sobre a fonte diante da
qual, em 1732, teve lugar um milagre que motivou a sua construção.
As doações tornaram possível a construção de um grande santuário
barroco, com planta de cruz latina, nave única, cruzeiro com ressalte,
cúpula com clarabóia e capela maior rectangular. No interior
destacam-se os retábulos, realizados com audaz dinamismo barroco,
com jogos de massas e volumes e um delírio decorativo como marco
de devoção às esculturas de Agustín Álvarez. A fachada está
flanqueada por duas torres e
precedida por um átrio com
escadaria de acesso desde o
próprio Caminho de Santiago
(hoje N-550). O substancial da
obra foi concluído em 1750.
Uma vez deixado atrás o
santuário, o Caminho passa em
frente da igreja de Santa María
de Cruces para decorrer entre
bosques e cruzar a via do
caminho de ferro na pitoresca
aldeia de Angueira de Suso.
Segue-se até Areal e
O Faramello, para depois
continuar até ao bonito lugar
de Rúa de Francos; no bosque
próximo encontram-se os restos
de uma calçada romana e uma
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ponte
sobre o
rio Tinto.
Sobre um
pequeno monte,
ao lado esquerdo,
situam-se as misteriosas e
abandonadas ruínas do Castro
Lupario. Um formoso cruzeiro
gótico –um dos mais antigos da Galiza–
e o campo da feira despedem o peregrino de
Rúa de Francos. Ascende-se rapidamente até ao lugar de
Castañal, deixando o núcleo de Osebe à esquerda, e, após um
brusco ziguezague, causado pela concentração parcelária,
chega-se a Pontepedreira.
Ponte medieval de
Rua de Francos
Em Arieira, uma encantadora imagem de Santo Antoniño, situada na
fachada de uma casa –antiga pousada de viageiros e peregrinos–,
serve de referência para seguir o Caminho, que já ascende, por um
monte pequeno, até A Grela. Depois doutra subida muito suave,
deixa-se atrás O Milladoiro. Intuindo já as torres da catedral e passado
um curto trecho, chega-se ao Agro dos Monteiros, a partir de onde é
possível ver, ao longe, a cidade do Apóstolo.
O velho caminho medieval deixa a um lado as ruínas do castelo
arcebispal denominado A Rocha Vella, aproxima-se de Santomil e
Amañecida e cruza uma ponte sobre o rio Sar. A rota alcança o bairro
de A Choupana, perto da capela de Santa Marta.
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Caminho Português
Cruzeiro
gótico
de Rua de
Francos
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Em Santiago
Já na rua de Rosalía de Castro, no casco urbano
de Compostela, avança-se em direcção à igreja do
Pilar, belo templo barroco situado na Alameda,
e, seja pela Carreira do Conde ou pela rua Xoán
Carlos I, chega-se à Porta Faxeira, tradicional
entrada do Caminho Português na cidade de
Santiago. A rua do Franco conduz até ao colégio
de Santiago Alfeo, edifício universitário do século
XVI dedicado ao apóstolo Santiago o Menor,
cuja cabeça se conserva no relicário da catedral.
Na mesma rua, frente a este nobre edifício,
encontra-se a capela de Santiago, que recorda o
lugar onde, segundo a tradição, parou o carro que
transportou o corpo do Apóstolo de Iria a
Compostela. A poucos metros já se encontra a
esquina do claustro da catedral, notável construção
renascentista.
A partir daqui, o itinerário entra na praça do
Obradoiro, onde se encontra a fachada principal
da basílica jacobeia, cuja entrada conduz o
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peregrino ao Pórtico da Glória.
Outra possibilidade de acesso ao interior
basilical –preferida pelos peregrinos
medievais– consiste em seguir a rua Fonseca,
bordejando a ala meridional do claustro, até
à praça de As Praterías, onde se situa a
fachada sul da catedral, a entrada mais antiga
das conservadas no venerável edifício.
A portada românica de As Praterías, lavrada
em princípios do século XII, representa,
com a sua grande quantidade de esculturas
e relevos, um dos momentos de apogeu
cultural da Compostela medieval e da arte
do Caminho de Santiago. Passando o umbral
de uma destas portas, ou então deixando
atrás o célebre pórtico ocidental do Mestre
Mateo, o peregrino conclui o Caminho
Português diante da tumba apostólica.
Termina assim um itinerário integral motivado
pelo imortal espírito de peregrinação; uma
rota de espectáculo artístico, esplendor
ecológico e terna devoção à Virgem Maria e
ao apóstolo Santiago o Maior.
Praça de As Praterias
Porta Santa da catedral
Alameda
Colégio de Fonseca
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A cidade histórica
Depois de ter visitado a catedral compostelana,
ponto de chegada e encontro dos peregrinos, a
cidade de Santiago oferece-se ao visitante em todo
o seu esplendor histórico, em toda a sua diversidade
e dinamismo presentes.
A actual cidade de Santiago de Compostela
nasce como um pequeno núcleo de monges
custódios em torno do sepulcro do Apóstolo
no momento da sua descoberta, por volta do ano
de 820. O desenvolvimento da cidade na
Idade Média é espectacular, graças ao auge
europeu das peregrinações, que a converte,
com Jerusalém e Roma, num dos três grandes
centros da Cristandade.
Paço de Raxoi
Desde o s. XV ao XIX a cidade alterna momentos
de dinamismo e de certa decadência, ao compasso
dos vaivéns da história galega, espanhola e
europeia. As peregrinações perdem peso, mas
Santiago consolida-se como centro cultural, com a
criação da Universidade, e mantém a sua influência
religiosa, o que se reflecte na sua renovação urbana
renascentista e barroca, tão presente e palpitante
nos mais relevantes edifícios históricos da cidade.
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A cidade actual
Santiago vive desde a segunda metade do
s. XX um contínuo período de expansão.
Ao progressivo renascimento das
peregrinações, que mantêm o seu significado
espiritual tradicional, acrescenta-se o singular
e imparável atractivo turístico e cultural do
Caminho de Santiago.
Nos últimos anos, Santiago, capital
administrativa da comunidade autónoma
galega, dotou-se de grandes infra-estruturas
culturais e turísticas e consolidou a sua
projecção internacional como centro
histórico-cultural e europeísta, algo que
confirmam diariamente os milhares de
peregrinos e turistas que, em qualquer época
do ano, a visitam.
Cidade declarada Património da Humanidade
pela UNESCO, quer manter neste novo século
o seu milenário apelo ao espírito, à concórdia e
ao progresso, através do significado histórico
do Caminho de Santiago.
Cidade da Cultura
Centro Galego de Arte Contemporânea
Botafumeiro
Na catedral
A catedral de Santiago, cuja construção se
iniciou em 1075, é um dos grandes
monumentos europeus, tanto a nível artístico,
como simbólico. Desde a sua origem românica
evoluiu através dos mais diversos estilos,
especialmente o barroco, que alcançou o seu
cume na fachada de O Obradoiro (1738-1750).
Percorrendo as suas naves e Museu é possível
aceder a um património tão singular como
diversificado nos seus conteúdos e significados.
Durante a visita ao conjunto da catedral, o
peregrino costuma cumprir com um ritual
que o levará à câmara do altar-mor para dar
o tradicional “abraço” ao apóstolo Santiago
–uma escultura de origem românica– e a
visitar seguidamente a cripta na qual se
conservam os seus restos. A visita ao Pórtico
da Glória também forma parte deste ritual,
assim como assistir à missa do peregrino
–12,00h–, na qual é frequente o
funcionamento do “botafumeiro”, o grande
incensário cujo voo, desde o alto da nave do
cruzeiro, surpreende todos os visitantes.
Após ter estado na catedral, o peregrino, se
dispõe já das credenciais que justificam a sua
peregrinação a pé, a cavalo ou de bicicleta,
pode solicitar no Posto do Peregrino a
“compostela”, o documento que credita a
sua peregrinação, concedido pelo Cabido da
catedral. A partir desse momento, abre-se
diante de si, em plenitude, a cidade de
Santiago de Compostela.
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Caminho Português
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Plano do Centro Histórico de Santiago
1 Catedral –Porta Santa– Paço de Xelmírez
2 Paço de Raxoi
3 Pousada dos Reis Católicos
4 Colégio de San Xerome
5 Igreja de San Fructuoso
6 Colégio de Fonseca
7 Casa do Cabido
8 Casa da Conga
9 Casa da Parra
10 Convento de San Paio de Antealtares
11 Mosteiro de San Martiño Pinario
12 Igreja de San Martiño Pinario
13 Casa do Deão. Posto do peregrino
14 Paço de Vaamonde
15 Paço de Bendaña
16 Igreja de Santa Mª Salomé
17 Convento de San Francisco
18 Convento do Carme
19 Convento de Santa Clara
20 Igreja e antigo hospital de San Roque
21 Casa Gótica. Museu das Peregrinações
22 San Domingos de Bonaval.
Museu do Povo Galego
23 Centro Galego de Arte Contemporânea
24 Faculdade de Geografia e História
25 Igreja da Universidade
26 Igreja de San Fiz
27 Convento e igreja de Madres Mercedárias
28 Colégio de As Orfas
29 Igreja de San Miguel dos Agros
30 Igreja de Santa María do Camiño
31 Igreja de San Bieito do Campo
32 Convento de Santo Agostiño
33 Colégio de San Clemente
34 Capela Geral de Ánimas
35 Capela de Santiago
36 Igreja do Pilar
37 Colegiada de Santa María a Real de Sar
Caminho Português
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Caminho Português
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Rede de albergues
A partir de 1 de Janeiro de 2008, para aceder aos
albergues o peregrino deverá comprar em cada um deles
uma senha-albergue (3 €), que dá direito unicamente ao
uso das instalações em que foi adquirida e na data que
figura no verso da mesma. Não será válida em qualquer
outra data nem em qualquer outro albergue.
Só se poderá permanecer uma noite em cada albergue,
com excepção dos do Monte do Gozo e de S. Lázaro,
ambos em Santiago de Compostela, e o número de
peregrinos acolhidos por dia estará limitado às camas de
que cada instalação dispuser. A ordem de preferência
é a do costume: peregrinos a pé, a cavalo, de bicicleta e
os que viajam com carro de apoio.
Uma vez adquirida a senha é muito importante
conservá-la até se abandonar o albergue, caso contrário,
os albergueiros poderão pedir ao peregrino que
desocupe as instalações. O albergue deverá deixar-se
livre antes das 8 da manhã para permitir a sua limpeza.
Da esquerda para a direita: albergues
de Tui, Pontevedra, Teo e Redondela
Este permanecerá aberto das 13 até
às 22 horas.
No caso de chegar algum peregrino com
mobilidade reduzida e o albergue ter a sua
capacidade lotada, poderá pedir-se a
colaboração das pessoas já alojadas de
forma a acomodá-lo nas instalações.
Em todo o caso, o peregrino e quantos se
acercam ao Caminho de Santiago dispõem
doutras alternativas para o momento do
seu descanso. Diversos centros religiosos e
municipais atendem também o peregrino,
sobretudo nos momentos de maior
afluência. Nos últimos anos também tem
aparecido, ao longo das distintas rotas,
uma moderna e variada rede de hotéis e
casas de turismo rural que diversificam os
serviços e atractivos do Caminho.
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Tui
O Porriño
Mos
Redondela
Pontevedra
Briallos
Padrón
Teo
Monte do Gozo
San Lázaro
Albergue
Posto de Informação do Caminho
Sala de exposições do albergue de Redondela
Albergue de Padrón
Tui
Mos
Pontevedra
Padrón
Monte do Gozo
Restauração de antiga
casa reitoral*
Rúa Párroco Rodríguez Vázquez,
s/n. Tui
40 lugares
Lugares para bicicletas
Próximo albergue, a 16 km
(O Porriño)
Restauração de antigo Paço
Pazo dos Marqueses.
Santa Eulalia. Mos
16 lugares
Próximo albergue, a 9 km
(Redondela)
Edifício de nova planta*
Rúa Otero Pedrayo, s/n. Pontevedra
56 lugares
Lugares para bicicletas
Próximo albergue, a 16 km
(Briallos, Portas)
Restauração de casa urbana*
Costiña do Carme, s/n. Padrón
48 lugares
Lugares para bicicletas
Próximo albergue, a 10,1 km
(Teo)
Conjunto de nova planta*
Monte do Gozo.
Santiago de Compostela
400 lugares (800 no Ano Santo)
100 lugares para bicicletas
Redondela
Briallos
Teo
Casa senhorial renascentista
do século XVI*
Casa da Torre.
Praça de Rivadavia, s/n. Redondela
44 lugares
5 lugares para bicicletas
Próximo albergue, a 18,5 km
(Pontevedra)
Edifício de nova planta*
Lugar de Castro e San Roque.
Briallos. Portas.
27 lugares
Lugares para bicicletas
Próximo albergue, a 24 km
(Padrón)
Edifício de nova planta*
Vilares de Rúa de Francos, s/n
(antiga nacional 550). Teo
28 lugares
Lugares para bicicletas
Próximo albergue, a 12,9 km
(Monte do Gozo,
Santiago de Compostela)
(residência de peregrinos)
Edifício de nova construção*
Rúa San Lázaro, s/n.
Santiago de Compostela
80 lugares
Lugares para bicicletas
O Porriño
Edifício de nova planta*
Avda. de Buenos Aires, s/n.
O Porriño
52 lugares
Lugares para bicicletas
Próximo albergue, a 7 km (Mos)
San Lázaro
* Dispõe de infra-estruturas
para deficientes físicos
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Serviços
Câmaras Municipais
Urgências
Tui
Pontevedra
Teo
Urgências médicas
Praça do Concello, 1
Tf.: 986-603625
Fax: 986-600570
[email protected]
www.concellotui.org
Praça España, s/n
Tf.: 986-804300
Fax: 986-860102
[email protected]
www.concellopontevedra.es
Ramallosa, s/n
Tf.: 981-815700
Fax: 981-809401
[email protected]
www.concellodeteo.com
061
O Porriño
Barro
Ames
Antonio Palacios, 1
Tf.: 986-335000
Fax: 986-337598
[email protected]
www.concellodoporrino.net
San Antoniño, 8. Perdecanai
Tf.: 986-711002
Fax: 986-711001
[email protected]
www.concellodebarro.com
Informação Jacobeu
Mos
Portas
Praça do Concello, 2.
Bertamiráns
Tf.: 981-883002
Fax: 981-883925
[email protected]
www.concellodeames.org
Rexenxo-Petelos, 1
Tf.: 986-331200
Fax: 986-336618
[email protected]
A Rapeira, 1
Tf.: 986-536161
Fax: 986-536348
[email protected]
www.concelloportas.fegamp.es
Redondela
Alfonso XII, 2
Tf.: 986-400300
Fax: 986-403894
[email protected]
www.concelloredondela.es
Soutomaior
Alexandre Bóveda, 8
Tf.: 986-705106
Fax: 986-705333
[email protected]
www.soutomaior.com
Vilaboa
Toural, 1
Tf.: 986-708215
Fax: 986-708387
[email protected]
www.vilaboa.org
Caldas de Reis
Ferrería, 1
Tf.: 986-540002
Fax: 986-530393
Emergências
(de todo tipo, gratuito e internacional)
112
Posto de Informação, Santiago
Tf.: 902-332010
Rúa do Vilar, 30-32, rés-do-chão
[email protected]
Páxina Web
Santiago de Compostela
Praça do Obradoiro, s/n.
Pazo de Raxoi
Tf.: 981-542300
Fax: 981-563864
[email protected]
www.santiagodecompostela.org
www.xacobeo.es
Central de reservas
de Turismo Rural
Tf.: 902-200432
[email protected]
Postos de Turismo
[email protected]
Tui
www.caldasdereis.com
Praça da Inmaculada, s/n
(apenas de Junho a Setembro)
Tf.: 986-603625
Valga
Avda. da Coruña, 14
Tf.: 986-559456
Fax: 986-559455
[email protected]
www.valga.org
Edificio Área Panorámica
Colón, s/n
Tf.: 986-601789
Pontecesures
Pontevedra
Avda. Cidade de Vigo, 2
Tf.: 986-557125
Fax: 986-557554
Santiago de Compostela
Gutiérrez Mellado, 1
Tf.: 986-850814
[email protected]
Rúa do Vilar, 30-32, rés-do-chão
Tf.: 981-584081
Padrón
Xeneral Franco, 27
Tf.: 981-810451
Fax: 981-811550
[email protected]
www.ayuntamientodepadron.com
Turgalicia
Tf.: 902-200432
Fax: 981-542510
www.turgalicia.es
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Os Caminhos de Santiago
A descoberta do sepulcro do apóstolo Santiago
o Maior, a princípios do século IX, gerou de imediato
uma populosa corrente de peregrinação em
direcção a este lugar, no qual hoje está a
cidade galega de Santiago de Compostela.
Esta afluência acabou por formar, desde os mais
diversos pontos de Europa, uma densa rede de
itinerários conhecida, no seu conjunto, como o
Caminho de Santiago, ou a Rota Jacobeia.
Os momentos de maior apogeu da
peregrinação produziram-se nos séculos
XI, XII e XIII com a concessão de determinadas
indulgências espirituais. No entanto,
esta corrente manteve-se, com maior ou menor
intensidade, ao longo dos restantes séculos.
Desde a segunda metade do século XX,
o Caminho de Santiago vive um novo renascer
internacional que combina o seu tradicional
acervo espiritual e sociocultural com o seu
poder de atracção turística e como renovado
lugar de encontro aberto a todo o tipo de
gentes e culturas.
Tradicionalmente, os períodos de maior afluência de
peregrinos e visitantes no Caminho coincidem com
os Anos Santos Compostelanos, que se celebram
cada 6, 5, 6 e 11 anos, mas qualquer ano e momento é
idóneo para realizar algum itinerário desta rota e visitar
a cidade que tem como meta: Compostela.
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Caminho Português
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Caminho de Europa
O Caminho de Santiago gerou ao longo dos seus doze séculos de
existência uma extraordinária vitalidade espiritual, cultural e social.
Devido à sua existência nasceu a primeira grande rede assistencial da
Europa e foram criados mosteiros, catedrais e novos núcleos urbanos.
Pelo encontro entre gentes de tão diversa procedência que esta rota
propiciou, surgiu uma cultura baseada no intercâmbio aberto de ideias
e correntes artísticas e sociais, assim como um dinamismo socioeconómico que favoreceu, sobretudo durante a Idade Média, o
desenvolvimento de diversas zonas de Europa.
A marca do Caminho e dos peregrinos a Compostela é reconhecível
numa infinidade de testemunhos públicos e privados, em distintas
manifestações de arte ou, por exemplo, nos mais de mil livros que nas
últimas décadas se ocuparam, em todo o mundo, desta senda, obra e
património de todos os europeus.
As vias principais do Caminho de Santiago foram declaradas Primeiro
Itinerário Cultural Europeu (1987) pelo Conselho de Europa, Bem
Património da Humanidade pela UNESCO nos seus traçados ao longo
de Espanha e França (1993 e 1998, respectivamente) e Prémio Príncipe
de Astúrias da Concórdia 2004, outorgado pela Fundação
Príncipe de Astúrias.
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Galiza, o país de Santiago
Caminho Francés
Caminho do Sudeste–
Via da Prata
A Península Ibérica formaria parte, segundo determinados
textos antigos, das terras nas quais o apóstolo Santiago
predicou o cristianismo. Após morrer decapitado na
Palestina, por volta do ano 44 d.C., os seus discípulos,
segundo a tradição, trasladaram o seu corpo numa
nave até à Galiza, uma das terras hispânicas incluídas
na sua predicação.
Caminho Português
Rota do mar de Arousa
e rio Ulla
Caminho de Fisterra-Muxía
Caminho Inglés
Caminho do Norte
Caminho Primitivo
Os difíceis tempos dos primeiros anos do cristianismo e o
despovoamento de grande parte do norte peninsular teriam
levado ao esquecimento do lugar de enterro. No entanto,
por volta do ano 820 são descobertos uns restos que as
autoridades eclesiásticas e civis consideraram como sendo os
de Santiago o Maior. Sucede isto num perdido bosque galego
e o acontecimento daria lugar ao nascimento da actual cidade
de Santiago de Compostela.
Convertida na atractiva meta de uma peregrinação que levava
ao sepulcro do único apóstolo de Cristo enterrado em solo
europeu, juntamente com São Pedro, em Roma, a Santiago
chegarão, ao longo dos séculos, peregrinos de todas as
procedências e pelos mais diversos itinerários.
Caminhos jacobeus galegos
Devido à grande diversidade de procedências dos peregrinos, irão
definindo-se sobre o solo galego seis itinerários principais de chegada
de toda Europa.
O itinerário que alcança uma maior concorrência e relevância, tanto
socio-económica, como artística e cultural, é o denominado Caminho
Francês, que entra em Espanha, a partir de França, pelos montes
Pirenéus, e na Galiza pelo mítico alto de O Cebreiro.
No entanto, outros cinco itinerários conseguiram adquirir, mesmo assim,
o seu lugar na história das peregrinações jacobeias.
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Caminho Português
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São os Caminhos Primitivo e do Norte, que
alcançaram relevância nos primeiros tempos da
peregrinação, com dois traçados principais que
entram na Galiza pelas Astúrias, procedentes
do País Basco e Cantábria; o Caminho Inglês,
seguido sobretudo pelos peregrinos que,
partindo do norte de Europa e as Ilhas Britânicas
chegavam a portos como os de A Coruña e
Ferrol; o Caminho Português, que desde o
sudoeste da Galiza utilizavam os peregrinos
procedentes de Portugal; e o Caminho do
Sudeste, pelo qual se dirigiam a Santiago os
peregrinos que, desde o sul e centro da
Península, seguiam a popular Via da Prata,
entre Mérida e Astorga, para continuar, por
terras de Ourense, em direcção a Compostela.
Também se consideram itinerários jacobeus,
pela sua simbologia histórica, outros dois.
São o Caminho de Fisterra-Muxía, utilizado
por determinados peregrinos medievais que,
depois de venerarem a tumba apostólica,
se sentiam atraídos pela viagem até ao cabo
Finisterra, o extremo ocidental da terra
naqueles tempos conhecida, e a denominada
Rota do Mar de Arousa e rio Ulla,
que rememora o itinerário pelo qual,
segundo a tradição, chegaram de barco
à Galiza os restos mortais do Apóstolo (s. I).
Cabo Fisterra.
Caminho de Fisterra-Muxía
O Cebreiro. Caminho Francês
Oseira. Caminho do Sudeste-Via da Prata
“Compostela” e credencial
Corunha. Caminho Inglês
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Caminho Português
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Caminho Português