Cinema no Ensino de História: A perspectiva dos Professores
Lara Rodrigues Pereira1
Resumo: Este texto constitui recorte de pesquisa de mestrado em andamento,
desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em História da UDESC, sob a orientação da
professora Cristiani Bereta da Silva. O objetivo principal da pesquisa é identificar como os
professores de História se relacionam com o cinema. Para este texto pretendo discutir sobre a
apropriação de filmes pelos professores entrevistados em sua prática docente. Tal discussão
será realizada a partir das falas dos próprios professores obtidas a partir de entrevistas orais. A
partir delas busquei compreender se estes profissionais utilizam a linguagem cinematográfica
em suas aulas ou não. Qual a importância dos filmes em sua formação acadêmica,
profissional e humana e, principalmente, quais as problematizações suscitadas a partir da
escolha destas fontes em seu trabalho.
Palavras-chave: cinema, ensino de história, entrevistas, professores, filmes.
Neste texto me debruço sobre uma das forças motrizes de minha dissertação: os
depoimentos orais que coletei. Estes relatos foram colhidos com a anuência da Secretaria
Municipal de Educação do Município de Florianópolis, órgão no qual os professores
entrevistados estão lotados e ao qual são subordinados. Além das autorizações do poder
público contei com o respaldo dos diretores e secretários das escolas, além, é claro, da
colaboração fundamental dos professores entrevistados para a concretização desta
investigação que trata de suas práticas de ensino.
Para referir meu trabalho dentro dos preceitos da oralidade, além dos autores já
citados, busco amparo teórico em pesquisadores como Jorge Eduardo Aceves Lozano. Sua
pesquisa sobre história Oral ocupa-se em entendê-la como metodologia a serviço da produção
1
Graduada em História (licenciatura e bacharelado), especialista em gestão educacional, mestranda do curso de
pós-graduação em História UDESC, bolsista CAPES. [email protected].
dos conhecimentos históricos sujeitos a sistematização da coleta, transcrição e análise dos
depoimentos. Lozano afirma que os estudos que buscam abordagens orais de seus objetos
aproximam-se, de um aspecto fundamental da vida dos seres humanos circunscritos em
qualquer grupo social: a comunicação e o desenvolvimento da linguagem. A categoria
funcional que irei investigar talvez esteja naturalmente inscrita na comunicação, pois este é
seu maior instrumento de trabalho, a comunicação, seja ela oral ou não, com seus alunos.
Desenvolver os processos de ensino e aprendizagem sem comunicação é algo impossível, pois
a partir dela é que as ideias circulam e se intensificam.
De acordo com os depoimentos que apurei de professores de história a respeito dos
usos de filmes em sala de aula, pude perceber que suas preferências pessoais e escolhas ao
assistirem a um filme por divertimento também norteiam suas escolhas pelos filmes que
utilizarão em sala de aula. O fato de gostarem de temas épicos que busquem explicar eventos
históricos também ajuda a delimitar suas escolhas, sendo que em vários dos depoimentos
apurados pude verificar algumas indicações de filmes que assistiram durante a Universidade,
quando estudantes e que agora passam para seus alunos. O filme “A guerra do Fogo” do
cineasta Jean Jacques Annaud lançado em 1981 é um exemplo de título cinematográfico que
povoou algumas das vidas acadêmicas dos entrevistados e que adentrou seus espaços
profissionais, conforme depoimento abaixo.
“aquele filme da pré-história “A Guerra do Fogo”, foi
um que eu vi a primeira vez na Universidade e hoje eu passo pros
meus alunos”
A pré-história é um período que não costuma ser retratado no cinema com tanta
frequência como a Idade Média ou Moderna. Existem alguns documentários, sobretudo
vinculados a canais como Dicovery Channel ou History Channel sobre o assunto. Mas, longas
metragens sobre o tema são poucos e talvez por isso, “A guerra do Fogo”, filme de ficção
histórica lançado há mais de trinta anos ainda figure como escolha para os professores.
As primeiras questões que lancei aos professores entrevistados estavam relacionadas a
importância que o cinema tem em suas vidas, parti deste pressuposto pois, de acordo com as
respostas recebidas já conseguiria traçar um perfil a respeito dos usos do cinema em suas
aulas. Não foi surpresa alguma identificar em cada entrevistado um cinéfilo inveterado, sendo
quase todos os entrevistados revelaram possuir em suas casas pequenas videotecas, acervos
pessoais que costumam utilizar em suas aulas.
“Primeiro é assim, eu gosto muito de cinema, gosto bastante,
principalmente os épicos né? Por eu ter feito história, professor de
história né? Em casa p. ex. eu tenho todos os filmes que os livros
didáticos apontam, eu corro pra buscar.”
Neste trecho o professor entrevistado demonstra que costuma seguir indicações de filmes
existentes nos livros didáticos, não apenas para utilizá-los em suas aulas, mas para assisti-los
em horários de lazer.
“Pra mim o cinema significa primeiro uma fonte de lazer, eu utilizo
muito no dia a dia sou um assíduo frequentador de cinema tenho uma
videoteca minha pessoal em casa que é maior que a da Secretaria de
Educação, tanto filmes como documentários né...e é isso procuro usar
esses recursos também no dia a dia”
“O que representa o cinema em minha vida? Posso dizer não só
cinema mas os filmes, eu tive uma cadeira de mestrado que fiz na
UFSC que nós começamos uma das questões levantadas foi por que
acabou fazendo história? Eu respondi que eu fui fazer história por que
eu queria compreender aqueles filmes, compreender os filmes sobre
segunda guerra mundial, filmes sobre aladin, sobre oriente médio,
compreendia pouco a dinâmica daquelas sociedades e o segundo grau
não dava respostas suficientes e um dos motivos... o que representa o
cinema em minha vida... ele me motivou, me cutucou pra acabar indo
fazer história., acho que foi muito importante pra minha carreira
profissional, partiu através do cinema., me motivou a fazer história.
Quando passava filmes que eu não conseguia compreender o contexto
aí, sobre revolução francesa, período medieval, eu queria compreender
um pouco mais que tipo de sociedade era aquela, daí eu fui fazer
história. Também gostava da disciplina de História obviamente mas,
os filmes me motivavam também a tentar procurar responder isso”
As escolhas são muito diversificadas, há relatos de professores que preferem utilizar
documentários a usar filmes ficcionais em suas aulas. As preferências neste caso são
explicadas pelo fato de que longas metragens são sem maiores trocadilhos, muito longos, não
cabendo nas estruturas de tempo demarcadas por quarenta e cinco minutos a aula. A opção
por particionar os filmes é muito usada, ou seja, quando não dispõe de aula faixa (uma aula
após a outra) o professor divide o filme em duas ou mesmo três aulas. Curiosamente o recurso
de edição dos filmes não é muito citado nos depoimentos com o intuito de utilizar apenas um
fragmento de um filme ficcional. A edição para recortar documentários aparece na fala de
uma professora.
“e aí eu faço um recorte meu mesmo de “Arquitetura da Destruição”
que aí mostra o discurso, mas, mais por causa dos documentos pra eles
verem como eram construídos os discursos, né.... pra eles visualizarem
tbm, tem tanto a parte do discurso médico higienista, quanto, pq ali
tbm tem muito documento de época, tem filme de época, tanto a
relação deles com os documentos quanto tbm a construção deste
discurso...”
Neste trecho a professora entrevistada ao citar o filme “Arquitetura da Destruição”
aponta para duas questões importantes para a concretização do Ensino de História. A primeira
delas é sua preocupação com a explicação do Discurso médico-higienista durante o nazismo
na Alemanha. A segunda seria sua preocupação em mostrar a seus alunos documentos da
época e também filmes da época, mostrados no documentário.
Essa mesma professora que utiliza com frequência recortes do documentário dirigido
por Peter Cohen, lançado em 1992, “Arquitetura da Destruição”, revela que não utiliza muito
o cinema em sala de aula pelo fato das aulas terem curta duração e os filmes serem muito
longos.
“e aí as vezes não dá tempo e tem que continuar na outra aula...”
Mas, apesar destes problemas de incompatibilidade de tempo ela afirma que gosta
muito de utilizar o filme “1492, A Conquista do Paraíso” de Ridley Scott lançado em 1992.
Este é um dos filmes mais citados pelos professores de história que entrevistei, sempre
aparecendo como uma escolha natural para tratar do tema Descobrimento da América e
grandes navegações.
“uso tbm o 1492, mas eu faço ele em três partes, eu não passo ele
seguido pq aí não dá tempo, eu divido. Primeiro ali a formação da
Espanha e tal, depois só a parte da viagem e nem sempre eu uso a parte
depois da colonização, gosto muito da parte da viagem, então
geralmente eu uso essa parte com eles assim, por causa da imagem,
assim, ó, muito nesta perspectiva de construir com eles uma imagem
mesmo eles sabendo que é um filme, mas aí eles construindo uma
imagem por que aí quando eu quero fazer alguma relação eu busco
aquela imagem na cabeça. Lembra da caravela? Que tinha tal coisa,
aquela hora que eles estavam vendo... se localizando pelas estrelas?.”
No trecho acima a professora afirma que opta por dividir o filme em três partes para poder
encaixá-lo em suas aulas. Mas, aponta grande preferência pela parte intermediária da trama
que trata das viagens de descobrimento, das grandes navegações, temas muito frequentes nos
currículos do ensino fundamental brasileiro. Em sua fala é preciso destacar o trecho em que
afirma que utiliza o filme para construir uma imagem do período representado com os alunos,
mesmo sabendo que é um filme, ou seja, uma versão ficcional de um evento histórico.
Esta construção imagética funcionaria, na perspectiva da professora, como uma
lembrança visual de um assunto, que se fixada nas memórias dos alunos através da imagem
enxertada pelo filme, poderia ser rememorada por eles sempre que necessário. Isso fica
evidente quando afirma que quando quer fazer alguma relação busca a imagem necessária na
cabeça do aluno. Mas, aqui talvez tenhamos encontrado um nó na fórmula utilizada pela
professora, pois, as memórias guardam imagens, fatos, eventos, de maneiras diferentes, ou
seja, talvez um aluno lembre-se da viagem nas caravelas invocando a localização geográfica
dos navegadores pelas estrelas, mas outro aluno quando ouvir a palavra caravela pode
lembrar-se apenas da escassez de alimentos naquela embarcação ou das péssimas condições
de higiene lá existentes. Enfim, as imagens que cada um construirá em sua cabeça passam por
processos seletivos que ativam suas memórias conforme aponta Maurice Halbwachs
mostrando que as memórias são seletivas, mas, também passam por processos de constante
negociação com o intuito de conciliar memória coletiva e memórias individuais.
Em relação a edição dos filmes, pude perceber que a maioria dos professores
entrevistados não tem o hábito de editá-los, a não ser quando há alguma cena imprópria para a
faixa etária dos alunos conforme salienta o professor no trecho a seguir.
“Eu tenho um hábito pra não me incomodar com pai, se tem alguma
cena um pouco mais picante eu dou um corte na cena.”
Questões envolvendo a dificuldade em quebrar paradigmas religiosos através do
ensino de História também aparecem na fala de outro dos professores entrevistados. A escola
na qual leciona está localizada em um bairro um tanto isolado no município de Florianópolis
chamado Ratones. Tal isolamento se deve também a distância geográfica da comunidade para
o centro da cidade e para os bairros vizinhos, pois pude perceber in loco a dificuldade para
entrar e sair de Ratones quando se depende do transporte público coletivo. São poucas as
linhas cujos horários escassos ajudam a manter a clausura da comunidade. Mas, além da
precariedade do transporte público o isolamento em Ratones é também cultual, pois trata-se
de um bairro bem ruralizado apesar de estar localizado dentro de Florianópolis.
A fala do professor entrevistado que leciona em Ratones demonstra que de certa forma
o currículo de História vem sendo refém de paradigmas religiosos seguidos por alguns alunos,
ou melhor, por alguns pais de alunos. O Brasil em tese é um país laico, mas preceitos
religiosos continuam norteando o ensino público, mesmo que tais diretrizes não partam do
Estado, mas sim de imposições vindas da sociedade, conforme a fala do professor.
“no ensino fundamental como te falei aqui na escola da rede esbarra
nestes dois problemas primeiro nós não temos assim esse local aqui
nós temos problemas de sala de aula, nós não temos esse espaço e
segundo ponto em função dos filmes trazerem uma aquela questão da
idade né, nunca ser de acordo com a idade então tem cenas as vezes de
nudez de violência demais, filme de época traz muita violência
né...por ex. passar pra eles as Cruzadas na 7ª série não dá! Não tem
como passar pra 8ª série um filme como “O Nome da Rosa” onde o
garoto lá tem a primeira relação sexual debaixo de uma mesa que
aparece as genitálias do cara e da guria, eles com certeza vão sair dalí
e vão falar pro pai, ó o professor... desvirtuam tudo! Não tem nem
condições mesmo, filmes que retratam a questão de bruxaria como os
da idade média nem pensar...aqui nesta comunidade principalmente,
nem pensar mesmo, assim são maioria evangélicos e é muito
complicado pro professor”
“aqui no ensino fundamental o problema esbarra na questão da
idade dos alunos, por que os filmes eles trazem a orientação 14 anos ou
até 16 anos e aqui 8ª série a faixa etária é 14 anos e como a gente tem
uma
comunidade
aqui
muito
reservada
ainda,
principalmente
evangélicos, né... teve vários problemas aqui com outros professores
que trouxeram material achando que ia tá despertando o interesse dos
alunos de forma positiva acabou gerando uma polêmica, negativo, Eu
por exemplo esse ano tinha planejado passar um documentário da
Discovery sobre a origem do universo né, sobre aquela questão do
criacionismo e do evolucionismo e acabei não trazendo em função de já
ter ouvido aqui antes de outro professor ter passado , ou falado alguma
coisa e um pai veio aqui reclamar, então eu preferi deixar.”
A rejeição de alguns pais de alunos transcende a indicação etária dos filmes, pois, o
que percebemos na fala do professor, acima descrita, é a derrota sistematizada sofrida pelo
ensino de história em relação a crenças religiosas institucionalizadas no seio daquela
comunidade escolar. Embora nem todos os alunos das turmas nas quais o professor leciona
História naquela escola, sejam evangélicos, a crença destes acaba limitando o aprendizado de
todos. A postura conformista do professor em relação a esse tipo de situação aponta para a
não concretização do objetivo principal do ensino de História que seria ampliar a percepção
dos alunos sobre o mundo em que vivem. Além de compreenderem seus processos de ruptura
e permanência e as tensões socioculturais nas quais tais transformações foram gestadas
historicamente.
Há ainda um aspecto importante que precisa ser salientado no depoimento do
Professor, quando afirma que evita o tema evolucionismo, pois este seria um tabu muito
difícil de ser transposto. Sua análise não leva em conta experiências próprias, mas de outros
professores que passaram por desconfortos naquela escola quando tentaram utilizar algum
filme que abordasse temas como bruxaria na Idade Média ou Evolucionismo x Criacionismo.
De acordo com Janaína Amado em seu artigo O grande Mentiroso: tradição, veracidade e
imaginação em História Oral, publicado na Revista de História da UNESP em 1995, nossas
memórias são uma espécie de hibridização de episódios e sensações que vivemos e que outras
pessoas viveram, e que tomamos conhecimento. Neste sentido podemos dizer que a fala do
professor de Ratones está impregnada das vivências de outros professores que em outros
momentos trabalharam naquela mesma escola.
Ainda utilizando o mesmo texto de Janaína Amado como referência, podemos afirmar
que toda narrativa apresenta um ponto de vista sobre algo, sendo que sua construção
dependerá da articulação de elementos como quem narra, para quê narra, para quem narra, o
quê narra. Segundo ela a maneira como serão combinados estes elementos dará origem ao
produto final de qualquer operação historiográfica: a narrativa.
Em muitas situações as preferências dos professores e hábitos ao assistirem a um filme
acabam sendo incorporados a sua prática em sala de aula, conforme podemos perceber na fala
a seguir:
“Aqui eu já tenho alguns, mas eu não uso muito, filme mesmo
eu não uso muito por que é um tempo grande e eles não tem paciência,
assim, não gosto de filme dublado e pra passar pra eles legendado é
bem complicado... né, e às vezes a gente não encontra.”
Neste caso a rejeição da professora por filmes dublados acaba delimitando suas
escolhas, mesmo tendo ciência de que seus alunos preferem assistir a filmes dublados. Nesse
ponto vale lembrar os escritos de Isabel Barca e Marília Gago em seu texto “Usos da
Narrativa em História”, quando evidenciam a importância da construção de narrativas para o
ensino de história. Para tanto, as pesquisadoras afirmam que é necessário o estabelecimento
de consonância entre professor e alunos “a proposta da narrativa na aula de história não pode
ser dada como se fosse um diálogo entre línguas estranhas.” (2004, p. 36). O diálogo entre
línguas estranhas indicado pelas autoras aparece no relato da professora entrevistada quando
revela que não gosta de usar narrativas cinematográficas dubladas mesmo sabendo que esta é
uma preferência de seus alunos.
Em muitas das falas dos professores foi possível identificar problemas estruturais nas
escolas públicas municipais relativos as salas de vídeo. Ao que tudo indica as antigas salas de
vídeo existentes na maioria das escolas da rede municipal deram espaço apara as salas
multimídia. Nestas salas há a disponibilização de computadores e projetores, como data show
para que os professores possam passar filmes, documentários, animações para seus alunos.
Evidentemente não são apenas os professores de História que se utilizam de recursos
audiovisuais em suas aulas, além do fato de que por vezes há conflitos de interesses a respeito
da utilização da sala multimídia conforme depoimento a seguir.
“Mas, aí tbm às vezes depende né, tem turma que é
muito grande que aí é mais complicado, mas geralmente na 8ª série é
uma sessão tranquila, não tem problema assim, são bastante receptivos
eles gostam, quando você traz alguma coisa diferente. A gente quer
ainda fazer uma sala multimídia, né, por que a gente comprou uma tv
nova pra fazer uma sala de recursos audiovisuais né, por enquanto não
dá por que a gente ta com muita turma, mas a gente quer fazer
separado por que a sala informatizada na verdade a função não é pra
assistir filme a gente assiste aí quando tem tempo disponível mas é
uma briga, por que querem usar o computador e a gente tá lá usando
pra ver filme, mas aí é o espaço que a gente tem, então neste ponto
tem toda essa estrutura né para aí usar. Por que aí ajuda pra eles
fazerem uma leitura melhor do filme e poder acompanhar a
discussão.”
... “No ensino fundamental aqui não temos uma sala específica pra
isso, a gente leva o projetor pra sala com o aparelho de dvd e e eles se
interessam eles demonstram bem mais interesse agora do que quando
a gente tinha uma tv, por que assim projetando a tela num quadro
branco e o som é muito bom e eles se envolvem mais, bem diferente
daquele grupo de alunos que a gente tinha antes tudo amontoado em
cima de uma tv. Então melhorou bastante principalmente depois que
surgiram os dvd’s que são bem mais práticos.”
As questões relatadas pelos professores entrevistados apontam para uma maior
profundidade de análise que por hora, para este texto, não consegui fazer, embora tenha me
concentrado em suas repostas para produzir minhas análises iniciais. Os problemas cotidianos
das escolas, desde a interferência religiosa dos pais no currículo até a questão estrutural
apontam para desafios frequentes que de uma forma ou de outra são superados pelo trabalho
dos professores. Suas escolhas apontam para uma grande utilização de recursos audiovisuais
em suas aulas, sejam filmes ou mesmo documentários, o que eu nos leva a perceber a
importância da análise criteriosa dos usos destes recursos para a concretização do ensino de
História.
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