EFEITO DA ORDENHA DO CORDÃO UMBILICAL SOBRE A MORBIDADE E SOBREVIDA EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS Effect of umbilical cord milking on morbidity and survival in extremely low gestational age neonates Shrena Patel; Erin A. S. Clark; Christina E. Rodriguez; Torri D. Metz; Minda Abbaszadeh; Bradley A. Yoder (EUA) Am J Obstet Gynecol 2014;211:… (Publicação online) Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Brasília Apresentação: Andréia Bastos, Juliana Beal, Julianna Passos Coordenação: Paulo R. Margotto www.paulomargotto.com.br Brasília, 31 de outubro de 2014 Objetivo • Identificar os benefícios clampeamento tardio do cordão umbilical em neonatos prematuros. A hipótese é que a ordenha do cordão umbilical (MUC - milking the umbilical cord ) evitaria a ressuscitação tardia, mas melhoraria também a estabilidade hemodinâmica e reduziria as taxas de um resultado final composto de hemorragia intraventricular grave (HIV), enterocolite necrosante(ECN) e / ou morte antes da alta. Introdução • A respeito de muitos avanços nos cuidados neonatais nas últimas 2 décadas, os prematuros permanecem em alto risco de morte e as principais morbidades incluem: hemorragia intraventricular / leucomalácia periventricular e enterocolite necrosante. • Estabilização hemodinâmica precoce associado ao aumento do volume de sangue neonatal do clampeamento tardio do cordão umbilical (DCC) ao nascer é um das estratégias promovidas para a prevenção do HIV e leucomalácia periventricular nesta população de alto risco1-4. • O aumento do volume de sangue associado ao DCC também mostrou aumentar significativamente o valor do hematócrito e da pressão arterial , além de reduzir as taxas de transfusões de glóbulos vermelhos e ECN em prematuros5-7. Introdução • Muitos centros canadenses e europeus adotaram o DCC na população neonatal, mas não houve ampla aceitação nos Estados Unidos. • Esta técnica é nacionalmente desconhecida e em parte pode ser devido à preocupação com o adiamento da reanimação até que o cordão seja pinçado e cortado, o que dura 60-120 segundos após o parto8.9. • Para contornar essa preocupação, estudos recentes têm avaliado o processo de ordenha do cordão umbilical (MUC) como uma alternativa para o DCC. • Vários estudos pequenos, comparando DCC com MUC mostraram aumento semelhante no valor de hematócrito e volume de sangue durante um período de tempo mais curto , por reduzir a necessidade de transfusões de sangue e por melhorar a função cardiovascular e estabilidade, além de ter sido associado a baixas taxas de grandes morbidades neonatais , que incluem HIV e ECN em bebês pré-termos10-13. Introdução • Com base na literatura atual, determinou-se que o aumento da transfusão de sangue da placenta, no momento nascimento seria benéfico para prematuros de alto risco. • Um processo de melhoria da qualidade (QI) focada em MUC foi desenvolvido em conjunto e implementado pelas divisões de Neonatologia e Medicina Materno-Fetal e o alvo são recém-nascidos de alto risco de morte, que são os prematuros com menos de 30 semanas de gestação completas. A hipótese principal dos presentes autores era de que , em comparação com uma coorte controle, MUC seria associada a baixas taxas de HIV, ECN, e / ou morte grave antes da alta hospitalar. Foi previsto melhorias nos marcadores de estabilidade hemodinâmica, sem comprometer a reanimação neonatal imediata . Materiais e métodos • Comparação do grupo MUC com uma coorte retrospectiva de prematuros nascidos na Universidade de Utah entre janeiro de 2010 e agosto de 2011. • Foram incluídos neonatos de gestações únicas, gêmeos e trigêmeos que tiveram o parto abaixo de 30 semanas de gestação completas que necessitaram de reanimação . • A via de parto (vaginal ou cesárea) não foi um critério de exclusão, nem complicações maternas como descolamento placentário, distúrbios de implantação da placenta (prévia ou acreta ) e corioaminionite . • Os partos excluídos de acordo com as condições fetais foram os seguintes : suspeita de grande anomalia congênita ou doença genética, anemia fetal e hidropisia fetal . Materiais e métodos • O procedimento de MUC foi descrito por Hosono et al14. Imediatamente após o parto , o recém-nascido foi mantido a cerca de 10 cm abaixo do nível da placenta e as circulares de cordão foram liberadas . O cordão foi torcido os mais próximo possível da placenta e as ordenhadas eram no sentido do RN durante um período de 2-3 segundos . • O cordão foi então liberado, o que permitiu um breve segundo de pausa entre cada 2-3 movimento de ordenha; isto foi repetido num total de 3 vezes ao longo de um período maior que 30 segundos. • Após a realização do procedimento o cordão foi clampeado da maneira habitual e o recém-nascido foi entregue à equipe de ressuscitação. Nenhum esforço de reanimação foi iniciado durante o processo de ordenha. Materiais e métodos • Tempo de nascimento e Apgar foram iniciados quando a criança estava completamente nascida e não quando o cordão foi clampeado . • A coleta prospectiva de dados incluiu dados demográficos maternos, complicações obstétricas, o uso de esteróides no pré-natal e as características do trabalho de parto. • O número de vezes que o cordão foi ordenhado e a duração total foi registrada pelo obstetra . Variáveis neonatais incluíram abordagem à ressuscitação, escores de Apgar, temperatura de admissão e tempo de intubação e uso inicial do surfactante. Materiais e métodos • Também foi registrado o valor inicial de hematócrito e de quaisquer valores de hematócrito adicionais nas primeiras 24 horas de vida. • Foram determinadas quaisquer infusões volumétricas suplementares, flúidos de manutenção e uso de inotrópicos ou hidrocortisona dentro das primeiras 72 horas de vida. • Foram registradas as pressões máxima e mínima de sangue ( oscilométricos ou cateter de demora) durante as primeiras 24 horas de vida. • Foram registrados os dados em suporte ventilatório invasivo e não invasiva e o diagnóstico de displasia broncopulmonar às 36 semanas de idade. Materiais e métodos • Outras morbidades neonatais comuns foram monitoradas: ECN, qualquer intervenção cirúrgica para a retinopatia da prematuridade e o uso de qualquer terapia médica ou cirúrgica para a persistência do canal arterial . • Como padrão de atendimento da Unidade dos autores, todas as crianças nascidas com menos de 30 semanas de gestação realizaram pelo menos duas ecografias cranianas, com 5-10 dias de idade e com aproximadamente, 28 dias de idade . • A HIV foi graduada com base nos critérios desenvolvidos pela Papile et al15. Foram registradas a ocorrência de ventriculomegalia pós-hemorrágica, a colocação de um shunt e evidência de leucomalácia periventricular. Materiais e métodos Análise estatística -Quiquadrado ou Fisher foram usados na comparação de variáveis categóricas. -Student t test foi usado para análise das variáveis contínuas com distribuição normal (caso a distribuição fosse assimétrica, foi usado o Teste U de Mann-Whitney. -Cálculo da amostra com poder de 80%:no mínimo 115 RN no grupo prospectivo 9(grupo que sou a MUC) para demonstrar redução de 30% dos resultados compostos (HIV, ECN e/ou morte antes da alta hospitalar. -Análise de regressão logística foi realizada para testar fatores de risco independentes e as variáveis significantes (p<0.05) na análise univariada foram selecionadas para a análise de regressão logística). -A análise estatística foi realizada no sofware SPSS versão 19 Resultados • Foram identificados 342 prematuros com menos de 30 semanas de gestação que foram admitidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal entre 01 de janeiro de 2010 , e 31 de agosto de 2013 ; 166 bebês antes e 176 bebês após instituição do protocolo MUC . • Entre as crianças do controle, seis foram excluídos por anomalias fetais ou hidropisia, em comparação com as 18 crianças que nasceram durante o período MUC . • Assim, 160 crianças do grupo controle e 158 crianças do grupo MUC foram incluídos na nossa análise . Entre as 158 crianças que eram elegíveis para o MUC , 139 bebês foram MUC : uma criança foi ordenhadas duas vezes ; 113 crianças ( 82% ) foram ordenhadas três vezes ; 21 crianças (15%) foram ordenhadas quatro vezes e três crianças foram ordenhadas 5 vezes . Resultados • Não foram relatados eventos adversos com o procedimento MUC e todos as MUC foram concluídas em menos de 30 segundos. Haviam pequenas, mas significativas diferenças entre os grupos quanto à raça materna, corioamnionite clínica, descolamento prematuro da placenta e duração da ruptura de membranas > 24 horas antes do nascimento (Tabela 1). Tabela 1 Resultados • Os bebês que nasceram durante o período MUC eram mais velhos e mais pesados do que o grupo controle (Tabela 2) . Apesar do pequeno atraso na ressuscitação que está associado com MUC, não houve diferenças na temperatura de admissão, escores de Apgar , ou extensão de ressuscitação entre os grupos (Tabela 2). Também não houve diferenças entre os grupos quanto ao tipo de suporte ventilatório, assim como a sua duração e incidência de displasia broncopulmonar, retinopatia da prematuridade, persistência do canal arterial necessitando de tratamento, ventriculomegalia necessitando de tratamento ou leucomalácia ventricular (dados não mostrados).O grupo da MUC recebeu surfactante mais tarde (Tabela 2) Tabela 2 Resultados • A Tabela 3 mostra os dados do resultado para o grupo controle em comparação com crianças nascidas durante o período MUC. O valor de hematócrito ao nascer foi significativamente maior durante o período MUC e a proporção de crianças que recebeu bolsas de sangue foi significativamente inferior. • Estes efeitos foram significativamente diferentes da análise do subgrupo de RN de 27 semanas de gestação até 29 semanas 6 dias de gestação , mas somente o valor do hematócrito permaneceu significativamente diferente entre as crianças que nasceram com menos de 27 semanas de gestação (Tabela 3). • Quatro RN (2,5 %) no período de controle tinham um valor hematócrito > 60 % , mas nenhum dos níveis eram > 65 % . Entre as crianças MUC, 10 crianças (6,3%) apresentaram valores de hematócrito > 60% , com valor de hematócrito > 65% ( 66,9 %). Resultados • Nenhuma das crianças com valores de hematócrito > 60 % manifestou sinais de policitemia e hiperviscosidade. • Níveis de bilirrubina não foram diferentes em 24 horas de idade ( valores médios : grupo MUC , 4,7 mg / dL , vs grupo controle , 4,4 mg / dL; P 1/4 0,60 ), embora o nível do pico de bilirrubina na primeira semana de vida ser ligeiramente, mas significativamente superior na era do MUC comparado com o grupo controle histórico ( 2,2 mg / dL vs 2.4 mg / dL ). • Quase todos os recém-nascidos receberam fototerapia na primeira semana : 94 % daqueles no grupo MUC e 95 % dos do grupo de controle. Nenhum recebeu transfusão. As taxas mais baixas foram encontradas no período MUC de uso precoce de dopamina e administração de volume suplementar nas primeiras 24 horas de vida, apesar de apenas uma baixa taxa de uso de dopamina ter atingido significância (Tabela 3/Figura) . Resultados • As taxas reduzidos de dopamina e suporte volumétrico foram primariamente atribuíveis aos bebês que nasceram com menos de 27 semanas de gestação. Mesmo com o baixo uso de inotrópicos e suporte volumétrico, as médias de pressão arterial foram consistentemente mais elevada nas primeiras 24 horas de vida do período MUC. • Os bebês que nasceram durante a era MUC tiveram uma diminuição significativa do risco de apresentar um desfecho composto por HIV grave, ECN e da morte antes da alta hospitalar . Os resultados individuais de HIV grave, ECN e morte antes da alta hospitalar também foram significativamente diferentes entre os grupos. O maior efeito parecia estar em crianças com menos de 27 semanas de gestação Tabela 3 Figura Resultados • O modelo de regressão demonstrou que o fator de risco mais importante para o resultado final composto foi a idade gestacional ao nascimento (Tabela 4). Outros fatores de risco independentes incluíram um diagnóstico de corioamnionite clínica e descolamento placentária . • A análise de regressão também demonstrou uma associação significativa entre o resultado final composto e nascimento durante a era MUC comparado com o grupo controle histórico. Tabela 4 Discussão • Em uma coorte prospectiva de recém-nascidos prematuros de alto risco, abaixo de 30 semanas de gestação, relataram que um protocolo para MUC foi associado a um aumento significativo no valor do hematócrito e da pressão arterial, a redução do uso precoce de agentes inotrópicos e suporte volumétrico e menos bolsas de sangue, quando comparados com o grupo controle. • Nas análises univariadas, essas alterações foram acompanhadas por uma redução significativa no resultado final de HIV grave, ECN, e / ou a morte antes da alta hospitalar . Discussão • Na análise de regressão logística, a idade gestacional foi o mais importante preditor do resultado final ; no entanto, a MUC também teve um efeito benéfico positivo. • Sabe-se há décadas que a transfusão placentária , mais comumente feita por DCC, eleva o valor do hematócrito e aumenta o volume de sangue neonatal tanto em termo e bebês pré-termos17-21. • Os benefícios do DCC em prematuros incluem o aumento do volume de sangue3,20,22,23, melhoria da função circulatória e respiratória24-27, uma redução da necessidade de transfusão de sangue6,23,24,26,28,29, melhora da oxigenação cerebral30, redução da HIV5,23,24,28 e menos ECN28. Discussão • Adicionalmente, o sangue do cordão umbilical de prematuros extremos é uma fonte rica de células hematopoiéticas progenitoras31. A quantidade extra de células progenitoras que resultar do DCC tem o potencial tanto para aumento de glóbulos vermelhos como aumentar as defesas imunológicas do hospedeiro através da produção de leucócitos. • Efeitos adversos não foram identificados, exceto maior pico da concentração de bilirrubina28. • Houve apenas um relato que analisou o impacto do DCC no desenvolvimento neurológico em que investigadores encontraram evidências de melhores escores motores em 7 meses de idade corrigida em um pequeno grupo de prematuros do sexo masculino que receberam DCC32. Discussão • Embora não tenha sido demonstrado que o DCC melhore a sobrevida de prematuros23,24, os benefícios são amplamente reconhecidos. Apesar destes benefícios, houve relutância em adotar DCC nesta instituição e em outras com base em preocupações sobre o atraso da reanimação prematuros pré-termo33,34. • A MUC ao nascimento fornece uma alternativa prática para o DCC. O volume extra de sangue que pode ser levado ao bebê por MUC não foi relatado, mas é presumivelmente semelhante ao volume que acumulado com o DCC12. • Rabe et al12 relataram recentemente resultados clínicos e laboratoriais semelhantes quando se compara DCC e MUC. • Hosono et al11,14, em 40 RN<29 semanas relataram benefícios com a MUC (maior nível de hemoglobina inicial, maior pressão arterial,maior débito urinário, redução da transfusão sanguínea. Discussão • Até o momento, existem dados limitados sobre os resultados de MUC para coortes maiores. • Após a implementação de um protocolo de MUC, os presentes autores compararam dados de 158 RN extremamente prematuros nascidos ao longo de um período de 24 meses com os dados de um grupo controle histórico de 160 RN prematuros extremos que nascidos durante o período de 20 meses anterior. • Semelhante a estudos anteriores, os autores encontraram valores de hematócrito médios superiores ao nascer no grupo MUC, com menos transfusões de bolsas de hemácias nesse grupo. Discussão • Existe também a preocupação com as transfusões sanguíneas nos RN, como sobrecarga de volume , desequilíbrio metabólico ( especialmente hipercalemia ) , imunossensibilização, o potencial de transmissão de infecção36, o risco de ECN, de retinopatia da prematuridade e lesão pulmonar induzida pela transfusão sanguínea35,36. • Assim qualquer medida que reduza a necessidade de transfusão sanguínea favorece o prognóstico. • Semelhante a estudos anteriores, os autores relataram evidências de uma maior estabilidade hemodinâmica. Os bebês que foram submetidos a MUC tiveram a pressão arterial mais elevada no momento do nascimento e 24 horas após o nascimento. • A melhora da pressão arterial, apesar do uso significativamente menor de inotrópicos em comparação com o grupo controle, apoia o conceito de aumento do volume sanguíneo associado com a MUC . Discussão • As taxas de mortalidade e de morbidade para HIV grave e ECN foram 30-50% mais baixa durante o período DA MUC . Embora houvesse benefícios associados a MUC em bebês com <30 semanas de gestação (aumento do hematócrito e menos transfusões), o benefício mais evidente a partir dA MUC ocorreu em recém-nascidos que nasceram com < 27 semanas de gestação , com mais estabilidade hemodinâmica e menores taxas de morbidade grave . • No entanto, a análise de subgrupo deve ser avaliada com cuidado, pois o tamanho da amostra e poder cálculos foram baseados na população de todos os nascimentos com < 30 semanas de gestação. Discussão • Embora não tenha sido encontrado um valor significativamente maior para o pico do nível de bilirrubina na primeira semana de vida entre as crianças da era MUC ,os autores não acreditaram que a diferença de aproximadamente 1 mg / dL fosse clinicamente importante . • Apesar de fototerapia ter sido usada em quase todas as crianças, não há neste Serviço um protocolo rigoroso que dita o nível de bilirrubina em que a fototerapia deve ser considerada e as diferentes condutas na prática pode ter aumentado o uso nesta Equipe Neonatal, com base em um estudo recente da Rede Neonatal37. Apesar das evidências de seus benefícios para prematuros, nem o DCC nem a MUC foram amplamente adotados na prática9. • Obstetras e pediatras têm relutado em adotar a ordenha do cordão (MUC) ou o atraso no clampeamento do cordão (DCC) por uma série de razões, que incluem preocupação com adiamento da reanimação38. Discussão • Neste presente estudo, foi demonstrado que não houve diferença na quantidade de reanimações necessárias entre as crianças que se submeteram ou não a MUC. • Esta informação (somado a uma melhoria significativa na estabilidade hemodinâmica, na diminuição do uso de suporte volumétrico, na diminuição da necessidade de suporte vasopressor e uma diminuição da necessidade de derivados sanguíneos) fornece um forte argumento para MUC na população de prematuros . • MUC é uma intervenção sem custo que está associado a nenhum risco aparente, mas um benefício demonstrável em pré-termos. Com base na literatura disponível e os resultados iniciais, a MUC tornou- se o protocolo padrão na Instituição em que ocorreu este estudo para todas as crianças que nascem com < 30 semanas de gestação . Discussão • Existem várias limitações neste estudo . Não é um estudo controlado randomizado. Este tipo de estudo foi escolhido com base nos dados disponíveis no que diz respeito aos potenciais riscos e benefícios limitados da MUC . • Diante da força das evidências disponíveis, não se recomenda randomização para nenhuma intervenção. As diferenças significativas observadas na idade gestacional idade, peso ao nascer e as taxas de descolamento prematuro da placenta entre os grupos, apesar de pequena, poderiam potencialmente favorecer os resultados do período MUC. • As razões para esta diferença de idade gestacional não parecem estar relacionados a qualquer outro protocolo ou de alterações da prática obstétrica durante o período estudado . Discussão • A idade gestacional foi o preditor mais importante do resultado final, que apoia a prática clínica atual visa aumentar idade gestacional o quanto for possível, antes do nascimento prematuro para diminuir as taxas de morbidade e mortalidade . • Além disso , isso sugere que a MUC pode não ser tão benéfica para as crianças que nascem em idades gestacionais mais avançadas. O grupo de comparação é uma coorte recente retrospectiva; embora não iniciar quaisquer outras alterações no tratamento obstétrico ou neonatal global durante período de intervenção (MUC) , é possível que tenha ocorrido mudanças reconhecidas cuidados neonatais.. • Apesar do DCC e MUC parecem ser semelhantes em muitos aspectos , eles não são idênticos. Discussão • Os benefícios imediatos parecem ser comparáveis; porém ainda não ha dados de acompanhamento suficientes sobre bebês submetidos a MUC para determinar se os benefícios a curto prazo se traduzem em melhorias no neurodesenvolvimento a longo prazo ou como os bebes da MUC se comparariam ás crianças do DCC • MUC parece ser um método seguro e eficaz para melhorar a estabilidade hemodinâmica precoce e reduzir a morte e / ou morbidades graves entre bebês que nascem com < 30 semanas de gestação . • Este procedimento sem custo não afeta as necessidades de reanimação ou os escores de Apgar e não tem aparente aumento dos riscos neonatais. Um estudo com uma escala maior é necessário para o acompanhamento do neurodesenvolvimento e para uma melhor definição dos benefícios e riscos da MUC a longo prazo nesta população de alto risco. ABSTRACT Beijos pra você Dr Paulo Ddas Juliana Passos, Juliana Beal, Carolina e Andréia Bastos e filha Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto Consultem também! É hora de implementar o clampeamento tardio do cordão Autor(es): McAdams RM. Apresentação: Gustavo Lima Almeida Pimpão, Paulo R. Margotto • O American College of Obstetriciams and Gynecologists Comitte, junto à American Academy of Pediatrics sustentam a tese de que esperar 30-60 segundos após nascimento do prematuro abaixo do nível da placenta é benéfico, incluindo a melhora da circulação transicional com: redução da necessidade de uso de inotrópicos, melhor estabilidade hemodinâmica, menor necessidade de hemotransfusão assim como, menores taxas de hemorragia intraventricular (todos os graus) e enterocolite necrosante, além de diminuir a anemia e a deficiência de ferro. Este procedimento é seguro para as mães (sem risco de hemorragia pós-parto) e bebês, tanto pré-termos como a termo. Esta prática dever ser padronizada para evitar variação de conduta. Em situações que não seja possível (para não atrasar o início da reanimação) os estudos sinalizam com a ordenha de cordão. • Há necessidade de uma maior valorização e conscientização de que tais minutos preciosos podem fazer grande diferença Entendendo a transição hemodinâmica ao nascimento Autor(es): Marlyn B. Escobedo (EUA). Realizado por Paulo R. Margotto • Escobedo, a partir do estudo de Bhatt S enfatiza A IMPORTÂNCIA DE SE LIGAR O CORDÃO UMBILICAL APÓS O ESTABELECIMENTO DA RESPIRAÇÃO, melhorando a estabilidade cardiopulmonar durante a transição imediata para a vida neonatal após o nascimento do prétermo. Quando o nascimento é a termo, o RN respira rapidamente, mas o pré-termo, de 29 semanas isto não ocorre; ele poderia ser estimulado suavemente, dar a ele um tempinho para ele respirar e fazer o clampeamento a seguir. Lógico esta é uma situação em que encontramos o RN razoavelmente bem ao nascimento. Isto tem a ver com o que foi dito aqui: ser suave e gentil com o bebe ao nascer, porque nos bastidores, quando o RN respira,mesmo que não chore muito alto, a capacidade funcional residual começa a se restabelecer , a resistência vascular pulmonar cai e o débito do VD vai para os pulmões e o sangue oxigenado retorna para o AE e a pressão do AE aumenta e ocorre o fechamento do forâmen oval. O principal é que ocorre o enchimento do VE e o débito do VE melhora, a perfusão pulmonar continua a aumentar. Há uma reversão do fluxo no canal arterial, embora não feche imediatamente e depois clampeamos o cordão e o bebê fica tranquilo e nós também. Pensar nas Cataratas do Iguaçu quando estivermos na Sala de Parto recepcionando estes bebês. Esta catarata é o fluxo que chega aos pulmões e queremos que este fluxo chegue aos pulmões do bebê ao fazer esta transição. Promovendo a transição fisiológica ao nascimento: Reavaliação da reanimação e momento de clampeamento do cordão Autor(es): S. Niermeyer, S. Velaphi . Apresentação: Juliana Ferreira Gonçalves • Quando o cordão umbilical é clampeado imediatamente após o nascimento há um risco maior de apnéia e queda do débito cardíaco levando a necessidade de pressão positiva. • O RN que ainda não apresentou a primeira respiração espontânea o clampeamento precoce do cordão umbilical pode levar à bradicardia. • Medidas como a administração esteróide pré-natal na mãe, clampeamento tardio do cordão e uso de baixas concentrações de oxigênio durante a reanimação são medidas simples e de grande impacto para em países pobres ou subdesenvolvidos. Em situações onde o atraso do clampeamento do cordão não for possível, ordenha do cordão pode conseguir resultados semelhantes ao atraso no clampeamento do cordão. • Como melhorar o débito cardíaco no recém-nascido ventilado? Autor(es): Benjamim J Stenson (UK). Realizado por Paulo R. Margotto • Hosono S, et al (Blood pressure and urine output during the first 120 h of life in infants born at less than 29 weeks' gestation related to umbilical cord milking. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2009 Sep;94(5):F328-31) randomizaram 40 RN prematuros entre 24 e 28 semanas (20 com clampeamento imediato e 20 após breve período de ordenha; alguém segura 30 cm de cordão umbilical cheio de sangue e 10 cm/segundo ordenha o sangue de volta para o RN e depois deixa o cordão encher novamente). Os grupos foram semelhantes. A hemoglobina inicial foi significativamente maior no grupo da ordenha (16,5 versus 14,1g%). Durante as primeiras 12 horas, a pressão arterial foi significativamente maior no grupo da ordenha. O débito urinário foi, nas primeiras 72 horas, significativamente maior no grupo com ordenha do cordão. Acho interessante esta conduta para o RN que está mal ao nascer: ao fazer a ordenha por 10-20 segundos podemos dar ao RN a oportunidade de ter um volume sanguíneo maior, o que pode fazer toda a diferença no prognóstico. No entanto, há certa preocupação de que esta ordenha vigorosa do cordão possa ter um efeito sobre o endotélio dos vasos sanguíneos e jogar coisas ruins para o sangue. Precisamos de mais pesquisas antes de concluir que é uma prática segura. Mudanças na pressão arterial sistólica e diastólica nos primeiros 120 minutos de vida (Milked: grupo com ordenha do cordão) Hosono S et al) Mudanças no volume urinário nas primeiras 120 horas (Milked: grupo com ordenha do cordão (Hosono S et al) OBRIGADO! Ddas Lara, Andréia, Juliana Beal, Carolina,Juliana Passos e DR. Paulo R. Margotto