Na Grécia antiga a maior das divindades era a Terra (Deusa Gaia), deusa da fecundidade, criadora de tudo. Acima do deus Zeus (todopoderoso) havia o poder do qual ele era impotente – esse poder era feminino – Moira- deusa da sorte. Na Antiguidade grego-latina existia o culto a Mãe Universal (Deusa Deméter). Na mesma proporção que os mistérios passaram a ser racionalizados, as mulheres foram perdendo sua semelhança com o sagrado, as religiões foram descaracterizando o aspecto deusa e construindo um deus masculino, e começaram os registros da história ocidental. E em toda a Grécia o papel da mulher (na aristocracia) era restrito à procriação, sem valorização familiar ou amorosa. Seu papel maternal deveria ser cumprido até que o filho cumprisse a idade de 7 anos quando então a criança lhe era retirada. A única exceção do papel da mulher na sociedade grega se dava no Pitagorismo. Na escola filosófica e confraria religiosa pitagórica a mulher detinha os mesmos direitos dos homens, seja para a educação, para a iniciação, para ministrar aulas ou cultos. Os órfico-pitagóricos formavam uma confraria religiosa consagrada ao culto das Musas (deusas da cultura). Os membros da aristocracia grega, que não puderam ingressar na irmandade, não se conformavam com o fato de que mulheres foram aceitas enquanto eles foram rejeitados. O critério de seleção era o caráter e não a posição social. A opção pela igualdade causou a perseguição e morte dos principais líderes do pitagorismo, dentre eles, Pitágoras. A mulher no contexto do Império Romano não era diferente da que fora a mulher grega, embora seu papel familiar tivesse um pouco mais de valor e as aristocratas pudessem ter mais acesso ao conhecimento. As deusas eram presentes e cultuadas, mas sua associação ao feminino parece ter sido esquecida.