Número de famílias com dívidas recua ligeiramente em janeiro O percentual de famílias com dívidas recuou ligeiramente entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o número de endividados registrou alta. O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso também apresentou a mesma tendência, recuando comparativamente a dezembro, mas aumentando em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já o percentual de famílias que não terão condições de pagar suas contas em atraso recuou tanto na comparação mensal quanto na anual. Síntese dos resultados (% em relação ao total de famílias) Total de endividados Dívidas ou contas em atraso Não terão condições de pagar Janeiro/2012 58,8% 19,9% 6,9% Dezembro/2012 60,7% 21,7% 7,0% Janeiro/2013 60,2% 21,2% 6,6% O percentual de famílias que relataram ter dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros iniciou o ano com leve queda, alcançando 60,2% do total. Em dezembro de 2012, 60,7% haviam declarado ter tais dívidas. Houve alta em relação a janeiro de 2012, quando os endividados representaram 58,8% das famílias. O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso também recuou no início do ano, embora tenha superado o nível observado no primeiro mês do ano anterior. O percentual de famílias inadimplentes alcançou 21,2% em janeiro de 2013, ante 21,7% em dezembro de 2012 e 19,9% em janeiro de 2012. Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso reduziu-se entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, passando de 7,0% para 6,6%. Em janeiro de 2012, 6,9% haviam declarado que continuariam inadimplentes. A queda do número de famílias endividadas entre dezembro e janeiro deu-se em ambas as faixas de renda pesquisadas. Para a faixa com renda inferior a dez salários mínimos, o percentual de famílias com dívidas alcançou 61,5% em janeiro de 2013, ante 61,9% em dezembro de 2012 e 59,6% em janeiro de 2012. Para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o percentual de endividados passou de 54,6%, em dezembro de 2012, para 54,2% em janeiro de 2013. Em janeiro de 2012 o percentual de famílias com dívidas nesse grupo de renda era de 53,4%. A queda do número de famílias com contas ou dívidas em atraso entre os meses de dezembro e janeiro ocorreu em ambas as faixas de renda. Na comparação entre janeiro de 2012 e janeiro 1 de 2013, houve alta em ambas as faixas de renda. Na faixa de menor renda, o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso ficou praticamente estável entre dezembro e janeiro, passando de 23,4% para 23,3%. Em janeiro de 2012, 21,3% das famílias nessa faixa de renda haviam declarado ter contas em atraso. Já no grupo com renda superior a dez salários mínimos, o percentual de inadimplentes alcançou 12% em janeiro de 2013, ante 13,8% em dezembro de 2012 e 11,4% em janeiro de 2012. A análise por faixa de renda do percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso acusou queda, tanto na comparação mensal quanto na anual, apenas para o grupo de renda superior a dez salários mínimos. Neste grupo, o indicador alcançou 2,5% em janeiro de 2013, ante 3,7% em dezembro de 2012. Na comparação com janeiro de 2012, houve queda de 0,1 ponto percentual. Para o grupo com renda até dez salários mínimos, o percentual de famílias sem condições de quitar seus débitos ficou estável entre dezembro e janeiro, em 7,8%. Em relação a janeiro de 2012 houve alta de 0,2 ponto percentual. Nível de endividamento (% em relação ao total de famílias) Categoria Janeiro/2012 Dezembro/2012 Janeiro/2013 Muito endividado 14,2% 12,1% 12,0% Mais ou menos endividado 22,2% 21,5% 20,7% Pouco endividado 22,4% 27,2% 27,5% Não tem dívidas desse tipo 39,6% 38,4% 38,8% Não sabe 1,4% 0,8% 0,9% Não respondeu 0,2% 0,2% 0,1% Apesar da elevação da proporção das famílias com dívidas na comparação anual, o percentual de famílias que relataram estar muito endividadas recuou de 14,2%, em janeiro de 2012, para 12,0% em janeiro de 2013. Em dezembro de 2012, esse percentual ficou de 12,1%. Na comparação entre janeiro de 2012 e janeiro de 2013, a parcela que declarou estar mais ou menos endividada passou de 22,2% para 20,7%, e a parcela pouco endividada passou de 22,4% para 27,5% do total dos endividados. Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 58 dias em janeiro de 2013 – inferior aos 62,8 dias de janeiro de 2012. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de 6,5 meses, sendo que 26,0% estão comprometidas com dívidas até três meses, e 27,3 %, por mais de um ano. Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas caiu na comparação anual, passando de 30,5% para 29,4%, e 18,6% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas. O cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 74,0% das famílias endividadas, seguido por carnês, para 19,7%, e, em terceiro, por financiamento de carros, para 11,9%. Para as famílias com renda até dez salários mínimos, o cartão de crédito, por 74,9%, 2 carnês, por 21,2%, e crédito pessoal, por 9%, são os principais tipos de dívida apontados. Já para famílias com renda acima de dez salários mínimos, os principais tipos de dívida apontados em janeiro de 2013 foram: cartão de crédito, para 71,0%, financiamento de carro, para 24,9%, e carnês, para 12,9%. Tipo de dívida (% de famílias) Janeiro de 2013 Tipo Total Cartão de crédito Cheque especial Cheque pré-datado Crédito consignado Crédito pessoal Carnês Financiamento de carro Financiamento de casa Outras dívidas Não sabe Não respondeu 74,0% 7,2% 2,6% 5,2% 8,9% 19,7% 11,9% 5,2% 2,2% 0,2% 0,4% Renda familiar mensal Até 10 SM + de 10 SM 74,9% 6,0% 2,3% 4,5% 8,4% 21,2% 9,0% 4,0% 2,4% 0,2% 0,5% 71,0% 12,3% 3,8% 8,3% 10,7% 12,9% 24,9% 10,4% 0,9% 0,2% 0,2% Apesar do percentual de famílias endividadas ter iniciado o ano com ligeira queda, houve alta na comparação com janeiro do ano passado. As políticas de estímulos ao crédito e à aquisição de bens duráveis exerceram impacto moderado sobre o número de famílias endividadas. Entretanto, a percepção das famílias em relação ao seu endividamento é, em geral, positiva, e a proporção de famílias que se declararam muito endividadas ficou praticamente estável na comparação mensal, recuando na comparação anual. O número de famílias que declararam ter contas ou dívidas em atraso recuou em janeiro, após três meses de alta. A percepção em relação à capacidade de pagamento também se manteve positiva, com a proporção de famílias que relataram não ter condições de pagar suas contas em atraso reduzindo-se tanto na comparação mensal quanto na anual. Apesar da tendência recente de alta do endividamento, a trajetória de queda dos spreads bancários e o mercado de trabalho ainda aquecido proporcionam condições para indicadores de inadimplência ainda favoráveis. 3 Sobre a Peic A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores. Das informações coletadas, são apurados importantes indicadores: percentual de consumidores endividados, percentual de consumidores com contas em atraso, percentual de consumidores que não terão condições de pagar, tempo de endividamento e nível de comprometimento da renda. O aspecto mais importante da pesquisa é que, além de traçar um perfil do endividamento, permite o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dívidas e sua percepção em relação a sua capacidade de pagamento. Existem muitos indicadores nacionais de crédito e inadimplência, que, entretanto, dizem pouco sobre o endividamento do consumidor e nada em relação a sua percepção da capacidade de pagamento. Com o aumento da importância do crédito na economia brasileira, sobretudo o crédito ao consumidor, o acompanhamento desses indicadores é fundamental para analisar a capacidade de endividamento e de consumo futuro deste, levando-se em conta o comprometimento de sua renda com dívidas e sua percepção em relação a sua capacidade de pagamento. Assim, essa pesquisa representa, também, um importante indicador antecedente do consumo e do crédito. Os principais indicadores da Peic são: Percentual de famílias endividadas – percentual de consumidores que declaram ter dívidas na família nas modalidades: cheque pré-datado, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros; Percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso – percentual de consumidores com contas ou dívidas em atraso na família; Percentual que não terá condições de pagar dívidas – percentual de famílias que não terão condições de pagar as contas ou dívidas em atraso no próximo mês e, portanto, permanecerão inadimplentes; Nível de endividamento – entre muito, mais ou menos ou pouco endividados; Principais tipos de dívida – entre cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro, financiamento de casa e outras dívidas; Tempo de atraso no pagamento – entre até 30 dias, de 30 a 90 dias e mais que 90 dias; e Tempo de comprometimento com dívidas – entre até três meses, de três a seis meses, de seis meses a um ano e maior que um ano. 4