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Comportamento & Saúde
Elogie o esforço da criança,
não as suas características
Crianças que recebem
elogios por seus esforços são
mais propensas a preferir tarefas desafiadoras, é o que sugere pesquisa realizada pelas
universidades de Temple e de
Chicago, nos Estados Unidos.
Segundo o estudo, elogios focados no esforço da
criança, como dizer “parabéns,
você trabalhou duro para isso
e mereceu conseguir”, ensina
aos pequenos que suas ações
são fontes de sucesso, levando-os a acreditar que podem
melhorar seu desempenho através do trabalho duro.
Por outro lado, elogios
focados nas características
da criança, como “você é uma
criança esperta”, enviam a mensagem de que a capacidade
dela é fixa, o que pode resultar
na diminuição da persistência e
do desempenho.
O estudo, que envolveu
53 crianças que tinham idades
entre um e três anos no início
do processo e foram posteriormente analisadas quando
completaram entre sete e oito,
foi publicado online na revista
Child Development.
Para melhorar sua criatividade
entre em contato com a natureza
Quem está enfrentando
bloqueios criativos pode entrar
em contato com a natureza
para resolver o problema. Porém, para que isso funcione,
pode ser preciso deixar aparelhos eletrônicos em casa.
Um novo estudo mostra que viajar de mochila durante quatro dias na natureza
sem laptops, telefones ou outros aparelhos pode aumentar
a criatividade em 50%.
“A natureza parece ser
uma das formas mais eficazes
de acalmar a mente de alguém
e melhorar o pensamento criativo por deixar preocupações
de lado”, explica o pesquisador
David Strayer, da Universidade
de Utah (EUA). “Existe a preocupação de que estar constantemente em um ambiente
moderno urbano com buzinas
e tecnologia anula as propriedades restauradoras da natureza”. Strayer aconselha que, ao
fazer trilhas, não se deve levar
gadgets, e sim tentar se concentrar no ambiente.
Meditação torna as pessoas
mais compassivas
A meditação parece ser uma
prática tão benéfica que os cientistas têmse perguntado “Por que a meditação tem
tantos efeitos positivos?”.
Ainda assim, a maioria dos pesquisadores tem dado atenção aos benefícios da meditação sobre o cérebro e o
corpo, ou seja, sobre o hardware.
Paul Condon e David DeSteno, da Universidade Northeastern (EUA)
queriam ir além do corpo, olhando para o
“software” humano.
Eles então projetaram um estudo para avaliar se a meditação pode ter
um impacto sobre aspectos mais espirituais, como a compaixão e a harmonia
interpessoal.
Várias tradições religiosas, sobretudo o budismo, afirmam que a meditação faz exatamente isso, mas os
cientistas precisam de suas tradicionais
“provas”, do tipo que possam ser repetidas por outros pesquisadores de forma
sistemática.
No conceito budista, a compaixão é definida como a capacidade que alguém apresenta para sentir plenamente a
situação de uma outra pessoa - de forma
mais ampla, de todas as outras pessoas
e de todos os seres vivos.
Cenário cruel
Os voluntários foram divididos
em grupos, e submetidos a dois tipos de
prática de meditação, ambos com duração de oito semanas.
Ao final, eles foram submetidos
a testes para avaliar seus níveis de compaixão e interesse pelo sofrimento alheio.
O teste consistiu em um cenário em que um ator entrava com demonstração de dor para participar daquilo que os voluntários acreditavam
ser apenas mais uma etapa do estudo.
Além de não saberem que estavam junto a atores e nem que estavam sendo testados, os participantes
foram instruídos a não fazer contato
com nenhuma outra pessoa na sala.
Mais do que isso, a sala estava
cheia de outros atores, instruídos a não
ajudar o indivíduo com dor - assim que
ele entrava, os demais atores disfarçavam olhando um livro ou mexendo com
celular.
Aí está a prova
Entre os participantes do grupo
de controle, que não tiveram qualquer
treinamento de meditação, apenas 15%
tentou ajudar o ator que chegava aparentando sofrimento.
Entre os meditadores, o nível
de auxílio chegou aos 50% - o resultado foi o mesmo para os dois tipos de
meditação avaliados.
“O aspecto verdadeiramente
surpreendente deste resultado é que a
meditação tornou as pessoas dispostas a agirem virtuosamente - ajudando
o outro que estava sofrendo - mesmo
em face de uma norma direta para não
fazê-lo,” disse DeSteno.
“O fato de os outros atores estavam ignorando a dor criou um ‘efeito
espectador’ que, normalmente, tende
a reduzir a disposição para ajudar. As
pessoas se perguntam ‘Por que eu deveria ajudar alguém, se ninguém está
fazendo isto?’,” comenta o pesquisador.
Estes resultados parecem provar algo que os budistas têm dito há
muito tempo, que a meditação leva as
pessoas a experimentar mais compaixão e mais amor por todos os seres
sencientes.
Mas, mesmo para os não-budistas - nenhum dos participantes era
budista e nem havia feito meditação antes - os resultados oferecem uma prova científica de que a meditação altera
positivamente as avaliações morais dos
indivíduos.
Fonte: Diário da Saúde
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Júlio César Cerqueira
Psicólogo Clínico (CRP 29.457)
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