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ós, mulheres trabalhadoras, enfrentamos muitos problemas
em nosso cotidiano por conta do machismo. Sofremos com as
cantadas, com o encoxamento no transporte público, com o
medo de assaltos e estupros, andando por ruas quase sempre
desertas e mal iluminadas na região, e muitas vezes somos alvo da
violência doméstica. Apesar de estarmos no mercado de trabalho,
estamos em postos com baixa remuneração ou na informalidade,
além de acumularmos a responsabilidade pelo trabalho doméstico,
cuidado e criação dos nossos filhos.
A dupla jornada de trabalho dentro e fora de casa, além de
desgastante, ausenta a responsabilidade dos governos e patrões em oferecer creches
públicas nos locais de trabalho e estudo, ou de oferecer restaurantes e lavanderias
coletivas. Assim, nos exploram duas vezes se utilizando da ideologia machista de que
devemos ser "trabalhadoras, mães e donas de casa perfeitas". Só na zona sul são cerca
de 60 mil crianças a espera de vaga em creche, fazendo com que, por vezes,
abandonemos nossos trabalhos e estudos para cuidar dos filhos ou deixemos eles com
outras mulheres.
A gestão Haddad não vai cumprir sua promessa de campanha de construir 172
creches junto com o governo Dilma que acaba de fazer um corte de 9 milhões no
orçamento destinado à educação! Negam a educação infantil como direito da criança e
uma necessidade dos pais que trabalham fora.
MML começa a se organizar na zona sul
O movimento mulheres em luta é uma organização de mulheres jovens e
trabalhadoras que lutam pelas pautas que afetam diretamente as mulheres, devido o
machismo na sociedade. Assim, lutamos para combater a violência de todas as firmas
contra a mulher, para garantir creches, por emprego e salário digno, etc.
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nossas reuniões e atividades
Estamos nas ruas para resgatar nossa história de luta e resistência. Para que
não sejamos mais vistas como "a carne mais barata do mercado". Negras e jovens
estão constantemente expostas à violência sexual e policial na periferia. Somos cerca
de 60% das vítimas da violência doméstica. É negra e feminina a cara dos estágios
temporários, telemarktings e empresas terceirizadas. Formamos o maior exército de
empregadas domésticas da América Latina: cerca de 7 milhões de mulheres,
majoritariamente negras.
O governo Dilma vem atacando cada vez mais os nossos direitos, legalizando a
precarização das trabalhadoras terceirizadas por meio do Projeto de Lei da
terceirização (PL 4330) ou da PEC das domésticas, que nos nega os direitos básicos da
CLT. Além disso, cortou verbas da saúde, educação, programas habitacionais e mudou
os critérios para recebermos o auxílio do seguro desemprego, pensão por morte e
auxílio reclusão.
A guerra interna nas periferias entre traficantes e policiais têm vitimado nossos
filhos e parentes em um verdadeiro extermínio do povo pobre e negro. Além da dor e da
burocracia para obter esses auxílios, os governos ainda querem jogar sua
responsabilidade pelo aumento da violência, culpabilizando e criminalizando ainda
mais os pobres e negros com a redução da maioridade penal, ao invés de combater as
raízes da violência com trabalho decente, educação de qualidade e perspectiva de
futuro para juventude negra. Enquanto isso os peixes grandes, os corruptos do
congresso nacional, os envolvidos da Lava Jato, como Eduardo Cunha, seguem
impunes! Por isso, devemos nos organizar e construir uma grande greve geral contra os
ataques desse governo!
É preciso acabar com os grilhões da escravidão aos quais insistem em nos
acorrentar! Nossa luta tem a resistência de Dandaras e Anastácias, e a rebeldia das
Haitianas que resistem, por mais de nove anos, à truculenta ocupação militar do Brasil
no Haiti!
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