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Segunda-feira
7 de dezembro de 2015
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Economia
MERCADO DE TRABALHO
Profissionais devem ser ativos
na busca por emprego em 2016
Luiz Eduardo Kochhann
[email protected]
A taxa de desemprego no Brasil atingiu
os 7,9% em outubro passado, o índice mais
elevado para o mês desde 2007, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A construção civil, por exemplo,
desacelerou suas contratações após o boom
de anos anteriores, enquanto a indústria automobilística demitiu milhares de pessoas.
Na avaliação de especialistas em recursos
humanos, a perspectiva para 2016 é de um
cenário de oportunidades escassas, onde
a tendência é que as empresas valorizem
profissionais da casa. Enquanto isso, quem
procura um emprego deve ter uma postura
mais ativa.
Para o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Rio Grande
do Sul (ABRH-RS), Orian Kubaski, o próximo
ano deve seguir nos mesmos termos de 2015.
“Será um ano difícil para os trabalhadores e
para as empresas. Apenas em 2017, começaremos a mudar o rumo dessa história”,
projeta. Até lá, com o aumento da competitividade, segundo Kubaski, permanecem
nas empresas os profissionais com maiores
capacidades de entrega e adaptação às dificuldades. “Quem está fora do mercado, por
outro lado, precisa estar ativo, se colocando
à disposição da sua rede de contatos.”
A primeira dica é cadastrar o currículo
em sites especializados, como o LinkedIn.
Outra postura recomendada pelos especialistas é pesquisar sobre a empresa pela qual
tem interesse em se candidatar a uma vaga.
Inclusive, depois de informar-se sobre as necessidades de quem está contratando, apresentar projetos pode ser uma maneira de se
colocar à disposição. “As oportunidades vão
se afunilar também pela tendência de redução do mercado de trabalho nos moldes atuais e o surgimento de modelos de contrata-
ção mais flexíveis”, destaca o presidente da
Fractal Resultados, empresa de consultoria
de gestão, João de Lima.
Nesse cenário, o foco do setor de recursos humanos deve estar na busca de talentos no seu quadro de funcionários. A Cia
Hering, que possui mais de 7,7 mil colaboradores, aposta em ações “on the job”, para
identificar, reter e motivar essas pessoas. O
termo em inglês, do jargão dos recursos humanos, define práticas de treinamentos realizadas no dia a dia, dentro da rotina dos funcionários. Segundo a diretora de Gestão de
Pessoas e Organização, Alessandra da Costa
Morrison, embora a empresa esteja aberta a
contratar do mercado, a estratégia atual representa 70% do investimento da área. Por
outro lado, ações formais de aprendizado
abocanham apenas 10%.
“Dessa maneira, em 2015, elevamos
nossos índices de aproveitamento interno de
profissionais de 20% para 66%”, comemora
JOÃO MATTOS/JC
Empresas apostam em estratégias para motivar talentos no quadro de funcionários
Cadastro em sites especializados é essencial
Alessandra. Quando é necessário buscar profissionais fora da companhia, especialmente
em um quadro competitivo como o que se
desenha para 2016, a flexibilidade é considerada uma característica essencial observada
pela companhia. “Com um mercado de trabalho dinâmico como o varejista, adaptabilidade é essencial, pois os colaboradores precisam navegar no contexto de acordo com a
forma que ele se apresenta”, explica.
SERVIÇOS
Estudo aponta que Brasil tem a quarta maior inflação médica do mundo
Luana Casagranda
[email protected]
A situação econômica do Brasil em 2015 causou impactos também na área da saúde. De acordo
com uma pesquisa internacional
da Mercer Marsh Benefícios, consultora especializada em gestão de
benefícios e saúde, realizada com
29 países, o Brasil registrou um
crescimento de 17% nos custos de
09 de dezembro de 2015 | 12h
Largo Visconde de Cairu, 17 - 7º andar
José Galló,
Presidente da Lojas Renner
Tema:
Feliz 2018!
Vitrine
Assinatura do Protocolo de intenções:
Projeto de Restauração do Edifício Palácio do Comércio
- Lei Rouanet.
Informações:
[email protected] - 51 3214.0200
Realização
saúde neste ano. Segundo o estudo, no mundo, a inflação médica
projetada é de 10,5%. O aumento
brasileiro foi o quarto maior na
relação dos países analisados, ficando atrás apenas da Argentina
(29%), Vietnam (23,4%) e Tailândia (17,9%). O continente latino
registrou, em média, duas vezes
maior inflação médica do que a verificada na maioria dos 29 países.
O termo inflação médica representa o aumento dos custos
relacionados à saúde em relação
à taxa de inflação econômica. De
acordo com Renato Cassinelli, diretor da Mercer Marsh Benefícios
para América Latina e Caribe, a
taxa médica é geralmente superior
à inflação normal, já que leva em
conta outros fatores. No caso brasileiro, o aumento na expectativa
de vida influencia diretamente. “A
idade média do trabalhador tam-
bém está subindo, o que amplia
os gastos assistenciais demandados pela população”, explica. Ele
aponta ainda a melhora na tecnologia como outro fator impactante,
já que muitos equipamentos e remédios são importados e vêm de
fora atrelados ao dólar.
Além de fazer com que boa
parte da população abra mão dos
planos privados, a atual inflação
médica brasileira tem gerado impacto também no custo das empresas que oferecem planos de saúde
para os funcionários.
Cassinelli acrescenta que, no
continente, ela gera o segundo
maior custo na folha de pagamento e tem crescido acima da massa salarial. Ele afirma ainda que
tem sido observado um aumento
na procura dos serviços médicos
em função de uma preocupação
dos funcionários com os cortes
nas empresas. “O trabalhador acaba pensando que tem de aproveitar enquanto ainda tem o plano, o
que aumenta os gastos das empresas com saúde”, explica o diretor
da Mercer.
A falta de orientação para o
uso racional tanto por parte dos
profissionais da medicina quanto por parte dos usuários e beneficiários também acaba gerando
reflexo nos custos de assistência
médica. Dentro das companhias,
a cultura de promoção e da pre-
MERCER MARSH/DIVULGAÇÃO/JC
Cassinelli sugere uso racional
venção de doenças ainda não é comum, o que faz com que os serviços só sejam utilizados quando os
funcionários adoecem, ampliando
dessa forma os gastos. Uma das
estratégias que vêm sendo amplamente adotadas pelas empresas
para driblar os gastos com saúde, de acordo com Cassinelli, é o
compartilhamento dos custos de
assistência médica com os funcionários. “Os gerentes têm de buscar
novas formas de enfrentar essa situação dentro das empresas, porque não existe expectativa de que
a situação se estabilize, mas que
siga ampliando a representatividade no custo total das corporações”, acredita.
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