XXI SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE
POLÍTICA ECONÔMICA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
07 E 08 DE OUTUBRO DE 2009
PAINEL 3 - A Crise Global, a Indústria e
o Setor de Serviços no Brasil
Márcio Antônio Salvato
(IBMEC Minas / EPGE-FGV/RJ)
A Crise Financeira
• Crise:
– Hipotecas subprime:
• empréstimos hipotecários de alto risco e de taxa variável
concedidos às famílias "frágeis", (ninja = sem renda, sem
emprego e sem patrimônio).
– criaram derivativos negociáveis no mercado
financeiro:
• instrumentos sofisticados para securitizá-las, isto é,
transformá-las em títulos livremente negociáveis - por elas
lastreados - que passaram a ser vendidos para outros
bancos, instituições financeiras, companhias de seguros e
fundos de pensão pelo mundo afora.
A Crise Financeira
• Crise:
– 2005: aumento dos juros para conter inflação
• Recessão afeta a demanda por imóveis (redução dos
preços) e aumenta a inadimplencia dos ninja.
• Impossibilidade de renegociação destes títulos gera efeito
dominó sobre o sistema financeiro
• Consequencia:
– Redução do crédito interbancário
– Redução do nível de demanda
– Redução da atividade econômica
A Crise Financeira
• Problema econômico:
– Efeito substituição: redução do consumo de bens duráveis e
semi-duráveis.
– Efeito renda: redução do consumo de bens de capital
• Redução da Demanda externa por commodities:
– Afeta a o preço das commodities e implica reduçao da produção
• “Ilusão”: economia real brasileira não seria atingida por
causa dos fortes fundamentos econômicos que
construímos.
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Produção Industrial - jan/02 a jul/09
IBGE (2002=100)
230
210
190
170
150
130
110
90
70
Bens de Capital
Bens de Consumo (total)
Bens de Consumo (semiduráveis e não duráveis)
Bens Intermediários
Bens de Consumo (Duráveis)
Produção Industrial mensal - Taxa de Variação (%) mensal
40
Não ocorreu a
sazonalidade
padrão de outubro
30
20
6.78%
10
0
-10
CUIDADO!!!
Crescimento em relação
ao mês anterior.
-20
É natural haver sazonalidade!
-30
-60
-70
Bens de Capital
Bens de Consumo (total)
Bens de Consumo (não-duráveis e semiduráveis)
Bens Intermediários
Bens de Consumo (duráveis)
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-50
jan/07
-40
Produção Industrial mensal - Taxa de Variação (%) 12 meses
30
20
10
-3.3%
0
-10
-12.3%
-20
-30
-27.3%
-53.97%
-60
Bens de Capital
Bens de Consumo (total)
Bens de Consumo (não-duráveis e semiduráveis)
Bens Intermediários
Bens de Consumo (duráveis)
jul/09
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2008
2009
2010
25/09/09
6.00
11/09/09
28/08/09
14/08/09
31/07/09
17/07/09
03/07/09
19/06/09
05/06/09
22/05/09
08/05/09
24/04/09
10/04/09
27/03/09
13/03/09
27/02/09
13/02/09
4.00
30/01/09
16/01/09
02/01/09
19/12/08
05/12/08
21/11/08
07/11/08
24/10/08
10/10/08
26/09/08
12/09/08
29/08/08
15/08/08
01/08/08
Taxa de Crescimento Esperada para o ano
Mediana Relatório GERIN-BCB
8.00
6.0%
3.88%
2.00
0.00
-2.00
-4.00
-6.00
-7.24%
-8.00
-10.00
Bens de Consumo
Bens de Capital
Trimestre/ano
Bens de Consumo Intermediário
3° Trim.2009
3° Trim.2008
3° Trim.2007
3° Trim.2006
3° Trim.2005
3° Trim.2004
3° Trim.2003
3° Trim.2002
3° Trim.2001
3° Trim.2000
3° Trim.1999
3° Trim.1998
3° Trim.1997
3° Trim.1996
3° Trim.1995
3° Trim.1994
3° Trim.1993
3° Trim.1992
3° Trim.1991
3° Trim.1990
3° Trim.1989
3° Trim.1988
3° Trim.1987
3° Trim.1986
3° Trim.1985
3° Trim.1984
3° Trim.1983
3° Trim.1982
3° Trim.1981
3° Trim.1980
3° Trim.1979
3° Trim.1978
2° Trim.1977
2° Trim.1976
2° Trim.1975
2° Trim.1974
2° Trim.1973
2° Trim.1972
2° Trim.1971
2° Trim.1970
%
Utilização da Capacidade Instalada (%)
FGV
100
90
80
70
60
50
40
Bens de Consumo
Bens de Capital
Trimestre/ano
Bens de Consumo Intermediário
3° Trim.2009
2° Trim.2009
1° Trim.2009
4° Trim.2008
3° Trim.2008
2° Trim.2008
1° Trim.2008
60
4° Trim.2007
3° Trim.2007
2° Trim.2007
1° Trim.2007
4° Trim.2006
3° Trim.2006
2° Trim.2006
1° Trim.2006
4° Trim.2005
3° Trim.2005
2° Trim.2005
1° Trim.2005
4° Trim.2004
3° Trim.2004
2° Trim.2004
1° Trim.2004
4° Trim.2003
3° Trim.2003
2° Trim.2003
1° Trim.2003
4° Trim.2002
3° Trim.2002
2° Trim.2002
1° Trim.2002
%
Utilização da Capacidade Instalada (%)
FGV
100
90
80
74.5
70
Crise
Financeir
a
50
40
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mar/09
mai/09
jul/09
Índice de Volume de Varejo (2003=100) - Brasil
350
300
A crise atingiu basicamente os setores de Móveis e Eletrodomésticos e Automóveis
250
200
150
100
50
0
Tecido. Vestuário e Calçados
Móveis e Eletrodomésticos
Automóveis
Hipermercados e supermercados
Minas Gerais
40
20
jan/91
mai/91
set/91
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mai/92
set/92
jan/93
mai/93
set/93
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jan/08
mai/08
set/08
jan/09
mai/09
Produção Industrial (indice) - Minas Gerais
160
140
Tendência
antes da crise
120
100
80
Dez/08
60
Crise atinge a Produção Industrial
Em dez/08 atingimos o patamar de fev/02
Em jul/09 atingimos o patamar de fev/08
Problema: Não se esqueçam da
sazonalidade do final do ano.
Logo a tendência não pode ser
traçada agora!!!
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Produção Industrial - Taxa de Variação (%) - 12 meses
Minas Gerais
15.00%
10.00%
5.00%
0.00%
-5.00%
-10.00%
-15.00%
-20.00%
-16.12%
-25.00%
-30.00%
-29.44%
-35.00%
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jan/03
Utilização da Capacidade Instalada - Minas Gerais
88
86
84
82
82.16
80
78
78.05
76
74
72
Pessoal empregado na Industria
Massa Salarial na Industria
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mai/09
mar/09
Queda da tendência
na crise
jan/09
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set/08
jul/08
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90
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Industria: Pessoal Empregado e Massa Salarial
Minas Gerais
190
170
150
130
110
recuperação
lenta
70
50
60
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Índice volume de vendas no varejo (2003=100)
Total - Minas Gerais
200
180
160
140
120
100
80
Taxa de crescimento média anual = 5,26%
Manteve a sazonalidade clássica
40
20
0
Índice de Volume de Vendas no Varejo (2003=100)
Minas Gerais
400
350
Crise afetou as vendas de Duráveis: Móveis e eletrodomésticos
Políticas de expansão de crédito e redução de impostos para o setor
300
250
200
150
100
50
Tecidos, Vestuário e Calçados
Móveis e eletrodomésticos
Hipermercado e Supermercados
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jun/09
ago/09
Taxa de Desemprego - RMBH
fonte: IBGE
12
Tendência de queda desde 2004
10
8
6
4
Dez/07
Nov/08
2
0
Conclusão
• Crise afetou com um certa defasagem o setor industrial
e consumo de bens duráveis, semiduráveis e de capital.
• A saída da crise está sendo antecipada em relação a
vários países, contudo só poderemos atingir a tendência
de crescimento verificada anteriormente após pelo
menos 1 ano.
• Políticas públicas suavizaram os problemas de demanda
para consumo de bens duráveis e semiduráveis.
– Problema: adiou o ajuste do setor automobilístico no Brasil.
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xxi seminário internacional de política econômica