Caracterização da Ingestão Nutricional e da Taxa de Atividade Física em
Adolescentes Portugueses: estudo comparativo entre adolescentes com e sem
sobrepeso
Dissertação com vista à obtenção de grau de
Mestre (Decreto-Lei nº 216/92 de Outubro) em
Ciências na área de especialização de Atividade
Física e Saúde.
Orientador: Prof. Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos
Carlos Eduardo Gonçalves da Costa Vasconcelos
- Porto, Setembro de 2013-
Vasconcelos, C. (2013). Caracterização da Ingestão Nutricional e da Taxa de
Atividade Física em Adolescentes Portugueses: estudo comparativo entre
adolescentes com e sem sobrepeso. Dissertação de Mestrado em Ciências do
Desporto, com especialização em Atividade Física e Saúde. Faculdade de
Desporto – Universidade do Porto.
PALAVRAS-CHAVE: NUTRIÇÃO, ATIVIDADE FÍSICA, ADOLESCENTES,
PESO NORMAL, SOBREPESO
Agradecimentos
Ao Professor Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos. Foi, sem
sombra de dúvidas, o elemento fulcral para o término da minha Dissertação. É
um gosto trabalhar consigo Professor. Já o tinha dito no término da minha Tese
de Monografia e reforço a minha opinião. O Professor é de facto um
EXEMPLO.
À Tânia Amorim, pela ajuda nas recolhas dos dados, pela presença
assídua ao longo de todo o processo e pela força dada nos momentos menos
positivos.
Aos Diretores e Professores de Educação Física das Escolas
Secundária Viriato e do Agrupamento de Escolas de Mangualde. Sem a sua
colaboração, não teria conseguido recolher os dados para o presente estudo
A todos os alunos que se disponibilizaram para participar do presente
estudo. Sem a sua colaboração, a presente Dissertação nem teria tido o seu
início.
Ao Gabriel Martins. Posso dizer que ganhei um amigo. A sua ajuda foi
fundamental para que eu pudesse concluir a minha Dissertação, não só pela
amizade demonstrada ao longo de todo o processo mas também pelas
inúmeras discussões construtivas tidas em torno da temática da Nutrição.
Ao Hélder Fernandes e António Azevedo pela ajuda disponibilizada no
tratamento dos dados.
À Lia João pela prontidão demostrada para me ajudar. A sua ajuda foi
preciosa para a conclusão da Dissertação.
À Dra. Katia, por ter a capacidade de me conseguir “levantar” e motivar
nos momentos mais difíceis. As suas palavras ficarão para sempre gravadas
na minha memória.
Aos meus amigos, Ricardo Oliveira, João Mota, Bruno Gomes, Flávio
Daniel e Micaela Almeida. O facto de estarem sempre do meu lado e de mo
terem transmitido constantemente foi muito importante para mim. Não o vou
esquecer.
V À minha namorada, fundamentalmente pela paciência e compreensão
demonstrada. A sua ajuda foi incondicional para que eu pudesse terminar a
Dissertação
À minha mãe. Esteve sempre do meu lado ao longo de todo o percurso.
Ao meu compadre. Sempre disponível a ajudar e sempre AMIGO ao
longo de todo este longo percurso.
À Maria do Céu. Atravessou uma fase difícil durante a elaboração da
Dissertação e mesmo assim conseguiu sempre transmitir-me a tranquilidade de
que eu necessitava
A todos aqueles que pensavam que eu não ia conseguir concluir a
Dissertação. Ainda me deram mais força para continuar.
Muito obrigado!
VI Índice
Capítulo I – Introdução ....................................................................................... 1
Capítulo II - Revisão da Literatura ...................................................................... 5
1. Adolescência .................................................................................................. 5
2. Classificação do sobrepeso (pré obesidade e obesidade) na adolescência .. 6
3. Consumo Energético .................................................................................... 10
3.1. Determinantes Comportamentos Alimentares dos Adolescentes .......... 10
3.1.1. Influências Individuais ...................................................................... 11
3.1.2. Influências Interpessoais ................................................................. 13
3.1.3. Ambiente Físico ............................................................................... 14
3.1.4. Macrosistema .................................................................................. 14
3.2. Recomendações Alimentação na Adolescência .................................... 15
3.3. Hidratos de Carbono .............................................................................. 16
3.4. Fibras ..................................................................................................... 17
3.5. Gorduras ................................................................................................ 19
3.5.1. Ácidos Gordos Saturados ................................................................ 20
3.5.2. Ácidos Gordos Polinsaturados ......................................................... 21
3.5.3. Ácidos Gordos Monoinsaturados ..................................................... 23
3.5.4. Ácidos gordos trans ......................................................................... 24
3.6. Colesterol ............................................................................................... 26
3.7. Proteínas ................................................................................................ 27
3.8. Vitaminas Antioxidantes ......................................................................... 28
3.8.1. Vitamina A ....................................................................................... 29
3.8.2. Vitamina C ....................................................................................... 31
3.8.3. Vitamina E ....................................................................................... 32
3.9. Minerais ................................................................................................. 33
3.9.1. Cálcio ............................................................................................... 33
3.9.2. Ferro ................................................................................................ 34
3.9.3. Selénio ............................................................................................. 37
3.10 Pequeno - Almoço................................................................................. 38
3.11. Número de refeições diárias ................................................................ 39
4. Dispêndio Energético ................................................................................... 40
VII 4.1. Taxa Metabólica Basal ........................................................................... 40
4.2. Efeito Térmico dos Alimentos................................................................. 41
4.3. Atividade Física ...................................................................................... 42
5. Conceitos: Atividade Física, Exercício Físico e Desporto ............................ 42
6. Fatores influenciadores da Atividade Física ................................................. 43
6.1. Variáveis intrapessoais .......................................................................... 43
6.1.1. Sexo e idade .................................................................................... 43
6.1.2. Estatuto socioeconómico ................................................................. 44
6.1.3. Obesidade ....................................................................................... 44
6.2. Fatores psicológicos, cognitivos e emocionais....................................... 44
6.2.1. Auto eficácia .................................................................................... 44
6.2.2. Perceção de barreiras...................................................................... 45
6.2.3. Atitudes/ Benefícios ......................................................................... 45
6.2.4. Fatores comportamentais ................................................................ 46
6.3. Variáveis interpessoais .......................................................................... 46
6.3.1. Influência da Família ........................................................................ 46
6.3.2. Influência dos Pares ........................................................................ 47
6.3.3. Escola/Professor/Treinador ............................................................. 47
6.4. Variáveis ambientais .............................................................................. 48
6.4.1. Acessibilidade a Equipamentos e Espaços ..................................... 48
6.4.2. Condições climatéricas .................................................................... 48
7. Malefícios do Sedentarismo / Benefícios Atividade Física ........................... 48
8. Prevalência atividade física / inatividade física............................................. 50
9. Recomendações Atividade Física ................................................................ 50
10. Prática de Atividade física consoante o tempo e o espaço ........................ 51
10.1. Tempo Livre ......................................................................................... 51
10.2. Aulas de Educação Física .................................................................... 52
10.3. Recreio Escolar .................................................................................... 52
Capitulo IIII – Objetivos .................................................................................... 55
1. Objetivo Geral .............................................................................................. 55
2. Objetivos específicos ................................................................................... 55
Capitulo IV – Material e Métodos ..................................................................... 57
VIII 1. Amostra ........................................................................................................ 57
1.1. Caracterização da Amostra .................................................................... 57
1.2. Critérios de Seleção ............................................................................... 58
1.3. Procedimentos de Recolha de Dados .................................................... 59
1.4. Avaliação da Ingestão Nutricional .......................................................... 59
1.5. Avaliação do Índice de Atividade Física ................................................. 60
1.6. Avaliação da Composição Corporal ....................................................... 61
1.6.1. Medidas Antropométricas ................................................................ 61
1.7. Instrumentarium ..................................................................................... 62
1.8. Procedimentos Estatísticos .................................................................... 62
Capitulo V – Apresentação dos Resultados ..................................................... 63
1. Ingestão Nutricional ...................................................................................... 63
1.1. Ingestão Calórica ................................................................................... 64
1.2. Hidratos de Carbono .............................................................................. 65
1.2.1. Açúcares .......................................................................................... 66
1.3. Fibras ..................................................................................................... 67
1.4. Gorduras ................................................................................................ 68
1.4.1. Ácidos gordos saturados ................................................................. 69
1.4.2. Ácidos gordos polinsaturados .......................................................... 70
1.4.3.Ácidos Gordos Ómega 3................................................................... 71
1.4.4. Ácidos Gordos ómega 6 .................................................................. 72
1.4.5. Rácio Ómega 6:Ómega 3 ................................................................ 73
1.4.6. Ácidos gordos monoinsaturados ...................................................... 74
1.4.7. Ácidos gordos trans ......................................................................... 75
1.5. Colesterol ............................................................................................... 76
1.6. Proteínas ................................................................................................ 77
1.7. Vitamina A .............................................................................................. 78
1.8. Vitamina C.............................................................................................. 79
1.9. Vitamina E .............................................................................................. 80
1.10. Cálcio ................................................................................................... 81
1.11. Ferro .................................................................................................... 82
1.12. Selénio ................................................................................................. 83
IX 1.13. Pequeno-almoço .................................................................................. 84
1.14. Número de refeições diárias ................................................................ 85
2. Atividade Física ............................................................................................ 87
2.1. Atividades de Recreio ............................................................................ 90
2.2. Aulas de Educação Física ...................................................................... 92
2.3. Atividade física ao fim da tarde .............................................................. 93
2.4. Atividade física ao fim de semana.......................................................... 95
3. Correlações .................................................................................................. 97
Capitulo V – Discussão dos Resultados ........................................................... 99
1. Ingestão Nutricional ...................................................................................... 99
1.1. Consumo Calórico Total ......................................................................... 99
1.2. Hidratos de Carbono ............................................................................ 104
1.3. Fibras ................................................................................................... 108
1.4. Gorduras .............................................................................................. 109
1.5. Ácidos Gordos Saturados .................................................................... 110
1.6. Ácidos Gordos Polinsaturados ............................................................. 112
1.7. Ácidos Gordos Monoinsaturados ......................................................... 115
1.8. Ácidos gordos trans ............................................................................. 117
1.9. Colesterol ............................................................................................. 118
1.10. Proteínas ............................................................................................ 120
1.11. Vitamina A .......................................................................................... 123
1.12. Vitamina C.......................................................................................... 124
1.13. Vitamina E .......................................................................................... 125
1.14. Cálcio ................................................................................................. 127
1.15. Ferro .................................................................................................. 128
1.16. Selénio ............................................................................................... 130
1.17. Pequeno-Almoço................................................................................ 131
1.18. Número de Refeições Diárias ............................................................ 133
2. Atividade Física .......................................................................................... 134
2.1. Recreio Escolar .................................................................................... 138
2.2. Educação Física................................................................................... 139
2.3. Tempo Livre ......................................................................................... 141
X Capitulo VI – Conclusões ............................................................................... 145
Capitulo VII – Bibliografia ............................................................................... 153
Anexos .......................................................................................................... XXII
XI Índice de Figuras
Figura nº1 - Distribuíção percentual do Consumo de pequeno-almoço dos
adolescentes com peso normal. ....................................................................... 84
Figura nº2 - Distribuíção percentual do Consumo de pequeno-almoço dos
adolescentes com sobrepeso. .......................................................................... 84
Figura nº3 - Distribuíção percentual do número de refeições diárias dos
adolescentes com peso normal. ....................................................................... 85
Figura nº4 - Distribuíção percentual do número de refeições diárias dos
adolescentes com sobrepeso. .......................................................................... 86
Figura nº5 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos
adolescentes do PE. ........................................................................................ 88
Figura nº6 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos
adolescentes com peso normal. ....................................................................... 88
Figura nº7 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos
adolescentes com sobrepeso. .......................................................................... 89
Figura nº8 - Distribuíção percentual das atividades de recreio dos adolescentes
com peso normal. ............................................................................................. 90
Figura nº9 - Distribuíção percentual das atividades de recreio dos adolescentes
com sobrepeso. ................................................................................................ 91
Figura nº10 - Distribuíção percentual da realização de aulas de Educação
Física exaustivas dos adolescentes com peso normal. .................................... 92
Figura nº11 - Distribuíção percentual da realização de aulas de Educação
Física exaustivas dos adolescentes com sobrepeso........................................ 92
Figura nº12 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa
ao fim da tarde dos adolescentes com peso normal. ....................................... 93
Figura nº13 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa
ao fim da tarde dos adolescentes com sobrepeso. .......................................... 94
Figura nº14 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa
ao fim de semana dos adolescentes com peso normal. ................................... 95
Figura nº15 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa
ao fim de semana dos adolescentes com sobrepeso....................................... 96
XII Índice de Quadros
Quadro nº1 - Métodos de estimação da composição corporal e distribuição da
gordura ............................................................................................................... 7
Quadro nº2 - Referências Internacionais para a classificação do IMC. .............. 9
Quadro nº3 - Recomendações do consumo diário de fibras ............................ 19
Quadro nº4 - Recomendações de ingestão diária de vitamina A. .................... 31
Quadro nº5 - Recomendações de ingestão diária de vitamina C. .................... 32
Quadro nº6 - Recomendações de ingestão diária de vitamina E ..................... 33
Quadro nº7 - Recomendações de ingestão diária de cálcio ............................. 34
Quadro nº8 - Dietas com diferente biodisponibilidade em ferro. ...................... 36
Quadro nº9 - Recomendações de ingestão diária de ferro............................... 37
Quadro nº10 - Recomendações de ingestão diária de selénio......................... 38
Quadro nº11 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos
adolescentes do PE ......................................................................................... 57
Quadro nº12 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos
adolescentes com peso normal. ....................................................................... 58
Quadro nº13 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos
adolescentes com sobrepeso. .......................................................................... 58
Quadro nº14 - Protocolo de recolha das medidas antropométricas Peso
Corporal e Estatura. ......................................................................................... 61
Quadro nº15 - Instrumentarium utilizado no estudo ........................................ 62
Quadro nº16 - Estatística descritiva referente aos diferentes items de ingestão
nutricional dos adolescentes do PE. ................................................................ 63
Quadro nº17 - Comparação da ingestão calórica entre adolescentes com peso
normal e sobrepeso de acordo com a idade e género ..................................... 64
Quadro nº18 - Comparação do consumo percentual de HC entre adolescentes
com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género. .................... 65
Quadro nº 19 - Comparação do consumo percentual de Açúcares entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
......................................................................................................................... 66
XIII Quadro nº20 - Comparação do consumo diário de Fibras entre adolescentes
com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género ..................... 67
Quadro nº21 - Comparação do consumo percentual de Gorduras entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
......................................................................................................................... 68
Quadro nº22 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos
Saturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a
idade e género ................................................................................................. 69
Quadro nº23 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos
Polinsaturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo
com a idade e género. ...................................................................................... 70
Quadro nº24 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Ómega
3 entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e
género. ............................................................................................................. 71
Quadro nº25 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Ómega
6 entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e
género. ............................................................................................................. 72
Quadro nº26 - Comparação do rácio Ómega 6: Ómega 3 entre adolescentes
com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género. .................... 73
Quadro nº27 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos
Monoinsaturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo
com a idade e género. ...................................................................................... 74
Quadro nº28 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Trans
entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e
género. ............................................................................................................. 75
Quadro nº29 - Comparação do consumo diário de colesterol entre adolescentes
com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género ..................... 76
Quadro nº30 - Comparação do consumo percentual de Proteínas entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
......................................................................................................................... 77
XIV Quadro nº31 - Comparação do consumo diário de vitamina A entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
......................................................................................................................... 78
Quadro nº32 - Comparação do consumo diário de vitamina C entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género79
Quadro nº33 - Comparação do consumo diário de vitamina E entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género80
Quadro nº34 - Comparação do consumo diário de cálcio entre adolescentes
com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género ..................... 81
Quadro nº35 - Comparação do consumo diário de ferro entre adolescentes com
peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género. ........................... 82
Quadro nº36 - Comparação do consumo diário de selénio entre adolescentes
com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género. .................... 83
Quadro
nº37
-
Comparação
da
ingestão
de
pequeno-almoço
entre
adolescentes com peso normal e adolescentes com sobrepeso. .................... 85
Quadro nº 38 - Comparação do número de refeições diárias entre adolescentes
com peso normal e adolescentes com sobrepeso. .......................................... 86
Quadro nº39 - Estatística descritiva referente ao índice de AF global dos
adolescentes do PE ......................................................................................... 87
Quadro nº40 - Comparação do Índice de AF entre adolescentes com peso
normal e sobrepeso .......................................................................................... 87
Quadro nº41 - Comparação do índice de AF global categorizado por grupos
entre adolescentes com peso normal e sobrepeso. ......................................... 89
Quadro nº42 - Comparação do índice de AF no Recreio Escolar entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso. .................................................. 91
Quadro nº43 - Comparação do índice de AF nas aulas de EF entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso. .................................................. 93
Quadro nº44 - Comparação do índice de AF ao fim da tarde entre adolescentes
com peso normal e sobrepeso. ........................................................................ 95
Quadro nº45 - Comparação do índice de AF ao fim de semana entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso ................................................... 96
Quadro nº46 - Correlação entre o consumo calórico total e o IMC. ................. 97
XV Quadro nº47 - Correlação entre a taxa de AF e o IMC..................................... 97
Quadro nº48 - Comparação do índice de atividade física global dos
adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
....................................................................................................................... 100
Quadro nº49 - Recomendações de ingestão calórica diária........................... 100
XVI Índice de Anexos
Anexo 1 - Questionário Alimentar.................................................................. XXII
Anexo 2 - Questionário de Atividade Física (Até ao 8ªAno) ........................ XXVII
Anexo 3 - Questionário de Atividade Física (Do 9º-12ºAno) ...................... XXXIV XVII XVIII Resumo
Objetivo: A inatividade física e hábitos nutricionais desadequados são dois
comportamentos que estão associados a um estilo de vida menos saudável
afetando a saúde da população. Por isso, decidimos caracterizar a ingestão
nutricional e o índice de atividade física de adolescentes portugueses.
Material e Métodos: A amostra foi constituída por 262 adolescentes
portugueses com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos,
pertencentes a duas escolas do distrito de Viseu e duas do distrito do Porto.
Os dados nutricionais foram conseguidos através do registo alimentar
durante três dias consecutivos. A conversão de alimentos em nutrientes foi
efetuada através do programa informático Food Processor Plus, versão
SQL. O índice de atividade física foi conseguido através do preenchimento
do Questionário de Atividade Física para Adolescentes dos 10-13 anos e do
Questionário de Atividade Física para Adolescentes dos 14-18 anos. A
determinação do perfil antropométrico foi conseguida através da medição do
peso e altura. O sobrepeso e a obesidade foram definidos de acordo com as
curvas de percentis de IMC específicas para género e idade.
Estatísticas: Utilizámos a estatística descritiva: média e desvio padrão para
caracterizar a nossa amostra; O teste T de Student, Mann-Whitney e Chisquare foram usados para determinar as diferenças entre variáveis de
acordo com o IMC. As associações entre variáveis foram testadas usando a
correlação de Pearson. A análise dos dados foi efetuada através do
programa informático SPSS 21.0. O nível de significância foi estabelecido
em p≤0.05.
Resultados: O consumo energético diário foi de 1853±493 kcal,
correspondendo aos seguintes nutrientes: hidratos de carbono: 51,1±6%;
fibras: 11,7±4,6g; gorduras: 28,8±4,8%; ácidos gordos (AG) saturados:
8,5±2,2%; AG polinsaturados: 4,3±1%; AG ω3: 0,3±0,2%; AG ω6: 3,3±1%;
rácio ω6: ω3: 16,1±8,9; AG monoinsaturados: 10±2,4%; AG trans: 0,5±0,3%;
colesterol: 232,5±71,1g; proteínas: 17,8±3%. Quanto à ingestão de
micronutrientes: βcaroteno (411,7±441,7µg); vitamina C (47,2±36,5mg);
vitamina E (2±1,2mg); cálcio (602,1±248mg); ferro (13,8±6,9mg); selénio
(78,6±25µg).O índice de atividade física caracterizou os sujeitos do presente
estudo (PE) como sendo pouco ativos.
Conclusões: Os adolescentes do PE apresentam hábitos nutricionais e
índices de atividade física que não são consistentes com um estilo de vida
saudável. Quer adolescentes com peso normal quer adolescentes com
sobrepeso têm uma ingestão calórica desadequada, um défice no consumo
de fibras e micronutrientes, um elevado rácio ω6:ω3 e um baixo índice de
atividade física. Os adolescentes do PE devem ser alvo de uma intervenção
específica nos campos da nutrição e atividade física de forma a corrigir
hábitos menos saudáveis e permitir uma transição mais saudável para o
estado adulto.
Palavras-chave: NUTRIÇÃO, ATIVIDADE FÍSICA, ADOLESCENTES,
PESO NORMAL, SOBREPESO.
XIX XX Abstract
Objective: Physical inactivity and inadequate nutritional habits are two
behaviors that are associated with an unhealthy lifestyle, contributing to the
degradation of an individual health. Therefore, we decide to characterize the
nutritional habits and physical activity index of Portuguese adolescents.
Material and Methods: The sample was constituted by 262 Portuguese
adolescents whose ages varied between 10 and 18 years. These adolescents
belong to four schools (two from the district of Viseu and two from the district of
Oporto). Nutritional data had been gotten through the register of food
consumption of three consecutive days. The conversion of foods in nutrients
was carried through by the informatics program Food Processor Plus, version
SQL. Physical activity index had been gotten through the fill of Physical Activity
Questionnaire for Older Children (10-13 years) and Physical Activity for
Adolescents (14-18 years).The determination of the anthropometric profile had
been gotten measuring the weight and height. Overweight and obesity were
defined according to age- and sex-specific BMI cut-points.
Statistics: We used the descriptive measures: average and standard deviation
to characterize our sample; independent Student’s t-test, Mann-Whitney, and
Chi-square were used to determine the differences in different variables
between BMI groups. Bivariate associations between variables were tested
using Pearson’s correlation. The analysis was carried out using the SPSS 21.0
program. The level of significance was set at p≤0.05.
Results: Daily energy consumption was 1853±493 kcal, corresponding to the
following nutrients: carbohydrates: 51,1±6%; fiber: 11,7±4,6g; fats: 28,8±4,8%;
saturated fatty acids (FA): 8,5±2,2%; polyunsaturated FA: 4,3±1%; ω3 FA:
0,3±0,2%; ω6 FA: 3,3±1%; ratio ω6: ω3: 16,1±8,9; monounsaturated FA:
10±2,4%; trans FA: 0,5±0,3%; cholesterol: 232,5±71,1g; proteins: 17,8±3%.
Micronutrients’ intake: βcarotene (411,7±441,7µg); vitamin C (47,2±36,5mg);
vitamin E (2±1,2mg); calcium (602,1±248mg); iron (13,8±6,9mg); selenium
(78,6±25µg).The physical activity index characterized the sample as low active
subjects.
Conclusion: The adolescents of the present study present nutritional habits
and a physical activity index that is not consistent with a healthy lifestyle. Either
normal weight or overweight adolescents have inadequate caloric intake, fiber
deficit, micronutrients deficits, a high ratio ω6:ω3 and a low physical activity
index. The adolescents from the present study must undertake a specific
intervention in nutritional and physical activity fields to correct unhealthy habits
and allow a healthy transition to adulthood.
Words Key: NUTRITION, PHYSICAL ACTIVITY, ADOLESCENTS, NORMAL
WEIGHT, OVERWEIGHT
XXI Lista de Abreviaturas
AF: Atividade Física
AG: Ácidos gordos
DGS: Direção Geral de Saúde
EF: Educação Física
FA: Fatty Acids
FAO: Food and agriculture Organization
FNB: Food and Nutrition Board
HC: Hidratos de carbono
HDL: Lipoproteínas de elevada densidade
IDP: Instituto de Desporto de Portugal
IMC: Índice de Massa Corporal
INE: Instituto Nacional de Estatística
LDL: Lipoproteínas de baixa densidade
PE: Presente estudo
USDHHS: United States Department of Health and Human Services
VET: Valor Energético Total
WHO: World Health Organization
ω: Ómega
XXII Capítulo I – Introdução
A inatividade física e hábitos nutricionais desadequados são dois
comportamentos que estão associados a um estilo de vida menos saudável,
contribuindo para a degradação do estado de saúde de um indivíduo (Waxman,
2004).
A inatividade física é um dos maiores problemas de saúde pública do
século 21 (Blair, 2009).
De acordo com inúmeros autores (Bouchard et al., 1994; American
College of Sports Medicine, 1998; Blair et al., 1999; Taylor et al., 2004) a
inatividade física é um fator de risco modificável de doença cardiovascular e
uma variedade de outras doenças crónicas, como a diabetes, cancro (colon e
mama), hipertensão, osteoporose, osteoartrite, depressão e obesidade.
A WHO (2004) estima que 2 milhões de mortes por todo o mundo
possam ser atribuídas à inatividade física, estando este comportamento entre
as 10 maiores causas de mortalidade nos países desenvolvidos.
Em sentido inverso uma prática regular de atividade física traz inúmeros
benefícios ao indivíduo. De acordo com a USDHHS (2008) a atividade física
regular melhora a composição corporal, a condição física e cardiorrespiratória,
saúde óssea e biomarcadores relacionados com o metabolismo saudável dos
adolescentes
Além destes benefícios, de acordo com Twisk et al. (2002) a atividade
física na adolescência exerce um efeito positivo (direto e indireto) na saúde do
adulto já que o atraso na prática de uma atividade física regular durante a
juventude pode ser obstáculo ao pleno desenvolvimento de alguns fatores (e.g.
densidade mineral óssea) que mais tarde já não são plenamente recuperáveis.
Devido aos benefícios que a atividade física apresenta e para a implementação
de estratégias para o aumento da atividade física dos adolescentes é
importante proceder à avaliação dos níveis de atividade física dos adolescentes
(Baptista et al., 2012).
1 Apesar dos benefícios associados à prática regular de atividade física,
Sallis (2000), refere que os índices de atividade física diminuem ao longo do
curso da vida, particularmente durante a adolescência.
Relativamente aos hábitos nutricionais, a WHO (1998) reconhece o
papel fundamental de uma alimentação saudável no estado de saúde do
indivíduo. Apesar deste reconhecimento e dos constantes avanços no
conhecimento científico na área de Nutrição, os padrões alimentares estão,
regra geral, longe dos parâmetros associados a uma alimentação saudável. De
acordo com dados do INE (2010), a dieta portuguesa afasta-se das boas
práticas nutricionais que já caracterizaram a dieta lusitana.
Dwyer (1997) refere que existem consideráveis diferenças entre o
consumo
observado
pelos
adolescentes
e
os
padrões
alimentares
recomendados. Uma alimentação e aprovisionamento nutricional adequados
revelam-se de especial importância na prevenção de doenças crónicas como a
obesidade e doenças cardiovasculares (Haslam & James, 2005).
A educação alimentar pode ter resultados positivos ao ponto de modelar
as escolhas alimentares dos indivíduos. A adolescência é um período ótimo
para a ocorrência destas alterações, uma vez que nestas idades existe uma
enorme aptidão para aprender e uma maior capacidade de adaptação a novos
hábitos (Breda, 2003).
Além de contribuírem para um estilo de vida menos saudável, a
inatividade física e os hábitos alimentares desadequados podem conduzir a
situações de pré-obesidade e obesidade, uma vez que estas condições são o
resultado de um balanço energético positivo, no qual a ingestão calórica é
maior do que o gasto energético (Velde et al., 2007).
Os resultados da Organização Mundial de Saúde e do International
Obesity Task Force, publicados em 2008, indicam que existem mais de 155
milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo com excesso de peso, e
aproximadamente 40 milhões com obesidade. (I.O.T.F., 2008)
Num estudo efetuado pela WHO (2007), dos 32 países que fazem parte
do estudo, Portugal encontra-se como o quinto país com maior prevalência de
2 obesidade aos 13 anos em ambos os géneros e em 8º lugar e 19º lugar, aos 15
anos, para rapazes e raparigas, respetivamente.
Em Portugal, vários estudos já foram efetuados no sentido de averiguar
a prevalência de sobrepeso e mais especificamente de obesidade em
adolescentes. Também está estudada a relação entre sobrepeso e nível de
atividade física bem como a relação do regime alimentar e nutricional e a
condição ponderal.
Assim, este estudo pretendeu averiguar a ingestão nutricional, o nível de
atividade física e o índice de massa corporal numa amostra da população
adolescente portuguesa. A amostra global integrará sujeitos normoponderais e
sujeitos com sobrepeso. De igual forma pretendeu-se estabelecer níveis de
correlação entre o consumo calórico, o índice de massa corporal e o nível de
atividade física dos sujeitos estudados.
Este trabalho será estruturado da seguinte forma:
Capítulo I) Introdução - Apresentamos o enquadramento teórico e prático
do trabalho, as razões da escolha do tema, realçando a pertinência do mesmo.
Capítulo II) Revisão de Literatura – Neste capítulo, começámos por
caracterizar o período da Adolescência e definir a classificação dos conceitos
de sobrepeso e obesidade. De seguida apresentámos informação relativa ao
consumo energético e dispêndio energético.
Capítulo III) Objetivos – Apresentamo-los subdivididos em objetivos gerais
e específicos.
Capítulo IV) Material e Métodos - Caracterizamos a amostra estudada,
descrevendo as metodologias de recolha dos dados e referindo os
procedimentos estatísticos utilizados para o seu tratamento.
Capítulo V) Apresentação dos Resultados – Neste capítulo, iremos
apresentar os principais resultados obtidos.
Capítulo VI) Discussão dos Resultados – Neste capítulo, discutimos os
principais resultados obtidos, comparando-os com o quadro teórico de
referência.
3 Capítulo VII) Conclusões – Apresentamos as principais conclusões do
trabalho com base na discussão desenvolvida no capítulo anterior.
Capítulo VIII) Bibliografia – Apresentamos a lista das referências
bibliográficas consultadas para a fundamentação desta pesquisa.
Anexos – Apresentamos os documentos essenciais para o processo de
recolha de dados.
4 Capítulo II - Revisão da Literatura
1. Adolescência
O termo adolescência é originário do latim “adolescere”. Desta palavra
surgem duas definições etimológicas: ad (a; para) e olescer (crescer) (Outeiral,
2003). Segundo o mesmo autor, da interação destas duas palavras surge a
definição de adolescência como um processo de contínuo desenvolvimento.
De acordo com a WHO (2000), a adolescência tem o seu início aos 10
anos e o seu término aos 19 anos.
A adolescência é um dos períodos mais desafiantes do desenvolvimento
humano. O crescimento uniforme durante a infância é rapidamente alterado
para um aumento rápido na taxa de crescimento. Os adolescentes ganham
cerca de 20% da sua altura em adulto e cerca de 50% do seu peso em adulto
na adolescência (Mahan & Escott-Stump, 2004).
Durante a adolescência, juntamente com o desenvolvimento corporal, há
rápidos
desenvolvimentos
a
nível
emocional
e
intelectual.
Este
desenvolvimento emocional e intelectual pode ser dividido em três fases: início
da adolescência, período intermédio da adolescência e fim da adolescência.
No início da adolescência, os adolescentes têm as seguintes características
(Mahan & Escott-Stump, 2004):

Preocupação com o seu corpo e com a imagem corporal

Confiança e respeito pelos adultos

Ansiedade no que diz respeito às relações com os pares

Ambivalência acerca da autonomia.
Durante a adolescência, os adolescentes têm as seguintes características:

Muito influenciáveis pelos seus pares

Desconfiança dos adultos

Atribuição de muita importância à independência.
5 No fim da adolescência, os adolescentes têm as seguintes características:
2.

Estabilização da sua imagem corporal

Estão orientados para o futuro, começando a fazer planos

São cada vez mais independentes

Desenvolvimento de intimidade e relações permanentes.
Classificação
do
sobrepeso
(pré
obesidade
e
obesidade)
na
adolescência
Segundo a WHO (2000), a obesidade é definida como sendo uma
patologia em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus
de capazes de afetar negativamente a saúde. No entanto, a classificação de
obesidade em crianças e adolescentes continua a ser hoje em dia tema de
debate (Power et al., 1997; WHO, 2000).
A classificação de obesidade em crianças e adolescentes não é fácil,
pelo facto das variáveis relacionadas com a composição corporal estarem em
constante alteração e tais alterações poderem ocorrer em diferentes taxas e
momentos entre populações diferentes (WHO, 2000)
De acordo com Power et al. (1997), uma medida ideal de gordura
corporal deverá cumprir determinados pressupostos:
1- Deverá ser preciso na avaliação da quantidade de gordura corporal
2- Deverá ser preciso com uma pequena margem de erro
3- A medida consegue predizer riscos de consequências para a saúde, ou seja,
tem uma forte associação com problemas de saúde
4- Possibilidade de desenvolver algumas curvas para agrupar indivíduos em
diferentes grupos de acordo com o excesso de gordura relacionado com os
riscos para a saúde. Além destes 4 pressupostos, para uma medida ser útil em
ambiente clínico ou estudos epidemiológicos, também necessita de ser
acessível (em termos de simplicidade, custo e facilidade de uso) e aceite pelos
sujeitos de estudo (Power et al., 1997). Numerosas técnicas estão disponíveis
para a estimação da composição corporal e a distribuição de gordura. O
método utilizado irá depender do objetivo do estudo, recursos económicos,
6 disponibilidade, tempo e tamanho amostral (Van der Kooy et al.,1993). De
seguida apresentamos um quadro com um resumo de vantagens e
desvantagens de alguns dos métodos existentes.
Quadro nº1 - Métodos de estimação da composição corporal e distribuição da gordura
Método
1. Tomografia
Computorizada
Capacidade de
Capacidade de
Aplicabilidade
determinar a
determinar a
em (estudos com
massa gorda
distribuição de
populações
corporal total
gordura corporal
alargadas)
Moderada
Muito alta
Baixa
Alta
Muito alta
Baixa
Muito alta
Alta
Moderada
Muito alta
Muito baixa
Baixa
Alta
Muito baixa
Moderada
Moderada
Muito baixa
Alta
Moderada
Muito baixa
Muito alta
Baixa
Alta
Muito alta
Moderada
Moderada
Alta
2. Magnetic
Ressonance
Imaging
3. DXA (Dual
energy x-ray
absorptiometry)
4. Densitometria
5. Técnicas de
diluição
6. Bio-impedância
7. Antropometria:
7.1. Índice de
Massa Corporal
(IMC)
7.2. Rácio
Cintura-Anca
7.3. Pregas de
adiposidade
Adaptado de Snidjer et al. (2006)
Os modelos multi-compartimentais, tais como peso subaquático,
técnicas de diluição e de absorciometria de raio-X de dupla energia (DXA) são
7 métodos fiáveis para a obtenção de medidas fidedignas da percentagem de
massa gorda corporal (Snijder et al, 2006). Contudo, devido aos seus custos e
demora em termos temporais, estes métodos não são nada práticos em
estudos epidemiológicos com grandes amostras. (Snidjer et al., 2006).
A bio-impedância é um método não invasivo que consegue de forma
rápida, simples e com baixos custos estimar a percentagem de massa gorda de
um indivíduo (Houtkooper et al., 1996)
Quanto ao I.M.C. é um método frequentemente utilizado e assumido
para
representar
o
grau
de
massa
adiposa
corporal
em
estudos
epidemiológicos com grandes amostras (Snijder et al., 2006). Sendo uma
medida indireta, este método tem as suas limitações. (Prentice & Jebb, 2001).
Wang (2004) particulariza essas limitações, referindo que existem grandes
variações inter e intra-individuais no peso e altura das crianças e adolescentes,
assim como nos ganhos de massa magra e massa gorda. Além disso, o estado
maturacional e os padrões de crescimento podem afetar a sua composição
corporal, e por conseguinte o Índice de Massa Corporal.
O I.M.C., dado que apenas estabelece uma relação entre a altura e o
peso, não conta com a variação da distribuição da gordura no corpo pelo que
pode não corresponder ao mesmo grau de gordura ou riscos de saúde
associados em diferentes indivíduos e populações (WHO, 2000; Snijder et al,
2006)
Assim, e devido às características únicas das crianças e adolescentes, o
significado do IMC nestas idades pode variar, sendo a sua avaliação bem mais
complexa do que o é em adultos. Isto porque o seu valor altera-se
substancialmente com a idade, aumentando durante a primeira infância, caindo
no período pré-escolar e escolar e subindo novamente com a adolescência e
os primeiros anos de vida adulta (WHO, 2000)
De acordo com Wang (2004), apesar das suas limitações, o IMC é a
melhor escolha disponível de entre as medidas existentes, existindo várias
referências internacionais para a sua classificação.
8 Quadro nº2 ‐ Referências Internacionais para a classificação do IMC.
Descrição
Referência
Os percentis 85 e 95 do IMC foram desenvolvidos baseados nos
dados recolhidos do US NHANES entre 1971 e 1974 pelo Centro
MDD
Nacional para Estatísticas de Saúde e têm sido usados para
classificar o sobrepeso e obesidade respetivamente (Must et al.,
2001).
Um Comité especializado da Organização Mundial de Saúde
WHO
propôs o uso do percentil 85 do IMC da população norteamericana para uso internacional na definição de adolescentes
dos 10 aos 19 anos em risco de sobrepeso (WHO, 1995).
Índice de
Os percentis de IMC específicos por idade e sexo foram
Massa
calculados tendo por base os dados referentes à população
Corporal
francesa. Os percentis 90 e 97 do IMC foram recomendados para
Europa-
a classificação de sobrepeso e obesidade infantil, respetivamente
França
(Rolland Cachera et al., 1991).
As curvas de crescimento CDC foram retiradas de quatro estudos
Curvas de
epidemiológicos efetuados nos Estados Unidos. O percentil 85 do
Crescimento
IMC é utilizado para a definição de crianças/adolescentes em
CDC
risco de sobrepeso, enquanto o percentil 95 é utilizado para a
definição de sobrepeso (Kuczmarski & Ogden, 2000)
Curvas de percentis do IMC especificadas por sexo e idade
IOTF
derivadas de curvas de percentis de IMC utilizadas em adultos,
que passam pelo IMC de 25 e 30 aos 18 anos de idade (Cole et
al.,2000)
Devido à variedade de definições providenciadas, Cole et al. (2000),
propôs uma definição que possibilitasse comparações a nível internacional.
Esta forma de classificação de pré-obesidade e obesidade em crianças e
adolescentes, relaciona os pontos de corte do I.M.C. do adulto (aos 18 anos)
com os percentis de I.M.C. para crianças e adolescentes. Neste estudo é
descrito o desenvolvimento de pontos de corte de I.M.C. específicos de idade e
sexo para pré-obesidade e obesidade em crianças e adolescentes,
9 estabelecendo quais as curvas de percentis de I.M.C. para a primeira infância,
infância e adolescência que vêm a dar os pontos de corte 25 kg/m2 e 30 kg/m2
aos 18 anos (Cole et al., 2000).
Esta definição de pré-obesidade e obesidade torna-se menos arbitrária e
mais internacional do que outras definições e pode facilitar comparações
diretas de obesidade infantil e juvenil a nível mundial e nacional (Cole et al.,
2000).
3. Consumo Energético
3.1. Determinantes Comportamentos Alimentares dos Adolescentes
Com o aumento da idade e da autonomia, as escolhas pessoais dos
adolescentes, incluindo as alimentares, ganham prioridade aos hábitos
aprendidos com a família. Os adolescentes adquirem um maior controlo sobre
aquilo que comem, onde comem e quando comem (Spear, 1996). Por esta
razão constituem uma população privilegiada para a educação alimentar
(WHO, 2006).
Algumas características da adolescência podem ter reflexos nos padrões
da alimentação: procura da independência e aceitação; preocupações com a
aparência; vulnerabilidade a pressões comerciais e dos pares; preocupação
reduzida com a saúde (Spear, 1996)
Glanz et al. (1998) verificaram, num estudo realizado com a população
americana, que as escolhas alimentares, mais do que serem determinadas
pelo conhecimento dos benefícios, são determinadas por variáveis tão distintas
quanto a história pessoal e familiar, o envolvimento cultural, o paladar, o preço,
o aspeto, a facilidade em preparar os alimentos e a publicidade.
As
preferências
alimentares
infantis
são
determinadas
fundamentalmente pelo critério “gostar ou não gostar”. Já as atitudes dos
jovens face aos alimentos implicam fatores bastante mais complexos que
interagem entre si de forma integrada. As razões que os levam a consumir este
ou aquele produto relacionam-se com as qualidades intrínsecas do mesmo
(como ser ou não saudável, ser ou não natural, ser gostoso, ter aspeto
10 atraente, etc.), com as consequências do seu consumo no evoluir do peso
corporal, e ainda com as influências sociais decorrentes da observação dos
modelos juvenis, com hábitos de vida que facilitam ou estimulam o consumo de
este ou aquele produto, e com antecedentes relativos às preferências quando
criança e com as influências familiares (Murcott, 1996); Stafleu et al., 1996)
Algumas variáveis sociais e demográficas também influenciam as
escolhas alimentares dos jovens. O sexo, a educação (anos de escolaridade) e
o rendimento económico são fatores determinantes. Os fatores familiares,
sócio-culturais, de marketing e políticos, interagindo a vários níveis, contribuem
para modelar as relações entre a imagem do corpo, o peso, exercício físico e a
alimentação dos jovens (Neumark-Sztainer, 2005).
Dada a diversidade de fatores influenciadores dos comportamentos
alimentares dos adolescentes, Story et al (2002) agruparam-nos em quatro
grandes grupos: influências individuais/intrapessoais (fatores psicológicos,
biológicos), influências interpessoais/sociais (família, colegas), ambientais
(escola, lojas de conveniência, fast food) e da sociedade (macro-sistema)
(mass media, marketing, normas culturais)
3.1.1. Influências Individuais
Story & Resnick (1986) verificaram que os adolescentes sabiam como
melhorar a sua alimentação do ponto de vista da saúde. No entanto estes
explicavam os erros alimentares que cometiam e a dificuldade em mudar,
utilizando argumentos como a falta de tempo e o não considerarem imperioso
ou conveniente usar alternativas mais saudáveis.
Um outro fator intrínseco determinante dos hábitos alimentares parece
ser o nível de satisfação com o corpo. Diversos estudos sobre atitudes
relacionadas com a alimentação em crianças de ambos os sexos, de idades
entre os 9 e 12 anos, confirmam que uma grande percentagem delas vive
insatisfeita com o seu corpo e deseja ser magra. Muitas delas tinham já tentado
perder peso através de dietas restritivas e algumas, mais as raparigas do que
11 os rapazes, apresentavam sintomas que se classificam como expressivos de
anorexia nervosa (Sasson et al.,1995)
Numa investigação, sobre as relações entre imagem do corpo e
comportamento alimentar em raparigas dos 12 aos 23 anos, conclui-se que
67% estavam desagradadas com o seu peso e 54% estavam insatisfeitas com
as formas do corpo. Destas adolescentes 30% eram bulímicas e 38 % faziam
dieta restritiva. Uma percentagem elevada das raparigas usava diversos
métodos para controlar o peso ou a ingestão que iam desde provocar o vómito
até ao uso de inibidores do apetite e laxantes. Quanto mais excessivo era o
peso maior era o desagrado com o corpo e maior a probabilidade de serem
usadas medidas radicais de controlo do peso (Moore, 1988).
Noutros estudos idênticos mas em rapazes, os autores constataram que
as preocupações com o corpo se centravam na aquisição de maior massa
muscular no peito e redução da massa gorda no abdómen (Drewnowski, 1994).
Neumark-Sztainer et al. (2006) verificaram que níveis mais baixos de satisfação
corporal nas raparigas estavam associados a dieta restritiva, estratégias nãosaudáveis de controlo do peso e menor atividade desportiva. Os resultados
eram idênticos no grupo masculino e incluíam ainda episódios de ingestão
alimentar compulsiva. Esta associação era tão importante que prevalecia ao
longo de alguns anos.
Apesar de se reconhecer a importância dos mecanismo de regulação
fisiológica no comportamento alimentar, a investigação tem vindo a comprovar
a também inegável importância de aspetos psicológicos, sociais e culturais
nesse comportamento (Silva et al., 2008).
De acordo com Christensen & Brooks (2006), a relação da dieta com o
nosso humor, mais do que unidirecional, deverá ser percebida como
bidirecional, uma vez que não só os alimentos determinam o nosso humor,
como também o nosso humor determina aquilo que comemos.
A literatura demonstra que determinados alimentos específicos tendem a
ser consumidos pelos indivíduos com a intenção de melhorar estados de humor
negativos ou como forma de lidar com o stresse, sendo a ingestão desses
alimentos utilizada como uma estratégia de autorregulação do humor (Dallman
12 et al., 2005). O consumo de determinados alimentos (frequentemente de
alimentos doces) parece assumir o papel de uma “automedicação”, isto é,
algumas pessoas consomem alimentos doces com o objetivo de aliviar os
sintomas (Christensen,2001).
A relação entre o stresse e o comportamento alimentar é complexa e os
resultados da investigação neste domínio são usualmente contraditórios.
Alguns estudos têm sugerido que o stresse está associado a uma diminuição
dos alimentos ingeridos (Stone & Brownell, 1994). Já Ogden (2003), refere que
períodos de maior stresse associado a uma maior sobrecarga de trabalho
estão associados a um maior consumo de energia, gorduras saturadas e de
açúcar (Ogden, 2003).
3.1.2. Influências Interpessoais
Os pares exercem uma pressão enorme para o consumo de
determinados alimentos, particularmente alimentos ricos em gordura, e para
experimentar novos alimentos (McIntosh, 1996)
Em estudos relacionados com redução do risco cardiovascular e no
tratamento da obesidade e desordens alimentares, o envolvimento familiar é
importante para alterar e manter a dieta do adolescente (McCann et al., 1990;
Barnard et al., 1995). No sentido oposto, falta de suporte social pode sabotar a
alteração no padrão alimentar (Peterson et al., 1994). Efetivamente e de acordo
com a WHO (2003), um ambiente familiar que suporte escolhas alimentares
saudáveis é um fator provável para a diminuição do risco de ganho de peso e
obesidade.
Segundo Chapman & MacLean (1993), os adolescentes tendem a
associar a comida a um conjunto de situações com diferentes significados
emocionais. Assim os vegetais cozidos, saladas e alimentos por eles
classificados como saudáveis, são associados às refeições com os pais, a
“ficar em casa” e a maior autocontrolo. A junk food, comida de baixo valor
nutricional definida por este grupo como não-saudável, é associada a refeições
com os amigos, às “refeições fora”, à falta de controlo e ao “estar à vontade”.
13 Ainda segundo estes autores, o consumo de junk food seria a expressão das
necessidades de independência dos jovens face à família e da adesão ao
grupo de iguais.
3.1.3. Ambiente Físico
De acordo com a WHO (2003), um ambiente escolar que suporte
escolhas alimentares saudáveis é um fator provável para a diminuição do risco
de ganho de peso e obesidade.
O estudo de Gotmaker et al. (1999) é um bom exemplo de sucesso de
intervenção escolar na prevenção da obesidade.
Kruger et al. (2013) referem, em alusão aos fast food, que as pessoas
estão mais sujeitas a consequências adversas relacionadas com a má nutrição
devido aos padrões de disponibilidade alimentar local. Fraser et al. (2010)
referem que a disponibilidade de alimentos ricos em gordura, sal e açúcares
através da fast food está implicado com a epidemia da obesidade.
3.1.4. Macrosistema
Os mass media são a principal fonte de informação acerca da
alimentação para a maior parte das pessoas (American Dietetic Association,
1997).
A televisão e as revistas têm uma maior influência nos hábitos
alimentares dos adolescentes comparativamente com outros tipos de mass
media (Mahan & Escott-Stump, 2004). É estimado que as crianças quando
atingem a adolescência já tenham visualizado cerca de 100.000 comerciais de
produtos alimentares, a maior parte deles ricos em gordura e açucares simples
(Brown & Witherspoon, 2002).
As companhias que gastam mais dinheiro nas publicidades são aquelas
que produzem doces, produtos com teor elevado de gorduras e produtos
altamente processados (Sun, 1993)
14 Existe uma evidência considerável que a publicidade é efetiva no
aumento da compra de produtos alimentares (Institute of Medicine, 1991). De
acordo com a WHO (2003), o marketing de alimentos de elevada densidade
energética é um fator provável de ganho de peso e obesidade.
3.2. Recomendações Alimentação na Adolescência
De acordo com Saldanha (1999), a correta nutrição do ser humano não
depende dos alimentos em geral, mas do equilíbrio entre todos, o que somente
pode ser atingido através da ingestão de vários produtos alimentares naturais.
Assim e de acordo com o mesmo autor, é necessário ingerir alimentos variados
e equilibrados entre si para que o organismo obtenha os nutrientes de que
precisa.
De acordo com o INE (2010), a dieta portuguesa tem-se afastado nos
últimos anos das boas práticas nutricionais, através de um excesso de calorias
e gorduras saturadas, disponibilidades deficitárias em frutos, hortícolas e
leguminosas secas e recurso excessivo aos grupos alimentares de “carne,
pescado, ovos” e de “óleos e gorduras”.
Os adolescentes, devido ao crescimento acelerado ao qual estão
sujeitos estão particularmente expostos à existência de défices nutricionais
(Silva et al., 2001).
Uma vez que a adolescência é uma etapa da vida em que existe um
aumento de independência, qualquer tentativa para ajudar os adolescentes a
melhorar o seu status nutricional requer um planeamento cuidado.
Para que um plano seja bem-sucedido, o adolescente terá de estar
recetivo à mudança. Mahan & Escott-Stump (2004), apresentam um exemplo
de um plano dietético saudável para adolescentes:

3-4 copos de leite com baixo teor em gordura
ou iogurte para
providenciar cálcio, vitamina D, riboflavina.

5 ou mais porções de fruta e/ou vegetais frescos ou cozinhados,
maioritariamente de cor amarela, laranja, verde escuro ou vermelha.

2 porções alimentos proteicos magros, tais como a galinha, peru, peixe.
15 
6-11 porções de grãos, pão e cereais (de preferência integrais), massa,
arroz, batatas e outros amidos para providenciar os requisitos
energéticos.

Pequenas quantidades (uma porção por dia) de alimentos ricos em
gordura e açúcares, tais como sobremesas, bebidas açucaradas, doces
e bolos que têm um baixo valor nutricional.
3.3. Hidratos de Carbono
Os hidratos de carbono podem ser classificados de acordo com a sua
composição química em: hidratos de carbono simples (monossacarídeos e
dissacarídeos) e hidratos de carbono complexos (polissacarídeos) (Rodrigues
dos Santos, 1995).
A significância nutricional da taxa de digestão e absorção dos hidratos
de carbono tem a ver com o impacto que que estas têm na homeostasia dos
valores de glucose no sangue (glicemia) e as respostas hormonais e
metabólicas associadas. (Englyst et al., 2007).
Veríssimo (1999) refere que os hidratos de carbono complexos são os
melhores na alimentação, pois sendo absorvidos lentamente pelo intestino vão,
também lentamente, preencher as reservas hepáticas e musculares de
glicogénio. De acordo com Jenkins et al. (2002) um elevado consumo de
hidratos de carbono de absorção lenta está associado com benefícios para a
saúde. Desta forma, as técnicas que retêm ou introduzem características que
reduzem a digestão dos hidratos de carbono têm sido cada vez mais
encorajadas (Englyst & Englyst, 2005).
Já os hidratos de carbono simples têm menos valor na alimentação,
sendo absorvidos rapidamente e fazendo com que os músculos e o fígado não
tenham capacidade de absorver toda a glicose posta rapidamente em
circulação, sendo parte desta armazenada como gordura corporal (Veríssimo,
1999)
Jenkins et al. (2002), Willett et al. (2002) e Brand-Miller et al. (2003)
recomendam um aumento do consumo de hidratos de carbono de absorção
16 lenta (cujo índice glicémico é baixo) comparativamente com os hidratos de
carbono de absorção rápida, cujo índice glicémico é elevado.
No entanto, caso os hidratos de carbono simples sejam ingeridos
conjuntamente com os hidratos de carbono complexos, são absorvidos
lentamente. Assim, os hidratos de carbono simples devem ser sempre
ingeridos com a refeição e nunca isoladamente (Horta, 1996; Veríssimo, 1999).
Excluem-se as situações de suporte energético ao exercício prolongado.
Estudos em adolescentes reportaram que uma elevada percentagem de
energia da dieta ser proveniente dos açúcares está associada com baixos
consumos de micronutrientes (Kranz et al., 2005).Além disso, um elevado
consumo de açúcares está associado a um baixo consumo de fibras (Kranz et
al., 2005), frutas e vegetais (Charlton et al., 2005).
Alimentos ricos em açúcares, quando comparados com alimentos ricos
em amido têm sido associados a um ganho ponderal devido à insuficiência em
fibra, a uma elevada densidade energética, (Poppitt & Prentice, 1996) elevada
palatibilidade, uma vez que são doces (Raben et al., 1997), aos efeitos da
frutose (Elliot et al., 2002) e porque são frequentemente consumidos na forma
líquida altamente calórica em vez dos alimentos sólidos (Mattes, 1996).
No que diz respeito às bebidas açucaradas, segundo a WHO (2003), o
seu consumo excessivo é um fator provável de ganho de peso e obesidade. Há
evidências que as bebidas açucaradas não induzem tanta saciedade como os
hidratos de carbono em forma sólida, e que o aumento do consumo de bebidas
açucaradas está associado ao ganho de peso (van Dam & Seidell, 2007)
As recomendações limitam a ingestão de açúcares adicionados em 10%
da energia total consumida (WHO, 2003).
3.4. Fibras
As fibras dietéticas são nutrientes indigeríveis, e que por esse facto não
são absorvidos (DGS, 2005). De acordo com Englyst & Englyst (2005), as
fibras podem ser classificadas como polissacarídeos intrínsecos às paredes da
célula vegetal.
17 As fibras integram 3 tipos de substâncias (Peres, 1994):
- fibras propriamente ditas – celuloses, hemiceluloses e lenhinas
- substâncias gelificáveis – pectinas, gomas, mucilagens
- outras substâncias indigeríveis – ácido fítico, sílica, cera, tanino
Estes
componentes
das
fibras
têm
uma
estrutura
química
e
propriedades físicas (volume, viscosidade, capacidade de absorção de água,
fermentabilidade)
que
determinam
o
seu
comportamento
fisiológico
(Schneeman & Tietyen, 1994).
De acordo com Silva (2003), as fibras têm as seguintes funções:
favorecer o trânsito intestinal (DGS, 2005), atenuar o pico glicémico, baixar a
taxa de colesterol sanguíneo, reduzir o fornecimento calórico da dieta, saciar a
fome e facilitar a perda e o controlo de peso corporal (Breda, 2003).
Um
consumo
elevado
de
fibras
reduz
o
risco
de
doenças
cardiovasculares (Pietinen et al., 1996; Rimm et al., 1996; Institute of Medicine,
2002) e diminui os níveis de colesterol sanguíneo, mais especificamente de
lipoproteínas de baixa densidade (LDL) (Bazzano, 2008).
De acordo com a WHO (2003), a maior ingestão de fibras dietéticas é
um fator convincente de diminuição do risco de ganho de peso e obesidade.
Clark & Slavin (2013) corroboram da mesma opinião, referindo que esta
associação se deve fundamentalmente ao efeito que a saciedade tem na
redução do aporte calórico. Num estudo realizado em crianças com sobrepeso
dos 7 aos 11 anos um aumento de 3 g de fibra por cada 100kcal ingerida foi
associado a uma redução de 4% da gordura visceral (Davis et al., 2009).
Uma meta análise realizada por Post et al. (2012) sugere que um
aumento da ingestão de fibras está associado a uma diminuição da glicemia,
devido ao efeito das fibras no retardar da absorção de glicose no organismo.
De acordo com os mesmos autores este facto contribui para a prevenção e
controlo da diabetes tipo 2. Moreno et al. (2003) corroboram da mesma opinião,
referindo que em adolescentes obesos, um aumento no consumo de fibras
melhorou a homeostasia da glucose, diminuindo os valores pós-prandiais de
glucose entre 12% a 20%.
18 Os valores de referência para a ingestão diária de fibras foram
estabelecidos, tendo em conta os benefícios para a saúde que estes
polissacarídeos providenciam (Englyst et al., 2007). Desta forma, para
adolescentes dos 10 aos 18 anos, os valores de ingestão diária de fibras são
os seguintes (FNB, 2005):
Quadro nº3 - Recomendações do consumo diário de fibras
10-13 anos
14-18 anos
RAPARIGAS
26g/dia
26g/dia
RAPAZES
31g/dia
38g/dia
Apesar de se conhecerem as vantagens da ingestão de fibras, as dietas
nas sociedades ocidentais são pobres em fibras pois há uma baixa ingestão de
alimentos ricos em cereais integrais, frutas e legumes (Horta, 1996) e fontes
concentradas em plantas, tais como a aveia e os farelos (Burton-Freeman,
2000).
3.5. Gorduras
Uma vez que as gorduras são o macronutriente mais denso
energeticamente (contribuindo com 9kcal/g), um aumento da sua ingestão pode
facilmente promover um aumento do consumo energético (Schrauwen &
Westerterp, 2000). Esta relação faz com que a WHO (2003) aconselhe a
redução de alimentos de elevada densidade energética, uma vez que estão
associados a ganho de peso e obesidade. Segundo Miller (1990) a grande
justificação para o facto de as gorduras serem ingeridas em abundância tem a
ver com a sua palatibilidade. Uma maior ingestão de gorduras não provoca, em
repouso, uma estimulação da sua oxidação, sendo as gorduras armazenadas
no organismo (Schrauwen & Westerterp, 2000).
Lissner & Heitmann (1995) fizeram uma revisão de 13 estudos que
estudaram a relação entre a ingestão de gorduras e a obesidade. Em 11
desses estudos, foi encontrada uma relação significativa entre o consumo de
19 gorduras e uma ou mais medidas de obesidade (Schrauwen & Westerterp,
2000).
Contudo, de acordo com Westertrup et al. (1996), a quantidade de
gordura da dieta apenas influencia a gordura corporal quando a ingestão
calórica também está aumentada.
3.5.1. Ácidos Gordos Saturados
Segundo Van Baak (2013), a moderação na ingestão de gorduras
saturadas é uma ótima estratégia para facilitar o controlo do peso corporal,
uma vez que um elevado consumo de gorduras saturadas está fortemente
associado com um aumento de adiposidade em adolescentes com sobrepeso
Relativamente à relação dos hábitos alimentares com as questões
genéticas, os genes responsáveis pela obesidade poligénica tendem a
relacionar-se preferencialmente com as gorduras saturadas ao invés das
gorduras mono ou polinsaturadas (Razquin et al. 2010; Corella et al. 2011).
A redução do consumo de ácidos gordos saturados é de extrema
importância para a redução das doenças cardiovasculares, fundamentalmente
pelos efeitos que estes ácidos gordos têm no colesterol sanguíneo (Smith et
al., 2011). A redução da ingestão dos ácidos gordos saturados continua a ser o
centro das recomendações nutricionais para reduzir o índice de doenças
cardiovasculares, devido ao seu efeito no colesterol sanguíneo (Smith et al.,
2011). No entanto, esta visão tem vindo a ser posta em causa por estudos
recentes: (i) estudos epidemiológicos recentes falharam na conclusão de que
os ácidos gordos saturados estão associados com um aumento do risco de
doenças cardiovasculares (Siri-Tarino et al., 2010); (ii) a validade das meta
análises dos ensaios clínicos que mostram que as doenças cardiovasculares
podem ser prevenidas através da substituição de ácidos gordos saturados por
ácidos gordos polinsaturados tem sido questionada (Ramsden et al., 2010;
Ramsden et al., 2011); (iii) o efeito da dieta num só biomarcador (e.g. colesterol
sanguíneo) é insuficiente para determinar risco de doença cardiovascular
20 (Astrup et al., 2011); (iv) o hipotético efeito protetor dos ácidos gordos ómega 6
tem sido considerados exagerado (Katan, 2009).
A ingestão de ácidos gordos saturados está inversamente associada
com o índice de mortalidade através de acidente vascular cerebral (Yamagishi
et al., 2010). Assumindo que a relação entre a ingestão de ácidos gordos
saturados e o índice de mortalidade proveniente de acidente vascular cerebral
é casual, é inapropriado recomendar um aumento do consumo de ácidos
gordos saturados, uma vez que pode levar a um aumento dos níveis de
colesterol total e do risco de doença isquémica cardíaca (Yamagishi et al.,
2010).
3.5.2. Ácidos Gordos Polinsaturados
O consumo de ácidos gordos polinsaturados reduz o rácio do colesterol
total:HDL, talvez o melhor preditor de risco cardiovascular (Mensaink et al.,
2003)
O consumo de ácidos gordos polinsaturados melhora a resistência à
insulina (Summers et al., 2002) e reduz a inflamação sistémica (Ferrucci et al.,
2006).
Em 1963, Arild Hansen e seus colaboradores demostraram pela primeira
que os seres humanos necessitam na sua dieta de determinados ácidos gordos
polinsaturados que o organismo é incapaz de sintetizar. Estes ácidos gordos
foram denominados de ácidos gordos essenciais, entre os quais podemos
encontrar os ácidos gordos ómega 3 e ómega 6. (Candela et al., 2011)
Os ácidos gordos ómega-3 derivam do ácido linolénico, que se obtém
através do peixe e de algumas plantas (Tiemeier et al., 2003) e os ácidos
gordos ómega-6 derivam do ácido linoleico, que se obtém através da maioria
dos óleos vegetais (Tiemeier et al., 2003).
Os ácidos gordos ómega 3 e ómega 6 são essenciais para o
desenvolvimento e crescimento, desempenhando também uma importante
função na prevenção e controlo de doenças cardiovasculares, hipertensão,
21 diabetes, cancro e outras condições inflamatórias.(Gebauer et al.,2006;
Simopoulos et al, 2009).
Os ácidos gordos ómega 3 de cadeia longa, mais especificamente o
EPA e DHA, têm efeitos positivos na redução da obesidade, uma vez que
reduzem o apetite, melhoram a circulação sanguínea, o que facilita a chegada
dos nutrientes ao músculo e alteram a expressão genética no sentido de uma
maior acrescento de massa isenta de gordura, maior oxidação de gorduras e
dispêndio energético e redução da deposição de gordura (Buckley et al., 2010).
A ingestão de ácidos gordos ómega 3 tem efeitos benéficos em diversas
patologias: desordens cardiovasculares, diversos tipos de cancro, asma, artrite
reumatoide, osteoporose, entre outros (Candela et al., 2011). Os ácidos gordos
ómega 3 influenciam positivamente a obesidade e osteoporose, uma vez que
reduzem os processos inflamatórios globais (Kelly et al., 2013).
De acordo com Hamazaki & Okuyama (2013), consumos exagerados de
ómega 6 aumentam o risco de doença cardiovascular, sendo assim
recomendado um consumo moderado destes ácidos gordos.
Recentemente, a American Heart Assoaciation, publicou recomendações
de consumo de ácidos gordos ómega 6 entre 5-10% do total de energia
consumida. De acordo com a mesma instituição, o consumo de ácidos gordos
ómega 6 através de óleos vegetais, nozes e sementes tem efeitos benéficos,
desde que faça parte de um plano dietético na qual o excesso de gorduras
saturadas e de ácidos gordos trans sejam substituídos por ácidos gordos
polinsaturados (Harris et al, 2009)
Contudo, e de acordo com Kelly et al. (2013), o consumo excessivo de
ácidos gordos ómega 6, resultando num rácio ómega6-ómega3 bastante
elevado, pode contribuir para o aumento da obesidade e osteoporose, devido à
promoção de inflamação crónica.
As modificações nos padrões alimentares nos últimos 100-150 anos
conduziram a uma alteração no consumo de ácidos gordos, com um aumento
do consumo de ácidos gordos ómega 6 e uma redução do consumo de ácidos
gordos ómega 3. Isto conduziu a um desequilíbrio entre o rácio ómega 6-
22 ómega 3, que é agora bem distinto do rácio de 1-2:1 de antigamente
(Simopoulos, 2009).
Simopoulos (2009) considera fundamental um equilíbrio no balanço
entre ácidos gordos ómega 6 e ómega 3 na prevenção e tratamento de
doenças
cardiovasculares.
Para
a
prevenção
secundária
de
doença
cardiovascular, um rácio de 4:1 foi associado a 70% de redução na taxa de
mortalidade.
O rácio ideal entre os ácidos gordos ómega 6 e ómega 3 deve rondar os
4:1 – 5:1, não devendo exceder os 10:1 (Russo, 2009). As recomendações da
OMS (2003) para o rácio ómega 6:ómega 3 são de valores entre 5:1 e 10:1.
De acordo com a WHO (1993), indivíduos com rácios em excesso de 10:1
devem ser encorajados a consumir mais alimentos ricos em ómega 3, tais
como vegetais de folha verde, leguminosas e peixes.
O ideal será conseguir-se um aumento de ácidos gordos ómega 3
através da dieta, mas os suplementos alimentares são uma opção clara para
inverter esta tendência de aportes deficitários em ómega 3. (Candela et al.,
2011).
Os valores de referência da WHO (2003) são para o consumo de ácidos
gordos ómega 3 entre 1-2% e do consumo de ómega 6 entre 5-8% do valor
calórico total.
3.5.3. Ácidos Gordos Monoinsaturados
Os ácidos gordos monoinsaturados mais consumidos são quase
totalmente absorvidos pelo intestino, sendo oxidados para produção de
energia, convertidos noutros ácidos gordos ou são incorporados nos tecidos
lipídicos (Schwingshackl & Hoffmann, 2012).
Segundo Rodrigues dos Santos (2002), as gorduras monoinsaturadas
são as gorduras mais desejáveis da dieta. Os ácidos gordos monoinsaturados
promovem perfis lipídicos saudáveis, uma vez que ajudam a diminuir as LDL e
a aumentar as HDL, controlam a pressão sanguínea, melhoram a sensibilidade
à insulina e regulam os níveis de glicose (Gillingham et al., 2011). Desta forma,
23 dietas ricas em gorduras monoinsaturadas, como por exemplo a dieta
mediterrânica (Gillingham et al., 2011) contribuem para a redução de fatores de
risco de doença cardiovascular (Schwingshackl & Hoffmann, 2011).
Dietas com mais do que 12% de gorduras monoinsaturadas mostram
diferenças significativas comparativamente com dietas com menos de 12% de
gorduras monoinsaturadas em fatores de risco de doença cardiovascular.
Desta forma dietas com mais de 12% de gorduras monoinsaturadas
apresentam vantagens na redução de massa gorda, pressão arterial sistólica e
diastólica (Schwingshackl & Hoffmann, 2011).
Relativamente à proporção dos diferentes tipos de ácidos gordos, a
WHO (2003) recomenda para um consumo inferior a 10% para os ácidos
gordos saturados, inferior a 1% de ácidos gordos trans, entre 6-10% para os
ácidos gordos polinsaturados, perfazendo os ácidos gordos monoinsaturados o
valor remanescente.
O Instituto Nacional de Medicina, o Departamento da Agricultura dos
Estados Unidos, a Associação Americana de Diabetes não estabelecem
recomendações para os ácidos gordos monoinsaturados. Em contraste, a
Academia de Nutrição e Dietética e a Associação Canadiana de Dietética
estabelecem um valor de menos de 25% do valor calórico total, enquanto a
Associação Americana do Coração estabelece um limite de 20% de consumo
de ácidos gordos monoinsaturados (Schwingshackl & Hoffmann, 2012). De
acordo com Abete et al. (2010), os alimentos ricos em ácidos gordos
monoinsaturados são o azeite, amêndoa, abacate e a noz.
3.5.4. Ácidos gordos trans
Os ácidos gordos trans presentes na nossa dieta podem ser naturais ou
produzidos industrialmente, sendo a hidrogenação de óleos vegetais o
processo mais comum para a formação de ácidos gordos trans industriais
(Bhardwaj et al., 2011).
Uma ingestão em excesso de ácidos gordos trans aumenta os níveis de
LDL e diminui os valores de HDL, aumentando desta forma o rácio LDL/HDL
24 (Hunter, 2006). Desta forma, um consumo excessivo de ácidos gordos trans
está associado a doença coronária, morte súbita proveniente de causas
cardíacas e diabetes. (Mozaffarian et al., 2006). Remig et al. (2010) acrescenta
que um aumento de 2% da energia total consumida através dos ácidos gordos
trans está associado a um aumento de 23% do risco cardiovascular.
De acordo com Remig et al. (2010) a eliminação total dos ácidos gordos
trans não é possível numa dieta equilibrada, devido à sua presença nas carnes
vermelhas e nos produtos lácteos. Desta forma, a Associação Americana do
Coração recomenda a ingestão de ácidos gordos trans até 1% do VET. A
Associação Dietética Americana e o Instituto de Medicina especificam que os
ácidos gordos trans provenientes de fontes industriais devem ser limitados ao
máximo (Remig et al., 2010). Como resposta a estas recomendações, a
indústria da alimentação tem trabalhado no sentido de encontrar meios para
eliminar ou reduzir de forma significativa os ácidos gordos trans dos produtos
alimentares, tais como: (i) modificação do processo de hidrogenação, (ii) uso
de inter-esterificação, (iii) 3) utilização de frações de alto teor em sólidos a
partir dos óleos naturais, (iv) utilização de óleos tratados (Hunter, 2006).
Os óleos ricos em ácidos gordos polinsaturados e monoinsaturados são
boas soluções para substituir os ácidos gordos trans na fritura ou para uso
como ingrediente, mas não conseguem facultar determinadas funcionalidades
para aplicações específicas. Alguns alimentos necessitam de texturas
específicas para a aceitação do consumidor e isso só é possível através de
gorduras sólidas e não através dos ácidos gordos que não são saturados
(Hunter et al., 2010). Devido às recomendações para a diminuição dos ácidos
gordos trans, existe necessidade de encontrar gorduras sólidas que o
substituam mas que não aumentem o risco de doença cardiovascular (Hunter
et al., 2010).
Embora ainda não haja certezas, o óleo de soja, devido à sua
estabilidade oxidativa poderá ser um bom substituto dos ácidos gordos trans
para aplicações em gorduras sólidas (por exemplo: a margarina) (Hunter et al.,
2010).
25 3.6. Colesterol
O colesterol desempenha um papel importante enquanto hormona
esteroide e biossíntese de bílis, sendo ainda um componente integrante das
membranas celulares (FNB, 2005).
As lipoproteínas de elevada densidade (HDL) e as lipoproteínas de baixa
densidade
(LDL)
são
fatores
independentes
de
predição
de
risco
cardiovascular (Barter et al., 2007). Quanto aos rácios colesterol total/HDL e
LDL/HDL são preditores de risco de doença isquémica cardíaca (Lemieux et
al., 2001).
Segundo Erasmus (2006), 999 em cada 1000 pessoas podem controlar
os seus níveis de colesterol sanguíneo através unicamente de meios
nutricionais. A dieta é um determinante importante do colesterol sanguíneo,
mas o colesterol dietético tem apenas uma contribuição modesta no aumento
das concentrações plasmáticas de colesterol LDL (Kanter et al., 2012). Isto
pode ser verificável em estudos recentes onde se demonstrou que o consumo
de ovos, um alimento com um teor considerável em colesterol, mostrou estar
associado a um menor risco de doença cardiovascular. (Scrafford et al.,2010;
Rong et al., 2013). O mesmo foi já verificado quando considerados outros
alimentos de origem animal (Sauvaget et al., 2003). Assim, o colesterol
dietético pode não ter uma importância tão grande como vulgarmente se afirma
(Lichtenstein & Lundy, 2009).
As recomendações atuais para o consumo diário de colesterol são:

<200mg/d para sujeitos com um elevado risco de doença cardiovascular
(Eaton et al., 1997)

<300mg/d para sujeitos saudáveis (Kanter et al., 2012)
De acordo com o Institute of Medicine (2002), o consumo de colesterol
dietético deve ser o mais baixo possível, devido a questões relacionadas com a
saúde do sujeito. No entanto, estudos recentes mostram que as relações entre
o colesterol dietético, os níveis de lípidos sanguíneos e o risco de
26 desenvolvimento de doenças coronárias não são tão estreitas como reportado
previamente. (Kanter et al., 2012).
3.7. Proteínas
As proteínas desempenham um papel importante no balanço energético
através do aumento da saciedade, do efeito na termogénese alimentar, do
efeito na composição corporal e da diminuição da eficiência energética
(Westertrup, 2008).
A ingestão de proteínas resulta em elevados índices de saciedade
comparativamente a quantidades calóricas idênticas de hidratos de carbono ou
gorduras. O seu efeito na saciedade é sobretudo derivado da oxidação de
aminoácidos ingeridos em excesso, sendo este efeito mais elevado através do
consumo de proteínas vegetais comparativamente com as animais (Keller,
2011).
A termogénese alimentar (gasto de energia com o processamento dos
alimentos) é mais elevada para as proteínas do que para os outros
macronutrientes. O aumento deste gasto energético tem a ver com a síntese de
proteína e ureia e pela gluconeogénese. (Westertrup, 2008). Keller (2011)
especifica que, após a ingestão de proteínas a termogénese alimentar aumenta
20-30%, enquanto para os hidratos de carbono o aumento é entre os 5-10% e
para as gorduras 0-5%. A ingestão de proteína animal resulta em 2% mais
energia despendida do que a ingestão de proteína vegetal (Mikkelsen et al.,
2000).
O consumo de elevadas quantidades de proteína durante o tratamento
da obesidade resulta em maiores perdas de peso. Durante a perda de peso,
uma maior quantidade de proteína ajuda a manter o tecido magro e a aumentar
o balanço em cálcio, resultando numa preservação do conteúdo mineral ósseo.
(Keller, 2011). Paddon-Jones et al (2008) referem que uma dieta rica em
proteínas pode providenciar um estímulo no anabolismo muscular, favorecendo
a retenção de tecido magro e melhorando o perfil metabólico. Muitos estudos
têm sugerido que dietas ricas em proteínas aumentam o total de peso perdido
27 e a percentagem de perda de massa gorda. (Krebs et al, 2010; Arciero et al.,
2013)
As recomendações do Instituto de Medicina são para a inclusão de
maiores quantidades de proteína do que aquelas que são previamente
recomendadas numa dieta saudável para a potenciação da perda de peso
(Institute of Medicine, 2002). De acordo com Astrup (2005), não há uma
evidência clara de que o consumo em excesso de proteína aumente o rico de
pedras nos rins, osteoporose, cancro ou doença cardiovascular. Arciero et al.
(2013) acrescenta que um consumo mais elevado de proteína (30%) distribuído
por 6 refeições diárias, conduz a uma diminuição da gordura corporal e mais
especificamente da gordura abdominal e um aumento da massa isenta de
gordura e a termogénese alimentar.
3.8. Vitaminas Antioxidantes
As células contêm inúmeros substratos que são potencialmente
oxidáveis, como os ácidos gordos polinsaturados, proteínas e DNA (FAO,
2001). De acordo com Diplock (1994), os radicais livres de oxigénio estão
envolvidos em inúmeras patologias, incluindo a doença coronária e alguns
cancros.
Por conseguinte, um complexo mecanismo de defesa antioxidante
protege as células contra os efeitos nefastos dos radicais livres produzidos
endogenamente e contra algumas espécies de radicais livres provenientes do
tabaco e de poluentes. Caso a nossa exposição aos radicais livres exceda a
capacidade protetora do sistema de defesa antioxidante ocorre o chamado
stress oxidativo (Sies, 1993).
A interação entre vitaminas antioxidantes parece ser um fator importante
na efetividade das mesmas. Um exemplo desta interação ocorre entre o ácido
ascórbico e o alfa-tocoferol, sendo que o ácido ascórbico parece contribuir para
a regeneração do α-tocoferol (Niki et al., 1995).
28 Contudo, é de salientar o efeito nocivo que estas vitaminas podem
assumir quando atingidos os valores acima das recomendações, passando
assim a ter um papel pró-oxidante (FNB, 2000)
Urso & Clarkson (2003) recomendam que as pessoas adotem uma dieta
rica em antioxidantes, recorrendo somente em último caso à suplementação.
3.8.1. Vitamina A
A vitamina A tem funções importantes no nosso organismo, tais como: i)
atuação como antioxidante, ii) normal funcionamento da nossa visão, iii)
manutenção do funcionamento celular para o normal crescimento, iv) regulação
imunitária e v) reprodução (WHO, 2006).
Segundo Yu (1994), a função antioxidante da pró-vitamina A provém da
sua estrutura, que lhe permite a captação de inúmeras espécies reativas de
oxigénio, incluindo os radicais superóxido e os radicais da peroxidação lipídica.
As recomendações para o aporte de vitamina A são normalmente
providenciadas tendo em conta a relação do consumo de vitamina A (retinol)
que está presente em alimentos de origem animal e próvitamina A (β caroteno),
que são derivados de alimentos de origem vegetal (WHO, 2006), e que tem de
ser convertido em retinol pela mucosa intestinal e fígado para poderem ser
utilizados pelas células.
Os sintomas de deficiência em vitamina A, à parte de sinais clínicos
oculares, como a cegueira noturna, não estão claramente especificados (WHO,
2006). No entanto, há cada vez mais evidências que sugerem que a deficiência
de vitamina A é uma determinante importante na maternidade e sobrevivência
do recém nascido (WHO, 2006).
As melhores fontes alimentares de vitamina A são alimentos de origem
animal, como o fígado, ovos e produtos lácteos, que contêm vitamina A na
forma de retinol, que podem ser rapidamente utilizadas pelo corpo humano
(Rodriguez, 1997).
29 A pró vitamina A (β caroteno) é encontrada nos vegetais de folha verde
(por exemplo o espinafre), vegetais amarelos (por exemplo: abóbora, cenoura)
e frutos não cítricos (por exemplo: manga, papaia) (FAO, 2001)
As frutas e os vegetais contêm vitamina A na forma de carotenoides,
sendo o β caroteno o carotenoide mais importante. Numa dieta variada, a taxa
de conversão de β caroteno em retinol é de aproximadamente 12:1. A
conversão de outros carotenoides em retinol é menos eficiente correspondendo
a uma taxa de conversão de 24:1 (FNB, 2001).
Segundo Castenmiller & West (1998), várias técnicas de preparação dos
alimentos, como a cocção e trituração (moagem) e a adição de óleos podem
melhorar a absorção dos carotenoides. Segundo Miller et al. (2002), não é
surpreendente que o risco de deficiência em vitamina A esteja inversamente
relacionado com a ingestão de vitamina A através de alimentos de origem
animal.
Mele (1991) acrescenta que a carência em vitamina A é mais comum em
sujeitos que têm uma ingestão de vitamina A essencialmente às custas de pró
vitamina A. A vulnerabilidade em vitamina A pode aumentar a possibilidade de
deficiência de ferro (WHO, 2006).
Uma vez que a vitamina A é lipossolúvel, podendo ser armazenada,
principalmente no fígado, o consumo de elevadas quantidades de vitamina A
durante um longo período de tempo pode resultar em sintomas de toxicidade,
incluindo danos no fígado, anormalidades ósseas, dores de cabeça, vómitos,
entre outros (WHO, 2006)
Caso o β caroteno seja ingerido em elevadas quantidades poderá
apresentar um efeito pró oxidante (Powers et al., 2004).
De acordo com a FNB (2001), as recomendações diárias de vitamina A para
adolescentes são as seguintes:
30 Quadro nº4 ‐ Recomendações de ingestão diária de vitamina A.
10-13 anos
14-18 anos
RAPARIGAS
600µg/dia
700µg/dia
RAPAZES
600µg/dia
900µg/dia
3.8.2. Vitamina C
Segundo Rodrigues dos Santos (1995) a vitamina C tem como funções i)
a biossíntese do colagénio, catecolaminas, serotonina e carnitina, ii) ajudar na
absorção, transporte e armazenamento do ferro não-eme, iii) papel
antioxidante.
Bhaskaram (2002) acrescenta que, além destas funções, a vitamina C
está também implicada na regulação imunitária. Kanter (1998) refere que o
papel da vitamina C como antioxidante tem duas facetas: i) captar os radicais
superóxido, hidroxilo e os radicais da peroxidação lipídica; ii) função importante
na reciclagem da vitamina E.
De acordo com Carr & Frei (1999) e Duarte & Lunec (2005), devido à
sua ação antioxidante, a vitamina C pode diminuir a incidência de doenças
cardiovasculares e cancro, uma vez que baixos níveis plasmáticos desta
vitamina estão associados a uma maior mortalidade devido a estes dois fatores
de risco.
Estudos epidemiológicos indicam que dietas elevadas em vitamina C
têm sido associadas a um menor risco de cancro, especialmente cancros
associados à cavidade oral (Yong et al.1997; Schorah, 1998). A vitamina C
pode ser obtida na dieta através de frutas e vegetais (Jialal & Singh, 2006),
sendo de esperar que, uma vez que a vitamina C é hidrossolúvel, uma carência
nestes dois grupos de alimentos resulte em défice de vitamina C (WHO, 2006).
Mcardle et al. (1994) acrescenta que devido à solubilidade na água da vitamina
C, raramente se acumulam em concentrações tóxicas, o que é um fator de
extrema relevância, uma vez que uma ingestão de vitamina C em doses
elevadas resultar numa ação pró oxidante (Powers et al., 2004).
31 Os grãos germinados e leguminosas também contêm um elevado
conteúdo em vitamina C, devido à germinação. No entanto, como a vitamina C
é instável à exposição a ambientes alcalinos, oxigénio, luz e calor, as perdas
podem ser substanciais no armazenamento e cocção, fazendo com que estes
alimentos não sejam tão considerados quando queremos ter aportes
consideráveis de vitamina C (WHO, 2006).
De acordo com a FNB (2000), as recomendações diárias de vitamina C
para adolescentes são as seguintes:
Quadro nº5 - Recomendações de ingestão diária de vitamina C.
10-13 anos
14-18 anos
RAPARIGAS
45 mg/dia
65 mg/dia
RAPAZES
45 mg/dia
75 mg/dia
3.8.3. Vitamina E
A vitamina E constitui o principal antioxidante lipossolúvel nas
membranas
celulares
(Clarkson
&
Thompson,
2000),
sendo
obtida
exclusivamente através da dieta (FAO, 2001).
A vitamina E é essencial para a saúde humana, uma vez que
desempenha um papel fundamental na prevenção de algumas doenças
degenerativas (Borel et al., 2013). Segundo Kwiterovich (1997), a vitamina E
tem uma forte associação com a diminuição da doença da artéria coronária.
Uma deficiência dos níveis de vitamina E pode aumentar a produção de
radicais livres de oxigénio para níveis semelhantes àqueles encontrados após
exercício (Sachek & Blumberg, 2001), assim como prejudicar a função
imunitária (Gleeson & Bishop, 2000). No entanto, e de acordo com Kagan
(1998), uma vez que a vitamina E é uma vitamina lipossolúvel, tem grande
capacidade de armazenamento. Além disso, segundo o mesmo autor, a
vitamina E pode ser regenerada por outros antioxidantes, como por exemplo a
vitamina C.
32 A biodisponibilidade de vitamina E é variável e afetada por inúmeros
fatores, entre os quais a disponibilidade das proteínas envolvidas na sua
absorção, a matriz alimentar, quantidade de gorduras e de vitaminas
lipossolúveis (Borel et al., 2013). Bellizi et al. (1994) referem que cerca de
metade do consumo de vitamina E é proveniente dos óleos vegetais.
De acordo com a FNB (2000), as recomendações diárias de vitamina E
para adolescentes são as seguintes:
Quadro nº6 - Recomendações de ingestão diária de vitamina E
10-13 anos
14-18 anos
RAPARIGAS
11 mg/dia
15 mg/dia
RAPAZES
11 mg/dia
15 mg/dia
3.9. Minerais
3.9.1. Cálcio
O cálcio é o mineral mais abundante no corpo humano, estando a sua
quase totalidade (99%) armazenado no esqueleto humano (WHO, 2006).
Segundo a WHO (2006), as principais funções do cálcio são: (i)
manutenção da rigidez do esqueleto humano, (ii) coagulação sanguínea, (iii)
adesão celular, (iv) contração muscular, (v) libertação de hormonas e
neurotransmissores, (vi) metabolismo do glicogénio e (vii) proliferação e
diferenciação celular.
A mais significante consequência de um baixo aporte de cálcio é a
osteoporose (WHO, 2006). Embora uma ingestão adequada de cálcio seja
importante no decorrer da nossa vida, a infância e a adolescência são dois
períodos cruciais devido ao rápido crescimento do nosso esqueleto (FAO,
2001). Baixas ingestões de cálcio durante este período pode reduzir o pico de
densidade mineral óssea, aumentando assim o risco de osteoporose na fase
adulta (WHO, 2006).
Os produtos lácteos são os principais responsáveis pelo aporte de
cálcio, contabilizando 50-80% do aporte diário de cálcio em muitos países
33 industrializados, enquanto os alimentos de origem vegetal contabilizam cerca
de 25% (WHO, 2006).
Os maiores inibidores da absorção de cálcio são os oxalatos e os fitatos
(FNB, 1999). Os oxalatos encontram-se presente em alimentos como o
espinafre, batata doce e feijão. Os fitatos fazem parte de alimentos como as
leguminosas e cereais integrais.
De acordo com a FNB (1997), as recomendações diárias de cálcio para
adolescentes são as seguintes:
Quadro nº7 - Recomendações de ingestão diária de cálcio
10-13 anos
14-18 anos
RAPARIGAS
1300mg/dia
1300mg/dia
RAPAZES
1300mg/dia
1300mg/dia
3.9.2. Ferro
Grande parte do ferro presente no corpo humano encontra-se nos
eritrócitos, mais especificamente na hemoglobina, em que a sua principal
função é o transporte de oxigénio dos pulmões para os diferentes tecidos do
corpo humano (WHO, 2006).
O ferro é também um importante componente de vários sistemas
enzimáticos, como por exemplo os citocromos, que estão envolvidos no
metabolismo oxidativo. (WHO, 2006)
O ferro é armazenado no fígado como ferritina e hemossiderina (WHO,
2006). A deficiência em ferro é a desordem nutricional mais comum e difundida
pelo mundo (WHO, 2006), sendo a anemia o resultado dum balanço negativo
prolongado de aporte (WHO, 2006).
A presença de deficiência noutros micronutrientes, especialmente as
vitaminas A, vitamina B12, folato e riboflavina também aumenta o risco de
anemia (Allen et al., 2000)
Cerca de 40% da população mundial sofre de anemia, sendo a taxa de
incidência estimada em adolescentes entre os 30-55% (WHO, 2006).
34 Os principais fatores de risco de deficiência em ferro incluem: i) baixa
ingestão de ferro hémico (presente na carne e no peixe); ii) inadequada
ingestão de vitamina C; iii) baixa absorção de ferro através de dietas ricas em
fitatos (incluindo leguminosas e cereais) ou compostos fenólicos (presentes no
café, chá); iv) períodos da vida em que as necessidades de ferro são
especialmente elevadas (por exemplo: o crescimento); v) elevadas perdas de
sangue como resultado da menstruação (WHO, 2006).
As
necessidades
de
ferro
nos
adolescentes
são
elevadas,
particularmente durante o período de rápido crescimento (Rossander-Hulthén.
& Hallberg, 1996).
No que diz respeito ao mecanismo de absorção do ferro, podemos ter
dois tipos de ferro dietético: ferro hémico e ferro não hémico (Hallberg, 1981)
Na dieta, as principais fontes de ferro hémico são a hemoglobina e mioglobina
através do consumo de carne ou peixe, enquanto o ferro não hémico é obtido
através de cereais, leguminosas, frutos e vegetais (FAO, 2001). A absorção
média de ferro hémico através de refeições que contenham carne é de 25%
(21), podendo variar entre 10% quando o armazenamento de ferro é suficiente
até 40% quando existe deficiência em ferro (Hallberg et al., 1997).
O cálcio é o único nutriente que afeta negativamente a absorção do ferro
hémico, influenciando também negativamente a absorção de ferro não hémico
(Hallberg, 1993).
Desta forma, de acordo com a FAO (2001), os fatores que influenciam a
absorção de ferro hémico são: i) o status de ferro do sujeito, ii) a quantidade de
ferro hémico dietético ingerido, especialmente através da carne; iii) conteúdo
em cálcio da refeição; iv) preparação da refeição (temperatura, tempo)
De acordo com a FAO (2001), o ferro não hémico é a principal forma de
ferro dietético. Os fatores que influenciam a absorção de ferro não hémico são:
i) o status de ferro do sujeito; ii) quantidade de ferro não hémico disponível; iii)
balanço entre fatores potenciadores e inibidores (FAO, 2001).
O ácido ascórbico é o mais forte potenciador da absorção de ferro não
hémico (Siegenberg, 1991). O ferro hémico pode ser degradado e convertido
35 em ferro não hémico caso os alimentos sejam cozinhados a elevadas
temperaturas durante um largo período de tempo (FAO, 2001).
Os fitatos inibem a absorção do ferro. Os fitatos são encontrados nos
vegetais, grãos nozes e frutas (FAO, 2001). O cálcio não só interfere
significativamente na absorção do ferro hémico como também na absorção do
ferro não hémico (Gleerup et al., 1993). A solução prática para esta competição
será aumentar a ingestão de ferro, aumentar a sua biodisponibilidade ou evitar
a ingestão de alimentos ricos em cálcio e ferro na mesma refeição (Gleerup,
1995).
Cada refeição deve conter pelo menos 25mg de ácido ascórbico e este
valor pode aumentar caso a refeição contenha muitos inibidores de absorção
do ferro (FAO, 2001).
A carne e o peixe promovem a absorção de ferro não hémico (BjörnRasmussen & Hallberg, 1979), promovendo um equilíbrio na quantidade de
ferro no nosso organismo de duas maneiras: estimulando a absorção quer de
ferro hémico quer de ferro não hémico e providenciando o ferro hémico. A FAO
(2001) refere que podem existir várias conjugações de alimentos, resultando
em diferentes índices de biodisponibilidade do ferro.
Quadro nº8 - Dietas com diferente biodisponibilidade em ferro.
Biodisponibilidade
de ferro
Tipo de dieta
(µg/kg/dia)
Consumo muito elevado de carne e de ácido ascórbico
Consumo muito elevado de carne nas 2 refeições
principais e consumo elevado de ácido ascórbico
Consumo moderado de carne/peixe nas duas refeições
principais e baixo aporte de fitatos e cálcio
Consumo muito reduzido aporte de carne/peixe e de
ácido ascórbico e elevado consumo de fitatos
36 150
75
42
15
De acordo com a FNB (2001), as recomendações diárias de ferro para
adolescentes são as seguintes:
Quadro nº9 - Recomendações de ingestão diária de ferro.
10-13 anos
14-18 anos
RAPARIGAS
8 mg/dia
15 mg/dia
RAPAZES
8 mg/dia
11 mg/dia
3.9.3. Selénio
As principais funções do selénio incluem: i) proteção dos tecidos contra
o stress oxidativo; ii) manutenção dos sistemas de defesa do corpo humano
contra as infeções; iii) modulação do crescimento e desenvolvimento (WHO,
2006).
As dietas usuais na maior parte dos países industrializados providencia
as
necessidades
em
selénio.
Somente
em
locais
onde
o
solo,
e
consequentemente os alimentos produzidos no mesmo, é pobre em selénio
(WHO, 2006).
De acordo com a WHO (2006), os produtos de origem vegetal contêm
entre 0,1μg/g a 0,8μg/g de conteúdo em selénio, enquanto os produtos de
origem animal providenciam um conteúdo em selénio entre 0.1 to 1.5μg/g. De
acordo com a mesma fonte, em países industrializados, a carne providencia
cerca de metade do selénio. Assim, um baixo aporte de alimentos de origem
anumal irá aumentar o risco de deficiência neste mineral.
De acordo com a FAO (2001), esta relevância dada ao solo pode ser
refletida nos dados de consumo diário de selénio na Nova Zelândia (3mg/dia) e
nos Estados Unidos (14mg/dia).
Aproximadamente 30% do selénio encontra-se presente no fígado, 15%
nos rins, 30% no músculo e 10% no plasma sanguíneo (FAO, 2001).
O selénio apresenta uma função importante no metabolismo da tiroide
(Arthur et al., 1993). As condições ambientais e as práticas agrícolas têm uma
enorme influência na quantidade de selénio presente em inúmeros alimentos
(FAO, 2001).
37 De acordo com a FNB (2000), as recomendações diárias de selénio para
adolescentes são as seguintes:
Quadro nº10 - Recomendações de ingestão diária de selénio
10-13 anos
14-18 anos
RAPARIGAS
40µg/dia
55µg/dia
RAPAZES
40µg/dia
55µg/dia
3.10 Pequeno - Almoço
O
pequeno-almoço
é
a
refeição
mais
importante
do
dia,
fundamentalmente pelos benefícios nutricionais que traz ao indivíduo (Gibson,
2003).
A American Dietetic Association (2004) refere que as pessoas que
omitem o pequeno-almoço sentem-se frequentemente cansadas e irritadas no
período da manhã. O pequeno-almoço é fundamental para a reposição dos
níveis energéticos dos adolescentes, uma vez que sucede a um longo período
de jejum noturno (Rodrigues dos Santos, 2002). Os baixos níveis de glicémia
no sangue faz com que os adolescentes tenham de se socorrer do catabolismo
das proteínas (através da gluconeogénese) para aumentar esses mesmos
níveis e fornecer a glucose para os órgãos gluco-dependentes (Rodrigues dos
Santos, 2002).
O não consumo do pequeno-almoço pode trazer consequências na
saúde pública dos adolescentes (Utter et al., 2007). Comparativamente com
consumidores de pequeno-almoço, os adolescentes que não consomem esta
refeição têm ingestões reduzidas de inúmeros nutrientes, tais como: vitamina
A, E, C, B6, B12, folato, ferro, cálcio, fósforo, magnésio, potássio e fibra
dietética (Nicklas et al., 2000). Estes nutrientes são raramente compensados
pelas restantes refeições diárias (Nicklas et al.,2000).
Os adolescentes que não tomam o pequeno-almoço são também mais
propensos a não atingirem as recomendações diárias de alguns grupos
alimentares, como as frutas e hortícolas (Utter et al., 2007).
38 O não consumo de pequeno-almoço tem sido associado a maiores
índices
de
adiposidade
em
adolescentes.
(Song
et
al.,
2006)
e
consequentemente a sobrepeso (Rampersaud et al. 2005; Barba et al. 2006).
Além disso, segundo Lake et al. (2006) o hábito de não consumir o pequenoalmoço pode persistir no estado adulto.
O consumo de pequeno-almoço, particularmente caso esta refeição
contenha cereais, está associada a um consumo mais baixo de gorduras e
consumos mais elevados de hidratos de carbono, fibra e alguns micronutrientes
(Ruxton & Kirk, 1997).
Um maior consumo de cereais ao pequeno-almoço tem sido associado a
ingestões calóricas mais equilibradas (Frary et al., 2004), a um baixo índice de
massa corporal e a perda de peso (Mattes, 2002). Os cereais são
convenientes, têm boa palatibilidade, são nutricionalmente densos e não
requerem grande preparação. Além disso são boas fontes de hidratos de
carbono complexos, com pouca quantidade de gordura e fortificados com
vitaminas e minerais (Whittaker et al., 2001).
3.11. Número de refeições diárias
São vários os autores (Peres, 1980; Eisenman et al., 1990) que nos
referem que os indivíduos não devem estar mais de três horas sem comer,
não só para evitarem baixas de glucose no sangue mas, também, para
evitarem sobrecarregar o organismo com refeições muito pesadas e hiperenergéticas, normalmente indutoras de grande descarga insulínica. De
acordo com Rodrigues dos Santos (2005), uma hiperinsulinemia pós-prandial
pode ser um fator tendencialmente armazenador de glucose no adipócito sob
a forma de triglicerídeos, o que pode redundar em aumento de peso supérfluo
com resultados nefastos no perfil de saúde do adolescente. Além disso, e
como refere Peres (1980), rações excessivas podem não fornecer
equilibradamente todos os princípios nutritivos necessários para uma vida
com saúde.
39 Em sentido inverso, um maior número de refeições diárias permite
fracionar o aporte de alimentos com elevado índice glicémico durante o dia,
evitando-se uma maior concentração de alimentos em poucas refeições e
disponibilizando glucose de forma equilibrada quer para o exercício físico,
quer para suporte do metabolismo dos orgãos gluco-dependentes – cérebro,
sistema nervoso, rim, eritrócito (Rodrigues dos Santos, 2002). Apesar de
ainda persistir alguma controvérsia (Crawley & Summerbell, 1997), o aumento
do número de refeições diárias confere efeitos favoráveis no peso corporal
(Kant et al., 1995), adiposidade (Ruidavets et al., 2002; Toschke et al., 2005)
e ingestão calórica (Drummond et al., 1998). De acordo com Speechy et al
(1999), o efeito positivo do aumento do número de refeições diárias provém
de uma libertação mais sustentada de hormonas gastrointestinais.
4. Dispêndio Energético
4.1. Taxa Metabólica Basal
De acordo com Speakman (2004) a taxa metabólica basal diz respeito
às necessidades energéticas para manter os processos celulares gerais. Ainda
segundo o mesmo autor esta taxa é medida em condições controladas em que
o sujeito está completamente inativo, não está a digerir alimentos (o que
pressupõe a medição pelo menos 4 horas após refeição) e está a uma
temperatura ambiente neutral.
A taxa metabólica basal é a componente que mais contribui para o gasto
energético diário (Johnstone et al.,2005), pelo menos em sujeitos sedentários
ou pouco ativos. O entendimento da natureza fisiológica da variabilidade da
taxa metabólica basal é determinante, uma vez que está associada à epidemia
da obesidade de duas formas distintas: uma baixa taxa metabólica basal pode
ser um fator de risco de obesidade (Weyer at al., 2000) e sujeitos que outrora
foram obesos têm uma taxa metabólica basal 3 a 5% mais baixa do que o
expectável (Astrup et al., 1999). A taxa metabólica basal apresenta uma
resposta adaptativa à restrição alimentar, o que pode predispor os indivíduos a
um posterior novo ganho de peso (Johnstone et al., 2005). O controlo ponderal
40 está dependente de diversos fatores entre os quais o controlo hormonal. A
mensuração de várias hormonas (e.g. leptina, triiodotironina e tiroxina) podem
ajudar a verificar o perfil evolutivo do sujeito em relação à sua massa gorda,
embora as relações entre a massa gorda e o perfil hormonal possam induzir
alguns equívocos (Johnstone et al., 2005).
Importa evidenciar que em sujeitos obesos a taxa metabólica basal está
fortemente condicionada pela percentagem de massa gorda (Vermorel et al.,
2005), embora a análise dos gastos energéticos em repouso deva levar em
consideração quer a massa gorda quer a massa magra que contribuem com
diferentes valências para o gasto energético diário. Johnstone et al. (2005)
confirmam que tanto a massa magra corporal como a massa gorda influenciam
a taxa metabólica basal, havendo no entanto, contributos diferenciados (63%
de contribuição da massa magra e 6% da massa gorda). Os restantes 27% da
variância são atribuídos a fatores que ainda não estão totalmente explicados,
sendo aplicáveis a diferenças inter-individuais.
Sabendo-se que a percentagem de massa magra é um fator importante
para a determinação do gasto energético em repouso (Johnstone et al., 2005),
podendo contribuir com 50-70% para o total de energia despendida diariamente
(em situação de reduzida atividade física) (Vermorel et al., 2005), esta deve ser
privilegiada em programas de redução de peso corporal. Quando o efeito da
massa gorda na taxa metabólica basal é removido, não existe qualquer
associação com concentrações de leptina, o que sugere que a ligação entre as
concentrações sanguíneas de leptina e a taxa metabólica basal ocorrem
somente devido a um inadequado controlo dos efeitos da massa gorda
(Johnstone et al., 2005).
4.2. Efeito Térmico dos Alimentos
A termogénese alimentar está relacionada com a estimulação dos
processos energéticos requeridos no período pós-prandial: (i) absorção
intestinal dos nutrientes; (ii) fases iniciais do seu metabolismo; (iii)
armazenamento dos nutrientes absorvidos (Tappy, 1996)
41 A seleção dos alimentos determina gastos energéticos diferenciados
para o processo de digestão e assimilação dos macronutrientes. Assim,
enquanto as gorduras somente gastam entre 0-3% da energia ingerida para o
seu processamento digestivo e nutricional, os hidratos de carbono gastam
entre 5-10% e as proteínas 20-30% (Tappy, 1996).
4.3. Atividade Física
O dispêndio energético associado à atividade física (AF) é a componente
mais variável do total de energia despendida pela pessoa (Dauncey, 1990).
Olhando para um exemplo simples, de acordo com Hall et al (2004), a corrida
tem um gasto energético bem mais elevado do que o caminhar. Apesar desta
variância associada ao gasto energético através da AF, esta desempenha um
papel chave para que se consiga atingir o balanço energético (Weinsier et al.,
2002).
A AF produz benefícios energéticos na taxa metabólica basal, gerando
assim um maior efeito no balanço energético do que o custo energético do
exercício considerado isoladamente (Speakman & Selman, 2003).
5. Conceitos: Atividade Física, Exercício Físico e Desporto
De acordo com Caspersen et al. (1985), a atividade física é qualquer
movimento corporal gerado pelo sistema músculo-esquelético que resulta em
dispêndio energético
Quanto ao exercício físico é uma subsérie da atividade física. É uma
atividade física planeada, estruturada e repetida com o objetivo de manter o
melhorar a condição física (Caspersen et al., 1985).
Claeys (1984) entende que são quatro os elementos essenciais que
definem o conceito de desporto: o movimento (actividade física e intelectual
humana),
a
competição
(rivalidade
42 no
sentido
da
relação
desporto/performance), a institucionalização (existência de regras e normas
institucionalizadas) e o lazer (carácter recreativo e lúdico).
6. Fatores influenciadores da Atividade Física
De acordo com Mota & Sallis (2002), os fatores influenciadores da AF
podem
ser
agrupados
em
diferentes
variáveis:
(i)
intrapessoais;
(ii)
psicológicos, cognitivos e emocionais; (iii) interpessoais; (iv) ambientais.
6.1. Variáveis intrapessoais
6.1.1. Sexo e idade
Sallis et al. (2000) a partir de uma meta-análise que realizaram sobre
diversos estudos relacionados com os fatores de influência da AF em crianças
e adolescentes, chegaram à conclusão que a maioria desses estudos
demonstra que os rapazes são mais ativos do que as raparigas e que a AF
diminui drasticamente com a idade, sendo esse decréscimo mais notório nas
raparigas.
Mota & Sallis (2002) referindo-se a diversos estudos, afirmam que as
diferenças de género podem ser explicadas por diferentes influências sociais
em ambos os sexos: os rapazes são mais encorajados a praticar AF, têm mais
e diferentes oportunidades fora da escola e revelam experiências de AF mais
positivas do que as raparigas.
Relativamente à idade, o declínio parece ser mais acentuado, quanto
mais intensa e exigente em termos de motivação for a atividade (Sallis et al.,
2000).
43 6.1.2. Estatuto socioeconómico
De acordo com Sallis et al. (1996), o estatuto socioeconómico mediado
pelo trabalho (associado às habilitações literárias e aos rendimentos)
condiciona as atividades de lazer do indivíduo, nomeadamente a AF. De
acordo com os mesmos autores, o baixo nível socioeconómico restringe, em
termos financeiros, não só o meio de transporte para os locais de prática, como
a associação e participação em grupos formais de atividade (Sallis et al., 1996).
Contudo, segundo Sallis et al. (2000), os estudos disponíveis não têm
identificado de forma clara os processos pelos quais o estatuto sócioeconómico
influencia a AF dos jovens, apresentando conclusões que não são consensuais
6.1.3. Obesidade
A relação entre a obesidade ou excesso de peso e a prática de atividade
física na adolescência pode ser vista de duas formas distintas: se, por um lado,
a falta de AF pode levar a aumentos de gordura corporal, por outro lado, há
que ter em conta que os jovens obesos são menos ativos (Delgado & Tercedor,
2002).
Neste sentido, a diminuição da AF poderá ser tanto a causa como o
efeito do aumento de peso ao longo da vida e, portanto, diferentes avaliações
teriam de ser feitas para se chegar a uma relação causal estável (Voorrips et.
al., 1992).
6.2. Fatores psicológicos, cognitivos e emocionais
6.2.1. Auto eficácia
A auto-eficácia para o exercício é o grau de confiança que o indivíduo
tem na sua capacidade para ser fisicamente ativo perante diversas
circunstâncias, ou seja, a eficácia para ultrapassar barreiras (DuCharme &
Brawley, 1995)
44 Entre as variáveis cognitivas correlacionadas com o exercício, a autoeficácia é a mais forte e parece ser o preditor mais consistente do
comportamento de exercício em qualquer idade (Sherwood & Jeffery, 2000).
Jovens com elevada perceção de competência num desporto poderão sentir
baixa perceção de competência noutro. De facto, algumas crianças podem
percecionar uma baixa competência desportiva, mas sentirem-se competentes
noutras atividades físicas (Mota & Sallis, 2002).
6.2.2. Perceção de barreiras
Crawford & Goodbey (1987) identificaram três tipos de barreiras:
externas, internas e sociais.
A perceção de barreiras ou obstáculos apresenta-se inversamente
correlacionada com a AF dos adolescentes em ambos os sexos (Zakarian et
al., 1994).
Um estudo português de Matos et al. (2003) concluiu, relativamente à
perceção de barreiras dos jovens de 15 anos (do 10º ano), que a maioria refere
quase nunca fazer AF com os pais (79.8%); quase metade dos sujeitos refere
não existirem muitos locais para a prática de AF (45.5%) e consideram-na uma
atividade cara (44.8%); cerca de um quarto dos sujeitos afirma que quase
nunca é seguro fazer AF no local onde mora (23.3%).
6.2.3. Atitudes/ Benefícios
Segundo Mota e Sallis (2002) podemos encontrar uma perceção de
benefícios positivos na saúde, semelhante em participantes e não participantes
de AF. Embora a maioria dos indivíduos que integram programas de promoção
de exercício físico percecionem efeitos positivos na saúde, este facto não
contribui suficientemente para a manutenção do exercício.
45 6.2.4. Fatores comportamentais
A prática de AF é considerada um comportamento de saúde, similar a
outros comportamentos de saúde como os cuidados de saúde primários, a
alimentação, a prevenção de consumos e a prevenção de comportamentos
sexuais de risco e de violência (Matos et al., 1999).
Os hábitos de AF influenciam e são determinados por outros hábitos tais
como a alimentação, o consumo de álcool e drogas e o tabagismo, entre outros
(Matos et al., 2001).
Segundo Wold (1993), nos adolescentes, o exercício está relacionado
com uma maior facilidade em fazer novas amizades, obter apoio social e
satisfação escolar, verificando-se, para além de benefícios na saúde,
importantes vantagens no processo de socialização dos adolescentes.
6.3. Variáveis interpessoais
6.3.1. Influência da Família
A influência parental tem sido referida como sendo um dos principais
mecanismos de influência de prática de AF por parte dos adolescentes (Pate &
Ross, 1987)
Os pais podem influenciar a AF dos filhos de diversas formas (Taylor et
al., 1994). Uma das influências mais evidente é, contudo, a que Sallis & Mota
(2002) designaram por apoio instrumental, ou seja, o apoio no transporte para
os locais de prática, o apoio material ou a disponibilidade de tempo.
O encorajamento direto (Klesges et al., 1984), proporcionando
comportamentos mais ativos (Moore et al., 1991) ou o estabelecimento de
regras contrárias, promovendo o constrangimento da atividade são mais dois
exemplos da forma como os pais podem influenciar o comportamento dos
adolescentes relativamente à prática de AF. (Mota & Sallis, 2002).
46 6.3.2. Influência dos Pares
De acordo com Mota & Sallis (2002), a importância dos pares
relativamente à adesão à AF parece ser mais determinante na adolescência do
que na infância.
Com o desenvolvimento da autonomia e a construção da personalidade,
durante a adolescência, o papel de modelo desempenhado pelos pais sofre
uma transferência para os pares e amigos, refletindo-se esta mudança
igualmente no processo de socialização através do desporto (Yang et al.,
2000).
Segundo Freire (2000), o grupo de pares começa a ganhar primazia na
adolescência, uma vez que existe uma partilha de muitas coisas em comum,
tais como os gostos, os desportos, passatempos, poder de compra e tipos de
interesse.
6.3.3. Escola/Professor/Treinador
Assumindo a escola um papel cada vez mais preponderante na
formação e desenvolvimento das crianças e jovens, não só através do currículo
formal, como por meio das aprendizagens resultantes das interações com os
pares e os diversos agentes educativos (Sampaio, 1997).
A influência da escola na AF dos jovens, analisada na perspetiva de
promoção da saúde, poderá, por conseguinte, ser observada segundo dois
prismas distintos: em primeiro lugar, analisar o nível de AF que a escola
promove; em segundo lugar, observar e avaliar os hábitos de AF que a escola
transmite e que possam ser mantidos na idade adulta (Mota & Sallis, 2002).
No que concerne ao nível de AF praticada nas escolas, Pate et al.
(1994) concluem que, as aulas de educação física não proporcionam a
quantidade de AF suficiente.
No que diz respeito ao professor de educação física, Neumark-Sztainer
et al. (2003) destacam a sua importância no desenvolvimento de hábitos de AF
ao longo da vida.
47 6.4. Variáveis ambientais
6.4.1. Acessibilidade a Equipamentos e Espaços
De acordo com Mota & Sallis (2002), ambientes que possuam recursos
favorecedores da prática de AF, como passeios, parques, ginásios, podem
tornar mais simples a participação das pessoas.
De acordo com Sallis et al (1993), as crianças com acessibilidades à
prática de AF mais próximas do local de residência eram mais ativas do que
aquelas com dificuldades de acessibilidade.
Pelo contrário, ambientes que coloquem barreiras à prática como a
inexistência de estruturas e locais com falta de segurança reduzem as
possibilidades das pessoas serem ativas (Sallis et al., 1997).
6.4.2. Condições climatéricas
De acordo com Mota e Sallis (2002), os diferentes níveis de participação
na AF, especialmente no tempo de lazer, parecem estar dependentes das
características ambientais bem como da sazonalidade das atividades. A este
respeito, Pate et al. (1994) referem que existe um crescimento acentuado de
prática de AF durante o Verão.
Relativamente às condicionantes geográficas, um estudo em Portugal
concluiu que os jovens do Litoral praticam AF maior frequência e durante mais
tempo do que os residentes no Interior do país (Matos et al., 1999).
7. Malefícios do Sedentarismo / Benefícios Atividade Física
O sedentarismo/inatividade física tem sido identificado como um dos
maiores problemas de saúde pública do século 21 (Blair, 2009). A WHO estima
que 2 milhões de mortes por todo o mundo são atribuídas à inatividade física
(WHO, 2004).
48 De acordo com Allender et al. (2007), dados do Serviço Nacional de
Saúde de Inglaterra referem que os custos relacionados com a inatividade
física em Inglaterra rondam um bilião de libras por ano, estando a inatividade
física relacionada com mais de 35.000 mortes por ano neste país.
A American Academy of Pediatrics (2001), Australian Government
Department of Health and Ageing (2011) e Canadian Society for Exercise
Physiology (2011) recomendam a redução do tempo passado com atividades
sedentárias, especialmente a visualização de televisão. De acordo com Steele
et al. (2009), o sedentarismo está associado com a adiposidade, enquanto
Sardinha et al. (2008) referem uma associação positiva com um perfil de risco
cardiometabólico, mais especificamente com a resistência à insulina.
Um estilo de vida ativo traz inúmeros benefícios para os adolescentes
(Seabra et al., 2011). De acordo com Strong et al. (2005), atividade física
moderada e vigorosa praticada regularmente está associada a benefícios
comportamentais, de corporais e de saúde durante a adolescência (Strong et
al., 2005). A atividade física praticada regularmente melhora a composição
corporal, capacidade cardiorrespiratória e muscular e a saúde óssea
(USDHHS, 2008). A atividade física regular previne o começo precoce de
inúmeras doenças crónicas que são manifestadas na fase adulta (Rowland,
2006) e os hábitos de atividade física desenvolvido durante a infância e a
adolescência têm repercussões no estilo de vida da fase adulta (Malina, 2001).
A prática regular de atividade física está associada a um risco reduzido de
doença coronária, obesidade, diabetes tipo 2 e outras doenças crónicas
(Department of Health, 2004). O tempo passado em atividade física moderada
a vigorosa está associado a um perfil cardiometabólico saudável em jovens
(Rizzo et al., 2007).
De acordo com Allender et al. (2007), dados do Serviço Nacional de
Saúde de Inglaterra referem que os custos relacionados com a inatividade
física em Inglaterra rondam um bilião de libras por ano, estando a inatividade
física relacionada com mais de 35.000 mortes por ano neste país.
49 A atividade física praticada regularmente melhora a composição
corporal, condição muscular e cardiorrespiratória, a saúde óssea e os
biomarcadores metabólicos de saúde dos adolescentes (USDHHS, 2008).
8. Prevalência atividade física / inatividade física
Embora os benefícios da atividade física estejam documentados, a
prevalência de inatividade física tem aumentado por todo o mundo (Bouchard
et al., 2006). De acordo com a WHO (2004), dois terços dos adolescentes
(entre os 11 e os 15 anos) não atinge as recomendações de atividade física.
Num estudo realizado em adolescentes portugueses, de acordo com a
recomendação de 60 minutos de atividade física diária, 36% dos adolescentes
dos 10 aos 11 anos e 4% dos adolescentes dos 16 aos 17 anos foram
considerados suficientemente ativos (Batista et al., 2012).
De acordo com Maffeis et al. (1997), Dionne et al. (2000) e McMurray et
al. (2000) adolescentes com sobrepeso são menos ativos do que adolescentes
com peso normal.
9. Recomendações Atividade Física
De acordo com a WHO (2011), os adolescentes devem acumular pelo
menos 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa diariamente. Toda a
atividade física que vier por acréscimo trará ainda mais benefícios para a saúde
dos adolescentes. Pelo contrário, caso os adolescentes sejam inativos, devem
começar com pequenas quantidades de atividade física, aumentando
gradualmente até atingirem os 60 minutos diários (WHO, 2011). Estes 60
minutos diários podem ser atingidos de uma só vez ou divididos por várias
vezes ao dia. Cavill et al. (2001) referem que para além dos 60 minutos diários
de atividade física moderada a vigorosa, os jovens devem, participar em
atividades que reforcem a força muscular e da flexibilidade e promovam o
50 desenvolvimento da densidade mineral óssea, pelo menos duas vezes por
semana.
De acordo com a ACSM (2003), os profissionais do exercício devem ter
em consideração que os indivíduos com sobrepeso são na generalidade
sedentários, sendo que grande parte dos mesmos já tiveram experiências
desagradáveis com o exercício. Deste modo, antes de iniciar qualquer
atividade devem conhecer o indivíduo, de forma a perceber qual a sua relação
com o exercício, as suas dificuldades, bem como os locais de prática preferidos
(e.g. clube desportivo, casa, rua, ginásio da escola ou pista). Esta atitude
poderá aumentar a adesão e a concordância com o programa de exercícios
10. Prática de Atividade física consoante o tempo e o espaço
10.1. Tempo Livre
O tempo livre tem sido assumido como potencialmente importante do
ponto de vista da promoção da saúde e da qualidade de vida dos jovens,
devido ao seu carácter voluntário e autónomo (Matos, 2003).
Num estudo de Santos et al. (2005), entre as práticas de lazer mais
referidas nos tempos livres pelos jovens estão: “ouvir música”, “ver televisão”,
“conversar com os amigos”, “jogar às cartas, jogos de vídeo e computador” e
“ajudar nos trabalhos domésticos”. Os mesmos autores referem que as
atividades mais escolhidas por parte dos adolescentes são maioritariamente
sedentárias.
A atividade física necessária para a obtenção de benefícios para a
saúde pode ser livremente escolhida e realizada no tempo de lazer, ou
integrada na rotina diária dos adolescentes (Biddle & Mutrie, 2001).
Efetuando uma comparação dos dias da semana, Konharn et al (2012)
referem que a prática de atividade física moderada a vigorosa por parte dos
adolescentes é maior durante os dias de semana do que ao fim de semana.
Estes resultados vão ao encontro do estudo de Comte et al. (2013), no qual a
taxa de atividade física durante o fim de semana foi 30% mais baixa do que a
taxa de atividade física nos dias de semana.
51 Aibar et al. (2013) num estudo realizado em adolescentes franceses e
espanhóis referem que aos fins de semana, as manhãs são as que mais
contribuem para o incremento da taxa de atividade física.
10.2. Aulas de Educação Física
De acordo com Kremer et al (2012), além do facto das aulas de
Educação Física terem uma curta duração, os estudantes praticam atividade
física moderada a vigorosa durante somente um terço da aula, havendo uma
fraca contribuição para o nível de atividade física diária. Estes dados vão ao
encontro dos encontrados por Wang et al. (2005) em adolescentes
portugueses. Estes autores referem que os adolescentes são pouco ativos
durante as aulas de Educação Física e aconselham um aumento na quantidade
e qualidade das aulas de Educação Física, de forma a encorajar os
adolescentes a atingirem a quantidade de atividade física necessária para
obterem benefícios a nível da saúde.
O facto de existirem ainda tantas escolas no nosso país que não
possuem instalações desportivas cobertas, onde as próprias aulas de
Educação Física são condicionadas pela chuva, pode estar associado às
fracas oportunidades de prática de atividade física entre os jovens (Santos et
al., 2005).
10.3. Recreio Escolar
Segundo Lopes (2006) a palavra recreio pode ter dois significados: o
espaço (onde a criança/adolescente desenvolve atividades livremente) e o
tempo (referente ao intervalo).
Para Pereira et. al. (2003), os espaços de recreio são os locais
preferidos das crianças/adolescentes, uma vez que estas são livres de escolher
com quem estar e quais as atividades que vão realizar.
O recreio escolar tem sido referido por entidades no domínio da saúde
pública, como um contexto importante no âmbito da promoção da atividade
52 física em crianças e jovens (Marques et al., 2001), apresentando-se como uma
oportunidade de acumular atividade física ao longo do dia (Mota et al.,2005,
Escalante et al., 2013). Neste sentido, o recreio representa um tempo e um
espaço de promoção da saúde (Ridgers et al., 2005) e uma oportunidade ideal
ao encorajar nas crianças comportamentos fisicamente ativos e contribuir para
o cumprimento das recomendações de atividade física (Stratton & Ridgers,
2003).
Os
recreios
são
ambientes
potencialmente
ideais
para
o
desenvolvimento e enriquecimento de aprendizagens infantis (Bowers &
Gabbard, 2000).
Os espaços e tempos de recreio das nossas escolas encontram-se, na
maior parte dos casos, desvalorizados, umas vezes por negligência, outras por
razões puramente economicistas (Pereira & Neto, 1997). Estes espaços são
normalmente pouco atrativos, oferecendo escassa possibilidade de ação,
conforto, estética, aventura, sociabilização e vegetação (Pereira et al., 2002).
Lopes et al. (2006) referem que crianças/adolescentes portugueses
passam a maior parte do tempo no recreio em atividade física moderada. Já
Willenberg et al. (2010), num estudo que se centrou nas atividades
desenvolvidas no recreio, constataram que 44% das crianças apresentaram
brincadeiras sedentárias, 30% atividade física moderada e 27% atividade física
vigorosa.
Sleap e Warsbuston (1992), num estudo realizado com crianças de
ambos os sexos de 4 regiões de Inglaterra, verificaram que estas eram mais
ativas durante os intervalos letivos do que durante o tempo livre passado fora
da escola.
Num estudo de Lopes et al. (2006), uma intervenção num recreio escolar
através da introdução de diferentes materiais conduziu a um aumento no índice
de atividade física de crianças e adolescentes portugueses.
53 54 Capitulo IIII – Objetivos
1. Objetivo Geral
- Caracterizar a ingestão nutricional e a taxa de atividade física de
adolescentes portugueses.
2. Objetivos específicos
- Comparar a ingestão nutricional e a taxa de atividade física entre
adolescentes com peso normal e com sobrepeso.
- Avaliar o consumo de macronutrientes e micronutrientes em valores absolutos
(g) e em percentagem de valor energético total (%VET).
- Analisar a frequência de pequeno-almoço e de refeições diárias da amostra.
- Avaliar as correlações entre a taxa de atividade física e o consumo calórico
com o IMC dos adolescentes. 55 56 Capitulo IV – Material e Métodos
1. Amostra
A amostra do presente estudo foi constituída por 262 adolescentes dos
Distritos do Porto e Viseu, que frequentavam a Escola de Oliveira do Douro e
Avintes (Distrito do Porto) e a Escola Viriato e o Agrupamento de Escolas de
Mangualde (Distrito de Viseu) e cujas características se encontram expressas
no quadro nº11.
1.1. Caracterização da Amostra
O quadro nº11 apresenta os dados da estatística descritiva referentes à
idade, peso, altura e índice de massa corporal (IMC) dos participantes no
estudo.
Quadro nº11 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos
adolescentes do PE
Média
Desvio
Padrão
Mínimo
Máximo
Idade
(anos)
15,2
2,2
10,5
18
Peso (Kg)
62
13,5
33,8
118,3
Altura (m)
1,63
0,1
1,3
1,85
IMC
(Kg/m2)
23,3
3,9
16,7
40,8
De seguida iremos apresentar os valores de estatística descritiva
referentes à idade, peso, altura e IMC dos adolescentes com peso normal
(n=151) e adolescentes com sobrepeso (n=101).
57 Quadro nº12 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos
adolescentes com peso normal.
Média
Desvio
Padrão
Mínimo
Máximo
15,6
2,1
11
18
56,1
9
33,8
78,3
Altura (m)
1,63
0,1
1,39
1,85
IMC
(Kg/m2)
20,9
1,7
16,7
24,4
Idade
(anos)
Peso (Kg)
Quadro nº13 - Estatística descritiva referente à idade, peso, altura e IMC dos
adolescentes com sobrepeso.
Média
Desvio
Padrão
Mínimo
Máximo
Idade
(anos)
14,7
2,2
10,5
18
Peso (Kg)
70,1
14,4
35
118,3
Altura (m)
1,62
0,1
1,31
1,83
IMC
(Kg/m2)
26,6
3,6
20,4
40,8
1.2. Critérios de Seleção
Na seleção dos indivíduos para integrar a amostra deste estudo, teve-se
em consideração os seguintes critérios:

Idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos

Existência de alunos com peso normal e sobrepeso

Alunos com disponibilidade para participar no estudo.
58 1.3. Procedimentos de Recolha de Dados
A recolha de dados decorreu entre os meses de Fevereiro e Junho de
2013 em locais distintos, mais propriamente na Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto, Agrupamento de Escolas de Mangualde e Escola
Secundária Viriato.
Foram realizadas as mensurações antropométricas de peso e altura para
posterior determinação do IMC. Os participantes fizeram um registo alimentar
durante três dias com obrigatoriedade de um dos dias corresponder ao fim de
semana. Foi também realizado um questionário indagando acerca da atividade
física dos participantes.
Este estudo foi conduzido de acordo com as determinações da
Declaração de Helsínquia, adotada pela Associação Médica Mundial,
respeitando os princípios éticos para investigação médica envolvendo sujeitos
humanos e foi aprovado pelo Comité de Ética da Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto. Os participantes e responsáveis educativos foram
informados dos eventuais riscos associados à sua participação antes de darem
consentimento por escrito.
Os participantes foram informados da importância do rigor e exatidão das
informações fornecidas. Foi-lhes garantido o anonimato e confidencialidade de
todos os dados obtidos.
1.4. Avaliação da Ingestão Nutricional
A avaliação da ingestão nutricional foi realizada através de um registo dos
alimentos consumidos durante três dias consecutivos, sendo um dos dias de
fim de semana. Salientou-se a importância de referir, o mais aproximadamente
possível, as quantidades de alimentos ingeridas.
O tratamento da informação contida nos registos alimentares foi realizado
através do programa Food Processor Plus versão SQL (ESHA Research,
Salem, Oregon).
59 O programa informático Food Processor Plus versão SQL (ESHA
Research, Salem, Oregon), usa como núcleo central dados provenientes de
tabelas de composição de alimentos analisadas pelo Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos da América. Os conteúdos, em nutrientes, de
alimentos ou pratos culinários tipicamente portugueses foram acrescentados à
base original, utilizando dados da Tabela de Composição de Alimentos
Portugueses (Ferreira e Graça, 1985) para alimentos crus e recorrendo a
trabalhos nacionais (Mano et al., 1989; Amaral et al., 1993) e internacionais
que analisaram alimentos portugueses (Aro et al., 1998; Van Erp-baart , 1998).
1.5. Avaliação do Índice de Atividade Física
A avaliação do índice de Atividade Física foi efetuado a partir do Physical
Activity Questionnaire for Older Children (indivíduos do 5ºao 8ºano de
escolaridade) e do Physical Activity for Adolescents (indivíduos do 9º ao 12ºano
de escolaridade). Estes questionários foram validados respetivamente por
Kowalski et al. (1997a) e Kowalski et al. (1997b).
De acordo com Kowalski et al. (2004), após análise de cada um dos items
do questionário, um score final de 1 indica um índice baixo de atividade física
enquanto um score final de 5 indica um índice elevado de atividade física. Uma
vez que estes autores não indicam uma categorização para valores
intermédios, optámos por fazer uma adaptação do questionário de Mota &
Esculcas (2002) no qual as respostas são dadas em grau de concordância em
escala de Lickert. Assim, aplicámos a seguinte categorização: sujeitos
sedentários (0 – 1,25), sujeitos pouco ativos (1,26 – 2,5), sujeitos
moderadamente ativos (2,51 – 3,75) e sujeitos vigorosamente ativos (muito
ativos) (3,76 – 5).
Uma vez que as linhas de orientação relacionadas com a atividade física
para a saúde em jovens estabelecem o engajamento em atividades físicas de
moderadas
a
vigorosas,
para
melhor
percebermos
a
proporção
de
adolescentes de acordo com o índice de atividade física, iremos complementar
a nossa análise estatística através do agrupamento dos sujeitos do presente
60 estudo em três categorias: grupo pouco ativo, incluindo sujeitos sedentários e
com pouca atividade física; grupo moderadamente ativo e grupo vigorosamente
ativo.
Foi aplicado o α de Cronback para avaliar a consistência interna do
questionário de atividade física, tendo sido obtido um valor de 0,79. Ficou
assim demonstrada uma confiabilidade aceitável do questionário de atividade
física aplicado.
1.6. Avaliação da Composição Corporal
1.6.1. Medidas Antropométricas
Todas as mensurações foram realizadas antes das aulas de Educação
Física (nas escolas) e na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
(período de manhã e tarde).
Em todos os sujeitos que constituem a amostra, foram recolhidos
dados
dos
seguintes
parâmetros
antropométricos,
segundo
procedimentos descritos por Silva (1997).
Quadro nº14 - Protocolo de recolha das medidas antropométricas Peso Corporal e
Estatura.
Peso Corporal
- Medido com o indivíduo despido (só em calções) e imóvel, com o
peso corporal distribuído uniformemente por ambos os pés.
- Cada mensuração foi registada com aproximação às gramas.
- No total foram efetuadas duas medições, tendo sido considerada o
valor médio das mesmas
Estatura
- Medida entre o vértex e o plano de referência ao solo.
- O indivíduo encontra-se descalço, imóvel e em pé sobre um plano
duro, com os calcanhares e cabeça encostados à parede.
- Efetuaram-se duas medições com aproximação aos centímetros,
tendo-se considerado o valor médio das mesmas.
61 os
1.7. Instrumentarium
Quadro nº15 - Instrumentarium utilizado no estudo
Composição Corporal
- Balança
- Fita Métrica
- Esferográfica de tinta lavável
- Ficha de registo
Atividade Física
- Questionário de Actividade Física
Ingestão Nutricional
- Ficha de registo (para três dias)
Meios Informáticos
- Impressora Deskjet F4280
- Food Processor Plus versão SQL (ESHA Research, Salem,
Oregon)
- Microsoft Word
- Microsoft Excel
- SPSS 21.0
1.8. Procedimentos Estatísticos
Na análise dos dados, utilizámos o software “Statistical Package for
Social Sciences – SPSS” versão 21.0 para o Windows.
Foi utilizada a estatística descritiva, mais propriamente medidas de
tendência central (média e desvio padrão).
Para a determinação da existência, ou não, de diferenças significativas
entre as distintas variáveis do PE, foram utilizados os seguintes testes: Q
quadrado, T-Student e Mann-Whitney. Para cada um destes testes foi
utilizado um nível de significância de p<0,05.
Quanto às associações entre as variáveis, foi utilizado o coeficiente de
Pearson.
62 Capitulo V – Apresentação dos Resultados
Iremos apresentar os resultados divididos em duas partes: valores
referentes à ingestão nutricional e valores referentes aos níveis de atividade
física. Na apresentação dos resultados, iremos apresentar os dados referentes
à análise global da nossa amostra e seguidamente especificar os valores para
adolescentes com peso normal e sobrepeso.
1. Ingestão Nutricional
Quadro nº16 - Estatística descritiva referente aos diferentes items de ingestão
nutricional dos adolescentes do PE.
Adolescentes do PE
Energia total (kcal/dia)
1853 ± 493
Hidratos de carbono (%VET)
51,1 ± 6
Açúcares (%VET)
14,5 ± 5,6
Fibras (g/dia)
11,7 ± 4,6
Gorduras (%VET)
28,8 ± 4,8
Ácidos gordos saturados (%VET)
8,5 ± 2,2
Ácidos gordos polinsaturados (%VET)
4,3 ± 1
Ácidos gordos ómega 3 (%VET)
0,3 ± 0,2
Ácidos gordos ómega 6 (% VET)
3,3 ± 1
Rácio Ómega 6: Ómega 3 (g)
16,1 ± 8,9
Ácidos gordos monoinsaturados
10 ± 2,4
(%VET)
Ácidos gordos trans (% VET)
0,5 ± 0,3
Colesterol
232,5 ± 71,1
Proteínas (%VET)
17,8 ± 3
Vitamina A (µg/dia)
411,7 ± 441,7
Vitamina C (mg/dia)
47,2 ± 36,5
Vitamina E (mg/dia)
2 ± 1,2
Cálcio (mg/dia)
602,1 ± 248
Ferro (mg/dia)
13,8 ± 6,9
Selénio (µg/dia)
78,6 ± 25
63 No quadro nº16 apresentamos as medidas de tendência central dos
diversos items analisados no PE referentes à ingestão nutricional.
1.1. Ingestão Calórica
Quadro nº17 - Comparação da ingestão calórica entre adolescentes com peso normal e
sobrepeso de acordo com a idade e género
Peso Normal
Energia
total
(kcal/dia)
Raparigas 10-13 anos
1509,7±160,5
Sobrepeso
2048,1± 397,6
P value
0,000
Rapazes 10-13 anos
1541,8±256,8
1931,6±404,5
0,008
Raparigas 14-18 anos
1601,4±336,3
2287,4±632,4
0,000
Rapazes 14-18 anos
1751,7±287,4
2231,4±349,2
0,000
Da análise do quadro nº17, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
-
As
raparigas
com
sobrepeso
apresentam
uma
ingestão
calórica
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com
peso normal.
-
Os
rapazes
com
sobrepeso
apresentam
uma
ingestão
calórica
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com os rapazes com
peso normal.
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
-
As
raparigas
com
sobrepeso
apresentam
uma
ingestão
calórica
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com
peso normal.
-
Os
rapazes
com
sobrepeso
apresentam
uma
ingestão
calórica
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com os rapazes com
peso normal.
64 1.2. Hidratos de Carbono
Quadro nº18 - Comparação do consumo percentual de HC entre adolescentes com peso
normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Hidratos de
carbono
(%VET)
Raparigas 10-13
anos
Rapazes 10-13
anos
Raparigas 14-18
anos
Rapazes 14-18
anos
Peso Normal
51,3±5,1
Sobrepeso
50,1±5,2
p
0,472
51,9±8,5
50,9±6,4
0,803
50,8±6,2
51,8±5,9
0,509
51,2±6,8
51,5±5,4
0,816
Da análise da quadro nº 18, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de hidratos de
carbono entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de hidratos de
carbono entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de hidratos de
carbono entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de hidratos de
carbono entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).
65 1.2.1. Açúcares
Quadro nº 19 - Comparação do consumo percentual de Açúcares entre adolescentes
com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Raparigas 10-13 anos
Peso
Normal
14,6±7
16,7±3,9
0,089
Rapazes 10-13 anos
14,7±8,6
16,6±3,7
0,182
13,6±6,3
15,3±4,8
0,056
12,7±4,7
15±4,2
0,072
Açúcares Raparigas 14-18 anos
(%VET)
Rapazes 14-18 anos
Sobrepeso
p
Da análise do quadro nº 19, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de açúcares entre as
raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de açúcares entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de açúcares entre as
raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de açúcares entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
66 1.3. Fibras
Quadro nº20 - Comparação do consumo diário de Fibras entre adolescentes com peso
normal e sobrepeso de acordo com a idade e género
Fibras
(g/dia)
Raparigas 10-13 anos
Peso Normal
8,8±2,2
Sobrepeso
12±4
p
0,008
Rapazes 10-13 anos
9,5±4,2
12,2±3,8
0,024
Raparigas 14-18 anos
10,5±3,7
14,3±5,3
0,000
Rapazes 14-18 anos
11,6±5,1
14±4,6
0,113
Da análise do quadro nº20, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de fibras
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com
peso normal - Os rapazes com sobrepeso apresentam um consumo diário de fibras
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com os rapazes com
peso normal
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de fibras
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com
peso normal - Não há diferenças significativas do consumo diário de fibras entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
67 1.4. Gorduras
Quadro nº21 - Comparação do consumo percentual de Gorduras entre adolescentes com
peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Gorduras
(%VET)
Peso Normal
Sobrepeso
p
Raparigas 10-13 anos
27,4±3,7
29,1±4
0,111
Rapazes 10-13 anos
27,7±4,7
28,4±5,6
0,578
28,5±5
29,6±5,2
0,311
28,7±4,9
29,7±4,3
0,637
Raparigas 14-18 anos
Rapazes 14-18 anos
Da análise do quadro nº21, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de gorduras entre as
raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de gorduras entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de gorduras entre as
raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de gorduras entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
68 1.4.1. Ácidos gordos saturados
Quadro nº22 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Saturados entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género
Ácidos
Raparigas 10-13 anos
gordos
Rapazes 10-13 anos
Peso Normal
Sobrepeso
p
7±1,5
8,6±1,4
0,003
8,4±1,9
8,7±2,8
0,604
8,4±2,2
9±2,3
0,268
8,4±2,3
8,6±2,2
0,879
saturados Raparigas 14-18 anos
(%VET)
Rapazes 14-18 anos
Da análise do quadro nº22, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo percentual de ácidos
gordos saturados significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com
as raparigas com peso normal
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
saturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
saturados entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
saturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
69 1.4.2. Ácidos gordos polinsaturados
Quadro nº23 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Polinsaturados
entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Ácidos gordos
Peso Normal
Sobrepeso
p
Raparigas 10-13 anos
4,7±0,9
4,4±0,9
0,472
Rapazes 10-13 anos
3,8±1
3,9±0,7
0,893
Raparigas 14-18 anos
4,2±1,2
4,3±1
0,382
Rapazes 14-18 anos
4,6±1
4,4±0,9
0,701
polinsaturadas
(%VET)
Da análise do quadro nº23, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
polinsaturados entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
polinsaturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos
polinsaturados entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos
polinsaturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).
70 1.4.3.Ácidos Gordos Ómega 3
Quadro nº24 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Ómega 3 entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Peso Normal
Raparigas
Sobrepeso
P
10-13 0,3±0,2
0,22±0,1
0,359
10-13 0,23±0,2
0,17±0,1
0,326
14-18 0,27±0,2
0,26±0,2
0,505
14-18 0,3±0,2
0,26±0,1
0,391
anos
Rapazes
Ómega 3
(%VET)
anos
Raparigas
anos
Rapazes
anos
Da análise do quadro nº24, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
ómega 3 entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
ómega 3 entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
ómega 3 entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
ómega 3 entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
71 1.4.4. Ácidos Gordos ómega 6
Quadro nº25 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Ómega 6 entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Raparigas 10-13
Peso Normal
Sobrepeso
p
3,7±1
3,3±0,9
0,320
2,8±0,9
2,9±0,6
0,924
3,2±1,2
3,3±1
0,551
3,4±1
3,5±0,8
0,538
anos
Rapazes 10-13
Ómega 6
anos
(%VET)
Raparigas 14-18
anos
Rapazes 14-18
anos
Da análise do quadro nº25, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
ómega 6 entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
ómega 6 entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
ómega 6 entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
ómega 6 entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
72 1.4.5. Rácio Ómega 6:Ómega 3
Quadro nº26 - Comparação do rácio Ómega 6: Ómega 3 entre adolescentes com peso
normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Peso Normal
Sobrepeso
p
Raparigas 10-13 anos
19,3±15,5
17,8±8,2
0,734
Rácio
Rapazes 10-13 anos
16±8
19,2±6,7
0,195
Ómega6:
Raparigas 14-18 anos
15,6±10,2
15,6±7,1
0,582
Ómega 3
Rapazes 14-18 anos
14,6±6,9
14±3,6
0,936
Da análise do quadro nº26, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do rácio ómega 6:ómega 3 entre as raparigas
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do rácio ómega 6:ómega 3 entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do rácio ómega 6:ómega 3 entre as raparigas
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do rácio ómega 6:ómega 3 entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
73 1.4.6. Ácidos gordos monoinsaturados
Quadro nº27 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Monoinsaturados
entre adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Raparigas 10-13
Peso Normal
Sobrepeso
p
10±1,8
10,5±2
0,410
Ácidos
anos
gordos
Rapazes 10-13 anos
9,8±2,8
9,8±2,5
0,744
monoinsatu
Raparigas 14-18
9,6±2,4
10±2,7
0,488
rados
anos
(%VET)
Rapazes 14-18 anos
10,3±2,6
10,5±2,4
0,943
Da análise do quadro nº27, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
monoinsaturados entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
monoinsaturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
monoinsaturados entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
monoinsaturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
74 1.4.7. Ácidos gordos trans
Quadro nº28 - Comparação do consumo percentual de Ácidos Gordos Trans entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Raparigas 10-13
Peso Normal
Sobrepeso
p
0,43±0,23
0,55±0,15
0,157
0,45±0,33
0,64±0,25
0,096
0,46±0,32
0,51±0,16
0,270
0,47±0,27
0,51±0,76
0,453
anos
Ácidos
Rapazes 10-13
gordos
anos
trans
(%VET)
Raparigas 14-18
anos
Rapazes 14-18
anos
Da análise do quadro nº28, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
trans entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
trans entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
trans entre as raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
trans entre os rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).
75 1.5. Colesterol
Quadro nº29 - Comparação do consumo diário de colesterol entre adolescentes com
peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género
Peso Normal
Sobrepeso
p
224,5±77,8
262,5±54,8
0,136
Raparigas 10-13
Colesterol
anos
(mg/dia)
Rapazes 10-13 anos
224,2±88,4
240,9±67,4
0,774
Raparigas 14-18
200,8±59,5
256,0±71,8
0,000
237,0±70,1
265,0±73,7
0,132
anos
Rapazes 14-18 anos
Da análise do quadro nº29, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo de colesterol entre as raparigas
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo de colesterol entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo de colesterol
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com
peso normal.
- Não há diferenças significativas do consumo de colesterol entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
76 1.6. Proteínas
Quadro nº30 - Comparação do consumo percentual de Proteínas entre adolescentes com
peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Proteínas
(%VET)
Peso Normal
Sobrepeso
Raparigas 10-13 anos
18,8±3,2
18±1,9
0,326
Rapazes 10-13 anos
17,9±4,4
18±2
0,893
Raparigas 14-18 anos
18,3±3,3
16,8±2,7
0,007
17,9±3
16,7±2,1
0,104
Rapazes 14-18 anos
p
Da análise do quadro nº30, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de proteínas entre as
raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de proteínas entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- As raparigas com peso normal apresentam um consumo percentual de
proteínas significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as
raparigas com sobrepeso.
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de proteínas entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
77 1.7. Vitamina A
Quadro nº31 - Comparação do consumo diário de vitamina A entre adolescentes com
peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Peso Normal
Sobrepeso
p
Raparigas 10-13 anos
301,6±96
343,4±183,6
0,320
Vitamina
Rapazes 10-13 anos
248,3±157,3
317,9±151,6
0,307
A
Raparigas 14-18 anos
389,3±448,7
403,6±200,3
0,833
(µg/dia)
Rapazes 14-18 anos
550,1±703,6
624,3±724,6
0,522
Da análise do quadro nº31, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina A entre as raparigas
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina A entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina A entre as raparigas
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina A entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
78 1.8. Vitamina C
Quadro nº32 - Comparação do consumo diário de vitamina C entre adolescentes com
peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género
Peso Normal
Sobrepeso
p
Raparigas 10-13 anos
38,2±22,9
43,7±34,8
0,896
Vitamina
Rapazes 10-13 anos
30,9±19,9
41,7±22,5
0,076
C
Raparigas 14-18 anos
44,4±34,1
61,8±49,3
0,052
(mg/dia)
Rapazes 14-18 anos
46,9±35,7
50,5±35,7
0,433
Da análise do quadro nº32, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina C entre as raparigas
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina C entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina C entre as raparigas
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina C entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
79 1.9. Vitamina E
Quadro nº33 - Comparação do consumo diário de vitamina E entre adolescentes com
peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género
Raparigas 10-13
Peso Normal
Sobrepeso
p
1,6±0,8
1,8±0,8
0,565
1,2±0,7
1,6±0,7
0,125
1,8±1
2,7±1,5
0,000
2,2±1,2
2,5±1,3
0,159
anos
Vitamina E
Rapazes 10-13
(mg/dia)
anos
Raparigas 14-18
anos
Rapazes 14-18
anos
Da análise do quadro nº33, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina E entre as raparigas
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina E entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo de vitamina E
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com
peso normal.
- Não há diferenças significativas do consumo de vitamina E entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
80 1.10. Cálcio
Quadro nº34 - Comparação do consumo diário de cálcio entre adolescentes com peso
normal e sobrepeso de acordo com a idade e género
Peso Normal
Sobrepeso
P
496,8±151,8
638,5±207,7
0,016
Rapazes 10-13 anos
523,3±193,9
697,7±381,5
0,170
Cálcio
Raparigas 14-18
528,5±201,9
747±303,8
0,000
(mg/dia)
anos
550,2±145,8
658,3±220,7
0,063
Raparigas 10-13
anos
Rapazes 14-18 anos
Da análise do quadro nº34, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de cálcio
significativamente superior (p≤0,05) às raparigas com peso normal.
- Não há diferenças significativas do consumo de diário de cálcio entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de cálcio
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com
peso normal.
- Não há diferenças significativas do consumo diário de cálcio entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
81 1.11. Ferro
Quadro nº35 - Comparação do consumo diário de ferro entre adolescentes com peso
normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Raparigas 10-13
Peso Normal
Sobrepeso
p
11±3,4
13,6±4,5
0,047
11,5±7
14,7±5,5
0,036
11,9±3,4
18±11,5
0,000
13,5±6,5
14,8±4,5
0,156
anos
Rapazes 10-13
Ferro
anos
(mg/dia)
Raparigas 14-18
anos
Rapazes 14-18
anos
Da análise do quadro nº35, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de ferro
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com
peso normal.
- Os rapazes com sobrepeso apresentam um consumo diário de ferro
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com os rapazes com
peso normal.
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de ferro
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com
peso normal.
- Não há diferenças significativas do consumo diário de ferro entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).
82 1.12. Selénio
Quadro nº36 - Comparação do consumo diário de selénio entre adolescentes com peso
normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Raparigas 10-13
Peso Normal
Sobrepeso
p
75,6±24,4
86,3±28,2
0,250
71,7±31,5
83,8±21,9
0,326
70,1±20,6
86,2±27
0,000
77,6±24,3
89,8±23,3
0,053
anos
Rapazes 10-13
Selénio
anos
(µg/dia)
Raparigas 14-18
anos
Rapazes 14-18
anos
Da análise da quadro nº36, podemos constatar que:
No escalão etário dos 10 aos 13 anos:
- Não há diferenças significativas do consumo diário de selénio entre as
raparigas com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
- Não há diferenças significativas do consumo diário de selénio entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05)
No escalão etário dos 14 aos 18 anos:
- As raparigas com sobrepeso apresentam um consumo diário de selénio
significativamente superior (p≤0,05) comparativamente com as raparigas com
peso normal.
- Não há diferenças significativas do consumo diário de selénio entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso (p≥0,05).
83 1.13. Pequeno-almoço
Figura nº1 - Distribuíção percentual do Consumo de pequeno-almoço dos adolescentes com
peso normal.
Da análise da figura nº1, podemos concluir que 87,4% dos adolescentes
com
peso
normal
consomem
pequeno-almoço
enquanto
12,6%
dos
adolescentes com peso normal não o fazem.
Figura nº2 - Distribuíção percentual do Consumo de pequeno-almoço dos adolescentes
com sobrepeso.
84 Da análise da figura nº2, podemos concluir que 66,7% dos adolescentes
com sobrepeso consomem pequeno-almoço enquanto 33,3% dos adolescentes
com sobrepeso não o fazem.
Quadro nº37 - Comparação da ingestão de pequeno-almoço entre adolescentes com
peso normal e adolescentes com sobrepeso.
Pequeno-almoço
Adolescentes
Adolescentes
Peso Normal
Sobrepeso
Sim
Não
Sim
Não
87,4%
12,6%
66,7%
33,3%
p
0,000
Através do quadro acima apresentado podemos verificar que os
adolescentes com peso normal têm um consumo de pequeno-almoço
significativamente superior (p<0,001) aos adolescentes com sobrepeso.
1.14. Número de refeições diárias
Figura nº3 - Distribuíção percentual do número de refeições diárias dos adolescentes
com peso normal.
85 Da análise da figura nº3, gostaríamos de realçar que 74,2% dos
adolescentes com peso normal consome 5 ou mais refeições por dia, enquanto
somente 3,3% consome até 3 refeições por dia.
Figura nº4 - Distribuíção percentual do número de refeições diárias dos adolescentes
com sobrepeso.
Da análise da figura nº4, podemos verificar que 46% dos adolescentes
com sobrepeso consome 4 refeições por dia, havendo uma proporção de 16%
que consome até 3 refeições diárias.
Quadro nº 38 - Comparação do número de refeições diárias entre adolescentes com peso
normal e adolescentes com sobrepeso.
Número
de
refeições diárias
Até 3
4
5 ou mais
refeições
refeições
refeições
3,3%
22,5%
74,2%
16,2%
46%
37,8%
Adolescentes
Peso Normal
Adolescentes
Sobrepeso
p
0,000
86 Da análise do quadro nº38º, podemos concluir a proporção de
adolescentes com sobrepeso que consome até 3 refeições é significativamente
superior comparativamente com os adolescentes com peso normal.
2. Atividade Física
Quadro nº39 - Estatística descritiva referente ao índice de AF global dos adolescentes do
PE
Adolescentes PE
Índice de
2,31±0,6
Atividade Física
(1 – 4,31)
Da análise do quadro nº39, verifica-se que os adolescentes do PE
podem ser categorizados, em termos médios, como sendo pouco ativos.
Quadro nº40 - Comparação do Índice de AF entre adolescentes com peso normal e
sobrepeso
Adolescentes Peso
Adolescentes com
Normal
sobrepeso
2,47±0,6
2,10±0,5
p
Índice de
Atividade Física
0,001*
Da análise do quadro nº40, podemos verificar que os adolescentes com
peso normal têm um índice de atividade física significativamente superior
(p<0,001) aos adolescentes com sobrepeso.
87 Figura nº5 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos adolescentes do PE.
Da análise do índice de AF global da nossa amostra, percebemos que
64,9% dos adolescentes são pouco ativos, 33,2% são moderadamente ativos e
1,9% são muito ativos.
De seguida iremos apresentar os dados referentes à taxa de atividade
física, diferenciando-os de acordo com o IMC.
Figura nº6 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos adolescentes com
peso normal.
88 Da análise da figura nº6, percebemos que 55% dos adolescentes com
peso normal são pouco ativos, enquanto 41,7% são moderadamente ativos e
3,3% são muito ativos.
Figura nº7 - Distribuíção percentual do índice de atividade física dos adolescentes com
sobrepeso.
Da análise da figura nº40, percebemos que 78,4% dos adolescentes
com sobrepeso são pouco ativos, enquanto 21,6% são moderadamente ativos.
De realçar o facto de não encontrarmos qualquer adolescente com
sobrepeso que seja vigorosamente ativo (muito ativo).
Quadro nº41 - Comparação do índice de AF global categorizado por grupos entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso.
Índice de
Pouco
Moderadamente Muito
atividade física
ativos
ativos
55%
41,7%
3,3%
78,4%
21,6%
0%
ativos
Adolescentes
Peso Normal
Adolescentes
Sobrepeso
p
0,000
89 Da análise do quadro nº41, podemos concluir que a proporção de
adolescentes com peso normal com uma AF de moderada a vigorosa é
significativamente superior comparativamente com os adolescentes com
sobrepeso (p≤0,05).
2.1. Atividades de Recreio
Figura nº8 - Distribuíção percentual das atividades de recreio dos adolescentes com
peso normal.
Da análise da figura nº8, constatamos que 52,6% dos adolescentes com
peso normal passeia pelo recreio, enquanto 31,6% corre ou brinca a maior
parte do tempo.
90 Figura nº9 - Distribuíção percentual das atividades de recreio dos adolescentes com
sobrepeso.
Da análise da figura nº9 podemos constatar que 56,4% dos
adolescentes com sobrepeso passeia pelo recreio, enquanto 18,2% corre ou
brinca algum tempo. De realçar ainda que 5,5% dos adolescentes com
sobrepeso passam o tempo de recreio sentados.
Quadro nº42 - Comparação do índice de AF no Recreio Escolar entre adolescentes com
peso normal e sobrepeso.
Atividades de
Adolescentes
Adolescentes
Peso Normal
com Sobrepeso
3,26 ± 1,4
2,65 ± 1,1
p
0,028
Recreio
Da análise do quadro nº42, verificamos que os adolescentes com peso
normal são significativamente mais ativos no recreio do que os adolescentes
com sobrepeso
91 2.2. Aulas de Educação Física
Figura nº10 - Distribuíção percentual da realização de aulas de Educação Física
exaustivas dos adolescentes com peso normal.
Da análise da figura nº10, percebemos que 43,7% dos adolescentes
com peso normal refere ter efetuado, às vezes, aulas de Educação Física
(E.F.) exaustivas, enquanto 24,5% refere que quase nunca o fez.
Figura nº11 - Distribuíção percentual da realização de aulas de Educação Física
exaustivas dos adolescentes com sobrepeso.
92 De destacar da análise da figura nº11 que 51,4% dos adolescentes com
sobrepeso refere que às vezes fazem aulas de EF exaustivas. Outro dado a
realçar é que 16,2% dos adolescentes com sobrepeso refere não ter feito aulas
de E.F.
Quadro nº43 - Comparação do índice de AF nas aulas de EF entre adolescentes com
peso normal e sobrepeso.
Adolescentes
Adolescentes
Peso Normal
com Sobrepeso
3,05 ±1
2,75 ± 1
p
Aulas de EF
exaustivas
0,021
Da análise do quadro nº43, inferimos que os adolescentes com peso
normal
têm
um
índice
de
realização
de
aulas
de
EF
exaustivas
significativamente superior aos adolescentes com sobrepeso.
2.3. Atividade física ao fim da tarde
Figura nº12 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa ao fim da
tarde dos adolescentes com peso normal.
93 Da análise da figura nº12, percebemos que 32,5% dos adolescentes
com peso normal referem praticar atividade física vigorosa ao fim da tarde dois
a três dias por semana, enquanto 22,5% referem que em nenhum dia da
semana o fazem.
Figura nº13 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa ao fim da
tarde dos adolescentes com sobrepeso.
Da análise da figura nº13, percebemos que a maior proporção de
adolescentes com sobrepeso (35,1%) refere nunca ter feito AF vigorosa ao fim
da tarde. Outro dado importante a realçar é que 33,3% dos adolescentes com
sobrepeso referem ter efetuado AF vigorosa ao fim da tarde dois ou três dias
por semana.
94 Quadro nº44 - Comparação do índice de AF ao fim da tarde entre adolescentes com peso
normal e sobrepeso.
Adolescentes
Adolescentes
Peso Normal
com Sobrepeso
2,74 ± 1,2
2,22 ± 1,1
p
Atividade física
vigorosa ao fim da
0,001
tarde
Da análise do quadro nº44, percebemos que os adolescentes com peso
normal praticam significativamente mais AF vigorosa ao fim da tarde
comparativamente com os adolescentes com sobrepeso.
2.4. Atividade física ao fim de semana
Figura nº14 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa ao fim de
semana dos adolescentes com peso normal.
95 Da análise da figura nº14, retira-se que 35,1% dos adolescentes com
peso normal refere efetuar AF vigorosa ao fim de semana duas ou três vezes
enquanto 32,5% o faz somente uma vez
Figura nº15 - Distribuíção percentual da realização de atividade física vigorosa ao fim de
semana dos adolescentes com sobrepeso.
Da análise da figura nº15, percebemos que a maior proporção de
adolescentes com sobrepeso (35,1%) refere ter feito AF vigorosa uma vez no
fim de semana, enquanto 33,3% o refere ter efetuado duas ou três vezes.
Quadro nº45 - Comparação do índice de AF ao fim de semana entre adolescentes com
peso normal e sobrepeso
Adolescentes
Adolescentes
Peso Normal
com Sobrepeso
2,46 ± 1
2,07 ± 0,8
p
Atividade física
vigorosa ao fim
de semana
96 0,001
Da análise do quadro nº45, concluímos que os adolescentes com peso
normal praticam significativamente mais AF vigorosa ao fim de semana do que
os adolescentes com sobrepeso.
3. Correlações
De seguida iremos apresentar as correlações entre o consumo calórico
total, índice de AF e IMC
Quadro nº46 - Correlação entre o consumo calórico total e o IMC.
IMC
Consumo
calórico total
Correlação
p
0,464
0,000
Da análise do quadro acima apresentado, podemos verificar que existe uma
correlação positiva e significativa entre consumo calórico total e o IMC.
Quadro nº47 - Correlação entre a taxa de AF e o IMC.
IMC
Índice de AF
Correlação
p
-0,276
0,000
Da apresentação do quadro nº47, podemos verificar que existe uma correlação
negativa e significativa entre o índice de AF e o IMC.
97 98 Capitulo V – Discussão dos Resultados
Iremos elaborar a discussão dos resultados em duas partes: uma
referente aos dados da ingestão nutricional dos adolescentes do PE e outra
para os items relacionados com o índice de atividade física dos adolescentes
do PE.
Para cada um dos itens apresentados neste capítulo iremos relacionar
os nossos dados com as recomendações e comparar com estudos
internacionais realizados em adolescentes.
1. Ingestão Nutricional
1.1. Consumo Calórico Total
As necessidades energéticas de um indivíduo variam de acordo com um
vasto conjunto de fatores, incluindo a idade, género, composição corporal,
condição clínica, índice de atividade física, objetivos a atingir com a dieta, etc.
Na atualidade, existem diversos métodos que predizem qual o consumo
calórico adequado de um indivíduo. No entanto, não existe nenhum que
contemple todas as variáveis relacionadas com esse consumo calórico
(Weekes, 2007).
No nosso estudo iremos apresentar a proposta de Gidding et al. (2006)
que apresenta recomendações para a ingestão calórica diária por sexo e idade,
em relação a sujeitos sedentários.
De acordo com o mesmo autor, caso os sujeitos tenham uma atividade
física moderada deverá acrescentar-se até 200 kcal ao consumo energético
para suprir este aumento no índice de atividade física.
99 Quadro nº48 - Comparação do índice de atividade física global dos adolescentes com
peso normal e sobrepeso de acordo com a idade e género.
Raparigas 10-13
anos
Rapazes 10-13
Taxa de
anos
Atividade
Raparigas 14-18
Física
anos
Rapazes 14-18
anos
Peso Normal
Sobrepeso
P
2,9±0,7
2,1±0,5
0,001
2,8±0,4
2,3±0,6
0,006
2,3±0,6
2±0,5
0,014
2,6±0,5
2,2±0,4
0,008
Quadro nº49 - Recomendações de ingestão calórica diária.
10-13 anos
14-18 anos
RAPARIGAS
1600kcal
1800kcal
RAPAZES
1800kcal
2200 kcal
Após análise do quadro nº17, percebemos que os adolescentes com
peso normal, independentemente da idade e do género têm um aporte calórico
inferior às recomendações propostas por Gidding et al (2006).
Já no que se refere aos adolescentes com sobrepeso, o aporte calórico
das raparigas de todos os escalões etários é superior às recomendações. Os
rapazes com sobrepeso dos 10 aos 13 anos também apresentam um aporte
calórico superior às recomendações. Os rapazes com sobrepeso dos 14 aos 18
anos têm um aporte calórico muito próximo das recomendações.
Relativamente aos adolescentes com peso normal, poderão ser várias
as razões que os levam a ter um baixo consumo calórico diário. De acordo com
a FAO (2001), o tamanho das famílias, o nível de educação e o orçamento
mensal poderão ser fatores que conduzem à existência de défice energético
100 nos adolescentes. Olhando aos fatores individuais, são vários os estudos sobre
satisfação com a imagem corporal de adolescentes que referem que uma
grande percentagem deles (principalmente raparigas) vive insatisfeita com o
seu corpo e deseja ser magra (Hill & Robinson, 1991; Killen et al., 1994;
Sasson et al., 1995). Moore (1988) acrescenta que essa insatisfação com o
corpo se perpetua com o avançar da adolescência, reforçando os valores por
nós encontrado no escalão etário dos 14 aos 18 anos.
Diversos estudos sobre atitudes relacionadas com a alimentação em
adolescentes de ambos os sexos, de idades entre os 10 e 13 anos, confirmam
que uma grande percentagem deles vive insatisfeito com o seu corpo e deseja
ser magro. Muitos deles tinham já tentado perder peso através de dietas
restritivas e alguns, mais as raparigas do que os rapazes, apresentando
sintomas que se classificam como expressivos de anorexia nervosa (Hill &
Robinson, 1991; Killen et al., 1994; Sasson et al. 1995).
No caso dos adolescentes da nossa amostra que apresentaram défice
ao nível do consumo calórico, esperemos que esta insuficiência alimentar seja
episódica e que não se prolongue no tempo. Caso isso aconteça, além de
perda de peso, ocorrerão inúmeros malefícios para a saúde do adolescente.
Fairburn (2008) refere que os adolescentes terão maiores dificuldades de
concentração, alterações nos seus comportamentos, menor sociabilidade,
problemas de circulação, na função hormonal, maior fraqueza óssea e
muscular, etc. Já de acordo com a American Dietetic Association et al (2001),
ingestões energéticas baixas podem resultar numa perda de massa muscular,
redução no aumento da densidade mineral óssea, risco crescente de fadiga e
risco aumentado de contração de doenças.
Desta forma, estes adolescentes poderão beneficiar dum aumento de
ingestão calórica de forma a conseguirem equilibrar o seu balanço energético e
evitar todas as consequências advindas de um balanço energético negativo.
Quanto aos adolescentes com sobrepeso (com exceção dos rapazes
dos 14 aos 18 anos), as razões que os levam a ter um balanço calórico positivo
poderão também ser diversas. De acordo com Chapman & MacLean (1993), os
adolescentes aumentam o consumo calórico, sobretudo às custas das
101 chamadas “junk foods”, como forma de expressão das necessidades de
independência face à família e como forma de integração num grupo. Já Story
& Resnick (1986) refere que apesar dos adolescentes saberem como melhorar
a sua alimentação do ponto de vista da saúde, utilizam argumentos como a
falta de tempo e o não considerarem imperioso ou conveniente usar
alternativas mais saudáveis para a explicação dos seus erros alimentares.
Sargent et al. (1994) e Ading et al. (1996) acrescentem que os adolescentes
tendem a viver intensamente o dia-a-dia, não se importando com hábitos
alimentares e ingestão de alimentos que podem vir a influenciar a sua saúde e
estado nutricional
Assim, estes adolescentes poderão beneficiar da redução da sua
ingestão calórica, sob risco do sobrepeso se manter a longo prazo e das
consequências que daí advêm. O excesso ponderal se subsistir pode acarretar
diversas consequências para a saúde, tais como: ortopédicas, neurológicas,
pulmonar, endócrinas, fatores de risco para doenças cardiovasculares
(hipertensão arterial, dislipidemia, intolerância à glicose, hipercolesterolemia) e
persistência da obesidade na vida adulta (Stein & Colditz, 2004; Dehghan et al.,
2005).
Quanto aos rapazes com sobrepeso dos 14 aos 18 anos, estes têm um
consumo energético equilibrado próximo das recomendações o que poderá
indiciar a entrada num perfil dietético mais ajustado às suas necessidades quer
energéticas o que se pode refletir positivamente em termos de saúde.
Podemos especular que os rapazes nesta idade começarão a preocupar-se
mais com o corpo que os jovens do escalão etário anterior mas também se
pode dar o caso que a normalização do aporte calórico se deva ao aumento do
peso corporal e massa muscular resultantes do normal processo auxológico.
Dado o seu índice de massa corporal, parece-nos aconselhável haver
uma redução de peso por parte dos adolescentes em questão. Uma forma
eficaz destes adolescentes perderem peso e conseguirem mantê-lo a longo
prazo será terem um balanço calórico negativo associado a uma maior
proporção de ingestão de proteínas, dado o seu elevado poder saciante (Abete
et al., 2010) e elevada termogénese induzida (Tappy, 1996). Como é
102 importante que as necessidades energéticas dos adolescentes sejam
respeitadas, uma vez que poderá causar prejuízos ao crescimento e
desenvolvimento (Jacobson, 1998), a luta contra o excesso de peso não é
tarefa fácil. A luta contra o excesso de peso através da atividade física só é
eficaz se o aporte calórico estiver equilibrado com os gastos. Para
adolescentes com reduzida taxa de atividade física, a melhor forma de reduzir
o peso excedentário é, no nosso entender, através dos cuidados nutricionais.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a
ingestão calórica média (1853 kcal/dia) encontra-se abaixo dos valores
encontrados por Roma-Giannikou et al. (1997) e Moschandreas & Kafatos
(2002)
em
adolescentes
gregos
(2123
kcal/dia
e
2150
kcal/dia,
respetivamente), por Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis
(2278 kcal/dia) e Bellù et al. (1996) em jovens italianos (2055 kcal/dia). Outro
estudo com adolescentes portugueses (Amorim Cruz, 2000) evidenciou
consumos calóricos superiores aos da nossa amostra (2247 kcal/dia).
Verificou-se uma correlação positiva e significativa (p=0.000) entre o
consumo calórico e o IMC (Quadro nº46).
Em termos de análise específica da nossa amostra, os adolescentes
com sobrepeso, independentemente da idade e do género, têm um consumo
calórico significativamente superior aos adolescentes com peso normal.
Noutros estudos internacionais que compararam a ingestão calórica entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso, os resultados são distintos.
Assim, há estudos que não encontraram diferenças significativas: Aeberli et al.
(2007),
enquanto
outros
estudos
referem
um
consumo
calórico
significativamente superior por parte dos adolescentes com peso normal:
Garaulet et al. (2000), Vance et al. (2008), D’Adessa et al. (2010). Não
encontrámos qualquer estudo que comparasse o consumo calórico em
adolescentes com peso normal e sobrepeso que tivesse encontrado um
resultado semelhante ao do PE.
103 1.2. Hidratos de Carbono
Existem várias recomendações para a percentagem de hidratos de
carbono tendo em conta o valor energético total (VET). Mcardle et al. (2001) e
Seeley et al. (2003) aconselham 60% do VET, enquanto a WHO (2003) aponta
para um intervalo entre os 55%-65%. Os valores médios da percentagem de
HC tendo em conta o VET dos adolescentes normoponderais e adolescentes
com sobrepeso, independentemente da idade e género (quadro nº18),
encontram-se abaixo de qualquer das recomendações supracitadas.
Os valores médios de consumo em hidratos de carbono, abaixo das
recomendações,
encontrados
nos
adolescentes
normoponderais
e
adolescentes com sobrepeso vão ao encontro dos resultados do INE (2010)
que refere desequilíbrios na dieta portuguesa através do consumo deficitário de
frutas e hortícolas.
Os hidratos de carbono são um nutriente indispensável na nutrição
humana, uma vez que determinados órgãos (por exemplo o cérebro) são
glucodependentes (Wolfram, 1990).
Uma vez que os adolescentes com peso normal, independentemente do
género
e
da
idade
apresentaram
um
consumo
calórico
inferior
às
recomendações, será importante efetuarem um aumento do aporte de hidratos
de carbono, fundamentalmente às custas de alimentos com elevada densidade
nutricional como as frutas, hortaliças e grãos integrais.
De acordo com Englyst et al. (2007), as frutas, os vegetais e os grãos
integrais são as fontes de hidratos de carbono mais recomendadas, pelo seu
elevado teor em fibra e elevada densidade nutricional. No caso dos grãos
integrais, além destas valências, apresentam ainda uma grande riqueza em
hidratos de carbono complexos e um baixo índice glicémico. Com estas
recomendações, estaremos a minimizar o ganho de peso nos jovens
normoponderais, evitando assim problemas de saúde a longo prazo, como a
diabetes, hipertensão arterial, hipertrigliceridemia (WHO, 2003).
Para os adolescentes com sobrepeso, recomendamos uma ligeira
diminuição do consumo de hidratos de carbono (até aos 45% do VET). De
acordo com Abete et al. (2010), uma dieta com uma composição de hidratos de
104 carbono entre 40 a 50% é a ideal para uma redução e posterior manutenção do
peso corporal, sem efeitos nefastos na saúde do indivíduo.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a
percentagem de hidratos de carbono tendo em conta o VET (51,1%) encontrase acima dos valores encontrados por Roma-Giannikou et al. (1997) e
Moschandreas & Kafatos (2002) em adolescentes gregos (45% e 47,2%
respetivamente), por Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis
(47,6%) e por Amorim Cruz (2000) em adolescentes portugueses (49,1%).
Especificando o consumo de açúcares, os adolescentes normoponderais
e os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do género,
têm um aporte diário de açúcares inferior (quadro nº19) às recomendações de
25% do VET sugeridas pelo Institute of Medicine (2002). Relativamente aos
açúcares adicionados, a WHO (2003) refere que a sua ingestão não deve
ultrapassar os 10% do VET. No nosso estudo, não temos dados que nos
providenciem a diferenciação dos açúcares naturais e adicionados, pelo que
iremos
basear
a
nossa
discussão
nos
valores
de
açúcares
totais
recomendados pelo Institute of Medicine (2002).
No que diz respeito aos açúcares, os adolescentes deverão privilegiar os
açúcares naturais em detrimento dos adicionados. Parece contraditório estar a
promover o consumo de açúcares naturais em detrimento dos açúcares
adicionados, uma vez que a estrutura química de ambos é idêntica. No entanto,
os alimentos constituídos por açúcares simples, devido às propriedades que
têm, providenciam benefícios para a saúde de um indivíduo (Englyst et al.,
2007). Quanto aos açúcares adicionados, não têm qualquer valor nutricional, a
não ser o facto de providenciarem calorias ao corpo humano (Howard et al.,
2002) e aumentarem o risco de desenvolvimento de obesidade (Malik et al.,
2006). De acordo com a WHO (2003), a prevalência de alimentos ricos em
hidratos de carbono altamente processados e com elevada densidade
energética contribui para o aumento da obesidade e doenças associadas à
mesma.
Patterson et al. (2010) analisaram a dieta de 551 crianças e
adolescentes suecos e verificaram que os sujeitos com dietas de menor
105 densidade energética apresentavam melhor qualidade da dieta como um todo,
incluindo maior consumo de frutas, hortaliças e cereais e menor consumo de
refrigerantes, doces e chocolates. Em análise quantitativa, este padrão de
menor densidade energética resultou num consumo significativamente maior
de micronutrientes.
Quanto ao consumo excessivo de bebidas açucaradas a WHO (2003)
refere que é um fator provável de aumento de peso e obesidade. As calorias
das bebidas açucaradas têm um baixo efeito na saciedade e desta forma são
facilmente consumidas de forma repetida (DiMeglio & Mattes, 2000).
Os alimentos líquidos têm um efeito distinto na saciedade e ingestão de
alimentos comparativamente com alimentos sólidos. Segundo Chen et al.
(2009) as causas para isso advêm (i) da ausência de mastigação na ingestão
de bebidas, diminuindo as respostas endócrinas e exócrinas do pâncreas, e (ii)
do facto das bebidas açucaradas serem esvaziadas do estômago a uma taxa
mais elevada do que alimentos sólidos.
Aconselhamos os adolescentes com sobrepeso a privilegiarem os
hidratos de carbono complexos e de baixo índice glicémico, como as hortaliças
e os grãos integrais, em detrimento dos hidratos de carbono simples
(açúcares). De acordo com Willis et al. (2011), elevados consumos de hidratos
de carbono de absorção lenta estão associados com uma menor resposta
glicémica e menor resistência à insulina, enquanto hidratos de carbono
rapidamente digestíveis conduzem a episódios de hiperglicemia, estando
associado a um aumento da resistência à insulina e à diabetes tipo 2 (Ells et
al., 2005). Existe um papel fulcral dos hidratos de carbono com baixo índice
glicémico na regulação do apetite, uma vez que os ácidos gordos de cadeia
curta, produtos resultantes da fermentação dos hidratos de carbono parecem
ativar a secreção das hormonas gastrointestinais, levando à supressão do
apetite (Ford & Frost, 2010).
Importa referir que alguns alimentos ricos em fibras, tais como os cereais
integrais do pequeno-almoço e os pães integrais, apresentam um elevado
índice glicémico (Louie et al., 2012).
106 No entanto, as vantagens destes alimentos são óbvias devido à sua
riqueza nutricional.
Os adolescentes com sobrepeso deverão limitar o consumo de bebidas
açucaradas comerciais e de alimentos de elevada densidade como os bolos e
bolachas e efetuar um consumo moderado de frutas.
De acordo com Cohen et al. (2010), a menos que o consumo excessivo
de snacks salgados, bolos, rebuçados e bebidas açucaradas seja reduzido,
qualquer intervenção ao nível da atividade física e alimentação terão um
impacto limitado no controlo da obesidade.
Os alimentos ricos em açúcares têm sido associados a ganhos
ponderais patológicos devido (i) à elevada densidade energética (Poppitt &
Prentice, 1996), (ii) elevada palatabilidade, uma vez que são doces (Raben et
al.,1997),
(iii) porque são frequentemente consumidos na forma líquida
(Mattes, 1996) e (iv) devido aos efeitos deletérios da frutose (Elliot et al.,
2002).
Estudos recentes indicam que a frutose prejudica a sensibilidade à
insulina e o metabolismo lipídico (Aeberli et al., 2013), aumentando a
deposição de gordura visceral (Stanhope, 2012).
Não somos tão radicais como Aller et al. (2011) que recomenda uma
maior ingestão de grãos integrais e hortaliças, não fazendo alusão à fruta,
devido ao seu elevado teor em frutose. Reconhecemos o valor nutricional que
as frutas apresentam, mas acreditamos que o seu consumo deva ser
moderado, devido aos efeitos nefastos que a frutose pode causar.
No que diz respeito aos adolescentes normoponderais, aconselhamos a
moderarem o consumo de açúcares, dando preferência aos açúcares naturais,
provenientes de alimentos com elevada densidade nutricional em detrimento
dos açúcares adicionados.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a
percentagem de consumo de açúcares (14,5%) se encontra abaixo dos valores
encontrados por Roma-Giannikou et al. (1997) em adolescentes gregos
(17,8%) e acima dos valores encontrados por Aranceta & Perez (1996) em
adolescentes espanhóis (13,7%).
107 1.3. Fibras
Relativamente ao consumo de fibras, os adolescentes normoponderais e
adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género
apresentam valores inferiores (quadro nº20) às recomendações da FNB (2005)
(quadro nº3).
De acordo com Silva (2003), as fibras têm as seguintes funções:
favorecer o trânsito intestinal (DGS, 2005), atenuar o pico glicémico, baixar a
taxa de colesterol sanguíneo, reduzir o fornecimento calórico da dieta, saciar a
fome e facilitar a perda e o controlo de peso corporal (Breda, 2003). É
necessário reter, como vimos atrás, que alguns alimentos ricos em fibras
apresentam um elevado índice glicémico.
De acordo com a WHO (2003), a maior ingestão de fibras dietéticas é
um fator convincente de diminuição do risco de ganho de peso e obesidade,
sobretudo pelas suas propriedades físicas e químicas que aumentam a
sensação de saciedade (Burton-Freeman, 2000).
Num estudo realizado em adolescentes ao longo de 16 semanas, o
aumento da ingestão de fibras, através da adição diária de meia chávena de
feijão por dia, resultou numa perda de 10% de tecido adiposo visceral (Ventura
et al., 2009).
Para os adolescentes com peso normal, aconselhamos um aumento do
consumo de fibras, através do consumo de frutas, hortaliças e grãos integrais.
Para os adolescentes com sobrepeso, aconselhamos também a aumentarem o
seu consumo de fibras, mas preferencialmente através do aumento das
hortaliças e grãos integrais. Van Baak (2013) recomenda uma substituição de
grãos refinados com um elevado índice glicémico por grãos integrais com um
baixo índice glicémico para facilitar na redução do peso corporal.
Relativamente à fruta, os adolescentes com sobrepeso deverão ter um
consumo moderado, uma vez que o efeito nefasto da frutose consumida em
grandes quantidades pode prejudicar o objetivo de perda de peso destes
adolescentes.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o
consumo diário de fibras (11,7g) se encontra abaixo dos valores encontrados
108 por Roma-Giannikou et al. (1997) e Hassapidou & Fotiadou (2001) em
adolescentes gregos (41g e 43,5g respetivamente), por Gonzalez et al. (1994)
em adolescentes espanhóis (43,1g) e por Amorim Cruz (2000) em
adolescentes portugueses (33,3g).
1.4. Gorduras
Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,
independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de
gorduras (quadro nº21) que se encontra dentro das recomendações (25-35%)
providenciadas pela FNB (2008).
Uma elevada ingestão de alimentos com elevada densidade energética
e
pobre
em
micronutrientes
é
um
fator
de
risco
convincente
no
desenvolvimento de obesidade (WHO, 2003). Uma vez que as gorduras estão
altamente associadas a alimentos com elevada densidade energética (WHO,
2003), os adolescentes com sobrepeso poderão beneficiar de uma redução de
gordura, proveniente de alimentos com elevada densidade energética e baixa
densidade nutricional.
De acordo com Astrup et al. (2000), uma diminuição de 10% do total de
gorduras consumido corresponde a uma redução de cerca de 240 kcal do
consumo calórico e 3 kg no peso corporal. Os resultados encontrados por estes
autores foram verificados a curto prazo, havendo menos clareza se dietas
baixas em gordura têm a mesma eficácia a longo prazo (Pirozzo et al., 2002),
devido
fundamentalmente
à
elevada
associação
entre
gorduras
e
palatabilidade.
No caso dos adolescentes com sobrepeso, pensamos que a redução de
ingestão de gordura não precisa de chegar aos 10% sugeridos por Astrup et al.
(2000), uma vez que para além da dificuldade de manutenção desta restrição a
longo prazo, as gorduras têm funções importantes para o organismo, como o
fornecimento de energia, a proteção dos órgãos vitais, regulação da
temperatura corporal, ajudam na absorção das vitaminas lipossolúveis e são
responsáveis pela formação de alguns constituintes das membranas celulares
109 (Spear, 2002). Aconselhamos os adolescentes com sobrepeso a efetuarem
uma redução do consumo de gorduras até ao valor mínimo proposto pelo FNB
(2008) (25% do VET), principalmente através da redução de alimentos com
elevada densidade energética e baixos em micronutrientes. Além dos
benefícios para a sua saúde (WHO, 2003), os adolescentes com sobrepeso
beneficiarão também de uma redução do total de energia consumida. De
acordo com Poppitt & Prentice (1996), Rolls & Bell (1999) e Cuco et al. (2001),
alimentos com elevada densidade energética estão associados a consumos
energéticos mais elevados.
Quanto aos adolescentes normoponderais, aconselhamos a manutenção
do seu consumo de gorduras, tendo somente em atenção à ingestão de
alimentos com elevada densidade energética e pobre em micronutrientes,
substituindo-os por alimentos mais ricos nutricionalmente.
Para adolescentes com sobrepeso e adolescentes normoponderais,
aconselhamos também a terem atenção ao tempo diário de visualização de
televisão, uma vez que a exposição prolongada a anúncios televisivos de
produtos com elevada densidade energética é um fator provável de promoção
de ganho de peso e obesidade (WHO, 2003).
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o
consumo percentual de gorduras (28,8%) se encontra abaixo dos valores
encontrados por Vasquez et al. (1996) em adolescentes espanhóis (40,7 –
43,1%) e por Amorim Cruz (2000) em adolescentes portugueses (33,2 –
33,3%).
1.5. Ácidos Gordos Saturados
Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,
independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de
gorduras saturadas (quadro nº22) que se encontra abaixo dos 10%
preconizados pela WHO (2003).
Dietas ricas em gorduras saturadas aumentam os níveis de LDL e o
risco de doenças cardiovasculares (Lichtenstein et al., 1998). Segundo Van
110 Baak (2013), a moderação na ingestão de gorduras saturadas é uma ótima
estratégia para facilitar o controlo do peso corporal, uma vez que um elevado
consumo de gorduras saturadas está fortemente associado com um aumento
de adiposidade em adolescentes com sobrepeso (Aeberli et al., 2008).
Relativamente à relação dos hábitos alimentares com as questões genéticas,
os genes responsáveis pela obesidade poligénica tendem a relacionar-se
preferencialmente com as gorduras saturadas ao invés das gorduras mono ou
polinsaturadas (Razquin et al. 2010; Corella et al. 2011).
Apesar do consumo de gorduras saturadas dos adolescentes com
sobrepeso
não
exceder
os
10%
recomendados
pela
WHO
(2003),
aconselhamos a manutenção deste perfil de consumo de gorduras saturadas
por parte destes adolescentes, atenuando o consumo de carnes mais gordas
como a carne de porco e vaca, lacticínios gordos como queijos curados,
manteiga e produtos de pastelaria como bolos e bolachas. Os adolescentes
com sobrepeso devem preferir carnes magras como o frango e o peru,
lacticínios magros como queijo fresco e manteiga magra, e substituir as
bolachas ricas em gordura saturada por bolachas integrais ou com teor
reduzido de gordura como as bolachas do tipo “Maria” (Instituto Nacional de
Saúde Doutor Ricardo Jorge, 2010).
Em sujeitos com elevado consumo de gorduras saturadas a substituição
dos ácidos gordos saturados por ácidos gordos polinsaturados diminui as LDL
e o rácio colesterol total/HDL. Um efeito similar mas em menores proporções é
evidenciado
quando
se
substitui
os
ácidos
gordos
saturados
pelos
monoinsaturados (FAO, 2008). Desta forma, aconselhamos os adolescentes
com
valores
de
consumo
de
ácidos
gordos
saturados
acima
das
recomendações, principalmente os jovens com sobrepeso, a substituírem parte
das gorduras saturadas por gorduras polinsaturadas, mais especificamente por
ácidos gordos ómega 3 que estão relacionados com inúmeros benefícios para
a saúde e ajudam na redução da massa gorda.
Os adolescentes normoponderais deverão manter o seu consumo de
gorduras saturadas, uma vez que os seus valores de ingestão não excedem as
recomendações.
111 Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a
percentagem de gorduras saturadas (8,5%) se encontra abaixo dos valores
encontrados por Roma-Giannikov et al. (1997) e Hassapidou & Fotiadu (2001)
em adolescentes gregos (14,4 – 15,8% e 13 - 15% respetivamente) e por
Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis (15 - 17,4%).
1.6. Ácidos Gordos Polinsaturados
Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,
independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de
gorduras polinsaturadas (quadro nº23) que se encontra abaixo do valor mínimo
de 6% recomendado pela WHO (2003).
O consumo de ácidos gordos polinsaturados reduz o rácio do colesterol
total:HDL, talvez o melhor preditor de risco cardiovascular (Mensink et al.,
2003). Acrescido a este facto, os ácidos gordos polinsaturados têm efeitos
benéficos no colesterol sérico (diminuição do colesterol total) e na redução das
LDL, sendo mais dois fatores de diminuição do risco de desenvolvimento de
doenças cardiovasculares (FAO, 2008). Estas melhorias ao nível do perfil
lipídico do sujeito irão fazer com que o consumo de ácidos gordos
polinsaturados esteja relacionado com a melhoria da resistência à insulina
(Summers et al., 2002) e com a redução da inflamação sistémica (Ferrucci et
al., 2006).
Na nossa discussão, iremos dar especial atenção aos ácidos gordos
polinsaturados ómega 3 e ómega 6, que são considerados ácidos gordos
essenciais, uma vez que não podem ser sintetizados pelo corpo humano (FAO,
2008).
Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,
independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de
ácidos gordos ómega 3 (quadro nº24) inferior às recomendações de 1-2% do
VET preconizadas pela WHO (2003).
Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,
independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de
112 ácidos gordos ómega 6 (quadro nº25) inferior às recomendações de 5-8% do
VET preconizadas pela WHO (2003).
Os ácidos gordos ómega 3, devido à sua função anti-inflamatória
desempenham
um
papel
significativo
na
prevenção
de
doenças
cardiovasculares (Pauwels & Kostkiewicz, 2008), mais especificamente na
prevenção secundária de morte súbita devido a arritmias cardíacas (Russo,
2009). De acordo com Jones (2002), outra das vantagens das propriedades
anti-inflamatórias que os ácidos gordos ómega 3 apresentam é a prevenção da
artrite.
Apesar de ainda haver alguma controvérsia, pelo facto dos estudos
serem de curta duração e não longitudinais, os ácidos gordos polinsaturados
ómega
3
de
cadeia
longa,
mais
especificamente
o
EPA
(Ácido
Eicosapentaenoico) e DHA (Ácido Docosahexaenoico), têm efeitos positivos na
redução da obesidade, uma vez que reduzem o apetite, melhoram a circulação
sanguínea, o que facilita a chegada dos nutrientes ao músculo e alteram a
expressão genética no sentido de um maior acréscimo de massa isenta de
gordura, maior oxidação de gorduras e dispêndio energético e redução da
deposição de gordura (Buckley et al., 2010).
Os valores elevados de ingestão de ácidos gordos ómega 6 nos países
ocidentais (Meyer et al., 2003; Blasbalg et al., 2011) têm efeitos pró
inflamatórios,
conduzindo
a
uma
elevada
incidência
de
doenças
cardiovasculares e de certos cancros, como por exemplo o cancro da mama.
Uma vez que os ácidos gordos ómega 3 e ómega 6 competem pelas mesmas
enzimas para a sua desaturação, o rácio ómega 6:ómega 3 assume uma
importância fulcral.
Na nossa amostra, os adolescentes normoponderais e com sobrepeso,
independentemente do género e da idade, superam largamente (quadro nº26)
os valores entre 5:1 e 10:1 recomendados pela OMS (2003). Pensamos que o
valor mais elevado preconizado pela OMS não será adequado de todo para
uma dieta saudável o que é corroborado pela investigação (Simopoulos, 2009).
Um rácio elevado de ácidos gordos ómega 6/ómega 3 pode promover a
patogénese de múltiplas doenças como doença cardiovascular, cancro,
113 osteoporose, doenças inflamatórias e autoimunes. Uma ingestão aumentada
de ómega 6 pode levar à oxidação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL),
agregação plaquetária e interferir com a incorporação de ácidos gordos
essenciais nas membranas fosfolipídicas. (Simopoulos, 2006).
Apesar da recomendação mínima da WHO (2003) para o rácio ómega
6:ómega 3 ser de 5:1, quando temos consumo de ácidos gordos ómega 3 tão
baixos como aqueles presentes nos adolescentes da nossa amostra, um rácio
mais baixo (entre 2:1 e 4:1) assume um papel relevante para possibilitar uma
maior conversão do ácido alfa-linolénico em EPA e DHA (Martin et al., 2006).
Além disso, quantidades mais baixas (1 a 2%) de ácido linoleico são suficientes
para a prevenção de deficiência em ómega 6 (Gibson & Makrides, 2011).
Para a prevenção secundária de doença cardiovascular, um rácio de 4:1
foi associado a 70% de redução na taxa de mortalidade (Simopoulos, 2009).
Os adolescentes da nossa amostra deverão incrementar o consumo de
ácidos gordos polinsaturados, principalmente da fração ómega 3. Além de
todos os benefícios associados a este aumento, há também uma contribuição
efetiva para equilibrar o rácio ómega 6:ómega 3. Exemplos de alimentos ricos
em ómega 3 que nós aconselhamos são os peixes gordos como a cavala, a
sardinha, o salmão e o atum, e frutos gordos e oleaginosos como a noz e
vegetais de folha verde (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge,
2010).
Consideramos que as fontes alimentares são a melhor solução para este
aumento, mas uma vez que em muitos países ocidentais se consome pouco
peixe e um aumento do seu consumo envolve mudanças alimentares que
muitas pessoas não estão para fazer, a suplementação específica e os
alimentos enriquecidos com ómega 3 podem ser uma solução adequada
(Abete et al., 2010).
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a
percentagem de gorduras polinsaturadas (4,3%) se encontra abaixo dos
valores encontrados por Roma-Giannikov et al. (1997) em adolescentes gregos
(6,5 -6,6%) e por Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis (5 –
5,5%).
114 1.7. Ácidos Gordos Monoinsaturados
O Instituto Nacional de Medicina, o Departamento da Agricultura dos
Estados Unidos, a Associação Americana de Diabetes não estabelecem
recomendações para os ácidos gordos monoinsaturados. Em contraste, a
Academia de Nutrição e Dietética e a Associação Canadiana de Dietética
estabelecem um valor de menos de 25% do valor calórico total, enquanto a
Associação Americana do Coração estabelece um limite máximo de 20% de
consumo de ácidos gordos monoinsaturados (Schwingshackl & Hoffmann,
2012).
Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,
independentemente da idade e do género têm um consumo percentual de
gorduras monoinsaturadas (quadro nº27) que se encontra abaixo dos limites
máximos recomendados quer pela Associação Canadiana de Dietética quer
pela Associação Americana do Coração.
Segundo Rodrigues dos Santos (2002), as gorduras monoinsaturadas
são as gorduras mais desejáveis da dieta. Os ácidos gordos monoinsaturados
promovem perfis lipídicos saudáveis, uma vez que ajudam a diminuir as LDL e
a aumentar as HDL, controlam a pressão sanguínea, melhoram a sensibilidade
à insulina e regulam os níveis de glicose (Gillingham et al., 2011). Desta forma,
dietas ricas em gorduras monoinsaturadas, como por exemplo a dieta
mediterrânica (Gillingham et al., 2011) contribuem para a redução de fatores de
risco de doença cardiovascular (Schwingshackl & Hoffmann, 2011).
Devido
aos
atributos
para
a
saúde
que
os
ácidos
gordos
monoinsaturados apresentam, as recomendações internacionais aconselham
um aumento destes ácidos gordos, fundamentalmente em detrimento dos
ácidos gordos saturados (Gillingham et al., 2011).
Dietas com mais do que 12% de gorduras monoinsaturadas mostram
diferenças significativas comparativamente com dietas com menos de 12% de
gorduras monoinsaturadas em fatores de risco de doença cardiovascular.
Desta forma dietas com mais de 12% de gorduras monoinsaturadas
apresentam vantagens na redução de massa gorda, pressão arterial sistólica e
diastólica (Schwingshackl & Hoffmann, 2011).
115 Consideramos que deveriam existir recomendações para valores de
consumo mínimo de ácidos gordos monoinsaturados, uma vez que indivíduos
com dietas pobres em ácidos gordos monoinsaturados vêm comprometidos
todos os benefícios associados a estes ácidos gordos.
Dado o perfil dietético que os adolescentes da nossa amostra
apresentaram nas outras formas de gorduras, pensamos que o consumo de
ácidos gordos monoinsaturados se encontra dentro de valores aceitáveis. No
entanto, e como nas recomendações dietéticas atuais, as gorduras
monoinsaturadas e os ácidos gordos ómega 3 são enfatizados, em detrimento
dos ácidos gordos saturados e trans (Abete et al., 2010), consideramos que um
aumento de ácidos gordos monoinsaturados por parte dos adolescentes da
nossa amostra só lhes trará benefícios. Na nossa dieta habitual é fácil de
atingir este desiderato através do aporte de ácido oleico.
Recomendamos os adolescentes do presente estudo a aumentarem o
seu consumo em alimentos ricos em ácidos gordos monoinsaturados, como o
azeite, amêndoa, abacate e a noz (Abete et al., 2010).
No caso dos adolescentes com sobrepeso, deverão ter atenção ao
consumo de frutos secos (amêndoa, noz, pinhão, pistácio, avelã) devido ao
facto de serem alimentos altamente calóricos. Quer as nozes em geral quer o
ácido oleico são alimentos fundamentais para uma dieta saudável. No entanto,
é necessário ter sempre em atenção o elevado conteúdo calórico destes
alimentos. Como o excesso de peso, tirando raras situações provocados por
propensão genética, deriva de balanços calóricos positivos é forçoso evitar que
a utilização das gorduras saudáveis desequilibrem o aporte calórico total da
dieta.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que a
percentagem de gorduras monoinsaturadas (10%) se encontra abaixo dos
valores encontrados por Roma-Giannikov et al. (1997) e Hassapidou & Fotiadu
(2001) em adolescentes gregos (17,6 – 18,6% e 15,2 – 15,7% respetivamente)
e por Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis (15,4 – 18,2%).
116 1.8. Ácidos gordos trans
Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,
independentemente da idade e do género, têm um consumo diário de ácidos
gordos trans (quadro nº28) inferior às recomendações da WHO (2003)
(<1%VET). Se este perfil momentâneo se mantiver permite reduzir a taxa de
incidência de algumas morbilidades circulatórias, e não só, nos sujeitos
estudados.
Os ácidos gordos trans presentes na nossa dieta podem ser naturais ou
produzidos industrialmente (Bhardwaj et al., 2011) e ambos parecem ser
nefastos para a saúde (Kochan et al., 2010)
Há fortes evidências que os ácidos gordos trans aumentam os fatores de
risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, mais propriamente um
aumento dos níveis sanguíneos de LDL e triglicerídeos e redução dos valores
de HDL (Hunter, 2006). Estes efeitos nefastos no perfil lipídico do sujeito fazem
com que o consumo excessivo de ácidos gordos trans seja um fator provável
de aumento de morte súbita, síndrome metabólica e diabetes (FAO, 2008).
Os alimentos muito processados industrialmente são habitualmente ricos
em gordura hidrogenada, por exemplo: pão de forma de produção industrial,
bolachas, biscoitos, fast-food, batatas fritas de pacote, aperitivos, snacks de
chocolate, alguns cereais de pequeno-almoço, produtos de pastelaria e
confeitaria, bolos embalados, refeições prontas a consumir, refeições
congeladas e embaladas prontas a consumir, alguns gelados, etc. (DGS,
2005).
A ingestão de ácidos gordos trans a partir de fontes industriais deve ser
reduzida ao máximo devido aos seus efeitos adversos no perfil lipídico do
sujeito (Remig et al., 2010). Um aumento de 2% de ingestão calórica através
dos ácidos gordos trans industriais está associado a um aumento de 23% de
risco cardiovascular (Remig et al., 2010).
Desta forma, aconselhamos os adolescentes da nossa amostra, a
limitarem ao máximo o consumo de alimentos que contenham ácidos gordos
trans industrializados. Além das vantagens associadas à diminuição deste
117 nutriente, irá também contribuir para equilibrar o rácio ómega 6:ómega 3, uma
vez que os alimentos ricos em gordura hidrogenada são ricos em ómega 6.
De acordo com Mensink et al. (2003), a substituição de ácidos gordos
trans por ácidos gordos insaturados é uma medida efetiva para melhorar o
perfil lipídico e consequentemente o estado de saúde do indivíduo.
1.9. Colesterol
Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,
independentemente da idade e do género, têm um consumo diário de
colesterol (quadro nº29) inferior às recomendações de Kanter et al. (2012)
(<300mg/d). No entanto, mais que o conteúdo em colesterol da dieta, interessa
verificar como um indivíduo “negoceia” o colesterol que ingere em termos de
absorção. Por isso, o indicador mais fiável para determinar os eventuais efeitos
do colesterol da dieta é a taxa sanguínea deste nutriente.
Segundo Falcão (2000), um colesterol total elevado no sangue, com
uma quantidade baixa de HDL provoca um maior risco de desenvolver doenças
coronárias.
De acordo com o Institute of Medicine (2002), o valor recomendado para
o colesterol dietético deve ser o mais baixo possível devido a questões
relacionadas com a saúde do sujeito. De acordo com a mesma fonte, não se
deve, no entanto, eliminar o colesterol da dieta, uma vez que esse facto iria
requerer mudanças significativas no perfil nutricional, o que poderia induzir
efeitos indesejáveis e riscos desconhecidos para a saúde.
O colesterol apresenta muitas funções no nosso organismo, tais como:
(i) estruturação da membrana celular, (ii) síntese das hormonas esteroides, (iii),
síntese da vitamina D, etc. (Kanter et al.,2012)
Segundo Rodrigues dos Santos (2001), os problemas derivados do
excesso de colesterol não são assim tão relevantes, desde que a sua entrada
na corrente sanguínea esteja controlada por um intestino íntegro e em bom
funcionamento, que funcione como elemento equilibrador do colesterol formado
no fígado.
118 É importante frisar que 2/3 do colesterol sanguíneo provém da síntese
hepática que é maioritariamente ativada pela ingestão de ácidos gordos
saturados (Ramprasath et al., 2012).
O impacto do colesterol dietético nos lípidos sanguíneos é reduzido
quando o consumo de ácidos gordos saturados é baixo (Harman et al., 2011).
Devido ao seu elevado teor em colesterol, o ovo tem sido apontado como um
alimento a evitar. Não se pode estabelecer uma relação direta entre o alimento
e a taxa de colesterol no sangue. Se, a ingestão moderada de ovos (3 a 6 por
semana) não induzir um acréscimo do colesterol sanguíneo basal não há razão
alguma para reduzir drasticamente o consumo deste alimento de elevada
densidade nutricional. Inclusive, Rong et al. (2013) demonstraram que o
consumo de ovos mostrou estar associado a um menor risco de doença
cardiovascular.
Harman et al. (2011) acrescentam que um consumo aumentado de
colesterol dietético (através de dois ovos por dia) não aumenta os níveis de
colesterol total nem de LDL, desde que seja acompanhado por uma redução de
peso. Esta constatação sugere que alimentos ricos em colesterol não devem
ser excluídos da dieta para sujeitos que estejam a perder peso.
Os ovos são fontes ricas em colesterol, mas não têm quantidades
consideráveis de ácidos gordos saturados (Kanter et al., 2012). Desta forma,
somos da opinião que as concentrações plasmáticas de colesterol (sobretudo o
colesterol total e a fração das LDL) estão muito mais dependentes da ingestão
de gorduras saturadas do que propriamente de colesterol dietético.
Kanter et al. (2012) referem que a dieta é um determinante importante
do colesterol sanguíneo mas o colesterol dietético tem apenas uma
contribuição modesta no aumento das concentrações plasmáticas de LDL
Os níveis de HDL são determinados fortemente por questões genéticas,
com um índice de heritabilidade entre os 40-60%. (Iatan et al., 2012), embora
Hartung et al. (1980) tenha afirmado que a taxa sanguínea de HDL estar mais
dependente da atividade física que da dieta. A antiguidade deste estudo deve
levar-nos a equacionar a sua fiabilidade atual.
119 Num estudo recente (Lombardo et al., 2013) verificou-se que uma dieta
equilibrada caloricamente e exercício físico embora promovessem a redução
do colesterol total não tinham efeito verificável ao nível das HDL e outras
frações lipoproteicas. A conjugação de dieta equilibrada e exercício com um
suplemento
(ómega-3,
policosanol,
resveratrol,
L-carnitina,
monascus
purpureus, coenzima Q 10, vitamina 6 e vitamina 12) reduzia não só o
colesterol total como aumentava as HDL e reduzia as LDL (Lombardo et al.,
2013).
Na nossa opinião, e uma vez que o colesterol dietético pode não nos dar
informação suficiente, o mais importante é os adolescentes do nosso estudo
fazerem uma monitorização do colesterol sanguíneo, o verdadeiro aferidor de
risco cardiovascular. Para que haja um equilíbrio na taxa de colesterol
sanguíneo, aconselhamos os adolescentes do PE a moderarem o seu
consumo de gorduras saturadas e a praticarem atividade física com maior
regularidade e também aumentarem o consumo de fitoquímicos através de
uma dieta rica em frutos e vegetais (Lee et al., 2013).
Embora, uma dieta rica em amêndoas e proteínas de soja possa reduzir
as LDL (Jenkins et al., 2003) é necessário ter cuidado com os produtos de soja
que, quando mal manufaturados, podem provocar sérios problemas para a
saúde principalmente ao nível do aparelho reprodutor (Wang et al., 2013).
Uma dieta rica em soja não faz parte do plano nutricional dos países
mediterrâneos. Acreditamos que a alimentação tem algo de ecológico, isto é,
uma dada dieta está relacionada na forma como o indivíduo se relaciona com o
meio. Por isso, aquilo que pode ser saudável para um dado país pode não o
ser para um país colocado nos antípodas.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o
consumo de colesterol diário (232,5 g/dia) se encontra abaixo dos valores
encontrados por Roma-Giannikov et al. (1997) em adolescentes gregos (349 –
358 g/dia) e por Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis (331 –
470 g/dia).
1.10. Proteínas
120 Os adolescentes normoponderais e os adolescentes com sobrepeso,
independentemente da idade e do género apresentam uma percentagem de
consumo proteico (quadro nº30) superior às recomendações de 10-15%
recomendadas na literatura (Thompson, 1997)
Os valores médios de consumo proteico, acima das recomendações,
encontrados nos adolescentes normoponderais e adolescentes com sobrepeso
vão ao encontro dos resultados do Instituto Nacional de Estatística (2010) que
refere desequilíbrios na dieta alimentar portuguesa através de um recurso
excessivo ao grupo das “Carnes, pescado e ovos”.
Embora os valores encontrados no presente estudo (PE) sejam
superiores às recomendações devemos questionar se podem ser deletérios ou
não para a saúde dos jovens estudados. Embora, elevados consumos
proteicos possam levar à ultrapassagem da capacidade hepática de
desaminação das proteínas e induzir depleção de cálcio e desidratação e
situações
de
hiperaminoacidemia,
hiperamonemia
e
hiperinsulinemia
(Bilsborough & Mann, 2006), pensamos que os valores médios encontrados
não colocam problemas de saúde ou de desequilíbrio metabólico. Valores de
consumo proteico perto dos 20% são usuais na população portuguesa,
desportista e não desportista (Rodrigues dos Santos et al., 2010).
Através do tratamento estatístico dos registos alimentares, percebemos
que este consumo proteico elevado por parte dos adolescentes da nossa
amostra foi feito maioritariamente pelo consumo de carnes vermelhas e não
tanto através do consumo de carnes magras, pescado, ovos ou leguminosas.
Embora os valores de consumo proteico totais, por si só, possam não colocar
problemas metabólicos e de saúde, o excessivo consumo de carnes vermelhas
pode não ser o mais adequado. Assim, Montonem et al. (2013), comparando a
ingestão de carne vermelha e grãos integrais, comprovaram que enquanto
estes baixavam vários indicadores de stresse oxidativo, o consumo de carne
vermelha estava associado ao aumento dos níveis circulatórios de GGT (gamaglutamil- transferase) e hs-CRP (proteína C-reativa de elevada sensibilidade),
índices de stresse oxidativo e inflamação.
121 Embora, no nosso entender, não se coloquem problemas de saúde com
a ingestão proteica verificada, para os adolescentes com peso normal,
independentemente da idade e do género, aconselhamos uma redução do
consumo proteico em benefício de um aumento de hidratos de carbono,
através fundamentalmente das frutas, legumes e grãos integrais. Uma vez que
os adolescentes com peso normal, independentemente do género e da idade
apresentaram consumos calóricos inferiores às recomendações, não será
vantajoso exceder os limites de ingestão diária em proteínas, dado que o seu
elevado poder saciante limita a normalização dos valores de consumo calórico.
No que diz respeito aos adolescentes com sobrepeso, independentemente da
idade e do género, consideramos que devem manter ou mesmo incrementar o
seu consumo proteico. De acordo com o FNB (2002), a inclusão de maiores
quantidades de proteína poderá ser benéfica para uma perda de peso, não
havendo evidência clara que uma elevada ingestão de proteínas aumenta o
risco de pedras nos rins, osteoporose, cancro ou doença cardiovascular. De
acordo com o FNB (2002), os adolescentes poderão beneficiar de uma
ingestão que vai até aos 30% de proteína relativamente ao consumo energético
total.
Desta forma, os adolescentes com sobrepeso, além de poderem vir a
beneficiar do efeito saciante das proteínas (Astrup, 2005), podem também
beneficiar de um maior gasto energético associado à termogénese alimentar
deste macronutriente e da manutenção da massa isenta de gordura. De acordo
com Keller (2011), após a ingestão de proteínas, a termogénese alimentar
aumenta 20-30%, enquanto para os hidratos de carbono esse aumento se cifra
entre 5-10% e para as gorduras 0-5%. O mesmo autor refere ainda que uma
maior quantidade de proteína ajuda a manter a massa isenta de gordura, o que
trará ainda mais benefícios para os adolescentes com sobrepeso, permitindo
que os gastos no seu metabolismo basal sejam mais elevados. Arciero et al.
(2013) acrescenta que se este consumo mais elevado de proteína (30%) for
distribuído por 6 refeições diárias, há uma diminuição da gordura corporal e
mais especificamente da gordura abdominal e um aumento da massa isenta de
gordura e a termogénese alimentar.
122 Aconselhamos também os adolescentes com sobrepeso a ingerirem um
pequeno-almoço rico em proteína de forma a diminuir as concentrações póspandriais de grelina (Blom et al., 2006) hormona relacionada com o apetite. O
timing digestivo das proteínas e gorduras é superior ao dos hidratos de carbono
o que reduz os níveis de apetite e pode facilitar o controlo ponderal.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o
consumo percentual de proteínas (17,8%) se encontra acima dos valores
encontrados por Roma-Giannikov et al. (1997) em adolescentes gregos
(14,7%) e por Aranceta & Perez em adolescentes espanhóis (14,3%). Outro
estudo com adolescentes portugueses (Amorim Cruz, 2000) evidenciou um
consumo percentual de proteínas igual ao do PE (17,8%)
1.11. Vitamina A
Analisando o consumo diário de vitamina A, os adolescentes com peso
normal e os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do
género (Quadro nº31) têm um aporte deficitário quando comparado com as
recomendações delineadas pela FNB (2001) (Quadro nº4).
A vitamina A tem funções importantes no nosso organismo, tais como: i)
atuação como antioxidante, ii) normal funcionamento da nossa visão, iii)
manutenção do funcionamento celular para o normal crescimento, iv) regulação
imunitária e v) reprodução (WHO, 2006).
Segundo o Instituto de Saúde Ricardo Jorge (2001), os alimentos ricos
em vitamina A são as vísceras como o fígado e rim, leite e derivados como a
manteiga, ovos, óleos de peixe e produtos hortofrutícolas. No entanto, temos
que ter atenção à diferenciação de alimentos ricos em vitamina A e alimentos
ricos em β-caroteno (produtos hortofrutícolas) que é um carotenoide percursor
de vitamina A. Este facto revela-se de extrema importância, uma vez que numa
dieta variada, a taxa de conversão do β-caroteno em vitamina A é de
aproximadamente 12:1 (FNB, 2001). Desta forma, não é surpreendente que o
risco de deficiência em vitamina A esteja inversamente relacionado com o
consumo de alimentos de origem animal (Miller et al., 2002). A carência em
123 vitamina A é mais comum em sujeitos que apresentam uma ingestão de
vitamina A essencialmente às custas de alimentos ricos em β-caroteno (Mele,
1991). No entanto, a ingestão de alimentos ricos em β-caroteno é por si só
importante, já que além da ser precursor da vitamina A tem uma diversidade de
efeitos na luta contra várias morbilidades.
Aconselhamos os adolescentes da nossa amostra a aumentarem o
consumo de vitamina A através, fundamentalmente, de alimentos de origem
animal, tais como o fígado, leite, manteiga e ovos. A manutenção de uma dieta
rica em frutas e vegetais é fundamental para ter acesso às quantidades
equilibradas de carotenoides. Consideramos, no entanto, que, uma vez que a
vitamina A é lipossolúvel e com uma certa capacidade de armazenamento,
poderemos não estar perante uma situação muito perigosa, se este défice for
circunstancial.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o
consumo diário de vitamina A (411,7 µg/dia) se encontra abaixo dos valores
encontrados por Gonzalez et al. (1994) em adolescentes espanhóis (691-962
µg/dia) e por Brazdova et al. (2000) em adolescentes checos (518 µg/dia).
1.12. Vitamina C
Analisando o consumo diário de vitamina C, os adolescentes com peso
normal e os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do
género (Quadro nº32) têm um aporte deficitário quando comparado com as
recomendações delineadas pela FNB (2000) (Quadro nº5).
A vitamina C está incluída na classe dos antioxidantes, desempenhando
uma função importante na proteção das membranas celulares (Powers et al.,
2004). Além disso, a vitamina C está implicada na regulação imunitária
(Bhaskaram, 2002) e na formação do colagénio (WHO, 2006).
Desta forma, é essencial que a alimentação dos adolescentes do PE, que
ainda se encontram em crescimento e desenvolvimento, consigam suprir as
necessidades de vitamina C através da alimentação. Os valores deficitários de
consumo de vitamina C que os adolescentes normoponderais e os
124 adolescentes com sobrepeso apresentaram são preocupantes, uma vez que,
tratando-se de uma vitamina hidrossolúvel, o seu armazenamento é limitado,
pelo que devem ser ingeridas regularmente (Mcardle et al., 1994).
De acordo com a WHO (2006), as deficiências em vitamina C são
usualmente verificadas quando existe um aporte deficitário de frutas e
hortícolas.
Recomendamos os adolescentes da nossa amostra a aumentarem o
consumo de hortícolas como a couve, pimento e espinafres, e frutas como a
laranja e o kiwi, de forma a poderem atingir as recomendações diárias de
vitamina C (Instituto de Saúde Ricardo Jorge, 2001). No caso, de a dieta dos
jovens manter uma deficiência recorrente em vitamina C, deve ser equacionada
a hipótese de suplementação.
1.13. Vitamina E
Analisando o consumo diário de vitamina E, os adolescentes com peso
normal e os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do
género (Quadro nº33) têm um aporte deficitário quando comparado com as
recomendações delineadas pela FNB (2000) (Quadro nº6).
A vitamina E constitui o principal antioxidante lipossolúvel nas
membranas celulares (Clarkson & Thompson, 2000). Além desta função, a
vitamina E desempenha um papel importante na manutenção do sistema
imunitário (Gleeson & Bishop, 2000), ajudando desta forma na prevenção de
algumas doenças degenerativas (Borel et al., 2013).
A biodisponibilidade de vitamina E é variável e afetada por inúmeros
fatores, entre os quais a disponibilidade das proteínas envolvidas na sua
absorção, a matriz alimentar, quantidade de gorduras e de vitaminas
lipossolúveis (Borel et al., 2013).
Aconselhamos os adolescentes da nossa amostra a aumentarem o
consumo de frutos oleaginosos como a amêndoa, avelã e noz, ovos, manteiga
e gorduras e óleos vegetais onde se deve dar especial importância ao azeite já
que os outros óleos vegetais (e.g. girassol, milho e soja) apresentam um
125 elevado teor em ácidos gordos ómega-6 que, como já vimos desequilibram o
rácio com os ómega-3 criando um ambiente pró-inflamatório pouco saudável
(Instituto de Saúde Ricardo Jorge,2001)
Tal como a vitamina A, a vitamina E é lipossolúvel e com uma certa
capacidade de armazenamento. Desta forma, os adolescentes da nossa
amostra não estarão perante uma situação muito perigosa, se este défice for
circunstancial.
Relativamente aos adolescentes normoponderais, os valores baixos de
vitaminas antioxidantes que encontrámos no nosso estudo podem ser
explicados por um baixo consumo energético associado a um baixo consumo
de hidratos de carbono, fundamentalmente frutos e legumes.
Os adolescentes com sobrepeso, apesar de terem um consumo calórico
superior às recomendações, não conseguiram atingir as recomendações
providenciadas para as vitaminas antioxidantes, o que nos leva a deduzir que a
dieta dos adolescentes com sobrepeso poderá apresentar uma elevada
densidade energética e uma baixa densidade nutricional.
Aconselhamos os jovens da nossa amostra a alterarem o perfil de
ingestão dos alimentos ricos em vitaminas e fitoquímicos, e somente em último
caso recorrerem a suplementação.
De uma forma geral, uma alimentação deficitária em energia e
desequilibrada em macronutrientes acarreta défices de alguns micronutrientes.
A diversidade alimentar é uma forma de reequilibrar as dietas deficitárias em
vitaminas e minerais no caso em que não se verifiquem défices marcantes de
energia.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o
consumo diário de vitamina E (2 mg/dia) se encontra abaixo dos valores
encontrados por Kafatos et al. (2000) em adolescentes gregos (11,1 - 12 g/dia)
e por Brazdova et al. (2000) em adolescentes checos (7,2 mg/dia).
126 1.14. Cálcio
Analisando o consumo diário de cálcio, os adolescentes com peso
normal e os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do
género (Quadro nº34) têm um aporte deficitário quando comparado com as
recomendações delineadas pela FNB (1997) (Quadro nº7).
Segundo a WHO (2006), as principais funções do cálcio são: (i)
manutenção da rigidez do esqueleto humano, (ii) coagulação sanguínea,
adesão
celular,
contração
muscular,
libertação
de
hormonas
e
neurotransmissores, metabolismo do glicogénio e proliferação e diferenciação
celular.
Embora uma ingestão adequada de cálcio seja importante no decorrer
da nossa vida, a infância e a adolescência são dois períodos cruciais devido ao
rápido crescimento do nosso esqueleto (FAO, 2001). Baixas ingestões de
cálcio durante este período podem reduzir o pico de densidade mineral óssea,
aumentando assim o risco de osteoporose na fase adulta (WHO, 2006).
Os principais responsáveis pelo aporte de cálcio são os produtos
lácteos, contabilizando 50-80% do aporte diário de cálcio em muitos países
industrializados, enquanto alimentos de origem vegetal contribuem com cerca
de 25% (WHO, 2006).
Recomendamos os adolescentes do PE a aumentarem a sua ingestão
em cálcio através do consumo de leite e derivados, como os iogurtes e o queijo
e vegetais de folha verde como as couves e o espinafre (Instituto Nacional de
Saúde Doutor Ricardo Jorge, 2010). Os produtos lácteos, para além de serem
bons fornecedores de cálcio, são ainda ricos em vitamina D, o que irá permitir a
absorção e fixação de cálcio no osso (FNB, 2011). Quanto aos produtos de
origem vegetal, é necessário ter em atenção que contêm fitatos e oxalatos que
limitam a absorção do cálcio. (FNB, 1999). No entanto o consumo de vegetais
de folha verde será importante para os adolescentes do PE, devido à carência
evidente de cálcio que estes apresentam e devido à riqueza nutricional dos
alimentos de origem vegetal.
Os maiores inibidores da absorção de cálcio são os oxalatos e os fitatos
(FNB, 1999). Os oxalatos encontram-se presente em alimentos como o
127 espinafre, batata-doce e feijão. Os fitatos fazem parte de alimentos como as
leguminosas e cereais integrais.
A melhor forma de evitar os efeitos nefastos dos fitatos e oxalatos é
evitar ingerir os produtos lácteos simultaneamente aos vegetais de folha verde
e leguminosas.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o
consumo diário de cálcio (602,1 mg/dia) se encontra abaixo dos valores
encontrados por Roma-Giannikou et al. (1997) em adolescentes gregos (748
mg/dia), por Volatier (2000) em adolescentes franceses (835 mg/dia) e por
Amorim Cruz (2000) em adolescentes portugueses (853 mg/dia).
1.15. Ferro
Analisando o consumo diário de ferro, os adolescentes com sobrepeso,
independentemente da idade e do género (Quadro nº35) têm um aporte diário
que se encontra dentro das recomendações delineadas pela FNB (2001)
(Quadro nº9).
Nos adolescentes com peso normal, as raparigas dos 10 aos 13 anos e
os rapazes, independentemente da idade (Quadro nº35) têm um aporte diário
de ferro que se encontra dentro das recomendações delineadas pela FNB
(2001) (Quadro nº9).
As adolescentes com peso normal dos 14 aos 18 anos apresentam um
consumo diário de ferro deficitário quando comparado com as recomendações
providenciadas pela FNB (2001) (Quadro nº9).
Grande parte do ferro presente no corpo humano encontra-se nos
eritrócitos, mais especificamente na hemoglobina, em que a sua principal
função é o transporte de oxigénio dos pulmões para os diferentes tecidos do
corpo humano (WHO, 2006). O ferro é também um importante componente de
vários sistemas enzimáticos, como por exemplo os citocromos, que estão
envolvidos no metabolismo oxidativo (WHO, 2006).
128 A deficiência em ferro é a desordem nutricional mais comum e difundida
pelo mundo, sendo a anemia o resultado dum balanço negativo prolongado
(WHO, 2006).
Os principais fatores de risco de deficiência em ferro incluem: i) baixa
ingestão de ferro hémico (presente na carne e no peixe); ii) inadequada
ingestão de vitamina C; iii) baixa absorção de ferro através de dietas ricas em
fitatos (incluindo leguminosas e cereais) ou compostos fenólicos (presentes no
café, chá); iv) períodos da vida em que as necessidades de ferro são
especialmente elevadas (por exemplo: o crescimento); v) elevadas perdas de
sangue como resultado da menstruação (WHO, 2006).
A carência de ferro verificada nas raparigas com peso normal dos 14 aos
18 anos é especialmente importante, uma vez que o ferro é um mineral muito
suscetível de ser perdido na menstruação. Esperemos, assim que este défice
seja circunstancial e que as raparigas com peso normal dos 14 aos 18 anos
consumam alimentos ricos em ferro, de forma a evitar uma situação de
carência que pode levar a um quadro de anemia ferropriva.
Apesar do ferro hémico ter melhor capacidade de absorção do que o
ferro não hémico, aconselhamos as raparigas com peso normal dos 14 aos 18
anos ingerirem alimentos ricos em ferro hémico e não hémico, uma vez que o
aumento do consumo de ferro é uma prioridade.
Como forma de ajudar na absorção do ferro não hémico, será importante
que as raparigas com peso normal dos 14 aos 18 anos ingiram alimentos ricos
em ácido ascórbico (vitamina C), uma vez que esta vitamina é a maior
potenciadora de absorção de ferro não hémico (Siegenberg, 1991).
Será também importante que as raparigas com peso normal dos 14 aos
18 anos evitem a ingestão de alimentos ricos em cálcio e compostos fenólicos
e ferro na mesma refeição (Gleerup, 1995), uma vez que estes substratos
afetam negativamente a absorção do ferro hémico e não hémico (Hallberg,
1993). De notar que os compostos fenólicos bloqueiam fundamentalmente a
absorção do ferro não-heme.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o
consumo diário de ferro (13,8 mg/dia) se encontra abaixo dos valores
129 encontrados por
Aranceta & Perez (1996) em adolescentes espanhóis (16,5
mg/dia) e acima dos valores encontrados por Roma-Giannikou et al. (1997) em
adolescentes gregos (11,9 mg/dia).
1.16. Selénio
Analisando o consumo de selénio, os adolescentes com peso normal e
os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do género
(Quadro
nº36)
têm
um
aporte
diário que se encontra dentro das
recomendações da FNB (2000) (Quadro nº10).
As principais funções do selénio incluem: i) proteção dos tecidos contra
o stress oxidativo; ii) manutenção dos sistemas de defesa do corpo humano
contra as infeções; iii) modulação do crescimento e desenvolvimento (WHO,
2006).
O selénio apresenta uma função importante no metabolismo da tiroide
(Arthur et al., 1993). Apesar do hipotiroidismo ser uma patologia cuja etiologia é
iminentemente hereditária, uma privação prolongada deste mineral poderá
levar a hipotiroidismo, que é uma causa endócrina de obesidade (Jebb, 1997).
As dietas usuais na maior parte dos países industrializados providenciam as
necessidades diárias de selénio (WHO, 2006).
De acordo com Rodrigues dos Santos (1995), os alimentos mais ricos
em selénio são os cereais, carnes magras e laticínios. Devido à carência em
cálcio que os adolescentes do PE apresentaram, consideramos que o aporte
de selénio que os adolescentes apresentaram se deve fundamentalmente ao
consumo de cereais e carnes magras ao invés do consumo de laticínios.
Aconselhamos os adolescentes do nosso estudo a manterem o seu consumo
diário de selénio através dos cereais e carnes magras, mas a aumentarem o
seu consumo de cálcio, que além de contribuir para um aporte sustentado de
selénio, ajudará no aumento do consumo do cálcio.
Em termos de análise global da nossa amostra verifica-se que o
consumo diário de selénio (78,6 µg/dia) se encontra acima dos valores
130 encontrados por Lyhne (1998) em adolescentes dinamarqueses (32 – 41
µg/dia).
1.17. Pequeno-Almoço
O
pequeno-almoço
é
a
refeição
mais
importante
do
dia,
fundamentalmente pelos benefícios nutricionais que traz ao indivíduo
(Albertson et al., 2003; Gibson, 2003) já que tem lugar após um longo período
de jejum.
O não consumo de pequeno-almoço tem sido associado a maiores
índices de adiposidade (Siega et al., 1998; Song et al., 2006) e a um maior
índice de massa corporal em adolescentes (Barton et al., 2005). Além disso,
este hábito pode persistir durante a vida adulta (Lake et al., 2006).
Comparativamente
com
consumidores
de
pequeno-almoço,
os
adolescentes que não consomem esta refeição têm ingestões reduzidas de
inúmeros nutrientes, tais como as vitaminas A, E, C, B6, B12, folato, ferro,
cálcio, fósforo, magnésio, potássio e fibra dietética (Nicklas et al.,2000). Estes
nutrientes são raramente compensados pelas restantes refeições diárias
(Nicklas et al., 2000). O consumo de pequeno-almoço, particularmente se a
refeição incluir cereais está associado com uma menor ingestão de gordura e
maior ingestão de hidratos de carbono, fibra dietética e alguns micronutrientes
(Ruxton & Kirk, 1997).
Aconselhamos os adolescentes do PE, que declararam saltar o
pequeno-almoço, a ingerirem esta refeição diariamente pois os benefícios
serão evidenciados não só a nível físico como também a nível mental,
melhorando a disponibilidade para o estudo e reflexão.
Uma coisa é a importância do pequeno-almoço e a sua introdução
quotidiana numa dieta normal, outra coisa é a possibilidade de o atrasar em
algumas situações.
Assim, adolescentes com sobrepeso poderão exercitar-se em jejum,
desde que a intensidade do exercício seja reduzida e a quantidade de exercício
131 progressivamente aumentada. Terminado o exercício acentua-se a importância
do pequeno-almoço.
Uma vez que a luta contra o excesso de peso e obesidade é uma tarefa
árdua, todos os mecanismos que possam ajudar são bem-vindos. Numa
situação pós-prandial, os carbohidratos da refeição induzem uma descarga
pancreática de insulina. De acordo com Rodrigues dos Santos (2006), a
concentração de insulina é suprimida durante o exercício, mas, após uma
refeição rica em carbohidratos, essa supressão não é conseguida e o efeito
anti-lipolítico desta hormona prolonga-se no tempo.
Desta forma, os adolescentes com sobrepeso poderão beneficiar de
uma prática de atividade física em jejum desde que devidamente controlada.
Em termos de análise global da nossa amostra, verifica-se que a
percentagem de adolescentes do PE que consumiu o pequeno (79%) encontrase abaixo dos valores encontrados por Aranceta et al. (2004) em crianças e
adolescentes espanhóis (88%). O nosso valor médio é muito semelhante ao
encontrado por Vanelli et al. (2005) num estudo com crianças e adolescentes
italianos (78%).
Particularizando a ingestão de pequeno-almoço nos adolescentes com
peso normal e com sobrepeso do PE, verificamos que ambos os valores (87% peso normal; 67% - sobrepeso) se encontram abaixo dos encontrados por Mota
et al. (2008) noutro estudo com adolescentes portugueses (90 – 94% - peso
normal; 87% - sobrepeso).
De posse dos dados deste estudo, os professores e encarregados de
educação deverão verificar se a ausência de pequeno-almoço num número
significativo de adolescentes foi uma situação circunstancial ou corresponde a
hábitos instalados. Neste último caso uma intervenção terapêutica é necessária
para corrigir os défices nutricionais que normalmente caracterizam estes
sujeitos e que podem acarretar problemas de saúde.
132 1.18. Número de Refeições Diárias
A literatura (Peres, 1980; Eisenman et al., 1990) referem-nos que os
indivíduos não devem estar mais de três horas sem comer, não só para
evitarem baixas de glucose no sangue mas, também, para evitarem
sobrecarregar o organismo com refeições muito pesadas e hiper-energéticas,
normalmente indutoras de grande descarga insulínica.
No PE, verificou-se que a proporção de adolescentes com sobrepeso que
consumiram
até
3
refeições
diárias
é
significativamente
superior
comparativamente com os adolescentes com peso normal.
Esta constatação é extremamente negativa para os adolescentes com
sobrepeso, pois uma ingestão compactada de nutrientes, fundamentalmente os
derivados dos hidratos de carbono, podem induzir elevações bruscas de açúcar
no sangue com a consequente libertação de insulina através do pâncreas. Ora,
uma hiperinsulinemia pós-prandial pode ser um fator tendencialmente
armazenador de glucose no adipócito sob a forma de triglicerídeos, o que pode
redundar em aumento de peso supérfluo com resultados nefastos no perfil de
saúde do adolescente (Rodrigues dos Santos, 2005). Além disso, e como
refere Peres (1980), rações excessivas podem não fornecer equilibradamente
todos os princípios nutritivos necessários para uma vida com saúde. Em
sentido inverso, um maior número de refeições diárias permite fracionar o
aporte de alimentos com elevado índice glicémico durante o dia, evitando-se
uma maior concentração de alimentos em poucas refeições e disponibilizando
glucose de forma equilibrada quer para o exercício físico, quer para suporte do
metabolismo dos órgãos gluco-dependentes – cérebro, sistema nervoso, rim,
eritrócito (Rodrigues dos Santos, 2002).
Será pois, aconselhável, que os adolescentes com sobrepeso adotem
uma prática dietética que distribua o aporte calórico diário por mais de três
refeições. No entanto, temos de salientar que não é fácil ter um regime
nutricional mais equilibrado quando se vive num regime de aulas e
deslocações, por vezes impeditivas de um bom regime dietético.
Os resultados do PE não são novidade no panorama nacional, uma vez
que Mota et al. (2008) também chegaram à conclusão que a proporção de
133 adolescentes com sobrepeso que consumiram até 3 refeições diárias é
significativamente superior comparativamente com os adolescentes com peso
normal.
2. Atividade Física
No nosso estudo, os índices de atividade física dos adolescentes com
peso normal e dos adolescentes com sobrepeso são baixos (Quadro nº40),
levando a crer que os adolescentes integrantes deste estudo têm, em valores
médios, um estilo de vida pouco ativo.
Após análise da correlação entre a taxa de atividade física e o IMC
percebemos que existe uma associação negativa e significativa (p=0,000) entre
estas duas variáveis (Quadro nº47). Efetivamente, em termos comparativos, os
adolescentes com sobrepeso apresentaram índices de atividade física “globais”
significativamente inferiores aos adolescentes com peso normal. Os nossos
resultados vão ao encontro dos encontrados por Maffeis et al. (1997), Dionne et
al. (2000), McMurray et al. (2000), Deforche et al. (2006) e Olds et al. (2011).
O sedentarismo/inatividade física tem sido identificado como um dos
maiores problemas de saúde pública do século 21 (Blair, 2009). Segundo a
WHO (2004), 2 milhões de mortes por todo o mundo são atribuídas à
inatividade física.
A American Academy of Pediatrics (2001), Australian Government
Department of Health and Ageing (2013) e Canadian Society for Exercise
Physiology (2013) recomendam a redução do tempo passado com atividades
sedentárias, especialmente a visualização de televisão.
Um estilo de vida sedentário é um fator determinante no aumento do
risco de ganho de peso e obesidade (WHO, 2003). Em sentido inverso, um
estilo de vida ativo traz inúmeros benefícios para os adolescentes (Seabra et
al., 2011).
134 De acordo com Strong et al. (2005), atividade física moderada e vigorosa
praticada regularmente está associada a benefícios comportamentais,
corporais e de saúde durante a adolescência.
A atividade física regular previne o começo precoce de inúmeras
doenças crónicas que são manifestadas na fase adulta (Rowland, 2006) e os
hábitos de atividade física desenvolvido durante a infância e a adolescência
têm repercussões no estilo de vida da fase adulta (Malina, 2001).
A atividade física regular é um fator preponderante na redução do risco
de ganho de peso e obesidade (WHO, 2003). De acordo com Armstrong &
Welsman (1997), é importante aumentar a participação de crianças e
adolescentes em programas regulares de atividade física que possibilitem
vivências positivas durante a juventude de forma a estabelecer a prática de
atividade física como um hábito de vida.
São vários os fatores de influência que podem ter levado os
adolescentes do PE a terem um índice baixo de atividade física. De acordo
com Mota & Sallis (2002), os fatores de influência de atividade física são as
variáveis intrapessoais (fatores demográficos e biológicos, fatores psicológicos,
cognitivos
e
emocionais),
variáveis
interpessoais
(família,
pares,
treinador/professor, escola) e variáveis ambientais (condições climatéricas,
sazonais
e
geográficas,
acessibilidade
a
parques
e
equipamentos).
Particularmente, em relação aos adolescentes com sobrepeso, Zabinski et al.
(2013) referem que estes adolescentes são particularmente vulneráveis às
barreiras impostas pelo seu próprio corpo em relação à atividade física;
reduzindo estas barreiras, por exemplo, através de um programa severo de
emagrecimento, podem-se criar condições para uma eficaz aderência dos
jovens à atividade física sistemática e regular.
Indo ao encontro do referido em inúmeros estudos (Eliakim et al., 2002;
Nemet et al., 2005; Dunn et al., 2006), parece-nos que o meio mais eficaz para
a perda de gordura corporal é a conjugação de um menor aporte de energia
através da redução das calorias ingeridas com um maior gasto calórico através
da prática regular de atividade física. Especificando a questão da atividade
135 física, tem havido alguma controvérsia acerca de qual o melhor método para
promover um emagrecimento eficaz e que possa ser mantido a longo prazo.
De acordo com Rodrigues dos Santos (2006), o exercício físico muito
prolongado e de baixa intensidade é a melhor forma de queimar as calorias
armazenadas sob a forma de gordura. Exercícios mais intensos mobilizam em
maior quantidade as reservas musculares e hepáticas de glicogénio.
Embora esteja estabelecido que a intensidade ótima para a máxima
mobilização e oxidação das gorduras se situa por volta dos 65% VO2max
(Romijn et al., 1993), Rodrigues dos Santos (2006) defende que programas
aeróbios muito intensos só serão adequados para indivíduos sem excessos
ponderais.
Contrapondo esta posição, Irving et al. (2008) efetuaram a comparação
de dois métodos de emagrecimento num período de 16 semanas em mulheres
adultas. Um dos grupos efetuou 5 treinos semanais a baixa intensidade (abaixo
do limiar anaeróbio metabólico) enquanto o outro grupo efetuou 5 treinos
semanais em que dois deles eram de baixa intensidade (abaixo do limiar
anaeróbio metabólico) e três treinos a uma intensidade elevada (acima do
limiar anaeróbio metabólico). O tempo de exercício dos treinos em cada um
dos grupos foi ajustado para manter o gasto calórico por treino nas 400 kcal por
treino. Os resultados deste estudo evidenciam que o grupo sujeito a treinos de
elevada intensidade teve uma redução significativa nos parâmetros massa
gorda total (p<0,001), massa gorda subcutânea abdominal (p=0,034) e massa
gorda abdominal visceral (p=0,010), quando comparado com o grupo que
efetuou treinos de baixa intensidade.
O treino de elevada intensidade induz maiores perdas de gordura
corporal, em particular a gordura abdominal visceral comparativamente com o
treino de baixa intensidade devido a várias razões: (i) o treino de elevada
intensidade induz a secreção de hormonas lipolíticas, incluindo a hormona do
crescimento e a adrenalina (Pritzlaff, 2000), o que irá facilitar um aumento do
gasto energético através da oxidação lipídica no período pós-exercício; (ii) com
os mesmos gastos energéticos, o treino de elevada intensidade conduz a um
136 maior balanço calórico negativo do que o treino de baixa intensidade (Imbeault
et al., 1997).
A grande questão que se coloca é se os adolescentes com sobrepeso
conseguem “aguentar” física e mentalmente programas de exercício intenso a
médio/longo prazo.
Aconselhamos os adolescentes com sobrepeso a efetuarem atividade
física diariamente. Para além dos 60 minutos diários de atividade física
moderada a vigorosa, os adolescentes devem efetuar um programa de
atividade física que promova um emagrecimento sustentado. Este programa de
emagrecimento deverá ir ao encontro das possibilidades do sujeito e
proporcionar-lhe vivências agradáveis. Estas vivências agradáveis podem ser
conseguidas através de programas de emagrecimento baseados em jogos. A
este respeito, são numerosos os estudos que já aplicaram esta estratégia
(Eliakim et al., 2002; Sung et al., 2002; Nemet et al., 2005; Reinehr et al., 2006;
Ildiko et al., 2007; Lazzar et al., 2007; Savoye et al., 2007).
Antes dos adolescentes com sobrepeso iniciarem o programa de
emagrecimento, será importante efetuarem um reforço muscular potenciador
dos mecanismos de proteção das articulações, uma vez que exercício
prolongado pode ser muito agressivo para os músculos e articulações do
sujeito
O índice baixo de atividade física encontrado no PE pode ter tido origem
em comportamentos distintos relativamente à atividade física ao longo do dia.
De acordo com French et al. (2001), a atividade física está a diminuir em
determinados contextos específicos, como o transporte ativo, desportos
organizados, tempo de lazer e aulas de educação física. Stanley et al (2012)
referem que o estudo das correlações da atividade física de acordo com a
altura do dia, local e contexto é imperativo para perceber o comportamento dos
adolescentes relativamente à atividade física.
Desta forma, iremos proceder à análise do comportamento face à
atividade física dos adolescentes do PE em período escolar (recreio e aulas de
Educação Física) e período não escolar (tempo livre no período pós escolar e
ao fim de semana).
137 2.1. Recreio Escolar
Analisando os comportamentos relacionados à atividade física no recreio
por parte dos adolescentes com peso normal e sobrepeso, percebemos que:
- Dos adolescentes com peso normal, 52,6% passeiam pelo recreio escolar. No
entanto, há uma percentagem considerável (31,6%) de adolescentes com peso
normal que corre/brinca a maior parte do tempo.
- Quanto aos adolescentes com sobrepeso, 56,4% passeiam pelo recreio
escolar. Uma percentagem considerável (18,2%) de adolescentes com
sobrepeso corre/brinca durante pouco tempo no recreio escolar. Este índice
baixo de atividade física por parte dos adolescentes com sobrepeso no recreio
escolar pode ser justificado pelo facto destes serem muitas vezes excluídos
socialmente por parte dos colegas de escola (Smith, 2000). Além disso, e de
acordo com Corder et al. (2013), os adolescentes com sobrepeso são menos
propensos a escolher práticas de atividade física com amigos.
O recreio escolar tem sido referido por entidades no domínio da saúde
pública, como um contexto importante no âmbito da promoção da atividade
física em crianças e jovens (Marques et al., 2001), apresentando-se como uma
oportunidade de acumular atividade física ao longo do dia (Mota et al.,2005;
Escalante et al., 2013).
Têm sido feitos esforços para maximizar a prática de atividade física no
recreio devido aos seus benefícios académicos e na saúde (Ickes et al., 2012).
Ickles et al. (2012) aplicaram as seguintes estratégias para o incremento
da atividade física no recreio: adicionar equipamentos/materiais, marcar zonas
para atividades específicas, envolvimento dos professores nas atividades de
recreio (terá especial impacto o envolvimento de professores de outras áreas
que não da Educação Física e Desporto), jogos vídeo ativos, atividade da
semana (e.g. jogar ao pião numa semana, lançamento de arcos na semana
seguinte, jogos tradicionais, etc.), cartas de atividade (que permitem o aluno ir
preenchendo tentando atingir um dado nível de atividade). Segundo os autores
atrás citados houve uma obtenção de 95% de sucesso nas intervenções
utilizadas.
138 Whitt-Glover et al. (2011) referem que a introdução de uma pausa de 10
minutos nas aulas, aproveitando-os para a prática de atividade física é
vantajosa para aumentar os índices de atividade física e melhorar os
comportamentos dos adolescentes.
Pensamos, que dentro de uma visão integrada da formação dos jovens
na escola deveremos não só estimular os momentos de atividade física como
conseguir preparar os alunos para os momentos de concentração que as aulas
teóricas subsequentes pressupõem. Assim, técnicas de respiração controlada e
técnicas de relaxação podem ser benéficas para atenuar as descargas
adrenérgicas impostas por algumas atividades de recreio.
Ridgers et al (2006) referem que as crianças/adolescentes podem obter
até um terço das recomendações de prática de atividade física moderada a
vigorosa durante o período de recreio. Desta forma, é necessário termos
consciência do valor formativo dos recreios escolares e intervir de forma a
torná-los mais dinâmicos e fazer deste local um verdadeiro local de ludicidade,
que permita aumentar os índices de atividade física dos adolescentes.
De acordo com Neto (1999), melhorando os recreios, alteramos os
comportamentos das crianças/adolescentes e providenciamos brincadeiras que
respondam às suas necessidades de desenvolvimento.
No PE, verificou-se que os adolescentes com peso normal são
significativamente mais ativos no recreio do que os adolescentes com
sobrepeso (p=0,028). Estes dados vão ao encontro do estudo de Stratton et al.
(2007). Verifica-se que o nível de atividade dos sujeitos com sobrepeso é
menor em todas as vertentes das atividades não programadas.
2.2. Educação Física
Analisando os comportamentos relacionados à atividade física nas aulas
de Educação Física por parte dos adolescentes com peso normal e sobrepeso,
percebemos que:
- Dos adolescentes com peso normal, 43,7% referem que, às vezes, fizeram
aulas de Educação Física em que se cansaram muito. No entanto, há uma
139 percentagem considerável (24,5%) de adolescentes com peso normal que
quase nunca fez aulas de Educação Física que o cansasse muito.
- Quanto aos adolescentes com sobrepeso, 51,4% referiram que somente por
vezes realizaram aulas de Educação Física em que se cansassem muito. De
realçar que “a segunda maior fatia” (16,2%) é a de adolescentes com
sobrepeso que não participaram das aulas de Educação Física. Esta
constatação não nos deixa surpresos, uma vez que o facto dos adolescentes
com sobrepeso serem muitas vezes vítimas de bullying verbal pelos seus pares
durante as aulas de Educação Física e a falta de privacidade nos vestiários faz
com que haja uma menor aderência às aulas de Educação Física por parte
destes adolescentes (Stankov et al., 2012). De acordo com Stankov et al
(2012), os programas anti-bullying que promovam os valores de respeito e
companheirismo terão mais sucesso na generalização da educação Física
entre os jovens que estratégias de vitimização e estigmatização dos
adolescentes com problemas isolando-os dos seus pares mais ativos.
O facto de existirem ainda tantas escolas no nosso país que não
possuem instalações desportivas cobertas, onde as próprias aulas de
Educação Física são condicionadas pela chuva, pode estar associado às
fracas oportunidades de prática de atividade física entre os jovens (Santos et
al., 2005).
Outro facto prende-se com a curta duração e intensidade das aulas de
Educação Física.
De acordo com Kremer et al (2012), além do facto das aulas de
Educação Física terem uma curta duração, os estudantes praticam atividade
física moderada a vigorosa durante somente um terço da aula, havendo uma
fraca contribuição para o nível de atividade física diária. Muitas vezes o que
acontece, é que devido a condições meteorológicas adversas, as aulas de
Educação Física têm de ser dadas em espaço coberto por todos os
professores, o que restringe o espaço de aula. Este facto associado a turmas
numerosas faz com que seja difícil de atingir intensidades moderadas a
vigorosas em grande parte das aulas.
140 2.3. Tempo Livre
O tempo livre tem sido assumido como potencialmente importante do
ponto de vista da promoção da saúde e da qualidade de vida dos jovens,
devido ao seu carácter voluntário e autónomo (Matos, 2003). As escolhas
relativas à ocupação do tempo livre entre os jovens nem sempre representam
uma elevada participação em atividade física de lazer (Mota, 1997).
Cloes et al. (1997) e Telama et al. (2002) referem uma participação dos
jovens em atividades predominantemente sedentárias durante o seu tempo
livre.
Num estudo de Santos et al. (2005), entre as práticas de lazer mais
referidas pelos jovens estão atividades que podem ser consideradas como
práticas sedentárias: “ouvir música”, “ver televisão”, “conversar com os
amigos”, “jogar às cartas, jogos de vídeo e computador” e “ajudar nos trabalhos
domésticos”.
As deficientes oportunidades para o envolvimento dos jovens em
atividades de lazer, nomeadamente de lazer ativo, podem estar relacionadas
com a ausência de recursos formais, tais como infraestruturas para a prática
desportiva ou mesmo dificuldades na utilização de recursos informais, como os
parques e mesmo a rua, pois os problemas de insegurança, de contacto com
as drogas e violência são fatores que podem limitar fortemente as escolhas por
atividades de lazer ativo (Santos et al., 2005).
A ocupação do tempo livre no período pós escolar e ao fim de semana
constituem-se como variáveis significativas no tempo total de prática dos
adolescentes (Sallis et al., 2000). No entanto e segundo Corder et al (2010),
durante a adolescência, há uma diminuição da prática de atividade física,
maioritariamente durante os fins de semana e no período pós escolar. Esta
constatação vai ao encontro dos resultados do PE, particularmente para os
adolescentes com sobrepeso no período de fim de tarde e para os
adolescentes com peso normal e sobrepeso no período de fim de semana.
Comparando estes dois períodos, Lopes et al. (2001), num estudo
realizado em pré-adolescentes concluiu que a maior intensidade de atividade
física ocorreu, em ambos os sexos, durante os dias escolares, ocorrendo nos
141 dias de fim de semana, particularmente ao domingo, um decréscimo acentuado
de atividade física. Isto não será surpreendente já que, normalmente, os
exigentes ritmos de trabalho/estudo diários impõem um stresse quotidiano
durante a semana que é compensado no fim de semana. O fim de semana,
para muitos jovens com regras familiares claras (e.g. tempo prescrito de estudo
e hora de deitar), corresponde a mais tempo frente à televisão ou computador,
a mais contacto com os amigos, a mais reuniões familiares. Isso paga-se com
a alteração dos padrões de sono que se tornam um obstáculo ao aumento da
taxa de atividade física no fim-de-semana.
Já Comte et al. (2013) referem que, comparativamente com os dias de
semana, os jovens apresentam taxas de atividade física moderada a vigorosa
30% menores no fim-de-semana (55.8±23.0 min vs. 38.7±26.7 min; p<0.001)
enquanto as atividades físicas ligeiras aumentam cerca de 15%.
Especificando o período pós escolar, Locke et al (2006) e Olds et al
(2009) referem que, neste período, os adolescentes podem obter cerca de
metade da atividade física diária recomendada. Neste período a prática de
desporto é uma solução viável para aumentar os índices de atividade física.
A prática regular de desporto (pelo menos três vezes por semana) está
associada a uma melhoria da aptidão física, menor massa gorda corporal e,
mais especificamente, menor massa gorda abdominal (Ara et al., 2004).
Silva et al. (2013) referem que os desportos organizados são uma
componente relevante para o dispêndio energético diário, referindo que a
participação em desportos de competição é mais efetivo do que desportos não
organizados para que se consiga alcançar os níveis recomendados de
atividade física para os adolescentes. É preciso atentar, no entanto, que muitas
vezes o facto destes deportos serem pagos limitam a participação dos
adolescentes nos mesmos. Segundo Corder et al (2013), a criação de
oportunidades não pagas para a prática de atividade física é de vital
importância. Levanta-se aqui a importância sociológica e desportiva do
desporto escolar. Paradoxalmente, em Portugal, quando o índice de adesão
dos jovens ao desporto escolar aumentava de ano para ano, o governo decidiu,
talvez por razões económicas, reduzir as horas a ele adstritas.
142 Num estudo de Olds et al. (2011) acerca da diferenciação do gasto
energético em adolescentes com peso normal e com sobrepeso, verificou-se
que mais do que dois terços das diferenças encontradas eram provenientes de
uma baixa participação em desportos por parte dos adolescentes com
sobrepeso.
A falta de suporte familiar e a falta de competência física parecem-nos
ser dois fatores que podem estar associados a esta menor aderência por parte
dos adolescentes com sobrepeso à prática do desporto.
No PE os adolescentes com sobrepeso apresentaram índices de
atividade física “globais” significativamente inferiores aos adolescentes com
peso normal. De realçar, no entanto, que consideramos que quer adolescentes
com peso normal quer adolescentes com sobrepeso apresentam índices de
atividade física baixos. Urge encontrar soluções para aumentar os índices de
atividade física dos adolescentes do PE. Na nossa opinião, os adolescentes
têm uma palavra muito importante a dizer no que concerne a esta questão,
uma vez que são eles o alvo de mudança comportamental.
A autonomia para inúmeros comportamentos aumenta durante a
adolescência (Wilson et al., 2008). Desta forma, o envolvimento dos
adolescentes no desenvolvimento de intervenções para incrementar os índices
de atividade física parece-nos ser de extrema relevância.
A este respeito, Corder et al.(2013) afirmam que os adolescentes
desejam outros tipos de atividades desportivas e de lazer que aquelas que
normalmente são abordadas na escola e no desporto escolar.
Os valores baixos de atividade física encontrados no PE foram resultado
de uma conjugação de comportamentos negativos face à atividade física em
diferentes períodos e contextos do dia-a-dia do adolescente, principalmente no
fim de semana (para adolescentes com peso normal e sobrepeso) e no período
pós escolar para os adolescentes com sobrepeso.
143 144 Capitulo VI – Conclusões
Após a elaboração do PE, podemos destacar as seguintes conclusões:
Consumo calórico total
- Os adolescentes com peso normal, independentemente da idade e do género
têm um aporte calórico inferior às recomendações.
- Os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do género,
têm um aporte calórico superior às recomendações.
- Independentemente da idade e do género, os adolescentes com sobrepeso
têm um consumo calórico significativamente superior aos adolescentes com
peso normal.
- Existe uma correlação positiva e significativa entre consumo calórico total e o
IMC
Hidratos de Carbono
- O consumo percentual de hidratos de carbono dos adolescentes
normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade
e género, encontram-se abaixo das recomendações.
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de hidratos de
carbono entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.
Açúcares
- O consumo percentual de açúcares dos adolescentes normoponderais e
adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,
encontram-se abaixo das recomendações o que define um panorama correto
neste particular.
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de açúcares entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso.
145 Fibras
- O consumo diário de fibras dos adolescentes normoponderais e adolescentes
com sobrepeso, independentemente da idade e género, encontram-se abaixo
das recomendações.
- As raparigas com sobrepeso, independentemente da idade têm um consumo
diário de fibras significativamente superior às raparigas com peso normal
- Dos 10 aos 13 anos, os rapazes com sobrepeso apresentam um consumo
diário de fibras significativamente superior comparativamente com os rapazes
com peso normal
- Nos rapazes dos 14 aos 18 anos, não existem diferenças significativas entre o
consumo diário de fibras de adolescentes com peso normal e sobrepeso.
Gorduras
- O consumo percentual de gorduras dos adolescentes normoponderais e
adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,
encontram-se dentro das recomendações.
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de gorduras entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso.
Ácidos gordos saturados
- O consumo percentual de ácidos gordos saturados dos adolescentes
normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade
e género, encontram-se abaixo das recomendações. Esta situação não é
problemática já que os outros ácidos gordos podem providenciar a quantidade
de gorduras que um corpo saudável necessita.
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
saturados entre os rapazes com peso normal e sobrepeso.
- Dos 10 aos 13 anos, as raparigas com sobrepeso têm um consumo
percentual
de
ácidos
gordos
saturados
significativamente
comparativamente com as raparigas com peso normal.
146 superior
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
saturados entre as raparigas dos 14 aos 18 anos com peso normal e
sobrepeso.
Ácidos gordos polinsaturados
- O consumo percentual de ácidos gordos polinsaturados dos adolescentes
normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade
e género, encontram-se abaixo das recomendações.
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
polinsaturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.
Ácidos gordos ómega 3
- O consumo percentual de ácidos gordos ómega 3 dos adolescentes
normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade
e género, encontram-se abaixo das recomendações.
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
ómega 3 entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.
Ácidos gordos ómega 6
- O consumo percentual de ácidos gordos ómega 6 dos adolescentes
normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade
e género, encontram-se abaixo das recomendações.
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
ómega 6 entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.
Rácio Ómega 6:Ómega 3
- O rácio ómega 6:ómega 3 dos adolescentes normoponderais e adolescentes
com sobrepeso, independentemente da idade e género, encontram-se acima
das recomendações. Pensamos que este é um dos aspetos mais importantes a
corrigir.
- Não há diferenças significativas do rácio ómega 6: ómega 3 entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso.
147 Ácidos gordos monoinsaturados
- O consumo percentual de ácidos gordos monoinsaturados dos adolescentes
normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade
e género, encontram-se abaixo das recomendações.
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
monoinsaturados entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.
Ácidos gordos trans
- O consumo percentual de ácidos gordos trans dos adolescentes
normoponderais e adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade
e género, encontram-se abaixo das recomendações.
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de ácidos gordos
trans entre adolescentes com peso normal e sobrepeso.
Colesterol
- O consumo diário de colesterol dos adolescentes normoponderais e
adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,
encontram-se abaixo das recomendações.
- Não há diferenças significativas do consumo diário de colesterol entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso.
- Não há diferenças significativas do consumo diário de colesterol entre as
raparigas dos 10 aos 13 anos com peso normal e sobrepeso.
- Dos 14 aos 18 anos, as raparigas com sobrepeso têm um consumo diário de
colesterol significativamente superior comparativamente com as raparigas com
peso normal.
Proteínas
- O consumo percentual de proteínas dos adolescentes normoponderais e
adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,
encontram-se acima das recomendações.
148 - Não há diferenças significativas do consumo percentual de proteínas entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso.
- Dos 14 aos 18 anos, as raparigas com peso normal têm um consumo
percentual de proteínas significativamente superior comparativamente com as
raparigas com sobrepeso.
- Não há diferenças significativas do consumo percentual de proteínas entre as
raparigas dos 10 aos 13 anos com peso normal e sobrepeso.
Vitamina A
- O consumo diário de vitamina A dos adolescentes normoponderais e
adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,
encontram-se abaixo das recomendações.
- Não há diferenças significativas do consumo diário de vitamina A entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso.
Vitamina C
- O consumo diário de vitamina C dos adolescentes normoponderais e
adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,
encontram-se abaixo das recomendações
- Não há diferenças significativas do consumo diário de vitamina C entre
adolescentes com peso normal e sobrepeso.
Vitamina E
- O consumo diário de vitamina E dos adolescentes normoponderais e
adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,
encontram-se abaixo das recomendações
- Não há diferenças significativas do consumo diário de vitamina E entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso.
- Não há diferenças significativas do consumo diário de colesterol entre as
raparigas dos 14 aos 18 anos com peso normal e sobrepeso.
149 - Dos 10 aos 13 anos, as raparigas com sobrepeso têm um consumo diário de
vitamina E significativamente superior comparativamente com as raparigas com
peso normal.
Cálcio
- O consumo diário de cálcio dos adolescentes normoponderais e adolescentes
com sobrepeso, independentemente da idade e género, encontram-se abaixo
das recomendações
- Não há diferenças significativas do consumo diário de cálcio entre os rapazes
com peso normal e sobrepeso.
- Não há diferenças significativas do consumo diário de cálcio entre as
raparigas dos 14 aos 18 anos com peso normal e sobrepeso.
- Dos 10 aos 13 anos, as raparigas com sobrepeso têm um consumo diário de
cálcio significativamente superior comparativamente com as raparigas com
peso normal.
Ferro
- Os adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e do género
têm um aporte diário de ferro que se encontra dentro das recomendações.
- Dos adolescentes com peso normal, as raparigas dos 10 aos 13 anos e os
rapazes, independentemente da idade, têm um aporte diário de ferro que se
encontra dentro das recomendações.
- As adolescentes com peso normal dos 14 aos 18 anos apresentam um
consumo diário de ferro deficitário quando comparado com as recomendações
- As raparigas com sobrepeso, independentemente da idade, têm um consumo
diário de ferro significativamente superior às raparigas com peso normal.
- Dos 10 aos 13 anos, os rapazes com sobrepeso apresentam um consumo
diário de ferro significativamente superior comparativamente com os rapazes
com peso normal.
- Não há diferenças significativas do consumo diário de ferro entre os rapazes
dos 14 aos 18 anos com peso normal e sobrepeso.
150 Selénio
- O consumo diário de selénio dos adolescentes normoponderais e
adolescentes com sobrepeso, independentemente da idade e género,
encontram-se dentro das recomendações.
- Não há diferenças significativas do consumo diário de selénio entre os
rapazes com peso normal e sobrepeso.
- Não há diferenças significativas do consumo diário de selénio entre as
raparigas dos 10 aos 13 anos com peso normal e sobrepeso.
- Dos 14 aos 18 anos, as raparigas com sobrepeso têm um consumo diário de
selénio significativamente superior comparativamente às raparigas com peso
normal.
Pequeno-almoço
- A proporção de adolescentes com peso normal que consumiram pequenoalmoço é significativamente superior comparativamente com os adolescentes
com sobrepeso.
Número de refeições diárias
- A proporção de adolescentes com sobrepeso que consumiram até 3 refeições
diárias é significativamente superior comparativamente com os adolescentes
com peso normal.
Atividade Física
- Os adolescentes com peso normal e os adolescentes com sobrepeso têm um
índice baixo de atividade física.
- Os adolescentes com peso normal têm um índice de atividade física
significativamente superior aos adolescentes com sobrepeso.
- Existe uma correlação negativa e significativa entre o índice de atividade
física e o IMC.
Como corolário, podemos referir que os adolescentes do PE apresentam
hábitos alimentares e uma taxa de atividade física que não são condizentes
com um estilo de vida saudável.
151 Quer adolescentes com peso normal quer adolescentes com sobrepeso
apresentam consumos calóricos desajustados, défices de fibras, de alguns
tipos de gordura (polinsaturada, monoinsaturada) e de micronutrientes, um
rácio ómega 6:ómega 3 extremamente elevado e um baixo índice de atividade
física.
Os adolescentes do PE devem ser alvo de uma intervenção específica
no campo da Nutrição e da AF no sentido de corrigir os hábitos menos corretos
verificados e possibilitar uma transição mais saudável para o estado adulto.
152 Capitulo VII – Bibliografia
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199 200 Anexos
Anexo 1 - Questionário Alimentar
INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO DO INQUÉRITO ALIMENTAR
Por
favor,
anote
TUDO
o
que
comer
ou
beber.
Faça
descrições
pormenorizadas de alimentos e bebidas, por exemplo: tipo de pão (branco,
integral), ou tipo de leite (magro, meio-gordo ou gordo). Mencione, também, o
tipo de confecção culinária, por exemplo: carne de vaca guisada, ovos
estrelados, costeletas de porco fritas, etc.
Não se esqueça de apontar tudo o que for comido ou bebido no intervalo das
refeições, por exemplo: cachorros, bolachas, sumos.
QUANTO ÀS QUANTIDADES E AOS TAMANHOS DAS PORÇÕES
Mencione o tamanho dos alimentos e a quantidade das bebidas. Para tal use
medidas caseiras, por exemplo: 1 colher de chá de manteiga, 9 colheres de
sopa cheias de arroz, 3 conchas de massa, 1 tigela de sopa, ½ chávena
almoçadeira de leite magro (ou ½ chávena de chá, se for mais pequena), 1
copo de água.
Seguem-se alguns exemplos:
- Bebidas: use copos ou chávenas e refira o tipo e a marca (por exemplo:
chávena de chá, ou de café, com ou sem açúcar). Se misturar café com leite
indique as quantidades de cada um (por exemplo: ¼ de chávena almoçadeira
com leite magro e o resto com café).
- Sopas: use tigelas semelhantes às da cantina, número de conchas ou pratos
(cheio, meio prato).
XXII - Molhos: para cada molho (maionese, guisados) use colheres de sopa ou chá.
- Carnes, Pescado, Aves e Pizza: indique as quantidades consumidas
especificando os alimentos e classificando as porções em pequenas, médias e
grandes fatias, unidades, cubos de carne, latas (de atum), ou medidas caseiras
(colheres de sopa, chávenas, etc.). Nas pizzas indique o tamanho e quais os
ingredientes principais (cogumelos, etc.).
- Hortaliças e Legumes: use rodelas (tomate, cebola, pepino), parte do prato
(meio ou ¼ do prato), ou chávenas almoçadeiras (½ chávena almoçadeira de
alface).
- Arroz, Massa, Feijão, Ervilhas ou Grão: indique o número de colheres de
sopa.
- Batatas: se cozidas indique o número de batatas e o tamanho; se for puré,
indique o número de colheres de sopa; se forem fritas, indique a parte do prato
a que corresponde (½ prato, 1 prato ), se fritas de pacote, indique o tamanho
(pequeno, médio, grande).
- Óleos, Manteiga e Margarina: use colheres de sopa ou chá.
- Açúcar, Cacau, ou Mel: use pacotes de açúcar ou colheres de chá.
- Pão, Doces: use o número de pães ou doces, ou fatias.
- Fruta: refira o nome da fruta e o número de porções (1 maçã, se forem uvas a
porção será o cacho - pequeno, médio, grande).
Por favor faça um registo de quinta a sábado, e, no final de cada dia,
preencha o questionário que se segue à folha de registo.
XXIII Nome:
Dia da Semana: Quinta-feira
Horas
Descrição/Quantidade do Alimento
Pequenoalmoço
Refeição do
meio da
manhã
Almoço
Lanche
Jantar
Ceia
XXIV Nome:
Dia da Semana: Sexta-feira
Horas
Descrição/Quantidade do Alimento
Pequenoalmoço
Refeição do
meio da
manhã
Almoço
Lanche
Jantar
Ceia
XXV Nome:
Dia da Semana: Sábado
Horas
Descrição/Quantidade do Alimento
Pequenoalmoço
Refeição
do meio da
manhã
Almoço
Lanche
Jantar
Ceia
XXVI Anexo 2 - Questionário de Atividade Física (Até ao 8ªAno)
Nome:
_______________________________________________________________
_
Idade: ___________
Sexo: M_______ F_______
Ano escolaridade: __________
Estamos a tentar descobrir mais sobre o teu nível de Atividade Física dos
últimos 7 dias (na última semana). Isso inclui desportos ou atividades que te
fazem suar ou fazem com que te sintas cansado das pernas, ou jogos que te
fazem respirar fundo, como as brincadeiras que fazes no recreio ou na rua.
Lembra-te:

Não há respostas certas e erradas - isto não é um teste.

Por favor, responde a todas as perguntas da forma mais honesta e precisa
quanto possível – Este questionário é muito importante.
1. Atividade física no teu tempo livre:
Fizeste alguma das seguintes atividades nos últimos 7 dias (na semana
passada)? Se sim, quantas vezes? (Coloca apenas uma cruz por cada
hipótese)
Não
1
a
vezes
Brincadeiras
no
recreio
Andar de patins
XXVII 2 3
a
vezes
4 5
a
vezes
6 7 vezes
ou mais
Andar de bicicleta
Andar de skate
Ténis Mesa
Ténis
Badminton
Futebol
Basquetebol
Andebol
Voleibol
Corfebol
Orientação
Natação
Dança
Ginástica
Atletismo
Luta
Judo
Outro (s):
XXVIII 2. Nos últimos 7 dias, durante as tuas aulas de Educação Física, com que
frequência fizeste atividades em que te cansaste muito? (Coloca apenas uma
cruz).
Não fiz aulas de Educação Física
Quase nunca
Às vezes
Muitas vezes
Sempre
3. Nos últimos 7 dias, o que fizeste a maior parte do tempo no Recreio?
(Coloca apenas uma cruz).
Atividades sentado
Passear pelo recreio
Correr ou brincar pouco tempo
Correr ou brincar algum tempo
Correr ou brincar a maior parte do tempo
XXIX 4. Nos últimos 7 dias, o que fizeste normalmente à Hora de Almoço (além de
comeres)? (Coloca apenas uma cruz).
Atividades sentado
Passear pelo recreio
Correr ou brincar pouco tempo
Correr ou brincar algum tempo
Correr ou brincar a maior parte do tempo
5. Nos últimos 7 dias, em quantos dias Depois da Escola (até à hora do
jantar) fizeste desporto ou jogos em que estivesses Muito Activo? (Coloca
apenas uma cruz).
Nenhum
1 dia
2 ou 3 dias
4 ou 5 dias
6 ou 7 dias
XXX 6. Nos últimos 7 dias, em quantas Noites (período após o jantar) fizeste
desporto ou jogos em que estivesses Muito Activo? (Coloca apenas uma
cruz).
Nenhuma
1 noite
2 ou 3 noites
4 ou 5 noites
6 ou 7 noites
7. No último Fim-de-Semana, quantas vezes fizeste desporto ou jogos em
que estivesses Muito Activo? (Coloca apenas uma cruz).
Nenhuma
1 vez
2 ou 3 vezes
4 ou 5 vezes
6 ou mais vezes
XXXI 8. Qual das seguintes afirmações descreve melhor os teus últimos 7 dias? Lê
todas as cinco afirmações antes de decidires sobre uma resposta (Coloca
apenas uma cruz).
A maior parte ou mesmo todo o meu tempo livre foi
passado a fazer actividades que envolvessem pouco
esforço físico
Na semana passada, fiz actividade física poucas vezes (1 2 vezes) no meu tempo livre
Na semana passada, fiz actividade física algumas vezes (3
- 4 vezes) no meu tempo livre
Na semana passada, fiz actividade física muitas vezes (5-6
vezes) no meu tempo livre
Na semana passada, fiz actividade física quase sempre (7
ou mais vezes) no meu tempo livre
9. Com que Frequência praticaste Atividade Física em cada um dos Dias da
Semana Passada? (Coloca apenas uma cruz por cada hipótese)
Nenhum
Poucas
Algumas
Muitas
Quase
a vez
vezes
vezes
Vezes
sempre
Segunda-feira
Terça-feira
Quarta-feira
Quinta-feira
XXXII Sexta-feira
Sábado
Domingo
10. Estiveste Doente na semana passada ou alguma coisa te impediu de
fazeres atividade física? (Coloca apenas uma cruz).
Sim
Não
Se sim, o que te impediu? __________________________________
Obrigado pela colaboração.
XXXIII Anexo 3 - Questionário de Atividade Física (Do 9º-12ºAno)
Nome:__________________________________________________________
Idade: ___________
Sexo: M_______ F_______
Ano escolaridade: __________
Estamos a tentar descobrir mais sobre o teu nível de Atividade Física dos
últimos 7 dias (na última semana).
Lembra-te:

Não há respostas certas e erradas - isto não é um teste.

Por favor, responde a todas as perguntas da forma mais honesta e precisa
quanto possível – Este questionário é muito importante.
2. Atividade física no teu tempo livre:
Fizeste alguma das seguintes atividades nos últimos 7 dias (na semana
passada)? Se sim, quantas vezes? (Coloca apenas uma cruz por cada
hipótese)
Não
1
a
vezes
Jogos/Desporto
nos
intervalos das aulas
Andar de patins
Andar de bicicleta
Andar de skate
XXXIV 2 3
a
vezes
4 5
a
vezes
6 7 vezes
ou mais
Ténis Mesa
Ténis
Badminton
Futebol
Basquetebol
Andebol
Voleibol
Corfebol
Orientação
Natação
Dança
Ginástica
Atletismo
Luta
Judo
Outro:
XXXV 2. Nos últimos 7 dias, durante as tuas aulas de Educação Física, com que
frequência fizeste atividades em que te cansaste muito? (Coloca apenas uma
cruz).
Não fiz aulas de Educação Física
Quase nunca
Às vezes
Muitas vezes
Sempre
3. Nos últimos 7 dias, o que fizeste normalmente à Hora de Almoço (além de
comeres)? (Coloca apenas uma cruz).
Atividades sentado
Dar uma volta
Realização de algum Jogo/Desporto durante pouco tempo
Realização de algum Jogo/Desporto durante algum tempo
Realização de algum Jogo/Desporto na maior parte do
tempo
XXXVI 4. Nos últimos 7 dias, em quantos dias Depois da Escola (até à hora do
jantar) fizeste desporto ou jogos em que estivesses Muito Ativo? (Coloca
apenas uma cruz).
Nenhum
1 dia
2 ou 3 dias
4 ou 5 dias
6 ou 7 dias
5. Nos últimos 7 dias, em quantas Noites (período após o jantar) fizeste
desporto ou jogos em que estivesses Muito Activo? (Coloca apenas uma
cruz).
Nenhuma
1 noite
2 ou 3 noites
4 ou 5 noites
6 ou 7 noites
XXXVII 6. No último Fim-de-Semana, quantas vezes fizeste desporto ou jogos em
que estivesses Muito Activo? (Coloca apenas uma cruz).
Nenhuma
1 vez
2 ou 3 vezes
4 ou 5 vezes
6 ou mais vezes
7. Qual das seguintes afirmações descreve melhor os teus últimos 7 dias? Lê
todas as cinco afirmações antes de decidires sobre uma resposta (Coloca
apenas uma cruz).
A maior parte ou mesmo todo o meu tempo livre foi
passado a fazer actividades que envolvessem pouco
esforço físico
Na semana passada, fiz actividade física poucas vezes (1 2 vezes) no meu tempo livre
Na semana passada, fiz actividade física algumas vezes (3
- 4 vezes) no meu tempo livre
Na semana passada, fiz actividade física muitas vezes (5-6
vezes) no meu tempo livre
Na semana passada, fiz actividade física quase sempre (7
ou mais vezes) no meu tempo livre
XXXVIII 8. Com que Frequência praticaste Atividade Física em cada um dos Dias da
Semana Passada? (Coloca apenas uma cruz por cada hipótese)
Nenhuma Poucas
Algumas Muitas
Quase
vez
vezes
sempre
vezes
Vezes
Segundafeira
Terça-feira
Quarta-feira
Quinta-feira
Sexta-feira
Sábado
Domingo
9. Estiveste Doente na semana passada ou alguma coisa te impediu de
fazeres atividade física? (Coloca apenas uma cruz).
Sim
Não
Se sim, o que te impediu? __________________________________
Obrigado pela colaboração.
XXXIX 
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Orientador: Prof. Doutor José Augusto Rodrigues dos Santos Carlos