MASTITE CLÍNICA EM OVELHA DA RAÇA SANTA INÊS POR STAPHYLOCOCCUS SPP COAGULASE POSITIVA Karina Ferreira Silveira1, Leila Menezes da Silva², Gabriela Serrão Pinheiro², Alexandre do Rosário Casseb3 Resumo Este trabalho teve como objetivo identificar o agente causador de um caso de mastite clínica em uma ovelha, sendo realizada a coleta do leite no Centro de Pesquisa em Caprinos e Ovinos do Pará (CPCOP) da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA – em Belém/PA. As amostras foram semeadas em meio de Ágar sangue de carneiro a 5%, Ágar Mackonkey, caldo cérebro-coração e incubadas a 37°C, em aerobiose. A espécie microbiana foi identificada com base na morfologia de colônia, coloração pelo método de Gram e provas bioquímicas, assim como teste de antibiograma pelo método de Kirby-Bauer, foi encontrada a bactéria Staphylococcus sp. Coagulase positiva, que se mostrou sensível a vários antibióticos, inclusive a benzilpinicilina. Palavras-Chave: mastite, ovelha, leite, etiologia, Staphylococcus. Summary This work had as objective to identify the .causing agent of a case of clinical mastitis in a sheep, being carried through the collection of milk in the Center of Research in Goats and Sheep of Pará (CPCOP) of the Federal Rural University of the Amazônia - UFRA - in Belém/PA. The samples had been sown in way of Agar sheep blood 5%, Mackonkey Agar, broth brain-heart and incubators the 37 °C, in aerobiosis. The microbial species was identified on the basis of the morphology of colony, coloration for the method of Gram and tests biochemists, as well as test of antibiogram for the method of Kirby-Bauer, were found the Staphylococcus bacterium sp. Positive Coagulase, that if it showed sensible to some antibiotics, also the Benzylpenicillin. Key Words: mastitis, sheep, milk, etiology, Staphylococcus. Introdução A mastite é uma inflamação da glândula mamária, caracterizada por alterações físicas, químicas e bacteriológicas no leite e alterações no tecido glandular (BLOOD & RADISTITS, 1991). A mastite em ovinos é conhecida e estudada há muitos anos em países onde a produção de leite ovino tem importância econômica. Uma das descobertas do grande bacteriologista francês Nocard, em 1887, foi que a mastite ovina era causada por um estafilococo (VAZ, 1996). Na Inglaterra, Leyshon em 1929 descreveu mastite em ovelhas causada por uma bactéria com características de Pasteurella haemolytica (JONES, 1991). A mastite frequentemente leva à perda do úbere ou do quarto mamário afetado e na sua forma aguda ou gangrenosa, pode causar a morte da ovelha (VAZ, 1996). Metodologia A coleta do material foi realizada no Centro de Pesquisa em Caprinos e Ovinos do Pará (CPCOP) da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA – em Belém/PA. A glândula mamária que apresentava sinais clínicos de inflamação foi colhida aproximadamente _______________________ ¹Acadêmica de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia. ² Acadêmica de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia. ³Docente e Doutor da Universidade Federal Rural da Amazônia Autor para correspondência: Travessa 14 de março,nº 2227, CEP: 66040360, Nazaré, Belém/PA: e-mail: [email protected] 10 mL de leite, em um frasco de vidro estéril, devidamente identificado. A amostra foi obtida de forma asséptica, sendo realizada a anti-sepsia do óstio papilar da teta com algodão embebido em álcool 70. Após a colheita a amostra foi acondicionada sob refrigeração para depois ser encaminhada para análise microbiológica no Laboratório de Microbiologia da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA – em Belém/PA. As amostras foram semeadas em meio de Ágar sangue de carneiro a 5%, Ágar Mackonkey, caldo cérebro-coração e incubadas a 37°C, em aerobiose. A espécie microbiana foi identificada com base na morfologia de colônia, coloração pelo método de Gram e provas bioquímicas (Ikram, 1997). Para realização dos testes de sensibilidade dos micro-organismos a fármacos antimicrobianos, foi utilizado o método de Kirby-Bauer (BAUER et al., 1966). Os antimicrobianos usados incluíram: Ampicilina, Benzilpenicilina, Ceftriaxona, Cloranfenicol, Enrofloxacina, Gentamicina, Ciprofloxacina, Azitromicina, Cetotaxima, Norfloxacin, Tetraciclina. Resultados: No seguinte estudo de caso, foi encontrado a presença da bactéria Staphylococcus sp. Coagulase positiva, sensível a vários antibióticos, como Ampicilina, Benzilpenicilina, Ceftriaxona, Cloranfenicol, Ciprofloxacina, Azitromicina, Cetotaxima e Tetraciclina, exceto Enrofloxacina, Gentamicina e Norfloxacin que se apresentaram resistentes. Discussão e Conclusões: Os principais agentes etiológicos de mastite ovina são: Staphylococcus aureus, Pasteurella haemolytica, Streptococcus spp, Escherichia coli, Pseudomonas sp Arcanobacterium pyogenes, Staphylococcus coagulase negativos, Corynebacterium spp,Clostridium spp. Sendo que o Staphylococcus aureus e a Pasteurella haemolytica, separadamente ou em associação com outros agentes, são responsáveis por 80% dos casos de mastite aguda (JONES, 1991). Neste trabalho foi isolada o Staphylococcus spp apresentando coagulase positiva, diferentemente das 41 espécies descritas dentro do gênero (BARNNEMAN,2003; EUZÉBY, 2007),na qual a maioria apresentou coagulase negativa. A sensibilidade a Benzilpenicilina é um dos fatores importantes desse trabalho, devido esse antibiótico ser amplamente utilizado e comum na área médica desde antigamente, por isso a maioria das bactérias são resistentes ao mesmo. Face ao impacto negativo sobre a saúde animal, a saúde pública e a economia das explorações julgaram necessário diminuir esta prevalência, alcançando o desenvolvimento de estratégias profiláticas e terapêuticas. As medidas de controle implementadas deverão oferecer garantias de segurança aos consumidores. Referências Bibliográficas: BAUER, A.W.; KIRBY, W.M.; SHERRIS, J.C. et al. Antibiotic susceptibility testing by a standardized single disk method. American Journal of Clinical Pathology. v.45, n.4, p. 493-6, 1966. BLOOD, D.C., RADOSTITS, O.M. Clínica Veterinária. 7a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. p. 1263. IKRAM, M: Microbiology in: PRATT, P.W. – Ed. Laboratory procetores for veterinary techinica. 3 ed. Missouri: Mosby, 1997. p.119-258. JONES, J.E.T. Mastistis in sheep. In: OWEN, J.B.; Axford, R.F.E. (Eds.). Breeding for disease resistance in farm animals. Bangor: CAB internacional, 1991. p. 412- 423. 2 LADEIRA, S.R.L. Mastite ovina. In: Doenças de ruminantes e eqüinos. 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