TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL O FUTURO DO PROFISSIONAL DE RH O profissional de RH vai além da especialização em carreira, avaliação ou recrutamento de pessoas. Evolui discutindo estrategicamente o futuro da nação, baseado na soma dos futuros definidos para as organizações e colaboradores, capital humano do Brasil, composto de quase 200 milhões de pessoas. Mudança governamental, acadêmica ou de mercado, envolvendo saúde, educação, emprego, afeta este capital humano, responsável pelo bem ou mal da nossa economia. As ciências sociais (economia, administração, sociologia, psicologia, etc.) se sobrepõem, complementando-se para encontro do bem comum à sociedade. O artigo da The Economist, A Terceira Revolução Industrial, facilita o entendimento da premissa. A primeira revolução começa na Inglaterra no século XVIII com a mecanização da indústria têxtil e advento da máquina a vapor, aproximando as pessoas e nascendo as fábricas. A segunda revolução nasce no século XX com Henry Ford implementando linhas de montagem e produzindo em massa. As pessoas ficaram mais ricas e urbanas. Agora a terceira está a caminho. A digitalização dos processos (manufatura ou serviço) muda a forma de produzir bens e serviços. Altera-se o mundo político, a economia e o tipo de capital humano necessário. A tecnologia é mais sofisticada, numa economia caótica, globalmente interconectada. Pessoas produzem longe das dependências das empresas. Serviços surgem baseados na web. Queria-se produzir zilhões de produtos idênticos. Henry Ford dizia que os consumidores escolhiam a cor de seus carros, desde que fosse preta. O futuro chega com invenções constantes, fora do modelo produção massificada. Voltamos às tendas de produção de antes da primeira revolução industrial. A impressora 3D transforma o design de computador em ferramentas, peças, etc. O material é mais leve, mais forte e mais durável. Fibra de carbono substitui aço e alumínio em bicicletas ou aeronaves. Engenheiros desenvolvem bens em escalas minúsculas. A nanotecnologia melhora a qualidade de produtos, tornando-os mais eficientes e sustentáveis. Vírus são geneticamente modificados para produção de bens. A internet reduz barreiras e facilita o designer a criar novos produtos. Ford investiu uma fortuna para construir sua fábrica River Rouge. Uma Apple começa com uma ideia numa garagem. O talento produz de forma diferente. Na terceira revolução industrial os RHs existirão para pensar estrategicamente o destino das empresas apátridas, presentes em todo o globo. Gerenciarão um novo ser humano, criativo e adaptativo a diferentes ambientes e cenários político econômicos, em organizações e nações interdependentes. O digital supera manufaturados. Fábricas são mais vazias, quase desertas. O produto é terminado mais próximo do consumidor, acompanhando demandas sofisticadas. O produto de um país poderá ser feito em outro. A dependência centra-se no ser humano. Desenhos online são fabricados em garagens e exportados para todo o globo. Trabalhos são feitos longe até do solo pátrio. Designers e engenheiros apátridas cruzam os ares com sua habilidade, sem se deslocar fisicamente. Conquistar e manter esse talento é o grande desafio. Alfredo Assumpção Sócio Fundador e CEO da Fesa Global Executive Search Transforming Leadership Autor de 10 livros