3/13 a REVISTA DE NEGÓCIOS E TECNOLOGIA DA sandvi k coro mant energia: O desafio da fusão O poder da paixão Como a Manoir Industries passou a oferecer soluções acabadas no lugar de peças desbatadas. O exterminador na defesa do clima tecnologia Fresamento de bolsões profundos brasil Fim dos problemas inspiração Brinquedos tecnologia Impulsionando a produtividade fresamento de engrenagens Mais força tecnologia Precisão aerospacial perfil editorial Metalworking World é uma revista de negócios e tecnologia da AB Sandvik Coromant, 811 81 Sandviken, Suécia. Tel: +46 (26) 26 60 00. Metalworking World é publicada três vezes por ano em inglês americano e britânico, alemão, chinês, coreano, dinamarquês, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, italiano, japonês, polonês, português, russo, sueco, tailandês e tcheco. A revista é gratuita para clientes da Sandvik Coromant no mundo inteiro. Uma publicação da Spoon Publishing, Estocolmo, Suécia. ISSN 1652-5825. klas forsström presidente da sandvik coromant Na liderança com competência quando se trata de know-how, a busca pela excelência colocou a Sandvik Coromant na vanguarda do setor. Nós nos focamos, particularmente, em três áreas: inovação, educação e competência. Atendemos a empresas de todo o mundo, e o conhecimento que adquirimos a partir da análise dos processos dos clientes nos permite recomendar novas formas de operação que aumentam eficiência e lucratividade. Isso ocorre frequentemente por meio de relacionamentos de colaboração. Leia, por exemplo, a história da Cummins no Brasil (página 12). O fabricante de motores descreve a parceria como "quatro mãos trabalhando juntas". Nós preferimos chamar de Programa de Incremento da Produtividade (PIP). Não importa como seja chamado, o importante é que a Cummins foi capaz de realizar grandes reduções de custos. E a experiência enriqueceu nossa competência em processos. O PIP faz parte de nossa oferta de serviços, que representam a competência que temos para além das soluções em ferramental. Nossa oferta abrange diversas áreas, desde engenharia, por meio da qual apoiamos o processo de investimento em máquinas; e educação, na qual 30 mil pessoas assistem, todos os anos, nossos vários cursos de treinamento; à sustentabilidade, com a oferta de soluções para recondicionamento e reciclagem de pastilhas de metal duro. Os serviços também incluem soluções logísticas inteligentes para análises de estoque e progra- 2 metalworking world mas de redução, que liberam capital de giro. Na página 31, explicamos como a francesa Manoir Industries se beneficiou com esse programa. O gerente de métodos industriais da empresa, Gilles Beaujour, descreve sua experiência: "A Sandvik Coromant não apenas me vendeu um produto, mas também me ajudou a desenvolver um processo mais eficiente." Essa forma de trabalhar é o que nos torna líderes em competência. Finalmente, gostaria de agradecê-los por compartilharem seus desafios conosco. O conhecimento e experiência que adquirimos é o que nos impulsiona a criar os melhores serviços e a desenvolver as melhores ferramentas. Boa leitura! klas forsström Presidente da Sandvik Coromant Editora-chefe e responsável legal na Suécia: Jessica Alm. Editor-executivo: Mats Söderström. Gerente de contas: Christina Hoffmann. Editor: Geoff Mortimore. Direção de arte: Emily Ranneby. Editor técnico: Börje Ahnlén. Subeditora: Valerie Mindel. Coordena-ção: Lianne Mills. Coordenação de idiomas: Sergio Tenconi. Diagramação das versões: Louise Holpp.Pré-impres-são: Markus Dahlstedt. Foto de capa: Martin Adolfsson. Artigos não solicitados serão recusados. O conteúdo desta publicação só poderá ser reproduzido com autorização do gerente editorial. Matérias e opiniões expressas na Metalworking World não necessariamente refletem os pontos de vista da Sandvik Coromant ou da editora. Correspondências e pedidos de informação sobre a revista são bem-vindos. Contato: Metalworking World, Spoon Publishing AB, rosenlundsgatan 40, 118 53 Estocolmo, Suécia. Tel: +46 (8) 442 96 20. E-mail: [email protected]. Informações sobre distribuição: Catarina Andersson, Sandvik Coromant. Tel:+46 (26) 26 62 63. E-mail: [email protected] Impresso na Suécia, gráfica Sandvikens Tryckeri. Impresso em papéis MultiArt Matt 115g e MultiArt Gloss 200g, da Papyrus AB, com certificação ISO 14001e registro junto ao Sistema Comunitário Europeu de Ecogestão e Auditoria (EMAS). Coromant Capto, CoroMill, CoroCut, CoroPlex, CoroTurn, CoroThread, CoroDrill, CoroBore, CoroGrip, AutoTAS , GC, Silent Tools e iLock são todas marcas registradas da Sandvik Coromant. Receba sua cópia gratuita da revista. Envie seu e-mail para [email protected]. A Metalworking World tem caráter informativo. As informações veiculadas na revista são de natureza genérica e não devem ser entendidas como recomendações ou utilizadas como base para tomadas de decisão em casos específicos. Qualquer uso dessas informações é de total responsabilidade do usuário. A Sandvik Coromant não se responsabiliza por qualquer dano direto, acidental, consequencial ou indireto resultante do uso das informações disponibilizadas pela Metalworking World. 31 conteúdo metalworking world #2 2011 França De peças brutas a soluções acabadas. 6 Perfil Deus: motos recicladas customizadas. 12 10 Brasil Melhorias de processos e grandes reduções de custos. A patented new technique puts Voith Turbo on the map. 4 Jogo Rápido: 7 Perfil: 8 Energia: Notícias do mundo Dame Ellen MacArthur 18 Peça a peça 24 Mudança de tecnologia: engrenagens Como a LEGO tomou a frente na inovação 28 Inovação Encarando os desafios da energia por fusão. VP da Sandvik Coromant fala sobre a mudança de tecnologia no fresamento de engrenagens Turbinas eólicas inteligentes tecnologia Aresta intocável O fim da linha Otimizando o corte Segurança em longo prazo A força da engenharia A promessa de uma nova super classe de pastilhas. A nova classe P25 proporciona mais potencial em velocidades de corte e uma vida útil maior, mais previsível e com alta confiabilidade. A melhor forma de melhorar o processo de corte com maior aproveitamento de material e segurança de processo. Flexibilidade operacional, segurança e possibilidade de padronização com ferramentas modulares. Como a indústria aeroespacial cumpre as exigências de furação de um ambiente de produção complexo. 26 38 9 10 22 metalworking world 3 Jogo Rápido texto: Henrik emilson foto: getty images o projeto luzes da baía. A maior escultura de LED do mundo, com 2,9 km de largura e150 metros de altura, cria um cenário deslumbrante na ponte da Baía de São Francisco, na Califórnia, com 25 mil luzes brilhantes de LED brancas. Traga o LED controle do clima. Arnold Schwarzenegger é bem-sucedido em muitas áreas, do halterofilismo à carreira no cinema e na política. Agora o ex Mr. Universo/ Exterminador do futuro/ governador da Califórnia está assumindo um desafio que pode ser o seu maior até hoje – o clima. Em 2010 ele fundou, junto a outros líderes globais, a organização sem fins lucrativos R20 Regions of Climate Action (Regiões de Ação Climática) em cooperação com a Organização das Nações Unidas (ONU). A R20 é liderada por governos regionais que trabalham para implementar projetos que produzam benefícios econômicos e ambientais na forma de redução de consumo de energia e de emissão de gases de efeito estufa. A ação mais recente da R20 é uma iniciativa conjunta com a Philips para estimular a iluminação LED nos níveis regional e municipal como uma tecnologia que pode auxiliar na diminuição da pegada de carbono das fontes de energia convencionais, menos eficientes. “Cidades, estados e províncias são os lugares onde acontece a ação real com relação a projetos de eficiência energética”, diz Schwarzenegger. “Estamos ansiosos por ter a Philips como parceira na campanha de eficiência na iluminação das ruas, ajudando a transformar todos em heróis ativos na construção de comunidades sustentáveis e na luta contra mudanças climáticas.” n 4 metalworking world JOGO RÁPIDO Pedal de papelão Denominado “o Alpha”, o protótipo de 12 kg é uma bicicleta de marcha única com raios, aros e quadro feitos de papelão e que pode suportar de forma segura um ciclista de até quase 20 vezes seu peso. novos materiais. Imagine seu papelão reciclado voltando às ruas na semana seguinte como uma bicicleta, cadeira de rodas ou carrinho de bebê. Isso é possível graças ao trabalho da empresa israelense Cardboard Technologies. A companhia produz veículos de papelão reciclado fortalecido com borracha de pneus usados e materiais orgânicos – mas sem metal. O material é a prova d’água e fogo e é mais leve e resistente que metal ou fibra de carbono. Uma vantagem extra: os custos da matéria-prima são muito baixos. n press images Metal macio Metalurgia. O metal pode ser confortável? Pode... se você fizer como o designer Peter Novague, que dobrou uma folha de alumínio como um origami até se tornar uma cadeira. Cadeiras de canto não são apenas esteticamente agradáveis, com suas cores fortes, mas são também fáceis de empilhar e, por serem feitas de alumínio, podem ser usadas tanto dentro como fora de casa. Almofadas para a cadeira estão disponíveis para conforto adicional. n você sabia? Mais energia Garfo para macarrão Na culinária ocidental, o macarrão é em geral curto e comido com garfo. No oriente, o macarrão é comprido e são usados pauzinhos (hashi). O garfo de macarrão é uma inovação que permite que qualquer tipo da macarrão possa ser comido com facilidade e estilo. Em 2012, ele ganhou um “ponto vermelho” da Red Dot Design Award, um prêmio internacional de design de produto, apresentado em Cingapura. Em 2012, turbinas eólicas com capacidade total de 45 gigawatts foram construídas pelo mundo, ampliando a capacidade global para 282 GW – 3% da demanda mundial de energia, segundo dados da World Wind Energy Association (WWEA), situada em Bonn, Alemanha. a palavra: Germanânio espaço aéreo Mentes brilhantes do design tentam solucionar os problemas de espaço nos assentos da classe econômica dos aviões. O estudante Alireza Yaghoubi se inscreveu no concurso da Fundação James Dyson com seu conceito AirGo, que usa cadeiras e bandejas mais finas para criar mais espaço. Também apresentou monitores individuais que saem do teto para cada assento individual – e não dependem dos movimentos da fileira da frente. Pesquisadores da Ohio State University, nos EUA, têm estudado a fundo o germânio, um material que habitualmente tem a forma de cristais multicamadas. Como o grafeno, o germânio tem sido criado em folhas grossas de átomo único, chamadas germanânio, que conduzem elétrons dez vezes mais rápido que o silicone e cinco vezes mais rápido que o germânio convencional. o número: 19 porcento Crescimento cumulativo da capacidade global de energia eólica em 2012, liderado pela China e EUA. metalworking world 5 Jogo rápido texto: Marcus joons foto: daniel månsson Metal pesado Visão empreendedora em reciclagem e branding Fundada na Austrália, em 2006, a Deus Ex Machina construiu seu sucesso com motocicletas customizadas montadas à mão que combinam simplicidade despojada com componentes modernos e desempenho. 6 metalworking world Empreendedores. “Isso é exatamente como queremos que seja – um ponto de partida para a nova geração de motociclistas”, diz Stefan Wigan, gerente de branding e projetos especiais da Deus Ex Machina, gesticulando em direção aos motociclistas hipsters que lotam a estilosa loja na Venice Boulevard, no subúrbio de Los Angeles. Deus Ex Machina é uma companhia australiana que oferece de forma ousada pranchas de surf, roupas, café e motocicletas customizadas altamente requisitadas. A empresa surgiu em Sydney e cresceu, adquirindo filiais em Bali, Itália (Milão) e EUA. Atrás da loja de Venice Beach há uma garagem onde o mecânico da Deus, Michael Woolaway, encomenda peças usadas de motocicletas e, às vezes, motos inteiras para que ele possa desmontá-las e então remontá-las como motocicletas Deus. “É um conceito Deus do começo ao fim, buscando inspiração nas formas do passado e transformando-as em ferramentas com um propósito prático e moderno,” diz Woolaway. Leva até dois meses para a Deus montar uma motocicleta. As motos, comumente, têm raiz na cultura de corridas dos cafés britânicos dos anos 1950, mas tudo utiliza a tecnologia mais recente - de forma a produzir estes pequenos monstros de potência. n jogo rápido texto: HENRIK EMILSON foto: philippe Caron/CORBIS IMAGES Girando em círculos Dame Ellen MacArthur sustentabilidade. Após um período quebrando recordes como velejadora profissional, incluindo viagens solo ao redor do mundo, a britância Dame Ellen MacArthur criou, em 2010, a Fundação Ellen MacArthur, uma entidade que aposta na economia circular (termo genérico para um sistema industrial que é, por natureza, restaurador). A iniciativa mais recente da fundação é reunir cem empresas líderes em uma rede mundial para facilitar o desenvolvimento e comprometimento em relação à economia circular. “A economia circular representa uma oportunidade clara e comprovada para empresas de todo o mundo,” diz MacArthur. “Nossa iniciativa traz coesão e foco a essa oportunidade e permite que empresas compartilhem experiências, aprendam com as melhores práticas e trabalhem juntas para alcançar benefícios empresariais reais. Ao todo, calculamos a geração de mais de dez bilhões de dólares, incentivando inovação, investimento e criação de empregos.” O objetivo de uma economia circular é reconstruir capital, seja de caráter financeiro, de produção, humano, social ou natural, de forma a assegurar maior fluxo de bens e serviços. n A velejadora recordista Dame Ellen MacArthur iça as velas em direção a um sistema econômico mais efetivo. metalworking world 7 jogo rápido Quicktime texto: henrik emilson ilustração: khuan + ktron 15 porcento de aumento na produção de energia 120 metros é o diâmetro do rotor 106 dB(A) é o nível padrão da potência do som 110 ou 139 metros são as alturas das torres de aço Vento à vontade! A nova turbina eólica da General Electric não é apenas enorme (seu rotor é tão grande quanto a roda gigante London Eye), mas também a primeira turbina eólica inteligente que usa a internet para auxiliar no gerenciamento da intermitência do vento, permitindo fornecer energia previsível e constante para a rede elétrica independentemente de quanto esteja ventando. Assim como freios antitrava num carro, as turbinas no parque eólico trabalham juntas em uníssono em vez de rodar como entidades separadas. Se uma turbina para, as outras são reforçadas para que o total de produção permaneça o mesmo. Um novo tipo de bateria de sódio armazena a energia em excesso metalworking world e a libera8 quando o vento acalma. n tecnologia texto: christer richt foto: Adrian burt Uma nova, intocável aresta de corte Como surgiu essa nova super classe de pastilhas GC4325 e o que essa classe de nova geração promete para a grande área de torneamento de aços? Christer Richt, colaborador da Metalworking World, perguntou à Mia Palsson, gerente de produto sênior da Sandvik Coromant, os diferenciais e que resultados têm sido alcançados. No torneamento de aços, a classe P25 é vista como primeira opção para a maior parte da usinagem. É uma pastilha completamente segura que também pode ser uma solucionadora de problemas. A classe P25 existente, GC4225, criada alguns anos atrás, é líder nessa área. Então porque uma nova classe agora? Em que ela pode contribuir? Nosso objetivo em ter uma nova classe para a área de torneamento ISO P25 tem sido níveis de segurança de processo e recomendações de dados de corte ainda mais altos. As variações de materiais, peças, operações, condições e limitações dessa área de usinagem são inigualáveis. Sendo assim, a área de torneamento ISO P25 é a mais difícil de resolver com uma pastilha. Com a nova GC4235, caminhamos para nossa sétima geração de classes P25 com cobertura para atender a essa grande e diversificada área com potencial de otimização ainda melhor. Ela está anos-luz à frente da primeira geração e gerou os melhores resultados em teste de classe dos últimos dez anos. Apenas pense nas implicações para as fábricas envolvidas nesse tipo de usinagem. Como líderes de mercado em ferramentas de corte, nos comprometemos a proporcionar aos nossos clientes melhorias contínuas em sua produção. Sabemos que a crescente área de torneamento de aços P25 gera mais demandas diferentes quanto às arestas de corte. Com relação ao desenvolvimento da classe, a importantíssima adesão da cobertura foi melhorada para combater qualquer possibilidade de desgaste da ferramenta. O substrato da pastilha precisa suportar temperaturas altas, sem mudanças estruturais. A cobertura e o substrato foram desenvolvidos juntos numa escala que não era possível anteriormente. Temos recomendações de dados de corte mais altos do que jamais tivemos nessa área, mas mantivemos a segurança do processo, com a vida útil previsível de ferramenta como principal vantagem da nova classe. mais do que avanços em estrutura de cobertura e substrato. Estamos falando de uma sensível mudança em relação à primeira classe com cobertura. Quais as outras inovações da GC4235? Há muito por trás dessa conquista. Tivemos que analisar a fundo todos os fatores. Praticamente toda a fabricação e processos no desenvolvimento da classe são resultado de inovações. Se eu tivesse que mencionar apenas um, seria a nova estrutura cristalina da cobertura, que é responsável pelo incrível novo patamar de resistência ao desgaste. n Quer saber mais? www.sandvik.coromant.com/ gc4325. Atingir esse nível de capacidade representa metalworking world 9 tecnologia textO: christer richt imageM: borgs desafio: Como aumentar ainda mais o rendimento e a segurança no torneamento de aços com uma classe de pastilhas intercambiáveis em uma área em que os materiais, condições e operações variam muito. solução: A nova classe de metal duro com cobertura desenvolvida para a grande e variada área de aplicação ISO P25. Essa inovação em materiais propicia um novo e maior potencial em velocidades de corte e uma vida útil mais longa e mais previsível da ferramenta com alta confiabilidade em uma ampla área. O fim da Uma aresta de corte que usina o metal com eficácia, deixando um acabamento satisfatório, atua dessa forma desde que a linha da aresta esteja intacta. Quando a linha é quebrada, às vezes prematuramente, é geralmente por causa do desenvolvimento do tipo errado de desgaste. Isso resulta em quebra rápida, produzindo peças inaceitáveis e comprometendo a segurança. Isso significa o fim da aresta de corte. Previsibilidade tem se tornado muito importante na usinagem moderna, especialmente quando há supervisão limitada, e há uma série de ameaças à permanência intacta da linha da aresta por tempo suficiente no torneamento de aços. Um dos desafios é a grande área de aplicação ISO P25, que inclui vários materiais muito diferentes, de aços dúcteis de baixo carbono a aços duros alta liga, materiais em barra para forjamento e forjamentos para peças pré-usinadas. Por isso, no que se refere à velocidade de corte no torneamento de aços, a média da indústria é de aproximadamente 70% dos valores recomendados. Fatores como capacidade da máquina, diâmetros de peças, competência do operador e aversão a risco entram em cena. As vantagens da nova classe P25, GC4235, vão realmente ajudar os usuários a resistirem a limitar os níveis de dados de corte. A 10 metalworking world classe proporciona segurança de processo extremamente alta devido à sua capacidade de manter a linha da aresta intacta. Os avanços trazidos pela nova classe podem ser percebidos no torneamento de um tipo difícil de aço de alta liga usado principalmente para rolamentos e aplicações associadas. Aqui, as melhorias têm excedido as expectativas do que a classe pode proporcionar. Esses aços desafiam a aresta de corte, com carbonetos duros abrasivos e inclusões no aço, e tendem a gerar desgaste rápido tipo cratera e, às vezes, risco de desenvolvimento de desgaste. o substrato da pastilha e a cobertura da GC4235 foram desenvolvidas para suportar temperaturas altas, reduzindo o efeito que causa desgaste Taxa de remoção de metal Impulsionando a produtividade Velocidade de corte Peças usinadas por hora Na grande e variada área de torneamento de aços ISO P25, a produtividade é até certo ponto uma medida individual, dependendo do tipo de produção. Mas, em geral, é uma combinação de eficiência de usinagem, calculada pela taxa de remoção de metal, e utilização das máquinas-ferramentas, em peças usinadas por hora. Para a aresta de corte, isso se resume a níveis de dados de corte e vida útil da ferramenta. Velocidades de corte de 400 m/ min são normais para a GC4235, dependendo da aplicação. linha Controlar o desgaste contínuo natural e eliminar o desgaste descontínuo, muitas vezes incontrolável, é a chave do sucesso no torneamento de aços na área de aplicação ISO P25. A imagem acima mostra uma aresta de corte típica das melhores classes de pastilhas existentes. O desgaste prematuro acabou com a vida útil da ferramenta. excessivo. Como bônus, a classe é altamente capaz de manter a linha da aresta da pastilha em temperaturas mais adequadas para uma zona de fluxo de fluidos ideal ao gerar cavacos. Isso traduz em capacidade de velocidades de corte mais altas – com a segurança da linha da aresta para uma vida útil mais longa e previsível da ferramenta – de forma a atender as crescentes exigências da usinagem sem monitoramento na área P25. n A imagem abaixo mostra uma aresta de corte GC4325 no mesmo estágio da mesma operação. A linha da aresta está boa e a ferramenta continua viável. resumo Um aumento de produtividade médio de 30% com base nos níveis existentes é possível com a GC4325, nova classe para torneamento de aços P25. O aumento se deve à capacidade da classe para maiores dados de corte, vida útil maior da ferramenta e alta segurança. Ela representa um novo patamar de desempenho com pastilhas intercambiáveis de metal duro com cobertura e fornece um novo potencial a ser explorado nesta grande e diversificada área de aplicação. metalworking world 11 textO: Vincent Bevins Foto: Lalo de Almeida Trabalho a quatro mãos São Paulo, Brasil. Na capital paulista, uma parceria – ou “trabalho a quatro mãos”, como se costuma dizer – resultou em melhorias de processos e grande redução de custos para a Cummins, fabricante de blocos de motor. Fábrica de motores da Cummins em Guarulhos (SP). As equipes da Sandvik Coromant e da Cummins trabalharam juntas no desenvolvimento de um processo otimizado. [1] [2] 14 metalworking world [1] Marcos Morine, especialista em Round Tools da Sandvik Coromant, na linha de usinagem da Cummins. [2] Luiz Adam Vavallo, pre-setter de ferramentas da Sandvik Coromant. nnn Na fábrica da Cummins, em São Paulo, um problema no processo de mandrilamento Operação 120, na linha de Blocos C, estava cada vez pior. Avarias em uma máquina antiga que mandrilava blocos de motores de caminhões a diesel estavam custando até R$ 80 mil (mais de 30 mil euros) por ano em inatividade e, em 2011, os reparos foram estimados em cerca de R$ 30 mil (12 mil euros). A operação da Cummins em São Paulo conta com uma equipe de especialistas e fornecedores integrados na planta. Ainda assim, a gerência da fábrica não achava que tinha meios técnicos para lidar plenamente com o problema. Eles apresentaram à Sandvik Coromant uma solução paliativa: comprar uma peça de substituição para a máquina antiga que continuava quebrando. Mas a Sandvik Coromant teve uma ideia diferente, que eliminaria completamente a Operação 120, aproveitando novas ferramentas e algumas reorganizações logísticas para transferir as outras operações da máquina antiga para máquinas mais novas e flexíveis. Talvez o mais importante: o novo layout proporcionaria aos operadores um ambiente de trabalho muito mais seguro. Colaboradores da Cummins ficaram convencidos quando viram a apresentação de Antonio Granzoto, vendedor técnico da Sandvik Coromant. "Outras pessoas apresentaram algumas soluções antes, mas nada funcionou", lembra Emerson Carlos dos Santos, engenheiro de produção da Cummins. "Mas, quando vimos a apresentação da Sandvik, pensamos, 'A gente tem que tentar isso. Pode realmente funcionar.'" O RESULTADO foi típico da parceria entre a Cummins e a Sandvik Coromant, presente na fábrica desde 2005. Juntas, as empresas formaram uma equipe de implementação com 11 pessoas, oito da Cummins e três da Sandvik, para trabalhar na reorganização de toda a linha de usinagem. "Tudo começou com uma equipe pequena que, em seguida, foi estendida para incluir questões de programação", declara Thiago Vasques, engenheiro de produção da Cummins. "Foi um grande projeto, com muitas pessoas diferentes envolvidas. A ideia era reunir o maior número de integrantes possível. Estávamos trabalhando com oito máquinas flexíveis e precisávamos dos principais operadores". Repensar a linha envolveu dois grandes desafios. Em primeiro lugar, uma nova tecnologia, Silent Tools, foi necessária para substituir a Operação 120. Em segundo, todas as outras operações da máquina antiga tinham que ser movidas na linha, sem aumentar o tempo total necessário. A velocidade máxima da linha é a da máquina mais lenta. O plano original desenvolvido por Granzoto especificava que nenhuma etapa levaria mais de 12 minutos. Por isso, a implementação exigiu toda uma reorganização física da linha. Mas, se bem sucedida, ela poderia criar uma economia de R$ 700 mil (270 mil euros) ao ano, muito acima do custo do projeto. Funcionou. Mesmo em seus primeiros dias, o novo sistema está economizando R$ 180 mil (70 mil euros) por ano só em despesas operacionais. NA PARCERIA Cummins-Sandvik Coromant, as soluções a "quatro mãos" são desenvolvidas o tempo todo. “Sem dúvida, o projeto Bloco C teve um grande impacto, não só nos custos, mas em termos de ergonomia", diz Geraldo Sumitomo, supervisor chefe de fabricação da Cummins. "Estamos muito felizes com a parceria com a Sandvik Coromant. Nós obtivemos tecnologia de ponta em termos de ferramentas e processos. Temos oito novas ferramentas em fase de testes apenas este ano." "Esse tipo de projeto é muito comum", acrescenta Sumitomo. "Ele pode vir de um lado ou do outro, mas todas as melhorias e desenvolvimentos são feitos a quatro mãos." Emerson Carlos dos Santos conta que as melhores ideias surgem em torno da máquina de café. "Sempre temos a necessidade de reduzir custos", comenta. "Thiago [Vasques] pensa sobre as ferramentas, e conversamos com a equipe da Cummins todos os dias." Eles também se reúnem toda sexta-feira para pensar em A metalurgia para o setor automotivo tem lugar de destaque no Brasil, um dos mercados automotivos de maior crescimento do mundo. Mas, em ambiente econômico desafiador, a redução de custos é fundamental. A Cummins usina com alta precisão blocos e cabeças para produzir motores a diesel para caminhões de clientes como Ford e MAN. A fábrica tem turnover anual de cerca de 12 milhões de euros. A Cummins exporta de 15% a 20% de sua produçao, principalmente para os Estados Unidos. A empresa planeja construir outra planta no Brasil. metalworking world 15 VISÃO TÉCNICA CUMMINS: SÃO PAULO, BRASIL A OperaÇÃO 120 era um processo de mandrilamento de blocos de motores realizado em 1.200 unidades por mês na fábrica da Cummins. Paradas constantes eram um gargalo e havia problemas de segurança. Em vez de fornecer uma operação extra de mandrilamento para a máquina dedicada, a Sandvik Coromant criou uma nova solução por meio do seu Programa de Incremento da Produtividade, ampliando-a, inclusive, para outras máquinas. A solução foi uma nova ferramenta, Silent Tools, que é suficientemente robusta para executar com precisão os furos de Ø 120 mm em uma máquina flexível ao invés de uma máquina dedicada. A barra antivibratória Silent Tools permite a usinagem de longos comprimentos e que a ferramenta trabalhe em uma máquina CNC com troca de ferramentas automática, ao invés de apoiada em mancais fixos como era antes. O tempo necessário para a operação de desbaste dos mancais para o eixo-comando foi reduzido de seis para dois minutos. Toda a linha de produção foi remontada e outros sete processos migrados para as máquinas Heller e GROB. Os novos processo e ferramenta reduziram custos e aumentaram a eficiência e economia de tempo de produção. 16 metalworking world O Departamento de Qualidade analisa os detalhes finais do bloco de motor usinado antes de enviá-lo para a montagem. [1] A fábrica da Cummins está próxima à Via Dutra, a principal rodovia que liga São Paulo e Rio de Janeiro. [2] Leidson Nunes, pre-setter de ferramentas da Sandvik Coromant, prepara a barra Silent Tools. [3] Ferramentas rotativas que foram reafiadas e preparadas. [1] [2] formas de melhorar o relacionamento, com o objetivo de ter um novo grande projeto a cada seis meses. "Sempre há oportunidades de melhorias", diz Granzoto. NOS ÚLTIMOS ANOS, o foco tem sido mais na redução de custos que na expansão ou reorganização da produção, refletindo as tendências da metalurgia brasileira. O país tem um enorme mercado interno, bem como mercados em países vizinhos, como a Argentina, mas o sucesso da economia do Brasil levou a uma perda relativa de competitividade em grande parte da indústria de transformação, devido ao aumento do valor da moeda brasileira desde a crise financeira que atingiu os Estados Unidos e a Europa. A produção do Bloco C caiu 20% em 2013, em relação ao ano anterior. A redução de custos é essencial, assim como ter pessoas que conhecem profundamente as especificidades dos processos de usinagem. "A Sandvik Coromant estará presente se precisarmos de uma nova ferramenta ou estratégia", afirma Emerson. "Ela nos conhece bem e, também, a nossa fábrica." n [3] metalworking world 17 18 metalworking world textO: risto pakarinen ESTILO: Anton Thorsson Foto: Magnus Cramer peça por peça Inspiração. Até coisas boas podem passar dos limites. Pergunte à empresa de brinquedos LEGO, cuja sede por criatividade tornou-se grande demais e quase a levou à falência em 2003. Mas a empresa encontrou uma maneira de gerir a inovação e se reconstruir, peça por peça. nnn "Acho a criatividade superestimada", afirma David Robertson, professor de inovação e desenvolvimento de produtos na prestigiada Wharton School, da Universidade da Pensilvânia. Ele se refere ao recente sucesso da LEGO depois de um período de turbulência empresarial. Para uma empresa fundada em 1932 e que faz peças de montar de plástico, a LEGO é muito presente na era digital. Memes da marca aparecem diariamente na internet e, a cada dia, crianças de todas as idades constroem seus próprios mundos de LEGO em todos os tipos de pisos, ignorando o perigo de vê-los sugados por aspiradores de pó. "Ainda assim, em 2003 a LEGO esteve à beira da falência", diz Robertson, autor de Brick by Brick: How LEGO Rewrote the Rules of Innovation and Conquered the Global Toy Industry (Peça por Peça: Como a LEGO reescreveu as regras da inovação e conquistou o mercado global de brinquedos). a empresa registrou perda de 150 milhões de euros e o gerente de desenvolvimento de negócios, Jørgen Vig Knudstorp, desenhou um quadro sombrio para o EM 2003, futuro. A LEGO, então, contratou Jesper Ovesen, um CFO experiente. Segundo ele, se nada fosse feito, o quadro poderia ser ainda pior. A empresa demitiu mais de mil pessoas, vendeu o edifício-sede, fez um empréstimo de emergência e vendeu a maior parte dos parques temáticos. "Basicamente, eles tiveram que tentar gerar dinheiro para permanecerem vivos", conta Robertson. E isso era exatamente o que a empresa deveria ter feito. No final dos anos 1990, eles perceberam que as crianças estavam trocando o LEGO pelos videogames cada vez mais cedo. Canais de distribuição mudavam e novas empresas estavam mais agressivas, reduzindo as margens da LEGO. Os brinquedos dos concorrentes eram fabricados em países de baixo custo, enquanto a coroa dinamarquesa se valorizava. Além disso, as patentes da LEGO tinham expirado. A empresa criou uma série de inovações, incluindo filmes, brinquedos eletrônicos, videogames e centros de educação. Eles contrataram pessoas criativas em todo o mundo e assinaram acordos com franquias de Star Wars e Harry Potter. Há mais de 915 milhões de maneiras de combinar seis peças de LEGO. A cada ano, mais de 400 milhões de pessoas passam cinco bilhões de horas com LEGO. O LEGO é vendido em mais de 130 países. Sete conjuntos de LEGO são vendidos por segundo, em média. Existem 62 peças de LEGO para cada pessoa na Terra. A tolerância das máquinas durante a fabricação de peças de LEGO é de apenas 0,002 milímetros. metalworking world 19 "Os LEGO Star Wars e Harry Potter foram um enorme sucesso - mas apenas nos anos de lançamento de novos filmes", explica Robertson. "Como não lançaram filmes em 2003 e no primeiro semestre de 2004, eles entraram em apuros. Quase todas as inovações entre 1999 e 2002 foram inúteis." "Além disso”, acrescenta, "a LEGO é um negócio de custo fixo. Quando eles vendem acima de certo nível, os lucros se acumulam rapidamente. Se vendem abaixo desse nível, as perdas também se acumulam." Mas a razão principal que quase tirou a empresa dos negócios foram as sucessivas tentativas de estimular a criatividade, afirma Robertson. "Muitas coisas estavam acontecendo em toda a empresa e as pessoas seguiam sendo encorajadas a terem novas ideias. Não era lucrativo e eles acabaram perdendo o controle. Agora eles têm um novo sistema e, ainda que continuem sendo criativos, se você é um designer de LEGO, seu trabalho não é apenas bolar um brinquedo legal - é criar um bom Ninjago ou delegacia de polícia." "Eles estão muito mais focados agora", conta, "e, portanto, rentáveis." NO CAMINHO DE volta à rentabilidade, a LEGO também voltou à sua essência: a peça. "A LEGO é boa em contar histórias por meio das peças e permitir enredos interessantes nas construções que cada um faz", diz Robertson. A crise ensinou à empresa um pouco de humildade. No passado, ela teria grandes shows de novas ideias, e, em seguida, a gestão decidiria pelo sim ou não. "Agora, criam uma cena, como uma batalha de ninjas, e escutam o que as crianças têm a dizer sobre ela", explica. "Se elas contam muitas histórias, a LEGO sabe que o brinquedo tem potencial. Como gostam de dizer na empresa, ‘há apenas dois grupos de pessoas honestas: crianças e bêbados’. O trabalho do gerente é perguntar o que as crianças falam. O que dizem na Alemanha? O que David Robertson, professor da Wharton School, Universidade da Pensilvânia. aprendemos? O processo é muito diferente." O novo sistema de orientação à inovação mantém a inovação focada. No passado, os gestores da LEGO puxavam alavancas que não estavam conectadas a nada. "O que você precisa é de controle", diz. "Isso pressiona mais os designers, mas alguns são mais felizes com o novo modo de fazer as coisas, porque em vez de criar algo que nunca verá a luz do dia, agora 90% de seus produtos vão para o mercado." "Inovação não é o mesmo que criatividade", acrescenta. "Há muitos papéis diferentes dentro de uma empresa em que tudo gira em torno da inovação. Ok, talvez você não seja do tipo criativo, mas pode ser realmente bom em encontrar empresas que fazem coisas legais e trazer suas ideias para a própria empresa, ou em gerir uma equipe criativa, ou em trabalhar com parceiros externos. Colocar várias ideias juntas e conectá-las de forma sistemática é muito valioso e esse é o segredo para a inovação rentável." "A criatividade é parte disso, mas não uma parte especialmente grande", diz Robertson. "Acho a criatividade superestimada", conta. "Acredito que as ideias criativas sejam um subproduto natural de um bom processo e elas surgem com frequência se você fizer a coisa certa." O novo sistema da LEGO está em vigor há quase uma década e parece funcionar. "Cinco anos com crescimento anual de vendas de 24% e lucro de 40% é impressionante", afirma Robertson. "Todos usamos a Apple como exemplo de grande empresa orientada pela inovação, mas a LEGO também faz parte desse tópico. Seus resultados recentes são ainda melhores do que os da Apple." n O que os fabricantes podem aprender com a história da LEGO? [1] A inovação nem sempre é rentável. Entenda como equilibrar criatividade e eficiência. [2] Reveja sua abordagem e oferta regularmente e mude tudo o que não estiver funcionando. [3] Adaptação é a chave para o sucesso a longo prazo. Esteja alerta para novas possibilidades de diversificação. [4] Continue jogando e divirta-se! 20 metalworking world Já conhece o aplicativo? Se você gosta da revista Metalworking World, vai adorar a versão digital! Baixe grátis ! a MW W 3/13 para ipad j á está dispo nível . cases de sucesso: Mais imagens de todo o mundo textos técnicos: Mais artigos técnicos aprofundados recursos interativos: Vídeos Animações Links O aplicativo da Metalworking World é grátis e pode ser baixado para seu iPad no iTunes app store. metalworking world 21 tecnologia texto: Elaine Mcclarence imagem: borgs desafio: Como melhorar o processo de corte? solução: Adotar soluções otimizadas que aumentam o uso de material e a segurança do processo. Concepções aperfeiçoadas para corte para grandes volumes de peças com alimentação por barra, os fabricantes estão sempre à procura de soluções que ofereçam mais eficiência no uso de materiais, a fim de controlar os custos totais e suportar o aumento da capacidade de alimentação por barras. Garantir a segurança do processo por meio de uma ferramenta com vida útil previsível e consistente também é importante para assegurar a qualidade das peças de reprodutibilidade, particularmente para corte. A Sandvik Coromant introduziu uma gama de soluções que abrangem lâminas de corte e SL, adaptadores, hastes e ferramentas convencionais e uma nova geração de pastilhas para corte que atendem a esses interesses. O CoroCut QD baseia-se nas comprovadas séries Q-Cut e CoroCut, e assim amplia as opções para esses processos com uma gama de ferramentas flexível, de uso simples e fácil seleção. O foco tem sido a melhoria em aspectos-chave, como um novo material e um design de ferramenta calculado pela FEM para mais estabilidade do processo. A fixação da ferramenta é feita por meio de um mecanismo inteligente, porém simples e fácil de usar. O tip seat da ferramenta é inclinado 20 graus e incorpora uma back stop para resistir às altas forças de corte. Para pastilhas com largura de 2 milímetros ou mais, a interface da pastilha tem um trilho para aumentar a estabilidade. No conceito CoroCut QD, foi dada atenção ao desenvolvimento de novas e atualizadas geometrias de corte. Ao usinar uma peça, forças de corte minimizadas e remoção eficiente de material são importantes. Uma pastilha deve ser o mais 22 metalworking world estreita possível e ter uma geometria que faça com que o cavaco seja mais estreito que o canal, a fim de proporcionar uma operação de corte com bom controle de cavacos e acabamento superficial. No interior do CoroCut QD há pastilhas com cinco geometrias para operação de corte e uma geometria para torneamento, bem como opções para afiação do tipo “faça você mesmo” e opções sob medida para uma ampla gama de materiais. A cobertura de pastilha de PVD oferece melhor adesão, melhor qualidade das arestas de corte e melhor tolerância ER. Como a refrigeração de alta pressão (HPC) está comumente disponível nos tornos mais modernos, o CoroCut QD foi projetado com uma completa opção de refrigeração disponível em todas as ferramentas com pastilhas de dois milimetros ou mais de largura. Esta característica foi projetada para ser a mais fácil possível de usar por meio de conexões plug-and-play, e as pastilhas são projetadas para atender as exigências do HPC. O CoroCut QD lida com essa questão dos altos custos de materiais, oferecendo ferramentas com larguras de corte reduzidas. O conceito segue a tendência do crescimento na utilização de materiais de alta liga e aumento da capacidade de alimentação por barras com o uso de HPC. estudo de caso: a Endress & Hauser, um fabricante líder em medição industrial e máquinas de automação, produz componentes para barras de até 60 milímetros de diâmetro. Dependendo do componente, o tempo de processamento demora de dois a dez minutos, com o corte sendo uma das últimas operações. Devido ao elevado custo de cada componente, a empresa solicitou à Sandvik Coromant ajuda no desenvolvimento de um processo mais seguro. Com materiais que incluem Hastelloy e aço inoxidável, o objetivo era usar apenas uma classe de pastilha e de geometria em todas as operações de corte. A Endress & Hauser testou o CoroCut QD, o que resultou não apenas em mais segurança no processo com melhor acabamento superficial, como também em maior vida útil da ferramenta. Os resultados típicos foram seis vezes melhores no que se refere à vida útil da ferramenta para aço inoxidável e de três a cinco vezes melhores para Hastelloy. Outro benefício da adoção da nova solução foi a redução de custos. As economias de material, por meio da utilização de pastilhas com larguras menores significou custos reduzidos, e a seleção de uma única classe e geometria resultou em menor estoque, o que também contribui para reduzir custos. resumo A fabricação de grandes volumes de produtos a partir de barras requer processos de corte que contribuem para reduzir os custos e maximizar o uso do material. O CoroCut QD é a mais recente solução da Sandvik Coromant que se baseia na longa experiência da empresa em uma segura e produtiva usinagem de alimentação por barras. O resultado é uma série simples de usar e fácil de selecionar. Ao cortar uma peça, forças de corte minimizadas e remoção eficiente de materiais são importantes. metalworking world 23 texto: Paul redstone Fresamento de engrenagens avança Per Morten Abrahamsen Novas tecnologias de usinagem estão prestes a transformar o mundo do fresamento de engrenagens, possibilitando maior precisão e redução do tempo de produção. Economia de tempo de até 90% leva a competitividade a um novo patamar. “Estamos fazendo coisas consideradas impossíveis há pouco tempo”, diz Lars Bursche, vice-presidente da Sandvik Coromant. nnn A questão principal em fresamento de engrenagens é a qualidade. Por isso, a indústria é cautelosa em adotar novas tecnologias, preferindo esperar até que estejam consolidadas. Mas inovações como as pastilhas intercambiáveis, fresas tipo caracol e novos conceitos de fresas de discos possibilitam ganhos de produtividade grandes demais para serem ignorados. O avanço tecnológico é mais que uma evolução, é uma revolução, diz Lars Bursche, vice-presidente da Sandvik Coromant. Ele acredita que a indústria está num importante momento de definição e que a resposta dos fabricantes à nova tecnologia definirá o panorama da competitividade no futuro. P: Trata-se realmente de uma revolução? R: Com certeza! Quando você oferece ferramentas e métodos que reduzem o tempo de ciclo de 50% a 90% em comparação às soluções existentes, realmente não pode ser chamado de outra coisa. Esse tipo de mudança pode ser assustador para alguns fabricantes. Mas eles precisam se perguntar: Podemos arcar com as consequências de não aceitar essa tecnologia? 24 metalworking world P: Quais são os riscos? R: Muito poucos. Essas ferramentas mais tecnológicas são um investimento que dura de três a cinco anos. Em geral, falamos de tempo de amortização de menos de três meses. Fabricantes de engrenagens, hoje, não compram apenas uma fresa de HSS (aço rápido). Normalmente eles compram dez fresas do mesmo tamanho para lidar com a logística de decapagem, reafiação e recobertura de forma a manter o fluxo de produção. P: Quais os avanços da Sandvik Coromant em relação ao fresamento de engrenagens e com caracol? R: No fresamento de engrenagens estamos avançando no limite do possível em termos de tecnologia de ferramentas de usinagem. Estamos fazendo coisas consideradas impossíveis há pouco tempo, o que torna nossa fresa de perfil completo, a CoroMill176, única. Nossos novos conceitos de fresa de disco têm aberto caminho para melhorias significativas de produtividade e vida útil da ferramenta. Também temos evoluído bem com as fresas P: Quais as aplicações para o uP-Gear e o InvoMilling? R: O InvoMilling é ideal em casos de alta flexibilidade do componente – por exemplo, para pequenos lotes e fabricação de protótipos. Também é adequado para o crescente número de fábricas que não têm máquina dedicada para fresamento de engrenagens. O InvoMilling combina usinagem de canais com tornofresamento, permitindo a usinagem de engrenagens involutas e estrias com qualquer módulo e ângulo de hélice em um único set up na máquina. Há também um novo método de usinagem multieixo para engrenagens retas e helicoidais, onde as variações no formato da engrenagem são geradas de acordo com o trajeto da ferramenta em vez do seu formato. A tecnologia uP-Gear aumenta produtividade e flexibilidade da usinagem de engrenagens cônicas. Também é usada em máquinas multieixo, com software dedicado e de fácil uso e um conjunto de fresas selecionadas para a aplicação envolvida. P: Como as ferramentas com pastilhas intercambiáveis se comparam à HSS em termos de precisão? R: Quando você reafia um caracol de HSS, a queda de qualidade é inevitável. Mas com os modernos caracóis inteiriços de metal duro com pastilhas intercambiáveis, você consegue um “novo” caracol quando troca as pastilhas – com a mesma qualidade do original. Com redução de tempo de produção de 50% a 90%, a engrenagem acabada se torna consideravelmente mais barata. de acabamento, graças ao nosso trabalho de desenvolvimento com design e software de metrologia avançados. Agora podemos prever a qualidade da fresa antes mesmo de produzi-la. Para fresamento com caracol, podemos fazer pastilhas sob medida, de acordo com a demanda do processo e do resultado desejado – com ou sem protuberância. Nossos novos conceitos resultam geralmente em superfícies e tolerâncias mais adequadas para retificação comparadas às fresas de HSS. Em termos de engrenagens pré-endurecidas, nossos conceitos superam em muito a HSS. Engrenagens com 52 HRC podem ser usinadas, o que só é possível com soluções inteiriças de metal duro. P: O uso de novas ferramentas demanda novas máquinas? R: Não. Vemos bons resultados no fresamento de engrenagens com nossos novos conceitos sendo aplicados em máquinas de 50 anos – com redução de tempo de mais de 50%. Mas se você coloca novas ferramentas em uma nova máquina para fresamento com caracol – por exemplo, com o suporte Coromant Capto integrado – você terá uma experiência mágica! P: Fabricantes grandes e pequenos podem se beneficiar? R: Sim! Os grandes fabricantes devem sempre aderir aos novos conceitos de fresamento de engrenagens, como a CoroMill 176 e 177. Os de média escala também podem obter vantagens usando os conceitos de fresa tipo caracol se o volume de engrenagens estiver na faixa de 1.000 a 1.500 por ano. Para fabricantes de pequena escala, o novo conceito de fresa de disco, como a CoroMill 172, é a melhor escolha. Pequenos fabricantes também podem se beneficiar de nossos novos métodos revolucionários para fresamento de engrenagens: uP-Gear e InvoMilling. P: Quais ganhos podem ser obtidos com relação ao tempo de vida útil combinado a dados de corte mais baixos? R: Prometemos aumento mínimo de duas a três vezes na vida útil da ferramenta, mas na prática vemos chegar a cinco vezes. Com relação aos dados de corte, podemos diminuir a velocidade até 80 m/min. Para impulsionar a produção, a tecnologia oferece um potencial de 250 m/min, sem precisar de óleo. O caracol com pastilhas intercambiáveis CoroMill 176 também está disponível como uma ferramenta integrada Coromant Capto para máquinas de 4 a 5 eixos. P: Que faixa de componentes de engrenagem pode ser produzida com a nova tecnologia? R: Hoje podem ser usinados módulos de M1,5 (InvoMilling) até M50, e a imaginação é o único limite. Nossas soluções de pastilhas de perfil completo estão atualmente limitadas ao módulo M10, mas estamos procurando levá-las adiante. O desenvolvimento nunca para! n metalworking world 25 tecnologia texto: turkka kulmala imagem: borgs desafio: Como efetuar com sucesso um fresamento de topo em um bolsão profundo de 125 milímetros em um difícil componente aeroespacial com raio de canto de 15 milímetros? solução: Tente uma fresa com cabeça intercambiável e com uma pequena haste cilíndrica fabricada a partir de metal pesado. Compacta e flexível A filosofia da modularidade em ferramentas é, em linhas gerais, a de conscientemente reduzir as opções para atingir a flexibilidade operacional. Um acoplamento padronizado simplifica o estoque de ferramentas e permite a multifuncionalidade sem sacrificar a rigidez. (como relatado na MWW2/2010, página 7). O Coromant Capto da Sandvik e as cabeças de corte intercambiáveis (EH) representam duas camadas de modularidade baseadas no mesmo princípio de um cone pré-carregado e do contato da flange para alcançar rigidez e força extremas. O sistema EH oferece uma gama de fresas de topo inteiriças e intercambiáveis e ferramentas de mandrilar para a mesma haste na faixa de diâmetro intermediária de 10 a 32 milímetros, entre os intervalos típicos das tradicionais ferramentas inteiriças de metal duro e com pastilhas intercambiáveis. Duas aplicações distintas se beneficiam da estrutura compacta das ferramentas EH: operações que requerem longo alcance, como em grandes centros de usinagem (MC) na faixa de diâmetro de 10-32 mm, e aquelas com requisitos críticos de comprimentos de calibração, como 26 metalworking world em MCs de pequeno e médio porte e portas-ferramentas acionados (DTH - Driven Tool Holder) em centros de torneamento. Típicas interfaces de ferramentas em torres de centros de torneamento incluem o Coromant Capto de tamanho C3 a C5, enquanto pequenos MCs normalmente têm acoplamentos como o BT30 e o HSK40/50, onde a produtividade é o requisito fundamental. Longo alcance pressupõe, essencialmente, uma ferramenta delgada, porém rígida. O sistema EH proporciona isso permitindo uma haste menor se comparada com a cabeça de corte, o que dá a folga em torno da haste requerida em bolsões profundos. profundos para a indústria aeroespacial é um bom exemplo de usinagem onde fresas EH modulares, combinadas com hastes inteiriças de metal duro ou de metal pesado, oferecem o alcance desejado sem limitar a segurança do processo. Como uma alternativa para o sistema EH, pode-se utilizar ferramentas especiais, mas isto envolve custos adicionais e tempos de fabricação mais longos, além de fazer com que as quebras de ferramentas se tornem muito dispendiosas. fresamento de bolsões Uma redução no comprimento de calibração é fundamental em centros de usinagem pequenos para ficar abaixo da 'linha crítica de calibração', que tem enorme impacto na produtividade. outra característica do sistema EH é o fato de ser compacto: toda a ferramenta, do fuso até a aresta de corte, é constituída por apenas duas partes, a haste e a cabeça de corte, o que elimina a necessidade de um suporte separado. Isto é capitalizado em aplicações que requerem redução do comprimento de calibração, como DTHs em centros de torneamento, onde o comprimento das ferramentas é limitado pelo diâmetro de volteio, isto é, a folga necessária ao redor da torre rotativa. O impacto das ferramentas EH curtas e rígidas na produtividade pode ser bastante significativo nestas aplicações: a profundidade de corte pode aumentar em até dez vezes. n resumo A modularidade oferece flexibilidade operacional, segurança e possibilidades de padronização. Ferramentas modulares com cabeças de corte intercambiáveis proporcionam longo alcance para bolsões profundos assim como redução dos comprimentos de calibração para torres estreitas. Boa rigidez oferece benefícios de produtividade em ambos os casos. metalworking world 27 textO: johan rapp ilustraÇÃO: khuan + Ktron Começou com einstein Inovação. O ITER, novo reator experimental de energia de fusão, está em fase de construção. O objetivo: gerar dez vezes mais energia que a usada no processo. As expectativas são grandes, mas os desafios não são poucos. nnn Em Saint-Paul-lez-Durance, sul da França, está em andamento a construção do maior reator experimental de energia de fusão do mundo, o ITER. Pesquisadores dizem que ele pode ser a chave para resolver os problemas energéticos da humanidade para as futuras gerações. "O objetivo da fusão é tornar disponível na Terra a mesma energia das estrelas", diz Francesco Romanelli, líder da Agência Europeia para o Desenvolvimento da Fusão Nuclear (EFDA). A energia de fissão, usada atualmente em reatores nucleares comerciais, é baseada na energia liberada na divisão de átomos. A fusão libera energia quando átomos se fundem. É virtualmente ilimitada, pois se baseia em matérias-primas abundantes (deutério da água e lítio da terra). Fusão não produz gases de efeito estufa ou resíduos radioativos e é considerada bem mais segura que a fissão, já que não pode desencadear reações em cadeia. Um acidente teria consequencias muito limitadas e locais, de acordo com funcionários do ITER. A enorme quantidade de energia necessária para executar o processo de fusão é um desafio enorme. A matéria é transformada em plasma a temperaturas extremas. Em 1991, pela primeira vez, uma instalação de testes europeia (JET) produziu quantidade significativa de energia (1,7 megawatt) a partir da 28 metalworking world fusão nuclear controlada. Testes subsequentes forneceram mais potência, mas até agora se gasta muito mais do que se produz. Espera-se que o ITER mude isso. Ele será construído para atingir temperaturas de até 150 milhões de graus Celsius sob alta pressão e ter a capacidade de produzir 500 MW de potência para cada 50 MW usados no processo. A construção do ITER começou em 2007. Uma centena de tratores passou mais de um ano terraplanando o local em que os edifícios da área técnica seriam construídos. Neste ano, foi inaugurado o prédio futurista do escritório do ITER. O ITER ainda não está pronto. Está sendo construído passo a passo. Pesquisadores têm de resolver grandes problemas ao longo do caminho, como a exaustão do calor. O plasma será contido por magnetismo em uma enorme estrutura conhecida como tokamak. Um desviador feito de aço inoxidável e tungstênio na base vai entrar em contato com o exaustor a temperaturas muito elevadas. Isso funciona em um ambiente de pesquisa, onde um reator é operado por apenas alguns minutos, mas não em uma instalação que gera gigawatts de potência continuamente. Outra incógnita é o material a ser usado no interior do tokamak e outras peças de revestimento do plasma. A fusão produz nêutrons de alta energia que bombardeiam e enfraquecem materiais sólidos. A pesquisa precisa encontrar materiais que suportem este processo. TOKAMAK ITER O ITER é uma criação conjunta da União Europeia, Índia, Japão, China, Rússia, Coreia do Sul e Estados Unidos. As temperaturas no tokamak ITER alcançarão 150 milhões de graus Celsius – dez vezes mais quente que o núcleo do sol. O tokamak ITER vai pesar 23 mil toneladas – três vezes mais que a Torre Eiffel. Cerca de 80 mil km de fios condutores de nióbio-estanho serão necessários para o campo magnético toroidal do ITER. O tokamak terá 60 metros de altura acima do solo e outros13 metros abaixo. Hélio Deutério Per Forssell gerente de negócios do setor de energia, Sandvik Coromant InOVAÇÃO é A RESPOSTA Nêutron A Sandvik Coromant investe pesadamente em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) para ajudar empresas de geração de energia com novas soluções. Perguntamos para Per Forssell, gerente de negócios do setor, sobre as necessidades atuais e futuras. P: A construção do ITER demanda muitos materiais e tecnologia. Como a Sandvik Coromant contribui? Estamos na vanguarda da tecnologia de usinagem para a indústria de geração de energia. Oferecemos soluções e aplicações para clientes que fornecem peças para o ITER. Trítio P: Fale sobre seu trabalho atual com Há muitas outras perguntas a responder. Alguns críticos dizem que o uso comercial da energia de fusão é um sonho inatingível. "Desafios são muitos, mas os benefícios são grandes demais para serem inexplorados", diz Michel Claessens, chefe de comunicação do ITER. "Estamos trabalhando duro para provar que os críticos estão errados." O ano de 2020 é a meta para os primeiros testes com plasma. Experiências de fusão visando a amplificação em dez vezes da energia injetada começarão sete anos mais tarde, de acordo com a previsão do ITER. Os planos são substituir o ITER por um protótipo de reator comercial, DEMO, na década de 2030. Seria o primeiro a fornecer eletricidade de fusão à rede. De acordo com a EFDA, espera-se ter a fusão como fonte de energia comercialmente viável em 2050. Isso são quase 150 anos depois de Albert Einstein dar as primeiras pistas sobre como as estrelas obtêm sua energia com a famosa equação E = mc ², que prevê que uma pequena quantidade de massa (m) pode produzir uma quantidade muito grande de energia (E). Depois disso, os pesquisadores começaram a desvendar os segredos da fusão. Se você está curioso sobre como um reator de fusão funciona, observe o sol. Ele gera energia por fusão de núcleos de hidrogênio em hélio. Em seu núcleo, o sol funde 620 milhões de toneladas de hidrogênio por segundo. n 30 metalworking world A fusão do deutério com trítio cria o hélio-4 e libera um nêutron e 17,59 MeV de energia. os clientes de geração de energia. Somos um integrante de destaque neste setor e trabalhamos com usinagem de peças utilizadas em usinas de carvão, gás, água, eólica e nuclear. As necessidades variam, dependendo do sistema de geração de energia. Quando os sistemas são complexos e os desligamentos onerosos, peças de alta qualidade são essenciais para evitar problemas. Nós podemos fornecê-las. P: Qual é a sua opinião sobre o futuro da geração de energia? A questão climática é crucial. Levará tempo até que possamos confiar em soluções como o ITER. Ao menos pelos próximos 20 anos dependeremos de geração de energia a carvão. Como ela polui, o foco está na redução das emissões e melhoria da eficiência em sistemas modernos. Isso envolve um novo material que pode lidar com altas pressões e temperaturas mais elevadas em turbinas - um desenvolvimento com alta exigência de tecnologias de usinagem. Graças ao nosso foco em P&D, somos capazes de atender diferentes necessidades. textO: Anna McQueen Foto: Audrey Bardou Mais poder para o cotovelo A Manoir Industries fabrica peças de grandes dimensões, como cotovelos e tubos para a indústria de energia nuclear. Graças a uma parceria com a Sandvik Coromant, a empresa pode agora fornecer soluções acabadas, em vez de apenas peças desbastadas. Pîtres, França. metalworking world 31 Acabamento em desbaste de peças pequenas em andamento. Com a nova máquina, a Manoir Industries pode trabalhar peças de até 16 toneladas. Cotovelos assim podem pesar oito toneladas ou mais e são peças críticas para a indústria nuclear. nnn A imagem da Normandia como um lugar de colinas, pomares de maçãs e vacas pastando na grama verde exuberante para produzir o cremoso queijo Camembert é rapidamente esquecida quando se entra na planta da Manoir Industries em Pîtres, perto de Rouen, no norte da França. Chamas, aço derretido, indústria pesada e usinagem de alta tecnologia de peças críticas para a indústria nuclear o trazem para um tipo diferente de realidade. A Manoir Industries é líder mundial em circuitos primários moldados para usinas nucleares e especialista em peças feitas de metais complexos que exigem qualidades especiais para atender suas aplicações nas indústrias petroquímica e nuclear. Com estas peças, não há margem para erro. 32 metalworking world Em 2011, a empresa investiu em um novo centro de usinagem horizontal, equipando-se com uma TOS Varnsdorf WRD130, no valor de 2,3 milhões de euros, para usinar corpos de válvulas e componentes de bombas de até 16 toneladas. O investimento ilustra a determinação da Manoir Industries para se tornar um parceiro fundamental na construção de usinas de energia em todo o mundo e para cumprir seu acordo com o conglomerado francês de energia Areva, assinado em 2012 e que prevê a substituição dos circuitos primários da primeira geração de usinas nucleares do país. "Podemos usinar o interior de circuitos primários para aplicações nucleares", diz Gilles Beaujour, gerente de métodos industriais da Manoir Industries. "Já fabricamos estes grandes cotovelos e tubos na fundição em Pîtres, mas só éramos capazes de fornecer peças desbastadas aos nossos clientes. Agora podemos oferecer uma solução completa para eles e abrir portas para aqueles que procuram uma solução final de usinagem para suas peças. Entre eles, incluem-se empresas de tubulação, energia, válvulas e bombas e defesa." A máquina foi encomendada em outubro de 2011 ao distribuidor francês REPMO, do fabricante tcheco TOS Varnsdorf, e entregue em maio de 2012. Instalá-la foi um desafio técnico complexo que requereu 34 caminhões de concreto, 1.400 blocos de cimen- A máquina WRD130 usa unidades de fixação Coromant Capto tamanhos C10, C8 e C6. Ela oferece uma solução de troca rápida sólida, confiável e fácil de usar. to, 11 toneladas de reforços de aço e 900 toneladas de material duro só para fazer a base para o local. Com a máquina encomendada, a Manoir Industries precisava estabelecer quais ferramentas iria usar e, mais importante, quem iria fornecê-las. O PRIMEIRO PASSO de Beaujour foi chamar três fornecedores regulares da Manoir Industries e, ao mesmo tempo, iniciar um estudo com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da École Nationale Supérieure d'Arts et Métiers (ENSAM), em Cluny. "Encomendei um projeto para estabelecer o melhor corte e material de usinagem", diz Beaujour, ele próprio um aluno da ENSAM. "Tivemos que otimizar esses novos meios de produção e validar as ferramentas de usinagem e posições necessárias para obter a melhor combinação entre velocidade, cavacos e desgaste." Com o sistema Coromant Capto da Sandvik como favorito, Beaujour começou a trabalhar com Damien Benoist, especialista em sistema de ferramentas da Sandvik Coromant, que atua em Orléans, para acertar os detalhes. "Um cotovelo de 90 graus para circuito primário tem diâmetro de 787,4 milímetros e pesa oito toneladas", diz Benoist. "A usinagem dessas peças envolve a remoção de cerca de 2,5 toneladas de cavacos de metal, mas o maior desafio técnico foi projetar um sistema que tivesse a capacidade de manobra necessária dentro destas peças enormes para remover entre Porta-ferramentas incluem várias unidades de usinagem Coromant Capto C10 feitas sob medida: longas e curtas, com combinações de versões direita, esquerda e neutra. A máquina também usa pastilhas de metal duro intercambiáveis, que são recicladas para a Manoir Industries pela Sandvik Coromant. metalworking world 33 34 metalworking world Sem margem para erros. Gilles Beaujour e seus colegas da Manoir Industries são líderes mundiais em circuitos primários moldados para usinas nucleares. metalworking world 35 A máquina TOS em ação. O primeiro cotovelo usinado foi entregue em outubro de 2012. 36 metalworking world Gilles Beaujour, da Manoir Industries, vê um futuro brilhante para sua empresa. quatro e 20 milímetros em toda a peça acabada." A solução usa a unidade de corte e fixação Coromant Capto tamanho C10, projetada especialmente para esta aplicação. "Damien foi capaz de transformar minhas especificações em uma projeção industrial", continua. "A Sandvik Coromant não apenas me vendeu um produto, mas também me ajudou a desenvolver um processo mais eficiente." Benoist surgiu com a ideia de usar ferramentas de duas pontas para reduzir os tempos de troca delas. "Essas ferramentas de dupla cabeça, ou turbo, são utilizadas principalmente em aplicações automotivas, mas esta era a situação ideal para aquela tecnologia", diz. "No ACES (Centro Avançado de Soluções de Engenharia), nossa tarefa é responder aos desafios técnicos de um projeto no qual as soluções tradicionais não são suficientes, além de surgir com processos otimizados que são tecnologia de ponta e economicamente viáveis." a Manoir Industries também estava interessa- da em uma solução de fixação e usinagem o mais padronizada possível. "Mudanças rápidas, modularidade e compatibilidade são muito importantes para a nossa estratégia de longo prazo para poupar dinheiro e precisamos ser capazes de adicionar uma série de ferramentas padronizadas ao sistema quando o negócio de usinagem se expandir para outras peças", declara Beaujour. A máquina recém-instalada foi ligada pela primeira vez em setembro de 2012. No entanto, a Manoir Industries rapidamente percebeu que tinha esquecido de considerar n Sophie Maire (esq.) e Damien Benoist (segundo à esq.) da Sandvik Coromant, com Thierry Grille (segundo à dir.) e Gilles Beaujour (dir.) da Manoir Industries. "Trabalhamos juntos para encontrar uma solução otimizada," diz Beaujour. como as peças usinadas iriam vibrar. Beaujour lembra: "Imaginamos que o peso – nove toneladas – manteria o cotovelo firme, mas a pressão do corte é tanta que ele começou a vibrar com força. Imediatamente comecei um estudo com o ENSAM para desenvolver uma solução específica para fixar as peças, mas tivemos que usinar a primeira unidade com a ajuda de correntes pesadas para mantê-la firme." A equipe também estava apreensiva pela forma que os dois cortes se encontrariam no meio. Dadas as dimensões das peças, elas são cortadas a partir de uma extremidade, antes de girar 180 graus e, em seguida, cortadas a partir da outra. "Ficamos muito impressionados quando descobrimos que havia menos de 0,1 milímetro de diferença entre os cortes", diz Beaujour. O primeiro cotovelo usinado foi entregue em outubro. Cada peça requer cerca de 250 horas de usinagem e usa em torno de dois quilos de pastilhas de metal duro, que são posteriormente recolhidas e recicladas pela Sandvik Coromant. Os envolvidos concordam que uma das razões para o sucesso da parceria foi uma paixão compartilhada. "Tínhamos um desejo em comum e trabalhamos para encontrar a melhor solução", diz Beaujour. "Acredito que, quando as coisas tocam no lado humano, as parcerias funcionam." ESTES SÃO tempos estimulantes para a Manoir Industries. Um novo investidor chegou com um sólido plano de crescimento de cinco anos e a empresa está implementando uma nova estratégia para substituir e atualizar seu equipamento. "O futuro parece promissor", conta Beaujour. "Produzir peças acabadas com alto valor agregado na máquina TOS é mais um passo para criar a indústria do futuro." n Fundada na Normandia em 1917, a Manoir Industries agora tem presença global. O grupo tem três mercados principais: petroquímico e nuclear; energia e indústria; e ferroviário e construção. Ele emprega 1.600 pessoas e tem vendas anuais de cerca de 220 milhões de euros. Em 2013, a Manoir Industries foi adquirida pelo parceiro histórico do grupo, a gigante chinesa da metalurgia Yantai Taihai. A empresa foca em peças únicas concebidas e projetadas em parceria com os clientes, por isso qualidade e serviço ao cliente são fundamentais. A Manoir Industries orgulha-se do conhecimento em matérias-primas e trabalha com clientes desde o princípio para desenvolver soluções personalizadas que levem a parcerias de longo prazo. metalworking world 37 tecnologia textO: Elaine McClarence ilustração: kjell thorsson Propulsor da engenharia na indústria aeroespacial, a seção de motores representa o ápice da engenharia em termos de complexidade e precisão de fabricação. A indústria prevê dobrar a produção nos próximos 15 anos, aumentando, simultaneamente, o uso de materiais sofisticados de alta dureza e resistência. Usinar em 38 metalworking world tolerâncias precisas coloca ainda mais pressão sobre um ambiente de produção já bastante exigente. A Sandvik Coromant tem novas e comprovadas soluções para furação em superligas resistentes ao calor (HRSA), que suportam as inflexíveis exigências dessas operações fundamentais na indústria aeroespacial, bem como em indústrias de petróleo e gás. Superligas resistentes ao calor são difíceis de usinar porque geram elevadas forças de corte durante a usinagem, levando à alta pressão e calor, o que por sua vez resulta em um endurecimento por trabalho. Além disso, devido à baixa dissipação térmica, as brocas são capazes de resistir a altas temperaturas, o que significa que o calor gerado durante o processo de furação é retido dentro da peça, e há um risco de que ele seja transferido para a broca, causando quebra prematura da mesma. n MÁXIMA PRECISÃO CoroDrill 846 Peças de paredes finas requerem furos de precisão. A atualizada CoroDrill 846 oferece um processo seguro por meio do controle de desgaste da aresta com reduzida força de corte axial. GEOMETRIAS DEDICADAS CoroReamer 835 Peças complexas e sofisticadas sob extrema pressão estabelecem elevadas exigências quanto à qualidade do furo. Alargadores inteiriços de metal duro de alto desempenho da familia CoroReamer são a solução, com geometrias dedicadas para várias aplicações e materiais. ROSQUEAMENTO SEGURO CoroTap S Rosqueamento com macho de materiais ISO-S e resistentes ao calor é uma operação extremamente abrasiva que requer as mais baixas forças de corte possíveis. As ferramentas CoroTap contam com um desenho de aresta e classe de material melhores para garantir forças axiais e torques reduzidos. EXCELENTE ACABAMENTO SUPERFICIAL CoroBore 824XS Concebidas para furos de pequeno diâmetro em carcaças e hastes nas quais são necessárias tolerâncias estreitas e excelente acabamento superficial, estas ferramentas têm uma escala de ajuste, tornando possível ajustar o diâmetro à tolerâncias micrométricas. DESEMPENHO SEGURO DE FERRAMENTAS CoroChuck 970 e 930 Estes mandris de precisão hidráulica oferecem desempenho seguro de ferramentas em operações de rosqueamento com macho e furação. Eles podem ser rapidamente apertados ou soltos com um torquímetro dedicado, melhorando a eficiência por meio de mudanças e set ups rápidos e fáceis. metalworking world 39 Print n:o C-5000:571 POR/01 © AB Sandvik Coromant 2013:3 Inveio™ Orientação da estrutura cristalina unidirecional Nova classe GC4325 para torneamento de aços Desempenho muito além do que os olhos podem ver A primeira classe de pastilhas com tecnologia Inveio™ Uma inovação no nível atômico que revolucionou a usinagem. A estrutura precisamente controlada de sua cobertura garante que a GC4325 tenha vida útil mais longa e desgaste mais previsível na mais ampla gama de aplicações de torneamento em aços. Ela redefine as possibilidades de desempenho da área ISO P25 e tem tudo que você precisa em uma única ferramenta. Previsibilidade incomparável Usamos até raio X para assegurar os excelentes padrões de qualidade Durabilidade superior Mantém sua máquina operando ao máximo Redefinição da área ISO P25 A mais ampla gama de aplicação de torneamento em aços Veja toda a história em: www.sandvik.coromant.com/gc4325