UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” EFEITOS DA IMPLANTANÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NAS INDÚSTRIAS BRASILEIRAS NA DÉCADA DOS ANOS 90 ROSANE DA ROCHA RIANELLI Orientador: Marco Antonio Chaves Prof. Marco Antonio Chaves RIO DE JANEIRO MARÇO/2002 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” EFEITOS DA IMPLANTAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NAS INDÚSTRIAS BRASILEIRAS NA DÉCADA DOS ANOS 90 ROSANE DA ROCHA RIANELLI Trabalho Requisito monográfico apresentado como parcial para a obtenção do Grau de Especialista em Reengenharia e Gestão de Recursos Humanos. RIO DE JANEIRO MARÇO/2002 AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais José e Irene pela contribuição dada para execução desta pesquisa. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho de pesquisa a todos aqueles que estão envolvidos nos ideais da educação. EPÍGRAFE “Nós vivemos a temer o futuro; mas é o passado quem nos atropela e mata”. Mário Quintana RESUMO Este trabalho constitui-se estudo sobre a temática Treinamento e Desenvolvimento Pessoal. O Treinamento é uma educação profissional específica que visa adaptar o homem para determinado cargo. E seu objetivo principal é fornecer meios para possibilitar a aprendizagem. E esta aprendizagem é um fenômeno que surge com os resultados dos esforços de cada um. Principalmente na mudança de comportamento com a passagem de informações no seu dia a dia envolvendo todos os indivíduos. Para isso é necessário que a cúpula e todos os funcionários estejam conscientizados das necessidades e vantagens que o Treinamento traz, conhecendo e estando aptos a utilizar as metodologias e técnicas adequadas para o aprimoramento desempenho das funções atribuídas ao seu cargo. Entretanto o Desenvolvimento de Pessoas está relacionado com a educação. Educar significa extrair, trazer, arrancar. Representa a necessidade de trazer dentro do ser humano potencialidades interiores para uma formação básica em que elas aprendam novas atitudes, soluções, idéias, conceitos e que modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes, visando uma carreira futura. Fazendo com que haja uma mudança organizacional e mudar uma organização é mudar a sua cultura. Portanto tanto o Treinamento como o Desenvolvimento de Pessoal ambos estão direcionados para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e a satisfação das pessoas com sua atividade em prol do crescimento e vida da organização. SUMÁRIO RESUMO 6 INTRODUÇÃO 7 1 - Treinamento 9 1.1 - Treinamentos Diferenciados por níveis Hierárquicos 11 1.1.1 - Treinamento para Alto Escalão 11 1.1.2 - Treinadores para Gerentes de Nível Médio 11 1.1.3 - Treinamento para Supervisores 12 1.1.4 - Treinamento para Treinadores 12 1.1.5 - Treinamento para Especialistas 12 1.2 13 - Rotação de Postos de Trabalho 1.2.1 - Ciclo de Treinamento 14 1.2.2 - Levantamento das Necessidades de Treinamento 14 1.2.3 - Análise Organizacional: O Sistema de Treinamento 15 1.2.4 - Análise dos Recursos Humanos: O Sistema de Treinamento 15 1.2.5 - Análise da Operações e Tarefas: O Sistema de Aquisição de Habilidades 16 1.2.6 - Meios de Levantamento de Necessidade de Treinamento 17 1.2.7 - Programação de Treinamento 19 1.2.8 - Por que os Programas de Treinamento da Qualidade Fracassam? 22 1.2.9 - Execução de Treinamento 22 1.2.10 - Avaliação dos Resultados de Treinamento 23 2 - Desenvolvimento de Pessoas 26 2.1 - Método de Desenvolvimento de Pessoas 26 2.2 - Participação em Cursos e Seminários Externos 28 2.3 - Desenvolvimento de Carreira 29 2.4 - Programas Bem Sucedidos de Encarreiramento 31 2.5 - Programas de Trainees 32 2.6 - Desenvolvimento Organizacional 32 2.7 - Técnicas de D O 35 2.8 - T & D Como Base para a Qualidade Total 39 CONCLUSÃO 40 BIBLIOGRAFIA 42 INTRODUÇÃO Considerando o momento crítico que o Brasil atravessa hoje, em que são inúmeras as dificuldades de se estabelecer numa política estável que amenize as problemáticas que avassalam o povo de uma forma brutal e impiedosa, trazendo insatisfações, desmotivações e intranqüilidades, no que diz respeito ao homem como trabalhador. Reflete uma época repleta de incertezas, restrições, problemas, ameaças e dificuldades de toda a sorte, onde avultam a recessão. Sobretudo, agora com o novo milênio e a crescente globalização dos negócios e a gradativa exposição à forte concorrência mundial, quando as palavras de ordem passaram a ser produtividade, qualidade e competitividade. Nesse novo conceito é preciso que estejamos sempre informados para acompanhar essa nova realidade. Em busca da sintonia entre atualidade e o cotidiano, assim como antecipando as necessidades profissionais cada vez mais bem preparados e capacitados em sua área de atuação, o homem e as empresas tiverem que se amoldar as novas exigências do mercado de trabalho, passando por grandes mudanças e inovações. A competitividade tornou-se mais intensa entre as organizações e os conhecimentos, habilidades, iniciativas e a personalidade, passaram a serem vistos com maior ênfase. O recurso mais importante deixou de ser o capital financeiro e sim o conhecimento que as pessoas trazem ou possam adquirir ao longo da sua jornada de trabalho. Na forma de como vão usá-los e aplicá-los no dia a dia em prol de um crescimento e riqueza do amanhã na empresa. Desta forma é preciso examinar especificamente os Programas de Treinamentos e de Desenvolvimento de Pessoal implantados, intensificando-os a busca de habilidades, mudanças de atitudes e aprendizado com o propósito de preparar as pessoas para o ambiente dentro ou fora de seu trabalho, numa educação aplicada da maneira sistemática e organizada. Mediante estas situações, justifica-se o trabalho que ora apresentado como atuação típica de profissionais, que buscam nos exercícios de suas funções, sua adaptabilidade e o crescimento de carreiras profissionais. Contudo a metodologia utilizado baseou-se nas observações nas aulas expositivas do curso e nas referências bibliográficas, principalmente pelas orientações teóricas do autor Idalberto Chiavenato dos livros publicados nos anos de 1999 e 2000, na qual o trabalho dá maior destaque como poderão verificar. Isso devido a esse autor ter apresentado um conteúdo de forma esclarecedor, detalhado e uma linguagem de fácil compreensão. O Treinamento abordado pelo primeiro capítulo ilustra o ponto de vista atual da forma como os profissionais estão sendo preparados dentro das organizações, para exercer com maior capacidade suas funções em busca de uma aprendizagem e um aperfeiçoamento profissional. Já no Desenvolvimento Pessoal demonstrado no segundo capítulo, aborda um crescimento que vai em busca de uma carreira profissional, onde os empregados são preparados para uma mudança e sendo envolvidos em um aprendizado que levam a uma cultura organizacional que possibilita o Desenvolvimento Pessoal. 1- TREINAMENTO No entender Chiavenato 2000 Treinamento e Desenvolvimento Pessoal possibilitam o favorecimento do crescimento profissional do ser humano. Dê que forma isso pode acontecer? O Treinamento está relacionado a um processo educacional realizado de maneira organizada e sistemática sua aplicabilidade é a curto prazo, no qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos; e seu principal objetivo é fazer com que as pessoas se adaptem a determinado cargo. Utiliza-se para isso programas específicos que envolvam, a transmissão de conhecimentos relativos ao trabalho, a tarefa e ao ambiente, proporcionando o desenvolvimento de habilidades que são essenciais na obtenção para alcançar os objetivos da empresa; oferecendo assim as mesmas possibilidades para todos os empregados em todos os níveis da organização. O treinamento é visto como uma responsabilidade de linha de staff. Do ponto de vista da administração, reconhece o treino como responsabilidade de cada administrador e supervisor que devem receber a assistência especializada a fim de enfrentar essa responsabilidade. No sentido mais amplo o conceito de treinamento está implícito na tarefa gerencial em todos os níveis. “Para que o plano de implementação de qualquer nova sistemática na empresa funcione, é fundamental que a cúpula e todos os funcionários estejam conscientizados das necessidades e vantagens que o plano traz, conhecendo e estando aptos a utilizar as metodologias e técnicas das funções atribuídas.” (Oishi, 1995, p. 49.) “O grupo de Planejamento deve ser composto por gerentes de alto nível, incluindo o gerente da qualidade e o de treinamento, os representantes de departamentos operacionais envolvidos e a assessoria para cumprir a missão de desenvolver um plano para o treinamento. Juran atribui ao grupo a seguinte missão: • Identificar as necessidades de treinamento no planejamento da qualidade da empresa. • Propor um currículo de cursos que possam atender a essas necessidades. • Identificar que categorias de pessoal devem fazer os cursos. • Identificar as fontes dos materiais de treinamentos necessários a serem desenvolvidos internamente ou adquiridos de terceiros. •Identificar as necessidades de líderes, treinadores e facilitadores. • Propor um cronograma. • Estimular o orçamento”. (Oishi, 1995, p. 50.) . De acordo com Chiavenato 2000 o Desenvolvimento Pessoal é uma educação que tem como finalidade adaptar o homem para determinado cargo com intuito de levá-lo a um crescimento profissional em busca de seu desenvolvimento e aperfeiçoamento em determinada carreira na empresa ou fazer com que se torne mais produtivo e eficiente no seu cargo. Exigido ao homem conhecimentos que transcendem ao cargo atual, adquirindo, ao longo do tempo funções mais complexas. As organizações e as pessoas que nela trabalham estão em constante mudança. Novos objetivos são estabelecidos, enquanto velho objetivos são revistos e modificados; novos departamentos são criados e os velhos são reconstruídos. As pessoas também se desenvolvem, aprendem novas coisas, modificam seu comportamento e suas atitudes, desenvolvem novas motivações. Hoje em dia as empresa atuam no campo de Desenvolvimento Organizacional que baseia-se nos conceitos e métodos das ciências do comportamento, visualizando a organização como um sistema total e compromete-se a melhorar a eficácia da organização a longo prazo. A única maneira viável de mudar a organização é mudar a sua cultura, isto é, mudar os sistemas dentro dos quais as pessoas trabalham e vivem. Atuando diretamente no seu modo de vida, seu valores e crenças, numa forma de interação e relacionamento típicos de cada organização, dessa maneira conseguiremos o desenvolvimento pessoal. 1.1- TREINAMENTOS DIFERENCIADOS POR NÍVEIS HIERÁQUICOS 1.1.2 - Treinamento para Alto Escalão Do ponto de vista Oishi 1995 alto escalão prefere ouvir pessoas de fora, especialmente gerentes de empresas bem sucedidas, e estão dispostos a visitar empresas que tenham se destacado por sua qualidade, o que é afirmado por Juran, e também estão dispostos a ouvir consultores que tenham reconhecimento público e pareçam: • estar informados a respeito de assuntos orientados para a qualidade; • serem capazes de transmitir esses conhecimentos de maneira a relacioná-los às realidades de negócios enfrentados pelo alto escalão; • serem capazes de prover respostas para a pergunta. O que eu deveria está fazendo de diferente daquilo que estou fazendo agora? O alto escalão além das funções de chefe, tem a incumbência de treinar os subordinados no que se refere a: • Explicação do que a empresa está tentando realizar e do porquê; • Informações sobre políticas, metas, resultados, posição competitiva e prognóstico sobre o futuro; • Orientação nos itens em que são solicitados os esclarecimentos. 1.1.3- Treinadores para Gerentes de Nível Médio Os gerentes de nível médio normalmente não mostram resistência com relação aos treinadores, tanto externo como interno, desde que estes tenham conhecimentos do assunto, experiência e facilidade para ensinar. Sua preocupação maior estar voltado para os resultados que passam obter com relação ao desempenho das funções exercidas do que com os treinamentos recebidos. 1.1.4 - Treinamento para Supervisores Os treinamentos para supervisores exigem que os treinadores tenham experiência ou que já tenha sido treinados para exercer essa responsabilidade. Os treinamentos podem ser interno como externo. 1.1.5 - Treinamento para Treinadores Pode-se adotar os seguintes tipos de treinamentos para formação de treinadores: • Contratação de consultores externos para formação ou desenvolvimento de treinamento interno; • Auto-desenvolvimento dos treinadores com estudos de técnicas ou metodologias apropriadas em grupo e aplicação prática, com a orientação sobre a escolha dos materiais e acompanhamento periódico; • Trocas de conhecimentos ou experiências entre os lideres sobre os temas escolhidos dentro do plano de treinamento; • Aumento e/ou consolidação do conhecimento do treinador, durante o treinamento com as experiências reais vividas dos treinados, durante as discussões ou trabalhos apresentados. 1.1.6 - Treinamento para Especialistas Grandes empresas poderiam possuir especialistas que poderiam treinar o pessoal com menos conhecimento ou experiência para formação de outros especialistas. As pequenas empresas, não dispondo de especialistas de alto nível, poderão adotar o seguinte procedimento para sua formação, como uma alternativa que se observa em diversas empresas de sucesso, inclusive o Brasil. • Treinamento de especialistas com consultores ou cursos externos; • Especialistas treinados podem treinar outros dentro da empresa; • Treinamento misto pelos cursos externos e internos adequando-se aos assuntos necessários. 1.2 - ROTAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO De acordo com Oishi a rotação de postos de trabalho tem a finalidade principal de treinamento em múltiplas funções, e manutenção do ambiente dinâmico, auto-entrosamento, motivador e produtivo. A rotação de trabalho é fundamental para tornar os funcionários habilitados em postos variados de trabalhos, ou em funções múltiplas. Isto é uma condição necessária para que o sistema de produção seja operado de forma flexível, variando o número de pessoas, em função da variação da demanda. À medida que cresce com o Grau de Habilidades Múltiplas do grupo, torna-se possível a redução de pessoal ou movimentação do quadro em função da demanda, de uma área ou linha para outra, permitindo a otimização na alocação de recursos humanos. Na escalação que se faz na rotação, devemos levar em conta as condições particulares de cada funcionário, estado de saúde, interesses, etc., além de procurar oferecer imparcialidade em condições de trabalho entre os funcionários. As vantagens alcançadas com a rotação de trabalho são inúmeras: • Evita a monotonia e o conseqüente cansaço físico e reduz o erro ou acidente; • Proporciona igualdade de trabalho, evitando a tendência de distribuir mais tarefas para os veteranos, que pode gerar insatisfações; • Ocorre a comunicação sobre qualquer assunto entre funcionário que saí e o que entra, gerando o entrosamento natural entre eles, e ativando as relações humanas saudáveis, e criando um ambiente de cooperação; • Amplia o senso de responsabilidade de todos os membros sobre o resultados, custo, qualidade, segurança, pelo alcance do objetivo da área em vista da participação em todos os postos pela rotação; • Aumenta a percepção de cada um em detecção dos pontos a melhorar no posto, diminuindo os vícios, caso existam, por não estar continuamente num mesmo local; • etc... Através das vantagens citadas podemos considerar que o ambiente de trabalho é capaz de se tornar mais saudável e humanitário. 1.2.1 - CICLO DE TREINAMENTO De acordo com Chiavenato o treinamento está diretamente ligado a um processo contínuo de aprendizagem que cujo o ciclo se renova a cada vez que se repete. A aprendizagem deve ser orientada para um sentido positivo e benéfico, numa atividade planejada a fim de que todos possam adquirir conhecimentos que beneficiarão a eles mesmos e a empresa. O Treinamento envolve um composto de quatro etapas: 1- Levantamento de necessidades de treinamentos (diagnóstico). 2- Programação de treinamento para atender às necessidades. 3- Implementação e execução. 4- Avaliação dos resultados. 1.2.2 – LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DE TREINAMENTO. Consiste na primeira etapa para efetuação do Treinamento. E é através desse levantamento das necessidades de treinamento que poderá adquirir um diagnóstico preliminar do que pode ser feito. Este levantamento pode ser aplicado em três diferentes níveis de análise. 1- no nível da análise da organização total: o sistema organizacional; 2- no nível da análise dos recursos humanos: o sistema de treinamento; 3- no nível da análise das operações e tarefas: o sistema de aquisição de habilidades. 1.2.3 - ANÁLISE ORGANIZACIONAL: O SISTEMA DE TREINAMENTO. A análise organizacional ajuda a saber sobre a questão o que deve ser ensinado em termos de um plano e estabelece a filosofia de Treinamento para toda a empresa, envolvendo um estudo como um todo, sua missão, seus objetivos, seus recursos, para um ambiente socioeconômico e tecnológico no qual a organização está inserida. Neste sentido a análise organizacional deverá ter condições de verificar os fatores que são capazes de atingir os objetivos organizacionais, sua eficácia e o sucesso dependerá sempre da maneira com que essas necessidades são identificadas, avaliando seus custos e benefícios. Algumas vezes ocorre dificuldade para a identificação das necessidades de treinamento e na definição dos objetivos destes. E para isso é necessário que o sistema de Treinamento não se mantenha isolado no contexto organizacional, se envolva com os objetivos empresariais que possam definir a direção, mas precisam ser periodicamente levantadas, determinadas, pesquisadas, para a partir daí estabelecer programas adequados e convenientes a empresa como um todo. 1.2.4 – ANÁLISE DOS RECURSOS HUMANOS: O SISTEMA DE TREINAMENTO “A análise dos recursos humanos procura verificar se os recursos humanos são suficientes quantitativa e qualitativamente para as atividades atuais e futuras da organização. Trata-se aqui da análise de força de trabalho: o funcionamento organizacional pressupõe que os empregados possuam as habilidades, conhecimentos e atitudes desejados pela organização. Pontual recomenda que a análise dos recursos humanos seja feita por meio do exame dos seguintes dados: 1- números de empregados na classificação dos cargos; 2- números de empregados necessários na classificação dos cargos; 3- idade de cada empregado na classificação dos cargos; 4- nível de qualificação requerido pelo trabalho de cada empregado; 5- nível de conhecimento requerido pelo trabalho de cada empregado; 6- atitude de cada empregado em relação ao trabalho e à empresa; 7- nível de desempenho quantitativo e qualitativo de cada empregado; 8- nível de habilidade de conhecimentos de cada empregado para outros trabalhos; 9- potencialidades do recrutamento internos; 10- potencialidades do recrutamento externo; 11- tempo de treinamento necessário para a mão-de-obra recrutável; 12- tempo de treinamento para os novos; 13- índice de absenteísmo; 14- índice de turnover (rotatividade de mão-de-obra); e 15- descrição do cargo. Pontual ressalta que “estes dados, continuamente analisados, permitem avaliar as lacunas atuais e as previstas dentro de certos prazos, em função de injunções trabalhistas, legais, econômicas e dos planos de expansão da própria empresa”. (Chiavenato, 2000, p. 503/504) 1.2.5 - ANÁLISE DAS OPERAÇÕES E TAREFAS: O SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE HABILIDADES. A análise das operações consiste numa decomposição do cargo. E através desse processo permiti verificar quais as habilidades, conhecimentos, qualidades pessoais e responsabilidades que o individuo deve ter para desempenhar suas tarefas eficazmente para as funções de seus cargos. Desta forma a análise de operações possibilita a preparação do treinamento para cada cargo, de maneira isolada a fim de trazer habilidades necessárias para o seu desempenho. 1.2.6 - MEIOS DE LEVANTAMENTO DE NECESSIDADE DE TREINAMENTO Para Chiavenato o levantamento de necessidades de treinamento é uma forma de diagnóstico que deve basear-se em informações relevantes. A determinação das necessidades de treinamento é uma responsabilidade de linha e uma função de staff: cabe ao administrador de linha de a responsabilidade pela percepção dos problemas provocados pela carência de treinamento. Cabem a eles as decisões referentes ao treinamento, mesmo que utilize ou não os serviços de assessoria prestados por especialistas em treinamento. Os principais meios utilizados para o levantamento de necessidades de treinamento são: 1- Avaliação do desempenho - Através da avaliação de desempenho é possível descobrir os empregados que executam suas tarefas abaixo do nível satisfatório. 2- Observação – Verificar onde há evidência de trabalho ineficiente. 3- Questionário – Pesquisa através de questionários e lista de verificação (check list ). 4- Solicitação de supervisores e gerentes – Quando a necessidade atinge um nível mais alto, os próprios supervisores e gerentes solicitam treinamentos. 5- Entrevistas com supervisores e gerentes – Contatos diretos com supervisores e gerentes, com referência a problemas solucionáveis através de treinamento. 6- Reuniões interdepartamentais – Discussões interdepartamentais acerca de assuntos concernentes aos objetivos organizacionais. 7- Exame de empregados – Resultados de exame de seleção de empregados que executam determinadas tarefas. 8- Modificação do trabalho – Sempre que há modificações totais ou parciais nas rotinas de trabalho, torna-se necessário treinamento para os novos métodos e processos de trabalho. 9- Entrevista de saída – Quando o empregado está deixando a empresa é o momento mais apropriado para conhecer sua opinião sincera sobre a organização. É possível que várias deficiências da organização, passíveis de correção, venham à superfície. 10- Análise de cargos – Proporciona um quadro das tarefas e habilidades que o ocupante deverá possuir. 11- Relatório periódico – Relatório da empresa ou da produção, mostrando possíveis deficiências passíveis de treinamento. “Além dos meios acima relacionados existem alguns indicadores de necessidades de treinamento. Esses indicadores servem para apontar eventos que provocarão futuras necessidades de treinamento (indicadores a priori) ou problemas decorrentes de necessidade de treinamento já existentes (indicadores a posteriori). a) b) c) d) e) f) g) h) i) Indicadores a priori proporcionam necessidades futuras de treinamento: expansão da empresa e admissão de novos empregados; redução de número de empregados; mudança de método e processos de trabalho; substituições ou movimentação de pessoal; faltas, licenças e férias do pessoal; expansão dos serviços; mudanças nos programas de trabalho ou de produção; modernização do maquinário e equipamento; produção e comercialização de novos produtos ou serviços”. (Chiavenato, 2000, p.507) “Indicadores a posteriori são os problemas provocados por necessidade de treinamento não atendidas com a produção ou com o pessoal: a) - Problemas de produção, como: qualidade inadequada da produção; baixa produtividade; avarias freqüentes em equipamentos e instalações; comunicações defeituosas; tempo de aprendizagem e integração ao cargo muito prolongado; 6. despesas excessivas na manutenção de máquinas e equipamentos; 7. excesso de erros e desperdícios; 8. elevado número de acidentes; 1. 2. 3. 4. 5. 9. pouca versatilidade dos empregados; 10. mau aproveitamento do espaço disponível etc. b) - Problemas de pessoal, como: 11. relações deficientes entre pessoal; 12. número excessivo de queixas; 13. pouco ou nenhum interesse pelo trabalho; 14. falta de cooperação; 15. falta de substituições em demasia; 16. dificuldades na obtenção de bons elementos; 17. tendência a atribuir falhas aos outros; 18. erros na execução de ordens etc”. (Id, p. 507/508) 1.2.7 - PROGRAMAÇÃO DE TREINAMENTO Uma vez feito o levantamento e a determinação das necessidades de treinamento, segue-se para a programação de treinamento, que é realizada sistematicamente na qual é fundamentado nos aspectos que se encontram determinados abaixo: 12345678- “Qual a necessidade? Onde foi assimilada em primeiro lugar? Ocorre em outra área ou setor? Qual a sua causa? É parte de uma necessidade maior? Como resolvê-la: em separado ou combinado com outras? É preciso alguma providencia inicial, antes de resolvê-la? A necessidade é imediata?Qual a sua prioridade em relação às demais? 9- A necessidade é permanente ou temporária? 10- Quantas pessoas e quantos serviços serão atingidos? 11- Qual o tempo disponível para o treinamento? 12- Qual o custo provável para o treinamento? 13- Quem ira executar o treinamento? O levantamento de necessidades de treinamento deve fornecer as seguintes informações para que se possa traçar a programação de treinamento: O QUE deve ser ensinado? QUEM dever aprender? QUANDO deve ser ensinado? ONDE deve ser ensinado? COMO se deve ensinar? QUEM deve ensinar” ? (Chiavenato, 2000, p.508) PRINCIPAIS ITENS DE UMA PROGRAMAÇÃO DE TREINAMENTO Trocando em miúdos Quem deve ser treinado Treinandos Treinador ou Instrutor Quem vai treinar Em que treinar Assunto ou conteúdo do treinamento Onde treinar Local físico, órgão ou entidade Como treinar Métodos de treinamento e ou recursos necessários Quando treinar Época do treinamento e horário Quanto treinar Volume, duração ou intensidade Para que treinar Objetivo ou resultados esperados (Chiavenato, 2000, p.509) 1.2.8 - POR QUE OS PROGRAMAS DE TREINAMENTO DA QUALIDADE FRACASSAM? “Na visão de Juran os programas de treinamento tem como objetivo mudar a atitude ou comportamento das pessoas. Quando essa mudança não ocorre o programa fracassou, existe várias situações que podem contribuir para esse resultado, como: 1- “Resistência cultural por parte dos gerentes de linha; 2- Dúvida quanto à utilidade do treinamento; 3- Falta de participação dos gerentes de linha; 4- Técnica versus orientação para o problema; 5- Inadequação de líderes; 6- Mistura de níveis dos participantes; 7- Falta de participação durante o curso; 8- Linguagem excessivamente complexa; 9- Falta de participação do setor de treinamento; 10- Deficiências logísticas e operacionais. Para evitar alguns desses problemas, é necessário tempo suficiente para um planejamento completo e um teste piloto do curso”. (Juran, 1991,9. 176) 1.2.9 - EXECUÇÃO DE TREINAMENTO De acordo com a visão de Chiavenato a execução de treinamento necessita de instrutor x aprendiz. O aprendiz pode ser qualquer pessoa a nível hierárquico da empresa, desde que necessite aprender ou melhorar seus conhecimentos para determinadas atividades e trabalho. Os conhecimentos são transmitidos para os aprendizes de uma forma de ensino organizado. Os instrutores podem ser qualquer pessoa situadas em qualquer nível hierárquico, desde que sejam experientes ou especialistas em qualquer atividades ou trabalho. O treinamento é uma relação entre instrução X aprendizagem. E através dessa aprendizagem que podemos encontrar a modificação do comportamento em direção ao que foi instruído. “A execução do treinamento depende dos seguintes fatores: 1- Adequação do programa de treinamento às necessidades da organização. A decisão de estabelecer programas de treinamento depende da necessidade de melhorar o nível dos empregados. O treinamento deve ser a solução dos problemas que deram origem às necessidades diagnosticadas ou percebidas. 2- A qualidade do material de treinamento apresentado. O material de ensino deve ser planejado a fim de facilitar a execução do treinamento. O material de ensino visa concretizar a instrução, objetiva facilitar a compreensão pela utilização de recursos audiovisuais, aumentar o rendimento do treinamento e racionalizar a tarefa do instrutor. 3- A cooperação dos chefes e dirigentes da empresa. O treinamento deve ser feito com todo pessoal da empresa, em todos os níveis ou funções. Sua manutenção envolve uma quantidade considerável de esforço e de entusiasmo por parte de todos aqueles que estejam ligado ao assunto, além de implicar um custo que deve ser encarado como um investimento que capitalizará dividendos a médio e curto prazos e não uma despesa inativa. É necessário contar com o espírito de cooperação do pessoal e com o apoio dos dirigentes, pois todos os chefes e supervisores devem participar na execução do programa. 4- A qualidade e preparo dos instrutores. O êxito da execução dependerá do interesse, do gabarito e do treinamento dos instrutores. Estes deverão reunir qualidades pessoais como: facilidade no relacionamento humano, motivação, raciocínio, didática, exposição frágil, além do conhecimento da especialidade. Os instrutores podem ser selecionados entre os vários níveis e áreas da empresa. Devem conhecer as responsabilidades da função e estar dispostos a assumi-las. 5- A qualidade dos aprendizes. A qualidade dos aprendizes influi nos resultados do programa de treinamento. Os melhores resultados são obtidos com uma relação adequadas dos aprendizes, em função da forma e conteúdo do programa e dos objetivos do treinamento para que se tenha um grupo homogêneo de pessoas”. (Chiavenato, 2000, p. 515) 1.2.10 - AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DE TREINAMENTO É vista como a ultima etapa para o processo de treinamento. Esta etapa apresenta dois aspectos importantes. 1- Podemos verificar se foi alcançado as modificações necessárias no comportamento dos empregados. 2- Podemos verificar como foi os resultados dos treinamento e se alcançou as metas desejadas da empresa. A avaliação dos resultados pode ser feita em três níveis a saber: 1- A avaliação ao nível organizacional Ao nível organizacional o treinamento deve proporcionar resultados como: a) aumento da eficácia organizacional; b) melhoria da imagem da empresa; c) melhoria do clima organizacional; d) melhor relacionamento empresa x empregados; e) facilidades nas mudanças e nas inovação; f) aumento da eficácia etc. 2- Avaliação ao nível dos recursos humanos Ao nível dos recursos humanos, o treinamento deve proporcionar resultados, como: a) redução da rotatividade de pessoal; b) redução do absenteísmo; c) aumento da eficácia individual dos empregados; d) aumento das habilidades das pessoas; e) elevação dos conhecimentos das pessoas; f) mudanças de atitudes e de comportamentos das pessoas etc. 3- Avaliação ao nível das tarefas e operações Ao nível das tarefas e operações, o treinamento deve proporcionar resultados como: a) aumento de produtividade; b) melhoria da qualidade dos produtos e serviços; c) redução no fluxo da produção; d) melhor atendimento ao cliente; e) redução do índice de acidente; f) redução do índice de manutenção de máquinas e equipamentos etc. 2- DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS O desenvolvimento de pessoas para Chiavenato 1999, está intimamente relacionado com a educação. Educar significa extrair, trazer, arrancar. Representa a necessidade de trazer de dentro do ser humano potencialidades interiores Todo modelo de formação, capacitação, educação, treinamento ou desenvolvimento deve assegurar ao ser humano a oportunidade de ser aquilo que pode ser a partir de suas próprias potencialidades, sejam elas inatas ou adquiridas. O desenvolvimento de pessoas não é apenas dar-lhes informação para que elas aprendam novos conhecimentos, habilidades e destrezas e que se tornem mais eficientes naquilo que fazem. É sobretudo, dar-lhes a formação básica para que elas aprendam novas atitudes, soluções, idéias, conceitos e que modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes naquilo que fazem. O Treinamento e Desenvolvimento (T&D) lidam com a mudança das pessoas. O treinamento tem muito a ver com o conhecimento. E se o conhecimento é fundamental, a produtividade do conhecimento é que constitui a chave do desenvolvimento. Entretanto existe uma diferença entre o treinamento e o desenvolvimento das pessoas. Embora seus métodos sejam similares para adquirir a aprendizagem, seu tempo é diferente. O treinamento é orientado para o presente, focalizando o cargo atual; buscando melhorar aquelas habilidades e capacidades relacionadas com o desempenho imediato ao cargo. Enquanto o desenvolvimento de pessoas visa a carreira futura e não apenas ao cargo atual. 2.1 - MÉTODO DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS Para Chiavenato 1999 existem muitos métodos para conseguir atingir o desenvolvimento das pessoas. Da mesma forma também existem várias técnicas para o desenvolvimento de habilidades pessoais no cargo e fora do cargo. Apresentaremos agora os principais métodos de desenvolvimento de pessoas no cargo atual: 1. Rotação de cargos: A rotação de cargo é utilizado para expandir as habilidades, conhecimentos e capacidades das pessoas, através da movimentação em várias posições na organização. A rotação pode ser no sentido vertical ou horizontal. No sentido vertical significa uma promoção provisória para uma mais complexa. A rotação no sentido horizontal já funciona como uma transferência lateral a curto prazo para adquirir conhecimento e experiência da mesma complexidade. A rotação de cargo favorece o aumento das experiências individuais e proporciona o desenvolvimento de novas idéias, e possibilitando uma ampla e confiável avaliação de desempenho do funcionário. 2. Posição de assessoria: A posição de assessoria proporciona ao indivíduo com elevado potencial a possibilidade de trabalhar provisoriamente sob a supervisão de um gerente bem sucedido em diferentes áreas da organização. Trabalhando em equipes de assessoria direta ou como assistente de staff. 3. Aprendizagem prática: A aprendizagem prática é vista como uma técnica de treinamento. Na qual o treinando se dedica a um trabalho de tempo integral para analisar e resolver problemas em certos projetos ou departamentos. 4. Atribuição de comissões: A atribuição oportunidade de crescimento e amplia de comissão possibilita a sua compreensão, através das participações das comissões de trabalho, compartilhando na tomada de decisões; aprender pela observação dos outros e pesquisar problemas específicos da organizações. 2.2 - PARTICIPAÇÃO EM CURSOS E SEMINÁRIOS EXTERNOS A participação em seminários externos oferecem a oportunidade em adquirir novos conhecimentos e a desenvolver habilidades conceituais e analíticos. As organizações atualmente estão utilizando a tecnologia de informação para proporcionar a aprendizagem a distância, em que o facilitador pode estar em outro lugar, enquanto sua apresentação é transmitida simultaneamente para vários lugares. Exercícios de simulação: O exercício de simulação passou também a ser utilizado como uma técnica de treinamento e desenvolvimento, não somente na seleção de pessoal. Os exercícios de simulação incluem estudos de casos, jogos de empresas, simulação de papel ( role playing) etc. Os exercícios de simulação apresentam a vantagem de criar um ambiente similar em relação às situações reais em que a pessoa trabalha. Porém, é difícil simular todas as situações reais da vida cotidiana. Treinamento (outdoor) fora da empresa: O treinamento fora da empresa geralmente é oferecido por organizações especializadas em T&D. Muitas vezes relacionando com a busca de novos conhecimentos que não existem dentro da organização e que precisam ser obtidos fora dela. Ensina aos treinandos a importância de se trabalhar em conjunto, como uma equipe. Estudos de casos: Estudos de casos trata-se de uma técnica que permite diagnosticar um problema real e apresentar alternativas de solução, desenvolvendo habilidades de análise, comunicação e persuasão. Jogos de empresas: Também denominadas management ou business games, são técnicas de desenvolvimento nas quais equipes de funcionários ou de gerentes competem uma com as outras tomando decisões computadorizadas a respeito de situações reais ou simuladas de empresas. Centro de desenvolvimento internos ou in-house development centers: São métodos baseados em centros localizados na empresa para expor os gerentes e as pessoas a exercícios realísticos para desenvolver e melhorar habilidades pessoais. Os dois tipos de métodos de desenvolvimento de pessoas fora do cargo são: a tutoria e o aconselhamento. 1- Tutoria: Quando o gerente exerce um papel ativo ao guiar e orientar uma pessoa em sua carreira. O tutor proporciona orientação na hierarquia corporativa, guia aconselha, dá críticas e sugestões para ajudar o crescimento do funcionário. Nesse sistema de suporte, o mentor guia e orienta o candidato e responde por ele nos círculos mais altos da organização. Esta técnica apresenta vantagens, como aprender fazendo, nas oportunidades de intensa interação e rápida retroação no desempenho de tarefas. 2- Aconselhamento de funcionários: O aconselhamento se aproxima da abordagem de tutoria, mas difere em um aspecto. O aconselhamento ocorre quando surge algum problema de desempenho e o foco da discussão é relacionado com o processo de disciplina. Porém, antes que ocorra a intervenção, é imperativo que o gerente identifique claramente o problema. Se o problema de desempenho está relacionado com a capacidade do funcionário, o esforço gerencial passa a ser o de facilitador de treinamento ou de desenvolvimento. 2.3- DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA O desenvolvimento de carreira para Chiavenato é um processo formalizado e seqüencial que possibilita focalizar o planejamento da carreira futura dos funcionários que tem potencial para ocupar cargos mais elevados. E está intimamente relacionado com o desenvolvimento pessoal do funcionário. Hoje em dia algumas organizações estão atribuindo o desenvolvimento de carreira a responsabilidade dos próprios funcionários, oferecendo todas as possibilidades para que eles façam escolhas adequadas e sejam bem-sucedidos. O desenvolvimento de carreira é alcançado quando as organizações conseguem integrar o processo com outros programas de RH, como avaliação do desempenho, T&D e planejamento de RH. As principais ferramentas utilizadas pelas organizações para o desenvolvimento de carreira são: 1- Centros de avaliação: Técnicas de seleção de talentos humanos, como as entrevistas, jogos de empresas, exercícios dirigidos, etc. O centro de avaliação são utilizados no desenvolvimento de carreira, proporciona retroação sobre as forças e fraquezas dos candidatos e a compreensão de suas habilidades, ajudando-os a desenvolver objetivos e planos de carreira adequados e realísticos. 2- Testes psicológicos: Os testes psicológicos servem para ajudar os funcionários a compreender melhor seus interesses e habilidades. 3- Avaliação do desempenho: É uma fonte de informação valiosa sobre o desenvolvimento de carreira. 4- Projeções de promovabilidade: São julgamentos feitos pelos gerentes quanto ao avanço de seus subordinados . Essas projeções ajudam a organização identificar pessoas que apresentam grande potencial e melhora seus conhecimentos e experiências. 5- Planejamento de sucessão: Focaliza o preparo das pessoas para preencher posições mais complexas. Além dessas ferramentas, existem esquemas de orientações aos funcionários: 1- Aconselhamento individual de carreira: Tem como objetivo ajudar cada funcionário a examinar suas aspirações de carreiras. O aconselhamento inclui as responsabilidades do cargo atual, interesses é objetivo de carreira do funcionário. 2- Serviços de informação aos funcionários: Servem para oferecer aos funcionários informação a respeito das oportunidades internas. Esta abordagem permite a diversidade de interesses e aspirações da organização que possam servir às pessoas. Os mais comuns são: • Sistemas de informação sobre oportunidades de vagas; • Inventários de habilidades: • Mapas de carreiras; • Centro de recursos de carreira. 2.4 - PROGRAMA BEM-SUCEDIDOS DE ENCARREIRAMENTO. “A British Petroleum (BP) encoraja seus funcionários a desenvolver suas próprias carreiras, oferecendolhes um programa de desenvolvimento para melhorar suas habilidades, desempenho e satisfação nos cargos. O processo de auto-desenvolvimento de carreiras tem cinco etapas: 1- Na primeira fase, cada funcionário completa o exercício de auto-avaliação que ajuda a determinar quais as habilidades, interesses e valores em torno dos quais ele pretende desenvolver-se. 2- Na segunda fase, o funcionário é encorajado a solicitar retroação de seu gerente e supervisores, pares, subordinados, família e amigos. 3- Na terceira fase, o funcionário estabelece objetivos tanto para seu cargo atual como para futuras posições, para decidir se melhora seu desempenho no cargo atual ou assume novas responsabilidades para melhorar suas principais habilidades ou ainda se movimenta horizontalmente. Assim, ele pode criar uma estrutura real sobre o qual poderá desenvolver e melhorar ações, definir metas e datas para completar tais ações e identificar os recursos necessários para completá-las. 4- Na quarta fase do processo faça - por - si – mesmo, o funcionário e seu gerente devem fazer uma listagem de verificação para saber se o funcionário poderá alcançar seus objetivos dentro da BP ou quais as qualificações que o funcionário deverá conquistar. 5- Na quinta fase, funcionário e gerente concordam com um curso de ação no qual o planejamento de desenvolvimento pessoal é agendado a fim de que o funcionário possa incrementar suas habilidades e conhecimentos, bem como completar seus planos de ação. (Chiavenato, 1999, p.329) 2.5 - PROGRAMAS DE TRAINEES Os programas de trainees geralmente estão voltados para os universitários recém-formados ou no ultimo ou penúltimo ano. O programa de trainees representa um forte mecanismo de enriquecimento a longo prazo do capital humano. Sendo considerado como uma espécie de investimento para o sucesso do futuro da empresa. Os programas são ministrados por profissionais de alto nível da empresa, no qual os participantes do programa atuam em estágios programados, onde recebem treinamento planejado e contínuo. Durante o estágio os participantes são monitorados e avaliados quanto ao seu desempenho, espírito de equipe, adaptabilidade a cultura da empresa e seu potencial de desenvolvimento. 2.6 - DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL O Desenvolvimento Organizacional (DO) é uma espécie de mudança na organização, ocorre através de uma aprendizagem que envolve toda a organização. É um esforço de longa duração, sendo apoiado pela alta direção da empresa, na qual os próprios funcionários formulam a mudança necessária a ser implantada. Algumas vezes, existe a necessidade de um consultor interno ou externo para o seu desempenho. O DO atua como um conjunto de intervenções planejadas, construindo uma política democrática que procura incrementar a eficácia organizacional e o bem-estar dos funcionários. Visando os valores humanos, criando mudança de atitudes, valores e crenças dos mesmos. Dessa forma a organização com o DO passa a ter uma determinada direção, e utiliza o diagnóstico da situação ( pesquisa ) para alterar a situação ( ação ) a fim de manter a nova situação, ocorrendo a intervenção. A organização passa apresentar uma melhoria na solução de problema, ter mais flexibilidade, reatividade, incremento da qualidade do trabalho e aumento da eficácia. “O DO utiliza um processo composto de três fases distintas: 1- Diagnóstico: A partir da pesquisa sobre a situação atual. Geralmente, o diagnóstico é uma percepção a respeito da necessidade de mudança na organização ou em parte dela. O diagnóstico deve ser obtido através de entrevistas com as pessoas ou grupos envolvidos. 2- Intervenção: Uma ação para alterar a situação atual. Geralmente, a intervenção é definida e planejada através de workshops e discussões entre as pessoas e grupos envolvidos para determinar as ações e os rumos adequados para a mudança. 3- Reforço: Um reforço para estabilizar e manter a nova situação através de retroação. Geralmente o reforço é obtido através de reuniões e avaliações periódicas que servem de retroinformação a respeito da mudança alcançada. Na realidade o DO funciona como um processo planejado e negociado de mudança organizacional. O conceito de mudança é baseado no conceito de Lewin: a mudança é um processo de descongelamento, mudança e recongelamento”. (Chiavenato, 1999, p. 332) O PROCESSO DE DO COMO UM PROCESSO DE MUDANÇA PROCESSO de DO INTERVENÇÃO DIAGNÓSTICO Obter e analisar dados sobre a situação e definir objetivos de mudança Buscar ação colaborativa para implementar a mudança desejada Descongelamento Mudança PROCESSO DE MUDANÇA (Chiavenato, 1999, p.332) REFORÇO Acompanhamento para apoiar e reforçar a mudança Recongelamento 2.7 - TÉCNICAS DE DO O DO utiliza uma variada tecnologia. As principais técnicas de DO são: 1- Treinamento da sensibilidade: O Treinamento da sensibilidade consiste em reunir grupos de treinamento com objetivo de aumentar a sensibilidade quanto às habilidades e dificuldades de relacionamento interpessoal dos treinados, sendo estes orientados por um líder treinado. O resultado desse trabalho visa em trazer maior criatividade, menor hostilidade no grupo, maior sensitividade aos assuntos sociais e psicológicos sobre o comportamento no trabalho. A aplicabilidade normalmente é de cima para baixo. 2- Analise transacional (AT): A analise transacional é uma técnica que está direcionada ao indivíduo e não ao grupo, pois se concentra nos estilos de comunicação entre as pessoas, ensina as pessoas transmitir mensagens mais claras e ágeis de uma maneira mais natural e flexível ajuda a melhorar o relacionamento interpessoal. Sua aplicabilidade assemelha-se a uma terapia psicológica, contribuindo para o indivíduo possa fazer um auto-diagnóstico em relação a sua inter-relação com os outros, possibilitando modificá-la e melhorá-la gradativamente. 3- Desenvolvimento de equipes: É uma técnica que é utilizado com intuito de trazer a mudança de comportamento das pessoas na organização. As pessoas se reúnem com a coordenação de um líder, sendo elas de vários nível e áreas da organização. Durante as reuniões elas se criticamse mutuamente, procurando encontrar um ponto de encontro em que a colaboração seja mais frutífera, eliminando os conflitos interpessoais de comunicação pelo esclarecimento e compreensão das causas. 4- Consultoria de procedimentos: É uma técnica que é coordenado por um consultor. E a coordenação tem como finalidade tornar as equipes de trabalho mais sensíveis aos seus processos internos e estabelecendo metas e objetivos, maior participação, sentimento de liderança e criatividade, com as intervenções que são tomadas pelo grupo; com a ajuda do consultor. O consultor ajuda a fortalecer o senso de unidade entre os seus membros, desenvolve o diagnóstico de barreiras e as habilidades de solução de problemas, melhora o cumprimento das tarefas e o relacionamento interpessoal aumentando a sua eficácia. 5- Reunião de confrontação: É uma técnica de alteração comportamental com enfoque socioterapeutico, intuito de melhorar a saúde da organização, trabalhando as relações entre diferentes departamentos ou equipes. O procedimento ocorre com dois grupos antagônicos, em conflito, com ajuda de um consultor interno ou externo e através de uma reunião de confrontação onde cada grupo se auto-avalia e se interrogam no que se referem as suas percepções. Segue-se uma discussão, tendendo para uma posição de entendimentos recíprocos quanto ao comportamento das partes envolvidas. Essa técnica tem duração de um dia. 6- Retroação de dados ( feedback de dados ): É uma técnica que visa a mudança de comportamento através de acúmulos de dados cognitivos que o indivíduo recebe possibilitando agir criativamente. A retroação proporciona aprendizagem de novos dados a respeito de si mesmo, dos outros, dos processos grupais ou da dinâmica de toda organização. Refere-se às atividades e processos que refletem e espelham a maneira pela qual uma pessoa é percebida ou visualizada pelas demais pessoas. Requer intensa comunicação e um fluxo adequado de informações dentro da organização. As técnicas de DO para Chiavenato são geralmente aplicadas em uma seqüência. O ponto de partida é inicialmente melhorar sensibilidade intrapessoal para posteriormente melhorar e incentivar os seus relacionamentos interpessoais. O DO representa um verdadeiro mutirão de esforços conjuntos para mudar a organização através da mudança de atitude e comportamentos das pessoas que nela trabalham. AS DIFERENTES TÉCNICAS DO DO Técnicas de DO Níveis de Intervenção Treinamento da Sensitividade Intrapessoal Análise Transacional Interpessoal Desenvolvimento de Equipes Intragrupal Consultoria de Procedimentos Reunião de Confrontação Intergrupal Retroação de Dados Intra-organizacional (Chiavenato, 1999, p. 334) 2.8 - T & D COMO BASE PARA A QUALIDADE TOTAL “Quando uma organização se prepara para a melhoria através da qualidade total, ela precisa definir seu programa de treinamento e desenvolvimento ( T&D ) de maneira que sejam planejados, coordenados, implementados, avaliados e melhorados em um processo contínuo. Novos tipos de treinamentos são necessários para apoiar esse processo e implementar abordagens bem sucedidas de melhoria através de todas as pessoas dentro da organização. O envolvimento e o treinamento devem levar em conta que a necessidade para o envolvimento e a flexibilidade é o corolário óbvio: treinar e retreinar incessantemente. Para tanto, a organização precisa: • Investir no capital humano tanto quanto em equipamentos ou hardware; • Treinar todos os novos funcionários; retreiná-los sempre que necessário; • Treinar cada pessoa nas técnicas de solução de problemas para que possa contribuir para a melhoria da qualidade; • Treinar extensivamente as pessoas seguindo sua promoção até o nível gerencial: a seguir, treinar os gerentes para que avancem na carreira; • Utilizar o treinamento como veículo para desenvolver confiança na organização; • Insistir que o treinamento deve ser uma responsabilidade de linha; todo programa de treinamento deve consistir basicamente em insumos da linha; deve ser pilotado em muitos pontos da linha; e ser tocado substancialmente pelo pessoal de linha”. (Chiavenato, 1999.p. 340) CONCLUSÃO Dentro das organizações as pessoas se destacam pela sua inteligência, pelo seu caráter e por seu potencial de desenvolvimento. As pessoas tem enorme capacidade para aprender novas habilidades, novos conhecimentos, atitudes e comportamentos. As organizações lançam mão de uma variedades de meios, para desenvolver as pessoas, torná-las cada vez mais capacitadas e habilitadas para o seu trabalho. A cada momento demonstram que estão passando por mudanças e transformações no seu contexto empresarial. O capital humano passou a ser visto como peça fundamental nesse processo. E o conhecimento está se transformando o recurso mais importante para as empresas. O Treinamento é visto como um processo educacional e é através dele que podemos obter conhecimento específico relativo ao seu trabalho, com intuito de fornecer meios para possibilitar a aprendizagem. O homem passa a ter um ajustamento no sentido de melhorar o seu desempenho, com as experiências adquiridas pelas técnicas e metodologias adequadas para o desempenho das suas funções. Essas experiências de aprendizagens devem ser orientadas num sentido positivo e benéfico e suplementadas e reforçadas com atitudes planejadas, a fim de que possam desenvolver-se mais rapidamente seus conhecimentos e habilidades que beneficiarão tanto a eles como a empresa. Desta forma proporciona aos empregados em todos os níveis a obtenção de conhecimentos e estendendo-se esse conceito para uma nivelação intelectual, através da educação, na prática relativo ao trabalho e a conduta requerida pela Organização. Em outras palavras o Treinamento é um esforço dirigido no sentido de equipe e força de trabalho, visando reduzir ou eliminar a diferença entre o atual desempenho e os objetivos e realizações propostos. Mas para isso é necessário que haja um levantamento da necessidade real de Treinamento, focando o que deve ser feito, qual o Programa de Treinamento a utilizar, como devemos implantá-los e no final deverá ser avaliado sua aplicabilidade a fim de verificar se atingiu os resultados esperados. Contudo com um processo dinâmico podemos a longo prazo obter uma analise organizacional envolvendo a empresa como um todo. A organização é um sistema de papéis, num conjunto de atividades e comportamentos solicitados a uma pessoa. Para que uma pessoa possa compreender os papéis que lhes são atribuídos, ela deverá passar por um processo de socialização organizacional, isto é, por um processo de aprendizagem de valores, normas e comportamentos requeridos pela organização, trazendo assim o Desenvolvimento Pessoal. Para o Desenvolvimento Pessoal todos os funcionários podem e devem se desenvolver. E o desenvolvimento está focalizado no crescimento pessoal do empregado com a carreira futura e não apenas ao cargo atual. Envolve a organização como uma totalidade num processo a longo prazo no esforço integrado para a mudança. A mudança caracteriza-se a modificação do comportamento das pessoas, melhorando a sensibilidade intrapessoal e incentivando seus relacionamentos interpessoais, aonde elas trabalham e vivem. Criando uma cultura organizacional e cada organização tem sua própria cultura e sistema de valores. Nesse esforço integrado de valores e crescimento o Desenvolvimento Organizacional envolve o sentido de melhoria nos processos para resolução de problemas, com uma auto-renovação organizacional, recuperando a vitalidade, criatividade e inovação, aprimorando a flexibilidade e adaptabilidade para o desenvolvimento e a realização pessoal encorajando a motivação em todos que estão envolvidos, para uma visão do futuro e o bem estar das pessoas. Como podemos verificar o Treinamento e Desenvolvimento Pessoal, ambos estão envolvidos com a mudança e o aprendizado, sendo de grande importância para o crescimento futuro e o sucesso da Organização sendo a chave do seu desenvolvimento. BIBLIOGRAFIA CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas, o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos, Edição Compacta. Ed. 6. São Paulo: Atlas, 2000. JURAN, M J e GRYNA M. Frank. Controle de Qualidade. Ed. 4. São Paulo: Mcgraw-Hill / Makron, 1991. OAKLAND, S. John. Gerenciamento da Qualidade Total TQM. São Paulo: Nobel, 1994. OISHI, Michitoshi. Técnicas Integradas na Produção e Serviços. São Paulo: Pioneira, 1995.