+ TRAUMA NA GESTANTE Dr. João Marcelo Coluna Ginecologia e Obstetricia Coordenador Academico Faculdade Medicina + Trauma na gestante Causa não obstétrica mais freqüente de morbidade 6- 7% 55% acidente automobilístico 44% trauma fechado: quedas 1% penetrante Mortalidade Alterações materna taxa 10-11% no trauma anatomo-fisiológicas que alteram a resposta ao trauma Seqüência de atendimento ao trauma igual a paciente não gestante – considerando alterações anatômicas e fisiológicas + Trauma fetal Taxa de mortalidade fetal de ate 65% Placenta prévia Trauma direto Choque hipovolêmico materno Coagulação intravascular disseminada Clínicas Obstétricas e Ginecológicas da América do Norte 1 / 1995 + Trauma em paciente do sexo feminino A paciente está grávida ? Idade fértil ? 10-50 anos Aumento Teste uterino ? de Gravidez ? + Alterações anatômicas 12 sem – pelve 20 sem – cicatriz umbilical 36 sem – rebordo costal + Trauma na gestante Alterações fisiológicas Cardiovasculares Hematológicas Pulmonares Gastrointestinais Urinárias Neuroendócrinas + Trauma na gestante Alterações cardiovasculares Aumento do volume sanguíneo Aumento do débito cardíaco Diminuição do PVC (compressão aortocaval) Posição do coração- deslocado superiormente + Alterações cardiovasculares Posicao de decubito reduz retorno venoso Se possivel decubito lateral esquerdo Perda de até 30% da volemia sem alteração de dados vitais Se necessária toracotomia: em EIC mais alto 2-3 + Alterações sanguíneas Aumento de hemácias com anemia dilucional- falsa anemia Aumento de leucócitos pode confundir com infecção Aumento de fatores de coagulação: aumenta risco para TEP ou TVP Diminuição de albumina + Alterações Ventilatórias Aumento da ventilação e volume corrente Aumento da freqüência respiratória Diminuição da capacidade funcional residual Alcalose persistente + Alterações gastrointestinais Lentificação do esvaziamento gástrico Diminuição da motilidade intestinal Refluxo gastro-esofágico Risco aumentado para aspiração- sonda NG + Alterações Urinárias Aumento do fluxo e filtração glomerular Dilatação do sistema calicial (D > E) Hidronefrose fisiológica e maior risco de ITU + Alterações Urinárias Aumento da hipófise 30-50% - (Sd de Sheehan) Eclâmpsia pode simular TCE ( convulsão, hiperreflexia e proteinúria ) + Trauma Fechado Parede abdominal , miométrio e líquido amniótico – proteção natural ao feto Contra golpe, desaceleração e compressão súbita – aumento risco de descolamento de placenta Cinto de segurança – 3 pontas + Cinto de segurança reduz em 50% o risco de lesão grave e morte SOMENTE 46% O USAM CORRETAMENTE O posicionamento adequado do cinto de segurança é importante A faixa inferior passa abaixo do abdome, sobre as espinhas ilíacas ântero-superiores A faixa superior deve estar entre as mamas A ativação dos airbags não está associada a uma maior taxa de lesão materna ou fetal + Trauma abdominal penetrante Feto é atingido em 2/3 dos casos 41-71 % de mortalidade do feto Menos de 5% de mortalidade materna Em 80 % das gestantes com choque hemorrágico na admissão – ocorre óbito fetal + Atendimento a gestante A: como na não gestante B: como na não gestante C: decúbito lateral esquerdo e repor volume D: eclâmpsia x lesão cerebral E: como na não gestante F: cuidados com o feto + ABC… Via AEREA = não gestante *evitar canula nasotraqueal, edema de tecidos, risco maior de sangramento *dificuldade para entubar: aumento de peso e edema da laringe aumenta chance de sangramento *sempre considerar paciente com estômago cheio- seqüência rápida comprimindo a cricoíde + + B… VENTILACAO: Via area estabelecida- hiperventilação, tendência para acidose respiratória quando em hipoxia ou hipoventilada *normal é alcalose respiratória Hiperventilar com 02 100% + C… CIRCULAÇÃO *melhorar o retorno venoso diminuindo a pressão sobre a VCI: Decúbito lateral E se não for possível Elevar somente o quadril a direita *reposição volêmica agressiva- hipovolemia –vasoconstrição uterina Se PCR não rodar totalmente a paciente- diminui a força da massagem + Via aérea 27o de inclinação para a esquerda Apoio humano Compressão torácica externa + Transfusão Fetomaternal Ocorre de 10-30% das gestantes após trauma 1ml de sangue RH positivo fetal causa isoimunização mãe rh negativo 70% se ocorreu hemorragia fetomaternal- Rhogan até 72 horas do trauma + Atendimento: feto Reanimar a mãe Monitorar o BCF Suspeitar de lesão fetal quando: - sangramento vaginal - descolamento placenta - dor a palpação uterina - trabalho de parto + Exame secundário Exame especular SE NÃO HOUVER SANGUE NA VAGINA, risco de placenta prévia Monitorização fetal – avaliação do obstetra 25% apresenta TPP + Exames complementares Gravidez não contra-indica investigação RX Exame radiológico: < 5 rads seguro Ecografia TAC Avaliação laboratorial Clínicas Obstétricas e Ginecológicas da América do Norte + Exames complementares TAC US LPD Vantagens Detalhe anatomico/retrop eritoneo Nao invasivo/sem radiacao/boa visao do feto e de liquido na cavidade desvantagens Pacte dever estar estavel/radiacao minima mas existe Examinador dependente/dific uldade para identiificar a origem do liquido na cavidade Pcte instavel/boa sensibidade para sangramenteo Nao identifica sangramento em retroperitoneo/inv asivo + Cesarea de emergência Somente >24 sem, melhora a resposta da mae as manobras de RCP 45% de sobrevida fetal e 72% materna Cesárea perimortem: se PCR < 4 min. ATLS / SAVT 1997 + Trauma penetrante Gestante de aproximadamente 35 sem. Útero palpável 5 cm acima da cicatriz umbilical. Laparotomia Presença de grande quantidade de líq. amniótico na cavidade, lesão puntiforme do útero. Ausência de lesões em outros órgãos. + Realizada cesariana e histerorrafia. + Violência doméstica Aumenta na gestacao, tendo o abdomen como alvo principal Suspeitar quando: - lesões desproporcionais à história referida - redução da auto estima - consultas freqüentes ao PS - auto acusação pelas lesões apresentadas - presença insistente do parceiro na consulta + + Importante!!!!!!!!!! A gestante pode perder ate 30% do volume circulante antes de apresentar qualquer manifestação clínica BCF são mais sensiveis a perda sanguínea materna Trauma fechado é a principal causa de trauma na gestante Na gestação aumenta a incidência de violência doméstica Cesarea perimorten deve ser feita ate 4 minutos da PCR materna Todo o manejo do trauma na gestante deve priorizar a sobrevida materna O prognóstico do feto é melhor quanto melhor for o da mae Gestação >20 semanas pode haver compressão da vci pelo utero -ATLS -Crit Care Med 2005 vol.33, No.10 -Emergency Medicine Reports/july 2000 -Obstet Gynecol Clin N Am 34 (2007) 555–583