ANTROPOLOGIA: O TEXTO

Aspectos introdutórios:
 a)
contexto de surgimento: desenvolvimento e
expansão do capitalismo. Problemas que a
sociedade enfrentava, trazidos pela urbanização,
pela industrialização e pela expansão européia no
mundo.
 B) pontos que favoreceram seu surgimento:



Necessidade de planejamento social
Crescente complexidade da vida humana gerada pela industrialização e
urbanização
Alargamento dos horizontes científicos com intenso intercâmbio entre povos
e nações
PRINCIPAIS CORRENTES ANTROPOLÓGICAS
Evolucionismo
Funcionalismo
- Radclife-Brown/Malinowski)
Estruturalismo/Marxismo
Interpretativismo
Relativismo cultural
DILEMA (ETERNO) ANALÍTICO DA HUMANIDADE:
FOI CRIADO OU CRIOU-SE?
TEORIA CRIACIONISTA
TEORIA EVOLUCIONISTA
RUPTURA DO SÉCULO XIX
1º momento do H = homem
conhecimento Mo = mundo
sobre o homem orgânico
Mf = mundo físico
C= Criador
O criador fez tanto o homem
como o mundo físico e o
mundo orgânico;
Estes não passam de um
reflexo fiel do que ele é.
Conhecer o mundo e o
homem significa conhecê-lo
e vice-versa.
Admite-se alguma mudança,
mas não de essência. Tudo é
imutável.
RUPTURA DO SÉCULO XIX
O homem, o mundo físico e o mundo
orgânico começam a ser estudados
como esferas autônomas.
2º momento do
conhecimento
sobre o homem
A historicidade é uma característica
do criado que se acha sujeito a leis
históricas.
H
Mo
Mf
Acredita-se na imutabilidade das
espécies. Para solucionar o problema
da historicidade com a imutabilidade,
recorre-se à:
• à geração espontânea;
•À teoria das catástrofes
•À teoria de criações múltiplas
RUPTURA DO SÉCULO XIX
3º momento do
conhecimento
sobre o homem
O mundo orgânico se acha
adaptado ao mundo físico e como
este se acha em contínua
mutação, aquele que se acha
constantemente afetado.
H
Mo
Mf
Mo
Mf
As modificações do mundo físico
modificam o mundo orgânico.
Modificações inter-atuantes
O homem permanece inalterável.
A ação do criador considera
importante, se bem que não direta
RUPTURA DO SÉCULO XIX
4º momento do
conhecimento
sobre o homem
H1
C
H2
Mo1
Mo2
Mf 1
Mf2
As atividades dos
organismos vivos
contribuem na evolução
do mundo físico e viceversa.
Existe uma interação
completa segundo leis
próprias: a seleção
natural. O criador fica fora
do sistema
ESCOLA EVOLUCIONISTA- LEWI HENRY MORGAN
(1818-1881) – CONTEXTO – SÉC XIX
A
Antropologia vai voltar-se para o estudo
das comunidades “exóticas” e “selvagens”
encontradas nos territórios colonizados
(p.22).
A
Antropologia passa a se interessar pelo
“diferente” na ânsia de entender o homem
“civilizado, industrial, moderno e burguês” :
tende a ver o homem moderno como
continuidade desses povos considerados mais
atrasados (p.22)
ESCOLA EVOLUCIONISTA- LEWI HENRY MORGAN
(1818-1881) – CONTEXTO – SÉC XIX

A Fundamento básico: classificação das sociedades
humanas em “espécies sociais”.
TEORIA DE DARWIN; para sobreviver, as espécies animais se adaptavam
ao meio em que viviam e os mais fortes seriam aqueles que melhor se
adaptassem, e os mais fracos estariam condenados a extinguir.
ESCOLA EVOLUCIONISTA- LEWI HENRY MORGAN
(1818-1881) – CONTEXTO – SÉC XIX

A Escola Evolucionista está profundamente envolvida
com esta idéia de que, em certas condições de convívio
com a natureza, os grupos humanos se desenvolvem
mais ou menos rapidamente em uma mesma direção,
do mais simples para o mais complexo, do
inferior para o superior, do atrasado para o
desenvolvido, esta direção sempre determinada
pelas tecnologias que se conseguem desenvolver
na inexorável luta pela sobrevivência material
TEORIA EVOLUCIONISTA- LEWI HENRY MORGAN (18181881) – CONTEXTO – SÉC XIX - RESULTADOS

Proposição, propagação e imposição de um
modelo de sociedade: capitalista, industrial e
nacionalista.
PORTANTO, VAMOS LEVAR A “CIVILIZAÇÃO” PARA
ESSES POVOS ATRASADOS?
•NOSSO DIREITO (NOSSA JUSTIÇA?)
•NOSSA ECONOMIA
•NOSSA EDUCAÇÃO
•NOSSA RELIGIÃO
•NOSSOS VALORES?
TEORIA EVOLUCIONISTA

A Antropologia científica passa a se interessar
pelo diferente na ânsia de entender o homem
civilizado, industrial, moderno, burguês. E nesse
sentido, se, por um lado, não tem a função de
ajudar a colonizar e explorar de forma mercantil
esses povos, por outro, tende a ver o homem
moderno como continuidade desses povos
considerados mais atrasados, portanto, passíveis
de serem dominados e explorados.
EVOLUCIONISMO - ESCALA DE EVOLUÇÃO DAS
ESPÉCIES SOCIAIS:
Brancos
Evoluídas
Visão linear da história: uma
única escala evolutiva
Índios
intermediária
Selvagens
Negros
Inferiores
barbárie
Sociedades
primitivas
Civilizados
Sociedades
complexas
Sociedades
simples
EVOLUCIONISMO - ESCALA DE EVOLUÇÃO DAS
ESPÉCIES SOCIAIS:
cultura
Visão hermenêutica da história:
caminhos diferentes
Negros
cultura
história
Sociedades
complexas
Índios
cultura
história
Sociedades
complexas
Brancos
cultura
história
Sociedades
complexas
EVOLUCIONISMO - ESCALA DE EVOLUÇÃO DAS
ESPÉCIES SOCIAIS:

As sociedades ocidentais foram as que mais
degradaram, exploraram e destruíram outras
sociedades.
ESCOLA FUNCIONALISTA - BRONISLAW MALINOSWSKY (18841942)
Início: século XX.
 Crítica ferrenha à escola evolucionista,
segundo os conceitos de

Eurocentrismo
Etnocentrismo:
Tendência a interpretar as
sociedades não-européias a
partir dos valores e princípios
europeus, isto é, tomar a
sociedade européia como
modelo e padrão
É o princípio igualmente
tendencioso de considerar
uma raça como padrão e
modelo, ponto mais elevado
atingido pela espécie
humana
ESCOLA FUNCIONALISTA - BRONISLAW MALINOSWSKY
(1884-1942)
Diferença não é sinônimo e inferioridade nem
de atraso tecnológico;
 Sociedades ditas “simples” não tem nada de
simples em sua estrutura social, ao contrário, o
termo “primária” precisa ser relativizado;
 A escola defende a predominância da cultura
sobre a economia e a política.

ESCOLA FUNCIONALISTA
Fundamento básico: integração e
funcionalidade
 Cada sociedade responde por uma totalidade
integrada e constituída de partes
interdependentes e complementares, cuja
função é satisfazer as necessidades essenciais
dos seus integrantes.
 Cada manifestação física, cultural ou
psicológica desenvolve-se de forma integrada à
funcionalidade de cada sociedade, ou seja, faz
sentido àquela sociedade.

ESCOLA FUNCIONALISTA
Objetivo: expor as instituições sociais que
sustentam determinada sociedade: sistema de
normas, valores, infra-estrutura material e física:
significa que uma cultura pode desenvolver
opções diferentes de sobrevivência a partir de
fatores essencialmente humanos e não
materiais.
 A proposição funcionalista atacava o
procedimento evolucionista de comparar traços
culturais desligados de seu contexto de origem e
funcionamento.

ESCOLA FUNCIONALISTA
Fundamento metodológico: observação
participante –a realidade é um a posteriori, e não
um a priori.
 Os dados são coletados a partir da realidade
vivida por cada comunidade, sociedade ou grupo.
 O pesquisador integra-se ao grupo social que
pretende estudar, “penetrando na cultura,
desvenda seus significados guiado por
informações e não por teorias externas à
realidade estudada.

ESCOLA FUNCIONALISTA

“O funcionalismo supõe então que as
várias relações sociais visíveis no seio
de uma sociedade formam um SISTEMA,
quer dizer, que existe entre elas uma
interdependência funcional que lhes
permite existir como um todo
INTEGRADO que tende a reproduzir-se
como tal, como uma sociedade” (p. 25).
ESCOLA FUNCIONALISTA

“Cada grupo humano estabelece funções
diferentes para suas instituições
culturais, e ao fazer isso se desdobra em
inúmeras possibilidades desse devir, o
“progresso” passa a ser visto mais como
uma opção de valores culturais do que
de determinação biológica, natural e
tecnológica.
ESCOLA ESTRUTURALISTA (LEVI-STRAUSS –
SÉCULO XX)

Uma estrutura é o conjunto de relações sociais
específicas de uma determinada organização
da produção para a vida em grupo. (p.26)

Uma estrutura não é imediatamente
observável, pois ela está substrato da vida
real, como na origem e por detrás da
funcionalidade das instituições e dos papéis
que os indivíduos representam.
ESCOLA ESTRUTURALISTA
O que o observador vê de imediato é apenas a
superficialidade, consequência da estrutura de
relações e afinidades que compõem um
sistema de organização social.
 A verdadeira relação de parentesco, de
religiosidade, e mesmo de produção material
econômica está estruturada em uma
ordenação mental coletiva, um sistema de
elementos que abrange toda a coletividade.

ESCOLA ESTRUTURALISTA (LEVI-STRAUSS)

“As estruturas não são realidades diretamente
visíveis e observáveis, mas são níveis da
realidade que existem para além das relações
visíveis dos homens entre si e cujo
funcionamento constitui a lógica profunda de
um sistema social, a ordem subjacente a partir
da qual deve explicar-se a sua ordem aparente.
(27). (Godelier).
ESCOLA ESTRUTURALISTA



A) toda estrutura é um conjunto determinado de relações,
ligadas umas às outras segundo leis internas que apresentam
transformação constante;
B)toda estrutura combina elementos específico que a
compõem,e por esse motivo, é impossível “reduzir” uma
estrutura a outra ou “deduzir” uma estrutura de outra;
C) estruturas se unem formando sistemas sociais complexos
(parentesco + magia e liderança + produção), através de leis
de “compatibilidade”, mas que não têm uma origem única e
definida (processo biológico de adaptação ao ambiente).
ESCOLA ESTRUTURALISTA

Os “princípios estruturais” apontam para o
dinamismo e múltipla determinação no
desenvolvimento dos grupos humanos,
construindo uma complexidade tão rica e
diversa que é impossível se efetuar qualquer
reducionismo a uma única origem, um único
caminhar e mesmo uma igualdade de
existência entre os grupos humanos.
ESCOLA ESTRUTURALISTA


A Estrutura é uma elaboração teórica capaz de dar
sentido aos dados empíricos de uma certa realidade.
Utilizando uma metáfora, podemos dizer que esse
conceito corresponderia à estrutura de um edifício
que, mesmo estando oculta, organiza, distribui,
relaciona e sustenta todos os elementos observáveis
dessa construção – os andares, as unidades
habitacionais, as entradas, as saídas e os corredores.
Do mesmo modo, é estrutura social que organiza,
conecta e relaciona as diversas instâncias,
estabelecendo as múltiplas relações entre os
elementos, os grupos e as insittuições.
ESCOLA ESTRUTURALISTA- MARXISTA

A forma acabada que revestem as relações
econômicas, tal como se manifesta à
superfície, na sua existência concreta, portanto
tal como se representam também os agentes
destas relações e aqueles que as encarnam
quando tentam compreendê-las, é muito
diferente de sua estrutura interna essencial
mas oculta e do conceito que lhe corresponde.
De fato, ela é mesmo o seu inverso, o seu
oposto (p. 28)
ESCOLA ESTRUTURALISTA- MARXISTA


Para essa Escola, a estrutura social deve ser
entendida como relações reais e concretas de
produção e sua derivação para todas as demais
relações sociais gerais.
Essa escola vai além da simples constatação de que
a estrutura é o fundamento de todas as
superestruturas sociais e procura revelar como e que
forma essas estruturas se apresentam em termos de
organização pela sobrevivência do grupo e como a
superestrutura (religião e política lhe são inerentes)
Download

Antropologia: o texto