FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL CONSELHO DE ARBITRAGEM CURSO DE APERFEIÇOAMENTO, ACTUALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ÁRBITROS DE 2.ª CATEGORIA Futebol de 11 Lisboa, 30 de Julho de 2006 ÉPOCA 2006/2007 TESTE ESCRITO Duração – 60 minutos Não responder Sim ou Não PERGUNTAS 1. Qual a pressão, em atmosferas, que a bola deve ter para um jogo realizado ao nível do mar? 2. Num jogo particular, realizado no período de pré-época, quantas substituições são permitidas? 3. Um jogador suplente, que não é o guarda-redes, entrou em campo sem autorização do árbitro e rapidamente corre e agarra a bola com as mãos, cortando uma jogada muito prometedora da equipa adversária. Que decisão deve tomar o árbitro? 4. Um suplente que está a fazer exercícios de aquecimento atrás da sua baliza, entra dentro do terreno de jogo e evita com um pontapé para bem longe que a bola entre na sua baliza. Como deverá proceder o árbitro? 5. Estando a bola em jogo, um jogador agride um suplente adversário que acabara de entrar no terreno de jogo sem autorização do árbitro. Então o árbitro apita, expulsa o jogador que agrediu, mostra o amarelo ao suplente que estava a mais e recomeça o jogo com um pontapé-livre indirecto no local em que a bola estava quando apitou. Concorda com o árbitro? Explique porque é que ele não marcou um livre directo contra a equipa do agressor que cometeu uma falta mais grave? 6. Uma equipa com 11 jogadores joga contra outra só com 7 elementos. Falta pouco mais de um minuto para o jogo terminar, quando a equipa com 11 jogadores está prestes a obter um golo. Então, um jogador da equipa de 7 elementos sai deliberadamente do terreno de jogo para provocar a inferioridade numérica, sendo obtido golo depois dessa atitude. O árbitro aponta o centro do terreno e quando, embora faltando escassos segundos, se preparava para dar o jogo por terminado, o jogador que saíra propositadamente aprestase para continuar. Como deverá agir o árbitro? 7. Cite três situações em que é permitido prestar assistência a jogadores lesionados dentro do terreno de jogo. 8. Após obter um golo, um jogador pode vir a ser advertido apenas por sair do terreno para comemorar esse facto. Em que circunstâncias? 9. Um jogador estava colocado com os dois pés sobre a linha de meio campo, à frente da linha da bola, encontrando-se no meio campo adversário apenas o guarda-redes contrário. Um colega passou-lhe a bola e o árbitro assistente levantou a bandeira, assinalando-lhe fora-de-jogo. Poderá a sua decisão estar correcta? Como? 10. A bola ia a entrar na baliza. Um defensor, em último recurso atira-lhe uma bota e consegue desviar a bola. O árbitro apitou, expulsou o defensor e concedeu uma grande penalidade favorável à outra equipa. Apresente justificação legal, perante a Lei 12, para a decisão tomada pelo árbitro no que respeita: a) à expulsão do defesa; b) à concessão da grande penalidade. 11. Um jogador carrega um adversário pelas costas no momento em que este lhe está a fazer obstrução. O árbitro deixou prosseguir o jogo, sem punir nem uma, nem a outra equipa. Em que se terá baseado, relativamente à carga e à obstrução, para agir desta forma? 12. Dentro da sua área de grande penalidade, um defensor ao verificar que a bola poderia entrar na sua baliza atira-lhe com uma bota, a qual não toca na bola, saindo esta ao lado do poste. Como deve proceder o árbitro? 13. Um atacante salta para a bola, entrando em contacto com o guarda-redes dentro da área de baliza deste. É permitida esta acção? 14. Com a bola em jogo, dois jogadores adversários cometem duas infracções simultâneas. Como deve agir o árbitro? 15. A bola ia a entrar na baliza, vinda de um pontapé-livre indirecto. Um defensor afasta-a com ambas as mãos por cima da trave da sua baliza. Acto contínuo o árbitro exibe-lhe o cartão amarelo e pune a sua equipa com uma grande penalidade. Grande penalidade não há dúvida que procedeu bem. E quanto ao cartão amarelo? Concorda com a decisão do árbitro? Porquê? 16. Vai executar-se um pontapé de grande penalidade. Após o apito do árbitro e antes que a bola seja pontapeada pelo executante, um defensor infringe as Leis do Jogo. O árbitro viu a infracção, mas permitiu que o pontapé fosse executado. A bola é chutada, bate na trave e ressalta para terreno de jogo. O executante ainda consegue fazer a recarga e introduzir a bola na baliza. Como deve proceder o árbitro? 17. Uma equipa termina o jogo e o prolongamento com oito jogadores e a equipa adversária com dez. Seguiram-se os pontapés da marca da grande penalidade para achar o vencedor, iniciando a sua marcação um jogador da equipa que terminou com dez. Ao fim de quantos pontapés poderá um jogador dessa equipa repetir a marcação de outro pontapé? 18. Um jogador ao executar um lançamento lateral, vai fazê-lo vários metros à frente do local por onde a bola tinha saído e atira-a com ambas as mãos, após levá-la atrás da nuca num movimento correcto, à cara de um adversário, numa clara atitude de agressão. Que procedimento deve tomar o árbitro? 19. Pontapé de baliza. A bola, após percorrer 20 metros, rebenta e o árbitro pede uma nova bola. Como deve então recomeçar o jogo? 20. Foi exibida a placa de 4 minutos de desconto no final do tempo regulamentar. Decorridos pouco mais de 2 minutos, ao ver o total desinteresse das duas equipas, o árbitro resolveu dar o jogo por terminado. Acha que procedeu bem? Porquê? RESPOSTAS 1. Para um jogo realizado ao nível do mar, a bola deve ter uma pressão de 0,6 a 1,1 atmosferas. 2. Num jogo particular, realizado no período de pré-época, é possível recorrer a qualquer número de substituições superior a seis, desde que as equipas envolvidas cheguem a acordo quanto ao número máximo de substituições e que o árbitro seja informado antes do início do jogo. 3. O árbitro deve interromper o jogo, advertir o jogador suplente por comportamento antidesportivo – entrada no terreno de jogo sem sua autorização – e exibir novamente o cartão amarelo por cortar com as mãos uma jogada muito prometedora da equipa adversária, seguido do vermelho por acumulação de amarelos. Deverá em seguida ordenar o recomeço do jogo com um pontapé-livre indirecto contra a equipa do jogador suplente no local em que a bola se encontrava no momento da interrupção. 4. O árbitro deve interromper o jogo, advertir o jogador suplente por comportamento antidesportivo – entrada no terreno de jogo sem sua autorização – e, depois de providenciar a saída do suplente, recomeçar o jogo com um pontapé-livre indirecto no local em que a bola se encontrava no momento da interrupção. 5. Sim. Puniu tecnicamente a equipa do jogador suplente porque a primeira falta cometida foi a entrada indevida desse jogador em terreno de jogo, tendo a agressão ocorrido posteriormente. 6. O árbitro deverá advertir esse jogador por ter abandonado o terreno de jogo, permitir a sua reintegração na equipa e dar continuidade ao jogo até ao final. 7. É permitido prestar assistência a jogadores lesionados dentro do terreno de jogo quando se trate de: a. Lesão do guarda-redes. b. Choque entre o guarda-redes e um jogador de campo, necessitando de cuidados imediatos. c. Lesões graves como engolirem a língua, uma comoção cerebral, uma perna partida, etc. 8. Apenas por sair do terreno para comemorar um golo, o jogador poderá ser advertido desde que prolongue exageradamente essa manifestação, retardando o início do jogo. 9. Essa decisão poderá estar correcta desde que se movimente para a bola e que qualquer parte da sua cabeça ou corpo esteja, no meio campo contrário, mais perto da linha de baliza adversária do que a bola e o penúltimo adversário, quando a bola lhe é passada. 10. a) No que respeita à expulsão do defesa, a decisão tomada pelo árbitro está correcta, porque o jogador, ao conseguir atingir a bola evitando a sua entrada na baliza, anulou uma ocasião clara de golo da equipa adversária, tocando deliberadamente a bola com a mão. b) A concessão de uma grande penalidade foi igualmente correcta porque ao bota, ao atingir a bola, é considerada uma extensão da mão. 11. O árbitro não agiu porque, relativamente à carga ela foi praticada com o ombro nas omoplatas do adversário, quando este lhe fazia obstrução, sem ser por negligência, imprudência ou com excesso de combatividade e em relação à obstrução, também não puniu, certamente porque foi feita com a bola à distância jogável. 12. O árbitro deve interromper o jogo, advertir por comportamento antidesportivo o jogador que atirou a bota e punir a sua equipa com um pontapé-livre indirecto no local em que o jogador teve esse comportamento. 13. Saltar para a bola com o guarda-redes é uma acção permitida. O jogador só deve ser punido se ao saltar o carregue de forma imprudente, negligente ou com força excessiva. 14. Deve interromper o jogo e, dependendo da infracção cometida, advertir, expulsar ou não tomar qualquer medida disciplinar. O jogo deverá recomeçar com um lançamento de bola ao solo executado no local onde esta se encontrava quando jogo foi interrompido. 15. Concordo porque o facto de na circunstância não poder ser obtido golo directamente não invalida a existência do comportamento antidesportivo manifestado pelo jogador. 16. O árbitro deve ordenar a repetição do pontapé de grande penalidade. 17. Um jogador dessa equipa poderá executar novo pontapé depois de terem sido executados 16 pontapés na totalidade, ou seja oito efectuados pela sua equipa. 18. O árbitro deve interromper o jogo, expulsar o jogador agressor e mandar repetir o lançamento no local pela equipa contrária no local em que a bola saiu, visto o lançamento ter sido efectuado fora desse local 19. Se a bola saiu da área de grande penalidade deverá executar com a nova bola um lançamento de bola ao solo no local em que a bola rebentou. Se a bola não saiu da área deverá mandar repetir o pontapé de baliza com a nova bola. 20. Não. O árbitro deve ser alheio ao maior ou menor interesse das equipas pelo jogo, pelo que devia deixar prosseguir o jogo até ao fim.