RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO
COLABORATIVO INTITULADO SEM FRONTEIRAS:
PONTE ATLÂNTICA BRASIL E PORTUGAL
Jaiane Ramos Barbosa¹ (UFC)
Mixilene Sales Santos Lima (UFC)
Lidiana Osmundo (UFC)
Maria Auricélia da Silva (UFC)
Raquel Santiago Freire (UFC)
Alisandra Cavalcante Fernades (PUC)
José Aires de Castro Filho (UFC)
Abstract:
EXPERIENCE REPORT OF A COLLABORATIVE PROJECT ENTITLED NO
BOUNDARIES: ATLANTIC BRIDGE BRAZIL AND PORTUGAL.
The present work aims at reporting an experience with a collaborative
project whose objective was to promote collaborative interactions and
practices between two schools of distinct locations using information and
communication digital technologies (ICDT). The qualitative research was
developed in two public schools, one of them in the city of
Fortaleza/Ceará and another one in Braga/Portugal. In order to facilitate
the communication and interaction among the participants, the
collaborative environment Sócrates was used, a group on Facebook was
created and a web conference was held. So as to collect data, field journal
instruments, checklists and semi structured interviews were applied with
teachers and students. Throughout the project realization, it was observed
that itself provided cultural exchanges and collaborative work among the
parties involved, so that benefited the use of this new dynamics in the
school environment.
key words: technology in education; collaborative learning; project
Resumo:
O trabalho com projetos nas escolas é relevante, pois constitui uma forma
de integração das diversas disciplinas, de modo que possam ser
trabalhadas conjuntamente, ressaltando vivências e experiências além do
ambiente escolar. Sendo assim, o presente trabalho visa relatar uma
experiência com projeto colaborativo, que teve como objetivo promover
interações e práticas colaborativas entre duas escolas de localidades
distintas através do uso das tecnologias digitais da informação e
comunicação (TDIC). A pesquisa qualitativa de intervenção durou três
meses e foi dividida em dois momentos. Ao longo da realização do projeto,
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observou-se que o mesmo oportunizou a interação e o trabalho
colaborativo entre as partes envolvidas, de modo a favorecer o uso dessa
nova dinâmica no ambiente escolar.
Palavras chave: tecnologia na educação; aprendizagem colaborativa,
projeto
1. Introdução
As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) possibilitam novas
formas de comunicação interpessoal ao adentrarem o espaço escolar por meio do
acesso aos computadores conectados à Internet. Nos dias atuais, diferentes formas
de comunicação, interação e aprendizagem estão sendo estimuladas e vivenciadas
por professores e alunos. Quando refletimos sobre a crescente presença das
tecnologias na sociedade e o novo perfil dos alunos, logo fazemos relação com o
processo educacional atual.
Sendo assim, o uso dessas tecnologias influencia a educação e sugerem
reflexões sobre as seguintes indagações: como introduzir as TIDC na escola? Como
usá-las de modo que favoreçam a aprendizagem? É possível desenvolver um
trabalho colaborativo entre pessoas de lugares diferentes sem o uso das TDIC?
Tais perguntas favoreceram a concepção e o desenvolvimento do Projeto,
intitulado, Sem Fronteiras: Ponte Atlântica Brasil e Portugal, que tinha como
objetivo principal promover a interação e estimular práticas colaborativas entre
estudantes de duas escolas de localidades distintas, sendo uma escola de
Fortaleza/Ceará e a outra de Braga/Portugal.
Nesse
sentido,
o
presente
trabalho
visa
relatar
o
processo
de
desenvolvimento do referido projeto, além de analisar algumas práticas
colaborativas desenvolvidas pelos alunos de ambas as escolas.
Ao longo do trabalho, será feita uma discussão sobre a presença da
tecnologia na sociedade e na educação, apresentando o conceito de projetos
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colaborativos, seus pressupostos e algumas experiências exitosas de projetos
colaborativos apoiados pelo uso das TDIC. A seguir, serão apresentados os
procedimentos metodológicos de investigação, seguidos dos resultados alcançados
e, por fim, apresentaremos as conclusões obtidas durante a pesquisa.
2. Tecnologias na Sociedade e Educação
Quando se fala em tecnologia, é comum pensar em computador, telefone celular,
Internet e outros recursos digitais. No entanto, o conceito de tecnologia é muito
mais abrangente, pois refere-se a tudo que o homem criou e continua criando para
satisfazer suas necessidades. De acordo com Kensky (2007) “o conceito de
tecnologia engloba a totalidade de coisas que a engenhosidade do cérebro humano
conseguiu criar em todas as épocas, suas formas de uso, suas e aplicações” (p. 22).
Dessa forma, várias são as tecnologias existentes, dentre elas o desenvolvimento da
escrita, a formação de grupos, as diversas maneiras de se relacionar, além das
ferramentas manuais a serem utilizadas na realização das atividades. Essas ações
são exemplos de tecnologias que foram criadas pelo homem para melhor se
desenvolver em sociedade.
Assim, no contexto da sociedade atual, a presença das TDIC sugere novas
formas de socialização e pensar sobre o funcionamento e uso dessas ferramentas
nas atividades humanas (VIDAL; MAIA; SANTOS, 2002). Com o advento das
ferramentas digitais, tais como e-mail, blogs e redes sociais, a comunicação,
interação e o modo como às pessoas entram em contato com o meio vêm sofrendo
modificações.
Portanto, com a introdução das TDIC na educação, as dinâmicas sociais,
culturais e tecnológicas sofreram alterações, pois modelos pedagógicos tradicionais
foram tornando-se inadequados frente aos novos meios de difusão da informação,
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já que “cada nova tecnologia traz novos fazeres, novas produções, novas formas de
pensar e agir” (TORNAGHI, 2010, p. 6).
Sendo assim, para a educação acompanhar o desenvolvimento tecnológico,
é preciso mais do que se tinha anteriormente, como caderno, livro, calculadora e
quadro negro, pois as TDIC “trazem novos condicionantes para o fazer escolar”
(idem, p. 6). Sobre isso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) enfatizam que
as TDIC “além de serem veículos de informações, possibilitam novas formas de
ordenação da experiência humana, com múltiplos reflexos, particularmente na
cognição e na atuação humana sobre o meio e sobre si mesmo” (BRASIL, 1998, p.
135).
Diante dessas reflexões, pode-se observar as possibilidades que as TDIC
proporcionam à educação, desde que pensadas e usadas pedagogicamente e com
metodologias
voltadas
para
o
aluno
participante
ativo,
construtor
do
conhecimento. Nesse sentido, o desenvolvimento de projetos na perspectiva
colaborativa favorece a realização desses anseios.
Sobre isso, no tópico seguinte, será discutida a proposta do desenvolvimento
de um projeto, na perspectiva colaborativa, com o suporte das TDIC.
2.1. Projetos colaborativos
O trabalho com projetos nas escolas é relevante, pois constitui uma forma
de integração das diversas disciplinas, de modo que possam ser trabalhadas
conjuntamente, ressaltando vivências e experiências dos envolvidos além do
ambiente escolar. Almeida (2000) destaca que, quando os projetos são realizados
pedagogicamente:
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Criam possibilidades de ruptura por se colocarem como espaço corajoso,
onde é possível juntar a Matemática com a Biologia, a Química com a
História, o Português com a formação de uma identidade cultural. É uma
forma de facilitar a atividade, a ação, a participação do aluno no seu
processo de produzir fatos sociais, de trocar informações, enfim, de
construir conhecimento. (ALMEIDA, 2000. p. 14).
Pode-se compreender que o trabalho com projetos vai além da sala de aula e
da aprendizagem de conteúdos formais, este propõe uma visão interdisciplinar de
disseminação da informação para gerar conhecimento. O tema do projeto deve ser
baseado na realidade vivenciada pelos alunos, propor discussões, debates e buscar
promover a autonomia, senso crítico e o conhecimento. Dessa forma, a partir da
interação com os colegas e do contato com diversas situações que o levam à
reflexão e à busca de soluções, o aluno passa a ter um papel ativo e fundamental
na construção de seu conhecimento.
Sendo assim, pensar no uso das TDIC para o trabalho com projetos pode
alcançar resultados significativos em relação à colaboração entre os participantes,
pois além do desenvolvimento de atividades envolvendo o trabalho conjunto, essa
prática faz uso de ferramenta digital, que aperfeiçoam a comunicação, interação,
colaboração e aprendizagem entre os pares, o que oportuniza a aprendizagem
colaborativa apoiada por computador.
Nessa perspectiva, várias são as experiências de projetos utilizando as TDIC
que oportunizaram a construção de uma aprendizagem colaborativa entre os seus
participantes. Sobre a realização desse tipo de projetos, o grupo Proativa vem
desenvolvendo experiências exitosas entre escolas do estado do Ceará e de outros
países. O Grupo iniciou esse tipo de experiência, no ano de 2008, com o projeto
intitulado Interligando Mundos que consistia na criação de materiais digitais de
forma colaborativa por estudantes e professores de duas escolas, uma de
Fortaleza, Ceará e a outra na cidade de Iwata, no Japão. O projeto tinha como
objetivo valorizar os aspectos culturais de ambos os países. Nos dois anos
seguintes, o grupo desenvolveu, em 2009, o projeto Me Perdi e Me Achei no Brasil,
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com a participação de uma escola francesa. No ano de 2010 desenvolveu o projeto
Brincando no Brasil, agora com a participação de alunos americanos. Ambos os
projetos consistiam na criação de um conto digital entre as turmas de alunos
envolvidas.
Posteriormente, no ano de 2011, o grupo realizou mais dois projetos de
forma colaborativa envolvendo alunos de localidades distintas. Os projetos
intitulados Nossos Lugares no Mundo e Vizinhança Americana consistiam na
interação e construção de materiais digitais destinados a alimentação de um blog e
de um site do projeto. Todos os projetos citados tinham como característica
comum o uso das tecnologias a favor da interação, promoção das trocas culturais e
construção de materiais digitais de forma colaborativa.
Sendo assim, observamos que o trabalho com projetos já vem sendo uma
realidade no espaço escolar. A seguir, apresentaremos os procedimentos
metodológicos, seguidos dos estágios de desenvolvimento de um projeto
colaborativo
realizado
sobre
as
mesmas
condições
dos
projetos
citados
anteriormente.
3. Metodologia
A presente pesquisa, qualitativa de intervenção, foi realizada entre duas escolas
públicas de localidades distintas. A primeira escola localizava-se no município de
Fortaleza, Ceará, e a segunda na cidade de Braga, Portugal. As duas escolas
participaram de um programa do Governo Federal, de ambos os países, que tinha
como objetivo distribuir ou favorecer a compra de laptops educacionais com
propósito de promover a inclusão digital dos alunos e professores pertencentes á
comunidade escolar inserida.
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3.1. Duração e participantes
A referida pesquisa teve duração de três meses e foi dividida em dois momentos. O
primeiro momento foi composto pela visita dos pesquisadores à escola de Fortaleza
e planejamento online das atividades que seriam desenvolvidas durante o projeto
com os alunos. Nesse primeiro momento, as ideias do projeto foram idealizadas e
planejadas pelos pesquisadores que posteriormente apresentaram as propostas de
atividades para os professores envolvidos. Estes formularam os temas que seriam
discutidos no projeto de acordo com os temas abordados no currículo institucional
de cada escola.
O segundo momento consistiu na realização do projeto no âmbito escolar.
Foi desenvolvido em um mês e meio ao longo de seis encontros, com uma turma do
9º ano do Ensino Fundamental da escola Brasileira, chamada de B, e uma turma de
10º ano do Ensino Secundário da escola de Portugal, chamada de P.
Participaram da pesquisa alunos, professores e pesquisadores. No total
participaram 45 alunos, 25 da escola de Fortaleza e 20 de Portugal, os alunos de
ambas as turmas tinham entre 15 e 16 anos; Um professor de Cultura e História das
Artes, da escola de Portugal; Um professor de História e uma professora de
Geografia, ambos da escola de Fortaleza. Durante o desenvolvimento do projeto os
professores envolvidos participaram como mediadores do Projeto juntamente com
os cinco pesquisadores da universidade.
3.2. Ambientes online utilizados
Dos seis encontros realizados, durante o desenvolvimento do projeto, cinco
ocorreram no laboratório de informática da escola B e o outro na sala de
videoconferência do Instituto UFC Virtual. Os cinco encontros realizados no
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laboratório de informática da escola serviram para estabelecer discussões
assíncronas entre os alunos das turmas das escolas B e P e promover a criação de
materiais digitais de forma colaborativa. O encontro no qual foi realizada a
videoconferência promoveu o contato síncrono entre os estudantes dos dois países.
Além dos encontros presenciais, foram utilizadas ferramentas online para
facilitar a interação entre os alunos. Utilizou-se a ferramenta projetos, disponível
no ambiente virtual Sócartes¹, e um grupo de discussão na rede social Facebook².
3.3. Instrumentos de coleta de dados
Os instrumentos de coleta de dados utilizados durante o desenvolvimento do
projeto, foram: Checklist, respondido no primeiro encontro do projeto, a fim de
sondar, caracterizar e descrever o perfil da escola, turma e participantes
envolvidos;
Entrevistas
semiestruturadas com
professores
e
alunos,
que
objetivaram afirmar situações observadas durante os encontros; Anotações no
diário de campo dos pesquisadores, realizados durante e ao final de cada encontro
do projeto; Filmagens e captura de imagens que serviram como apresentação mais
abrangente e precisa dos fatos ocorridos.
Posteriormente, as etapas realizadas para o desenvolvimento do projeto
serão descritas.
4. Desenvolvimento do projeto
O presente projeto foi realizado em três etapas de desenvolvimento: 1)
contato inicial entre pesquisadores, professores e escola; 2) planejamento do
projeto entre professores e pesquisadores; e 3) execução do projeto na escola. A
seguir, as etapas citadas serão descritas.
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4.1. Contato inicial
O primeiro momento do projeto consistiu no contato inicial entre pesquisadores e
professores das escolas. Como as escolas pertenciam a localidades distintas,
inicialmente foi utilizado o correio eletrônico para estabelecer o contato inicial
com o professor da escola P. Na B, o primeiro contato foi realizado através de uma
visita às dependências da mesma, mediante conversa com a diretora que ao
conhecer a proposta do projeto, logo indicou um professor de História, que
segundo ela, era bastante envolvido com as atividades e realização de projetos na
escola.
Posteriormente, os pesquisadores conversaram com o professor sugerido que
após conhecer a proposta, concordou em participar. Após essa etapa, em ambas as
escolas, foram realizadas a escolha das turmas que seriam contempladas com o
projeto. Na escola P o professor participante apresentou a proposta do projeto
para seus alunos deixando livre a opção de participação dos mesmos no projeto. Já
na escola B, a escolha da turma foi feita após a divulgação da idade dos alunos da
escola B.
4.2.
Planejamento do projeto
O planejamento do projeto consistiu na comunicação síncrona e assíncrona entre os
pesquisadores e professores envolvidos. Vários foram os e-mail trocados com os
professores de ambas as escolas, objetivando o planejamento dos encontros e
criação do cronograma das atividades do projeto. No total, foram trocados 27 emails e realizadas 3 web conferências, por meio do Google+³.
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A seguir será apresentada uma imagem da ultima web conferência de
planejamento, antes do inicio do projeto na escola, entre os dois professores
envolvidos e uma das pesquisadoras.
Figura 1: web conferência de planejamento
Foto: Jaiane Ramos
4.3. Execução do projeto
O projeto na escola teve duração de um mês e meio, período em que ocorreram,
nas duas escolas, seis encontros presenciais. Os dados relatados, a seguir, serão
específicos da escola B por considerar a constante presença e observação dos
pesquisadores nessa realidade.
No primeiro dia do encontro, o professor da escola B e os pesquisadores
fizeram a apresentação do projeto para os alunos do 9º ano, indagando sobre o
envolvimento que eles teriam com uma turma de alunos de Portugal. Após a
apresentação, iniciaram as discussões sobre o nome do projeto que ficou conhecido
por Sem fronteiras: Ponte Atlântica Brasil e Portugal. O nome escolhido para o
projeto foi uma junção das sugestões dos alunos da escola P e B.
Posteriormente, foram criados os e-mails dos alunos que não possuíam
Gmail e realizado o cadastramento no ambiente online Sócrates, utilizado para
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promover o contato entre os alunos da escola B e P. Após a realização dessas
ações, os alunos foram divididos em quatro equipes e participaram de um sorteio
para definir o quadro de assuntos que seriam trabalhados durante todo o projeto,
por cada equipe.
Os tópicos sorteados foram os seguintes:
1.
O que vocês gostariam de saber sobre Portugal/Brasil?;
2.
O que vocês gostariam de fazer em Portugal/Brasil?;
3.
Falem sobre um fato que vocês conhecem sobre Portugal/Brasil?;
4.
O que vocês acham que os portugueses/brasileiros devem saber sobre
Portugal/Brasil?.
Após a divisão das equipes e sorteio dos temas, os alunos da escola B
participaram do fórum 1 intitulado Apresentação. Nos exemplos abaixo é possível
observar as interações ocorridas entre os alunos, no fórum citado. Usaremos A1 (B)
para alunos brasileiros e A1(P) para alunos Portugueses.
Exemplo 1- Interação no Ambiente Virtual Sócrates- Fórum 1
A1 (B)- falem um pouco de como voces se sente de ter sido o colonizado do
nosso pais e falem mais de vocês
A1 (P)- eu acho que se voces nao fossem colonizados por portugal, nao
falavam a mesma lingua e nao estavamos a fazer este intercambio agora...
por isso foi bom :)
Exemplo 2- Interação no Ambiente Virtual Sócrates
A2 (B)- Equipe - 2 2.-História do Brasil após a independencia (opiniões,
factos etc) -O que acham de Portugal e da sua população? -O que acham do
futebol Português? -Na nossa opinião Portugal teve uma importância
fundamental na cultura e língua do povo brasileiro, haja vista, nós
(brasileiros) falarmos a língua portuguesa. Em relação ao futebol português
estamos vendo um grande avanço. Nos sentimos bastante orgulhosos em
termos um brasileiro naturalizado português como idolo do futebol de seu
país (Deco). Sem contar o fato do maior artilheiro do futebol português ser
um brasileiro, cearense, de nome Jardel.
D1 (P) Muito bem A1! És realmente um profundo conhecedor do futebol
português e como sabes há imensos jogadores brasileiros a jogar nas
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equipas portuguesas. Alguns jogadores chegam cá e praticamente ainda
não são conhecidos no Brasil, como foi o caso do Deco ou mesmo do
Liedson e depois têm sucesso e viram "craques". Como deves saber a
seleção portuguesa está a preparar-se para o campeonato da Europa e
entre os jogadores selecionados está um que nasceu no Brasil, o Pepe que
atualmente joga no Real Madrid.
Observou-se que nas conversas estabelecidas nos fóruns ocorreu interação e
trocas culturais entre os alunos participantes. Sobre isso, Torres (2007) destaca que
quando ocorre interação entre pessoas de forma colaborativa por meio de
atividades significativas, os alunos realizam esquemas próprios de pensamento e
perspectivas para a atividade proposta.
Nesse âmbito, no encontro seguinte os alunos iniciaram a construção de
materiais
digitais,
no
google
Docs,
respondendo
aos
tópicos
definidos
anteriormente durante o primeiro encontro do projeto. Ao final da construção dos
materiais, os alunos iniciaram a disponibilização dos links das apresentações no
Fórum 2, intitulado Interação: Nossas curiosidades e meu país é assim. Porém essa
atividade só pode ser concluída no quarto encontro, pois os alunos da escola B
apresentaram dificuldades ao manusear o computador e utilizar ferramentas da
internet. Dessa forma, os dois encontros seguintes foram destinados a realização
das apresentações online.
De acordo com o planejamento, feito por professores e pesquisadores, o
quinto encontro seria realizado para oportunizar a visualização das apresentações
feitas pelos alunos, das duas escolas, por meio de uma web conferências, porém
problemas técnicos relacionados à velocidade da internet na escola B dificultaram
a realização da atividade proposta. Apresentadas as limitações, foi marcado um
novo encontro, mas agora objetivando a realização de uma videoconferência na
Universidade Federal do Ceará, em uma sala apropriada, pertencente ao Instituto
UFC Virtual.
A videoconferência foi realizada, durante o sexto encontro, também como
forma de culminância do projeto. Os pesquisadores levaram os alunos da escola B,
com autorização dos pais, até as dependências do instituto UFC Virtual, local que
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seria realizada a videoconferência. Durante a videoconferência os alunos brasileiros
e portugueses tiveram a oportunidade de conversar e apresentar suas produções já
postadas e comentadas nos ambientes online Sócrates e grupo no Facebook.
Foi observado que os materiais digitais criadas pelos alunos, em forma de
apresentações, focaram aspectos culturais relacionados ao tipo de comida, clima
predominante, pontos turísticos das cidades envolvidas, diferenças e semelhanças
entre os dois países, entre outros aspectos culturais. A criação das apresentações
assim como as curiosidades apresentadas durante a videoconferência, foram
respondidas a partir das orientações dos professores de História e Geografia da
escola B.
Figura 2: web conferência de culminância
Foto: Alisandra Cavalcante
A partir dos checklistes e anotações no diário de campo dos pesquisadores, é
possível observar, nos exemplos abaixo, os momentos de interação entre os alunos
e professores ocorridos durante a videoconferência.
Exemplo 3- Interação entre alunos
A3 (B) pergunta: “Qual o tipo de músicas que vocês escutam ai, qual vocês
preferem?”
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Um aluno (P) diz : “Rock n’ Roll e músicas pop” e ele complementa
dizendo que algum colega poderia dizer mais alguma coisa.
Exemplo 4- Interação entre alunos
Uma aluna (P) pergunta: “O beach park é o parque aquático daí?”
A4 (B) fala: “É sim, o beach park, que tem escorregador”.
Durante todo o projeto constatamos que a curiosidade sobre ambas as
culturas foi explícita, bem como a percepção das importâncias culturas e históricas
dos dois países. Ao final do projeto na escola,os ambientes online continuaram
ativados e recebendo postagens dos alunos envolvidos. Isso identifica a riqueza do
trabalho colaborativo realizado a partir de assuntos de interesse dos participantes.
5.
Conclusão
No Projeto, Sem Fronteiras: Ponte Atlântica Brasil e Portugal, a tecnologia
foi o elo que possibilitou a construção colaborativa e promoção de trocas culturais
entre os alunos brasileiros e portugueses, por meio da plataforma usada e rede
social adotada,
Sócrates e Facebook. Isso acaba por responder alguns dos
questionamentos iniciais deste trabalho.
A partir do uso das plataformas os alunos, professores e pesquisadores
envolvidos puderam interagir e colaborar entre si com um único objetivo comum, o
de aprender.
Outra ferramenta de grande contribuição foi à plataforma de
videoconferência, através da qual os alunos de ambos os países puderam conversar
em tempo real e discutir sobre as apresentações e curiosidades que emergiram
durante a realização do projeto.
Nesse sentido, foram observadas a valorização e a participação dos alunos na
construção do conhecimento a partir de processos coletivos. Ou seja, trabalhar
coletivamente, com objetivos compartilhados, com a intenção explícita de somar
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algo, criar algo novo e diferente através da colaboração, e não somente uma
simples troca de informação ou instruções (BARROS; 1994).
Sendo assim, os fatores observados durante o projeto nos mostrou uma nova
forma de pensar e fazer educação, incorporando as TDIC no cotidiano da escola e
levando seus alunos a aprenderem de forma colaborativa. Para Torres e Irala
(2007),
a
aprendizagem
colaborativa
é
bastante
reconhecida
como uma
metodologia que promove uma aprendizagem mais ativa. Portanto, o aluno, a
partir da colaboração, possui participação ativa no processo de aprendizagem, ele
interage durante o processo, aceita facilmente as diversidades e diferenças no
grupo, além de desenvolver autonomia e gerar uma nova relação e visão da figura
do professor, que passa de detentor de todo o conhecimento para um importante
mediar do processo de aprendizagem.
A partir dos dados analisados, pretendemos focar nos trabalhos futuros uma
análise mais detalhada sobre as interações emergidas durante o trabalho com
projetos colaborativos, bem como observar os conteúdos curriculares institucionais
e ocultos abordados e emergidos durante o projeto, além de enfatizar as limitações
e pontos de sucesso destinados a realização do desenvolvimento do projeto
colaborativo.
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