ISSN 1808-2645
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Ano 13 - Edição nº 72 - Nov/Dez/2010 - Publicação Bimestral - Conselho Regional de Psicologia do Paraná
O Psicólogo
e o Exame
Criminológico:
Resolução 009/2010 em discussão
Matéria Contato:
A Escuta Psicológica
de Crianças e
Adolescentes
vítimas de violência
Entrevista:
Segurança e
Cultura da Paz
x Violência e
Saúde Mental
Posse do
XI Plenário
sumário
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contatoeditorial
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coforienta
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sindicatodos
psicólogosdoParaná
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contatoagenda
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inscrição
expedientecontato
Diretoria
- Presidente: João Baptista Fortes de Oliveira
- Vice-presidente: Rosangela Lopes de Camargo Cardoso
- Secretária: Márcia Regina Walter
- Tesoureiro: Sérgio Luis Braghini
Conselheiros
Amarilis de Fatima Wozniack Falat, Anaídes Pimentel da Silva Orth, Andrea Simone Schaack
Berger, Benedito Guilherme Falcão Farias, Bruno Jardini Mäder, Carolina de Souza Walger,
Célia Regina Cortellete, Fernanda Rossetto, Guilherme Bertassoni da Silva, Harumi Tateiva,
João Baptista Fortes de Oliveira, José Antonio Baltazar, Karin Odette Bruckheimer, Liliane
Casagrande Sabbag, Ludiana Cardozo Rodrigues, Márcia Regina da Silva Santos, Márcia Regina Walter, Maria Sara de Lima Dias, Maria Sezineide Cavalcante de Mélo, Nelson Fernandes
Junior, Nicolau Steibel, Paula Matoski Butture, Rosangela Lopes de Camargo Cardoso, Sérgio
Luis Braghini, Suzana Maria Borges e Vera Regina Miranda.
Subsedes
- Londrina
Avenida Paraná, 297- 8° andar - sala 81 e 82 - Ed. Itaipu - CEP 86010-390
Fone: (43) 3026-5766/ (43) 8806-4740
Conselheiro: José Antonio Baltazar
Coordenadora: Denise Matoso
e-mail: [email protected]
- Maringá
Avenida Mauá, 2109 - sala 08 - CEP 87050-020
Fone: (44) 3031-5766/ (44) 8808-8545
Conselheira: Célia Cortelette
Coordenadora: Rosemary Parras Menegatti
e-mail: [email protected]
- Cascavel
Rua Paraná, 3033 - salas 53/54 - CEP 85810-010
Fone: (45) 3038-5766/ (45) 8808-5660
Conselheira: Harumi Tateiva
e-mail: [email protected]
Representações Setoriais
- Campos Gerais - e-mail: [email protected]
Representante efetivo: Marcos Aurélio Laidane - Fone: (42) 8802-0949
Representante suplente: Lúcia Wolf
- Campo Mourão - e-mail: [email protected]
Representante efetiva: Cons. Maria Sezineide Cavalcante de Mélo - Fone: (44) 8828-2290
Representante suplente: Patrícia Roehrig Domingues dos Santos
- Guarapuava - e-mail: [email protected]
Representante efetiva: Vilsiane Almeida Sarruf - Fone: (42) 8801-8948
Representante suplente: Elaine Secchi Biancardi.
- Foz do Iguaçu - e-mail: [email protected]
Representante efetiva: Mara Julci K. Baran - Fone: (45) 8809-7555
Representante suplente: Serena Nogueira e Silva Bragança
- Sudoeste - e-mail: [email protected]
Representante efetiva: Maria Cecília M. L. Fantin - Fone: (46) 8822-6897
Representante suplente: Geni Célia Ribeiro
- Norte Pioneiro - e-mail: [email protected]
Representante efetivo: Lucas Renato Ribeiro Chagas - Fone: (43) 8813-3614
Representantes suplentes: Ana Amélia de Lima e Valéria Aranha Meneghel.
- Litoral - e-mail: [email protected]
Representante efetiva: Kamilla Scremim Figueiredo - Fone: (41) 8848-1308
Representante suplente: Silmara de Souza Lima
- Paranavaí - e-mail: [email protected]
Representante efetiva: Carla Christiane Amaral Barros Alécio - Fone: (44) 8828-7726
- Umuarama
- União da Vitória - e-mail: [email protected]
Representante efetiva: Marly Perrelli - Fone: (42) 8802-0714
Representantes suplentes: Alexsandra Esteves e Marínea Maria Fediuk
Produção
Contato: informativo bimestral do Conselho Regional de Psicologia 8 - Região. (ISSN - 1808-2645)
Avenida São José, 699 - CEP 80050-350 - Cristo Rei - Curitiba - Paraná
Fone: (41) 3013-5766. Fax: (41) 3013-4119
Site: www.crppr.org.br / e-mail: [email protected]
Tiragem: 11.000 exemplares.
Impressão: Maxigráfica e Editora Ltda.
Jornalista Responsável: Licemar Vieira Melo (9635/SRTE-RS)
Colaboração: Viviane Martins
Comissão de Comunicação Social do CRP-08: Karin Odette Bruckheimer, Maria Olívia
das Chagas e Silva e Sergio Luis Braghini.
Projeto Gráfico: RDO Brasil - (41) 3338-7054 - www.rdobrasil.com.br
Designer Responsável: Leandro Roth - Diagramação: Eduardo Rozende.
Ilustração (Psicólogo da Silva): Ademir Paixão
Preço da assinatura anual (6 edições): R$ 20,00
Os artigos são de responsabilidade de seus autores, não expressando,
necessariamente, a opinião do CRP-08.
contatoeditorial
Uma normativa suspensa, por tempo determinado, e um
tema em discussão entre a categoria. O exame criminológico volta a
ser debatido entre os psicólogos a partir da suspensão da Resolução
CFP 009/2010.
Publicada em junho e suspensa em setembro de 2010, a normativa proíbe os psicólogos que atuam nos estabelecimentos prisionais de realizar o exame criminológico e participar de ações e/
ou decisões que envolvam práticas de caráter punitivo e disciplinar,
bem como documento escrito oriundo da avaliação psicológica com
fins de subsidiar decisão judicial durante a execução da pena do
sentenciado.
As atividades avaliativas, segundo a Resolução, só seriam
permitidas com vistas à individualização da pena, quando do ingresso do apenado no sistema prisional.
Como a normativa afeta diretamente a atuação dos psicólogos que atuam no Sistema Prisional e, em nível nacional, está em
discussão, a Revista Contato não poderia se furtar a colocar em debate essa questão.
Nesta publicação há informações, através da matéria de capa
e da editoria COF Orienta, sobre: as principais restrições previstas na normativa, o motivo da suspensão da Resolução 009/2010, o
exame criminológico, as iniciativas do CRP-08 de proporcionar um
amplo debate sobre o assunto, considerações da Comissão de Psicologia Jurídica e comentário de psicólogos que atuaram ou atuam
no sistema prisional.
Reitera-se, nesta edição, o posicionamento do CRP-08, defendido na Assembleia das Políticas, da Administração e das Finanças do Sistema Conselhos de Psicologia (APAF), realizada em maio,
em Brasília. Na oportunidade, o Conselho Regional de Psicologia
do Paraná se posicionou contrário à redação do texto que originaria
a Resolução 009/2010. Esse posicionamento se deu a partir do entendimento de que o assunto, até aquele momento, havia sido pouco
discutido entre a categoria.
A hora, portanto, é de discussão entre os psicólogos e o
CRP-08 convida a categoria a participar. 3
Boa leitura e mobilização!
Suspensão da Res. CFP nº 009/2010
Comissão de Orientação e Fiscalização
coforienta
A Resolução CFP nº 009/2010, que regulamenta a atuação do
psicólogo no sistema prisional, foi publicada em 29 de junho de 2010,
provocando alguns questionamentos por parte dos profissionais especialmente quanto ao Art. 4º, alíneas a e b:
(CRP-08/12857), a conselheira Célia R. Cortellete (CRP 08/00457) e
a psicóloga Anita C. M. Xavier CRP 08/ 12770.
“Art. 4º. Em relação à elaboração de documentos escritos”:
O Paraná conta com 13 unidades para cumprimento de pena
em regime fechado, seis unidades de regime semi-aberto e dois Patronatos, onde atuam 40 psicólogos. A primeira contratação de profissionais de Psicologia, no sistema prisional do Paraná, ocorreu no ano de
1974 (três profissionais). (http://www.depen.pr.gov.br/).
a) Conforme indicado nos Art. 6º e 112º da Lei n° 10.792/2003 (que
alterou a Lei n° 7.210/1984), é vedado ao psicólogo que atua nos estabelecimentos prisionais realizar exame criminológico e participar
de ações e/ou decisões que envolvam práticas de caráter punitivo e
disciplinar, bem como documento escrito oriundo da avaliação psicológica com fins de subsidiar decisão judicial durante a execução
da pena do sentenciado;
b) O psicólogo, respaldado pela Lei n° 10792/2003, em sua atividade
no sistema prisional somente deverá realizar atividades avaliativas
com vistas à individualização da pena quando do ingresso do apenado no sistema prisional. Quando houver determinação judicial, o
psicólogo deve explicitar os limites éticos de sua atuação ao juízo e
poderá elaborar uma declaração conforme o Parágrafo único.
Parágrafo Único. A declaração é um documento objetivo, informativo e resumido, com foco na análise contextual da situação vivenciada
pelo sujeito na instituição e nos projetos terapêuticos por ele experienciados durante a execução da pena”.
Em 02 de setembro de 2010, foi publicada a Resolução CFP
nº 019/2010, que suspende os efeitos da referida Resolução CFP nº
009/2010, pelo prazo de seis meses. A decisão do CFP é tomada na expectativa de poder defender a importância da resolução em audiência
pública indicada pela Procuradoria do Rio Grande do Sul quando da recomendação da suspensão. O CFP salienta que tal debate é oportuno,
na medida em que a discussão sobre a Resolução não fique restrita à
Psicologia e ao sistema judiciário, englobando também atores importantes nesse cenário, como o Ministério da Justiça, Defensoria Pública,
o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, entre outros.
A partir da publicação da Resolução CFP 019/2010, a
Comissão de Orientação e Fiscalização do CRP- 08 orienta os
profissionais do sistema prisional a adequar suas práticas às
normas adotadas anteriormente à publicação da Res. CFP nº
009/2010, atendendo à revogação da mesma, minimamente pelo
prazo de seis meses.
Com a finalidade de formular posicionamento, o plenário
do Conselho Regional de Psicologia – 8ª Região deliberou a criação de um Grupo de Trabalho, sob a coordenação da Comissão de
Orientação e Fiscalização (COF). Participam do GT: a presidente da
COF Anaídes P. da Silva Orth (CRP 08/01175), a coordenadora da
Comissão de Psicologia Jurídica, Maria Teresa de M. e Silva (CRP08/01207), a colaboradora da Comissão de Saúde, Fernanda Rossetto
No Paraná
O GT
Inicialmente o GT fez um levantamento histórico das
discussões entre o Ministério da Justiça e o CFP, efetivadas desde 2005, com o objetivo de estabelecer diretrizes para atuação
dos psicólogos no sistema prisional.
O GT entendeu que um posicionamento deveria se basear na escuta dos profissionais do estado do Paraná, que atuam
na área. Neste sentido, além dos encontros realizados com os
profissionais do sistema prisional em Curitiba e região metropolitana, encaminharam-se questionamentos aos psicólogos de
outras regiões do estado.
A partir disso, o GT sugere os seguintes encaminhamentos:
• A prorrogação por pelo menos mais seis meses da suspensão
da Resolução CFP 009/2010, levando em consideração a necessidade de um tempo maior para aprofundamento das discussões
com a categoria e o poder judiciário;
• Que o CRP-08 promova um seminário estadual em 2010 com
autoridades dos poderes da Justiça, Segurança, da área da Psicologia Jurídica, da Saúde, Direitos Humanos, Assistência Social, dentre outros, a fim de construir posicionamento político em conjunto;
• Que o GT continue com reuniões/fóruns permanentes pelo menos uma vez por mês, com o objetivo de escuta dos profissionais que trabalham na área, estudos para subsidiar o plenário do
CRP-08, para definição e posicionamentos necessários;
• Que o CRP-08 possa orientar e fiscalizar as condições de segurança para os profissionais que trabalham no sistema prisional;
• Que se viabilize uma forma de propor aos órgãos competentes
o número mínimo de profissionais da Psicologia em relação à
população carcerária a ser atendida;
• Que se promova parceria com as instituições de ensino superior
para a promoção de especialização na área da Psicologia Jurídica. 3
contato
5
acontecenoParaná
Toma posse o XI Plenário
Conselheiros do XI Plenário.
Os 26 psicólogos, eleitos conselheiros para a gestão 2010-2013 (XI Plenário) do Conselho Regional de Psicologia 8ª
região - Paraná (CRP-08), tomaram posse no dia 25 de setembro. A solenidade foi no auditório Nélio Pereira da Silva, na
sede do Conselho, em Curitiba.
Fizeram parte da mesa o Conselheiro Presidente do X Plenário, representando a gestão 2007/2010 do CRP-08, psicólogo Celso Durat Junior (CRP-08/04537); o Presidente da Comissão Eleitoral Regional do CRP-08 (2010), psicólogo Dionísio
Banaszewski (CRP-08/04735) e o Conselheiro Presidente eleito do XI Plenário - gestão 2010/2013 - do CRP-08, psicólogo
João Baptista Fortes de Oliveira.
XI Plenário
Os 26 conselheiros do CRP-08, que tomaram posse foram:
4Amarilis de Fatima Wozniack Falat (CRP-08/06610)
4Anaídes Pimentel da Silva Orth (CRP-08/01175)
4Andrea Simone Schaack Berger (CRP-08/09933)
4Benedito Guilherme Falcão Farias (CRP-08/04130)
4Bruno Jardini Mäder (CRP-08/13323)
4Carolina de Souza Walger (CRP-08/11381)
4Célia Regina Cortellete (CRP-08/00457)
4Fernanda Rossetto (CRP-08/12857)
4Guilherme Bertassoni da Silva (CRP-08/10536)
4Harumi Tateiva (CRP-08/02512)
4João Baptista Fortes de Oliveira (CRP-08/00173)
4José Antonio Baltazar (CRP-08/03359)
4Karin Odette Bruckheimer (CRP-08/03984)
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contato
4Liliane Casagrande Sabbag (CRP-08/01407)
4Ludiana Cardozo Rodrigues (CRP-08/14941)
4Márcia Regina da Silva Santos (CRP-08/03336)
4Márcia Regina Walter (CRP-08/02054)
4Maria Sara de Lima Dias (CRP-08/04400)
4Maria Sezineide Cavalcante de Mélo (CRP-08/03183)
4Nelson Fernandes Junior (CRP-08/07298)
4Nicolau Steibel (CRP-08/04726)
4Paula Matoski Butture (CRP-08/12879)
4Rosangela Lopes de Camargo Cardoso (CRP-08/01520)
4Sérgio Luis Braghini (CRP-08/15660)
4Suzana Maria Borges (CRP-08/01855)
4Vera Regina Miranda (CRP-08/01386)
O auditório do CRP-08 ficou lotado na cerimônia de posse do XI Plenário.
Diretoria
A diretoria do XI Plenário (gestão 2010-2013)
é composta pelos psicólogos:
4João Baptista Fortes de Oliveira (CRP-08/00173)
Conselheiro Presidente
4Rosangela Lopes de Camargo Cardoso (CRP-08/01520)
Conselheira Vice-presidente
24
34
Fotos: Arquivo
14
4Sérgio Luis Braghini (CRP-08/15660)
Conselheiro Tesoureiro
4Márcia Regina Walter (CRP-08/02054)
Conselheira Secretária
Celso Durat Junior
Conselheiro Presidente do X Plenário.
Dionísio Banaszewski
Presidente da Comissão Regional Eleitoral.
João Baptista Fortes de Oliveira
Conselheiro Presidente do XI Plenário
do CRP-08 (gestão 2010-2013).
1 4 Na oportunidade o psicólogo Celso Durat Junior agra- 3 4 João Baptista Fortes de Oliveira (CRP-08/00173) agradeceu aos funcionários e desejou sucesso aos 26 conselheiros que assumem a nova gestão do CRP-08 e “sabedoria”
para analisar as questões éticas que envolvem a profissão.
2 4 Dionísio Banaszewski enfatizou que a eleição da
nova gestão, que aconteceu em 27 de agosto, foi o momento do exercício da cidadania. “Essa gestão, que agora
toma posse, foi eleita com 90% dos votos válidos”, destacou. O Presidente da Comissão Regional Eleitoral defendeu que a Psicologia deve ocupar seu lugar nas equipes
multidisciplinares, de forma ética, e protagonizar a conquista de novos espaços.
deceu aos conselheiros que fizeram parte do X Plenário
(gestão 2007-2010), aos funcionários do CRP-08, aos coordenadores de subsedes, representantes setoriais e colaboradores de comissões. O Conselheiro Presidente do CRP-08,
reeleito para a gestão 2010-2013, lembrou que, nos últimos
três anos, houve o registro de 4,5 mil psicólogos no Paraná.
Ele falou que um dos desafios do CRP-08 é, a partir do que
vem sendo definido nos Congressos Regionais e Nacionais
da Psicologia, fortalecer a relação com o Estado, a sociedade e a categoria. Ele também disse que o Conselho vai continuar atuando em parceria com outras instituições, entre
elas, o Sindicato dos Psicólogos do Paraná.
contato
7
III Encontro
de Psicologia
e Políticas Públicas
discute o enfrentamento
da exclusão e da violência
Evento contou com cerca
de 150 participantes.
Com o tema “Políticas Públicas
para o Enfrentamento da Exclusão e da
Violência”, aconteceram nos dias 17 e
18 de setembro, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em
Curitiba, o III Encontro de Psicologia e
Políticas Públicas e o Seminário Regional de Políticas Públicas.
Os eventos, promovidos pelo
CRP-08, com apoio do Conselho Federal
de Psicologia (CFP), Conselho Regional
de Psicologia de Minas Gerais (CRP-04)
e a PUCPR, contaram com duas conferências, cinco oficinas e duas mesas-redondas e possibilitaram a discussão sobre
a realidade do trabalho do psicólogo nos
seguintes eixos: saúde mental, segurança
pública, cultura da paz, violência de gênero, pessoas em situação de vulnerabilidade e inclusão social.
psicóloga Maria Sezineide Cavalcante de Mélo; a representante do curso de
Psicologia da PUCPR, professora Neuzi Barbarini e o coordenador do Núcleo
de Articulação em Psicologia e Políticas
Públicas (NAPP-08) e coordenador do III
Encontro de Psicologia e Políticas Públicas, psicólogo Bruno Jardini Mader.
Rosemary Parras Menegatti lembrou que, este ano, o Sistema Conselhos
de Psicologia discutiu, a partir da realização do VII Congresso Nacional da Psicologia, o tema “Psicologia e Compromisso
com a Promoção de Direitos: um Projeto
Ético-Político para a profissão”. Rosemary agradeceu a parceria com a PUCPR e
afirmou que os debates subsidiarão avanços para a Psicologia, na luta pela conquista e garantia dos direitos sociais, a
partir do intercâmbio profissional que os
eventos iriam oportunizar.
A professora Neuzi Barbarini
relatou que fez parte do primeiro grupo do NAPP-08, quando eram poucos
os profissionais que se interessavam
pela área e que se sente feliz por ver a
dimensão que as políticas públicas têm
conquistado na área da Psicologia.
E Bruno Jardini Mäder lembrou
das temáticas que nortearam as discussões nos encontros anteriores (a aproximação da Psicologia das demandas sociais e interdisciplinaridade) e falou da
temática dessa edição “Políticas Públicas para o Enfrentamento da Exclusão
e da Violência”, que “é um tema que
problematiza a sociedade como um
todo”. Conforme o psicólogo, as discussões desses eventos servirão para
“pautar as ações do Conselho Regional
de Psicologia do Paraná nos Conselhos
de Controle Social”.
Abertura
A solenidade de abertura do III
Encontro de Psicologia e Políticas Públicas e Seminário Regional de Políticas Públicas aconteceu na noite de 17
de setembro.
Fizeram parte da mesa: a Conselheira Vice-presidente do CRP-08, psicóloga Rosemary Parras Menegatti; a
conselheira responsável pelo Centro de
Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas do Paraná (CREPOP),
8
contato
Maria Sezineide explicou que
o CREPOP foi instituído pelo Sistema
Conselhos para pesquisar a atuação dos
psicólogos na área de políticas públicas.
Ela relatou que, em 2010, o CREPOP já
realizou pesquisa junto a profissionais
que atuam nos Centros de Referência
em Assistência Social (CRAS), na área
hospitalar, com a diversidade sexual e,
agora, está realizando com psicólogos
do esporte. Ela solicitou que os profissionais que atuam nessa área participem da pesquisa.
Integrantes da mesa de abertura.
Oficinas
Na tarde do dia 17 de setembro
aconteceram cinco oficinas. Uma delas,
com o psicólogo Thiago de Sousa Bagatin (CRP-08/14425) e o educador Rudinei Nicola, ambos coordenadores de
Projetos do IDDEHA, de Curitiba, discutiu o tema “Violência e Juventude”.
O psicólogo Thiago de Sousa Bagatin durante
a oficina.
Outra oficina foi sobre “Drogas e Redução de Danos”, com as psicólogas Vera Da Ros (CRP-06/35841)
- Mestre pela PUCSP, coordenadora de
projetos junto ao PROAD/UNIFESP;
assessora técnica da área de redução de
danos, drogas e AIDS por cinco anos,
junto à ONU e ao Ministério da Saúde - e Sandra Regina Fergütz Batista
(CRP-08/02667), Membro da Associação Internacional e da Associação
Latinoamericana de Redução de Danos causados por Drogas e Diretora da
ONG Humanar.
A psicóloga Vera Da Ros, de São Paulo,
trabalhou o tema “Drogas e Redução de Danos”.
O psicólogo Eduardo Gomes
Worms (CRP-05/29191), especialista
em estresse pós-traumático e coordenador do grupo reflexivo de gênero de homens do Instituto Noos/RJ, coordenou a
oficina “Trabalho com o agressor”.
O psic. Eduardo Worms, do Rio de Janeiro,
segundo da esquerda para a direita,
coordenou uma oficina.
“População em situação de rua”
foi o tema da oficina coordenada pela
psicóloga Cleia Oliveira Cunha (CRP08/00477), especialista em Psicologia
Social e Jurídica e ex-coordenadora
da Comissão de Direitos Humanosdo CRP-08 e a assistente social Sandra Mancino (CRESS-10ª Região/701),
membro da equipe técnica da Coordenadoria de Apoio Operacional às Promotorias de Garantias Constitucionais.
A psicóloga Cleia Cunha e a assistente
social Sandra Mancino coordenaram a
oficina “População em situação de rua.”
E “Acessibilidade” foi discutida na oficina coordenada pelo Secretário da Secretaria Especial de Direitos
da Pessoa com Deficiência de Curitiba (SEDPcD), Irajá de Brito Vaz, pela
psicóloga membro da equipe da SEDPcD, Denise Maria Amaral de Oliveira
Moraes (CRP-08/03416) e pelo arquiteto, consultor de acessibilidade junto
ao Ministério Público Estadual e a antiga Assessoria Especial da Pessoa com
Deficiência da Prefeitura Municipal de
Curitiba e entidades representativas
das Pessoas com Deficiência e Inspetor Chefe do CREA, Ricardo Tempel
Mesquita.
O secretário Irajá de Brito Vaz coordenou a
oficina que discutiu a “Acessibilidade”.
Mesas-redondas
“Violência e Saúde Mental” foi
o tema de uma mesa-redonda. Participaram: a doutora em Ciências Humanas, Sociologia e Política pela UFMG,
coordenadora do Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário
com Sofrimento Psíquico (PAI-PJ) do
Tribunal de Justiça de Minas Gerais,
psicóloga Fernanda Otoni de Barros
Brisset (CRP-04/09608) e o PHD em
Ciências Sociais, conferencista internacional e professor convidado da
UFRGS, Pedrinho Guareschi.
O tema da outra mesa-redonda
foi “Violência e Gênero”. Participaram:
a representante da ONG Dom da Terra, de Curitiba, Karlesy Stamm, a especialista em Formulação e Gestão de
Políticas Públicas pela UFPR e psicóloga do Centro de Referência da Mulher,
Evalnete Rodrigues (CRP-08/09578) e
o terapeuta de família e casal, especialista em estresse pós-traumático e coordenador do grupo reflexivo de gênero de homens do Instituto Noos do Rio
de Janeiro, psicólogo Eduardo Worms
(CRP-05/29191).
Conferências
Os temas das duas conferências
dos eventos foram: “Segurança e Cultura da Paz”, com Pedrinho Guareschi, e
“Segurança e Saúde Mental”, com Fernanda Otoni de Barros Brisset. Confira
a entrevista dos conferencistas nas páginas 10 e 11 desta edição.
contato
9
contatoentrevista
“Segurança
e Cultura da Paz”
“Segurança e Cultura da Paz” x “Violência e Saúde Mental” foram os dois temas de
conferência do III Encontro de Psicologia
e Políticas Públicas e Seminário Regional
de Políticas Públicas, que aconteceram nos
dias 17 e 18 de setembro, em Curitiba, promovidos pelo CRP-08.
X
“Violência
e Saúde Mental”
Os conferencistas concederam entrevista à
Revista Contato.
PHD em Ciências Sociais, Professor convidado
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
e Conferencista Internacional, Pedrinho Guareschi falou sobre “Segurança e Cultura da Paz”.
E a doutora em Ciências Humanas: Sociologia e
Política e coordenadora do Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário com Sofrimento Psíquico (PAI-PJ), do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Fernanda Otoni de Barros
Brisset (CRP-04/09608), falou sobre “Violência
e Saúde Mental”. Confira as entrevistas.
“Segurança e Cultura da Paz”
Contato: Como o senhor vê a relação de
segurança e cultura da paz, tema de sua
conferência?
Pedrinho Guareschi: É, existe uma relação muito íntima. O que é mais importante é
começar a discutir como essa cultura, tanto
da violência, quanto da paz, foi se instalando. Porque cultura é apenas uma situação em
que as relações se cristalizaram. A diferença
entre relações e vida social é que as relações
são fluidas, constituem a vida social, o tecido social, e vão mudando. Quando essas
relações se sociabilizam, cristalizam-se, passam a ser uma cultura, como o machismo, e
outras... E a gente poderia dizer que já existe
uma cultura de violência, mas que veio de
relações sociais, que se institucionalizaram,
relações assimétricas, de violência, de injustiça, de exploração, que são fruto legítimo do
nosso sistema capitalista.
Contato: Que relação é essa entre o sistema e a violência?
Pedrinho Guareschi: O sistema capitalista
só pode ser violento, porque as relações básicas deste sistema, diferente do sistema coo-
10
contato
perativista, baseiam-se numa relação em que
alguns são donos dos meios de produção e os
outros são trabalhadores. O problema é a relação de dominação e exploração, onde exatamente aqueles que têm o meio de produção
vivem do trabalho dos outros. Essas relações
são tensas, duras e na maneira que vão se
estabilizando, geram violência. Então nós
vivemos a violência, como um fruto natural, legítimo, do próprio sistema capitalista.
Contato: Nesta perspectiva, como pode se
efetivar o trabalho pela paz?
Pedrinho Guareschi: O nosso trabalho técnico é pela paz. Acontece que há um mito
por trás da paz. O que é paz? Paz não é um
comportamento individual, paz é uma relação e relação é algo que é pra ser dependente de outro, uma pessoa sozinha não é
uma relação. Relação implica o outro, ora,
Aristóteles já dizia: “Paz é fruto da justiça!”
Existe paz quando há justiça, e justiça, fica
bem mais claro, é uma relação. O que é ser
uma relação de justiça? Justiça vem de jus, e
jus é Direito. Então, quando os direitos das
pessoas são garantidos, são respeitados, são
implementados, nós temos justiça. Quando
esses direitos não são implementados nós temos injustiça. Sendo que paz é fruto da justiça, nós temos em primeiro lugar que fazer
justiça e fazer justiça é tentar transformar o
sistema capitalista como ele está aí. Então
esse é o grande equívoco (...) Comece a fazer uma análise de quais são as relações da
justiça que causam a injustiça, porque só vai
haver paz se houver justiça.
Contato: Então a garantia da paz vem pela
justiça (social)?
Pedrinho Guareschi: Sim, por trás da paz
está a justiça. Muitas vezes nós, psicólogos,
caímos nessa enganação em ficar falando em
paz, como se paz fosse uma coisa assim gostosa, fluída (...). A paz é sempre ativa, a paz
é sempre luta, para que cada vez mais haja
justiça. Esse é o problema e é isso que não
podemos esquecer.
Contato: Tem como haver paz apesar do
sistema capitalista?
Pedrinho Guareschi: Tem, na medida em
que eu luto, trabalho para instalação de relações igualitárias, relações de respeito, que é
o que está acontecendo na prática, na medida em que eu luto para que haja mais democracia, igualdade, respeito. Tudo isso. Então,
quem trabalha, por exemplo, em um sindicato, está lutando pela paz, quem trabalha em
associações para que as pessoas possam ter
direito à saúde, também. Essa é a ginástica
de quem está escondido nas academias, escondido nos cursos e que bom que vocês têm
aqui, o Conselho Regional de Psicologia. É
preciso “peitar” essa questão... desmitificar
essa questão da paz.
“Violência e Saúde Mental”
Contato: Como você percebe a relação violência e saúde mental?
Fernanda Otoni: Essa relação violência e
saúde mental é uma relação cunhada muito
mais historicamente do que nós possamos
admitir. Não existe uma relação intrínseca
entre a loucura e a violência. Historicamente e ideologicamente tem sido feito essa relação. Trata-se de uma certa ideologia que
serve às exigências do discurso de uma
época. Neste caso, serve aos ideais de uma
sociedade de segurança máxima e de controle das biografias. Mas o nosso trabalho
com pessoas que responderam com violência a uma determinada situação de embaraço e sofrimento na vida, tem sido a partir
das respostas de cada sujeito, num acompanhamento cotidiano ao lado de cada um,
ofertando recursos para construção de uma
solução para tratamento desse embaraço.
Na convivência com as pessoas em situação de sofrimento psíquico a nossa experiência tem nos permitido desfazer essa idéia
de que existiria uma relação entre violência e loucura e denunciar que essa conexão
serve muito mais a uma compreensão da
loucura como uma doença, como um lugar
perigoso, do que num fazer comprometido
com a experiência humana, porque a violência faz parte da experiência humana, ou
seja, é uma resposta possível em qualquer
condição, não é algo exclusivo da experiência da loucura.
Contato: O programa PAI-PJ tem outra
proposta para o paciente judiciário com
sofrimento psíquico?
Fernanda Otoni: O programa nasceu de
uma conjuntura política na qual os gestores
estavam embaraçados, pois não havia vagas
para os pacientes judiciários num manicômio e era preciso então construir uma alternativa no território da cidade. Nesse sentido,
fomos nos aproximando dessas pessoas que
historicamente tinham por destino o manicômio judiciário e ficavam por lá até morrer. Percebemos que existia todo um leque
de possibilidade que essa solução do encarceramento estava velando. De algum modo,
a lógica da segregação estava nos impedindo
de enxergar o óbvio. Então, o PAI-PJ surge
junto com o esforço de produzir respostas
que dispensam a segragação, junto com uma
oferta de acompanhamento e de sociabilidade. É um programa construído pelas respostas dos próprios pacientes judiciários.
Contato: Quais são as principais diretrizes
que norteiam o PAI-PJ?
Fernanda Otoni: A aposta nas respostas do
sujeito, do indivíduo, é ele que nos dá a direção do acompanhamento, essa é uma das
diretrizes principais - não se vai a lugar nenhum sem estar orientado pelas respostas do
sujeito.
A segunda diretriz é a ampliação da acessibilidade aos recursos da cidade. É colocar à
disposição do sujeito todos os recursos sociais, jurídicos, clínicos, simbólicos, da cultura; todos os recursos que uma cidade oferece para um cidadão, para deles se servir, ao
seu modo, à sua medida. Dar acesso a esses
recursos para que ele possa encontrar algum
modo de satisfação no espaço público.
Contato: Quais são as principais dificuldades enfrentadas para implantar o Programa?
Fernanda Otoni: A principal dificuldade
é o paradigma da periculosidade que persiste no imaginário social, onde ainda sobrevive de maneira muito arraigada essa ideia
de que o “louco é perigoso”. Foi esse preconceito e pensamento de risco que inviabilizou a abertura de portas para uma nova
solução. Essa foi a maior dificuldade. Mas é
interessante destacar que o fato de ter aproximado a loucura do convívio das pessoas
que tinham uma posição segregadora, que
imaginavam perigoso, perigoso, permitiu
que exatamente essa convivência fizesse
a sociedade mudar de opinião. Então, essa
é uma dificuldade que também se resolve
pela convivência.
Contato: Que avanços o Programa conseguiu em MG, desde que foi implantado?
Fernanda Otoni: Que a loucura, o louco,
mesmo que tenha cometido um crime, é um
sujeito de direitos, com capacidade para
responder pela sua ação na cidade. Então,
hoje, em BH, os casos não são mais encaminhados para manicômios judiciários. O
Programa foi ampliado para todo o Estado
de Minas Gerais. Nós estamos entrando no
interior de Minas e também construindo
essa solução de sociabilidade em cada caso
que nos é apresentado. A partir deste mês
de setembro, nós começamos a trabalhar
com os casos do próprio manicômio judiciário, casos que estão internados há muitos anos e estaremos construindo as possibilidades para que eles possam sair de lá.
Então o avanço é esse: a desconstrução da
idéia de necessidade dos manicômios judiciários para atender a essa população. No
lugar da presunção de periculosidade, trabalhamos com a presunção da sociabilidade
e isto faz diferença.
Contato: A exemplo de MG, a expectativa é de que, em outros Estados, haja um
tratamento diferenciado para o paciente
judiciário com sofrimento psíquico?
Fernanda Otoni: Sim! Penso que podemos ultrapassar a situação anterior de segregação, de isolamento, internação por
tempo indeterminado e demonstrar que a
resposta construída fora dos sistemas de
privação de liberdade é muito mais indicativa de laços sociais do que as respostas que
se mostram quando eles ficam trancados lá
dentro. A nossa expectativa é que possamos
acabar com essa ideia de incapacidade e periculosidade associadas à loucura e implementar redes sociais de acompanhamento
às pessoas que não têm acesso aos recursos
por condições históricas, psíquicas e socio-econômicas.3
contato
11
plenária
Plenárias de
Agosto
Na reunião plenária
que aconteceu no dia 28
de agosto, em Curitiba,
as comissões do CRP-08
apresentaram as atividades realizadas durante a
gestão 2007-2010. A síntese dos relatórios encontra-se no site do CRP-08 (www.
crppr.org.br)
Setembro
Na reunião plenária do dia 25 de setembro foram discutidos,
entre outros, os seguintes assuntos:
-
Plenárias nas Subsedes – por motivos econômicos, as reuniões plenárias previstas para acontecer nas subsedes de Cascavel (23
de outubro) e Londrina (27 de novembro) foram suspensas. Nas mesmas datas serão realizadas reuniões plenárias na sede (Curitiba). O
plenário acatou a decisão, por unanimidade.
-
Biblioteca - foi definido que a Biblioteca do Conselho Regional de
Psicologia 8ª Região seja redimensionada, mantendo apenas as publicações dos Conselhos, Ministérios e materiais de interesse restrito ao
desempenho das funções do CRP. As demais publicações serão doadas à UNICENTRO de Irati.
-
Carta aos Plenários dos CRPs - foi lido ao Plenário a Carta
encaminhada pela chapa “Fortalecer a Profissão”, concorrente à gestão (2007-2010) do CFP. “Um galo sozinho não tece a manhã. Ele
precisará sempre de outros galos”.
Colegas das Plenárias dos Conselhos Regionais de Psicologia: Na
mensagem, que deixamos em nosso site www.fortaleceraprofissao.
com, dirigida aos psicólogos, reproduzimos em parte aos colegas
participantes das Plenárias dos diferentes Conselhos Regionais de
Psicologia, pois acreditamos que representa um agradecimento e um
“fechamento” desta etapa do processo eleitoral para o Conselho Federal de Psicologia. Os versos de João Cabral de Melo Neto que nos
inspiraram quando optamos por constituir uma chapa para concorrer
ao Conselho Federal de Psicologia nos inspiram, agora, a AGRADECER aos mais de 30.000 “galos” que acreditaram na nossa proposta,
o que representa 48% dos votos válidos. Cada colega que ler o quadro final de resultados irá fazer a sua interpretação, o seu recorte,
12
contato
considerando as regiões geográficas, as abstenções, os votos brancos
e nulos, enfim, diferentes leituras sobre números que decidiram os rumos da nossa profissão para os próximos três anos. Minha leitura é de
que avançamos muito e que fizemos um significativo número de votos,
embora não o suficiente para vencermos a eleição. Minha leitura é,
também, que com esses resultados a categoria dos psicólogos deixa
um recado que sinaliza para a rejeição ao pensamento hegemônico.
Desde o início do processo eleitoral, sabíamos que seria muito difícil,
mas esperávamos lisura, respeito e debate de idéias e projetos, sem
privilégios àqueles que tinham a representação nas diferentes instâncias do Sistema Conselhos. Talvez apenas um desejo, apenas uma
utopia. Todo o processo eleitoral, independente dos resultados, deixa
amarguras, mas deixa também esperança. Tenho certeza de que todos
nós da Chapa FORTALECER A PROFISSÃO saímos FORTALECIDOS pelos apoios e mensagens recebidas, pela rede de contatos que
estabelecemos, pelos abraços que recebemos de pessoas próximas e
desconhecidas, pelo reconhecimento da nossa trajetória profissional.
Tenho certeza de que este foi um primeiro movimento. Outros movimentos virão, outros atores vão entrar em cena para construir um
coletivo, enfim, “outros galos” com certeza vão tecer outra manhã
para a profissão no Brasil. Muito obrigada a todos que acreditaram
em nós. Aos colegas das atuais e futuras Plenárias, desejo sucesso e
compartilho com vocês o desejo de construir uma Psicologia, como
ciência e profissão, com a qual nos orgulhamos e que não tenhamos
vergonha de ter participado, neste momento, da sua construção. Maria da Graça Corrêa Jacques.”
-
GT de Neuropsicologia – a psicóloga Maria Joana Maeder Joaquim (CRP-08/01899) fez uma apresentação das discussões do GT
de Neuropsicologia. Foi destacado que os métodos neuropsicológicos
compreendem testes e procedimentos que têm como foco principal o
exame do comportamento e, mais especificamente, das funções cognitivas e suas correlações com as funções e áreas cerebrais. O psicólogo especialista em Neuropsicologia precisa estar atualizado e deve
apoiar-se nas publicações recentes para manter a sua prática clínica
dentro do que é preconizado pela comunidade científica.
Considerando a especificidade do Exame Neuropsicológico, o desenvolvimento de métodos de avaliação neuropsicológica está baseado
em pesquisas científicas e estes dados estão em constante revisão, tal
como ocorre em vários campos da saúde e principalmente, das neurociências;
Considerando que dentre as Teses aprovadas pelo Caderno de Deliberações do VI Congresso da Psicologia em 2007 (Tese n10 p. 32),
Fotos: Arquivo
Agosto e Setembro
já estão previstas ações do CFP sobre aspectos da
atuação da Neuropsicologia em áreas consagradas
no campo da saúde, como por exemplo,
demências e cirurgia de epilepsia, onde
os profissionais psicólogos atuam
há vários anos e existem trabalhos
fundamentando esta prática.
O GT em Métodos de Trabalho em Neuropsicologia do CRP 08 propõe:
1) Que os Psicólogos Especialistas em Neuropsicologia sejam orientados a utilizar métodos validados pela literatura científica nacional para
testes e exercícios neuropsicológicos, uma vez que a produção científica nacional tem se mostrado ampla e cada vez mais sólida no campo
das neurociências. Para tanto devem apoiar-se nos trabalhos onde constam descrições claras das amostras e dos grupos controles estudados.
2) Que os testes neuropsicológicos, oriundos de pesquisas multidisciplinares, sejam considerados parte dos métodos de avaliação neuropsicológica e dentro do escopo da atividade desenvolvida por psicólogos
com especialidade em neuropsicologia, visando principalmente à integração e cooperação entre profissionais da saúde.
3) Que seja incentivada a criação de Grupos de Trabalho sobre Neuropsicologia nos diferentes conselhos regionais, pois vários estados
brasileiros já contam com psicólogos que atuam nesta área.
-
DETRAN-PR - foi informado ao plenário que o DETRAN-PR, por
meio do Ofício 7536, solicitou orientações ao CRP-08 para o atendimento às Resoluções do CONTRAN e do CFP. A Cons. Anaídes Pimentel da Silva Orth (CRP-08/01175), da COF do CRP-08, relatou as
ações desenvolvidas junto ao DETRAN-PR, até o momento.
-
Discussões sobre Resoluções - nas reuniões da COF, às sextas-feiras, exceto a primeira do mês, das 14h30 às 15h30, estão sendo organizadas discussões, por meio do skype, sobre as Resoluções do CFP.
Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas - o Psic.
Guilherme Azevedo do Valle (CRP-08/02932) informou ao plenário
que assumiu a presidência do Conselho Municipal de Políticas sobre
Drogas e falou das dificuldades de organização e mobilização para os
debates naquele Conselho.
-
Relatórios de Gestão - foram apresentados os relatórios de gestão (2007-2010) das subsedes de: Maringá, Cascavel e Londrina e
das representações setoriais de: Guarapuava, Campos Gerais, Foz do
Iguaçu, Litoral, Paranavaí, Sudoeste, Umuarama e União da Vitória.
A síntese dos relatórios encontra-se publicada no site do CRP-08.
-
GT sobre o Papel do Psicólogo no Sistema Prisional - foi
informado que já houve uma reunião, no dia 24 de setembro, do GT
formado para discutir o papel do Psicólogo no Sistema Prisional, especificamente no que se Refere à Resolução CFP 009/2010, suspensa
por seis meses. Enquanto encaminhamento, o GT, que é coordenado
pela Comissão de Orientação e Fiscalização do CRP-08, considerou
como primordial escutar e discutir com os profissionais do Paraná que
atuam no sistema prisional.
-
Observatório de Políticas Públicas - a Psic. Fernanda Rossetto
(CRP-08/12857) leu documento, elaborado pelo grupo de instituições
que compõem o Observatório de Políticas Públicas, referente a pedido de esclarecimentos quanto à utilização do potencial construtivo,
para fins não previstos na Lei nº 9803 de 2000 – na reforma da Arena
da Baixada para a Copa de 2014. O documento será entregue ao Dr.
Marco Antônio Barberi - Procurador-Geral do Estado - Curitiba – PR
e Claudine Camargo Bettes - Procurador-Geral do Município Curitiba
– PR. Ref. Assinam a solicitação as entidades que compõem o Observatório Social de Políticas Públicas do Paraná, com secretaria sediada
na Terra de Direitos, organização de Direito Humanos, estabelecida
à Rua Des. Ermelino de Leão, nº. 15, conj. 72. O plenário deliberou,
por unanimidade, assinar o documento em conjunto com outras instituições da Sociedade Civil Organizada.
-
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) - o Psic. André
Luiz Vendel (CRP-08/14073) relatou que há uma campanha em defesa da ADIN 1923 e contra as terceirização dos serviços de Saúde.
O Fórum Popular de Saúde do Paraná - FOPS/PR organizou a Campanha e conseguiu marcar a reunião com o Ministro Ayres Britto, do
Supremo Tribunal Federal – STF. A intenção na reunião é de: a) Entregar o abaixo-assinado e a carta assinada pelas entidades em apoio
à aprovação da ADIN 1.923, que contesta a “lei das Organizações
Sociais (OS)”; b) Relatar os problemas que usuários do SUS e seus
trabalhadores têm enfrentado com essa modalidade de gestão; c) Discutir como esse modelo fragmentador vai na contramão da construção
do Sistema Único de Saúde. Solicita que a carta assinada por mais de
280 organizações, entre elas este CRP, seja amplamente divulgada. O
plenário acata, por unanimidade, a sugestão do psicólogo.
-
Comissão de Saúde Mental do Conselho Estadual de Saúde (CES) - foi definido que o Psic. André Vendel será o representante do
CRP-08 na Comissão Estadual de Saúde Mental do CES/PR.
Secretaria Municipal de Saúde
de Curitiba - em reunião na
Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, no dia 24 de setembro, a coordenadora de Saúde Mental do município, a Psic.
Cristiane Venitikides, convidou os
representantes deste CRP no Conselho Municipal de Saúde, para fazerem
uma imersão nos serviços de Saúde
Mental do Município, para conhecimento de seu funcionamento. Ela também foi
convidada a apresentar ao Plenário, em data
a ser confirmada, o Plano de Saúde Mental
do município de Curitiba.3
contato
13
contatoartigo
Campanha do
Psicólogo 2010
Esse ano a Campanha do Psicólogo abordou temas
relacionados à liberdade, cidadania, coletividade, discussão e participação social.
A seguir você confere três artigos produzidos por
psicólogos sobre o tema da Campanha 2010.
O Valor Terapêutico
da Responsabilidade
Maria Olivia das Chagas e Silva (CRP-08/02540)
A partir dos anos 60 do século passado, muito se falou
a respeito da liberdade como meio de permitir e ampliar o crescimento pessoal em todas as áreas. A educação libertária de
Summerhill ganhou adeptos em todo o mundo. Como reação às
normas rígidas que prevaleciam na sociedade até os anos 50, passou-se a defender a liberdade como o principal valor dessa nova
sociedade.
No Brasil, a busca dos jovens estudantes pela liberdade
logo foi tolhida pela ditadura implantada em 1964. Com a abertura política, nos anos 80, como reação ao período negro que se
encerrava, entra-se numa busca desenfreada por mais e mais liberdade. Esse movimento acompanha o que já acontecia no resto
do mundo: liberdade para usar drogas, para dirigir em alta velocidade, para não seguir regras nas ruas, na gramática ou na música.
Na década de 90, chega-se ao que Eric Hobsbawm chama
de “retorno à barbárie”: um mundo violento, onde todos querem
sempre mais direitos, sem assumir deveres. A falta de senso de
limites dos pais libertários deixa-os sem parâmetros para educar os filhos, incapazes de oferecer a estes um ambiente seguro
e acolhedor, pois só nos sentimos seguros e bem acolhidos onde
podemos reconhecer normas claras e coerentes. E isso era bem
não disponível nesses lares instáveis.
Chegamos aos dias de hoje, quando há um clamor geral
por mudança, por um novo sentido para a vida. Todos querem sair
dessa loucura, mas a maior parte das pessoas não sabe o rumo a
tomar. Procura-se, então, a ajuda do psicólogo.
Como ajudar? Podemos assumir a responsabilidade que
nos cabe nesse desenvolvimento histórico recente. Se estamos
14
contato
aqui, de alguma forma participamos, mesmo que tenha sido com
a nossa omissão e passividade.
Só depois desse autoexame, depois de reconhecermos
onde erramos ou acertamos, onde fomos covardes, omissos, apenas mais uma rês no rebanho, ou quando tivemos a coragem de
assumir uma posição contrária à da maioria, só aí é que poderemos auxiliar quem nos procura a fazer igual exame, assumir a
responsabilidade pelos seus atos e, assim, reconhecer-se como
sujeito de sua história pessoal.
A liberdade é terapêutica.
A cidadania é uma conquista.
Leticia Silveira Netto (CRP-08/IS191)
Solange Iamin (CRP-08/12219)
Sônia Pessanha Hadas (CRP-08/12317)
Elizabele Sobrinho (CRP-08/05150)
Pensar a liberdade como terapêutica, a partir do viés da
Psicologia, nos remete à origem e à essência da desinstitucionalização da doença psiquiátrica. Lança-se um outro olhar sobre o
sofrimento psíquico. Colocar a doença e o próprio portador de
doença mental em outro lugar que contribua para sua inclusão
social e reconheça seus direitos, implica na desconstrução de
um modelo e a construção e implantação de outro. É necessário questionar paradigmas e confrontar padrões instituídos. É
preciso modificar e transformar a relação que a sociedade estabelece com a doença mental.
Os psicólogos, comprometidos na construção de uma sociedade democraticamente organizada, que cada vez mais afirme
valores e direitos que dignifiquem a pessoa, engajam-se em novas
propostas e modelos alternativos inclusivos que respeitem as diferenças e a defesa dos direitos de liberdade. São as diferenças que
conferem força ao conceito de igualdade, o qual se afirma como
um direito e reconhecimento das singularidades.
Quando se pensa em outras formas e modelos de assistência ao portador de doença mental, pensa-se para além do hospital.
Alternativas que não perpetuem a exclusão da pessoa da sua família, do seu trabalho, da sua comunidade, mas que possibilitem
resgatá-lo socialmente, contribuir para a sua autonomia e a sua
participação como cidadão. Cidadania não comporta alienação e
exclusão, e sim participação e envolvimento. Livre para o convívio, para o trabalho, para realizar escolhas no seu dia a dia.
As políticas públicas, alicerçadas na constituição de
1988, contém uma visão de saúde cujo entendimento inclui aspectos econômicos, sociais e ambientais na vida das pessoas.
Nessa visão, as ações de saúde têm o propósito de privilegiar o
coletivo e o exercício da cidadania.
Especificamente com relação à saúde mental, legalmente
se introduziram regras visando o atendimento integral e, nesse
sentido, a Reforma Psiquiátrica e o trabalho baseado em rede de
atendimento, tendo ainda muito a ser feito, continua a ser desenvolvido e aprimorado.
Quando pensamos o psicólogo no contexto das Políticas
Públicas, sua prática precisa ser transformada, pois culturalmente carrega em sua formação o atendimento construído e dimensionado a partir e para a demanda individual, precisando voltar
seu olhar para o coletivo. As propostas colocadas pelo modelo implantado de saúde pública exigem dos cursos responsáveis
pela formação do psicólogo a instrumentalização para o exercício da clínica nos diferentes contextos. A Clínica Ampliada,
sustentada em diferentes abordagens, permite uma gama de possibilidades para trabalhar, de forma individual ou grupal, com
oficinas psicossociais, terapêuticas, acompanhamento terapêutico, intervenções em crise, mediações, etc.
Existe o desafio, para o psicólogo, da transformação e qualificação de sua prática de forma a contribuir com modelos de intervenção e assistenciais, que privilegiem a saúde mental, a inserção
social e o respeito dos direitos do portador de doença mental. Dessa
forma pode-se assegurar que a liberdade é terapêutica e que possibilita a (re)conquista da cidadania.
A Responsabilidade
como Terapêutica
Thereza Salomé D’Espíndula (CRP-08/04776)
O psicólogo é um profissional da área de saúde que pretende auxiliar os indivíduos em sua busca pela qualidade de
vida. Mesmo trabalhando sob diversos enfoques (as chamadas
“linhas”), este profissional tem como principal instrumento de
trabalho estabelecer um vínculo com o atendido, auxiliando-o,
assim, em sua caminhada rumo a uma vida mais estável emocionalmente, visando mais equilíbrio em seus relacionamentos e um
significativo aumento em seu autoconhecimento.
Não há milagre nem tampouco solução-relâmpago; tal
tipo de trabalho exigirá de ambos – psicólogo e atendido – um
bom dispêndio de tempo, o acolhimento não-paternalista por
parte do primeiro e a vontade de mudar por parte do segundo.
Tal processo não se dá, portanto, sem dor ou sofrimento, sem
gasto de energia, sem um repensar expectativas e relações.
Assim, a responsabilidade de ambos, no que concerne ao
comprometimento com o trabalho a ser realizado, é o cerne da
questão e a perspectiva de um bom resultado. Responsabilidade,
nesse caso, pressupõe fazer o melhor possível, com qualidade,
ética, autocrítica e amor pela profissão, por parte do profissional
da psicologia. Quanto ao atendido, responsabilidade implica em
um desejo real de mudança, respeito pelo trabalho que se encontra em andamento e um olhar para dentro de si, a fim de buscar
novas soluções.
A responsabilidade, então, é muito mais que um valor
ético ou um recurso terapêutico; ela é terapêutica na medida em
que enriquece ambos os lados e redunda em uma visível melhoria da qualidade de vida.
contato
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matériacapa
O Psicólogo e o
Exame Criminológico:
Resolução 009/2010 em discussão
Uma Resolução do Conselho Federal de Psicologia, publicada em junho de 2010 e suspensa, por seis meses, desde setembro, está gerando discussão entre a categoria. A Resolução
nº 009/2010 proibia o psicólogo que atua nos estabelecimentos
prisionais de realizar o exame criminológico.
Como a Resolução afeta diretamente a atuação dos psicólogos que atuam no Sistema Prisional, e, em nível nacional, está
em discussão, a Revista Contato coloca em debate essa questão.
Nesta matéria há informações sobre as principais restrições previstas na normativa, o motivo da suspensão, o exame criminológico, a divulgação de iniciativas do CRP-08 de proporcionar
um amplo debate sobre o assunto, considerações da Comissão de
Psicologia Jurídica e comentário de psicólogos que atuaram ou
atuam no sistema prisional.
-o psicólogo que atua no sistema prisional, respaldado, segundo o CFP, pela Lei Execução Penal n° 10792/2003,
somente deveria realizar atividades avaliativas com vistas à
individualização da pena quando do ingresso do apenado no
sistema prisional. Quando houvesse determinação judicial, o
psicólogo deveria explicitar os limites éticos de sua atuação
ao juízo e poderia elaborar uma declaração – documento objetivo, informativo e resumido, com foco na análise contextual
da situação vivenciada pelo sujeito na instituição e nos projetos terapêuticos por ele experienciados durante a execução
da pena.
Motivo da suspensão
O artigo 4º da Resolução 009/2010, que trata da elaboração de documentos escritos, estabelece que:
A suspensão da Resolução nº 009/2010 se deu pela decisão do CFP acatar a Recomendação da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul – Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão - que requereu a suspensão da normativa, sob
pena de que o Conselho Federal de Psicologia respondesse a
Ação Civil Pública.
-é vedado ao psicólogo que atua nos estabelecimentos
prisionais realizar exame criminológico e participar de ações
e/ou decisões que envolvam práticas de caráter punitivo e disciplinar, bem como documento escrito oriundo da avaliação
psicológica com fins de subsidiar decisão judicial durante a
execução da pena do sentenciado;
O CFP destacou que, apesar da recomendação ter sido
acatada, a Resolução nº 009/2010, havia sido aprovada pelo conjunto dos Conselhos de Psicologia sob a égide da crítica às instituições penitenciárias que, de maneira geral, não cumprem sua
função de ressocialização, descumprindo a Lei de Execuções Penais no tocante à instalação da Comissão Técnica de Classifica-
A Resolução
16
contato
ção e delegando ao exame criminológico a decisão sobre a progressão de pena. Foi em vista disso que o CPF vetou a realização
do exame criminológico pelos psicólogos. Tal exame, segundo o
Conselho Federal de Psicologia, não atende aos princípios éticos
e técnicos da profissão.
A suspensão da Resolução também busca resguardar
psicólogos que vêm sendo ameaçados de prisão, por serem obrigados a acatar a decisão do Conselho Federal de Psicologia, pela
não realização do exame criminológico.
Atribuições do Psicólogo Jurídico
Conforme o CRP-08, a Resolução contraria orientações
anteriores do CFP, contempladas na publicação “Profissão Psicólogo - Legislação e Resoluções para a prática profissional”,
número 2 de 2007, do Sistema Conselhos de Psi-
cologia, portanto do CFP e Conselhos Regionais. No Anexo
II dessa publicação, páginas 264 e 265, estão definidas as especialidades a serem concedidas pelo CFP, entre as quais a de
Psicólogo especialista em Psicologia Jurídica. Na descrição das
atribuições, incluem-se: fornecer subsídios ao processo judicial;
orientar a administração e os colegiados do sistema penitenciário sob o ponto de vista psicológico; realizar avaliação das características da personalidade, através de triagem psicológica,
avaliação de periculosidade e outros exames psicológicos no
sistema penitenciário, para os casos de pedidos de benefícios,
tais como transferência para estabelecimento semi-aberto, livramento condicional e/ou outros semelhantes.
O que é o exame criminológico?
O exame criminológico, uma avaliação multidisciplinar, foi instituido pela Lei de Execução Penal 7.210/84. De
natureza diagnóstica, tem o objetivo de buscar compreender o comportamento criminoso, através do estudo dos fatores que estariam associados ao mesmo. Este instrumento inclui exame clínico/psiquiátrico, psicológico e social.
Pela referida lei, (artigo 8º) o condenado ao cumprimento de pena, em regime fechado, seria submetido ao exame criminológico quando do ingresso no sistema penitenciário, para a obtenção dos elementos necessários a uma
adequada classificação, com vistas à individualização da
execução. A legislação também previa, conforme a redação
original do artigo 112, a obrigatoriedade do exame criminológico, para a concessão de progressão do regime fechado
para o semi-aberto. Mas a Lei 10.792/2003 alterou a LEP
7.210/84 e deixou de exigir o exame criminológico.
Na prática
O relato e crítica de alguns psicólogos, que trabalham no sistema prisional, dão conta de que o exame criminológico é realizado hoje, em muitas cidades (comarcas), por determinação judicial, quando o preso ou seu
advogado solicitam a progressão de regime. Este pode
estar em regime fechado ou em semi-aberto, e só é realizado a partir de solicitação do juiz. A crítica é que o
mesmo deveria ser feito quando o preso ingressa no sistema, com vistas ao plano individualizado de tratamento, e não só para prognóstico da reincidência criminal.
Comissão de Psicologia Jurídica
A Comissão de Psicologia Jurídica produziu um
texto no qual evidencia alguns aspectos, para subsidiar a
discussão em torno da Resolução 009/2010, que é apresentado a seguir:
contato
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“Há alguns anos, observou-se a insatisfação do psicólogo
no âmbito judiciário quanto à restrição de suas atividades às avaliações, pareceres, laudos, etc., os quais, em muitos casos, restringiam-se a subsidiar decisões judiciais.
Atualmente, através de sua atuação profissional, o psicólogo, dentro dos princípios éticos, conquistou espaço de grande
relevância à categoria.
Ainda prevalece a atividade avaliativa. Frente ao que estabelece a Resolução, compreendem-se os sentimentos de surpresa, apreensão e insegurança quanto ao exercício profissional.
Há uma expectativa quanto ao desfecho desta discussão, uma
vez que, para alguns colegas, a resolução 009/2010 é uma referência de
segurança no ambiente de trabalho e, para outros, perda de espaço, senão ‘encolhimento’ no campo de atuação do profissional.
A polemização sobre o Exame Criminológico veio evidenciar diferentes posicionamentos, por parte da categoria, com relação à matéria.
Alguns colegas ressaltam a importância do papel do psicólogo no Sistema Prisional, no qual, além dos conhecimentos pertinentes à área clínica, deve desenvolver novas referências conceituais,
objetivando o aperfeiçoamento técnico.
Outra manifestação foi a preocupação angustiante dos psicólogos quanto ao número de profissionais no quadro funcional
de algumas instituições do Estado do Paraná (dois psicólogos para
968 apenados!), acrescida da necessidade contínua de uma maior
integração entre o Judiciário, Departamento Penitenciário e Conselhos Profissionais.
Neste primeiro movimento de debates e reflexões sobre a
Resolução 009/2010, a realidade do Sistema Prisional remete a uma
preocupação quanto à qualidade do trabalho de todos os profissionais envolvidos com a prevenção e intervenção no atendimento ao
apenado”.
(Comissão de Psicologia Jurídica do CRP-08)
Posicionamento do CRP-08 na APAF
O exame criminológico foi discutido no Sistema Conselhos de
Psicologia, e, portanto pelo CFP e pelos Conselhos Regionais, na última Assembléia das Políticas, da Administração e das Finanças do Sistema Conselhos de Psicologia (APAF), realizada em maio, em Brasília.
Na oportunidade o CRP-08 se posicionou contrário à redação do texto, que originaria a Resolução 009/2010 e, portanto,
proibiria o psicólogo de realizar o exame criminológico no sistema prisional, por entender que o assunto, até aquele momento,
18
contato
havia sido pouco discutido entre a categoria.
Ações do CRP-08
Com o objetivo de ampliar a discussão, os Conselhos Regionais, incluindo o CRP-08, estão realizando grupos de trabalho,
encontros e diálogos com profissionais da área para qualificar a
discussão.
O GT, formado no CRP-08, para discutir, entre outras,
a Resolução 009/2010, está sendo coordenado pela Comissão de
Orientação e Fiscalização (COF). Até o dia 15/10 o GT havia realizado duas reuniões.
“Entendemos que as novas normativas problematizam o
papel do psicólogo jurídico, na tentativa de estabelecer não só com
a nossa categoria, mas com a justiça um diálogo maduro, coerente e
consistente do ponto de vista teórico e metodológico. O que temos
certeza é que uma posição submissa, na qual simplesmente cumprimos o que nos é solicitado, sem refletirmos ética e tecnicamente,
não condiz com o papel social que queremos cumprir”, avaliaram
as psicólogas Anaídes Pimentel da Silva Orth (CRP-08/01175) Presidente Conselheira da COF – e Anita Castro Menezes Xavier
(CRP-08/12770) – colaboradora da COF.
Além do GT, a Resolução 009/2010 será discutida numa
Mesa Redonda, no dia 24/11, às 19h, na sede do CRP-08, em Curitiba. A discussão vai contar com transmissão simultânea através
do site do CRP-08 (www.crppr.org.br). Durante a Mesa Redonda
será possível enviar e-mails com comentários ou perguntas para
[email protected].
Fórum
Se você, psicólogo, quer contribuir nessa discussão, participe do Fórum, através do site do CRP-08, ou envie um e-mail com
seus comentários para [email protected]
Comentários
A pedido da Revista Contato, dois psicólogos - uma que atua no sistema prisional no Paraná e outro que atuou no sistema
prisional em São Paulo – enviaram comentários sobre o Exame Criminológico. Confira:
“Realizamos o exame criminológico quando existem as
solicitações judiciais. A equipe, quando o preso ingressa
nas unidades, realiza um procedimento chamado de triagem, com entrevistas multidisciplinares, e estas informações são discutidas em reuniões pela Comissão Técnica
de Classificação, visando encaminhamentos necessários e
possíveis para o tempo em que cumprirá sua pena. O exame criminológico detalhado, estruturado, poderia contribuir com uma melhor investigação acerca deste sujeito, e
também poderia ser observada sua possível evolução, mas
uma avaliação destas requer mais tempo e mais profissionais, e o sistema tem um número reduzido de profissionais
disponíveis. Muitos profissionais adotam instrumentos que
complementam a avaliação, como os testes psicológicos,
e isso requer investimentos de recursos materiais e humanos. No universo da Psicologia Jurídica, mesmo nas esferas forenses, o que ocorre é que as avaliações, e os documentos decorrentes destas, se tornam públicos quando são
anexados aos processos. E, então, o que é, ou deveria ser,
apenas uma contribuição da Psicologia para o Direito, e
para o sujeito em si, fica exposta, em muito da sua intimidade, e ainda amplia o risco de distorções e interpretação
das palavras, o que muitas vezes resulta em ameaças aos
profissionais ‘a senhora sabe que é responsável por eu estar mais tempo preso?’ Claro, distorção, pois o único que
pode conceder seu benefício é o juiz, mas isso ocorre com
certa frequência, e haja habilidade para esclarecer! Portanto, vejo sim, que o sigilo é completamente comprometido. Acredito que deveria haver um mecanismo de proteção
destas informações. Mas, ao invés disto, preferem abolir
sua existência, ao invés de melhorá-la”.
“No campo do exercício profissional do psicólogo, a gente observa, às vezes, essa mania de se apelar
para a proibição e ameaça de punição do profissional.
Sou contra a proibição do psicólogo realizar o exame criminológico, porque não vejo implicação ética neste tipo
de exame. O que pode ocorrer são falhas éticas em sua
forma de realização, assim como falhas técnicas. Por sua
natureza, esse exame é um diagnóstico criminológico, isto
é, um exame que tem por objetivo buscar compreender a
dinâmica do comportamento criminoso, através do estudo dos fatores associados à conduta criminosa. Não é um
exame que se identifica como unicamente psicológico, mas
é de natureza essencialmenete interdisciplinar, que integra vários aspectos como: psicológicos, psiquiátricos, sociais, econômicos, familiares e outros. Agora, mesmo tendo seu núcleo centrado no diagnóstico, ele pode até, não
obrigatoriamente, resultar num prognóstico. Através do
prognóstico, procurar-se-ia avaliar a probabilidade que o
preso tem de voltar a delinquir. Este é indiscutivelmente o
seu ponto mais vulnerável e dificilmente defensável. Principalmente em função disso, sou favorável, sim, ao exame
criminológico, desde que ele seja realizado no início do
cumprimento da pena, mais próximo da época do crime,
com o fim de oferecer subsídios para individualização da
execução. No caso de se realizar uma avaliação do preso
ao longo da execução, para fins de instrução dos pedidos
de benefícios legais, como o de progressão de regime, vejo
como mais adequado o parecer da Comissão Técnica de
Classificação, que é de natureza essencialmente diferente do exame criminológico, e também é interdisciplinar.
No entanto, deve-se reconhecer que há exceções, pois há
casos que merecem cuidados especiais e em relação aos
quais, aí sim, vejo necessidade do exame criminológico:
casos bem graves e sintomáticos, como, por exemplo, os
crimes sexuais, crimes de pedofilia, crimes contra a vida,
crimes de latrocínio, sobretudo os que são praticados com
requintes de perversidade e crueldade”.
Karine Belmont Chaves (CRP-08/09262)
Psicóloga de Foz do Iguaçu-PR, especialista em Psicologia Clínica, atua na SEJU/DEPEN-PR. Professora
de Psicologia Jurídica da Faculdade UNIFOZ.
Prof. Dr. Alvino Augusto de Sá
Professor da disciplina de Criminologia da Faculdade de Direito da USP, professor de Psicologia
Criminal da Faculdade de Psicologia da Universidade Presbit. Mackenzie e Diretor da Clínica Psicológica da Universidade de Guarulhos-SP 3
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EXCELÊNCIA
FLEXIBILIDADE
MODULARIDADE
www.fae.edu
41 2105 4087
20
contato
artigocontato
A Prática Hospitalar
da Psicologia
*Comissão de Psicologia Hospitalar do CRP-08
Em novembro de 2010 acontece o X Fórum de Psicologia Hospitalar. Trata-se de um evento itinerante, que acontece
a cada ano em um dos hospitais participantes da Comissão de
Psicologia Hospitalar, sempre buscando enfocar em seus temas
as características de atuação da instituição que recebe o Fórum. Em alusão a este evento, a comissão apresenta algumas
considerações a respeito da inserção do psicólogo no ambiente
hospitalar.
O psicólogo dentro do hospital imprime qualidade ao
atendimento ao paciente, seus familiares e equipe de saúde. É
notado que o psicólogo, por sua atuação, já conquistou seu espaço na instituição hospitalar, o que também é exigido por portarias e resoluções do Ministério da Saúde*.
A prática acontece em diversas realidades, como hospitais públicos, privados ou filantrópicos, seja hospital geral ou
psiquiátrico, em caráter de internação ou atendimento ambulatorial. As formas de contratação do psicólogo hospitalar são variadas, podendo ser por concurso público, celetista ou prestação
de serviço terceirizado, o que não deve influenciar na qualidade
da atuação e postura ética do profissional.
A população atendida também é muito diversificada,
de todas as faixas etárias, quadros clínicos e/ou especialidades. Assim sendo, é exigido do profissional da psicologia hospitalar um “rol” de entendimentos sobre a complexidade do
ser humano: o doente crônico, o idoso, a criança, o paciente
psiquiátrico, o vitimizado, o paciente cirúrgico, o oncológico, entre outros. Em muitos momentos faz-se necessária uma
atuação direta com os familiares, como no acompanhamento
a pacientes idosos, ou politraumatizados com lesão medular
ou mesmo em coma.
É este caráter diverso que diferencia a especialidade do
psicólogo hospitalar e oportuniza desafios constantes, proporcionando crescimento profissional e ampliando conhecimentos.
Com relação às abordagens teóricas, o profissional possui liberdade de escolha, sempre tendo como norte a cientificidade, uma
vez que o espaço institucional não pode limitar o desenvolvimento teórico do trabalho.
A princípio a pessoa, quando hospitalizada, não busca
pelo atendimento psicológico, pois tem como principal angústia
o tratamento de sua dor, sua doença. Desta forma, o profissional
de psicologia realiza o seu trabalho por meio de busca ativa e/
ou pedidos de consulta, tendo como foco a promoção de saúde
mental de forma ampla. Entretanto, a atuação não se restringe à
internação do paciente, fazendo-se necessário ao psicólogo hospitalar um olhar para além “das paredes” do hospital, na medida
em que busca redes de apoio aos pacientes e familiares e realiza
encaminhamentos a serviços externos necessários para a integralidade do ser humano.
No cuidado integral do paciente é necessária a integração da psicologia com as demais áreas e serviços de saúde, a
fim de promover melhor qualidade de vida aos indivíduos. Em
nossa realidade, percebemos que os profissionais avançam cada
vez mais para um trabalho em equipe, não apenas multidisciplinar, mas transdisciplinar, na medida em que interagem e trocam
saberes em benefício do paciente.
É percebido que muito já foi conquistado no que diz respeito à atuação do psicólogo hospitalar. Mesmo assim, há muito
a se conquistar, pois os desafios são constantes. O profissional
deve valorizar sua própria atuação, pautando-a na ética e na
cientificidade, agregando valor à sua profissão.
Legislação do Ministério da Saúde sobre a inserção do Psicólogo em Hospital Geral:
Portaria 3477, de 20 de agosto 1998 – Gestação de alto risco.
Portaria 3432, de 12 de agosto 1998 – Unidade de Tratamento Intensivo.
Portaria 211, de 15 de junho 2004 – Articulações dos centros de nefrologia em todos os níveis de atenção.
GM/MS 1075, de 04 de julho de 2005 – Atenção ao paciente portador de obesidade.
Resolução da ANVISA RDC - 07 de 24 de fevereiro de 2010 - Assistência psicológica ao paciente na UTI.
21
matériacontato
As contribuições dos
Mineiros à Psicologia
das Relações Humanas
*Reginaldo Clécio da Silva
**Thais Ghisi Mehl
Nos últimos meses, o mundo voltou os olhos para médicos e psicólogos durante a tragédia que provocou o confinamento
de 33 mineiros na mina San José, no deserto do Atacama, Chile.
O estado de saúde física e mental foi a primeira e mais
duradoura preocupação das autoridades para que o caos não se
instalasse dentro de uma mina que não atendia a todas as regras
de segurança exigidas para tal atividade.
Surpreendentemente, antes mesmo da ação técnica dos
profissionais da saúde, os mineiros, com toda a simplicidade e
provavelmente sem nenhum conhecimento das técnicas psicossociais de sobrevivência, mostraram ao mundo uma grande capacidade de convivência através de princípios básicos de organização
e de um objetivo comum muito claro: a sobrevivência. Quando
dividiram as tarefas, as funções e a quantidade de alimentos e
de água potável restantes estavam, na verdade, dando o primeiro
passo para o início do processo de uma luta incessante pela vida.
Mostraram ao mundo do senso comum que é possível estabelecer uma situação de ordem e controle quando se tem um objetivo
claro e indiscutível a um determinado grupo social. Estavam ali,
sob os olhares dos mundos leigo e científico, através das poucas
imagens transmitidas e dos bilhetes enviados, nos dizendo que
o instinto de sobrevivência era mais forte diante de focos de depressão e de tensão múltipla que já estavam em pleno surgimento.
Diante daquela situação de caos, desordem e estresse total, onde
predominou a igualdade de direitos (o direito à vida), coube, naturalmente, ao mineiro mais experiente do grupo, Luiz Urzua, o
exercício da liderança, demonstrando a necessidade nata do ser
humano em relação ao ordenamento social para uma possibilidade
pacífica de convivência. Neste caso específico, o grupo precisava
de um líder que estivesse “mais preparado” para apontar o melhor caminho rumo à solução daquela situação de confinamento.
O mundo, do lado de fora, igualmente coordenado por
Alberto Iturra, psicólogo escolhido para assistir profissional-
*Reginaldo Clécio da Silva - Jornalista e Acadêmico do Curso
de Psicologia da FAA – Foz do
Iguaçu
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contato
**Thais Ghisi Mehl - Psicóloga
– CRP-08 /9904 - Especialista
em Psicologia Jurídica e professora na FAA – Foz do Iguaçu
mente ao grupo, fez a sua parte. Depois do primeiro contato
com a realidade externa, que só aconteceu 17 dias após o acidente, o restabelecimento da comunicação foi fundamental para
manter a motivação e a esperança de saírem todos vivos de lá.
O trabalho psicológico realizado, desde então, foi decisivo na
manutenção do estado emocional dos mineiros, utilizando-se,
para isso, a estratégia de manter e ampliar o contato com o mundo real, principalmente com a família, grupo social de extrema
importância na vida do ser humano.
Outras estratégias incluíram a oferta da realização de sonhos, como viagens gratuitas ao grupo para a Grécia, visitas futuras a times de futebol como o Real Madrid e o Manchester
United e até o envio de vídeos de jogadores famosos como Pelé,
Maradona e Ronaldinho, com a finalidade de descontração e relaxamento. Tais estratégias, de cunho psicológico-científico, possibilitaram ao grupo certa convicção de que a salvação seria eminente, mantendo acesa a motivação em busca da sobrevivência.
Diante dos fatos, cabe uma analogia: os mineiros, ao contrário dos astronautas, que são preparados para longos períodos de confinamento, tiveram que aprender a lidar com suas emoções e ansiedades sem qualquer treinamento. Nos últimos momentos, acenderam
velas num gesto simbólico de “adeus” àquela situação, vivenciando
o luto pelo confinamento e preparando-se para uma nova etapa de
suas vidas. Parabéns a Urzua que, enquanto líder, desafiou a morte
simbolizando a vida. Não esmoreceu e nem adoeceu, pois, se isto
tivesse acontecido, a referência da esperança estaria extinta, culminando, logo no início, o caos total embaixo da terra.
Enfim, torcemos, com ansiedade voraz, que Alberto
Iturra, ou qualquer um dos mineiros resgatados, escreva algo
sobre o desafio e a experiência do confinamento vivido por 69
dias, pois nesse valioso material estarão contidas, certamente,
manifestações humanas/comportamentais jamais relatadas na
história das relações entre os indivíduos.
sériescontato
relatos de
experiência
série
Saúde Mental
Como o Departamento de Comunicação do CRP-08 recebeu dois relatos de experiências de profissionais que atuam
na Saúde Mental, no Paraná – uma em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em Castro, e outra de Londrina – optou-se
por publicá-los nesta edição. Já a terceira matéria da Série Saúde Mental, que vai abordar os leitos psiquiátricos no Paraná,
será publicada na próxima Revista Contato.
A Série está aberta para novos relatos de psicólogos que atuem nessa área. Para isso basta enviar um e-mail para
[email protected]. Participe da discussão em torno da luta antimanicomial e a Reforma Psiquiátrica.
Reforma Psiquiátrica: ousando construir
uma nova maneira de cuidar
Lucimar Coneglian – Psicóloga (CRP-08/02205) ,
trabalha no CAPS de Castro (PR)
O CAPS de Castro nasceu em dezembro de 2005. Portanto, está em vias de fazer 5 anos. Sua gestação foi repleta de
incertezas e disposição duvidosa. Será que de fato um serviço
aberto é indicado para o tratamento de pessoas com transtorno mental?
Na época, o único tratamento oferecido na cidade
para as pessoas com transtorno mental moderado e severo
era a internação psiquiátrica. Por décadas o Hospital Psiquiátrico Franco da Rocha - da cidade vizinha Ponta Grossa
- foi referência de tratamento para os castrenses, sendo que
após intensa polêmica pública, foi fechado no final de 2004.
Com 200 leitos psiquiátricos, a sensação na região era que,
com esse fechamento, o ‘caos da loucura’ estaria instalado.
Claro que no discurso do caos estava escondida uma
questão histórica econômica: o tratamento para o transtorno
mental virou um grande mercado. Considerar que os únicos e
eficazes tratamentos para a pessoa com transtorno mental é o
asilamento e a medicalização atende a dois grandes interesses:
o dos proprietários de hospitais psiquiátricos e o da indústria
farmacêutica.
O tratamento asilar está pautado na lógica biomédica do transtorno mental, onde a doença é concebida como
maior do que o doente, visto que “a psiquiatria colocou o
doente entre parênteses para ocupar-se do estudo da doença,
tendo assim construído um objeto fictício, pois não existe a
doença sem o sujeito de sua experiência” (AMARANTE,
1995, p. 493).
E como ficou o tratamento do castrense com transtorno mental na contemporaneidade da Reforma Psiquiátrica? A
tabela abaixo apresenta os dados de internação psiquiátrica
no período de 2003 a 2009:
Fonte: DATASUS – Elaborado por Lucimar Coneglian
De mais de 60 internações/ano em 2003, de pessoas com
transtorno mental,-diagnóstico de esquizofrenia - residentes em
Castro, foram internados em 2009, um total de 9 pessoas. Isso
demonstra que lugar de tratamento não é a exclusão, mas sim
em serviços regidos pela lógica de olhar essas pessoas exatamente como são: sujeitos em sofrimento psíquico que merecem
respeito. Sujeitos que merecem tratamento baseado em critérios
técnicos e não econômicos ou preconceituosos. Sujeitos de direitos e de desejos, como qualquer ser humano.
Vale registrar que não tenho indisposição quanto à
internação psiquiátrica. Este é um tratamento indicado para
algumas situações específicas, e que pode ser efetivado em
hospitais gerais, como preconizado na modernidade. A indisposição é com a concepção de que o tratamento via internação
é a única e melhor opção.
Algumas frases de usuários do CAPS de Castro reforçam a importância do tratamento pautado pela lógica da
inclusão e de olhar as pessoas com transtorno mental para
além dos sintomas que apresentam:
“Antes eu andava com o corpo torcido, e agora eu ando reto,
olhando para frente. Aqui eu fiz amigos. Lá fora é mais difícil fazer amigos.” (J.M.L.F.)
“Antes eu saía para o mundo, perdida. Ficava nervosa. Andava sem rumo. Ficava com homem estranho. Hoje eu venho
no Caps.” (R.R.S.)
“Tive problemas de delírio. Agora é pouco. Antes era mais.
Corpo está aliviando. Minha vida está boa. To sentindo prazer aqui. Eu ficava sozinho em casa.” (M.L.M.)
Nestas falas, é possível considerar que esse serviço deu um
sentido de pertencimento, de cotidiano de vida, de socialização, entre tantos outros aspectos, para as pessoas com transtorno mental.
O transtorno mental não se reduz a sintomas psiquiátricos, e, portanto, o tratamento deve transcender os sintomas e deve
ser regido pelos princípios da reabilitação psicossocial, com ações
criativas, seguindo uma lógica de trabalho multiprofissional.
E é pelo trabalho que desenvolvemos no CAPS, que
tenho orgulho de me apresentar como: Lucimar, psicóloga
do CAPS de Castro.
REFERÊNCIA:
AMARANTE, P. Novos Sujeitos, Novos Direitos:
O Debate sobre a Reforma Psiquiátrica no Brasil. Cad.
Saúde Públ., Rio de Janeiro, 11 (3): 491-494, jul/set, 1995.
24
contato
De que reforma se trata?
Francielle Balduino Masari, psicóloga
(CRP-08/15177), residente em Londrina (PR)”.
Trabalho há pouco tempo (8 meses) num hospital psiquiátrico. É pouco, mas o suficiente para presenciar a realidade do
hospital, dos pacientes internados e das famílias que procuram
o serviço de internamento. E foi a partir desse cotidiano que comecei a me questionar sobre a prática nessas condições. E fiz as
seguintes perguntas: Pensar na reforma psiquiátrica será que é
apenas pensar num novo modelo de estrutura ou é também repensar na prática de cada um no âmbito da saúde mental? Será
que essa questão perpassa apenas um “lugar” ou diz respeito
também às ações dos profissionais nesse campo?
Se considerarmos a questão que diz respeito a um “lugar”, acabar com os hospitais psiquiátricos, será que é a melhor
saída? Pois se analisarmos sua função, os familiares recorrem,
na maioria das vezes, ao internamento, quando a situação está
no limite, o qual a estrutura familiar não tem mais suporte ou
condições de sustentar o paciente com transtorno mental, ou
seja, os hospitais psiquiátricos acolhem as demandas limítrofes. E qual o problema nisso? Se há um lugar que possa acolher
essas demandas familiares, quando não houver, pra onde irão?
Talvez a questão seria repensar na direção de trabalho
dentro dos hospitais psiquiátricos, pois mesmo que tenham o caráter como os antigos manicômios nos quais todos os tipos de
pessoas excluídas da sociedade eram abandonadas à deriva e à
mercê dos hospitais, entendam que não estou defendendo esse
tipo de internamento e nem condenando, o que estou questionando é que, pelo menos havia um lugar no qual essas pessoas tidas
como “excluídas” eram acolhidas. Não tendo mais, pra onde irão?
Dessa forma, talvez, a importância de encaminhar para
um hospital psiquiátrico, ou para um hospital dia, CAPS, etc,
seja menor, se comparada ao que está sendo levado em consideração: o acolhimento das demandas dos pacientes e das famílias dos mesmos juntamente com as formas de tratamentos de
acordo com as condições de cada demanda. E a partir disso, que
tipo de direção se toma no tratamento desses pacientes e de seus
familiares? Quais trabalhos serão eficazes? Nós, psicólogos, temos métodos para trabalhar nas condições que apresentam essas estruturas? Que tipo de atendimento fazemos?
É claro que nossa prática perpassa às reformas políticas, pois estamos todos sujeitos às leis, mas dentro dessas leis,
quais os alcances de nossas práticas? Estamos sendo éticos no
nosso trabalho com os pacientes? Estamos levando em consideração as condições e limites de cada um? Talvez essa reforma psiquiátrica seja uma oportunidade de reavaliarmos nossas condutas de trabalho e os caminhos que estamos tomando
enquanto profissionais da área da saúde mental.3
África
artigocontato
Jussara Marques dos Santos (CRP-08/05689)
Esse artigo nasce do desejo e da necessidade de compartilhar a experiência de ter realizado um trabalho de arteterapia com pessoas de uma comunidade africana. Seria uma pena,
um enorme egoismo guardar só para mim a riqueza dessa aventura.
Tudo começou com uma conversa informal sobre a relação
entre mergulhar e meditar. A partir daí surgiu o convite para visitar um centro de mergulho em Nuarro, ao norte de Moçambique.
Este empreendimento turístico havia sido recentemente inaugurado com uma proposta de respeito ao meio ambiente, às pessoas e
à natureza que por si só já valia o desafio. Aos poucos fui sendo
seduzida pela ideia de conhecer um lugar assim diferente. Devo ter
algum sangue negro nas veias porque algo muito forte começou a
se mover dentro de mim, a despeito das dificuldades financeiras e
dos empecilhos de toda ordem que se apresentavam. O empurrãozinho que faltava veio com a sugestão de que se eu usasse a minha formação profissional para fazer um trabalho com as pessoas
da comunidade teria minhas despesas bastante reduzidas. Aí seria
unir o útil ao agradável, a fome com a vontade de comer. As peças
do quebra cabeça se encaixaram e não teve mais burocracia ou impedimento que me segurasse.
Fiz o projeto de acordo com o pedido para que fossem desenvolvidas habilidades com as quais as pessoas de lá pudessem
gerar alguma renda, pois vivem muito precariamente. As informações que tive eram de que se tratava na maioria de pessoas analfabetas, falando em Macuo, dialeto do local, com influência da
cultura muçulmana por 1000 anos e da cultura portuguesa por 500
anos sobre a sua cultura milenar de origem.
Quanto mais
eu pensava, mais dúvidas surgiam. É impressionante como a nossa mente é pródiga quando
se trata de criar problemas.
Passei a pesquisar
sobre o artesanato moçambicano, sobre recicláveis, sobre as bonecas Abayomi. A
palavra Abayomi tem muitos
significados. Em iorubá significa aquele que traz felicidade ou
alegria. No Brasil, designa bonecas
artesanais, feitas com sobras de pano,
apenas com nós, sem o uso de colas ou
costura. Lena Martins, artesã maranhense e educadora popular,
iniciou com outras mulheres um trabalho de resgate dessa arte popular com o intuito de promover a conscientização, a valorização e
a socialização de mulheres negras, fundando a Cooperativa Abayomi em 1998, no Rio de Janeiro. Provavelmente esse era o tipo de
bonecas que as mulheres negras criavam para suas filhas, quando
vinham nas longas viagens nos navios negreiros. Treinei técnicas
de tear de prego e fui relembrar outras formas de tecer com artesãos da feira de domingo, em Curitiba. Assisti a vídeos de dese-
Enquanto elaborava o projeto muitas dúvidas me intrigavam:
4 como seria trabalhar com pessoas em estado praticamente ”virgem “ em termos de escolaridade? A primeira escola da região seria
inaugurada apenas em janeiro de 2010, para alfabetizar 150 crianças.
4como seria a coordenação motora de quem nunca foi estimulado
tal como ocorre em uma educação formal?
4 como se daria a nossa comunicação, uma vez que eu não falo
Macuo e apesar de o português ser a língua oficial, muito poucos
a conhecem?
4e o que eu poderia levar de técnica ou conhecimentos que fossem do
interesse deles, úteis e viáveis, pelos poucos recursos de que dispõem?
nhos animados sobre lendas e mitos africanos. Li Mia Couto, Sobonfu Somé, National Geographic, Glyfus, vasculhei mapas e sites
sobre a história e política desse povo.
O projeto foi e veio para supervisão várias vezes enquanto
o tempo ia passando. Mas, mesmo com todas as dúvidas tomou forma e vida próprias. Acertei os últimos detalhes com a coordenadora do empreendimento. Tratei sobre a necessidade de ter intérprete,
de definir a faixa etária, número de pessoas e com que materiais seria melhor trabalhar. Encomendei vídeos e cds, providenciei o que
precisava levar de recursos materiais. Aparentemente estava tudo
sob controle, mas eu já intuia que talvez todos os ítens colocados
no papel precisassem ser adaptados, para não dizer abandonados,
de acordo com o que surgisse.
E chegou o dia da viagem.
As malas cheias de materiais e pontos de interrogação.
Curitiba 4 Guarulhos
Guarulhos 4 Johannesburg
Johannesburg 4 Beira
Beira 4 Nampula
Nampula 4 mais algumas horas de carro até Nuarro.
No total: dois dias de viagem.
O trajeto foi da civilização em direção a lugares cada vez
mais rústicos.
Dos aeroportos internacionais com arquitetura de vanguarda com freeshops luxuosos para aeroportos com banheiros sem
papel; sem papel e nem água; onde a gente embarca e desembarca
na pista e as pessoas ficam assistindo; de aviões super modernos a
aviões com hélices.
No percurso de carro com algumas paradas, a curiosidade foi aumentando. Que país é esse? Os sentidos se apuravam e a
África começava a entrar por todos os poros. O colorido é intenso,
a sonoridade parece familiar, mas quando se presta atenção não dá
para entender nada.
Dá para perceber que lá quem manda é a Natureza. A sua
força se faz sentir nas paisagens, nos baobás, no vermelho dos
flamboyants, no calor escaldante do sol, na ira dos ventos que arrepia o mar e muda todos os planos de uma hora para a outra, nos
tons de verde e azul do mar e do céu, na quantidade de crianças que
nascem e morrem sem qualquer planejamento.
O povo africano tem uma alegria e uma beleza únicas.
As mulheres se produzem com sensualidade, mesmo que
não tenham nenhum recurso. A sua postura perfeita e o andar sinuoso são reforçados dia a dia nas longas caminhadas para buscar
água nas bombas e trazê-las equilibrando na cabeça, sempre carregando uma criança presa às costas. Não tem maquiagem, as pessoas se enfeitam com o que são. E elas são lindas!
Agora imagine trabalhar em um lugar onde não há luz elétrica, água, tv, rádio, saneamento ou qualquer infraestrutura urbana conhecida. Confortos aos quais estamos tão acostumados que
nem lembramos mais que eles existem. Se faltar cartolina, a papelaria mais próxima fica a 4 horas dali. Na pousada tem gerador,
água corrente, banheiro seco, painéis de energia solar, tudo pensado para ser o mais ecologicamente correto possível.
Já na aldeia de Nanatha, onde vivem as pessoas que participaram do projeto, não tem nada. Moram em casas que lembram a
“casa do Vinícius”. Inexplicavelmente são felizes, bem humorados
e muito educados.
Quando me aproximava das crianças para fotografar, as
26
contato
menores choravam de medo. Talvez por nunca terem visto gente
branca ou talvez porque gente com chapéu, óculos escuros, camiseta e canga e toda parafernália de proteção contra o sol deve ser
uma visão realmente assustadora. Foram seis encontros de mais ou
menos três horas cada um.
A elaboração do projeto é importante para organizar as
ideias e definir o foco das atividades, mas assim como os planos
que fazemos, só serve para a vida rir deles. Ela vem e faz o que
quer. E acaba nos mostrando que tem razão.
O que sustentou a realização desse trabalho foi a universalização da arte como possibilidade de comunicação, o desejo comum a todos nós de estarmos juntos, de aprender, sem falar nas
ajudas Superiores que com certeza estavam presentes.
De acordo com o projeto era previsto que comparecessem
oito meninas entre 10 e 15 anos e duas moças entre 25 e 30 anos,
mas para surpresa minha, apareceram em média 16 pessoas entre
sete e 30 anos. Incluindo meninos.
Houve momentos em que aconteciam atividades paralelas
como naquelas escolas antigas onde se lecionava para crianças de
primeira a quarta série, numa mesma sala de aula. Contudo o que
me impressionou é que em nenhuma situação houve brigas, disputas ou falta de educação. Talvez por viverem de fato, em comunidade prevaleça o nós em detrimento do eu. Na primeira vez que distribui material, as 16 pessoas se encaixaram ao redor de uma mesa
e começaram a desenhar na maior harmonia. O silêncio falava por
elas. Dizia do prazer de poder se expressar.
Havia uma menininha surda pela malária, que estava entre dois meninos. O desenho dela era o de uma casinha amarela
espremida entre as casas vigorosas deles. Atividades como essa
que para nós podem ser banais, para eles, até então, deviam ser
oportunidades raras.
Como eu havia intuído, várias técnicas que constavam do
projeto precisaram ser substituídas, pois não funcionaram ou se
mostraram inadequadas naquele contexto. Exemplo disso foi o peixinho de celofane que normalmente se enrola e chega a pular na
palma da mão, parecendo estar vivo e que lá não fazia nada. Talvez com a umidade das mãos naquele clima tão quente a reação do
papel não acontecia. Algumas das pinturas que simulariam bichos
nas mãos, também não funcionaram. Dependendo da cor da pasta,
nas peles negras não apareciam. As músicas brasileiras assim como
as histórias que eu imaginava contar, eram de difícil compreensão pela precariedade da tradução. Não tinha aparelho de cd, nem
de dvd. Tudo o que dependia do computador para ser exibido era
complicado pela falta de energia elétrica no local. Demorava para
conseguir que funcionasse e às vezes não dava tempo de concluir
a exibição com a bateria. Mesmo assim, era um acontecimento. Só
de ver um computador, para eles já era lucro.
Os pigmentos misturados com a tinta branca para pintar
as garrafas eram fracos e não resultaram em cores vivas como eu
imaginei. A todo momento eu me deparava com um imprevisto e
era preciso improvisar, criar algo no lugar para não perder o tempo que já era escasso. Gostaria de ter tido mais tempo para poder
saber mais sobre eles.
Também é importante lembrar o que deu certo. Um dos
pontos altos foi o encontro iniciado com os desenhos livres na
areia. Essa era a “praia” deles. Que traços! Que desenhos lindos!
(de peixes, galos, barcos, totens, casas ) Pude ver que eles têm coordenação motora mesmo sem nunca terem tido uma estimulação
formal. Algumas casinhas tinham até perspectiva.
Outro acerto foi trabalhar a confecção de bonequinhas
Abayomi. O que pode parecer extraordinário de fazer as bonequinhas sem usar cola ou costuras, para eles é natural. Com os retalhos de capulanas (espécie de cangas que as mulheres usam), até os
meninos criaram bonecas com muita facilidade. Tive a sensação de
estar ensinando o padre a rezar missa.
Acredito que todas as atividades foram válidas. Serviram
de aquecimento ou de substrato para as seguintes. Mas, foi com a
atividade de confeccionar as bonecas que o objetivo geral do projeto de desenvolver habilidades, que inclusive possam gerar renda,
foi atingido. A gerente da pousada encomendou de 50 a 200 bonequinhas para enfeitar a árvore de Natal do restaurante.
Com alguma dificuldade, três das mulheres aprenderam a
trabalhar com o tear de pregos. Todos, incluindo as crianças menores, gostaram de tecer as tiras coloridas das capulanas no tear de
papelão. Os mini teares para fazer os rabos de gato também foram
muito apreciados. Muitas das moças e meninas se empenharam em
aprender e já sairam enfeitadas com as tiras, como gargantilhas,
pulseiras e tiaras. A partir dessa técnica elas quiseram aprender
mais sobre como fazer crochê.
Durante as refeições percebi que havia mangas em abundância por serem umas das frutas da estação. Lembrei que fazia
com meus filhos, quando eram pequenos, carinhas expressivas com
os caroços. Pedi para o pessoal da cozinha guardar algumas e eles
fizeram também, não só carinhas, como também peixinhos, aproveitando a forma delas.
Com as latas de refrigerante e cerveja foram feitos chocalhos, revestidos de papel desenhado por eles. Surgiu até a representação de um helicóptero. Pois, recentemente veio um grupo de
estrangeiros visitar a pousada em um deles. Foi o maior sucesso
na aldeia.
Todos os dias no início e no fim dos encontros fazíamos
uma roda para cantar e dançar juntos. Eram momentos mágicos
de integração. Abríamos pedindo Luz para aprender e fechávamos
agradecendo pelo que foi vivido. Criamos uma espécie de ritual
que nos unia cada vez mais.
Eles me ensinaram várias expressões em Macuo, que foneticamente eu entendia assim:
Ehali = Bom Dia. Tudo bem?
Salama = Tudo bem.
Kochukuru = Obrigado.
Muana orrera mungene = criança muito bonita
Ndzi naninhum pânim? = Como é seu nome?
Ehopa = peixe, ehopa nhancani = peixe pequeno,
ehopa iulupále = peixe grande
Umratha = pato
Sêre Sêre = Baleia.
Nessa época, entre julho e dezembro, elas vêm procriar na
baía. Pude vê-las uma vez de dia, e à noite era possível ouvir o som do tombo delas quando saltavam na água.
Epweza = polvo
Echoka = lula
Nthupi = galo
Mualáku = galinha
Nlapa = Baobá
Olapa = fruto do baobá
Pakamelo = Até amanhã
Koruan = Tchau.
Eles achavam muita graça em me ver tentando falar a língua deles.
Através desse trabalho foi possível constatar a importância
da arte como elo de ligação entre pessoas de culturas diferentes.
Fico imaginando se ao invés de arteterapia fosse usada uma abordagem convencional baseada no contato verbal, a que resultado se
chegaria?
Foi preciso ir até a África e conviver com pessoas tão simples para eu me sentir liberta da escravidão das palavras.
Arteterapia se faz é com o corpo inteiro.
No último dia, na hora de encerrar os nossos trabalhos enfatizei o desejo de que depois desse trabalho eles pudessem perceber o valor do que pode ser criado com as mãos. Que através da
arte poderiam contar para todo mundo como eles são e quem sabe
até melhorar suas vidas.
Nos cantos finais houve uma explosão de alegria. Éramos
uma só vibração. Depois de viver tudo isso juntos, a despedida não
foi nada fácil. Ficou a certeza de que não importa a distância ou o
tempo, a marca dessa convivência permanecerá.
A chegada no Brasil, dia 20 de novembro, coincidiu com
a data comemorativa da Consciência Negra. A experiência dessa
viagem me levou a descobrir que decididamente sou uma branca
de alma Negra.3
27
psicologodasilva
Retiro
das
Rosas
Por Tonio Luna
Como inspiração, escrevo este PSILVA em um retiro
na cidade de Ouro Preto. Aqui venho nos últimos dois anos
quando me sinto em falta de estar em primeira pessoa. Assim me encontro em um confortável apartamento, simples
como eu gostaria de ser. Na geladeira, uma moringa de água
e uma maçã.
Nas primeiras horas surge um desconforto, uma inquietação de uma falta imaginária. Aqui existe a possibilidade de eu não conseguir fugir de mim. Por isto fico aqui por
oito retirados dias, tempo suficiente para que todas as estratégias de voltar à terceira pessoa fracassem. Um desconforto,
sem sofrimento.
Já muito próximo dos cinquenta anos, meu corpo sente as marcas da minha ausência. Diabetes, problemas circulatórios e perda de visão me relembram a falta de continência
dos meus desejos. Tudo isto e o impublicável tornando-me
uma testemunha da minha vida. E assim, como testemunha
e não como vítima, encontro a força para transformar minhas
emoções mais profundas em sentimentos de amor que me
provocam todo o tempo a dar sentido a minha vida.
Venho aqui retirar as rosas que coloquei sobre mim.
Deixo esta homenagem para os meus amigos bem mais
adiante fazerem. Preciso deste eu-corpo, pois ainda tenho
muito a fazer.
* Meus agradecimentos a Jean-Paul Rességuier e a Barbara Mathieu, bons cultivadores de rosas.
28
contato
Psicólogos na política:
pordentro
a votação nas eleições 2010
Na edição 71 da Revista Contato o CRP-08 garantiu espaço para que os psicólogos do Paraná, candidatos nas eleições de
03 de outubro a Deputado Federal ou Estadual, divulgassem suas
propostas entre a categoria. Essa decisão se deu pelo entendimento de que as eleições representavam uma oportunidade para a Psicologia demarcar seu espaço no cenário político, na expectativa
de futuros avanços sociais.
Naquela oportunidade foram apresentadas as propostas
de cinco psicólogos candidatos, sendo dois deles a Deputado Federal e três a Deputado Estadual.
A divulgação das propostas deles também aconteceu por
meio de entrevista, realizada pelo setor de Comunicação do CRP08. As mesmas foram divulgadas no informativo eletrônico especial, enviado em setembro, aos psicólogos do Paraná e foram
disponibilizadas no site do CRP-08.
Segundo dados retirados do site do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), a votação dos psicólogos do Paraná foi a seguinte: os candidatos a Deputado Federal Dionísio Banaszewski
(CRP-08/04735) do PPS e Maria Tereza Cunha (CRP-08/05727)
do PDT obtiveram, respectivamente, 4.907 e 1.640 votos; e os
candidatos a Deputado Estadual Alfredo Welker Sobrinho (CRP08/15239) do PV, Luiz Tadeu Seidel Bernardina (CRP-08/04594)
do PSB e Monica Caetano da Silva (CRP-08/07734) do PPS obtiveram, respectivamente, 905, 1.935 e 214 votos.
Nenhum dos cinco psicólogos foi eleito. O que obteve
maior número de votos, entretanto, fez uma avaliação da participação no pleito eleitoral. Na semana seguinte à eleição, Dionísio
Banaszewski ponderou “mal ou bem, nós executamos tudo aquilo a que nos propusemos: defendemos a Psicologia e as demandas da profissão (combate ao uso de drogas, adequação do PL
do Ato Médico, estabelecimento
da jornada de trabalho e piso
salarial, além da luta pela
inclusão do psicólogo em
outros espaços) e, principalmente, defendemos os
psicólogos, de uma forma
ética. Não fui eleito, mas
avalio que tivemos uma vitória enorme, o nosso voto
teve um custo zero, um voto
ético, um voto moral, um
voto de consciência. Fizemos uma campanha limpa,
sem recursos, contamos com algumas, poucas, doações de colegas
e divulgamos nossas propostas. Eu avalio, entretanto, que a eleição
foi uma oportunidade para percebermos, também, que ainda existe uma despolitização por parte da categoria, são raras as pessoas
que se envolvem e que, de fato, percebem o quanto nós perdemos
em termos profissionais, em termos de políticas públicas, por não
participar dessas discussões e não lutar pela conquista de espaço
no cenário das definições políticas do país. Fica a constatação de
que precisamos nos mobilizar mais e militar juntos”.
O psicólogo também informou que foi entregue, ao então
candidato ao governo do Paraná, Beto Richa, hoje governador eleito, durante a plenária da saúde, propostas da Psicologia para serem
inseridas no plano de governo. Entre elas, ações educativas, para
evitar a adição ao álcool e outras drogas e preventivas aos acidentes
de trânsito, além daquelas que se referem à promoção da saúde e
a integração dos diferentes setores de gestão de políticas públicas.
Segundo Banaszewski, foi assegurado que a Psicologia vai ter espaço nesse governo e vai participar da gestão pública, dentro do
processo de construção de políticas públicas. 3
30 horas
O Conselho Federal de Psicologia juntamente com a Federação Nacional dos Psicólogos
(FENAPSI), encaminhou um manifesto para deputados e senadores, no início de outubro,
pela aprovação de projetos de leis que garantam condições adequadas de trabalho aos psicólogos, como no caso da redução da carga horária para 30 horas/semanais.
Para conferir o manifesto acesse o site do CFP: www.pol.org.br
Aluguel de salas
O CRP-08, localizado na Av. São José, 699 – Bairro Cristo Rei – Curitiba, conta com uma
sala e dois auditórios para locação. Informações pelo e-mail: [email protected]
contato
29
‘
matériascontato
O Psicólogo e a Escuta de Crianças
e Adolescentes vítimas de violência
O Conselho Federal de Psicologia regulamentou a Escuta Psicológica de Crianças e Adolescentes envolvidos em situação de violência na Rede de Proteção, através da Resolução nº
010/2010. A normativa, publicada em junho desse ano, institui
princípios norteadores, marcos referenciais e preceitos técnicos
dessa escuta.
Como a resolução implica no trabalho de psicólogos que
atuam no ambiente jurídico e continua gerando questionamentos
entre a categoria, a Revista Contato traz o tema para discussão.
Nesta matéria há informações sobre:
4 a Resolução 010/2010;
4 o pedido de suspensão da Resolução do CFP, pela Procuradoria da República no RS;
4 iniciativas, como o “Projeto Depoimento Sem Dano”, do
Rio Grande do Sul, reproduzido na “Audiência sem Trauma”, do Paraná , que desencadearam, há tempos, a discussão
sobre a escuta psicológica de crianças e adolescentes vítimas
de violência;
4 considerações já feitas pelo CFP, em torno do assunto;
4 aspectos que o CRP-08 quer colocar em debate;
4 o posicionamento da Sociedade Brasileira de Psicologia.
A resolução
Na Resolução CFP nº 010/2010 (disponível na íntegra no site do
CFP – www.pol.org.br) há a defesa de que a escuta de crianças
e de adolescentes deve ser – em qualquer contexto – fundamentada no princípio da proteção integral, na legislação específica
da profissão e nos marcos teóricos, técnicos e metodológicos
da Psicologia como ciência e profissão. Segundo a normativa a
escuta deve ter como princípio a intersetorialidade e a interdisciplinaridade, respeitando a autonomia da atuação do psicólogo,
sem confundir o diálogo entre as disciplinas com a submissão
de demandas produzidas nos diferentes campos de trabalho e
do conhecimento. Diferencia-se, portanto, da inquirição judicial, do diálogo informal, da investigação policial, entre outros.
Pedido de suspensão
Apesar da Recomendação da Procuradoria da República no Rio
Grande do Sul - Procuradoria
Regional dos Direitos do Cidadão,
que requereu ao CFP a suspensão da Resolução nº 010/2010, o Conselho Federal de Psicologia resolveu
manter essa normativa, por entender que a inquirição de crianças e
adolescentes em juízo, pelo psicólogo, não corresponde aos limites
do exercício da Psicologia e aos limites éticos da profissão. Tais parâmetros, segundo o CFP, encontram sustentação na Lei nº 4.119/62
e no Código de Ética da Profissão (Resolução CFP nº 10/2005).
Antiga discussão
A discussão da Escuta de Crianças e Adolescentes vítimas de violência não é recente na Psicologia. Ela acontece desde
que o “Projeto Depoimento Sem Dano” (DSD), foi implementado na 2ª Vara da Infância e da Juventude de Porto Alegre(RS),
em 2003, no intuito de promover a proteção psicológica da
criança vítima de violência, evitando seu contato com o acusado e a repetição de interrogatórios.
Nessa escuta há introdução de câmeras filmadoras e
equipamentos de gravação em audiências. As crianças ou adolescentes a serem inquiridos ficam em sala separada, contando
com a presença de psicólogo(s) e são ouvidas pelo juiz - que permanece na sala de audiência juntamente com o réu, advogados
e o promotor - através de videoconferência.
Desde o início, esse projeto gera discussão entre a categoria, no sentido de questionar se esse tipo de escuta psicológica
realmente não causa dano à criança que, além de ter sofrido violência, pode, por ter que falar sobre o assunto, ser revitimizada.
Outro aspecto, que também gera discussão, é o que se refere ao
papel do psicólogo, neste setting, como inquiridor, o que suscita
questionamentos éticos.
CFP
Em várias oportunidades, o Conselho Federal de
Psicologia tem reiterado o seu posicionamento contrário ao
Depoimento sem Dano.
Os principais argumentos são:
4 o modo de operação do Depoimento Sem Dano
ocorre exatamente em uma sociedade midiática, do espetáculo, em que as pessoas estão cada vez mais atraídas por perigosos atalhos na solução de seus paradoxos;
4 não há garantia de que a inquirição, independente da
forma como aconteça, não vá causar danos, revitimizar
a criança ou adolescente;
4 o trabalho de um psicólogo especificamente nesses
casos deve ser o de atendimento à criança, seguindo as
pistas de suas possibilidades. Nesse caso, a defesa é de
que seja feito um laudo, decorrente de avaliações psicológicas, ao invés da oitiva.
CRP-08
No CRP-08, o entendimento
é que o momento é de discussão com
a categoria, especificamente com os
profissionais que atuam no ambiente
jurídico, que realizam a escuta psicológica de crianças e adolescentes e com
a comunidade acadêmica que produz
conhecimento científico nessa área.
Há o reconhecimento, entretanto, de que o papel do psicólogo, como inquiridor, no sistema de Justiça, não é o mais
adequado.
Há o consenso é de que a escuta de crianças e adolescentes deve ser contextualizada, ampla, abrangente e processual e não com o objetivo de extração da verdade para os autos, pois a verdade psicológica não é a verdade jurídica e não
é papel do psicólogo colher o depoimento. Portanto, ouvir é
diferente de inquirir.
A exemplo de uma iniciativa do Maranhão, divulgada
em fevereiro, na oficina “O papel do Psicólogo no processo de
escuta de crianças e adolescentes”, realizada em Brasília - experiência relatada na edição 69 da Revista Contato - o CRP08 defende que a escuta deve acontecer a partir de uma equipe
multidisciplinar, que proporcione todo o acompanhamento da
criança e do adolescente, desde o início do processo, a partir da
realização de várias sessões de atendimento. Isso para que os
laudos da equipe multidisciplinar possam subsidiar a decisão do
juiz, não havendo a necessidade da escuta em juízo.
Para o CRP-08 o assunto não está esgotado, ele vem sendo discutido pela Comissão de Psicologia Jurídica e pela nova
plenária, de forma a fortalecer o trabalho do psicólogo nas varas
de infância e juventude, garantindo a especificidade dos direitos
da infância e adolescência.
Sociedade Brasileira de Psicologia
Conforme divulgação oficial, no site da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), disponível no link http://www.sbponline.org.br/noticiasinterna.php?id=88, a SBP se posicionou
contrária à Resolução CFP 010/2010 (assim como as resoluções008 e a 009/2010).
Na divulgação, o argumento é de que, apesar do Conselho Federal de Psicologia insistir que
as resoluções foram fruto de debates
nacionais sobre os temas, foram desconsideradas manifestações importantes de pesquisadores renomados.
A SBP reforça que a legitimidade dos
procedimentos psicológicos é obtida
por meio de pesquisas e argumenta
que “são os resultados científicos, publicados em periódicos científicos, que
fornecem caminhos para a atuação dos
psicólogos, seja qual for a sua área de atuação”, e não o fato de
votar esses procedimentos nas assembléias de classe.
No Paraná
Desde 2007 há uma iniciativa no Paraná, denominada “Audiência sem Trauma”, que reproduz a metodologia proposta no Depoimento sem Dano. Ela funciona na 12ª Vara Criminal-Vara de
Crimes contra a Criança e Adolescente de Curitiba. Nessa iniciativa, que foi divulgada como matéria de capa da Revista Contato,
edição 67 (disponível em pdf no site www.crppr.org.br link Revista
Contato) as três profissionais técnicas (duas psicólogas e uma assistente social) fazem o trabalho de rapport - acolhimento da vítima,
preparação para a audiência, momento em que se explica como ela
vai acontecer - e o acompanhamento durante a inquirição.
Na “Audiência sem Trauma”, a vítima pode ser ouvida pessoalmente pelo juiz, numa sala de audiência tradicional
onde também permanecem o promotor e o advogado; ou por
videoconferência, em sala separada.
contato
31
sindicatodos
psicólogosdoParaná
Estamos completando sete meses de gestão e passamos este
tempo organizando e aprendendo a gerir nosso Sindicato.
Agora pretendemos ampliar as ações externas e acompanhar mais de perto a realidade dos psicólogos paranaenses.
Gestão 2010-2013
o seu
sindicato
Ações internas
Ações externas
- Auditoria Contábil – Parecer positivo
- Auditoria de Gestão e Processos
- Reestruturação Administrativa Interna
- Contratação de auxiliar administrativa
- Contratação de Estagiários
- Substituição de Equipamentos/serviços
- Mobilização pelas 30 horas (Foto acima)
- Participação em Reuniões - Acordos/CCT´s
- Ações Conjuntas CRP, CRESS, SINDASP e SISMUC
- Entrega das CIPs /CRP
- Ofícios de Reivindicação – Carga Horária/Piso Salarial:
- 399 às Prefeituras Municipais e 88 às Clínicas conveniadas ao Detran
- Semana do Psicólogo: CRP e em União da Vitória
- Realização de 11 Homologações – Jurídico
- Mobilização pelas 30 horas
O que fortalece o Sindicato?
Campanha de Natal:
Nestes meses iniciais descobrimos que alguns conceitos e algumas ações dos psicólogos contribuem para fortalecer o Sindicato. Vamos a elas?
Doe um brinquedo, até 10 de dezembro, que será
entregue às crianças do nosso litoral (Natal da Vó Mila).
Até nove brinquedos, solicitamos entregar no Sindypsi.
Acima de 10 brinquedos vamos buscar.
4Conhecer o Artigo 8º. da Constituição.
4Visitar o Sindicato, conhecer sua estrutura física e como ele
funciona.
4Acompanhar as ações, reuniões e assembléias sindicais.
4Colaborar com a gestão, pois todos fazemos trabalho voluntário e sem cooperação não temos força política.
4Subsidiar o Sindicato com denúncias e informações onde o
trabalho do psicólogo esteja sendo aviltado.
Falas soltas,
ouvidas por aí:
...”
ram o sindicato
vocês inaugura
e
qu
m
bo
ue
“Q
ado, agora atim o CRP cancel
co
e
da
ta
en
os
o Sindicato.”
“Eu estava ap
r colaborar com
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po
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vei meu regist
para
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s eles (os psicól
te
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dindo o
o ligando e pe
tã
es
a
or
ag
,
ar
reclam
contribuição.”
arrecada
“O Sindicato só
32
contato
.”
e não faz nada
Informações com Mirian – Sindypsi.
Diretoria
Presidente: Eugenio P. de Paula Junior - CRP-08/6099
Vice-Presidente: Rogéria Sinimbu Aguiar - CRP-08/05128
Secretário: Sérgio Luis Ferraz Spinato - CRP-08/4902
Tesoureiro: Luciano Nadolny - CRP-08/7098
Suplentes: Salete Coelho Martins - CRP-08/4667 e Nilce Noélia P. Brito - CRP-08/4519
Conselho Fiscal (Efetivo): Mauro Cesar Carsten - CRP-08/4001, Telmara
Carsten Vieira - CRP-08/10228 e Deolindo Dorta de Oliveira - CRP-08/4031
Conselho Fiscal (Suplentes): Mariana Patitucci Bacellar - CRP08/10021 e Ceciana A. Schallenberger - CRP-08/12508
Delegados Representantes (Efetivos): Marly Terezinha Perelli - CRP08/4561 e Mara Julci K. Baran - CRP-08/02832
Delegados Representantes (Suplentes): Cesar A. C. de Marchi Gonçalves - CRP-08/9034 e Cristiane Maria Dierka - CRP-08/10891
Assessoria jurídica: Solange Teixeira Carrilho Filon - OAB 10.790-PR
Sindicato dos Psicólogos no Estado do Paraná. Rua Dr. Muricy, 390 Conjunto 201 - Centro - Curitiba - PR - 800010-120
Fone: (41) 3224-4658 - Fax: (41) 3224-4658 - E-mail: sindypsipr@yahoo.
com.br - www.sindypsipr.com.br
contatoagenda
CURSO DE TERAPIA DE CASAL - CURITIBA - PR
Promovido por: INTERCEF (CRP-08/PJ-00215)
Início: março de 2011 (um sábado ao mês)
Local: INTERCEF – Curitiba/PR - 41-3338-8855
Informações/Inscrições: www.intercef.com.br
e [email protected]
V JORNADA DE SAÚDE MENTAL E PSICANÁLISE DA PUCPR - CURITIBA - PR
Promovido por: Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Data: 26 e 27/11/2011. - Local: PUCPR- Campus Curitiba - Prado Velho
Bloco CCBS - Inscrições e mais informações: www.pucpr.br/cursos/extensao
- Inscrição de trabalhos: Enviar resumo para os e-mails acima até o dia 30 de
setembro de 2010.
CURSO DE PSICOLOGIA HOSPITALAR
COM ÊNFASE EM UTI - CURITIBA - PR
Promovido por: Grupo Psicosaude
Início: Março 2011 - Local: Hospital Vita Curitiba e Vita Batel
Informações: (41) 9971-4408 (c/ Raphaella)
(41)8418-6797 (c/ Luciane) ou pelo site www.psicosaude.com.br
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA CORPORAL - CURITIBA - PR
Promovido por: Centro Reichiano (CRP-08/PJ-0098)
Data: Março/2011
Local: Centro Reichiano – Av. Prefeito Omar Sabbag, 628
Jardim Botânico
Mais informações: www.centroreichiano.com.br
ou pelo telefone: (41) 3263-4895
CURSO DE FORMAÇÃO EM AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA – CURITIBA - PR
Promovido por: QUALITÀ (CRP-08/PJ-00197)
Avaliações Psicológicas e Treinamentos Ltda. - Início: março 2011
Local: R. Constantino Marochi, 438 - Loja 02 - Curitiba - PR
Telefone: (41) 3353-2871 ou no E-mail [email protected]
Mais informações: www.qualitapsi.com.br
VI WORKSHOP de TEORIAS E PRÁTICAS em PSICOLOGIA
AUTO CONCEITO DE IDENTIDADE – MARINGÁ - PR
Promovido por: Clinica Com.Tato (CRP-08/PJ-00568)
Data: 20 de novembro de 2010
Local: Haras Silvestre a 12 kms de Maringá - PR
Mais informações pelo site: www.clinicacomtato.com.br
Rua Neo Alves Martins, 3176 salas 142 e 92 | Fone: (44) 3224-4632
VIAGEM DE ESTUDOS:
TERAPIA FAMILIAR- ACONSELHAMENTO FAMILIAR
Promovido por: Pós-Graduação:Instituto da Família
FTSA.(CRP-08/PJ-00440) - Local: Chicago Center for Family Health
- Universidade de Chicago e Wheaton College, EUA - Data: maio de
2011 - Inscrições: novembro de 2010 - Informações: (43) 3371-0200,
[email protected], www.ftsa.edu.br - Londrina - PR
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edição 73 da Contato encerra no dia 22/11. O anúncio deverá ser enviado para [email protected],
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contato
33
inscrição CRP-08
O CRP-08 dá as boas-vindas aos novos
inscritos de Junho e Julho de 2010
novosinscritos
Amalia Leonor Ortega - CRP-08/15855
Maria Cecilia Sebastiany - CRP-08/15860
Juliana de Melo Almeida - CRP-08/15862
Lisbet Marcante Basso - CRP-08/15863
Juliane Ozelame Ribas - CRP-08/15864
Sabrina Anselmo - CRP-08/15865
Janaina Lesniowski da Silva - CRP-08/15866
Lucelia Maria Gonçalves - CRP-08/15867
Gustavo Portes Rannow - CRP-08/15868
Camila Lopes Almeida de Oliveira - CRP-08/15869
Celise de Lourdes Marques - CRP-08/15870
Cristina Rachel Gunha - CRP-08/15871
Patricia Carolina de Paula - CRP-08/15872
Adriane Tourinho Araujo - CRP-08/15873
Simone da Silva Pereira - CRP-08/15874
Carla Cardoso Pierolli - CRP-08/15875
Patricia Bortolo Schutz - CRP-08/15876
Lenamar Fiorese Vieira - CRP-08/15877
Alessandro Rodrigo Zanato - CRP-08/15878,
Adriani Martinichen - CRP-08/15879
Delair Spezia Pandolfo - CRP-08/15880
Paula Gabrieli Benedito - CRP-08/15881
Camila Munaro de Lima - CRP-08/15882
Gabriella Suzana Lorenzzon - CRP-08/15883
Nerita Medeiros Pasa - CRP-08/15884
Margot Ros S. Ribeiro Santos - CRP-08/15885
Yanaê Silveira de Bona - CRP-08/15886
Andrea Regina Silvestri - CRP-08/15887
Carolina Chaves Santos - CRP-08/15888
Fabiane Furigo - CRP-08/15889
Luiz Antonio Mello Boese - CRP-08/15890
Kelly Cristiane Marques Quirino - CRP-08/15891
Debora Lucia de Abreu da Silva - CRP-08/15892
Silviana Maria Cequinel Cosmo - CRP-08/15893
Maria Francisca Monteiro Angulski - CRP-08/15894
Anne Carolina Rubim - CRP-08/15895
Daniela Alice Junkes - CRP-08/15896
Elianai Regiane Lemos - CRP-08/15897
Isabel Schenkel Dedecek - CRP-08/15898
Priscila Gonçalves dos Santos - CRP-08/15899
Keity Paula Dal Ponte - CRP-08/15900
Roseli Espindola de Medeiros - CRP-08/15901
Alessandra P. Alves Mildenberger - CRP-08/15902
Cristiane Mahara Rodrigues - CRP-08/15903
Rosemari Oliveira Zanella - CRP-08/15904
Leandro Carmo de Souza - CRP-08/15905
Viviane Machado - CRP-08/15906
Patricia de Melo - CRP-08/15907
Iara Senem - CRP-08/15908
Raquel Luiza Oldoni - CRP-08/15909
Ingrid Jacobsen Klas - CRP-08/15910
Patricia Aparecida Castagna - CRP-08/15911
Viviane Barbalho Viana - CRP-08/15912
Rosevani Chiapetti – CRP-08/15913
Simone Rodrigues de Mello - CRP-08/15914
Juliana Vassão de Almeida - CRP-08/15915
Francielle Maoski Valaski - CRP-08/15916
Maria Luiza Sussai - CRP-08/15917
Fernanda Cristina Alberici - CRP-08/15918
Rosely Rodrigues Pereira - CRP-08/15919
Cassia Maysa Cardoso Tavares - CRP-08/15920
Lucelia Refino do Nascimento - CRP-08/15921
Shaianna Correa das Neves - CRP-08/15922
Gustavo Vieira da Silva - CRP-08/15925
Vanderlei do Rocio M. de Lara - CRP-08/15926
Miliane Melissa Matos Vergasta - CRP-08/15927
Simone Regina Cousseau - CRP-08/15928
Anna Maria F. de C. Sanseverino - CRP-08/15929
Daniela Cristina Lara Pinto - CRP-08/15930
Ivan Ramos Silva - CRP-08/15931
Sirlene Pereira das Virgens - CRP-08/15932
Adriana Luiza Schreiner - CRP-08/15933
Isabella Oliveira Trivellato - CRP-08/15934
Karin Kossatz - CRP-08/15935
Vanessa Moreira - CRP-08/15936
Carlos Emilio Carvalho Matos - CRP-08/15937
Jacqueline Silva dos Santos - CRP-08/15941
Izabel Cardoso de Arruda - CRP-08/15942
Claudia Cristina da Silva Bach - CRP-08/15943
Neusa do Rocio da Silva - CRP-08/15944
Hellen de Lima Castardo de Castro - CRP-08/15945
Francielli Dallelaste - CRP-08/15947
Vanessa Franklin de Medeiros - CRP-08/15948
Daniela Cristina Valvassori - CRP-08/15949
Zoraida Roa Larrota Bortolloci - CRP-08/15950
Samara Domareski Poletto da Silva - CRP-08/15951
Leila Lima Fávaro - CRP-08/15952
Jordana Ferri - CRP-08/15953
Camila Campos Clavisso - CRP-08/15954
Keli Regina Passolini - CRP-08/15955
Jaqueline Jablonsky - CRP-08/15956
Vania Maria Silva Abrão - CRP-08/15957
Keila Pasquali - CRP-08/15958
Carolina Marcondes Formagio - CRP-08/15959
Daniela Aguiar Franzen - CRP-08/15960
Melina Coutinho Macceo Kazama - CRP-08/15961
Renata Jacintho S. de Moraes - CRP-08/15962
Miriane Elisabeth de Souza Pereira - CRP-08/15963
Isabela Simas da Silva - CRP-08/15964
Christyane de Fatima Gonçalves - CRP-08/12934
Jose Luis Manicka - CRP-08/13327
Karen Mayumi Nakaya - CRP-08/13406
Cleusa de Oliveira Wetzel - CRP-08/02936
Leticia Boaretti Mattos - CRP-08/05725
Sidney Delboni de Moraes - CRP-08/06971
Luciane Zoldan - CRP-08/07130
Marcia Umata Caldas - CRP-08/09774
Luciane Gomes Vieira da Silva - CRP-08/10018
Aline Moreno de Camargo - CRP-08/12488
Priscila Veríssimo Alves - CRP-08/13611
Luciana de Souza Ortega - CRP-08/06384
Karin Kalkbrenner - CRP-08/03583
Maristela Sobral Cortinhas - CRP-08/04273
Nilma Cavalcante de S. Bittencourt - CRP-08/04968
Katia Akemi M. Nedopetalski - CRP-08/07044
Janaina Cardoso de Lima - CRP-08/07350
Fabiano José Wouters Dambros - CRP-08/09536
Mariana Finco - CRP-08/15924
Mariana Daros de Amorim - CRP-08/15938
Giselle Martins Domingues - CRP-08/15939
Solange Gomes da Silva - CRP-08/15940
Mariana Finco - CRP-08/15924
Mariana Daros de Amorim - CRP-08/15938
Giselle Martins Domingues - CRP-08/15939
Solange Gomes da Silva - CRP-08/15940
reativação
Jorge Karan Junior- CRP-08/00190
Maria Rita Zoega Soares - CRP-08/02547
Adriana Conceição L. Manginelli - CRP-08/04782
Vera Lucia Ferrero de Abreu - CRP-08/06448
Cristiane Mauerberg Peixoto - CRP-08/08062
Daniel Miranda - CRP-08/10041
Flavia Rogick Guzzi Taurisano - CRP-08/10336
Luciane Kellen Puerari Pauli - CRP-08/10807
Aline Salete do Carmo R. Avilla - CRP-08/10998
Juliana Saran Sonne - CRP-08/12481
reativaçãotransferência
Thais Zanolla - CRP-08/15861
Sonia Maria Belem de Souza - CRP-08/15923
inscriçãoportransferência
Thais Zanolla - CRP-08/15861
Sonia Maria Belem de Souza - CRP-08/15923
inscriçãosecundária
Luciana Salvador - CRP-08/IS-230
Andreia Danielle Iltchechen - CRP-08/IS-233
Renata Moreira Feracin - CRP-08/IS-232
Glaucia Ilkiv Foggiatto - CRP-08/IS-231
pessoajurídica(registro)
Psimed Clínica Médica e Psicologica Ltda - ME - CRP-08/PJ-00508-F1
3L Psicologia Ltda - CRP-08/PJ-00582
Clinica de Psicologia Aliança S/S Ltda - CRP-08/PJ-00583
Clinitran - Clinica do Trânsito Ltda - CRP-08/PJ-00584
Tardelli & Sanches Psicologia Ltda - CRP-08/PJ-00589
H & B Peritran Ltda - ME - CRP-08/PJ-00490-F1
Omega Medicina do Trânsito Ltda - CRP-08/PJ-00590
Scarante & Viquetti Gestão de Capital Humano Ltda - CRP-08/PJ-00592
O.N. & M.G. Pacheco S.S. Ltda - CRP-08/PJ-00593
Clinimourão Clinica de Avaliação Médica e Psicologia Ltda - ME - CRP-08/PJ-00594
Polipsicologia Serviços Psicoterapêuticos e de Assessoria de RH Ltda - CRP-08/PJ-00599
pessoajurídica(cadastro)
Clinica Garden Ouro Ltda - CRP-08/PJ-00585
P. Montoro Junior - Centro de Avaliações Médica e Psicológicas - CRP-08/PJ-00586
SEST Serviço Social do Transporte - CRP-08/PJ-00587
Elo Saúde Mental Ltda - CRP-08/ PJ-00588
Clinica de Medicina e Psicologia do Trânsito de Umuarama Ltda - CRP-08/PJ-00535-F1
Peritran Clinica de Pericias Medicas e Psicológicas do Trânsito Ltda - CRP-08/PJ-00591
Katileny Bonetti Galvão e Cia Ltda - CRP-08/PJ-00595
Luciane Elizabeth Walter Souza - CRP-08/PJ-00596,
Dioneia Roza Hofmeister – ME - CRP-08/PJ-00597
Associação Terapêutica Nova Canaã - CRP-08/PJ-00598
cancelamento
CANCELAMENTO: Por falecimento:
Durval Alves Duarte Lomba - CRP-08/00004
Claudia Pinoti Barbosa - CRP-08/05246
Vilma Eliza Colombo Ribeiro - CRP-08/02025
Michelle de Almeida - CRP-08/10101
Osvaldo Cardoso - CRP-08/00560
Cancelamento Ex-Oficio pela
não entrega do Diploma:
Erica Cerci Sicoli - CRP-08/13500
Natalia Fernanda Galvanin - CRP-08/13511
Nathalia Gasque Nascimento - CRP-08/13554
Errata
Por erro de digitação, na edição 71 da
Contato foi publicado, equivocadamente, o
sobrenome de dois novos psicólogos inscritos
no CRP-08. O nome correto deles é:
Michele Karoline de Moraes
(CRP-08/15822) e
Thales Nehrer
(CRP-08/15831)
Larissa Francielly Borgo Rolim - CRP-08/13555
Andreia Ayako Suzuki - CRP-08/13559
Anna Flavia Garbin Pinto - CRP-08/13566
Silvia Danielle Santana - CRP-08/13575
Daniela Cristina Silveira Marsola - CRP-08/13578
Thais Fernanda Gimenes - CRP-08/13581
Anne Elie Castanho Espindula - CRP-08/13593
Priscila Verissimo Alves - CRP-08/13611
Carolina Alves Quintino - CRP-08/13621
Eliane Nunes dos Santos - CRP-08/13636
Lidiane Knapik Musialak - CRP-08/13643
Diego Luiz Molina Rubel - CRP-08/13666
Psicólogo
do Paraná,
Um ano se encerra
e outro já está pronto para começar.
De 2010 fica o registro de um ano produtivo para a categoria.
Elaboramos e discutimos, num processo de construção conjunta e democrática, propostas de diretrizes e ações políticas a serem priorizadas pelo Sistema
Conselhos de Psicologia, no triênio 2010-2013.
Foi com este propósito que, no Paraná, realizamos os pré-congressos da Psicologia, em diferentes municípios e o VII Congresso Regional da Psicologia (COREP).
Estes eventos subsidiaram a participação do CRP-08 no Congresso Nacional
da Psicologia.
2010 também pode ser lembrado como o ano do XIV Congresso Brasileiro e VII
Congresso Internacional de Psicologia do Esporte, que discutiram temas relacionados à qualidade de vida, ética e desenvolvimento de talentos.
Este foi o ano em que, entre os psicólogos, debatemos sobre “Políticas Públicas
para o Enfrentamento da Exclusão e da Violência”, através do III Encontro de
Psicologia e Políticas Públicas e Seminário Regional de Políticas Públicas.
Nós também discutimos sobre vários outros assuntos inerentes à Psicologia,
através das Quartas-feiras no CRP, que, a partir de agora, não estão apenas
restritas à sede, mas podem ser acompanhadas de qualquer lugar com acesso
a internet, pois contamos com transmissão on line, pelo nosso site.
Em 2010 tivemos a eleição do XI plenário do CRP-08.
São 26 psicólogos - eleitos conselheiros - e um número ainda maior de colaboradores, que estarão à frente do Conselho Regional de Psicologia do Paraná pelos
próximos três anos, liderando um trabalho em defesa da Psicologia, enquanto
ciência e profissão, da sociedade e da ética profissional.
Que possamos viver intensamente 2011, nos encontrar muitas vezes, nos reconhecer enquanto categoria, promover avanços nas nossas discussões e defender conquistas sociais.
Feliz Natal e um promissor Ano Novo!
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