ISSN 1808-2645
Stockxpert
Ano 09 - Edição nº 51 - Mai/Jun/2007 - Publicação Bimestral - Conselho Regional de Psicologia do Paraná
O que está
acontecendo
nas relações
humanas?
Uma visão psicológica
Sumário
4
6
9
Editorial
Notas Gerais
10
Contato Jurídico
11
Contato Matéria
12
Por dentro
13
Psicólogo da Silva
Diretoria
Presidente: Raphael H. Castanho Di Lascio, Vice-Presidente: Guilherme de Azevedo do Valle,
Secretária: Deisy Maria Rodrigues Joppert, Tesoureiro: Alan Ricardo Sampaio Galleazzo
Conselheiros
Alan Ricardo Sampaio Galleazzo, Caçan Jurê Cordeiro Silvanio, Deisy Maria Rodrigues
Joppert, Denise Matoso, Eugênio Pereira de Paula Júnior, Fabiana Da Costa Oliveira, Guilherme
Azevedo do Valle, Lúcia Gebran, Marcos Aurélio Laidane, Raphael H. Castanho Di Lascio,
Rosângela Maria Martins, Rosemary Parras Menegatti, Sérgio Ricardo B. da Rocha Velho,
Thereza C. de A.S. D´Espíndula, Tonio Dorrenbach Luna,Vera Lúcia Barbosa.
Subsede de Londrina
Rua Pará, 1531 - 3º andar - sala 304 - Ed. Pará Office Tower
CEP 86020-400 - Fone: (43) 3026-5766
Conselheiro: Sérgio Ricardo B. da Rocha Velho - Fone: (43) 3327-9611/9945-2480
Suplente: Denise Matoso - Fone: (43) 3324-4075/3322-0860/9106-6786
e-mail: [email protected]
Subsede de Maringá
Avenida Mauá, 2109 - sala 08 - CEP 87050-020
Conselheira: Rosemary Parras Menegatti - Fone: (44) 3026-5935/9109-2099
e-mail: [email protected]
Subsede de Umuarama
Rua Rui Ferraz de Carvalho, 4212 - CEP 87501-250 - Fone: (44) 3624-0319
Conselheira: Rosângela Maria Martins - Fone: (44) 3623-3879/9956-5756
e-mail: [email protected]
Subsede de Cascavel
Rua Paraná, 3056 - sala 1302 - CEP 85810 010 - Fone: (45) 3038-5766
Conselheira: Fabiana da Costa Oliveira - Fone: (45) 9981-0417
e-mail: [email protected]
Coordenadora: Lenita T. Sturm da Veiga - Fone: (45) 3222-1166/9965-2487
Relatório heróis
Representações Setoriais
Contato
Recomenda
Livro: Cabeça de Porco
Autores: Luis Eduardo
Soares, MV Bill, Celso
Athayde Editora
Objetiva, 2005.
14
Abuso Sexual
Postergar o problema
NAPP-08 lança DVDs
sobre Psicologia
e Políticas Públicas
Matéria de Capa
O que está acontecendo nas
relações humanas? Uma
visão psicológica
18
Contato Entrevista
22
Artigo Assinado
23
Contato Opinião
24
Contato Pesquisa
26
Contato Agenda
Ético por natureza.
Um panorama sobre
a ética e a psicologia
nas relações humanas
A Tanatologia
nas Relações Humanas
Crises
Relato de pesquisa sobre
Orientações da
COF no ano de 2005
Campos Gerais: Conselheiro: Marcos Aurélio Laidane - Fone: (42) 8802-0949
Representante suplente: Lúcia Wolf Batista - Fone: (42) 3225-2207
Campo Mourão: Representante: Maria Sezineide Cavalcanti de Melo - Fone (44) 9978-1514
Foz do Iguaçu: Representante efetiva: Karine Belmont Chaves - Fone: (45) 9103-5803
Representante suplente: Elaine Aparecida de Barros Vendruscolo - CRP 08/01366
Fone: (45) 9103 1959 - [email protected]
Guarapuava: Representante efetiva: Egleide Montarroyos de Mello - Fone: (42) 3622-6066
Representante suplente: Priscilla Adriana Bittencourt - Fone: (42) 3622-3125/9112-4845
Sudoeste: Representante efetiva: Maria Cecília M. L. Fantin - Fone: (46) 3224-6059
Representante suplente: Geni Célia Ribeiro - Fone: (46) 9911-0550
e-mail: [email protected]/ [email protected]
Norte Pioneiro: Representante: Nucinéia Aparecida de Oliveira - Fone: (43) 762-1262
Litoral: Representante: Karin Bruckheimer - Fone: (41) 9657-7912
e-mail: [email protected]
Paranavaí: Representante: Márcia Mitsue Ymakawa Shirahige - Fone: (44) 8403-6681/34239181
Representante suplente: Carla Christiane Amaral Barros Alécio: (44) 9965-3438
União da Vitória: Representante: Elizabeth Ulrich - Fone: (42) 3522-0188/8808-8046
e-mail: [email protected]
Produção
Contato: informativo bimestral do Conselho Regional de Psicologia 8 - Região. (ISSN - 1808-2645)
Avenida São José, 699 - CEP 80050-350 - Cristo Rei - Curitiba - Paraná
Fone/fax: (41) 3013-5766 - Site: www.crppr.org.br / e-mail: [email protected]
Tiragem: 10.000 exemplares.
Impressão: Maxigráfica e Editora Ltda.
Jornalista Responsável: Kelly Ayres (6186/DRT-PR) - Redação: Patrícia Giannini.
Projeto Gráfico: RDO Brasil - (41) 3338-7054 - www.rdobrasil.com.br
Designer Responsável: Leandro Roth - Diagramação: Cristiane Borges.
Ilustração (Psicólogo da Silva): Ademir Paixão
Preço da assinatura anual (6 edições): R$ 20,00
Os artigos são de responsabilidade de seus autores,
não expressando, necessariamente, a opinião do CRP-08.
Expediente
Contatoeditorial
Esta edição da Revista Contato vem com o tema
Relações Humanas, assunto intrínseco à Psicologia e que
traz o questionamento “O que está acontecendo com as
relações humanas?”. A revista aborda as várias relações existentes: amorosas, de amizade, trabalho, na escola, pais e filhos, dentre outras. Traz a visão de vários psicólogos sobre o
que está acontecendo com a sociedade, que está rodeada por
um turbilhão de informações, pela violência, pela corrupção
e parece estar atônita e sem saber qual rumo seguir. Além da
matéria de capa, a Contato Entrevista aborda a ética nas
relações humanas. Aproveitando o tema e os assuntos, esta
edição apresenta uma Carta Aberta aos Psicólogos alertando
sobre as questões da relação psicólogo e ética.
Também gostaria de expor minha satisfação sobre
duas conquistas realizadas pelo CRP-08. Primeiramente,
a homologação do Plano de Cargos e Salários do
Conselho na Delegacia Regional do Trabalho; e por
segundo, a importância de o CRP-08 ter conseguido o
ISSN para a Revista Contato, junto aos órgãos competentes, identificando-a como única.
Boa leitura!
Raphael Di Lascio
Presidente do CRP-08
Contato recebe ISSN e passa por alterações
- Esta edição da revista Contato vem com algumas alterações. Primeiramente o CRP-08 conseguiu que fosse
atribuído o ISSN 1808-2645 à publicação. O ISSN ou International Standard Serial Number é um número padrão,
aceito internacionalmente, que identifica uma publicação seriada de forma única. A instituição responsável por
isso é o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. A segunda alteração é que, devido à
atribuição do ISSN, a publicação modificou o seu número de edição e ano, presentes na capa da revista.
- O número da revista passou a ser 51 e o ano 9. Caso fosse continuada a contagem realizada anteriormente, a
edição seria de número 143 e o ano 27. Porém, 27 é a idade do CRP-08 e a contagem das edições estava sendo
feita desde o primeiro informativo do Conselho, datado de julho de 1980, quando este não tinha um nome específico. Em 1985, surge outro informativo, com o nome de PSIcologia. Depois veio o jornal Idéias e somente em
novembro/dezembro de 1995 é lançado pela Gestão Ágora o jornal Contato, que ao longo dos anos foi se modificando e na edição de novembro/ dezembro de 1998 muda para a Revista Contato, quando um novo plenário da
Gestão Ágora assume o CRP-08. A publicação também passou por várias alterações, com a posse da gestão
ConexãoPsi, em 2001, até chegar no formato que possui hoje. Agora, sofre mais uma modificação com a correção do número da edição e do ano que serão contados a partir de novembro/dezembro de 1998, quando nasceu
a Revista Contato.
Xooxman
Dúvidas, sugestões
ou críticas
4
RevistaContato
envie um e-mail para:
comunicaçã[email protected]
Notasgerais
III Café da Manhã da Comissão
de Psicologia Hospitalar
O Conselho Regional de Psicologia do
Paraná (CRP-08), por intermédio da Comissão
de Psicologia Hospitalar, realizou no dia 5 de
abril, o III Café da Manhã para interessados em
Psicologia Hospitalar. A abertura foi realizada
pela coordenadora da Comissão, Claire
Terezinha Lazzaretti (CRP-08/02440) e pelo
presidente do CRP-08, Raphael Henrique
Castanho Di Lascio (CRP-08/00967). Estavam
presentes cerca de 70 convidados, entre eles
psicólogos que atuam em hospitais de Curitiba e
graduandos em Psicologia que realizam estágio
na área de hospitalar.
A Psicologia Hospitalar é uma área de
atuação que vem se consolidando nos hospitais e
se formalizando enquanto prática. Para garantir
sua pertinência, é preciso que a categoria continue
envolvida em discussões constantes de questões
ligadas à área e, para tal, a Comissão de
Psicologia Hospitalar do CRP-08 vem oferecendo
este espaço.
Psicológica - Entrevista, Observação e Testes; O
Processo de Avaliação Psicológica nos Diferentes
Contextos; Aspectos Éticos na Avaliação
Psicológica; A Produção de Documentos Legais
Decorrentes da Avaliação Psicológica.
Nos dias 11 e 12 de maio, o programa
será realizado em Foz do Iguaçu na sede do
CESUFOZ. No dia 11 o programa será ministrado das 19h00 às 21h45, já no dia 12 será das 8h30
às 12h00 e das 13h30 às 17h30. O encontro será
ministrado pela psicóloga Adriane Picchetto
Machado (CRP-08/02571). As inscrições poderão
ser feitas no site www.crppr.org.br e o investimento é de R$ 50,00. Mais informações pelo
telefone (41) 3013-5766. O PAAP também
será realizado nos dias 22 e 23 de junho em
União da Vitória.
Em Curitiba o PAAP aconteceu nos dias
23 e 24 de março, na sede do Conselho e foi ministrado pelas psicólogas Maria Elizabeth Haro
(CRP-08/00211) e Tatiana Zampieri Loddo (CRP08/06921).
Quartas-feiras no CRP
O Conselho Regional de Psicologia do
Paraná (CRP-08) promove, desde 1998, as
"Quartas-feiras no CRP", evento gratuito, que
tem como objetivo discutir a Psicologia e suas
formas de aplicação. As reuniões são abertas
para o público e acontecem todas as quartasfeiras, na sede do Conselho. Todo mês é escolhido um tema central, que é dividido em vários
assuntos para serem debatidos a cada semana.
Raphael parabenizando Psicologia Hospitalar
Próximos temas:
CRP-08 realiza Programa
de Atualização em Avaliação Psicológica
O CRP-08 e a Comissão de Avaliação
Psicológica estão realizando vários eventos do
Programa de Atualização em Avaliação
Psicológica (PAAP). O encontro é dirigido a
profissionais e estudantes de psicologia e tem
como objetivo promover um espaço de discussão
e atualização a respeito de Avaliação Psicológica,
desenvolvendo a técnica e a análise crítica sobre
as responsabilidades profissionais e éticas dos
psicólogos que atuam nesta área.
O PAAP aborda os seguintes assuntos:
Reflexões sobre a Atualidade e as Perspectivas da
Avaliação Psicológica; Técnicas de Avaliação
6
RevistaContato
Maio: Novos Paradigmas:
Consciência e Subjetividade.
Data: 02/05
- 18h - Psicocine: “Quem somos nós"
- 20h - Palestra:"O essencial é simples"
Abordagem sistêmico fenomenológica da
família, da saúde,das relações e da
prosperidade.
Data: 09/05
- 18h - Psicocine: "O Segredo"
- 20h - Palestra: "Reconhecer o que é"
As ordens sistêmicas do Amor.
Data: 16/05
- 18h - Psicocine: "O Segredo 2"
- 20h - Palestra: "A física da alma".
Data: 23/05
- 18h - Psicocine: "Suzuki speaks"
- 20h - Palestra: "Mente e natureza :
consciência, ecologia e sustentabilidade".
Data: 30/05
- 18h - Psicocine: "Babel"
- 20h - Palestra: "Cultura de Paz :
Interdependência e Co-emergência".
Junho: Encontros - Desencontros
e Reencontros.
Julho: Trânsito - Por onde
transita a Psicologia?
Agosto: Transtornos
(TOC, Alimentar, Bipolar)
Setembro: Psicologia Hospitalar
Outubro: Combate à Violência Contra
à Criança e ao Adolescente
Novembro: Tanatologia
COREP-08
Em 2007, o CRP-08 realizou o
Congresso Regional da Psicologia (COREP08). O evento aconteceu nos dias 27, 28 e 29 de
abril, em Curitiba. O COREP precede o VI
Congresso Nacional de Psicologia (CNP), que
acontece de 14 a 17 de junho em Brasília. O
tema do CNP será: “Do Discurso do
Compromisso Social a Produção de Referências
para a Prática: Construindo um Projeto Coletivo
para a Profissão”.
Antes do Congresso Regional aconteceram eventos preparatórios e pré-congressos,
um em cada região: Curitiba, Londrina,
Maringá, Umuarama, Cascavel, Foz do
Iguaçu, Campos Gerais, Campo Mourão,
Paranavaí, Litoral e União da Vitória. Nos
pré-congressos foram elaboradas as teses, que
são propostas de ação para o Sistema
Conselhos, e eleitos os delegados que participaram do COREP.
O tema principal “Do Discurso do
Compromisso Social a Produção de Referências
para a Prática: Construindo um Projeto Coletivo
para a Profissão” será dividido em três eixos
temáticos: Aperfeiçoamento Democrático do
Sistema Conselhos, Diálogos para Construção
dos Projetos Coletivos da Profissão e Intervenção dos Psicólogos nos Sistemas
Institucionais.
Os pré-congressos aconteceram:
- Litoral/ Matinhos: 23 de março
- Foz do Iguaçu: 30 e 31 de março
- Cascavel: 31 de março
-
Máringá: 31 de março
Paranavaí: 28 de março
Umuarama: 24 de março
Londrina: 31 de março
Campo Mourão: 03 de março
União da Vitória: 13 de março.
Em Curitiba o pré-congresso aconteceu
durante as “Quartas-feiras no CRP” de março.
Falando Sobre
A subsede de Maringá retornou no dia
21 de março com as reuniões do “Falando
Sobre”, sempre às 20 horas, na Biblioteca
Municipal. O primeiro tema discutido foi “Dor e
Cuidados Paliativos”, tendo como ministrantes
a psicóloga Keila Mary Gabriel (CRP08/05786) e o médico Marcelo Mariano (CRM
21913). No dia 18 de abril o tema foi
“Psicanálise e Cultura: Mitos e Subjetividade”,
com o psicólogo Calvino Camargo (IS 088).
No dia 16 de maio o assunto a ser discutido será “Vida a Dois – Um Enfoque
Sexual”, com a psicóloga Eliany Regina Mariussi (CRP-08/04751) e o médico Marcio de
Carvalho (CRM 12.020-PR).
Próximos temas:
- 13/06 - Psico-Oncologia
Psicóloga Fabiana da Silva Pereira
(CRP-08/11830).
- 22/08 - Cuidando do Cuidador
Psicólogo Jhainieiry Cordeiro Famelli
(CRP-08/05607).
- 12/09 - Identidade
Psicólogas Renata Marques Wolf
(CRP-08/10707) e
Geovana Fuzer Polsaque (CRP-08/11203).
- 17/10 - Psicologia do Esporte
Palestrante a definir.
- 28/11 - Emergência da Psicologia no trabalho
Psicóloga Tatiana Freitas Canali
(CRP-08/08229).
VII Congresso de Stress e IX Fórum Internacional
de Qualidade de Vida no Trabalho
O presidente do Conselho, Raphael
Henrique Castanho Di Lascio, faz parte da
Comissão Organizadora do VII Congresso de
Stress e IX Fórum Internacional de Qualidade
de Vida no Trabalho, que acontece entre os dias
26 e 28 de junho. Os eventos serão promovidos
pela International Stress Management Association (ISMA-BR), em Porto Alegre (RS), e
dirigidos para profissionais da área, estudantes e
demais interessados.
O evento discutirá como aprender a
gerenciar o stress. Para isso trará ao Brasil o
psiquiatra americano Richard Rahe, co-autor do
primeiro teste de stress, "Life Changes Stress
Test” (Holmes & Rahe), em 1967. Com mais de
quatro décadas de experiência na redução dos
elevados níveis de stress, ele falará sobre seu
programa de gerenciamento do stress, usado em
empresas públicas e privadas nos Estados
Unidos, que tem reduzido em até 34% o número
de consultas médicas.
Também participará o doutor em Psiquiatria e em Direito, Ronald Schouten (EUA),
diretor dos Serviços de Direito e Psiquiatria do
Massachusetts General Hospital e professor de
Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Harvard
University, que abordará o impacto que comportamentos inconvenientes de funcionários têm na
organização e na equipe de trabalho. O debate
sobre o tema envolverá, além de experiências
empresariais e pesquisas na área, a discussão do
peso da responsabilidade social neste processo.
Mais informações no site:www.ismabrasil.com.br.
V Jornada Internacional e III Conferência
Brasileira sobre Representações Sociais
Entre os dias 31 de julho e 3 de agosto
será realizado, em Brasília, a V Jornada
Internacional e III Conferência Brasileira sobre
Representações Sociais. O evento acontecerá no
campus universitário Darcy Ribeiro, na
Universidade de Brasília (UNB) e receberá estudantes e profissionais da Psicologia para participarem de discussões em torno da Interdisciplinaridade e diversidade de paradigmas. Além
do tema central do evento, serão discutidos assuntos como: comunicação e mídia, educação, meio
ambiente, movimentos sociais, violência e
exclusão social, religiosidade, entre outros.
A primeira das Jornadas Internacionais
sobre Representações Sociais foi realizada em
1998, em Natal (RN), reunindo cerca de 300
pesquisadores, docentes e estudantes de todas as
partes do País e também do mundo (França, GrãBretanha, Portugal, Suíça, Cuba e Venezuela) em
torno do tema central "Teoria e campos de aplicação". Mais informações e inscrições, acesse o
site: http://www.vjirs.com.br/.
II Congresso Latino-americano
de Psicologia
Nos dias 12, 13 e 14 de setembro deste
ano, em Havana (Cuba), acontece o II Congresso
Latino-americano de Entidades da Psicologia,
que é promovido pela União Latino-Americana
de Entidades de Psicologia (ULAPSI), com o
apoio da Sociedad Cubana de Psicologia de la
Salud e da Sociedad de Psicólogos de Cuba. O
evento tem como objetivo promover debates
que estimulem o desenvolvimento de uma
Psicologia voltada à realidade dos países da
América Latina. No Brasil, o evento conta com
o apoio de todas as 17 entidades de Psicologia
que compõem o Fórum de Entidades Nacionais
da Psicologia Brasileira ( FENPB).
Todos os interessados poderão realizar
suas inscrições no site www.ulapsi.org. O II
Congresso quer contar com a participação de
estudantes, entidades e profissionais de todos os
países da América Latina. Até o dia 30 de junho
os estudantes pagam US$50,00 e os profissionais US$100,00. Os pacotes para a viagem também podem ser encontrados no site da Ulapsi.
Projeto Como Eu Faço
No dia 13 de abril, o CRP-08, por intermédio da sua Comissão de Avaliação Psicológica, realizou o projeto “Como Eu Faço”, com
o tema “Avaliação Infantil – Estratégias
Diagnósticas nos diversos contextos”. O objetivo do encontro foi instrumentalizar profissionais da área da Psicologia com técnicas e estratégias de avaliação infantil nos diferentes contextos e, também, propiciar a discussão sobre a
prática da avaliação infantil.
As profissionais Tatiana Zampieri
Loddo (CRP-08/06921), psicóloga clínica com
especialização em Neuropsicologia, e Cláudia
Santos (CRP-08/10756), psicóloga clínica com
especialização em Psicologia do Corpo, ministraram o encontro. O programa abordou os
seguintes pontos: anamnese como elemento de
triagem e delimitação da queixa; possibilidade
de elaboração de baterias de avaliação com os
testes psicológicos; devolutivas para a família,
para o paciente e para a escola; promoção de
troca de experiências entre os profissionais
sobre as diversas formas de avaliação infantil
com o objetivo de ampliar as técnicas para lidar
com avaliação em seus diferentes contextos.
Passaporte da Cidadania GLBT
O Grupo Dignidade apresenta o Passaporte da Cidadania GLBT (Gays, Lésbicas,
Bissexuais e Transgêneros), que tem como
finalidade informar a sociedade, em especial o
público GLBT, sobre saúde, direitos, serviços de
RevistaContato
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assistência, proporcionando assim ao indivíduo
o exercício da cidadania.
Mais informações:
www.grupodignidade.org.br,
[email protected]
ou (41) 3222-3999.
CRP-08 homologa
Plano de Cargos e Salários na DRT
O CRP-08 homologou na Delegacia
Regional do Trabalho do Paraná (DRT-PR), no
dia 9 de março, o Plano de Cargos e Salários. A
publicação da homologação foi feita em Diário
Oficial no dia 15 de março.
O plano é destinado a organizar os cargos de provimento permanente e esporádico em
Sistema de Carreira, fundamentados nos princípios de qualificação profissional e desempenho,
com a finalidade de assegurar a continuidade da
ação administrativa e da eficiência do serviço.
Associação Paranaense de Psicologia
da Dependência Química
A Associação Paranaense de Psicologia
da Dependência Química (ASPPDQ) está
preparando um curso de capacitação à prevenção
ao uso de drogas nas escolas e também um curso
de especialização em dependência química. Em
breve serão divulgadas mais informações.
CRP-08 é eleito para fazer parte do CMAS
No dia 27 de março, o CRP-08 foi
eleito como representante de classe na eleição
da área não-governamental do Conselho
Municipal de Assistência Social (CMAS) de
Curitiba. Como representante de classe também
foi eleito o Conselho Regional de Serviço Social
– 11ª região (CRESS). Já como representante de
usuários foi eleita a Pastoral da Pessoa Idosa. As
entidades prestadoras de serviços eleitas foram:
Liga Paranaense de Combate ao Câncer, FUNPAR, Pequeno Cotolengo do Paraná, Centro de
Ação Voluntária, Casa de Recuperação Água da
Vida e Alvorecer Ação Social e Educacional e,
como entidade suplente, foi escolhida a Casa de
Recuperação Água da Vida.
CRP-08 inaugura subsede de Londrina
No dia 11 de maio será a inauguração
da nova subsede de Londrina. Estarão presentes
os conselheiros, funcionários e colaboradores
do CRP-08. Também foram convidadas diversas
8
RevistaContato
autoridades da cidade e do Estado, como o governador Roberto Requião. O evento acontece
às 20h, na subsede que é localizada na Avenida
Paraná, 297. A nova subsede foi adquirida ainda
no ano passado, mas estava passando por reformas para melhor atender os 1.050 psicólogos de
Londrina.
O CRP-08 comprou o imóvel em um
prédio comercial, chamado Itaipu, localizado
bem no centro de Londrina. Segundo a conselheira do CRP-08 em Londrina, Denise Matoso
(08/02416), o imóvel fica muito bem localizado
e de mais fácil acesso para todos. De acordo
com o representante da subsede, Sérgio Ricardo
Belon da Rocha Velho 08/07140), o imóvel fica
no coração de Londrina.
Além de bem localizado, o novo imóvel é bem maior do que o atual. De acordo com
o representante da subsede, o conjunto tem
160m². “O novo imóvel não tem comparação
com o antigo, que media cerca de 40m²”, afirma
Rocha Velho. A nova aquisição ocupa um andar
inteiro do prédio. A nova subsede tem mais
espaço, tanto para o trabalho do dia-dia, quanto
para eventos. “Temos uma sala para as Comissões poderem se reunir, um espaço só para a
Comissão de Orientação e Fiscalização (COF),
um hall de entrada e um mini-auditório, que
poderá ser sublocado para eventos”, conta
Rocha Velho.
O presidente do CRP-08, Raphael
Henrique Castanho Di Lascio (CRP-08/00967)
esclarece que uma gestão séria e competente consegue trazer resultados positivos os psicólogos.
“Compramos um imóvel com recursos próprios,
com isso temos o aumento do capital, pois o Conselho cresce em seu patrimônio. Além do que essa
aquisição representa uma vitória para os psicólogos de Londrina”, explica Lascio.
Homenagem ao médico
psiquiatra Ismael Zanardini
O CRP-08 decidiu, em plenária do dia
30 de março, prestar homenagem póstuma ao
médico psiquiatra Ismael Zanardini que faleceu
no final de março. Zanardini foi defensor das
causas Psi e parceiro dos psicólogos em inúmeras
ações, ajudou a humanizar hospitais e foi formador de inúmeros psicólogos.
Contatorecomenda
Livro: Cabeça de Porco
Benjamin Earwicker
Autores: Luiz Eduardo Soares,
MV Bill, Celso Athayde Editora Objetiva, 2005.
*Deisy Joppert - CRP 08/1803
Livro de interesse para sociólogos, antropólogos, psicólogos, operadores do direito, gestores da área
de segurança pública e todos aqueles
que tem a curiosidade e necessidade
de entender um pouco mais da violência e/ou criminalidade atual. Escrito a seis mãos é dividido em capítulos nos quais se narra a vida de
jovens que vivem a criminalidade
cotidiana, no Rio e em outros oito
Estados Brasileiros, incluindo Paraná. Essa parte do livro é fruto de
pesquisa realizada por Celso Athayde
e MV Bill, pesquisas essas relatadas
em primeira pessoa, quando os autores “subiam os morros” para registrarem, in loco, a realidade do comércio das drogas e as relações humanas
ali estabelecidas. Também são incluídas entrevistas com policiais e algumas experiências de Luiz Eduardo
Soares enquanto subsecretário de
Segurança Pública e coordenador de
segurança, Justiça e Cidadania, do
Rio de Janeiro, no final dos anos 90.
Impressiona, de forma mais
intensa, principalmente para os psicólogos, as reflexões escritas por Luiz
Eduardo Soares principalmente em
“Conspiração contra a mudança”,
“Identidade em obras I: adolescência”
e “Identidade em obras II: adolescência e problemática ardilosa das ‘causas’ da violência”, onde o autor, muito
provavelmente conhecedor das teorias
psicológicas e, principalmente, psicanalíticas (e muito sensível à problemática humana), traz sobre a dificuldade para se alterar uma situação já
instalada, um pré-conceito, no caso do
primeiro texto, ou sobre a construção
da identidade, principalmente dos jovens que crescem em uma cultura de
violência, nos dois outros.
O livro, apesar de abordar um
tema tão atual, preocupante e complexo, não deixa, por outro lado, de
apresentar passagens hilárias, como a
do artigo intitulado “Dolorosa realidade da fantasia: por que as expectativas se realizam?”, onde a personagem primeira é uma senhora, Dona
Nilza, assustada com tudo que está à
sua volta. Mas não é para se enganar
com essa “hilaridade” da narrativa,
pois o tema abordado nesse artigo
talvez seja um dos mais profundos do
livro: política de segurança, cultura e
comunicação.
Por fim, Cabeça de Porco que,
conforme é informado já na primeira
folha, significa, para os jovens das
favelas cariocas, “situação sem saída,
confusão”, não tem a intenção de uma
simples denúncia, como frisam seus
autores, mas “que ele seja lido e usado
como uma ferramenta cheia de vida a
serviço da construção de saídas”.
Boa leitura!
*Psicóloga
RevistaContato
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Contatojurídico
Contato
Talya Wilson
Abuso Sexual
Existem quatro categorias distintas de abuso sexual: pedofilia,
estupro, assédio sexual e exploração
sexual profissional. Em virtude da
extensão do tema e do interesse da categoria profissional, vamos – tão
somente – ater-nos às duas últimas.
O assédio sexual é definido
como a aproximação sexual não bemvinda, uma solicitação de favores sexuais ou qualquer conduta física ou
verbal de natureza sexual. A Lei nº
10.224, de 15 de maio de 2001 alterou
o Código Penal, inserindo o artigo
216-A – tipificando criminalmente o
assédio sexual. A tipificação legal
descreve que “o assédio pode ser
definido como um constrangimento
motivado por fins libidinosos e praticado com o abuso de posição hierárquica funcional”. No que tange a cominação da pena, (detenção de um a
dois anos), é possível a suspensão
condicional do processo e a aplicação
de penas substitutivas; todavia, o
crime não é de menor potencial ofensivo (pena mínima de um ano), não
cabendo, portanto, o seu julgamento
pelos Juizados Especiais. O dispositivo, conforme se verifica, ficou atrela-
10
RevistaContato
do ao formalismo dos termos da esfera
trabalhista, distante da realidade social. Em decorrência disto, não são
poucas as críticas voltadas para a lei
supracitada, posto que ao ver de vários
doutrinadores a norma representa mais
realizações de fins eleitoreiros do que
uma análise efetiva do contexto sóciocultural brasileiro. A tipificação penal
não atende as demandas sociais.
Assim, o combate à prática do assédio
sexual, como também à exploração
sexual profissional, encontra maior
eficiência e são mais intimidadoras
nas sanções administrativas, trabalhistas e civis. Nesta linha de raciocínio,
passa-se a analisar a exploração sexual profissional que é um tipo de abuso
sexual punível neste CRP-08 em nível
administrativo.
O doutrinador Luciano Parisotto,
com muita felicidade aborda o seguinte, quanto à exploração sexual profissional: “A exploração sexual profissional ocorre quando há algum tipo de
envolvimento sexual (ou intimidade)
entre uma pessoa que está prestando
serviço e um indivíduo que procurou a
sua ajuda profissional. Pode ocorrer
em todos os relacionamentos profis-
sionais nos quais haja algum tipo de
poder de um indivíduo sobre o outro
(assimetria)... Restrições à intimidade
sexual entre profissionais da área
médica e pacientes são já citadas no
juramento de Hipócrates, que data de
quatrocentos anos antes de Cristo,
proibindo esse tipo de atividade sexual. Atualmente, tanto o código de ética
médica como o código dos psicólogos
postulam os mesmos princípios, considerando seríssimos os danos causados ao paciente. É sempre muito difícil tratar um paciente que foi explorado por um médico ou psicoterapeuta. Há uma incapacidade da vítima
para confiar novamente, impossibilitando a aliança terapêutica, extremamente necessária para desenvolver o
relacionamento saudável psicólogopaciente e a obtenção de sucesso no
tratamento. O profissional abusador
também enfrenta muitas dificuldades
no seu próprio tratamento. Geralmente busca ajuda somente quando
foi delatado e indiciado. Existem
ainda poucos serviços especializados
e direcionados ao tratamento dessas
situações.”
A exploração sexual profissional
encontra-se coibida na Resolução CFP nº
010/05 – Código de Ética Profissional do
Psicólogo, no inciso VI, dos Princípios
Fundamentais e na alínea “j” do artigo
3º. As penalidades a que se sujeitam os
profissionais encontram-se elencadas no
Código de Processamento Disciplinar
(Resolução CFP nº 006/2001) e vão
desde a advertência à cassação do exercício profissional (artigo 62).
Zenaide Carpanez (OAB/PR 18420)
Assessora Jurídica do CRP-08
Contatomatéria
Postergar o problema
“Não podemos entrar em comoções criadas por atos de violência isolados;
os adolescentes no Brasil são mais vítimas
que algozes”, diz Cleia Cunha (CRP08/00477), psicóloga e coordenadora da
Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia do Paraná
(CRP-08), ao defender a não redução da
maioridade penal.
Segundo Cleia, a violência que
incide sobre o adolescente no Brasil é
infinitamente maior que os casos evidenciados pela mídia envolvendo jovens em conflito com a Lei. Dados do Datasus, ressaltados pela psicóloga, mostram que jovens
entre 15 e 18 anos representam 86,35% das
vítimas de violência no Brasil e que a taxa
de adolescentes mortos no País é de 35 para
cada 100 mil habitantes, sendo que a
mesma taxa para a população em geral é de
27 para 100 mil. “Diminuindo a maioridade penal não iremos resolver nada.
Nosso sistema prisional está falido.
Colocar um adolescente em qualquer
prisão do País é postergar um problema. Se
a questão for a privação da liberdade, o
Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) é claro quando diz que um jovem de
17 anos e 11 meses, por exemplo, ao cometer um crime, será submetido a uma pena
que pode levá-lo a três anos de privação de
liberdade em um estabelecimento educacional. E, se ao término desta ainda não
apresentar condições, ele continuará
cumprindo medidas socioeducativas no
regime de semiliberdade ou liberdade
assistida. O sistema previsto pelo ECA
guarda similaridade com as penas estabelecidas na legislação criminal”.
A coordenadora da Comissão de
Direitos Humanos do CRP-08 baseia-se
em números para defender sua posição
contra a redução da maioridade penal. “O
índice de reincidência entre os jovens que
cometeram crimes é de 5%, já entre os
adultos é de 70%. Portanto, questiono: por
que colocar sujeitos em desenvolvimento
num sistema falido? Estamos sendo justos
ao tirar a oportunidade de orientação e
desenvolvimento destes jovens?”.
A psicóloga acrescenta “nossa
legislação é adequada, precisa somente
ser aplicada e implementada. Os municípios, por exemplo, podem desenvolver
programas como a medida de liberdade
assistida e não somente apresentar e cobrar o aprisionamento como alternativa.
Por mais que não seja do conhecimento da
maioria, as medidas socioeducativas estabelecidas no Estatuto da Criança e do
Adolescente têm trazido resultados satisfatórios, apesar de ainda termos muito que
caminhar. No ano passado, foi criado o
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) com o objetivo
de aperfeiçoar e estabelecer diretrizes
nacionais para as políticas públicas
voltadas para os adolescentes infratores”.
Para Cleia, a solução não está na
redução da maioridade, e sim, na qualidade das políticas sociais e no investimento maciço em educação, saúde, lazer e saneamento. “Criança que freqüenta creches e escolas tem outra
estrutura e perspectiva de vida, com
certeza, no futuro será menos propensa
à violência. Além do que, um jovem
internado numa instituição custa por
mês ao governo aproximadamente R$
4.400,00 já um aluno no ensino fundamental, representa R$ 1.900,00/ano.
Nós, como sociedade civil organizada,
temos que nos manifestar e cobrar
políticas educacionais e sociais e isto
pode ser feito acompanhando reuniões
dos órgãos de controle social nos
municípios, como o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, por exemplo. O papel da sociedade civil na democracia é participar e
cobrar e não simplesmente votar”,
finaliza a psicóloga.
RevistaContato
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Pordentro
NAPP lança
DVDs sobre Psicologia e Políticas Públicas
seja distribuída para as universidades do
Paraná e para os outros Conselhos de
Psicologia.
(Da esquerda para a direita). Inês Lacerda, Raphael Henrique Castanho Di Lascio, Guilherme de
Azevedo do Valle e Vera Karam de Chueiri na mesa de abertura.
No dia 4 de abril, o Núcleo de Articulação em Políticas Públicas (NAPP) do
CRP-08 fez o lançamento dos DVDs
“Seminários Conceituais: Psicologia e
as Políticas Públicas”. A série, composta
de cinco DVDs, foi produzida a partir do
evento intitulado “Seminários Conceituais”, organizado pelo NAPP no segundo
semestre de 2006. O evento teve quatro
encontros, os quais foram gravados para
serem disponibilizados às subsedes e às
representações setoriais.
O lançamento contou com a presença do presidente do Conselho, Raphael Henrique Castanho Di Lascio, do
vice-presidente e coordenador do NAPP,
Guilherme de Azevedo do Valle, e de
duas palestrantes dos Seminários Conceituais, as professoras Inês Lacerda
(doutora e mestre em Letras e graduada
em Filosofia) e Vera Karam de Chueiri
(doutora e mestra em Filosofia, mestre
em Direito e graduada em Direito).
Também estavam presentes cerca de 30
convidados.
Os assuntos abordados nos Seminários e conseqüentemente nos quatro
DVDs foram: “Política”– ministrado
pela professora Inês, “O Público e o
Privado”– tema abordado pela professora Vera, “Cidadania”– palestra feita por
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RevistaContato
Daniel Soczek (doutor em Sociologia
Políticas, mestre em Sociologia das Organizações, especialista em Metodologia do Ensino e graduado Em Filosofia)
e “Movimentos Sociais” – ministrado
pela psicóloga Maria Teresa Castelo
Branco (doutora em Educação e mestra
em Extensão Rural), sendo o quinto
DVD uma síntese de todos os encontros.
Segundo Azevedo do Valle, os seminários surgiram para aprofundar as discussões sobre temas que compõem a
questão das políticas públicas. “Eles
fazem parte das estratégias e objetivos
do NAPP para incentivar o estudo e a
compreensão da temática Políticas
Públicas e Psicologia”, explica Valle. O
coordenador do NAPP acrescenta que há
um projeto para que a série de DVDs
O presidente do Conselho
parabenizou o NAPP pelo trabalho
realizado e pela iniciativa de ter produzido os DVDs. A professora Inês
achou muito interessante a idéia que o
NAPP teve de gravar as palestras. “Já
fiz muitas palestras em vários lugares
e elas nunca foram gravadas para
serem distribuídas posteriormente”,
conta Inês.
O lançamento dos DVDs foi o
primeiro evento das Quartas-feiras no
CRP do mês de abril, que teve como
tema “A Psicologia e as Políticas Públicas” e foi organizado pelo NAPP,
em conjunto com a Comissão de
Eventos e Comissão de Direitos
Humanos do CRP-08. As Quartasfeiras no CRP do mês de abril tiveram
como tema “A Psicologia e as Políticas Públicas”, sendo abordados, nas
quartas-feiras subseqüentes ao lançamento, os seguintes assuntos: “A Psicologia e os Conselhos de Controle
Social”, “O Psicólogo no CRAS” e
“A Psicologia e as Medidas SócioEducativas”.
Convidados assistindo abertura do evento.
PsicólogodaSilva
Por Tonio Luna (CRP-08/07258)
Relatório heróis
Enquanto se vendem anéis de Gyges em todos os planaltos, também se vêem heróis na contemporânea República.
Entrou pela porta da frente assustado e dirigiu-se à atendente. Ao iniciar a consulta pediu para ser internado. Adolescente,
usuário de crack e outras drogas, já estava em atendimento naquele centro há algum tempo. O psicólogo já sabia que aquele pedido estava relacionado com uma ameaça de morte por parte de algum traficante. Já sabia que provavelmente dentro
de poucos dias ele iria fugir da instituição e no próximo atendimento ele iria dizer: “não dá nada”. Com alguma esperança,
redução de danos, e outros recursos, segue a Psicologia fazendo atos heróicos nos CAPS da vida. Entre uma consulta e
outra, em meu consultório com ar condicionado, penso nisto.
RevistaContato
13
Matériacapa
O que está acontecendo
nas relações humanas? Uma visão psicológica
Os meses de maio e junho são considerados meses que têm
um significado especial no que se refere às relações humanas ou
interpessoais, pois maio é o mês das Mães e das Noivas e em junho
é comemorado o Dia dos Namorados. Além da questão do consumo,
da compra de presentes, esses meses levam algumas pessoas a refletir sobre o que está acontecendo com as relações. A Psicologia auxilia no entendimento e no estudo delas.
Segundo a psicóloga Elizabeth Regina Maio de Siqueira
(CRP-08/01886), pode-se definir uma relação interpessoal como o
envolvimento de duas ou mais pessoas, por laços afetivos, profissionais ou intelectuais. “Esse envolvimento acontece na busca da satisfação de necessidades e/ou interesses recíprocos”, explica a
psicóloga. A Psicologia aperfeiçoa as relações através da percepção
de si mesmo e do outro, identificando os conflitos e suas causas e,
ainda, auxiliando as pessoas a administrarem-nas por meio da comunicação eficaz, com diversas técnicas e informações.
Sendo assim, as relações não se restringem somente ao âmbito familiar ou amoroso, há vários outros tipos de relacionamentos,
como: de amizade, no trabalho, na escola. Porém, essas relações
parecem estar mais desgastadas. Percebe-se isso no aumento da violência, do desemprego (competição no ambiente de trabalho), nas
reclamações de professores com relação ao comportamento dos
alunos; na mídia em geral, por exemplo, aparecem casos de professores agredidos e pais que não sabem lidar com os filhos.
Nos relacionamentos amorosos, de acordo com dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de
casamentos aumentou 3,57% em 2005 se comparado ao ano anterior.
Em 2004 foram registradas 806.968 uniões e em 2005 foram
835.846. Em contrapartida, o índice de separações e divórcios também cresceu no período em média 7% nas separações e 15% nos
divórcios. Segundo a psicóloga Elizabeth, não existe uma única razão
para esse crescimento. “Não podemos nos esquecer de que somos
todos seres relacionais, portanto, não desejamos viver sós, por isso é
também que o número de casamentos continua aumentando”. Ela
acrescenta que outro fato do aumento de casamentos é de que as
famílias atuais estão absorvendo, lentamente, novas mudanças, do
tipo: união estável (equiparada pela Constituição Federal à família
surgida com o casamento), uniões homoafetivas (os meus, os seus, os
nossos filhos e os nossos ex) e uniões homossexuais.
Para o aumento das separações e divórcios também há várias
explicações, conforme a psicóloga, pois ficou mais fácil se separar,
do ponto de vista da legislação processual que entrou em vigor. “As
separações e os divórcios foram facilitados para aqueles casais que
não têm filhos e estão de acordo com a idéia. Dessa forma, pode ser
feita uma simples declaração em cartório notarial, sem necessidade
de acionar o poder judiciário. O custo é menor, mas mesmo assim
necessitam do acompanhamento de advogados”, explica. Outra justi-
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RevistaContato
ficativa é a de que a profissionalização propicia à mulher sua liberação econômica, com a conseqüente necessidade da busca da sua
liberdade. “O que as faz terem autonomia para tocar suas vidas com
menos frustrações. Isso também se aplica aos homens”, conta.
Entre as causas de separações se encontram: traição; insatisfação pessoal (incluída a sexual), baixa tolerância à frustração com
alto nível de expectativas em relação ao outro e ao casamento, perdas
econômicas e financeiras, desrespeito e desnível cultural. Na opinião
da psicóloga Rosemary Damaso Padilha (CRP-08/02126), “grande
parte dos casos de separações é devido à dificuldades de relacionamento. Então, pode ocorrer uma separação amigável, na qual os dois
concordam que é melhor se separar e muitas vezes continuam se relacionando como amigos”.
Rosemary também diz que muitas vezes as pessoas não
investem mais tanto no casamento. “Relação a dois exige um investimento constante. Hoje, as pessoas se casam, muitas vezes, para ver
se dá certo. Antigamente as pessoas se casavam para sempre, 'até que
a morte nos separe'. Isso fazia com que a gente enfrentasse as crises
vivenciadas sem a alternativa de separação. Atualmente, numa
primeira briga já não deu certo e se separam”, explica.
Para Elizabeth, ainda vivemos o mito de achar “a metade da
laranja” ou então a “cara metade”. “É muito mais fácil lidarmos com
as afinidades sem focar nas diferenças, as quais esquecemos ou negamos que quando nos relacionamos amorosamente o 'kit' deve ser
completo. Ser bonzinho, gostosinho, bonitinho, cheirosinho e compreensivo o tempo todo só serve em novelas e filmes, cuja realidade
é bem outra”, conta. Porém, ela acredita que na essência
inexiste diferença entre relacionamentos antigos e
atuais, uma vez que ambos sofrem ou sofreram os
influxos dos fenômenos sociais de suas
épocas. “No fundo a família é a mesma,
o que interessa é que haja uma estrutura
psíquica sólida tanto nos relacionamentos antigos quantos nos atuais, pois persiste a necessidade de estabilidade e segurança para ambos parceiros”, explica Elizabeth.
Rosemary cita
que hoje com a
maior convivência com o
sexo oposto,
existe muito
mais oportunidade para o envolvimento com diferentes pessoas. Entretanto, defende que “se
entra um terceiro na relação é porque havia espaço para ele”. Para
Elizabeth, as pessoas têm encarado a traição com culpa e sensação de
fracasso e, ao mesmo tempo, com sentimentos raivosos em relação ao
outro. “O medo da infidelidade todos têm, independentemente de ter
acontecido ou não, pois ninguém tem garantias numa relação
amorosa”, conta a psicóloga.
liberdade do parceiro: abre correspondências, bisbilhota o computador, ouve telefonemas, checa seu celular, examina bolsos, chega a
seguir o parceiro ou contrata alguém para fazê-lo”, salienta Elizabeth.
Para casos assim é importante a psicoterapia, nesse ponto o psicólogo ajuda o paciente a rever sua relação e a ter um reforço ou a recuperação da auto-estima e da valorização da auto-imagem.
Outra questão que está muito em voga é a traição virtual,
muitos se perguntam se realmente é traição. Segundo Elizabeth,
ainda é recente o fenômeno para autorizar o juízo de valor ou qualidade, de benefício ou de malefício que possa advir de um relacionamento virtual. “Porém, pode-se adiantar que se o indivíduo efetivamente troca, substitui todo e qualquer relacionamento nominado
tradicional pelo virtual, correrá o risco de alheamento/distanciamento da realidade com prejuízos graves a sua psique. Somos seres relacionais e nada, do ponto de vista da saúde emocional, substitui satisfatoriamente o contato - pele a pele, olho a olho. O conceito de
relação virtual ainda não está introjetado na maioria das pessoas, mas
a tendência instiga uma resposta afirmativa: pode ser encarada como
traição a intenção de substituir uma relação afetiva real em detrimento da virtual”, conta.
Algo que também tem acontecido são os recasamentos, ou
seja, pessoas que se separam e voltam a se casar. Do ponto de vista
psicológico, isso acontece porque as pessoas aprendem separadas a
analisar seus problemas pessoais e interpessoais, com isso têm a
oportunidade de desenvolverem uma maturidade no quesito respeito.
“Pode também acontecer de ser a separação uma ilusão de liberdade
e que ao vê-la concretizada, o indivíduo, em contato consigo mesmo,
não se sinta um bom companheiro. Ou seja, sentindo-se em solidão,
opta por reatar o casamento com a idéia 'antes mal acompanhado do
que só'; o que pode ser uma reincidência bastante comprometedora”,
conta Elizabeth.
Lotus Head
De acordo com Elizabeth, há uma grande quantidade de
fatores que podem explicar o e-love (relacionamento virtual). Dentre
os quais podem ser destacados: a segurança física, pois a violência
urbana tem fustigado as pessoas aos encastelamentos ou, no caso, às
salas de bate-papo; a segurança afetiva, distanciamento da realidade
factual propicia a impressão de que o mundo virtual blinda ou protege a afetividade; a auto-estima e a fantasia, a impessoalidade propiciada facilita o início de relacionamentos pela não-exposição física
inicial das pessoas, permitindo a superação de barreiras como timidez
e fobias e o contato com o desconhecido; a acessibilidade e a individualidade, no qual os contatos virtuais de um lado permitem ter o
outro ao alcance de forma instantânea e independentemente das distâncias, oportunizando maior freqüência e, de outro lado, preservam
a individualidade, na medida em que a pessoa pode, livremente,
conectar-se e desconectar-se quando assim lhe beneficiar.
Outro fator que pode atrapalhar um relacionamento amoroso é o ciúme. Primeiramente é necessário
diferenciar o ciúme normal do patológico. O normal é
o sentimento de zelo
entre os pares. O
ciúme potencializa
as emoções, fazendo
o amor se sentir mais
forte e o sexo mais apaixonado. Para Elizabeth, em
doses pequenas e manejáveis, o ciúme pode ser um estímulo positivo num relacionamento. Mas quando é
intenso ou irracional, torna-se patológico, em
que a pessoa, paranóica, está convencida,
sem motivo justo ou evidente, da infidelidade do parceiro e passa a procurar
evidências da traição. “Quem sente
ciúme a esse nível tem a compulsão de
verificar constantemente as suas dúvidas, a ponto de se dedicar exclusivamente a invadir a privacidade e tolher a
A Psicologia pode ajudar o casal a superar os problemas.
“Encarando as divergências em um casamento sólido, é possível
superar. Da mesma forma que lidar com a rotina pode ser encarado
em seu aspecto saudável, pois implica em não termos que fazer escolhas o tempo todo”, diz Elizabeth. Ela explica que “não podemos nos
esquecer que temos que aprender a tolerar frustrações e também
imperfeições, pois elas fazem parte das nossas escolhas”.
Pais e filhos
As relações humanas são desenvolvidas e baseadas por meio
da comunicação. Segundo a psicóloga Rosemary, o funcionamento
do ser humano é estruturado a partir da vivência das funções materna, paterna e de casal. De acordo com a Abordagem SistêmicoIntegrativa, a função materna, através das atribuições de nutrição,
organização e vínculo, propicia o desenvolvimento da segurança
básica do ser humano. Esta segurança, gerada pela capacidade de vínculo, vai servir de base para a função paterna. “É desenvolvida uma
confiança básica nessa criança de que as necessidades podem ser satisfeitas, então isso é básico para a instituição do eu. A função materna vai dar a sobrevivência”, explica Rosemary.
Depois, vem a função paterna que tem como atribuições: limite, direção e proteção. "É uma preparação para enfrentar o mundo,
respeitando o espaço do outro", comenta. Rosemary conta que atende
famílias encaminhadas pela Vara do Adolescente em Conflito com a
Lei, no estágio do curso de Mediação Sistêmico-Integrativa. "Nestes
sistemas familiares, fica evidente a falta de limite, proteção e direção,
que são atribuições da função paterna. Entretanto, no estudo dos casos
atendidos, levantou-se a hipótese de que o que realmente faltou, foi a
base dada pela função materna, para que essas atribuições pudessem
ser assimiladas. Pode ser observado que a maioria das mães, obrigadas
a trabalhar para buscar o sustento de seus filhos, entrega-os a outras
pessoas que 'cuidam como profissionais', ou seja, não desenvolvem
um vínculo afetivo com as crianças. A mãe chega em casa tarde e sai
muito cedo, quase não convivendo com o filho", explica.
Ela diz que fica difícil passar valores para os filhos, sem conviver com eles. "Quando crescem um pouco, convivem com as
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amizades da rua e, sem modelos adequados, tornam-se vulneráveis
aos chamados do mundo do crime, das drogas, da possibilidade de
fugir das dificuldades ou de ganhar dinheiro fácil para poder ter o
tênis, o boné, a calça, o celular da moda e tantos outros consumismos
instigados através dos veículos de comunicação de massa", esclarece.
importância de investimento na família, tanto como medida preventiva como para combater o padrão de violência em vigor na nossa
sociedade”, explica.
Para Rosemary, em todas as classes talvez aconteça isso, em
diferentes níveis. Desde que a mulher saiu para trabalhar fora isso
ficou mais complicado, porque antes, apesar daquela educação
repressora, havia limites claros e regras definidas. “Estamos em uma
sociedade do ter e não do ser. Você não é alguém pelo que é, mas pelo
que tem ou pelo que aparenta ter. Estamos com os valores totalmente
alterados”, conta.
Outro problema encontrado nas relações humanas é o relacionamento na escola, professor e aluno. Um dos grandes motivos de
estresse dos professores é a falta de respeito dos alunos. Muitos
alunos não tem limites, fazem gozação dos professores, bagunça
durante a aula e alguns professores, por se sentirem de mãos atadas,
“continuam dando aula como se nada estivesse acontecendo”, conta
Maria Elizabeth. De acordo com ela, hoje os alunos cobram que o
professor seja um ator, ou palhaço, como os professores dizem. Mas
todo professor tem seu estilo e deve ser respeitado por isso. “Não
basta saber a matéria, tem que ter sempre uma piada na ponta da língua. Muitas vezes o professor quer colocar limites e os alunos não
estão nem aí, fazem abaixo-assinado, queixam-se à diretoria. Às
vezes, até abrem processos contra os professores”, conta. Com isso,
os professores acabam também não impondo limites aos alunos.
De acordo com a psicóloga Maria Elizabeth Haro (CRP08/00211), estamos vivendo um problema social, porque os pais, por
ficarem pouco tempo com os filhos, ficam permissivos e acabam
deixando passar muitas coisas. “Acho que é um problema social, e não
é só no Brasil, mas aqui parece haver um nível de tolerância maior. As
pessoas aceitam e não colocam limites. Têm medo de serem vistas
como más e exigentes. Ou você assume que alguém não vai gostar
disso ou você vai ser parte desse meio”, fala Maria Elizabeth.
Conforme Rosemary, para que esse problema melhore, é
necessário um investimento na estruturação da família - porque é nela
que a criança e o adolescente aprende a se comportar e a ter um
padrão de interação, - e depois um investimento na educação, pois
todas as famílias têm a obrigação de levar seus filhos à escola, a
segunda matriz da estruturação do ser humano. Para a psicóloga, deveria ser implantada a mediação nas escolas como política pública,
dando capacitação aos professores sobre: padrão de interação, resolução pacífica de conflitos e necessidades básicas das crianças.
Depois os pais, as famílias, seriam recebidos nas escolas, para que
tivessem a mesma capacitação que os professores. “Pais e professores
teriam os mesmos parâmetros das necessidades dos filhos de acordo
com a fase de desenvolvimento em que se encontram e da forma de
lidar com problemas, de resolver conflitos. Essa é a tese que defendo
no livro Mediação Sistêmico-Integrativa – família e escola construindo uma cultura de paz”, fala. Na obra, a escritora juntou a resolução
pacífica de conflitos, com a abordagem sistêmico-integrativa, que
fala das atribuições das funções materna, paterna e do casal. “Acho
que se conseguíssemos implantar isso nas escolas, capacitar os professores, para que eles pudessem passar certos valores para os alunos
e também instrumentalizar os pais para isso, estaríamos tentando
construir uma cultura mais pacífica do que a vivemos. Contudo, até
agora não consegui convencer as autoridades a analisarem meu projeto. É difícil despertar interesse para um projeto, cujos resultados só
serão visíveis a longo prazo”, desabafa.
Aqui em Curitiba, de acordo com Rosemary, têm muitas
coisas interessantes sendo feitas em prol da criança e do adolescente.
"A FAS, Fundação de Ação Social, oferece muitos serviços, medidas
sócio-educativas para a recuperação dos adolescentes e atendimentos
às famílias, mas falta integração entre os diferentes setores que
prestam estes serviços. Defendo a implantação de um Centro de
Atendimento à Família, que funcione como um centro de triagem,
com o cadastro de cada família e das atividades que essa família está
usufruindo. Falta ainda conscientização do poder público da
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Aluno X Professor
Para Maria Elizabeth, a Psicologia teria que interferir dentro
da escola e nas relações familiares, conscientizar e abrir discussões
sobre isso, ajudando os pais e professores a tomarem decisões. É
importante mostrar que, por exemplo, essa insegurança do professor
em tomar uma atitude diante de um comportamento inadequado gera
mais insegurança no aluno, e portanto, mais desafio. “Está faltando
limites. O pai, a mãe e o educador têm medo de dizer não, mas a
criança está procurando limites”, comenta.
Segundo a psicóloga, isso pode ser um dos reflexos da atual
situação social brasileira. Os pais estão em conflito, não sabem o que
ensinar para os filhos. “A gente vê no Brasil, a impunidade, por mais
que a pessoa seja certa, chega um determinado momento, que ele vai
repensar, pois a situação financeira está difícil. O ideal é mostrar para
o filho como é o mundo e prepará-lo para lidar com isso, mostrar as
conseqüências”, conta Maria Elizabeth.
Relações no trabalho
Hoje, não se pode deixar de falar nas relações no trabalho, que
de acordo com o psicólogo Dante Ricardo Quadros (CRP-08/00038),
são a base para um bom funcionamento da empresa. Porém Quadros,
explica que essa preocupação vem de tempos antigos. “Historicamente,
quem começou a estudar de modo sistematizado e objetivo o desempenho do trabalhador nas organizações foram os engenheiros. Em
1911, um engenheiro americano chamado Taylor começou a se preocupar com o rendimento dos funcionários e passou a analisar os fatores
relacionados ao alcance de melhores índices no trabalho. Depois de
alguns estudos, outro engenheiro Henri Fayol em 1916 na França, formulou princípios usados na administração que afetavam o comportamento das pessoas. Na mesma época, 1927, um psicólogo australiano
chamado Elton Mayo começou a estudar de modo detalhado os resultados obtidos pelos funcionários de uma empresa (Western Eletric), e
pela primeira vez de modo científico, foi perguntado aos indivíduos as
suas opiniões sobre o trabalho. Nestes estudos de Hawthorn, ficaram
documentados os relatos e análises da importância e conseqüências das
relações humanas nas empresas”, conta.
Contudo, o termo relações humanas ficou caracterizando
uma abordagem de gestão iniciada nos anos 30 do século passado e na medida em que outros estudos foram sendo realizados,
começou-se a perceber multifatores relacionados às expectativas, valores e necessidades das pessoas em uma empresa, apresentando um termo mais específico e atual, as relações interpessoais. “Atualmente com a globalização e a concorrência de mercado, as empresas precisam que as pessoas se relacionem de
modo saudável e o psicólogo organizacional pode contribuir
nesse processo tanto para ajudar a empresa a atingir seus objetivos quanto às pessoas tornarem-se mais felizes e realizadas”,
explica Quadros.
Na opinião dele, hoje está havendo uma mudança na
estrutura das empresas. “Por exemplo, antigamente quase todos
tinham chefes, hoje muitas empresas trabalham sem chefes.
Antes era mais obediência, subserviência, agora a estrutura
hierárquica tradicional esta sendo alterada para uma estrutura
horizontal com o compartilhamento das equipes de modo muito
mais humano”, explica. As pessoas, pela competência, podem
ser mais autônomas sem que precisem que alguém lhes diga o
que fazer, e isto é uma tendência mundial.
Porém, Quadros fala que esse é um trabalho longo, pois
as pessoas de modo geral foram educadas pela família e pela
escola para obedecerem. “Em algumas escolas, ainda se cria um
clima de competição, e hoje as organizações precisam de pessoas competitivas e não competidoras”, fala. Ele explica que isto
é um processo educacional e certas escolas têm que ter outras
visões, pois em uma competição a pessoa pode não medir os
meios para chegar ao fim, já a competitividade é uma melhora
consigo mesmo, não sendo necessário tirar o lugar do outro, a
pessoa vai conseguir porque é a melhor. “Quando há chefes,
aquela questão da pirâmide, favorece pessoas competidoras, pois
de algum modo querem chegar à chefia, ao topo, nem sempre de
modo explícito”, esclarece.
As psicólogas concordam que hoje as relações humanas
estão bem atribuladas devido à inversão de valores. Há um
egoísmo e um individualismo muito forte nas pessoas. “Está faltando capacidade de vínculo, as pessoas pensam só no prazer
próprio, não conseguem lidar com as diferenças, respeitar o
outro, conviver com frustrações”, conta Rosemary. Para
Elizabeth, existe uma incapacidade de satisfação das necessidades grupais e individuais. “Como na balada do grupo musical
Titãs, a questão é: você tem fome/sede de que? A má qualidade
relacional entre indivíduos decorre, muitas vezes, da exacerbação da vaidade e conseqüente egoísmo”, finaliza.
*Rosemary Damaso Padilha
graduação em Psicologia, especialização em Terapia
Corporal, Terapia de Família e Mediação, mestrado em
Educação, na área da Gestão da Educação e Políticas Públicas.
*Elizabeth Regina Maio de Siqueira
graduação em Psicologia, especialista em Psicologia
Clínica. Atendimento para adolescentes,
adultos e grupos terapêuticos e empresariais. Formação
em Psicodrama, Psicologia Corporal,
Terapia de Casal e Família e Terapia em EMDR.
*Maria Elizabeth Haro
mestrado em Educação, especialização em Psicologia
Comportamental, Organizacional,
Psicodrama. Trabalha com clínica e escolas.
*Dante Ricardo Quadros
doutor em Engenharia da Produção, mestre em
Administração de Empresas e especializado em
Psicodrama Aplicado às Organizações.
Ofício Circular nº 0165-06/DIR-CFP
Senhor Presidente,
1. Informamos o recebimento pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP, de diversos questionamentos sobre o uso da
grafologia como instrumento de avaliação psicológica e, por este motivo, esclarecemos que a grafologia não pode ser utilizada
como instrumento ou técnica de avaliação psicológica, haja vista que nenhum teste grafológico foi encaminhado ao CFP para
análise e, desde novembro de 2003, o psicólogo só pode utilizar profissionalmente testes psicológicos com parecer favorável do
CFP. Desta forma, a grafologia somente pode ser utilizada por psicólogos em pesquisas científicas ou de outras formas que não
sejam avaliações psicológicas, caso existam.
2. Esclarecemos ainda que o uso da grafologia como instrumento de avaliação complementar é indevido, pois todos os
testes são usados de forma complementar. Vale ressaltar que avaliação psicológica não é sinônimo de testagem psicológica.
3. Estamos à disposição para outros esclarecimentos, caso seja necessário.
Atenciosamente,
ANA MERCÊS BAHIA BOCK
Presidente
Ao Senhor
RAPHAEL HENRIQUE CASTANHO DI LASCIO
Presidente do Conselho Regional de Psicologia – 8ª Região
RevistaContato
17
Contatoentrevista
Ético por natureza
Um panorama sobre a ética e a psicologia nas relações humanas
Conhecer os princípios básicos
que norteiam o que a sociedade está
vivenciando, é de grande importância
para o desenvolvimento das pessoas.
Sabe-se que a sociedade é submetida a
normas éticas e que a ética, numa
definição geral, se refere à teoria ou aos
estudos sobre a pratica moral. A crise
nas relações humanas envolve um
processo de ética e a ética é intrínseca às
relações humanas e, conseqüentemente,
a psicologia torna-se parte fundamental
nesse conjunto. Para abordar mais a
fundo essa questão, a revista Contato
entrevistou o psicólogo e psicanalista,
Jorge Sesarino (CRP-08/2367), mestre
em antropologia pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR) e doutor em
psicologia pela Universidade de Liège,
na Bélgica.
Como podemos definir a ética nas
relações interpessoais?
Sua pergunta remete a questão
do ser, porque ninguém é sem o outro: a
ética é algo implícito nas relações interpessoais, logo, o ser humano é ético por
sua natureza. A natureza humana impõe
uma ética para o fato de existir, conviver, ser interdependente: é preciso pagar
o preço de se submeter à Lei do interdito para poder existir e conviver socialmente. Há uma espécie de pacto, de
princípio que consiste num zelo para
com a interdição, a isso podemos
chamar de ética.
As relações humanas ocorrem
dentro de determinados pactos ou conjuntos de regras e princípios que
denominamos de moral. Confunde-se
ética com moral. A palavra ética deriva
do grego – ethiké, ethos – que significa
um modo de ser, um lugar do ser, a
morada do ser, digo também um lugar na
linguagem. O homem habita o território
18
RevistaContato
do simbólico. As relações interpessoais
são essencialmente relações de linguagem, logo não são sem ética.
Penso que dizer que o homem
habita a linguagem – como disse
Heidegger – é dizer que o homem é um
ser ético e moral. A palavra moral deriva
do latim, onde mores significa costumes
– bons e maus – mas também pode significar morada, lugar, como a palavra
ética. Nos acostumamos, aprendemos e
ensinamos a dizer que a moral diz
respeito à conduta esperada, ao comportamento socialmente desejável, ao conjunto de valores socialmente aceitável,
ainda que variável, de sociedade para a
sociedade e de tempo para tempo. A
ética por sua vez, dizemos, diz respeito à
singularidade, é uma reflexão sobre os
nossos atos, sobre a dimensão singular
do ato humano. Entende-se a ética como
uma reflexão sobre a moral, sobre as
ações socialmente esperadas, ou ainda
sobre a prática da moral enquanto norma
social que rege as condutas.
O senhor acredita que a definição
de ética nas relações interpessoais
sofreu alguma alteração ao longo
do tempo?
Penso que a definição, não.
Certamente há conflitos éticos, mas a
ética a que você se refere é a ética do
bem comum. Tal definição está voltada
para as possibilidades do que devemos
ou podemos fazer no sentido da normatividade e do que seja o bem comum.
Muda o conceito de bem comum, então
a ética muda? Não, a ética social sempre
visa o bem comum tal como definido
pela sociedade, e isso sim, isso sofre
alteração ao longo do tempo.
Para Kant, o homem é um fim
em si mesmo, o que significa dizer que
há um princípio ético que não muda: o
homem é responsável pelos seus atos e
não há ato sem conseqüência. A complexidade da cultura, por vezes, dá a ética
sentidos diversos, como nos discursos
filosóficos, religiosos, científicos. Em
nome de moral e de ética, se fez e faz barbaridades. A ética universal, como propôs
Kant, é impossível, não pode ser universal. Uma ética social, teria que transpassar
todos os discursos para se constituir como
a ética das verdades.
O senhor falou que a ética
não sofreu grandes alterações,
mas pode-se entender
que as regras e valores da
sociedade mudaram?
As regras e valores da sociedade
mudam, a moral muda. A ética não muda,
o que muda são os discursos sobre a ética,
muda o modo como a ética é veiculada
nos discursos. Não cabe a ética prescrever
atos mas interroga-los, fazer juízo sobre
eles. Nesse sentido a ética não muda,
muda o conteúdo do qual ela se ocupa.
Isso muda muito, sim, muda tanto quanto
as pessoas mudam: Fala-se de crise ética
na nossa sociedade brasileira, dita liberal e
democrática. É preciso reconhecer que há
instabilidade, que há conflitos entre os
interesses e os valores, e que a violência é
uma das conseqüências. A ética é o que
delimita um campo mas não é o conteúdo
desse campo.
E ao seu ver, como a sociedade
entende a ética?
Não há sociedade sem ética. A
ética é um dos pilares da sociedade, a
moral é outro. A sociedade tem na ética
a base de toda sua solidez. A ética é uma
espécie de bússola que aponta um caminho da sociedade, o que a faz continuar
sendo uma sociedade, por mais que
mude ou que sofra mudanças. Mas a
sociedade é complexa e comporta contradições, conflitos e tensões, inclusive,
moral e ética.
A sociedade é um paradoxo moral
e ético que tendem a se autodestruir. A
família é a base da sociedade, logo a
sociedade é feita de famílias, mas ao
mesmo tempo ela destrói as famílias. Há
uma relação de oposição entre família e
sociedade, e uma relação de interdependência que lhes são intrínseca. Sobre
isso Lèvi-Strauss escreveu num pequeno
livro intitulado “A Família”. A família é a
fiel guardiã da sociedade, da moral e da
ética, dos valores transitórios e permanentes norteadores da sociedade, constituintes do caráter e da conduta dos
sujeitos sociais.
A individualidade que hoje parece
estar mais presente nas pessoas
poderia ser considerada algo
antiético? Pois a ética preserva
o bem para a sociedade e não
somente para o indivíduo.
Certamente sim. Nomeia-se de
antiético algo que também é nomeado de
ética individual. Vivemos na cultura do
individualismo e do hedonismo, onde
cada vez mais os interesses individuais
se sobrepõem aos interesses coletivos.
Busca-se a todo custo gozar, não importa como nem do quê, mesmo a custa da
exploração e do sofrimento do outro. Os
fins justificam os meios e o fim é ‘se dar
bem’, ‘levar vantagem em tudo’, não
importam os meios. Os ideais parecem
não mais existir.
Hoje as éticas têm sobrenomes: a
ética utilitária, a ética das finalidades...tudo tem de servir para gozar e
todos devem gozar da mesma forma:
propõe-se os objetos de gozo e de felicidade, ainda que não se propõe que todos
possam ter acesso a esses objetos – daí a
violência, pois para atingir o fim, não
importa o meio: eis a ética! Propor o
bem individual acima do bem comum
tem graves conseqüências, isso trouxe
conseqüências bastante preocupantes
para nos dias. Os valores coletivos
ficaram para trás. Talvez por aí se possa
pensar no crescimento da violência
urbana, das patologias das adições, dentre elas a toxicomania.
Essa ética utilitária acaba criando isso que se chama de antiético. Essa
frase: antiético, faz perguntar: em relação ao que? Se for antiético, é contrária
a ética? qual ética? A ética dos princípios, da finalidade, do bem-comum? São
tantas as éticas. Vive-se um mal entendido no campo da ética, pois parece que
alguns têm éticas e outros não têm.
Olhando bem de perto, constata-se que
cada um tem a sua própria ética,
ninguém acha que não tem ética, apenas
afirma que esta lhe é particular, que é a
sua ética.
Então para minimizar a questão
da violência não teria que ter uma
única ética?
Seria o ideal mas penso que é
impossível, como já disse. Certamente
está na hora de voltar a ler e a ensinar
Kant nas escolas, para as nossas crianças
e adolescentes. Ele propõe uma ética universal que diz: você tem o direito de fazer
qualquer coisa que, qualquer um fazendo,
seria também um bem para você. A ética
universal de Kant é muito importante e
precisa ser ensinada. Esse tipo de juízo
ético é fundamental nos projetos de vida
das pessoas, sobretudo se queremos uma
sociedade centrada nos valores humanos e
no respeita ao outro.
A construção do ser humano
deve ser feita dentro da família e dentro
da escola, de uma maneira em que sejam
transmitidos os valores humanos fundamentais da família e da sociedade. O
amor e o respeito são essenciais para que
haja solidariedade e justiça. O laço
social é um campo de identificação onde
as pessoas se sentem filiado a uma
ordem simbólica irmanadas por determinado princípio: ser brasileiro, ser
paranaense, ser da família tal, enfim, são
traços de identificação que vão formando a identidade e o caráter. Isso que a
gente chama de nação resulta de um sentimento que envolve laços afetivos
transmitidos, e que são afirmados como
valores morais e éticos, vindos da
família e da escola, ainda que sejam
laços frágeis.
Não podemos dizer que alguém
não tem ética, mas podemos interrogar
que tipo de ética é a sua, e devemos
interrogar também a nossa.
Como avaliar o famoso
“jeitinho brasileiro” do ponto
de vista ético?
Bem, podemos considerar por
um lado, a nossa criatividade de brasileiros, bem como nossa capacidade de
nos adaptar a situações adversas. Por
outro lado, também podemos identificar
um certo traço perverso da cultura brasileira, onde o famoso “jeitinho brasileiro” também significa mostrar que
conhece a lei, mas sabe burla-la, transgredi-la, ou ainda, que pra tudo se dá um
jeito, que se pode tudo e que nada impede que se faça o que se queira fazer.
Ainda tem outra conotação, que é
a de levar vantagem sempre e em tudo – e
para isso é preciso que o outro seja sempre o otário. Aqui também ganhou caráter
de brasilidade. O brasileiro é aquele que
sempre dá um “jeitinho”. Virou sinônimo
de esperança e de sobrevivência. Ganhou
sinônimo de elogio quando se fala de uma
família paupérrima que consegue passar
um mês com um mínimo de dinheiro ou
de alimento, ou dos assalariados que conseguem sobreviver com o salário mínimo,
ou ainda, daquele que suborna para não
ser multado, ou que corrompe para obter
alguma vantagem. Finalmente, nos altos
escalões, a autoridade que exerce a “arte”
da “carteirada” para intimidar o outro e
obter vantagens à revelia da lei.
Qual é a relação da ética
e da psicologia?
A psicologia tem por princípio
que a ética deve sempre pautar o profissional de psicologia em todos os seus
RevistaContato
19
procedimentos. Nesse sentido o código
de ética é um conjunto de princípios
gerais que fundamentam e ajudam a
operacionalizar a pratica ou ato, sugerindo normas que explicitam situações
profissionais e indicando caminhos para
a solução de problemas. Pode-se imaginar a “babel” que é isso, posto que dentro da psicologia existem várias correntes teóricas que pontuam técnicas
diferentes de trabalho, como por exemplo, o cognitivismo, o behaviorismo, o
existencialismo.
A psicologia tem como objeto de
estudo o Homem, com H maiúsculo,
representado na Declaração Universal
dos Direitos do Homem. Tal homem
somente existe como um objeto idealizado. O ideal de homem representa todos
os homens dá direção às ditas correntes
teóricas, que visam oferecer a cada ser
humano as condições ideais desse reconhecimento, e conduzi-lo nesse caminho
rumo ao Homem ideal, com H maiúsculo. Logo, a ética da psicologia é a ética
social, a ética do bem comum, a ética
aristotélica, a ética das regras e normas
que orientam a direção. A psicologia
propõe uma ética do bem comum que é,
eu diria, uma ética pedagógica. O fato é
que não há o homem com H maiúsculo.
Cada ser humano é um sujeito único,
movido por um desejo único, logo,
sujeito tem uma ética muito particular, á
qual ele segue, por isso a ética social
tende a fracassar sempre.
Como a psicologia poderia
contribuir no aspecto de
diminuir a violência e essas
crises que assolam o mundo
A psicologia surgiu da filosofia
reflexiva, e hoje é uma ciência, no mínimo uma disciplina – na verdade é um
conjunto de disciplinas, constituídas por
um conjunto de técnicas de modificação
e adaptação social que visa a particularidade individual. A psicologia, por meio
de suas técnicas, procura resolver os
impasses sociais. Através da psicoterapia, a psicologia pode tratar crianças,
adolescentes, adultos e idosos; pode
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RevistaContato
selecionar e classificar pessoas para determinadas funções sociais nas instituições, entre outros.
parte na construção de uma sociedade
mais solidária, menos violenta e
desigual.
Parte da psicologia, atualmente,
se ocupa do estudo e da descrição dos
estados do sujeito psicológico. Outra
parte é centrada no positivismo científico, sob a forma da corrente teórica
behaviorista experimental e sua última
moderna – o cognitivismo.
A psicologia é um agrupamento
crescente de correntes teóricas diferentes, opostas, causa de mal estar
entre os psicólogos. Mas cabe a eles
debaterem suas teorias, cientificidades,
semelhanças e diferenças, evitando
assim induzir a enganos! Por exemplo,
acreditou-se por décadas – e aplicou-se
aqui, como modismo, o que dizia certo
discurso de determinada corrente teórica praticada nos EUA – que os pais não
deveriam reprimir seus filhos, para não
traumatiza-los, e que deveria dar-lhes,
isso sim, toda a liberdade possível para
que crescessem saudáveis. A conseqüência disso foi que se criou uma
geração de pessoas sem limite, imediatistas. Enfim, um problema sério para
a educação e para a convivência social.
No Brasil a psicologia é muito
jovem, ainda não tem a inserção social
necessária. Mas talvez não demore
muito para conquistá-la. Nos países
europeus, onde a psicologia já tem séculos, é grande a inserção social. Ela está
fortemente inserida em todos os setores
das atividades humanas. O psicólogo é
autoridade, e atua na clínica, no ensino e
na pesquisa, junto aos médicos, psiquiatras, educadores.
Penso que aqui no Brasil os psicólogos, já conquistaram algum reconhecimento na área clínica, no campo
da saúde, do trabalho nas organizações.
Mais recentemente, conquistou seu
espaço nos esportes, mas ainda falta o
reconhecimento do que a psicologia
realmente pode contribuir para a construção de uma sociedade melhor. Falta
ainda que os dirigentes políticos se
conscientizem disso e tornem possível
á psicologia entrar definitivamente nas
escolas, nos hospitais, nos postos de
saúde, para que consiga fazer a sua
É preciso que a psicologia
ensine que o amor por si só não humaniza ninguém, é preciso também a Lei,
sem a qual não há educação possível.
Toda educação ou processo educativo,
não importa a teoria psicológica embasada, deve sustentar esse princípio: é
preciso conjugar o amor com a Lei,
assim me parece que qualquer uma das
correntes teóricas poderia ter algum
êxito, mas sem esse princípio, qualquer
psicologia fracassará.
Carta Aberta aos Psicólogos!
Curitiba, 04 de abril de 2007.
Desde setembro de 2004, quando a gestão Conexão Psi “Sociedade, Psicologia e Psicólogo” assumiu o Conselho Regional de Psicologia do
Paraná (CRP-08), até fevereiro de 2007, o CRP- 08 recebeu 31 denúncias sobre questões de ética profissional. Destas, 28 foram consideradas com fundamentação suficiente para a instauração de um processo ético. Respeitados os procedimentos previstos no Código de Processamento Disciplinar (CPD), 17
processos já foram julgados pelo plenário.
Nos julgamentos, cinco denúncias foram consideradas improcedentes e 12 procedentes, com a aplicação das seguintes penalidades: duas advertências, quatro censuras públicas, uma suspensão e cinco cassações.
Dessas sanções, nove estão em fase de recurso no Conselho Federal de Psicologia (CFP).
Cabe alertar a categoria que os pedidos de orientação e de denúncias estão aumentando, em decorrência de uma crescente conscientização da
sociedade sobre cidadania e seus direitos. O Conselho de Psicologia, em contrapartida, está tendo uma atuação ativa junto à sociedade.
É cada vez maior a participação do CRP-08 em Conselhos de Controle Social, Conferências, Fóruns, campanhas de divulgação da Psicologia e
do papel do psicólogo e, por conta disto, sua aparição na mídia tem sido crescente.
O esclarecimento sobre o exercício profissional adequado tem levado o CRP-08 a ser reconhecido como um espaço de defesa dos direitos dos
usuários dos serviços da Psicologia. Fato este que a Gestão ConexãoPsi considera positivo e desejável, conforme os princípios básicos escolhidos desde o
início de nossa gestão: Ética e Cidadania.
Os principais pontos que têm gerado processos éticos à categoria são:
1) A falta ou a não observância do contrato de prestação de serviços, sendo recomendável um contrato por escrito;
2) A não observância dos cuidados com o setting terapêutico: espaços inadequados para atendimento; mistura do espaço terapêutico com o familiar; uso do local de atendimento para encontros amorosos; distanciamento do papel de profissional, com a não elaboração adequada das “transferências e
contra-transferências”.
3) Falta de cuidado profissional com os princípios éticos, expressos em nosso Código de Ética Profissional, como: sigilo; envolvimento afetivo;
envolvimento sexual; compromissos financeiros, além da justa remuneração (empréstimos, presentes, negócios).
4) O descuido na elaboração dos laudos, perícias e pareceres, tanto em termos da boa técnica e das normas estabelecidas, quanto de atenção à
posição eqüidistante entre as partes envolvidas. Muitas vezes, por se tratar de um momento de fortes conflitos entre as partes, posturas inadequadas ou falhas técnicas do psicólogo têm sido usadas em processos judiciais, gerando denúncias ao CRP.
5) Às vezes, pressionado pelas questões financeiras e salariais, o profissional se descuida da crítica às questões éticas da Instituição, na qual se
vincula, e de suas condições de trabalho, passando algumas vezes a ser conivente e se expondo a responder denúncias contra a sua prática profissional;
Portanto, reforça-se aos colegas psicólogos que a Ética tem que ser uma constante em seu exercício profissional. O setting terapêutico deve ser
um espaço preservado, em primeiro lugar, pelo profissional que ali trabalha. Você, psicólogo, é responsável pela imagem da Psicologia.
Abaixo constam alguns artigos do Código de Ética do Psicólogo que têm sido – reiteradamente – desrespeitados:
Princípios fundamentais:
“VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada.
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:
c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios,
conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional;
k) Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu
inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho;
Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:
d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam o exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade profissional;
f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão;
Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos:
a) Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuação;
Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos
ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.”
Psicólogos, releiam o Código de Ética Profissional (disponível no site do CRP), entrem em contato com a Comissão de Orientação e Fiscalização
(COF), busquem a atualização permanente. Participem! Sejam atores ativos na construção de uma profissão ética e cidadã, responsáveis por uma sociedade
mais justa. Só sobreviverão as profissões que forem reconhecidas pela sociedade como úteis e solidárias aos seus justos anseios.
IX PLENÁRIO DO CRP-08
Psic. Raphael Henrique Castanho Di Lascio
CRP-08/00967
Conselheiro Presidente
Gestão ConexaoPsi 2004/2007
RevistaContato
21
Artigoassinado
A Tanatologia nas Relações Humanas
James Wilsher
fatórios ou não, condizentes ou não
com as necessidades e/ou expectativas); mudanças de residência, de
cidade; nascimento e separação dos
filhos. Na velhice, a aposentadoria; a
menopausa e algumas vezes até
mesmo o abandono.
É importante lembrar ainda
que, para que haja relações humanas, é
preciso que haja troca afetiva, é preciso reivindicar algumas coisas e abrir
mão de outras. Para que tudo isso
ocorra da melhor forma possível, é
preciso que esses lutos advindos de
perdas reais ou simbólicas, pequenas
ou grandes, tenham espaço e tempo
para sua elaboração.
*Thereza C. A. S. D’Espíndula - (CRP-08/04776)
**Joyce M. K. Fischer - (CRP-08/07613)
Quem acha que no desenrolar
das relações humanas a Tanatologia estudo da morte, perdas e processos
de luto - só aparece de vez em quando, pode não estar levando em conta
alguns fatores que representam papel
importante nessa relação. Desde o
momento em que um ser humano é
gerado, estabelecem-se relações humanas com ele e para ele. A reação e
expectativas da gestante e das demais
pessoas que vão sendo informadas da
gravidez; os resultados de consultas
e exames; os movimentos do feto no
útero materno; as características
imaginadas (se será menino ou menina, se parecerá mais com o pai ou
com a mãe, se será tranqüilo ou
impulsivo, doente ou sadio etc.) e,
finalmente, o parto.
Cessa aí a vida intra-uterina,
isenta de perigos, para iniciar-se
22 RevistaContato
outra, completamente imprevisível.
Se quando tudo começa bem já há
dificuldades, mais ainda quando
ocorrem problemas na gravidez,
parto ou puerpério. Nesses casos, a
tanatologia enquanto processo ocorre
incontinênti, atingindo todos à volta,
às vezes de forma até brutal.
No decorrer do desenvolvimento, principalmente nas etapas da
infância e adolescência, são incontáveis os lutos e as perdas pelas quais
passamos. O desmame; a mudança de
quarto; o abandono das fraldas; a saída
do colo ao chão para explorar o
mundo; a ida para a escola, abdicando
da segurança do lar; a chegada da adolescência com a conseqüente perda do
corpo e da condição infantil; a escolha
profissional; a escolha dos amigos,
namorados, parceiros e companheiros.
Na idade adulta, as oscilações
profissionais (perda ou mudança de
emprego, promoções, ganhos satis-
No mesmo viés, temos as
relações parentais, as amizades e as
relações de trabalho. Quando há
perdas reais e simbólicas e até
mesmo a perda por morte nessas
relações, é preciso deixar vir à tona
a dor e o sofrimento causados, abrir
espaços para falar do assunto e encontrar formas de apoio, uns nos
outros, para o que virá. Pois das
perdas advém mudanças, perdas
secundárias e até mesmo ganhos,
num processo contínuo de estar e
ser no mundo.
Assim, faz-se necessário cuidar da relação – ou das relações –
quando nelas inseridos, clarificando
sempre os sentimentos para si e
para o outro. Em relações humanas
de boa qualidade, a perda será sentida da mesma forma e com a mesma intensidade, mas a elaboração
do luto poderá ser mais breve e com
maior conforto para aqueles que
lamentam suas perdas.
Contatoopinião
Crises
Estamos atravessando, já há bastante tempo, uma crise ética e moral
neste País.
Já estamos acostumados com
mensalões, má versação do dinheiro público e desvios de toda natureza. Ficamos insensíveis e, resignados, olhamos
o mundo a nossa volta.
Não satisfeitos com os desvios
físicos e financeiros que ocorrem diariamente, passamos a nos acostumar com a
violência, com a brutalidade e, principalmente, com a falta de educação.
Somos um povo cordato, inerte e
irreverente, que, no meio disso tudo,
ainda brinca o carnaval, faz piada com
ladrões e anedotas de cunho perigoso.
Mas, ao menor sinal de contrariedade,
de indício de frustração das necessidades pessoais, passa a assumir o estereótipo do “sacana às escondidas”, àquele que, por não ter a coragem de assumir
suas perdas, age nas sombras, realizando
ações que levam à desintegração do
núcleo relacional.
Peter J. Frost, em seu livro
“Emoções Tóxicas no Trabalho”, nos dá
uma pista sobre o porquê tudo isto
ocorre e suas conseqüências. Diz ele que
“Mesmo pensando que a dor emocional
é um subproduto normal da vida em um
ambiente de trabalho, as organizações
que querem continuar saudáveis precisam aprender a manipular essas toxicidades de maneira eficiente – ou prevenílas, em primeiro lugar”.
de trabalho e no ambiente familiar.
Pergunte-se quantas vezes você se
sentiu desesperançado? Quantas vezes
você já tomou atitudes que sabotaram
o trabalho e a alegria alheia, de forma
subterrânea? A desesperança é resultado de um “seqüestro neural”, no
dizer de Daniel Goleman. É a ocorrência do estresse.
É preciso passar a acreditar na
verdade e na clareza, sem o que, nos
resta a dor emocional, conforme nos
fala Frost.
Lutamos para que o Poder Público assuma o papel gerencial que lhe
cabe naturalmente (Políticas Públicas), mas ficamos à espera de um
milagre salvador, que corrija todos os
defeitos dos outros, para que possamos continuar a nossa vidinha, do
jeito que a levamos.
Temos que deixar de agir na
“sombra”, querendo roubar o lugar
alheio. Temos que deixar de sermos
desesperançados e entender que, através
do outro, da ajuda que podemos lhe
prestar para que galgue seus sonhos,
eventualmente podemos “furar a fila” do
sucesso e alcançar também os nossos
desejos e sonhos.
- Quando vamos tomar as rédeas deste
processo?
- Quando vamos ser partícipes na
construção de um mundo
mais saudável?
- Ou será que, de tão acostumados com
o processo em comento, vamos
continuar a agir da mesma forma,
contando piada e fazendo graça com a
dor alheia?
Para sairmos dessa situação é
preciso “balancear” a vida. É preciso dar
condições e espaço para a esperança.
E como fazer isso nesse mundo,
onde estamos na constante “luta” para
alcançar o sucesso, o reconhecimento e
a riqueza?
Não podemos ficar inertes com
as politicagens, com as fofocas e com
a falta de educação, em todos os seus
sentidos.
Ainda, creio que é preciso que
tenhamos coragem para protestar, reclamar, criticar e acima de tudo, coragem
para tomar à frente das situações e
resolvê-las.
Alan Galleazzo
Psicólogo - CRP-08/4768
Ampliando o conceito exposto,
podemos dizer que o Brasil está passando por um período grave de dor emocional, refletido através do comportamento de seus cidadãos.
Este quadro de dor emocional é
fácil de ser diagnosticado em ambientes
RevistaContato
23
Contatopesquisa
Relato de pesquisa sobre
Orientações da COF no ano de 2005
* Talita Mayumi Nakamura
Este artigo apresenta uma pesquisa realizada no ano de
2005, pela psicóloga Talita Mayumi Nakamura, quando atuava
como estagiária da Comissão de Orientação e Fiscalização (COF)
do CRP-08/ Sede, em Curitiba, e teve por objetivo verificar qual a
maior demanda de informações e orientações no que concerne à
atuação do psicólogo, levantando possíveis discussões e hipóteses
em relação aos assuntos abordados nas orientações.
A (COF) tem o intuito de auxiliar psicólogos e usuários em
relação a dúvidas que envolvem a atuação profissional no campo da
legislação e da ética. No entanto, percebeu-se que grande parte dos
assuntos que levam as pessoas a procurarem a Comissão se relaciona às diferentes áreas e abordagens emergentes da psicologia, e
também a casos não explicitados em resoluções, gerando dúvidas e
necessidade de discussão.
Dentre os assuntos, os temas mais procurados foram: honorários, documentos emitidos pelo psicólogo, indicação de profissionais, inscrição de pessoa física e jurídica no CRP-08, indicação
de cursos, contrato de prestação de serviços, testes, denúncias,
divulgação de serviços de profissionais e sindicato, dentre outros.
Metodologia
Constituiu-se de um levantamento estatístico das orientações realizadas pela COF do CRP-08, tanto pessoalmente como
por meio telefônico, que foram registradas em cadernos de orientação, de janeiro a dezembro de 2005, totalizando 1645 registros.
Resultados
Visando a organização do material, os diferentes tipos de
solicitação atendidos pela Comissão foram organizado em grupos,
perfazendo um total de 27 categorias.
Relação dos assuntos x
freqüência com que foram citados
Nº de
Solicitações
Temas
- Honorários
- Pedido de Cancelamento
- Documentos emitidos pelo Psicólogo
- Inscrição de Pessoa Física
- Indicação Profissional
- Técnicas/Recursos utilizados pelo Psicólogo
- Recurso de concurso público
- Consulta ao cadastro
- Registro de Pessoa Jurídica
- Atestado
- Abertura de consultório
- Perito
- Indicação de cursos
- Contrato
- Mercado de trabalho
- Testes
- Denúncia
- Estágios
- Legislação em geral
- Lacre
- Divulgação
- Pesquisa
- Código de ética e legislação do Psicólogo
- Desligamento
- Sindicato
- Bacharel/Licenciado
- Outros
121
27
73
85
218
34
29
55
90
26
34
8
88
97
7
188
88
35
11
39
68
32
17
14
78
11
72
Número Total de Orientações: 1645 no ano de 2005
3
1
2
Através de um gráfico, ilustram-se os dados obtidos: os
temas e sua freqüência durante o ano de 2005.
Discussão:
A Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) tem como
objetivo acompanhar permanentemente a prática da profissão, considerando sua evolução técnico-científica; o papel social da categoria
junto aos profissionais e os diferentes órgãos da sociedade; esclarecer a
respeito dos recursos de psicologia e auxiliar o psicólogo orientando e
informando a respeito das novas áreas de atuação. Dentre as orientações
feitas durante o ano, destacaram-se três temas.
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Temas mais solicitados
1 - Indicação de profissionais
2 - Testes
3 - Honorários
Nº de
Solicitações
121
188
218
O tema mais solicitado foi “indicação de profissionais”, com
freqüência de 218 vezes, que compreende a busca de informação sobre
que tipo de serviço e em que área o profissional atua, endereço para contato, seja para contratar seus serviços e/ou para entrevista na mídia, como
para emitir pareceres etc. Isso mostra que existe uma busca de serviços
do psicólogo, e pode revelar uma tendência por parte dos usuários, para
assegurar que os serviços prestados sejam realizados por profissionais
legalmente habilitados. Pode demonstrar também a valorização do
psicólogo assim como uma confiança depositada no CRP, como órgão de
referência destes profissionais.
Assim, por mais que os usuários ainda desconheçam alguns
aspectos da responsabilidade e da atuação deste profissional, o levantamento indica que há uma demanda sobre os diferentes serviços. Porém,
responder se este é crescente, não é possível no momento, pois não dispomos de dados comparativos de outros anos organizados para fornecer
informações sobre o espaço do exercício profissional. Indicando profissionais, a COF cumpre uma de suas funções que é a de informar. Porém,
este trabalho é dificultado pela falta de dados informatizados dos profissionais dentro do Conselho. Além disso, a maioria dos recém-formados
não tem definido, no momento da inscrição, qual a área ou em que pretende atuar, e raramente informam seu local de trabalho. Vale ressaltar que
esta não é uma responsabilidade direta do Conselho e tais informações
dependem tanto de sua estrutura administrativa como da colaboração do
psicólogo, informando seus dados profissionais quando solicitado.
O segundo tema que obteve grande procura foi o relativo a
testes: que testes estão em uso, que teste está sendo usado atualmente
para determinado objetivo de avaliação, concursos, avaliação psicológica, Resolução que dispõe sobre o assunto, qual instrumento substitui um
teste que atualmente não tem parecer favorável por parte da Comissão
consultiva do CFP. Essas solicitações podem estar revelando um acompanhamento, por parte dos profissionais, da atualização da relação de
teste que são liberados para uso profissional. É importante lembrar que
a questão dos testes não envolve somente a atualização de lista de testes
com parecer favorável, mas um movimento de reconhecimento dessa ferramenta, privativa do psicólogo, e uma discussão da categoria quanto à
avaliação psicológica como processo.
Os psicólogos por vezes demonstram desconhecimento das
Resoluções que os regem, solicitando orientação. Há quem não saiba da
existência do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (SATEPSI) link que consta no site do Conselho Federal de Psicologia e a importância da cientificidade destes instrumentos. Em vista desses dados, alertase que associar avaliação psicológica somente a aplicação de testes é um
engano, podendo levar a resultados equivocados da avaliação psicológica, prejudicando o usuário e servindo à desvalorização do instrumento. É
necessária maior conscientização sobre sua aplicação.
Em relação aos testes em concursos e avaliação psicológica, ao
solicitar indicação do Conselho, os usuários podem estar se assegurando
que estão com seus direitos respeitados em relação aos deveres éticos e
qualidade técnica do serviço prestado pelo psicólogo.
A questão dos honorários, ocupando o 3° lugar entre as orientações mais solicitadas, pode revelar uma necessidade de apoio por parte
do órgão da categoria aos profissionais, a fim de possibilitar uma negociação mais efetiva com o empregador ou usuário, ao oferecer seus
serviços. A questão de honorários é uma atribuição dos Sindicatos, mas o
CRP tem parceria estabelecida com o Sindicato dos Psicólogos do Paraná
no sentido de estabelecer referencial de honorários condizente com os
serviços prestados. A COF tem por procedimento informar aos solicitantes o valor de referência de piso salarial para a categoria, assim como
o site e telefone do Sindicato para mais informações sobre a questão. É
importante lembrar que, do mesmo modo que o profissional deve buscar
seu reconhecimento, no caso de ter seu trabalho desvalorizado, não pode
pecar no outro extremo, extrapolando na cobrança pelos seus serviços.
Sugere-se então que a discussão sobre o tema seja inicialmente estimulada no meio acadêmico, incentivada , principalmente, pelo Conselho e
Sindicato, além de cultivada pelos próprios profissionais que, inseridos
no mercado de trabalho, podem trocar informações com os seus colegas
sobre a realidade vigente.
É importante salientar que as solicitações que envolvem
questões de legislação e ética na atuação do psicólogo, não foram agrupadas, mas considera-se sua freqüência significativa por aparecerem em
temas específicos como por exemplo: documentos emitidos por psicólogo; possibilidade de emitir atestado, o papel e limites do psicólogo perito; código de Ética e Legislação do psicólogo, divulgação e formalização
de contratos de prestação de serviços. Essas solicitações podem revelar
um reconhecimento por parte do profissional e mesmo dos serviços que
o usuário utiliza e do papel do Conselho como órgão normatizador e orientador das questões da profissão. Acredita-se que essas orientações, ao
mesmo tempo em que fortalecem o profissional, criam espaço de discussão quanto à legislação e à ética, permitindo ao CRP visualizar necessidades da categoria para ações futuras, zelando assim pela prestação de
serviços de qualidade à comunidade.
* Ex-aluna do curso de Psicologia da UFPR; atualmente é
Psicóloga (CRP-08/12641). Supervisoras do estágio
*Membros da Comissão de Orientação
e Fiscalização da Sede do CRP-08:
Deisy Maria Rodrigues Joppert (CRP-08/01803)
Presidente da COF Luciane Maria Ribas Vieira
(CRP-08/02647) e Odette Aparecida Pinheiro
(CRP-08/01290) - psicólogas Orientadoras
Fiscais. Professora da Universidade Federal do Paraná
(UPPR): Maria Teresa Castelo Branco CRP-08/04910.
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25
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XII Encontro Paranaense e VII Congresso Brasileiro
de Psicoterapias Corporais
Data: 7, 8 e 9/06/2007
Cidade: Curitiba (PR)
Promoção: Centro Reichiano
Informações:
Site: www.centroreichiano.com.br
Fone: (41) 3263-4895
Curso teórico-prático em Orientação Profissional Processual
Objetivo: Formar orientadores profissionais no modelo clínico
processual. Com supervisão de casos. Psicólogas: Mariita
Bertassoni, Luciana Valore, Selena Greca e Vera Miranda.
Local: CRP-08. Datas: Jun 23 e 30 / Jul 07 e 28 / Ago 11 e 25/ Set
01,15 e 29 / Out 06,20 e 27 /Nov 10 / Dez 01. Horário: das 8h às
17:30 (sábados). Informações: (41)9944 7000.
E-mail: [email protected] - Vagas limitadas.
VII Congresso de Stress da ISMA-BR
Congresso multidisciplinar que objetiva examinar a teoria e a
prática sobre as constantes pressões e mudanças profissionais e
suas conseqüências para a saúde, o bem-estar e a segurança dos
trabalhadores. Data: 26 a 28 de junho de 2007
Local: Porto Alegre (RS). Informações: (51) 3222.2441
fone/fax: (51) 3222.8598 / [email protected]
Site: www.ismabrasil.com.br
Qualità - Avaliações Psicológicas
e Treinamento LTDA.
Próximos Cursos - 07 e 08.05.07 - Teste Palográfico. 04, 05 e 06.06.07
Dinâmicas de Grupo Aplicadas à Seleção e Treinamento.
Diretora/supervisora Profª Adriane Picchetto Machado (CRP-08/2571).
End.: R. Constantino Marochi, 438 - Loja 02 - Curitiba - PR.
Informações: (41) 3353-2871.E-mail: [email protected]
www.qualitapsi.com.br
I Congresso Internacional
de Esquizofrenia e Terapia Cognitiva
Organizado pelo Instituto de Terapia Cognitiva (ITC).
Eixo temático central do evento será a abordagem científica e
clínica da esquizofrenia, com ênfase na utilização combinada de
Terapia Cognitiva e farmacoterapia. Data: novembro de 2007
Local: São Paulo (SP). Informações: (11) 3873-3378
Comissão Organizadora
Teste ANPAD
Seleção para mestrado e doutorado
em Administração e Contabilidade
Inscrições: até 18 de maio
Data do teste: 3 de junho
Mais informações:
www.anpad.org.br/teste, [email protected] ou
Fone: (31) 3279-9061
IV Congreso da Asociación Latinoamericana
de Psicolgía de la Salud e XI ENPAH
Encontro Nacional de Psicólogos da Área
da Saúde e Hospitalar
Data: 15 à18 de novembro.
Local: Campus UNIP São Paulo.
E-mail: [email protected]
Intercef oferece: Cursos de Técnicas e Recurso na Psicoterapia.
Direcionado a: Psicólogos. Início: 24 de agosto - uma sexta-feira
ao mês.
Auto-Estima Em Alta - Grupo de imersão
Data: 29 e 30 de junho e 01 de julho
Três dias de período integral
Informações: Fone: 41-3338-8855
E-mail: [email protected]
VII Congresso Sul Mineiro
de Medicina Psicossomática
Data:
15 a 18 de novembro de 2007
Local:
Caxambu (MG)
Informações:
www.psicossomaticasulminas.com
EMDR Brasil
Promove em CURITIBA: Treinamento em EMDR - é uma nova
terapia especialmente empregada no tratamento de transtorno de
estresse pós-traumático. Nível 1. Data: 31 de agosto, 01 e 02 de
setembro de 2007. VAGAS LIMITADAS.
Informações: (41) 3338-8547 ou [email protected]
Organização: Deuza Maria de Avellar (CRP 08/05996) Psicóloga
Clínica e Terapeuta em EMDR
V Seminário na Abordagem Sistêmico-Fenomenológico
Instituto Bert Hellinger Brasil Central
Bert Hellinger e Maria Shophie Hellinger no Brasil
Data: 06 a 09/09/07
Local: Brasília (DF)
Informações:
Fone: (34) 3821-2122 /(34) 8857-0669
Site: www.institutohellinger.com.br
Constelação Familiar e Pedagogia Sistêmica
Núcleo de Psicologia Clínica
Palestras: 13/06; Atelier: 23/05 e 20/06; Workshop: 14 e 15/06;
Constelação Familiar: 05 e 06/05; Grupos: 22 e 23/06. Facilitadoras:
Marilda Liliane Urso (CRP-08/2398), Tereza Christina Fraga Brandão
(CRP-08/0130), Nadia Fernandes Lopes Cançado (CRP-08/0910).
Local: Pe. Anchieta, 164 - Mercês - Curitiba (PR). Informações:
(41) 3222-5596 - (41) 3232-6185 - e-mail: [email protected]
O grupo Psicosaúde oferece:
Curso de Psicologia Hospitalar e Curso de Psicologia Hospitalar
com Ënfase em UTI - módulos I e II
Hospitais: Vita Curitiba, Vita Batel e das Nações
Início: Agosto/2007
Informações: (41) 3362-6633 ou 9971-4408
E-mail: [email protected]
Site: www.psicosaude.com.br
TRT- 9ª Região
Abertas inscrições para o credenciamento de profissionais
da área de psicologia para fazerem parte do banco de dados
a ser divulgado entre seus magistrados e servidores
do estado do Paraná.
Informações:
www.trt9.gov.br, no link "Outras Informações - Licitação e Contas
Públicas - Edital de Credenciamento.
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Hilde Vanstraelen
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