ISSN 1808-2645 Stockxpert Ano 09 - Edição nº 51 - Mai/Jun/2007 - Publicação Bimestral - Conselho Regional de Psicologia do Paraná O que está acontecendo nas relações humanas? Uma visão psicológica Sumário 4 6 9 Editorial Notas Gerais 10 Contato Jurídico 11 Contato Matéria 12 Por dentro 13 Psicólogo da Silva Diretoria Presidente: Raphael H. Castanho Di Lascio, Vice-Presidente: Guilherme de Azevedo do Valle, Secretária: Deisy Maria Rodrigues Joppert, Tesoureiro: Alan Ricardo Sampaio Galleazzo Conselheiros Alan Ricardo Sampaio Galleazzo, Caçan Jurê Cordeiro Silvanio, Deisy Maria Rodrigues Joppert, Denise Matoso, Eugênio Pereira de Paula Júnior, Fabiana Da Costa Oliveira, Guilherme Azevedo do Valle, Lúcia Gebran, Marcos Aurélio Laidane, Raphael H. Castanho Di Lascio, Rosângela Maria Martins, Rosemary Parras Menegatti, Sérgio Ricardo B. da Rocha Velho, Thereza C. de A.S. D´Espíndula, Tonio Dorrenbach Luna,Vera Lúcia Barbosa. Subsede de Londrina Rua Pará, 1531 - 3º andar - sala 304 - Ed. Pará Office Tower CEP 86020-400 - Fone: (43) 3026-5766 Conselheiro: Sérgio Ricardo B. da Rocha Velho - Fone: (43) 3327-9611/9945-2480 Suplente: Denise Matoso - Fone: (43) 3324-4075/3322-0860/9106-6786 e-mail: [email protected] Subsede de Maringá Avenida Mauá, 2109 - sala 08 - CEP 87050-020 Conselheira: Rosemary Parras Menegatti - Fone: (44) 3026-5935/9109-2099 e-mail: [email protected] Subsede de Umuarama Rua Rui Ferraz de Carvalho, 4212 - CEP 87501-250 - Fone: (44) 3624-0319 Conselheira: Rosângela Maria Martins - Fone: (44) 3623-3879/9956-5756 e-mail: [email protected] Subsede de Cascavel Rua Paraná, 3056 - sala 1302 - CEP 85810 010 - Fone: (45) 3038-5766 Conselheira: Fabiana da Costa Oliveira - Fone: (45) 9981-0417 e-mail: [email protected] Coordenadora: Lenita T. Sturm da Veiga - Fone: (45) 3222-1166/9965-2487 Relatório heróis Representações Setoriais Contato Recomenda Livro: Cabeça de Porco Autores: Luis Eduardo Soares, MV Bill, Celso Athayde Editora Objetiva, 2005. 14 Abuso Sexual Postergar o problema NAPP-08 lança DVDs sobre Psicologia e Políticas Públicas Matéria de Capa O que está acontecendo nas relações humanas? Uma visão psicológica 18 Contato Entrevista 22 Artigo Assinado 23 Contato Opinião 24 Contato Pesquisa 26 Contato Agenda Ético por natureza. Um panorama sobre a ética e a psicologia nas relações humanas A Tanatologia nas Relações Humanas Crises Relato de pesquisa sobre Orientações da COF no ano de 2005 Campos Gerais: Conselheiro: Marcos Aurélio Laidane - Fone: (42) 8802-0949 Representante suplente: Lúcia Wolf Batista - Fone: (42) 3225-2207 Campo Mourão: Representante: Maria Sezineide Cavalcanti de Melo - Fone (44) 9978-1514 Foz do Iguaçu: Representante efetiva: Karine Belmont Chaves - Fone: (45) 9103-5803 Representante suplente: Elaine Aparecida de Barros Vendruscolo - CRP 08/01366 Fone: (45) 9103 1959 - [email protected] Guarapuava: Representante efetiva: Egleide Montarroyos de Mello - Fone: (42) 3622-6066 Representante suplente: Priscilla Adriana Bittencourt - Fone: (42) 3622-3125/9112-4845 Sudoeste: Representante efetiva: Maria Cecília M. L. Fantin - Fone: (46) 3224-6059 Representante suplente: Geni Célia Ribeiro - Fone: (46) 9911-0550 e-mail: [email protected]/ [email protected] Norte Pioneiro: Representante: Nucinéia Aparecida de Oliveira - Fone: (43) 762-1262 Litoral: Representante: Karin Bruckheimer - Fone: (41) 9657-7912 e-mail: [email protected] Paranavaí: Representante: Márcia Mitsue Ymakawa Shirahige - Fone: (44) 8403-6681/34239181 Representante suplente: Carla Christiane Amaral Barros Alécio: (44) 9965-3438 União da Vitória: Representante: Elizabeth Ulrich - Fone: (42) 3522-0188/8808-8046 e-mail: [email protected] Produção Contato: informativo bimestral do Conselho Regional de Psicologia 8 - Região. (ISSN - 1808-2645) Avenida São José, 699 - CEP 80050-350 - Cristo Rei - Curitiba - Paraná Fone/fax: (41) 3013-5766 - Site: www.crppr.org.br / e-mail: [email protected] Tiragem: 10.000 exemplares. Impressão: Maxigráfica e Editora Ltda. Jornalista Responsável: Kelly Ayres (6186/DRT-PR) - Redação: Patrícia Giannini. Projeto Gráfico: RDO Brasil - (41) 3338-7054 - www.rdobrasil.com.br Designer Responsável: Leandro Roth - Diagramação: Cristiane Borges. Ilustração (Psicólogo da Silva): Ademir Paixão Preço da assinatura anual (6 edições): R$ 20,00 Os artigos são de responsabilidade de seus autores, não expressando, necessariamente, a opinião do CRP-08. Expediente Contatoeditorial Esta edição da Revista Contato vem com o tema Relações Humanas, assunto intrínseco à Psicologia e que traz o questionamento “O que está acontecendo com as relações humanas?”. A revista aborda as várias relações existentes: amorosas, de amizade, trabalho, na escola, pais e filhos, dentre outras. Traz a visão de vários psicólogos sobre o que está acontecendo com a sociedade, que está rodeada por um turbilhão de informações, pela violência, pela corrupção e parece estar atônita e sem saber qual rumo seguir. Além da matéria de capa, a Contato Entrevista aborda a ética nas relações humanas. Aproveitando o tema e os assuntos, esta edição apresenta uma Carta Aberta aos Psicólogos alertando sobre as questões da relação psicólogo e ética. Também gostaria de expor minha satisfação sobre duas conquistas realizadas pelo CRP-08. Primeiramente, a homologação do Plano de Cargos e Salários do Conselho na Delegacia Regional do Trabalho; e por segundo, a importância de o CRP-08 ter conseguido o ISSN para a Revista Contato, junto aos órgãos competentes, identificando-a como única. Boa leitura! Raphael Di Lascio Presidente do CRP-08 Contato recebe ISSN e passa por alterações - Esta edição da revista Contato vem com algumas alterações. Primeiramente o CRP-08 conseguiu que fosse atribuído o ISSN 1808-2645 à publicação. O ISSN ou International Standard Serial Number é um número padrão, aceito internacionalmente, que identifica uma publicação seriada de forma única. A instituição responsável por isso é o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. A segunda alteração é que, devido à atribuição do ISSN, a publicação modificou o seu número de edição e ano, presentes na capa da revista. - O número da revista passou a ser 51 e o ano 9. Caso fosse continuada a contagem realizada anteriormente, a edição seria de número 143 e o ano 27. Porém, 27 é a idade do CRP-08 e a contagem das edições estava sendo feita desde o primeiro informativo do Conselho, datado de julho de 1980, quando este não tinha um nome específico. Em 1985, surge outro informativo, com o nome de PSIcologia. Depois veio o jornal Idéias e somente em novembro/dezembro de 1995 é lançado pela Gestão Ágora o jornal Contato, que ao longo dos anos foi se modificando e na edição de novembro/ dezembro de 1998 muda para a Revista Contato, quando um novo plenário da Gestão Ágora assume o CRP-08. A publicação também passou por várias alterações, com a posse da gestão ConexãoPsi, em 2001, até chegar no formato que possui hoje. Agora, sofre mais uma modificação com a correção do número da edição e do ano que serão contados a partir de novembro/dezembro de 1998, quando nasceu a Revista Contato. Xooxman Dúvidas, sugestões ou críticas 4 RevistaContato envie um e-mail para: comunicaçã[email protected] Notasgerais III Café da Manhã da Comissão de Psicologia Hospitalar O Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-08), por intermédio da Comissão de Psicologia Hospitalar, realizou no dia 5 de abril, o III Café da Manhã para interessados em Psicologia Hospitalar. A abertura foi realizada pela coordenadora da Comissão, Claire Terezinha Lazzaretti (CRP-08/02440) e pelo presidente do CRP-08, Raphael Henrique Castanho Di Lascio (CRP-08/00967). Estavam presentes cerca de 70 convidados, entre eles psicólogos que atuam em hospitais de Curitiba e graduandos em Psicologia que realizam estágio na área de hospitalar. A Psicologia Hospitalar é uma área de atuação que vem se consolidando nos hospitais e se formalizando enquanto prática. Para garantir sua pertinência, é preciso que a categoria continue envolvida em discussões constantes de questões ligadas à área e, para tal, a Comissão de Psicologia Hospitalar do CRP-08 vem oferecendo este espaço. Psicológica - Entrevista, Observação e Testes; O Processo de Avaliação Psicológica nos Diferentes Contextos; Aspectos Éticos na Avaliação Psicológica; A Produção de Documentos Legais Decorrentes da Avaliação Psicológica. Nos dias 11 e 12 de maio, o programa será realizado em Foz do Iguaçu na sede do CESUFOZ. No dia 11 o programa será ministrado das 19h00 às 21h45, já no dia 12 será das 8h30 às 12h00 e das 13h30 às 17h30. O encontro será ministrado pela psicóloga Adriane Picchetto Machado (CRP-08/02571). As inscrições poderão ser feitas no site www.crppr.org.br e o investimento é de R$ 50,00. Mais informações pelo telefone (41) 3013-5766. O PAAP também será realizado nos dias 22 e 23 de junho em União da Vitória. Em Curitiba o PAAP aconteceu nos dias 23 e 24 de março, na sede do Conselho e foi ministrado pelas psicólogas Maria Elizabeth Haro (CRP-08/00211) e Tatiana Zampieri Loddo (CRP08/06921). Quartas-feiras no CRP O Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-08) promove, desde 1998, as "Quartas-feiras no CRP", evento gratuito, que tem como objetivo discutir a Psicologia e suas formas de aplicação. As reuniões são abertas para o público e acontecem todas as quartasfeiras, na sede do Conselho. Todo mês é escolhido um tema central, que é dividido em vários assuntos para serem debatidos a cada semana. Raphael parabenizando Psicologia Hospitalar Próximos temas: CRP-08 realiza Programa de Atualização em Avaliação Psicológica O CRP-08 e a Comissão de Avaliação Psicológica estão realizando vários eventos do Programa de Atualização em Avaliação Psicológica (PAAP). O encontro é dirigido a profissionais e estudantes de psicologia e tem como objetivo promover um espaço de discussão e atualização a respeito de Avaliação Psicológica, desenvolvendo a técnica e a análise crítica sobre as responsabilidades profissionais e éticas dos psicólogos que atuam nesta área. O PAAP aborda os seguintes assuntos: Reflexões sobre a Atualidade e as Perspectivas da Avaliação Psicológica; Técnicas de Avaliação 6 RevistaContato Maio: Novos Paradigmas: Consciência e Subjetividade. Data: 02/05 - 18h - Psicocine: “Quem somos nós" - 20h - Palestra:"O essencial é simples" Abordagem sistêmico fenomenológica da família, da saúde,das relações e da prosperidade. Data: 09/05 - 18h - Psicocine: "O Segredo" - 20h - Palestra: "Reconhecer o que é" As ordens sistêmicas do Amor. Data: 16/05 - 18h - Psicocine: "O Segredo 2" - 20h - Palestra: "A física da alma". Data: 23/05 - 18h - Psicocine: "Suzuki speaks" - 20h - Palestra: "Mente e natureza : consciência, ecologia e sustentabilidade". Data: 30/05 - 18h - Psicocine: "Babel" - 20h - Palestra: "Cultura de Paz : Interdependência e Co-emergência". Junho: Encontros - Desencontros e Reencontros. Julho: Trânsito - Por onde transita a Psicologia? Agosto: Transtornos (TOC, Alimentar, Bipolar) Setembro: Psicologia Hospitalar Outubro: Combate à Violência Contra à Criança e ao Adolescente Novembro: Tanatologia COREP-08 Em 2007, o CRP-08 realizou o Congresso Regional da Psicologia (COREP08). O evento aconteceu nos dias 27, 28 e 29 de abril, em Curitiba. O COREP precede o VI Congresso Nacional de Psicologia (CNP), que acontece de 14 a 17 de junho em Brasília. O tema do CNP será: “Do Discurso do Compromisso Social a Produção de Referências para a Prática: Construindo um Projeto Coletivo para a Profissão”. Antes do Congresso Regional aconteceram eventos preparatórios e pré-congressos, um em cada região: Curitiba, Londrina, Maringá, Umuarama, Cascavel, Foz do Iguaçu, Campos Gerais, Campo Mourão, Paranavaí, Litoral e União da Vitória. Nos pré-congressos foram elaboradas as teses, que são propostas de ação para o Sistema Conselhos, e eleitos os delegados que participaram do COREP. O tema principal “Do Discurso do Compromisso Social a Produção de Referências para a Prática: Construindo um Projeto Coletivo para a Profissão” será dividido em três eixos temáticos: Aperfeiçoamento Democrático do Sistema Conselhos, Diálogos para Construção dos Projetos Coletivos da Profissão e Intervenção dos Psicólogos nos Sistemas Institucionais. Os pré-congressos aconteceram: - Litoral/ Matinhos: 23 de março - Foz do Iguaçu: 30 e 31 de março - Cascavel: 31 de março - Máringá: 31 de março Paranavaí: 28 de março Umuarama: 24 de março Londrina: 31 de março Campo Mourão: 03 de março União da Vitória: 13 de março. Em Curitiba o pré-congresso aconteceu durante as “Quartas-feiras no CRP” de março. Falando Sobre A subsede de Maringá retornou no dia 21 de março com as reuniões do “Falando Sobre”, sempre às 20 horas, na Biblioteca Municipal. O primeiro tema discutido foi “Dor e Cuidados Paliativos”, tendo como ministrantes a psicóloga Keila Mary Gabriel (CRP08/05786) e o médico Marcelo Mariano (CRM 21913). No dia 18 de abril o tema foi “Psicanálise e Cultura: Mitos e Subjetividade”, com o psicólogo Calvino Camargo (IS 088). No dia 16 de maio o assunto a ser discutido será “Vida a Dois – Um Enfoque Sexual”, com a psicóloga Eliany Regina Mariussi (CRP-08/04751) e o médico Marcio de Carvalho (CRM 12.020-PR). Próximos temas: - 13/06 - Psico-Oncologia Psicóloga Fabiana da Silva Pereira (CRP-08/11830). - 22/08 - Cuidando do Cuidador Psicólogo Jhainieiry Cordeiro Famelli (CRP-08/05607). - 12/09 - Identidade Psicólogas Renata Marques Wolf (CRP-08/10707) e Geovana Fuzer Polsaque (CRP-08/11203). - 17/10 - Psicologia do Esporte Palestrante a definir. - 28/11 - Emergência da Psicologia no trabalho Psicóloga Tatiana Freitas Canali (CRP-08/08229). VII Congresso de Stress e IX Fórum Internacional de Qualidade de Vida no Trabalho O presidente do Conselho, Raphael Henrique Castanho Di Lascio, faz parte da Comissão Organizadora do VII Congresso de Stress e IX Fórum Internacional de Qualidade de Vida no Trabalho, que acontece entre os dias 26 e 28 de junho. Os eventos serão promovidos pela International Stress Management Association (ISMA-BR), em Porto Alegre (RS), e dirigidos para profissionais da área, estudantes e demais interessados. O evento discutirá como aprender a gerenciar o stress. Para isso trará ao Brasil o psiquiatra americano Richard Rahe, co-autor do primeiro teste de stress, "Life Changes Stress Test” (Holmes & Rahe), em 1967. Com mais de quatro décadas de experiência na redução dos elevados níveis de stress, ele falará sobre seu programa de gerenciamento do stress, usado em empresas públicas e privadas nos Estados Unidos, que tem reduzido em até 34% o número de consultas médicas. Também participará o doutor em Psiquiatria e em Direito, Ronald Schouten (EUA), diretor dos Serviços de Direito e Psiquiatria do Massachusetts General Hospital e professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Harvard University, que abordará o impacto que comportamentos inconvenientes de funcionários têm na organização e na equipe de trabalho. O debate sobre o tema envolverá, além de experiências empresariais e pesquisas na área, a discussão do peso da responsabilidade social neste processo. Mais informações no site:www.ismabrasil.com.br. V Jornada Internacional e III Conferência Brasileira sobre Representações Sociais Entre os dias 31 de julho e 3 de agosto será realizado, em Brasília, a V Jornada Internacional e III Conferência Brasileira sobre Representações Sociais. O evento acontecerá no campus universitário Darcy Ribeiro, na Universidade de Brasília (UNB) e receberá estudantes e profissionais da Psicologia para participarem de discussões em torno da Interdisciplinaridade e diversidade de paradigmas. Além do tema central do evento, serão discutidos assuntos como: comunicação e mídia, educação, meio ambiente, movimentos sociais, violência e exclusão social, religiosidade, entre outros. A primeira das Jornadas Internacionais sobre Representações Sociais foi realizada em 1998, em Natal (RN), reunindo cerca de 300 pesquisadores, docentes e estudantes de todas as partes do País e também do mundo (França, GrãBretanha, Portugal, Suíça, Cuba e Venezuela) em torno do tema central "Teoria e campos de aplicação". Mais informações e inscrições, acesse o site: http://www.vjirs.com.br/. II Congresso Latino-americano de Psicologia Nos dias 12, 13 e 14 de setembro deste ano, em Havana (Cuba), acontece o II Congresso Latino-americano de Entidades da Psicologia, que é promovido pela União Latino-Americana de Entidades de Psicologia (ULAPSI), com o apoio da Sociedad Cubana de Psicologia de la Salud e da Sociedad de Psicólogos de Cuba. O evento tem como objetivo promover debates que estimulem o desenvolvimento de uma Psicologia voltada à realidade dos países da América Latina. No Brasil, o evento conta com o apoio de todas as 17 entidades de Psicologia que compõem o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira ( FENPB). Todos os interessados poderão realizar suas inscrições no site www.ulapsi.org. O II Congresso quer contar com a participação de estudantes, entidades e profissionais de todos os países da América Latina. Até o dia 30 de junho os estudantes pagam US$50,00 e os profissionais US$100,00. Os pacotes para a viagem também podem ser encontrados no site da Ulapsi. Projeto Como Eu Faço No dia 13 de abril, o CRP-08, por intermédio da sua Comissão de Avaliação Psicológica, realizou o projeto “Como Eu Faço”, com o tema “Avaliação Infantil – Estratégias Diagnósticas nos diversos contextos”. O objetivo do encontro foi instrumentalizar profissionais da área da Psicologia com técnicas e estratégias de avaliação infantil nos diferentes contextos e, também, propiciar a discussão sobre a prática da avaliação infantil. As profissionais Tatiana Zampieri Loddo (CRP-08/06921), psicóloga clínica com especialização em Neuropsicologia, e Cláudia Santos (CRP-08/10756), psicóloga clínica com especialização em Psicologia do Corpo, ministraram o encontro. O programa abordou os seguintes pontos: anamnese como elemento de triagem e delimitação da queixa; possibilidade de elaboração de baterias de avaliação com os testes psicológicos; devolutivas para a família, para o paciente e para a escola; promoção de troca de experiências entre os profissionais sobre as diversas formas de avaliação infantil com o objetivo de ampliar as técnicas para lidar com avaliação em seus diferentes contextos. Passaporte da Cidadania GLBT O Grupo Dignidade apresenta o Passaporte da Cidadania GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), que tem como finalidade informar a sociedade, em especial o público GLBT, sobre saúde, direitos, serviços de RevistaContato 7 assistência, proporcionando assim ao indivíduo o exercício da cidadania. Mais informações: www.grupodignidade.org.br, [email protected] ou (41) 3222-3999. CRP-08 homologa Plano de Cargos e Salários na DRT O CRP-08 homologou na Delegacia Regional do Trabalho do Paraná (DRT-PR), no dia 9 de março, o Plano de Cargos e Salários. A publicação da homologação foi feita em Diário Oficial no dia 15 de março. O plano é destinado a organizar os cargos de provimento permanente e esporádico em Sistema de Carreira, fundamentados nos princípios de qualificação profissional e desempenho, com a finalidade de assegurar a continuidade da ação administrativa e da eficiência do serviço. Associação Paranaense de Psicologia da Dependência Química A Associação Paranaense de Psicologia da Dependência Química (ASPPDQ) está preparando um curso de capacitação à prevenção ao uso de drogas nas escolas e também um curso de especialização em dependência química. Em breve serão divulgadas mais informações. CRP-08 é eleito para fazer parte do CMAS No dia 27 de março, o CRP-08 foi eleito como representante de classe na eleição da área não-governamental do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) de Curitiba. Como representante de classe também foi eleito o Conselho Regional de Serviço Social – 11ª região (CRESS). Já como representante de usuários foi eleita a Pastoral da Pessoa Idosa. As entidades prestadoras de serviços eleitas foram: Liga Paranaense de Combate ao Câncer, FUNPAR, Pequeno Cotolengo do Paraná, Centro de Ação Voluntária, Casa de Recuperação Água da Vida e Alvorecer Ação Social e Educacional e, como entidade suplente, foi escolhida a Casa de Recuperação Água da Vida. CRP-08 inaugura subsede de Londrina No dia 11 de maio será a inauguração da nova subsede de Londrina. Estarão presentes os conselheiros, funcionários e colaboradores do CRP-08. Também foram convidadas diversas 8 RevistaContato autoridades da cidade e do Estado, como o governador Roberto Requião. O evento acontece às 20h, na subsede que é localizada na Avenida Paraná, 297. A nova subsede foi adquirida ainda no ano passado, mas estava passando por reformas para melhor atender os 1.050 psicólogos de Londrina. O CRP-08 comprou o imóvel em um prédio comercial, chamado Itaipu, localizado bem no centro de Londrina. Segundo a conselheira do CRP-08 em Londrina, Denise Matoso (08/02416), o imóvel fica muito bem localizado e de mais fácil acesso para todos. De acordo com o representante da subsede, Sérgio Ricardo Belon da Rocha Velho 08/07140), o imóvel fica no coração de Londrina. Além de bem localizado, o novo imóvel é bem maior do que o atual. De acordo com o representante da subsede, o conjunto tem 160m². “O novo imóvel não tem comparação com o antigo, que media cerca de 40m²”, afirma Rocha Velho. A nova aquisição ocupa um andar inteiro do prédio. A nova subsede tem mais espaço, tanto para o trabalho do dia-dia, quanto para eventos. “Temos uma sala para as Comissões poderem se reunir, um espaço só para a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF), um hall de entrada e um mini-auditório, que poderá ser sublocado para eventos”, conta Rocha Velho. O presidente do CRP-08, Raphael Henrique Castanho Di Lascio (CRP-08/00967) esclarece que uma gestão séria e competente consegue trazer resultados positivos os psicólogos. “Compramos um imóvel com recursos próprios, com isso temos o aumento do capital, pois o Conselho cresce em seu patrimônio. Além do que essa aquisição representa uma vitória para os psicólogos de Londrina”, explica Lascio. Homenagem ao médico psiquiatra Ismael Zanardini O CRP-08 decidiu, em plenária do dia 30 de março, prestar homenagem póstuma ao médico psiquiatra Ismael Zanardini que faleceu no final de março. Zanardini foi defensor das causas Psi e parceiro dos psicólogos em inúmeras ações, ajudou a humanizar hospitais e foi formador de inúmeros psicólogos. Contatorecomenda Livro: Cabeça de Porco Benjamin Earwicker Autores: Luiz Eduardo Soares, MV Bill, Celso Athayde Editora Objetiva, 2005. *Deisy Joppert - CRP 08/1803 Livro de interesse para sociólogos, antropólogos, psicólogos, operadores do direito, gestores da área de segurança pública e todos aqueles que tem a curiosidade e necessidade de entender um pouco mais da violência e/ou criminalidade atual. Escrito a seis mãos é dividido em capítulos nos quais se narra a vida de jovens que vivem a criminalidade cotidiana, no Rio e em outros oito Estados Brasileiros, incluindo Paraná. Essa parte do livro é fruto de pesquisa realizada por Celso Athayde e MV Bill, pesquisas essas relatadas em primeira pessoa, quando os autores “subiam os morros” para registrarem, in loco, a realidade do comércio das drogas e as relações humanas ali estabelecidas. Também são incluídas entrevistas com policiais e algumas experiências de Luiz Eduardo Soares enquanto subsecretário de Segurança Pública e coordenador de segurança, Justiça e Cidadania, do Rio de Janeiro, no final dos anos 90. Impressiona, de forma mais intensa, principalmente para os psicólogos, as reflexões escritas por Luiz Eduardo Soares principalmente em “Conspiração contra a mudança”, “Identidade em obras I: adolescência” e “Identidade em obras II: adolescência e problemática ardilosa das ‘causas’ da violência”, onde o autor, muito provavelmente conhecedor das teorias psicológicas e, principalmente, psicanalíticas (e muito sensível à problemática humana), traz sobre a dificuldade para se alterar uma situação já instalada, um pré-conceito, no caso do primeiro texto, ou sobre a construção da identidade, principalmente dos jovens que crescem em uma cultura de violência, nos dois outros. O livro, apesar de abordar um tema tão atual, preocupante e complexo, não deixa, por outro lado, de apresentar passagens hilárias, como a do artigo intitulado “Dolorosa realidade da fantasia: por que as expectativas se realizam?”, onde a personagem primeira é uma senhora, Dona Nilza, assustada com tudo que está à sua volta. Mas não é para se enganar com essa “hilaridade” da narrativa, pois o tema abordado nesse artigo talvez seja um dos mais profundos do livro: política de segurança, cultura e comunicação. Por fim, Cabeça de Porco que, conforme é informado já na primeira folha, significa, para os jovens das favelas cariocas, “situação sem saída, confusão”, não tem a intenção de uma simples denúncia, como frisam seus autores, mas “que ele seja lido e usado como uma ferramenta cheia de vida a serviço da construção de saídas”. Boa leitura! *Psicóloga RevistaContato 9 Contatojurídico Contato Talya Wilson Abuso Sexual Existem quatro categorias distintas de abuso sexual: pedofilia, estupro, assédio sexual e exploração sexual profissional. Em virtude da extensão do tema e do interesse da categoria profissional, vamos – tão somente – ater-nos às duas últimas. O assédio sexual é definido como a aproximação sexual não bemvinda, uma solicitação de favores sexuais ou qualquer conduta física ou verbal de natureza sexual. A Lei nº 10.224, de 15 de maio de 2001 alterou o Código Penal, inserindo o artigo 216-A – tipificando criminalmente o assédio sexual. A tipificação legal descreve que “o assédio pode ser definido como um constrangimento motivado por fins libidinosos e praticado com o abuso de posição hierárquica funcional”. No que tange a cominação da pena, (detenção de um a dois anos), é possível a suspensão condicional do processo e a aplicação de penas substitutivas; todavia, o crime não é de menor potencial ofensivo (pena mínima de um ano), não cabendo, portanto, o seu julgamento pelos Juizados Especiais. O dispositivo, conforme se verifica, ficou atrela- 10 RevistaContato do ao formalismo dos termos da esfera trabalhista, distante da realidade social. Em decorrência disto, não são poucas as críticas voltadas para a lei supracitada, posto que ao ver de vários doutrinadores a norma representa mais realizações de fins eleitoreiros do que uma análise efetiva do contexto sóciocultural brasileiro. A tipificação penal não atende as demandas sociais. Assim, o combate à prática do assédio sexual, como também à exploração sexual profissional, encontra maior eficiência e são mais intimidadoras nas sanções administrativas, trabalhistas e civis. Nesta linha de raciocínio, passa-se a analisar a exploração sexual profissional que é um tipo de abuso sexual punível neste CRP-08 em nível administrativo. O doutrinador Luciano Parisotto, com muita felicidade aborda o seguinte, quanto à exploração sexual profissional: “A exploração sexual profissional ocorre quando há algum tipo de envolvimento sexual (ou intimidade) entre uma pessoa que está prestando serviço e um indivíduo que procurou a sua ajuda profissional. Pode ocorrer em todos os relacionamentos profis- sionais nos quais haja algum tipo de poder de um indivíduo sobre o outro (assimetria)... Restrições à intimidade sexual entre profissionais da área médica e pacientes são já citadas no juramento de Hipócrates, que data de quatrocentos anos antes de Cristo, proibindo esse tipo de atividade sexual. Atualmente, tanto o código de ética médica como o código dos psicólogos postulam os mesmos princípios, considerando seríssimos os danos causados ao paciente. É sempre muito difícil tratar um paciente que foi explorado por um médico ou psicoterapeuta. Há uma incapacidade da vítima para confiar novamente, impossibilitando a aliança terapêutica, extremamente necessária para desenvolver o relacionamento saudável psicólogopaciente e a obtenção de sucesso no tratamento. O profissional abusador também enfrenta muitas dificuldades no seu próprio tratamento. Geralmente busca ajuda somente quando foi delatado e indiciado. Existem ainda poucos serviços especializados e direcionados ao tratamento dessas situações.” A exploração sexual profissional encontra-se coibida na Resolução CFP nº 010/05 – Código de Ética Profissional do Psicólogo, no inciso VI, dos Princípios Fundamentais e na alínea “j” do artigo 3º. As penalidades a que se sujeitam os profissionais encontram-se elencadas no Código de Processamento Disciplinar (Resolução CFP nº 006/2001) e vão desde a advertência à cassação do exercício profissional (artigo 62). Zenaide Carpanez (OAB/PR 18420) Assessora Jurídica do CRP-08 Contatomatéria Postergar o problema “Não podemos entrar em comoções criadas por atos de violência isolados; os adolescentes no Brasil são mais vítimas que algozes”, diz Cleia Cunha (CRP08/00477), psicóloga e coordenadora da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-08), ao defender a não redução da maioridade penal. Segundo Cleia, a violência que incide sobre o adolescente no Brasil é infinitamente maior que os casos evidenciados pela mídia envolvendo jovens em conflito com a Lei. Dados do Datasus, ressaltados pela psicóloga, mostram que jovens entre 15 e 18 anos representam 86,35% das vítimas de violência no Brasil e que a taxa de adolescentes mortos no País é de 35 para cada 100 mil habitantes, sendo que a mesma taxa para a população em geral é de 27 para 100 mil. “Diminuindo a maioridade penal não iremos resolver nada. Nosso sistema prisional está falido. Colocar um adolescente em qualquer prisão do País é postergar um problema. Se a questão for a privação da liberdade, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é claro quando diz que um jovem de 17 anos e 11 meses, por exemplo, ao cometer um crime, será submetido a uma pena que pode levá-lo a três anos de privação de liberdade em um estabelecimento educacional. E, se ao término desta ainda não apresentar condições, ele continuará cumprindo medidas socioeducativas no regime de semiliberdade ou liberdade assistida. O sistema previsto pelo ECA guarda similaridade com as penas estabelecidas na legislação criminal”. A coordenadora da Comissão de Direitos Humanos do CRP-08 baseia-se em números para defender sua posição contra a redução da maioridade penal. “O índice de reincidência entre os jovens que cometeram crimes é de 5%, já entre os adultos é de 70%. Portanto, questiono: por que colocar sujeitos em desenvolvimento num sistema falido? Estamos sendo justos ao tirar a oportunidade de orientação e desenvolvimento destes jovens?”. A psicóloga acrescenta “nossa legislação é adequada, precisa somente ser aplicada e implementada. Os municípios, por exemplo, podem desenvolver programas como a medida de liberdade assistida e não somente apresentar e cobrar o aprisionamento como alternativa. Por mais que não seja do conhecimento da maioria, as medidas socioeducativas estabelecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente têm trazido resultados satisfatórios, apesar de ainda termos muito que caminhar. No ano passado, foi criado o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) com o objetivo de aperfeiçoar e estabelecer diretrizes nacionais para as políticas públicas voltadas para os adolescentes infratores”. Para Cleia, a solução não está na redução da maioridade, e sim, na qualidade das políticas sociais e no investimento maciço em educação, saúde, lazer e saneamento. “Criança que freqüenta creches e escolas tem outra estrutura e perspectiva de vida, com certeza, no futuro será menos propensa à violência. Além do que, um jovem internado numa instituição custa por mês ao governo aproximadamente R$ 4.400,00 já um aluno no ensino fundamental, representa R$ 1.900,00/ano. Nós, como sociedade civil organizada, temos que nos manifestar e cobrar políticas educacionais e sociais e isto pode ser feito acompanhando reuniões dos órgãos de controle social nos municípios, como o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, por exemplo. O papel da sociedade civil na democracia é participar e cobrar e não simplesmente votar”, finaliza a psicóloga. RevistaContato 11 Pordentro NAPP lança DVDs sobre Psicologia e Políticas Públicas seja distribuída para as universidades do Paraná e para os outros Conselhos de Psicologia. (Da esquerda para a direita). Inês Lacerda, Raphael Henrique Castanho Di Lascio, Guilherme de Azevedo do Valle e Vera Karam de Chueiri na mesa de abertura. No dia 4 de abril, o Núcleo de Articulação em Políticas Públicas (NAPP) do CRP-08 fez o lançamento dos DVDs “Seminários Conceituais: Psicologia e as Políticas Públicas”. A série, composta de cinco DVDs, foi produzida a partir do evento intitulado “Seminários Conceituais”, organizado pelo NAPP no segundo semestre de 2006. O evento teve quatro encontros, os quais foram gravados para serem disponibilizados às subsedes e às representações setoriais. O lançamento contou com a presença do presidente do Conselho, Raphael Henrique Castanho Di Lascio, do vice-presidente e coordenador do NAPP, Guilherme de Azevedo do Valle, e de duas palestrantes dos Seminários Conceituais, as professoras Inês Lacerda (doutora e mestre em Letras e graduada em Filosofia) e Vera Karam de Chueiri (doutora e mestra em Filosofia, mestre em Direito e graduada em Direito). Também estavam presentes cerca de 30 convidados. Os assuntos abordados nos Seminários e conseqüentemente nos quatro DVDs foram: “Política”– ministrado pela professora Inês, “O Público e o Privado”– tema abordado pela professora Vera, “Cidadania”– palestra feita por 12 RevistaContato Daniel Soczek (doutor em Sociologia Políticas, mestre em Sociologia das Organizações, especialista em Metodologia do Ensino e graduado Em Filosofia) e “Movimentos Sociais” – ministrado pela psicóloga Maria Teresa Castelo Branco (doutora em Educação e mestra em Extensão Rural), sendo o quinto DVD uma síntese de todos os encontros. Segundo Azevedo do Valle, os seminários surgiram para aprofundar as discussões sobre temas que compõem a questão das políticas públicas. “Eles fazem parte das estratégias e objetivos do NAPP para incentivar o estudo e a compreensão da temática Políticas Públicas e Psicologia”, explica Valle. O coordenador do NAPP acrescenta que há um projeto para que a série de DVDs O presidente do Conselho parabenizou o NAPP pelo trabalho realizado e pela iniciativa de ter produzido os DVDs. A professora Inês achou muito interessante a idéia que o NAPP teve de gravar as palestras. “Já fiz muitas palestras em vários lugares e elas nunca foram gravadas para serem distribuídas posteriormente”, conta Inês. O lançamento dos DVDs foi o primeiro evento das Quartas-feiras no CRP do mês de abril, que teve como tema “A Psicologia e as Políticas Públicas” e foi organizado pelo NAPP, em conjunto com a Comissão de Eventos e Comissão de Direitos Humanos do CRP-08. As Quartasfeiras no CRP do mês de abril tiveram como tema “A Psicologia e as Políticas Públicas”, sendo abordados, nas quartas-feiras subseqüentes ao lançamento, os seguintes assuntos: “A Psicologia e os Conselhos de Controle Social”, “O Psicólogo no CRAS” e “A Psicologia e as Medidas SócioEducativas”. Convidados assistindo abertura do evento. PsicólogodaSilva Por Tonio Luna (CRP-08/07258) Relatório heróis Enquanto se vendem anéis de Gyges em todos os planaltos, também se vêem heróis na contemporânea República. Entrou pela porta da frente assustado e dirigiu-se à atendente. Ao iniciar a consulta pediu para ser internado. Adolescente, usuário de crack e outras drogas, já estava em atendimento naquele centro há algum tempo. O psicólogo já sabia que aquele pedido estava relacionado com uma ameaça de morte por parte de algum traficante. Já sabia que provavelmente dentro de poucos dias ele iria fugir da instituição e no próximo atendimento ele iria dizer: “não dá nada”. Com alguma esperança, redução de danos, e outros recursos, segue a Psicologia fazendo atos heróicos nos CAPS da vida. Entre uma consulta e outra, em meu consultório com ar condicionado, penso nisto. RevistaContato 13 Matériacapa O que está acontecendo nas relações humanas? Uma visão psicológica Os meses de maio e junho são considerados meses que têm um significado especial no que se refere às relações humanas ou interpessoais, pois maio é o mês das Mães e das Noivas e em junho é comemorado o Dia dos Namorados. Além da questão do consumo, da compra de presentes, esses meses levam algumas pessoas a refletir sobre o que está acontecendo com as relações. A Psicologia auxilia no entendimento e no estudo delas. Segundo a psicóloga Elizabeth Regina Maio de Siqueira (CRP-08/01886), pode-se definir uma relação interpessoal como o envolvimento de duas ou mais pessoas, por laços afetivos, profissionais ou intelectuais. “Esse envolvimento acontece na busca da satisfação de necessidades e/ou interesses recíprocos”, explica a psicóloga. A Psicologia aperfeiçoa as relações através da percepção de si mesmo e do outro, identificando os conflitos e suas causas e, ainda, auxiliando as pessoas a administrarem-nas por meio da comunicação eficaz, com diversas técnicas e informações. Sendo assim, as relações não se restringem somente ao âmbito familiar ou amoroso, há vários outros tipos de relacionamentos, como: de amizade, no trabalho, na escola. Porém, essas relações parecem estar mais desgastadas. Percebe-se isso no aumento da violência, do desemprego (competição no ambiente de trabalho), nas reclamações de professores com relação ao comportamento dos alunos; na mídia em geral, por exemplo, aparecem casos de professores agredidos e pais que não sabem lidar com os filhos. Nos relacionamentos amorosos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de casamentos aumentou 3,57% em 2005 se comparado ao ano anterior. Em 2004 foram registradas 806.968 uniões e em 2005 foram 835.846. Em contrapartida, o índice de separações e divórcios também cresceu no período em média 7% nas separações e 15% nos divórcios. Segundo a psicóloga Elizabeth, não existe uma única razão para esse crescimento. “Não podemos nos esquecer de que somos todos seres relacionais, portanto, não desejamos viver sós, por isso é também que o número de casamentos continua aumentando”. Ela acrescenta que outro fato do aumento de casamentos é de que as famílias atuais estão absorvendo, lentamente, novas mudanças, do tipo: união estável (equiparada pela Constituição Federal à família surgida com o casamento), uniões homoafetivas (os meus, os seus, os nossos filhos e os nossos ex) e uniões homossexuais. Para o aumento das separações e divórcios também há várias explicações, conforme a psicóloga, pois ficou mais fácil se separar, do ponto de vista da legislação processual que entrou em vigor. “As separações e os divórcios foram facilitados para aqueles casais que não têm filhos e estão de acordo com a idéia. Dessa forma, pode ser feita uma simples declaração em cartório notarial, sem necessidade de acionar o poder judiciário. O custo é menor, mas mesmo assim necessitam do acompanhamento de advogados”, explica. Outra justi- 14 RevistaContato ficativa é a de que a profissionalização propicia à mulher sua liberação econômica, com a conseqüente necessidade da busca da sua liberdade. “O que as faz terem autonomia para tocar suas vidas com menos frustrações. Isso também se aplica aos homens”, conta. Entre as causas de separações se encontram: traição; insatisfação pessoal (incluída a sexual), baixa tolerância à frustração com alto nível de expectativas em relação ao outro e ao casamento, perdas econômicas e financeiras, desrespeito e desnível cultural. Na opinião da psicóloga Rosemary Damaso Padilha (CRP-08/02126), “grande parte dos casos de separações é devido à dificuldades de relacionamento. Então, pode ocorrer uma separação amigável, na qual os dois concordam que é melhor se separar e muitas vezes continuam se relacionando como amigos”. Rosemary também diz que muitas vezes as pessoas não investem mais tanto no casamento. “Relação a dois exige um investimento constante. Hoje, as pessoas se casam, muitas vezes, para ver se dá certo. Antigamente as pessoas se casavam para sempre, 'até que a morte nos separe'. Isso fazia com que a gente enfrentasse as crises vivenciadas sem a alternativa de separação. Atualmente, numa primeira briga já não deu certo e se separam”, explica. Para Elizabeth, ainda vivemos o mito de achar “a metade da laranja” ou então a “cara metade”. “É muito mais fácil lidarmos com as afinidades sem focar nas diferenças, as quais esquecemos ou negamos que quando nos relacionamos amorosamente o 'kit' deve ser completo. Ser bonzinho, gostosinho, bonitinho, cheirosinho e compreensivo o tempo todo só serve em novelas e filmes, cuja realidade é bem outra”, conta. Porém, ela acredita que na essência inexiste diferença entre relacionamentos antigos e atuais, uma vez que ambos sofrem ou sofreram os influxos dos fenômenos sociais de suas épocas. “No fundo a família é a mesma, o que interessa é que haja uma estrutura psíquica sólida tanto nos relacionamentos antigos quantos nos atuais, pois persiste a necessidade de estabilidade e segurança para ambos parceiros”, explica Elizabeth. Rosemary cita que hoje com a maior convivência com o sexo oposto, existe muito mais oportunidade para o envolvimento com diferentes pessoas. Entretanto, defende que “se entra um terceiro na relação é porque havia espaço para ele”. Para Elizabeth, as pessoas têm encarado a traição com culpa e sensação de fracasso e, ao mesmo tempo, com sentimentos raivosos em relação ao outro. “O medo da infidelidade todos têm, independentemente de ter acontecido ou não, pois ninguém tem garantias numa relação amorosa”, conta a psicóloga. liberdade do parceiro: abre correspondências, bisbilhota o computador, ouve telefonemas, checa seu celular, examina bolsos, chega a seguir o parceiro ou contrata alguém para fazê-lo”, salienta Elizabeth. Para casos assim é importante a psicoterapia, nesse ponto o psicólogo ajuda o paciente a rever sua relação e a ter um reforço ou a recuperação da auto-estima e da valorização da auto-imagem. Outra questão que está muito em voga é a traição virtual, muitos se perguntam se realmente é traição. Segundo Elizabeth, ainda é recente o fenômeno para autorizar o juízo de valor ou qualidade, de benefício ou de malefício que possa advir de um relacionamento virtual. “Porém, pode-se adiantar que se o indivíduo efetivamente troca, substitui todo e qualquer relacionamento nominado tradicional pelo virtual, correrá o risco de alheamento/distanciamento da realidade com prejuízos graves a sua psique. Somos seres relacionais e nada, do ponto de vista da saúde emocional, substitui satisfatoriamente o contato - pele a pele, olho a olho. O conceito de relação virtual ainda não está introjetado na maioria das pessoas, mas a tendência instiga uma resposta afirmativa: pode ser encarada como traição a intenção de substituir uma relação afetiva real em detrimento da virtual”, conta. Algo que também tem acontecido são os recasamentos, ou seja, pessoas que se separam e voltam a se casar. Do ponto de vista psicológico, isso acontece porque as pessoas aprendem separadas a analisar seus problemas pessoais e interpessoais, com isso têm a oportunidade de desenvolverem uma maturidade no quesito respeito. “Pode também acontecer de ser a separação uma ilusão de liberdade e que ao vê-la concretizada, o indivíduo, em contato consigo mesmo, não se sinta um bom companheiro. Ou seja, sentindo-se em solidão, opta por reatar o casamento com a idéia 'antes mal acompanhado do que só'; o que pode ser uma reincidência bastante comprometedora”, conta Elizabeth. Lotus Head De acordo com Elizabeth, há uma grande quantidade de fatores que podem explicar o e-love (relacionamento virtual). Dentre os quais podem ser destacados: a segurança física, pois a violência urbana tem fustigado as pessoas aos encastelamentos ou, no caso, às salas de bate-papo; a segurança afetiva, distanciamento da realidade factual propicia a impressão de que o mundo virtual blinda ou protege a afetividade; a auto-estima e a fantasia, a impessoalidade propiciada facilita o início de relacionamentos pela não-exposição física inicial das pessoas, permitindo a superação de barreiras como timidez e fobias e o contato com o desconhecido; a acessibilidade e a individualidade, no qual os contatos virtuais de um lado permitem ter o outro ao alcance de forma instantânea e independentemente das distâncias, oportunizando maior freqüência e, de outro lado, preservam a individualidade, na medida em que a pessoa pode, livremente, conectar-se e desconectar-se quando assim lhe beneficiar. Outro fator que pode atrapalhar um relacionamento amoroso é o ciúme. Primeiramente é necessário diferenciar o ciúme normal do patológico. O normal é o sentimento de zelo entre os pares. O ciúme potencializa as emoções, fazendo o amor se sentir mais forte e o sexo mais apaixonado. Para Elizabeth, em doses pequenas e manejáveis, o ciúme pode ser um estímulo positivo num relacionamento. Mas quando é intenso ou irracional, torna-se patológico, em que a pessoa, paranóica, está convencida, sem motivo justo ou evidente, da infidelidade do parceiro e passa a procurar evidências da traição. “Quem sente ciúme a esse nível tem a compulsão de verificar constantemente as suas dúvidas, a ponto de se dedicar exclusivamente a invadir a privacidade e tolher a A Psicologia pode ajudar o casal a superar os problemas. “Encarando as divergências em um casamento sólido, é possível superar. Da mesma forma que lidar com a rotina pode ser encarado em seu aspecto saudável, pois implica em não termos que fazer escolhas o tempo todo”, diz Elizabeth. Ela explica que “não podemos nos esquecer que temos que aprender a tolerar frustrações e também imperfeições, pois elas fazem parte das nossas escolhas”. Pais e filhos As relações humanas são desenvolvidas e baseadas por meio da comunicação. Segundo a psicóloga Rosemary, o funcionamento do ser humano é estruturado a partir da vivência das funções materna, paterna e de casal. De acordo com a Abordagem SistêmicoIntegrativa, a função materna, através das atribuições de nutrição, organização e vínculo, propicia o desenvolvimento da segurança básica do ser humano. Esta segurança, gerada pela capacidade de vínculo, vai servir de base para a função paterna. “É desenvolvida uma confiança básica nessa criança de que as necessidades podem ser satisfeitas, então isso é básico para a instituição do eu. A função materna vai dar a sobrevivência”, explica Rosemary. Depois, vem a função paterna que tem como atribuições: limite, direção e proteção. "É uma preparação para enfrentar o mundo, respeitando o espaço do outro", comenta. Rosemary conta que atende famílias encaminhadas pela Vara do Adolescente em Conflito com a Lei, no estágio do curso de Mediação Sistêmico-Integrativa. "Nestes sistemas familiares, fica evidente a falta de limite, proteção e direção, que são atribuições da função paterna. Entretanto, no estudo dos casos atendidos, levantou-se a hipótese de que o que realmente faltou, foi a base dada pela função materna, para que essas atribuições pudessem ser assimiladas. Pode ser observado que a maioria das mães, obrigadas a trabalhar para buscar o sustento de seus filhos, entrega-os a outras pessoas que 'cuidam como profissionais', ou seja, não desenvolvem um vínculo afetivo com as crianças. A mãe chega em casa tarde e sai muito cedo, quase não convivendo com o filho", explica. Ela diz que fica difícil passar valores para os filhos, sem conviver com eles. "Quando crescem um pouco, convivem com as RevistaContato 15 amizades da rua e, sem modelos adequados, tornam-se vulneráveis aos chamados do mundo do crime, das drogas, da possibilidade de fugir das dificuldades ou de ganhar dinheiro fácil para poder ter o tênis, o boné, a calça, o celular da moda e tantos outros consumismos instigados através dos veículos de comunicação de massa", esclarece. importância de investimento na família, tanto como medida preventiva como para combater o padrão de violência em vigor na nossa sociedade”, explica. Para Rosemary, em todas as classes talvez aconteça isso, em diferentes níveis. Desde que a mulher saiu para trabalhar fora isso ficou mais complicado, porque antes, apesar daquela educação repressora, havia limites claros e regras definidas. “Estamos em uma sociedade do ter e não do ser. Você não é alguém pelo que é, mas pelo que tem ou pelo que aparenta ter. Estamos com os valores totalmente alterados”, conta. Outro problema encontrado nas relações humanas é o relacionamento na escola, professor e aluno. Um dos grandes motivos de estresse dos professores é a falta de respeito dos alunos. Muitos alunos não tem limites, fazem gozação dos professores, bagunça durante a aula e alguns professores, por se sentirem de mãos atadas, “continuam dando aula como se nada estivesse acontecendo”, conta Maria Elizabeth. De acordo com ela, hoje os alunos cobram que o professor seja um ator, ou palhaço, como os professores dizem. Mas todo professor tem seu estilo e deve ser respeitado por isso. “Não basta saber a matéria, tem que ter sempre uma piada na ponta da língua. Muitas vezes o professor quer colocar limites e os alunos não estão nem aí, fazem abaixo-assinado, queixam-se à diretoria. Às vezes, até abrem processos contra os professores”, conta. Com isso, os professores acabam também não impondo limites aos alunos. De acordo com a psicóloga Maria Elizabeth Haro (CRP08/00211), estamos vivendo um problema social, porque os pais, por ficarem pouco tempo com os filhos, ficam permissivos e acabam deixando passar muitas coisas. “Acho que é um problema social, e não é só no Brasil, mas aqui parece haver um nível de tolerância maior. As pessoas aceitam e não colocam limites. Têm medo de serem vistas como más e exigentes. Ou você assume que alguém não vai gostar disso ou você vai ser parte desse meio”, fala Maria Elizabeth. Conforme Rosemary, para que esse problema melhore, é necessário um investimento na estruturação da família - porque é nela que a criança e o adolescente aprende a se comportar e a ter um padrão de interação, - e depois um investimento na educação, pois todas as famílias têm a obrigação de levar seus filhos à escola, a segunda matriz da estruturação do ser humano. Para a psicóloga, deveria ser implantada a mediação nas escolas como política pública, dando capacitação aos professores sobre: padrão de interação, resolução pacífica de conflitos e necessidades básicas das crianças. Depois os pais, as famílias, seriam recebidos nas escolas, para que tivessem a mesma capacitação que os professores. “Pais e professores teriam os mesmos parâmetros das necessidades dos filhos de acordo com a fase de desenvolvimento em que se encontram e da forma de lidar com problemas, de resolver conflitos. Essa é a tese que defendo no livro Mediação Sistêmico-Integrativa – família e escola construindo uma cultura de paz”, fala. Na obra, a escritora juntou a resolução pacífica de conflitos, com a abordagem sistêmico-integrativa, que fala das atribuições das funções materna, paterna e do casal. “Acho que se conseguíssemos implantar isso nas escolas, capacitar os professores, para que eles pudessem passar certos valores para os alunos e também instrumentalizar os pais para isso, estaríamos tentando construir uma cultura mais pacífica do que a vivemos. Contudo, até agora não consegui convencer as autoridades a analisarem meu projeto. É difícil despertar interesse para um projeto, cujos resultados só serão visíveis a longo prazo”, desabafa. Aqui em Curitiba, de acordo com Rosemary, têm muitas coisas interessantes sendo feitas em prol da criança e do adolescente. "A FAS, Fundação de Ação Social, oferece muitos serviços, medidas sócio-educativas para a recuperação dos adolescentes e atendimentos às famílias, mas falta integração entre os diferentes setores que prestam estes serviços. Defendo a implantação de um Centro de Atendimento à Família, que funcione como um centro de triagem, com o cadastro de cada família e das atividades que essa família está usufruindo. Falta ainda conscientização do poder público da 16 RevistaContato Aluno X Professor Para Maria Elizabeth, a Psicologia teria que interferir dentro da escola e nas relações familiares, conscientizar e abrir discussões sobre isso, ajudando os pais e professores a tomarem decisões. É importante mostrar que, por exemplo, essa insegurança do professor em tomar uma atitude diante de um comportamento inadequado gera mais insegurança no aluno, e portanto, mais desafio. “Está faltando limites. O pai, a mãe e o educador têm medo de dizer não, mas a criança está procurando limites”, comenta. Segundo a psicóloga, isso pode ser um dos reflexos da atual situação social brasileira. Os pais estão em conflito, não sabem o que ensinar para os filhos. “A gente vê no Brasil, a impunidade, por mais que a pessoa seja certa, chega um determinado momento, que ele vai repensar, pois a situação financeira está difícil. O ideal é mostrar para o filho como é o mundo e prepará-lo para lidar com isso, mostrar as conseqüências”, conta Maria Elizabeth. Relações no trabalho Hoje, não se pode deixar de falar nas relações no trabalho, que de acordo com o psicólogo Dante Ricardo Quadros (CRP-08/00038), são a base para um bom funcionamento da empresa. Porém Quadros, explica que essa preocupação vem de tempos antigos. “Historicamente, quem começou a estudar de modo sistematizado e objetivo o desempenho do trabalhador nas organizações foram os engenheiros. Em 1911, um engenheiro americano chamado Taylor começou a se preocupar com o rendimento dos funcionários e passou a analisar os fatores relacionados ao alcance de melhores índices no trabalho. Depois de alguns estudos, outro engenheiro Henri Fayol em 1916 na França, formulou princípios usados na administração que afetavam o comportamento das pessoas. Na mesma época, 1927, um psicólogo australiano chamado Elton Mayo começou a estudar de modo detalhado os resultados obtidos pelos funcionários de uma empresa (Western Eletric), e pela primeira vez de modo científico, foi perguntado aos indivíduos as suas opiniões sobre o trabalho. Nestes estudos de Hawthorn, ficaram documentados os relatos e análises da importância e conseqüências das relações humanas nas empresas”, conta. Contudo, o termo relações humanas ficou caracterizando uma abordagem de gestão iniciada nos anos 30 do século passado e na medida em que outros estudos foram sendo realizados, começou-se a perceber multifatores relacionados às expectativas, valores e necessidades das pessoas em uma empresa, apresentando um termo mais específico e atual, as relações interpessoais. “Atualmente com a globalização e a concorrência de mercado, as empresas precisam que as pessoas se relacionem de modo saudável e o psicólogo organizacional pode contribuir nesse processo tanto para ajudar a empresa a atingir seus objetivos quanto às pessoas tornarem-se mais felizes e realizadas”, explica Quadros. Na opinião dele, hoje está havendo uma mudança na estrutura das empresas. “Por exemplo, antigamente quase todos tinham chefes, hoje muitas empresas trabalham sem chefes. Antes era mais obediência, subserviência, agora a estrutura hierárquica tradicional esta sendo alterada para uma estrutura horizontal com o compartilhamento das equipes de modo muito mais humano”, explica. As pessoas, pela competência, podem ser mais autônomas sem que precisem que alguém lhes diga o que fazer, e isto é uma tendência mundial. Porém, Quadros fala que esse é um trabalho longo, pois as pessoas de modo geral foram educadas pela família e pela escola para obedecerem. “Em algumas escolas, ainda se cria um clima de competição, e hoje as organizações precisam de pessoas competitivas e não competidoras”, fala. Ele explica que isto é um processo educacional e certas escolas têm que ter outras visões, pois em uma competição a pessoa pode não medir os meios para chegar ao fim, já a competitividade é uma melhora consigo mesmo, não sendo necessário tirar o lugar do outro, a pessoa vai conseguir porque é a melhor. “Quando há chefes, aquela questão da pirâmide, favorece pessoas competidoras, pois de algum modo querem chegar à chefia, ao topo, nem sempre de modo explícito”, esclarece. As psicólogas concordam que hoje as relações humanas estão bem atribuladas devido à inversão de valores. Há um egoísmo e um individualismo muito forte nas pessoas. “Está faltando capacidade de vínculo, as pessoas pensam só no prazer próprio, não conseguem lidar com as diferenças, respeitar o outro, conviver com frustrações”, conta Rosemary. Para Elizabeth, existe uma incapacidade de satisfação das necessidades grupais e individuais. “Como na balada do grupo musical Titãs, a questão é: você tem fome/sede de que? A má qualidade relacional entre indivíduos decorre, muitas vezes, da exacerbação da vaidade e conseqüente egoísmo”, finaliza. *Rosemary Damaso Padilha graduação em Psicologia, especialização em Terapia Corporal, Terapia de Família e Mediação, mestrado em Educação, na área da Gestão da Educação e Políticas Públicas. *Elizabeth Regina Maio de Siqueira graduação em Psicologia, especialista em Psicologia Clínica. Atendimento para adolescentes, adultos e grupos terapêuticos e empresariais. Formação em Psicodrama, Psicologia Corporal, Terapia de Casal e Família e Terapia em EMDR. *Maria Elizabeth Haro mestrado em Educação, especialização em Psicologia Comportamental, Organizacional, Psicodrama. Trabalha com clínica e escolas. *Dante Ricardo Quadros doutor em Engenharia da Produção, mestre em Administração de Empresas e especializado em Psicodrama Aplicado às Organizações. Ofício Circular nº 0165-06/DIR-CFP Senhor Presidente, 1. Informamos o recebimento pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP, de diversos questionamentos sobre o uso da grafologia como instrumento de avaliação psicológica e, por este motivo, esclarecemos que a grafologia não pode ser utilizada como instrumento ou técnica de avaliação psicológica, haja vista que nenhum teste grafológico foi encaminhado ao CFP para análise e, desde novembro de 2003, o psicólogo só pode utilizar profissionalmente testes psicológicos com parecer favorável do CFP. Desta forma, a grafologia somente pode ser utilizada por psicólogos em pesquisas científicas ou de outras formas que não sejam avaliações psicológicas, caso existam. 2. Esclarecemos ainda que o uso da grafologia como instrumento de avaliação complementar é indevido, pois todos os testes são usados de forma complementar. Vale ressaltar que avaliação psicológica não é sinônimo de testagem psicológica. 3. Estamos à disposição para outros esclarecimentos, caso seja necessário. Atenciosamente, ANA MERCÊS BAHIA BOCK Presidente Ao Senhor RAPHAEL HENRIQUE CASTANHO DI LASCIO Presidente do Conselho Regional de Psicologia – 8ª Região RevistaContato 17 Contatoentrevista Ético por natureza Um panorama sobre a ética e a psicologia nas relações humanas Conhecer os princípios básicos que norteiam o que a sociedade está vivenciando, é de grande importância para o desenvolvimento das pessoas. Sabe-se que a sociedade é submetida a normas éticas e que a ética, numa definição geral, se refere à teoria ou aos estudos sobre a pratica moral. A crise nas relações humanas envolve um processo de ética e a ética é intrínseca às relações humanas e, conseqüentemente, a psicologia torna-se parte fundamental nesse conjunto. Para abordar mais a fundo essa questão, a revista Contato entrevistou o psicólogo e psicanalista, Jorge Sesarino (CRP-08/2367), mestre em antropologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutor em psicologia pela Universidade de Liège, na Bélgica. Como podemos definir a ética nas relações interpessoais? Sua pergunta remete a questão do ser, porque ninguém é sem o outro: a ética é algo implícito nas relações interpessoais, logo, o ser humano é ético por sua natureza. A natureza humana impõe uma ética para o fato de existir, conviver, ser interdependente: é preciso pagar o preço de se submeter à Lei do interdito para poder existir e conviver socialmente. Há uma espécie de pacto, de princípio que consiste num zelo para com a interdição, a isso podemos chamar de ética. As relações humanas ocorrem dentro de determinados pactos ou conjuntos de regras e princípios que denominamos de moral. Confunde-se ética com moral. A palavra ética deriva do grego – ethiké, ethos – que significa um modo de ser, um lugar do ser, a morada do ser, digo também um lugar na linguagem. O homem habita o território 18 RevistaContato do simbólico. As relações interpessoais são essencialmente relações de linguagem, logo não são sem ética. Penso que dizer que o homem habita a linguagem – como disse Heidegger – é dizer que o homem é um ser ético e moral. A palavra moral deriva do latim, onde mores significa costumes – bons e maus – mas também pode significar morada, lugar, como a palavra ética. Nos acostumamos, aprendemos e ensinamos a dizer que a moral diz respeito à conduta esperada, ao comportamento socialmente desejável, ao conjunto de valores socialmente aceitável, ainda que variável, de sociedade para a sociedade e de tempo para tempo. A ética por sua vez, dizemos, diz respeito à singularidade, é uma reflexão sobre os nossos atos, sobre a dimensão singular do ato humano. Entende-se a ética como uma reflexão sobre a moral, sobre as ações socialmente esperadas, ou ainda sobre a prática da moral enquanto norma social que rege as condutas. O senhor acredita que a definição de ética nas relações interpessoais sofreu alguma alteração ao longo do tempo? Penso que a definição, não. Certamente há conflitos éticos, mas a ética a que você se refere é a ética do bem comum. Tal definição está voltada para as possibilidades do que devemos ou podemos fazer no sentido da normatividade e do que seja o bem comum. Muda o conceito de bem comum, então a ética muda? Não, a ética social sempre visa o bem comum tal como definido pela sociedade, e isso sim, isso sofre alteração ao longo do tempo. Para Kant, o homem é um fim em si mesmo, o que significa dizer que há um princípio ético que não muda: o homem é responsável pelos seus atos e não há ato sem conseqüência. A complexidade da cultura, por vezes, dá a ética sentidos diversos, como nos discursos filosóficos, religiosos, científicos. Em nome de moral e de ética, se fez e faz barbaridades. A ética universal, como propôs Kant, é impossível, não pode ser universal. Uma ética social, teria que transpassar todos os discursos para se constituir como a ética das verdades. O senhor falou que a ética não sofreu grandes alterações, mas pode-se entender que as regras e valores da sociedade mudaram? As regras e valores da sociedade mudam, a moral muda. A ética não muda, o que muda são os discursos sobre a ética, muda o modo como a ética é veiculada nos discursos. Não cabe a ética prescrever atos mas interroga-los, fazer juízo sobre eles. Nesse sentido a ética não muda, muda o conteúdo do qual ela se ocupa. Isso muda muito, sim, muda tanto quanto as pessoas mudam: Fala-se de crise ética na nossa sociedade brasileira, dita liberal e democrática. É preciso reconhecer que há instabilidade, que há conflitos entre os interesses e os valores, e que a violência é uma das conseqüências. A ética é o que delimita um campo mas não é o conteúdo desse campo. E ao seu ver, como a sociedade entende a ética? Não há sociedade sem ética. A ética é um dos pilares da sociedade, a moral é outro. A sociedade tem na ética a base de toda sua solidez. A ética é uma espécie de bússola que aponta um caminho da sociedade, o que a faz continuar sendo uma sociedade, por mais que mude ou que sofra mudanças. Mas a sociedade é complexa e comporta contradições, conflitos e tensões, inclusive, moral e ética. A sociedade é um paradoxo moral e ético que tendem a se autodestruir. A família é a base da sociedade, logo a sociedade é feita de famílias, mas ao mesmo tempo ela destrói as famílias. Há uma relação de oposição entre família e sociedade, e uma relação de interdependência que lhes são intrínseca. Sobre isso Lèvi-Strauss escreveu num pequeno livro intitulado “A Família”. A família é a fiel guardiã da sociedade, da moral e da ética, dos valores transitórios e permanentes norteadores da sociedade, constituintes do caráter e da conduta dos sujeitos sociais. A individualidade que hoje parece estar mais presente nas pessoas poderia ser considerada algo antiético? Pois a ética preserva o bem para a sociedade e não somente para o indivíduo. Certamente sim. Nomeia-se de antiético algo que também é nomeado de ética individual. Vivemos na cultura do individualismo e do hedonismo, onde cada vez mais os interesses individuais se sobrepõem aos interesses coletivos. Busca-se a todo custo gozar, não importa como nem do quê, mesmo a custa da exploração e do sofrimento do outro. Os fins justificam os meios e o fim é ‘se dar bem’, ‘levar vantagem em tudo’, não importam os meios. Os ideais parecem não mais existir. Hoje as éticas têm sobrenomes: a ética utilitária, a ética das finalidades...tudo tem de servir para gozar e todos devem gozar da mesma forma: propõe-se os objetos de gozo e de felicidade, ainda que não se propõe que todos possam ter acesso a esses objetos – daí a violência, pois para atingir o fim, não importa o meio: eis a ética! Propor o bem individual acima do bem comum tem graves conseqüências, isso trouxe conseqüências bastante preocupantes para nos dias. Os valores coletivos ficaram para trás. Talvez por aí se possa pensar no crescimento da violência urbana, das patologias das adições, dentre elas a toxicomania. Essa ética utilitária acaba criando isso que se chama de antiético. Essa frase: antiético, faz perguntar: em relação ao que? Se for antiético, é contrária a ética? qual ética? A ética dos princípios, da finalidade, do bem-comum? São tantas as éticas. Vive-se um mal entendido no campo da ética, pois parece que alguns têm éticas e outros não têm. Olhando bem de perto, constata-se que cada um tem a sua própria ética, ninguém acha que não tem ética, apenas afirma que esta lhe é particular, que é a sua ética. Então para minimizar a questão da violência não teria que ter uma única ética? Seria o ideal mas penso que é impossível, como já disse. Certamente está na hora de voltar a ler e a ensinar Kant nas escolas, para as nossas crianças e adolescentes. Ele propõe uma ética universal que diz: você tem o direito de fazer qualquer coisa que, qualquer um fazendo, seria também um bem para você. A ética universal de Kant é muito importante e precisa ser ensinada. Esse tipo de juízo ético é fundamental nos projetos de vida das pessoas, sobretudo se queremos uma sociedade centrada nos valores humanos e no respeita ao outro. A construção do ser humano deve ser feita dentro da família e dentro da escola, de uma maneira em que sejam transmitidos os valores humanos fundamentais da família e da sociedade. O amor e o respeito são essenciais para que haja solidariedade e justiça. O laço social é um campo de identificação onde as pessoas se sentem filiado a uma ordem simbólica irmanadas por determinado princípio: ser brasileiro, ser paranaense, ser da família tal, enfim, são traços de identificação que vão formando a identidade e o caráter. Isso que a gente chama de nação resulta de um sentimento que envolve laços afetivos transmitidos, e que são afirmados como valores morais e éticos, vindos da família e da escola, ainda que sejam laços frágeis. Não podemos dizer que alguém não tem ética, mas podemos interrogar que tipo de ética é a sua, e devemos interrogar também a nossa. Como avaliar o famoso “jeitinho brasileiro” do ponto de vista ético? Bem, podemos considerar por um lado, a nossa criatividade de brasileiros, bem como nossa capacidade de nos adaptar a situações adversas. Por outro lado, também podemos identificar um certo traço perverso da cultura brasileira, onde o famoso “jeitinho brasileiro” também significa mostrar que conhece a lei, mas sabe burla-la, transgredi-la, ou ainda, que pra tudo se dá um jeito, que se pode tudo e que nada impede que se faça o que se queira fazer. Ainda tem outra conotação, que é a de levar vantagem sempre e em tudo – e para isso é preciso que o outro seja sempre o otário. Aqui também ganhou caráter de brasilidade. O brasileiro é aquele que sempre dá um “jeitinho”. Virou sinônimo de esperança e de sobrevivência. Ganhou sinônimo de elogio quando se fala de uma família paupérrima que consegue passar um mês com um mínimo de dinheiro ou de alimento, ou dos assalariados que conseguem sobreviver com o salário mínimo, ou ainda, daquele que suborna para não ser multado, ou que corrompe para obter alguma vantagem. Finalmente, nos altos escalões, a autoridade que exerce a “arte” da “carteirada” para intimidar o outro e obter vantagens à revelia da lei. Qual é a relação da ética e da psicologia? A psicologia tem por princípio que a ética deve sempre pautar o profissional de psicologia em todos os seus RevistaContato 19 procedimentos. Nesse sentido o código de ética é um conjunto de princípios gerais que fundamentam e ajudam a operacionalizar a pratica ou ato, sugerindo normas que explicitam situações profissionais e indicando caminhos para a solução de problemas. Pode-se imaginar a “babel” que é isso, posto que dentro da psicologia existem várias correntes teóricas que pontuam técnicas diferentes de trabalho, como por exemplo, o cognitivismo, o behaviorismo, o existencialismo. A psicologia tem como objeto de estudo o Homem, com H maiúsculo, representado na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Tal homem somente existe como um objeto idealizado. O ideal de homem representa todos os homens dá direção às ditas correntes teóricas, que visam oferecer a cada ser humano as condições ideais desse reconhecimento, e conduzi-lo nesse caminho rumo ao Homem ideal, com H maiúsculo. Logo, a ética da psicologia é a ética social, a ética do bem comum, a ética aristotélica, a ética das regras e normas que orientam a direção. A psicologia propõe uma ética do bem comum que é, eu diria, uma ética pedagógica. O fato é que não há o homem com H maiúsculo. Cada ser humano é um sujeito único, movido por um desejo único, logo, sujeito tem uma ética muito particular, á qual ele segue, por isso a ética social tende a fracassar sempre. Como a psicologia poderia contribuir no aspecto de diminuir a violência e essas crises que assolam o mundo A psicologia surgiu da filosofia reflexiva, e hoje é uma ciência, no mínimo uma disciplina – na verdade é um conjunto de disciplinas, constituídas por um conjunto de técnicas de modificação e adaptação social que visa a particularidade individual. A psicologia, por meio de suas técnicas, procura resolver os impasses sociais. Através da psicoterapia, a psicologia pode tratar crianças, adolescentes, adultos e idosos; pode 20 RevistaContato selecionar e classificar pessoas para determinadas funções sociais nas instituições, entre outros. parte na construção de uma sociedade mais solidária, menos violenta e desigual. Parte da psicologia, atualmente, se ocupa do estudo e da descrição dos estados do sujeito psicológico. Outra parte é centrada no positivismo científico, sob a forma da corrente teórica behaviorista experimental e sua última moderna – o cognitivismo. A psicologia é um agrupamento crescente de correntes teóricas diferentes, opostas, causa de mal estar entre os psicólogos. Mas cabe a eles debaterem suas teorias, cientificidades, semelhanças e diferenças, evitando assim induzir a enganos! Por exemplo, acreditou-se por décadas – e aplicou-se aqui, como modismo, o que dizia certo discurso de determinada corrente teórica praticada nos EUA – que os pais não deveriam reprimir seus filhos, para não traumatiza-los, e que deveria dar-lhes, isso sim, toda a liberdade possível para que crescessem saudáveis. A conseqüência disso foi que se criou uma geração de pessoas sem limite, imediatistas. Enfim, um problema sério para a educação e para a convivência social. No Brasil a psicologia é muito jovem, ainda não tem a inserção social necessária. Mas talvez não demore muito para conquistá-la. Nos países europeus, onde a psicologia já tem séculos, é grande a inserção social. Ela está fortemente inserida em todos os setores das atividades humanas. O psicólogo é autoridade, e atua na clínica, no ensino e na pesquisa, junto aos médicos, psiquiatras, educadores. Penso que aqui no Brasil os psicólogos, já conquistaram algum reconhecimento na área clínica, no campo da saúde, do trabalho nas organizações. Mais recentemente, conquistou seu espaço nos esportes, mas ainda falta o reconhecimento do que a psicologia realmente pode contribuir para a construção de uma sociedade melhor. Falta ainda que os dirigentes políticos se conscientizem disso e tornem possível á psicologia entrar definitivamente nas escolas, nos hospitais, nos postos de saúde, para que consiga fazer a sua É preciso que a psicologia ensine que o amor por si só não humaniza ninguém, é preciso também a Lei, sem a qual não há educação possível. Toda educação ou processo educativo, não importa a teoria psicológica embasada, deve sustentar esse princípio: é preciso conjugar o amor com a Lei, assim me parece que qualquer uma das correntes teóricas poderia ter algum êxito, mas sem esse princípio, qualquer psicologia fracassará. Carta Aberta aos Psicólogos! Curitiba, 04 de abril de 2007. Desde setembro de 2004, quando a gestão Conexão Psi “Sociedade, Psicologia e Psicólogo” assumiu o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-08), até fevereiro de 2007, o CRP- 08 recebeu 31 denúncias sobre questões de ética profissional. Destas, 28 foram consideradas com fundamentação suficiente para a instauração de um processo ético. Respeitados os procedimentos previstos no Código de Processamento Disciplinar (CPD), 17 processos já foram julgados pelo plenário. Nos julgamentos, cinco denúncias foram consideradas improcedentes e 12 procedentes, com a aplicação das seguintes penalidades: duas advertências, quatro censuras públicas, uma suspensão e cinco cassações. Dessas sanções, nove estão em fase de recurso no Conselho Federal de Psicologia (CFP). Cabe alertar a categoria que os pedidos de orientação e de denúncias estão aumentando, em decorrência de uma crescente conscientização da sociedade sobre cidadania e seus direitos. O Conselho de Psicologia, em contrapartida, está tendo uma atuação ativa junto à sociedade. É cada vez maior a participação do CRP-08 em Conselhos de Controle Social, Conferências, Fóruns, campanhas de divulgação da Psicologia e do papel do psicólogo e, por conta disto, sua aparição na mídia tem sido crescente. O esclarecimento sobre o exercício profissional adequado tem levado o CRP-08 a ser reconhecido como um espaço de defesa dos direitos dos usuários dos serviços da Psicologia. Fato este que a Gestão ConexãoPsi considera positivo e desejável, conforme os princípios básicos escolhidos desde o início de nossa gestão: Ética e Cidadania. Os principais pontos que têm gerado processos éticos à categoria são: 1) A falta ou a não observância do contrato de prestação de serviços, sendo recomendável um contrato por escrito; 2) A não observância dos cuidados com o setting terapêutico: espaços inadequados para atendimento; mistura do espaço terapêutico com o familiar; uso do local de atendimento para encontros amorosos; distanciamento do papel de profissional, com a não elaboração adequada das “transferências e contra-transferências”. 3) Falta de cuidado profissional com os princípios éticos, expressos em nosso Código de Ética Profissional, como: sigilo; envolvimento afetivo; envolvimento sexual; compromissos financeiros, além da justa remuneração (empréstimos, presentes, negócios). 4) O descuido na elaboração dos laudos, perícias e pareceres, tanto em termos da boa técnica e das normas estabelecidas, quanto de atenção à posição eqüidistante entre as partes envolvidas. Muitas vezes, por se tratar de um momento de fortes conflitos entre as partes, posturas inadequadas ou falhas técnicas do psicólogo têm sido usadas em processos judiciais, gerando denúncias ao CRP. 5) Às vezes, pressionado pelas questões financeiras e salariais, o profissional se descuida da crítica às questões éticas da Instituição, na qual se vincula, e de suas condições de trabalho, passando algumas vezes a ser conivente e se expondo a responder denúncias contra a sua prática profissional; Portanto, reforça-se aos colegas psicólogos que a Ética tem que ser uma constante em seu exercício profissional. O setting terapêutico deve ser um espaço preservado, em primeiro lugar, pelo profissional que ali trabalha. Você, psicólogo, é responsável pela imagem da Psicologia. Abaixo constam alguns artigos do Código de Ética do Psicólogo que têm sido – reiteradamente – desrespeitados: Princípios fundamentais: “VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada. Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional; k) Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho; Art. 2º – Ao psicólogo é vedado: d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam o exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade profissional; f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão; Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos: a) Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuação; Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.” Psicólogos, releiam o Código de Ética Profissional (disponível no site do CRP), entrem em contato com a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF), busquem a atualização permanente. Participem! Sejam atores ativos na construção de uma profissão ética e cidadã, responsáveis por uma sociedade mais justa. Só sobreviverão as profissões que forem reconhecidas pela sociedade como úteis e solidárias aos seus justos anseios. IX PLENÁRIO DO CRP-08 Psic. Raphael Henrique Castanho Di Lascio CRP-08/00967 Conselheiro Presidente Gestão ConexaoPsi 2004/2007 RevistaContato 21 Artigoassinado A Tanatologia nas Relações Humanas James Wilsher fatórios ou não, condizentes ou não com as necessidades e/ou expectativas); mudanças de residência, de cidade; nascimento e separação dos filhos. Na velhice, a aposentadoria; a menopausa e algumas vezes até mesmo o abandono. É importante lembrar ainda que, para que haja relações humanas, é preciso que haja troca afetiva, é preciso reivindicar algumas coisas e abrir mão de outras. Para que tudo isso ocorra da melhor forma possível, é preciso que esses lutos advindos de perdas reais ou simbólicas, pequenas ou grandes, tenham espaço e tempo para sua elaboração. *Thereza C. A. S. D’Espíndula - (CRP-08/04776) **Joyce M. K. Fischer - (CRP-08/07613) Quem acha que no desenrolar das relações humanas a Tanatologia estudo da morte, perdas e processos de luto - só aparece de vez em quando, pode não estar levando em conta alguns fatores que representam papel importante nessa relação. Desde o momento em que um ser humano é gerado, estabelecem-se relações humanas com ele e para ele. A reação e expectativas da gestante e das demais pessoas que vão sendo informadas da gravidez; os resultados de consultas e exames; os movimentos do feto no útero materno; as características imaginadas (se será menino ou menina, se parecerá mais com o pai ou com a mãe, se será tranqüilo ou impulsivo, doente ou sadio etc.) e, finalmente, o parto. Cessa aí a vida intra-uterina, isenta de perigos, para iniciar-se 22 RevistaContato outra, completamente imprevisível. Se quando tudo começa bem já há dificuldades, mais ainda quando ocorrem problemas na gravidez, parto ou puerpério. Nesses casos, a tanatologia enquanto processo ocorre incontinênti, atingindo todos à volta, às vezes de forma até brutal. No decorrer do desenvolvimento, principalmente nas etapas da infância e adolescência, são incontáveis os lutos e as perdas pelas quais passamos. O desmame; a mudança de quarto; o abandono das fraldas; a saída do colo ao chão para explorar o mundo; a ida para a escola, abdicando da segurança do lar; a chegada da adolescência com a conseqüente perda do corpo e da condição infantil; a escolha profissional; a escolha dos amigos, namorados, parceiros e companheiros. Na idade adulta, as oscilações profissionais (perda ou mudança de emprego, promoções, ganhos satis- No mesmo viés, temos as relações parentais, as amizades e as relações de trabalho. Quando há perdas reais e simbólicas e até mesmo a perda por morte nessas relações, é preciso deixar vir à tona a dor e o sofrimento causados, abrir espaços para falar do assunto e encontrar formas de apoio, uns nos outros, para o que virá. Pois das perdas advém mudanças, perdas secundárias e até mesmo ganhos, num processo contínuo de estar e ser no mundo. Assim, faz-se necessário cuidar da relação – ou das relações – quando nelas inseridos, clarificando sempre os sentimentos para si e para o outro. Em relações humanas de boa qualidade, a perda será sentida da mesma forma e com a mesma intensidade, mas a elaboração do luto poderá ser mais breve e com maior conforto para aqueles que lamentam suas perdas. Contatoopinião Crises Estamos atravessando, já há bastante tempo, uma crise ética e moral neste País. Já estamos acostumados com mensalões, má versação do dinheiro público e desvios de toda natureza. Ficamos insensíveis e, resignados, olhamos o mundo a nossa volta. Não satisfeitos com os desvios físicos e financeiros que ocorrem diariamente, passamos a nos acostumar com a violência, com a brutalidade e, principalmente, com a falta de educação. Somos um povo cordato, inerte e irreverente, que, no meio disso tudo, ainda brinca o carnaval, faz piada com ladrões e anedotas de cunho perigoso. Mas, ao menor sinal de contrariedade, de indício de frustração das necessidades pessoais, passa a assumir o estereótipo do “sacana às escondidas”, àquele que, por não ter a coragem de assumir suas perdas, age nas sombras, realizando ações que levam à desintegração do núcleo relacional. Peter J. Frost, em seu livro “Emoções Tóxicas no Trabalho”, nos dá uma pista sobre o porquê tudo isto ocorre e suas conseqüências. Diz ele que “Mesmo pensando que a dor emocional é um subproduto normal da vida em um ambiente de trabalho, as organizações que querem continuar saudáveis precisam aprender a manipular essas toxicidades de maneira eficiente – ou prevenílas, em primeiro lugar”. de trabalho e no ambiente familiar. Pergunte-se quantas vezes você se sentiu desesperançado? Quantas vezes você já tomou atitudes que sabotaram o trabalho e a alegria alheia, de forma subterrânea? A desesperança é resultado de um “seqüestro neural”, no dizer de Daniel Goleman. É a ocorrência do estresse. É preciso passar a acreditar na verdade e na clareza, sem o que, nos resta a dor emocional, conforme nos fala Frost. Lutamos para que o Poder Público assuma o papel gerencial que lhe cabe naturalmente (Políticas Públicas), mas ficamos à espera de um milagre salvador, que corrija todos os defeitos dos outros, para que possamos continuar a nossa vidinha, do jeito que a levamos. Temos que deixar de agir na “sombra”, querendo roubar o lugar alheio. Temos que deixar de sermos desesperançados e entender que, através do outro, da ajuda que podemos lhe prestar para que galgue seus sonhos, eventualmente podemos “furar a fila” do sucesso e alcançar também os nossos desejos e sonhos. - Quando vamos tomar as rédeas deste processo? - Quando vamos ser partícipes na construção de um mundo mais saudável? - Ou será que, de tão acostumados com o processo em comento, vamos continuar a agir da mesma forma, contando piada e fazendo graça com a dor alheia? Para sairmos dessa situação é preciso “balancear” a vida. É preciso dar condições e espaço para a esperança. E como fazer isso nesse mundo, onde estamos na constante “luta” para alcançar o sucesso, o reconhecimento e a riqueza? Não podemos ficar inertes com as politicagens, com as fofocas e com a falta de educação, em todos os seus sentidos. Ainda, creio que é preciso que tenhamos coragem para protestar, reclamar, criticar e acima de tudo, coragem para tomar à frente das situações e resolvê-las. Alan Galleazzo Psicólogo - CRP-08/4768 Ampliando o conceito exposto, podemos dizer que o Brasil está passando por um período grave de dor emocional, refletido através do comportamento de seus cidadãos. Este quadro de dor emocional é fácil de ser diagnosticado em ambientes RevistaContato 23 Contatopesquisa Relato de pesquisa sobre Orientações da COF no ano de 2005 * Talita Mayumi Nakamura Este artigo apresenta uma pesquisa realizada no ano de 2005, pela psicóloga Talita Mayumi Nakamura, quando atuava como estagiária da Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) do CRP-08/ Sede, em Curitiba, e teve por objetivo verificar qual a maior demanda de informações e orientações no que concerne à atuação do psicólogo, levantando possíveis discussões e hipóteses em relação aos assuntos abordados nas orientações. A (COF) tem o intuito de auxiliar psicólogos e usuários em relação a dúvidas que envolvem a atuação profissional no campo da legislação e da ética. No entanto, percebeu-se que grande parte dos assuntos que levam as pessoas a procurarem a Comissão se relaciona às diferentes áreas e abordagens emergentes da psicologia, e também a casos não explicitados em resoluções, gerando dúvidas e necessidade de discussão. Dentre os assuntos, os temas mais procurados foram: honorários, documentos emitidos pelo psicólogo, indicação de profissionais, inscrição de pessoa física e jurídica no CRP-08, indicação de cursos, contrato de prestação de serviços, testes, denúncias, divulgação de serviços de profissionais e sindicato, dentre outros. Metodologia Constituiu-se de um levantamento estatístico das orientações realizadas pela COF do CRP-08, tanto pessoalmente como por meio telefônico, que foram registradas em cadernos de orientação, de janeiro a dezembro de 2005, totalizando 1645 registros. Resultados Visando a organização do material, os diferentes tipos de solicitação atendidos pela Comissão foram organizado em grupos, perfazendo um total de 27 categorias. Relação dos assuntos x freqüência com que foram citados Nº de Solicitações Temas - Honorários - Pedido de Cancelamento - Documentos emitidos pelo Psicólogo - Inscrição de Pessoa Física - Indicação Profissional - Técnicas/Recursos utilizados pelo Psicólogo - Recurso de concurso público - Consulta ao cadastro - Registro de Pessoa Jurídica - Atestado - Abertura de consultório - Perito - Indicação de cursos - Contrato - Mercado de trabalho - Testes - Denúncia - Estágios - Legislação em geral - Lacre - Divulgação - Pesquisa - Código de ética e legislação do Psicólogo - Desligamento - Sindicato - Bacharel/Licenciado - Outros 121 27 73 85 218 34 29 55 90 26 34 8 88 97 7 188 88 35 11 39 68 32 17 14 78 11 72 Número Total de Orientações: 1645 no ano de 2005 3 1 2 Através de um gráfico, ilustram-se os dados obtidos: os temas e sua freqüência durante o ano de 2005. Discussão: A Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) tem como objetivo acompanhar permanentemente a prática da profissão, considerando sua evolução técnico-científica; o papel social da categoria junto aos profissionais e os diferentes órgãos da sociedade; esclarecer a respeito dos recursos de psicologia e auxiliar o psicólogo orientando e informando a respeito das novas áreas de atuação. Dentre as orientações feitas durante o ano, destacaram-se três temas. 24 RevistaContato Temas mais solicitados 1 - Indicação de profissionais 2 - Testes 3 - Honorários Nº de Solicitações 121 188 218 O tema mais solicitado foi “indicação de profissionais”, com freqüência de 218 vezes, que compreende a busca de informação sobre que tipo de serviço e em que área o profissional atua, endereço para contato, seja para contratar seus serviços e/ou para entrevista na mídia, como para emitir pareceres etc. Isso mostra que existe uma busca de serviços do psicólogo, e pode revelar uma tendência por parte dos usuários, para assegurar que os serviços prestados sejam realizados por profissionais legalmente habilitados. Pode demonstrar também a valorização do psicólogo assim como uma confiança depositada no CRP, como órgão de referência destes profissionais. Assim, por mais que os usuários ainda desconheçam alguns aspectos da responsabilidade e da atuação deste profissional, o levantamento indica que há uma demanda sobre os diferentes serviços. Porém, responder se este é crescente, não é possível no momento, pois não dispomos de dados comparativos de outros anos organizados para fornecer informações sobre o espaço do exercício profissional. Indicando profissionais, a COF cumpre uma de suas funções que é a de informar. Porém, este trabalho é dificultado pela falta de dados informatizados dos profissionais dentro do Conselho. Além disso, a maioria dos recém-formados não tem definido, no momento da inscrição, qual a área ou em que pretende atuar, e raramente informam seu local de trabalho. Vale ressaltar que esta não é uma responsabilidade direta do Conselho e tais informações dependem tanto de sua estrutura administrativa como da colaboração do psicólogo, informando seus dados profissionais quando solicitado. O segundo tema que obteve grande procura foi o relativo a testes: que testes estão em uso, que teste está sendo usado atualmente para determinado objetivo de avaliação, concursos, avaliação psicológica, Resolução que dispõe sobre o assunto, qual instrumento substitui um teste que atualmente não tem parecer favorável por parte da Comissão consultiva do CFP. Essas solicitações podem estar revelando um acompanhamento, por parte dos profissionais, da atualização da relação de teste que são liberados para uso profissional. É importante lembrar que a questão dos testes não envolve somente a atualização de lista de testes com parecer favorável, mas um movimento de reconhecimento dessa ferramenta, privativa do psicólogo, e uma discussão da categoria quanto à avaliação psicológica como processo. Os psicólogos por vezes demonstram desconhecimento das Resoluções que os regem, solicitando orientação. Há quem não saiba da existência do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (SATEPSI) link que consta no site do Conselho Federal de Psicologia e a importância da cientificidade destes instrumentos. Em vista desses dados, alertase que associar avaliação psicológica somente a aplicação de testes é um engano, podendo levar a resultados equivocados da avaliação psicológica, prejudicando o usuário e servindo à desvalorização do instrumento. É necessária maior conscientização sobre sua aplicação. Em relação aos testes em concursos e avaliação psicológica, ao solicitar indicação do Conselho, os usuários podem estar se assegurando que estão com seus direitos respeitados em relação aos deveres éticos e qualidade técnica do serviço prestado pelo psicólogo. A questão dos honorários, ocupando o 3° lugar entre as orientações mais solicitadas, pode revelar uma necessidade de apoio por parte do órgão da categoria aos profissionais, a fim de possibilitar uma negociação mais efetiva com o empregador ou usuário, ao oferecer seus serviços. A questão de honorários é uma atribuição dos Sindicatos, mas o CRP tem parceria estabelecida com o Sindicato dos Psicólogos do Paraná no sentido de estabelecer referencial de honorários condizente com os serviços prestados. A COF tem por procedimento informar aos solicitantes o valor de referência de piso salarial para a categoria, assim como o site e telefone do Sindicato para mais informações sobre a questão. É importante lembrar que, do mesmo modo que o profissional deve buscar seu reconhecimento, no caso de ter seu trabalho desvalorizado, não pode pecar no outro extremo, extrapolando na cobrança pelos seus serviços. Sugere-se então que a discussão sobre o tema seja inicialmente estimulada no meio acadêmico, incentivada , principalmente, pelo Conselho e Sindicato, além de cultivada pelos próprios profissionais que, inseridos no mercado de trabalho, podem trocar informações com os seus colegas sobre a realidade vigente. É importante salientar que as solicitações que envolvem questões de legislação e ética na atuação do psicólogo, não foram agrupadas, mas considera-se sua freqüência significativa por aparecerem em temas específicos como por exemplo: documentos emitidos por psicólogo; possibilidade de emitir atestado, o papel e limites do psicólogo perito; código de Ética e Legislação do psicólogo, divulgação e formalização de contratos de prestação de serviços. Essas solicitações podem revelar um reconhecimento por parte do profissional e mesmo dos serviços que o usuário utiliza e do papel do Conselho como órgão normatizador e orientador das questões da profissão. Acredita-se que essas orientações, ao mesmo tempo em que fortalecem o profissional, criam espaço de discussão quanto à legislação e à ética, permitindo ao CRP visualizar necessidades da categoria para ações futuras, zelando assim pela prestação de serviços de qualidade à comunidade. * Ex-aluna do curso de Psicologia da UFPR; atualmente é Psicóloga (CRP-08/12641). Supervisoras do estágio *Membros da Comissão de Orientação e Fiscalização da Sede do CRP-08: Deisy Maria Rodrigues Joppert (CRP-08/01803) Presidente da COF Luciane Maria Ribas Vieira (CRP-08/02647) e Odette Aparecida Pinheiro (CRP-08/01290) - psicólogas Orientadoras Fiscais. Professora da Universidade Federal do Paraná (UPPR): Maria Teresa Castelo Branco CRP-08/04910. Classificados Salas mobiliadas para psicologia, psicanálise, psicopedagogia e psiquiatria. Excelente localização, telefone e secretária. Tel: (41) 3243-1007. End.: Av. Getúlio Vargas 2682. Curitiba (PR) Aluga-se: sala para Cursos e Palestras na área de saúde, com 80 metros quadrados, no bairro Ahú, com fácil estacionamento. Mais informações: 3019-9553. Espaço Hummani. Curitiba (PR) Aluga-se: salas de psicoterapia e ludoterapia. Grupos de horário, meio período e período integral em clínica com fácil estacionamento e salão de cursos - Bairro Ahú. Mais informações: 3019-9553. Curitiba (PR) Subloca-se sala. Excelente localização (centro) e estrutura. Fácil acesso. Horários e valores a combinar. End.: Lourenço Pinto, 196 (Próximo Gazeta do Povo/ GVT). Telefone: (41) 3233-9625. Aluga-se sala mobiliada para Psicólogo, Psicopedagoga ou Fonoaudióloga em clínica interdisciplinar. Infra-estrutura completa e excelente localização no Juvevê. Informações: (41) 3253-5913 RevistaContato 25 Contatoagenda XII Encontro Paranaense e VII Congresso Brasileiro de Psicoterapias Corporais Data: 7, 8 e 9/06/2007 Cidade: Curitiba (PR) Promoção: Centro Reichiano Informações: Site: www.centroreichiano.com.br Fone: (41) 3263-4895 Curso teórico-prático em Orientação Profissional Processual Objetivo: Formar orientadores profissionais no modelo clínico processual. Com supervisão de casos. Psicólogas: Mariita Bertassoni, Luciana Valore, Selena Greca e Vera Miranda. Local: CRP-08. Datas: Jun 23 e 30 / Jul 07 e 28 / Ago 11 e 25/ Set 01,15 e 29 / Out 06,20 e 27 /Nov 10 / Dez 01. Horário: das 8h às 17:30 (sábados). Informações: (41)9944 7000. E-mail: [email protected] - Vagas limitadas. VII Congresso de Stress da ISMA-BR Congresso multidisciplinar que objetiva examinar a teoria e a prática sobre as constantes pressões e mudanças profissionais e suas conseqüências para a saúde, o bem-estar e a segurança dos trabalhadores. Data: 26 a 28 de junho de 2007 Local: Porto Alegre (RS). Informações: (51) 3222.2441 fone/fax: (51) 3222.8598 / [email protected] Site: www.ismabrasil.com.br Qualità - Avaliações Psicológicas e Treinamento LTDA. Próximos Cursos - 07 e 08.05.07 - Teste Palográfico. 04, 05 e 06.06.07 Dinâmicas de Grupo Aplicadas à Seleção e Treinamento. Diretora/supervisora Profª Adriane Picchetto Machado (CRP-08/2571). End.: R. Constantino Marochi, 438 - Loja 02 - Curitiba - PR. Informações: (41) 3353-2871.E-mail: [email protected] www.qualitapsi.com.br I Congresso Internacional de Esquizofrenia e Terapia Cognitiva Organizado pelo Instituto de Terapia Cognitiva (ITC). Eixo temático central do evento será a abordagem científica e clínica da esquizofrenia, com ênfase na utilização combinada de Terapia Cognitiva e farmacoterapia. Data: novembro de 2007 Local: São Paulo (SP). Informações: (11) 3873-3378 Comissão Organizadora Teste ANPAD Seleção para mestrado e doutorado em Administração e Contabilidade Inscrições: até 18 de maio Data do teste: 3 de junho Mais informações: www.anpad.org.br/teste, [email protected] ou Fone: (31) 3279-9061 IV Congreso da Asociación Latinoamericana de Psicolgía de la Salud e XI ENPAH Encontro Nacional de Psicólogos da Área da Saúde e Hospitalar Data: 15 à18 de novembro. Local: Campus UNIP São Paulo. E-mail: [email protected] Intercef oferece: Cursos de Técnicas e Recurso na Psicoterapia. Direcionado a: Psicólogos. Início: 24 de agosto - uma sexta-feira ao mês. Auto-Estima Em Alta - Grupo de imersão Data: 29 e 30 de junho e 01 de julho Três dias de período integral Informações: Fone: 41-3338-8855 E-mail: [email protected] VII Congresso Sul Mineiro de Medicina Psicossomática Data: 15 a 18 de novembro de 2007 Local: Caxambu (MG) Informações: www.psicossomaticasulminas.com EMDR Brasil Promove em CURITIBA: Treinamento em EMDR - é uma nova terapia especialmente empregada no tratamento de transtorno de estresse pós-traumático. Nível 1. Data: 31 de agosto, 01 e 02 de setembro de 2007. VAGAS LIMITADAS. Informações: (41) 3338-8547 ou [email protected] Organização: Deuza Maria de Avellar (CRP 08/05996) Psicóloga Clínica e Terapeuta em EMDR V Seminário na Abordagem Sistêmico-Fenomenológico Instituto Bert Hellinger Brasil Central Bert Hellinger e Maria Shophie Hellinger no Brasil Data: 06 a 09/09/07 Local: Brasília (DF) Informações: Fone: (34) 3821-2122 /(34) 8857-0669 Site: www.institutohellinger.com.br Constelação Familiar e Pedagogia Sistêmica Núcleo de Psicologia Clínica Palestras: 13/06; Atelier: 23/05 e 20/06; Workshop: 14 e 15/06; Constelação Familiar: 05 e 06/05; Grupos: 22 e 23/06. Facilitadoras: Marilda Liliane Urso (CRP-08/2398), Tereza Christina Fraga Brandão (CRP-08/0130), Nadia Fernandes Lopes Cançado (CRP-08/0910). Local: Pe. Anchieta, 164 - Mercês - Curitiba (PR). Informações: (41) 3222-5596 - (41) 3232-6185 - e-mail: [email protected] O grupo Psicosaúde oferece: Curso de Psicologia Hospitalar e Curso de Psicologia Hospitalar com Ënfase em UTI - módulos I e II Hospitais: Vita Curitiba, Vita Batel e das Nações Início: Agosto/2007 Informações: (41) 3362-6633 ou 9971-4408 E-mail: [email protected] Site: www.psicosaude.com.br TRT- 9ª Região Abertas inscrições para o credenciamento de profissionais da área de psicologia para fazerem parte do banco de dados a ser divulgado entre seus magistrados e servidores do estado do Paraná. Informações: www.trt9.gov.br, no link "Outras Informações - Licitação e Contas Públicas - Edital de Credenciamento. 26 RevistaContato Hilde Vanstraelen