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ORIENTAÇÃO SEXUAL NA VISÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Tiago Santos de Jesus*1
Railene dos Santos Menezes**2
GT 4***3
RESUMO: Neste trabalho buscou-se apresentar dados sobre a temática sexualidade no âmbito
escolar. A partir das observações feitas no Estágio Supervisado em Ensino de Ciências I, aplicamos
questionários com alunos de 6ª, 7ª e 8ª, os quais foram observados durante o citado estágio,
apresentados grande interesse por temas referentes à sexualidade. A análise dos dados mostra grande
diversidade quanto aos conteúdos temáticos que os alunos discutem e com quais pessoas eles falam
sobre tal temática, além de apresentar alguns perfis dos investigados. Bem como, nos dados podemos
perceber que os professores, em conjunto outros elementos escolares, tem pouca influência em debater
determinados conceitos e temáticas relacionadas à sexualidade, sendo que segundo o PCN o estudo da
sexualidade deve ser tratado como tema transversal.
PALAVRAS CHAVE: Sexualidade, Ensino Fundamental, Estágio Supervisionado.
SEXUAL ORIENTATION IN THE VIEW OF THE ELEMENTARY SCHOOL
STUDENTS
ABSTRACT: This study aims to present data on the sexuality issue in the school. From the
observations made in supervised internship in Science Teaching I, we applied questionnaires with
students from 6th, 7th and 8th, which were observed during the said stage, shown great interest in
issues related to sexuality. The data analysis shows great diversity in the thematic content that students
and discuss with people what they talk about the topic, besides presenting some of the profiles
investigated. As well, the data we can see that teachers, students together other elements, has little
influence on discussing certain concepts and themes related to sexuality, and the second NCP the
study of sexuality should be treated as a crosscutting theme.
KEYWORDS: Sexuality, Elementary Education, Training.
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* Graduando de Ciências Biológicas da UFS, Campus Prof. Alberto Carvalho; Bolsista do PICVOL e
componente do GEPIADDE e GPEMEC. Email: [email protected].
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**Graduanda de Ciências Biológicas da UFS, Campus Prof. Alberto Carvalho; Bolsista do PIBIC e componente
do GEPIADDE e GPEMEC. Email: [email protected]
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*** GT4 – Práticas Investigativas
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1. INTRODUÇÃO
Dentre as propostas formais de inovação na educação básica, no Brasil está a
introdução de temas transversais no currículo escolar, instituído a partir das Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) para o ensino fundamental. Tais temas-Ética, pluralidade
cultural, meio ambiente, saúde, orientação sexual não se constituem como disciplinas, mas,
como conteúdos que devem ser incorporados às áreas ou disciplinas já existentes e em todo o
trabalho educativo da escola atravessando o currículo. A incorporação de tais temas pode ser
considerada uma forma de se vincular conteúdos tradicionais à realidade cotidiana dos alunos.
O presente trabalho centrar-se na introdução da orientação sexual como tema
transversal na educação básica. Substituindo então, a visão reducionista das aulas de ciências,
por uma visão ampla de modo a preparar crianças e adolescentes para a vida sexual de forma
mais segura, chamando-os à responsabilidade de cuidar do próprio corpo para evitar situações
indesejadas como gravidez precoce e contração de uma doença.
Segundo os parâmetros curriculares nacionais (PCN, 1997), a discussão acerca
da temática sexualidade no currículo escolar do ensino fundamental e médio tem se
intensificado desde a década de 70. Contudo ,nos anos 80,a preocupação ligada à orientação
sexual aumentou por parte dos educadores, em virtude do aumento no número de gravidez
indesejada entre adolescentes e risco de contágios pelo HIV.
Apesar de ser um assunto de extrema importância no desenvolvimento e na
vida psíquica das pessoas, há ainda muitos tabus quando se fala de sexo. Antigamente, as
famílias apresentavam resistência à abordagem das questões sexuais no âmbito escolar, mas,
nos dias atuais percebe-se que os pais apóiam a orientação sexual na escola, pois reconhecem
não só a sua relevância para crianças e jovens, como também a dificuldade de falar
abertamente com seus filhos. Claro que existe ainda, pessoas que abominam a discussão de tal
assunto.
Nesse contexto, têm-se os meios de comunicação que utilizam o sexo para
chamar atenção das pessoas e acabam por estimular e criar curiosidades precoces até em
crianças, o que dificulta bastante o processo de conscientização e responsabilidade individual
dessas sobre o assunto.
Contudo, o fundamental é a possibilidade de se desenvolver um trabalho
educativo positivo de valorização humana, mesmo que limitado o seu alcance, através de uma
intervenção pedagógica adequada, que possibilite aos jovens capacidades de escolha e a
eliminação do sentimento de culpa.
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Ao longo desse trabalho haverá uma breve discussão voltada para sub-temas
sexuais: gravidez precoce e DSTs. Sendo concluído, com base na atuação do professor no
processo de orientação sexual na escola, bem como, a necessidade de uma formação
continuada com acesso a informações sempre atualizadas, o que seria uma função do estado.
Nesse trabalho objetivamos buscar quais temáticas da sexualidade os alunos
tem interesse a discutir, qual o papel do professor em relação ao desenvolvimento dessas
discussões e duvidas sobre sexualidade e notar um perfil geral dos investigados.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O projeto sobre sexualidade foi construído no contexto do ‘Estágio
Supervisionado em ensino de Ciências I’, e foi realizado com alunos de 6ª, 7ª e 8ª, os quais
foram observados durante o citado estágio.
A partir da observação e descrição do espaço físico, de atividades da escola e
de aulas, em outro momento foram elaborados questionários a serem aplicados com alunos
observados, sendo estes alunos de 6ª, 7ª e 8ª, na tentativa de se obter dados que possivelmente
venham a se manifestar de forma tácita em sala de aula durante a observação.
Como também, foram elaboradas entrevistas semi- estruturadas, a serem
realizadas com o professor de Ciências e de outras disciplinas observados durante o ‘Estágio
Supervisionado em ensino de Ciências I’.
Após a observação e descrição do objeto de estudo, os dados coletados e
descritos no caderno de campo serão digitados no Microsoft Office Word.
Os dados da entrevista e dos questionários foram estruturados em tabelas no
Microsoft Office Word e em gráficos no Microsoft Office Excel para uma melhor visualização,
organização e analise dos dados no relatório de estágio.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como ponto fundamental para o encaminhamento da pesquisa foi aplicados 93
questionários entre alunos do ensino de sexta, sétimo e oitavo ano do ensino fundamental,
ambos representando 33% do 6°ano, 29% do 7° ano e 38% do 8° ano do ensino fundamental,
como também cinco entrevistas com alguns professores que ensinam nessas séries sendo
todos eles integrantes do Colégio Estadual Professor Gentil Tavares da Mota, localizado no
Município Sergipano de Frei Paulo.
A aplicação dos questionários foi realizada em diferentes dias, ao todo foram
investigada cerda de 58% do sexo feminino e 42% do sexo masculino representados no
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primeiro gráfico abaixo, segundo fontes do IBGE de 2009, o município totaliza cerca de
13.060 da população, dentre estas o sexo feminino obtém a maior predominância.
Figura 1: Distribuições dos investigados quanto ao Sexo.
Quanto as faixas étarias ouve rariações entre 11 e 18 anos, sendo que essa
variação apresentada foi considerado regular,apresentadas na figura 3.0 para as faixas de
ecolaridade de ensino apresentado, só apresentando 1 individo com idade de 18 anos com
1,1% e 3 individuos com de 17 anos com 6,5%, ambos no ensino da 8º ano.
Figura 2: Distribuição etárias dos investigados
Em seguida foi questionário sobre se os investigados além dos estudos, se eles
trabalha é foi constatado não figura 4.0 que 74% não trabalha, sendo na mairoia sustentandos
pelos pais ou pelas rendas que eles ganha, e 26% resposnderam que sim.
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Figura 3; Distribuição dos respondentes de acordo com o trabalho
No figura 5.0 dos que responderam que trabalhava, quais seriam os motivos
para que esses investigados trabalhassem e 66,7% dos responderam que trabalha para comprar
o que gosta, isso pode indentificar um pessoa consumidora que fortemente influenciados por
várias possíbilidades, como meios de transmissão, amigos e vontade se se sentir bem através
de uma frase que foi fornecida por um dos investiados que disse “trabalho para comprar
roupas, produtos de beleza entre outras utilidades para me satisfazer”.
Figura 4: Os motivos para trabalhar
Referente as dísciplinas em que os intrevistados mas gosta a materia de
matemática obteve 28% dos gosto entre alunos, Ciências com 26,9% e artes com 1,8%,
apresentados na figura 6.0. Um dos fatos de terem escolhido a dísciplina de matemática com o
gosto príncipal um das respostas dos questionários um disse a seguinte frase “o programa
olímpiadas de matemática traz para mim mas concentrações e interesse de estudar, além do
professor nós incentivar a estudar”. Se referindo a frase do aluno da 6º série, pode se notar o
grande interesse tanto do professor como do aluno de ensinar e apreender em conjunto, além
do incentivo do professor, tem também o insentivo do programa que auxilia no processo de
aprendizagem de ensino.
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A dísciplina de Ciências por outro lado, foi mencionado as diversidades de
assuntos e contéudos que a materia proporciona para o professor e o aluno diversidades e
possíbilidades de explor que esteje mas próximo ao seu dia-a-dia, citando a frase de uma
aluna do 8º série que disse “ a materia de ciências traz
Figura 5: As discíplinas que os investigados gostam
No figura 6.0 que se refere sobre os assuntos os assuntos de ciências que
disperta mais interesse pelos anos, notou-se um empate em relação ao assuntos de corpo
humano: reprodução e genética com 32,3% dos investiagos e Meio Ambiente: ar, água e solo
com 31,2% dos intrevistiado. Comparando esses resultados podemos considerar que os quatro
ultimos assuntos como Corpo Humano, Meio Ambiente e Seres Vivos foram assuntos que os
alunos busca com maior interesse de aprender para o meio social em sua formação estudantil.
Figura 6: Prefência dos intrevistados sobre os assuntos de Ciências
Fazendo referências às atividades escolares, na figura 7.0 notamos uma
participação mais ativa nas atividades dentro das discíplinas, sendo que 50% dos investigados
respondenram que participa de atividades relacionadas às discíplinas e 38% indicaram que
participa das atividades extraclasse, sendo citados as seguintes atividades escolares:
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questionário dado pelos professores, além do envolvimentos das atividades da escola como
‘Dia do Desafio’, ‘Feira Junina’ e ‘ Desfile Cívico’.
Figura 7: Atividades escolares que os investigados participam
Além das perguntas relacionadas ao meio escolar, também foi abordado o tema
príncipal a educação sexual nos questionários, sendo esse tema interessado apartir das
observações nas diferentes séries, notou-se que o comportamento dos alunos em relação há
temas sobre sexualidade durante as observações apresentando para os alunos foco de atenção,
curiosidade e discursão sobre determidas temas de sexualidade.
Questionados sobre se gostaria que os professores discutissem ou falassem
sobre sexualidade durante as aulas, no gráfico 8.0, 80% dos investigados responderam que
sim, pois alguns deles tem interesse tanto em saber sobre o assunto como também debater o
tema em sala de aula. Segundo DELIZOICOV (2002, p. 136) os alunos iram permitir que sua
visão de mundo possa amadurecer na sala de aula, dando possibilidades de que percebam as
diferenças estruturas, tanto de procedimentos como de conceitos, podendo proporcionar a
transição entre diferentes formas de conhecimento do que os sujeitos despertam.
Figura 8: O tema sexualidade em aulas
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No figura 10 foi perguntado aos investigados sobre já tinha discutido sobre
sexualidade na escola, 77,4% responderam que não abordou, sendo que 20,4% dos
investigados responderam que sim. Consideramos que a escola não trabalha coerentemente o
tema, tendo como exemplo a frase citada por uma professora que disse “Não abordo o tema,
porque tenho dificuldades de expressar sobre sexo, além de não ter experiências”.
Figura 9: Dados sobre a discursão sobre sexualidade na escola
Por outro lado, quais seriam as influencias que os investigados discutem
referênte às temática sobre sexualidade, foi questionado sobre com quem conversa sobre
sexualidade e o que foi constatado foi que 31,2% dos intrevistados responderam que amigos e
25,8% não informou, esse resultado nos leva a pensar que as orientações, discusos e dúvidas
são debatidos por amigos, uma dos alunos intrevistados diz que “falo com meus amigos, pois
tenho mais confiança em dizer para eles’. E 24,7% dos investiagos responderam que há
interação de conversar sobre outros temas mas sobre especificamente sexualidades eles não
falam.
Figura 10: Indice de conversas sobre o tema sexualidade
Outro questionamento a fazersse é sobre que assuntos os respondentes
conversam sobre sexualidade e 71,0%
responde que é sobre doenças sexualmente
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transmissíveis, 31,2% referente a assuntos de namoro, sendo debatidos com amigos para a
discursões de relacionamento.e desavensas em relaçao a convivência entre casais no inicio de
namoro .representados na figura 12.
Figura 11 Temas de conversas relacionadas a sexualidade
Por. fim foi perguntado sobre onde costumavam a ver discurssões sobre
sexualidade e os meios de cominicçaõ de TV, Rádio, computador entre outrso com 68,8% dos
intrevistando, ressaltando que os meios de comunição são os meios de alternativas viavés para
tirarem dúvidas e discutir informações com outras pessoas inclusive especialístas das áeras de
prevenção. Já por meio escolar ficou em 26,9% sendo também favorável para o
desenvolviemnto inicial da meio de ensino.
Figura 12: Lugares de discurssões sobre sexualidade
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Estágio Supervisionado em Ensino de Ciências I foi de fundamental
importância para que os futuros professores de Biologia pudessem observar o cotidiano
escolar.
Neste sentido, o estágio além de contribuir para que os futuros professores
entrassem em contato com a escola e seus agentes (alunos e professores), levou os estagiários
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a observar elementos que aparecem de forma tácita no ambiente escolar e que podem
influenciar no processo de ensino-aprendizagem. A saber, em nosso estudo os elementos
identificados foram: Ambiente de ensino: organização do espaço, recursos escolares;
Atividades escolares: Eventos educativos, projetos escolares, normas da instituição; Práxis
docente: metodologia de ensino, recursos didáticos, interação docente-discente; manifestações
discentes: dialogo entre discentes, comportamento discente. Bem como o tema sexualidade.
Para tanto no estágio foi realizada a analise por meio de categorização e analise
proposta por Carvalho (1987) das matrizes de flanders.
Diante da analise dos resultados obtidos e da identificação de alguns temas
problemáticos, o estágio contribuiu para a reflexão da própria pratica pedagógica dos futuros
professores de Biologia.
Assim, com a coleta de dados e analise destes surgiram algumas questões que
nos leva, enquanto professore de Biologia a pensar em como podemos melhorar o sistema
educacional, no qual futuramente estaremos atuando, ou como podemos contribuir para que
os discentes venham a aprender os assuntos de Biologia de forma mais significativa. Com o
levantamento de tais questões, que surgiram a partir do estágio, é que percebemos a
importância do ‘Estágio Supervisionado em Ensino de Ciências I’.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
Orientação sexual. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Brasília:
MEC/SEF, 1997.
CARVALHO, A. M. P. Prática de Ensino: Os estágios na Formação do professor. São
Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1987.
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Desafios para o Ensino de
Ciências. In DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de
Ciências: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
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orientação sexual na visão de alunos do ensino fundamental