ESTIMATIVAS DE CUSTOS E LUCRATIVIDADE DA LARANJA DE MESA NA REGIÃO NOROESTE PAULISTA: UM ESTUDO DE CASO [email protected] POSTER-Economia e Gestão no Agronegócio CRISTINA TONDATO; PETERSON HENRIQUE SOARES MOREIRA; ANTONIO AUGUSTO FRACARO. FATEC JALES, JALES - SP - BRASIL. Estimativas de Custos e Lucratividade da Laranja de Mesa na Região Noroeste Paulista: um estudo de caso Estimates of Costs and Profitability of Table Orange in Northwestern São Paulo: a study case Grupo de Pesquisa: Economia e Gestão no Agronegócio Resumo A citricultura é um importante setor econômico para o agronegócio paulista sendo o maior produtor brasileiro. O presente estudo realizado em uma propriedade no município de Jales, localizado na região Noroeste Paulista, mostra que a cultura da laranja trouxe para o produtor uma boa lucratividade, a receita líquida por hectare foi de R$ 6.265,26. A tecnologia empregada foi fundamental para que a produtividade dessa propriedade fosse acima da média nacional. Palavras-chaves: custo, lucratividade, laranja. Abstract The citrus industry in an important economic sector to the “paulista” agribusiness, being the Brazilian producer. The present paper, carried out this research in a property in Jales, which is in the northwestern of São Paulo, shows that the production of orange brought a good profitability to the producer, the net earnings per hectare was R$6.265,26. The used technology was fundamental for getting a higher national average. Keywords: costs; profitability; Orange. 1. INTRODUÇÃO A citricultura é um dos setores de grande importância para o agronegócio paulista, sendo o maior produtor brasileiro. Segundo o Instituto de Economia Agrícola, doravante IEA, a produção de laranja neste estado, em 2008, foi de pouco mais de 354 milhões de caixas de 40,8 kg, e o valor desta produção foi de aproximadamente 3,95 bilhões de reais, perdendo em valor somente para cana de açúcar e carne bovina. As regiões de Araraquara e Barretos maiores produtoras do estado, estão passando por um processo onde os citricultores estão tendo grande dificuldades de se manterem na atividade. Dentro dos motivos destacam-se os baixos preços pagos aos produtores pelas 1 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural indústrias esmagadoras e processadoras de suco concentrado, nos últimos anos, e a doença do greening, o que está fazendo grandes produtores deixarem essas regiões e procurarem outras com índices mais baixos dessa doença. Na região de Jales, noroeste de São Paulo, predomina o cultivo de laranja tipo Pera Rio, para mercado in natura, pelo clima propício para desenvolvimento da cultura, preços de terra mais baratos que em outras regiões e índices de pomares com a doença do greening baixos, está tendo investimentos em novos plantios. Segundo IEA, no ano de 2008, a região contava com 3,8 milhões de plantas em produção, 1,3 milhões de plantas novas e uma produção 11,9 milhões de caixas. O custo de produção é um fator importante para o citricultor. Pode haver uma variação em decorrência do manejo de produção, dependendo das características edafoclimáticas e as exigências sanitárias de cada local. O trabalho faz parte de um trabalho maior e tem como objetivo apresentar as estimativas dos custos de produção e da rentabilidade de um pomar de laranja Pera Rio, na safra de 2009, em uma propriedade no município de Jales, região noroeste do Estado de São Paulo. 2. MATERIAL E MÉTODOS. Para o levantamento dos dados foi feito um estudo de caso em uma propriedade rural no município de Jales - SP, no ano de 2009, possuindo uma área de 40,43 hectares, onde é utilizada a irrigação, e a variedade cultivada é de laranja Pera Rio. A safra nessa região está concentrada entre os meses de janeiro a junho. A produção é comercializada in natura para empresas da região, que faz a distribuição da laranja para os grandes centros urbanos. Os dados utilizados foram fornecidos pelo proprietário com anotações que ele fez durante o ano, de todas as atividades desenvolvidas no pomar como; mão de obra, operações com máquinas e equipamentos, fertilizantes, defensivos, irrigação e outras despesas que foram consideradas para obter o Custo Operacional Total (COT), metodologia desenvolvida por Matsunaga et al. (1976). Também foi considerado como custo, custo do capital de giro e custo de oportunidade da terra para se obter o Custo Total de Produção (CTP). Para determinar a lucratividade foi usada a Receita Bruta obtida com a venda da produção de laranja e subtraído o Custo Total de Produção. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Verifica-se na tabela 1 que o CTP foi de R$211.242,85 em 44,43 hectares ou R$5.224,90/ha. Os gastos com adubos e corretivos representaram 29,50% do custo total, defensivos quase 24%, mão de obra representa 6,8%. O custo de oportunidade da terra representa algo em torno de 18% do CTP. Não foi considerado custo de colheita, pois a mesma foi feita por conta do comprador da fruta. Em outro estudo de Zanon et al (2008), a colheita manual chega a 2 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural representar 22,62 % do custo total. A baixa representatividade do custo com mão de obra nos tratos culturais deve-se ao uso intensivo de modernas tecnologias na propriedade. A produtividade média do pomar foi de 1.187 cx/ha, bem acima da média nacional, que não passou de 540 cx/ha, segundo dados do Agrianual 2010. O preço médio no ano de 2009 recebido pelo produtor por caixa comercializada foi de R$9,68, obtendo uma receita bruta por hectare de R$ 11.490,16 e receita líquida de R$ 6.265,26. O conhecimento de muitos anos de citricultura, aliada a alta tecnologia empregada pelo produtor, justificam a produtividade média bem acima da nacional e o resultado satisfatório. TABELA 1- Custo de produção da Laranja Pêra Rio em área de 40,43 hectares em Jales (SP), no ano de 2009. Descrição R$ Ano Safra R$ Hectare Mão de obra R$ 14.457,60 R$ 357,60 Operações com Maquinas e Equipamentos R$ 21.894,00 R$ 541,53 Adubos e Corretivos R$ 62.306,50 R$ 1.541,10 Defensivos Agrícolas R$ 50.616,40 R$ 1.251,95 Energia para Irrigação R$ 16.698,00 R$ 413,01 Manutenção do equipamento de irrigação R$ 2.800,00 R$ 69,26 Despesas Gerais R$ 4.550,00 R$ 112,54 Custo Operacional Efetivo (COE) R$ 173.322,50 R$ 4.286,98 Custo de Oportunidade da Terra R$ 28.301,00 R$ 700,00 Custo do Capital de Giro R$ 9.619,35 R$ 237,93 Custo Total de Produção (CTP) R$ 211.242,85 R$ 5.224,90 Fonte: dados das pesquisa 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo desta propriedade mostrou que o cultivo de laranja trouxe uma boa lucratividade para o produtor, obtendo um lucro líquido por caixa produzida no valor de R$5,27. O uso de tecnologias modernas foi fundamental para que a produtividade por hectare dessa propriedade seja bem acima da média nacional. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANUÁRIO DA AGRICULTURA BRASILEIRA - AGRIANUAL 2010. São Paulo: Agra FNP Pesquisas Ltda., 2010. p. 520 INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Área e Produção dos Principais Produtos da Agropecuária do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/banco/menu.php>. Acesso em: 20 mar. 2010. MATSUNAGA, M. Metodologia de custo utilizada pelo IEA. Agricultura em São Paulo, São Paulo, v.23, n.1, p.123-139, 1976. 3 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural ZANON, N. B.; ALMEIDA, L. F. R. de; DANIEL, H.; FERNANDES, J. C.; TARSITANO, M. A. A. Análise econômica da produção de laranja in natura na região noroeste do Estado de São Paulo. In: Congresso Brasileiro de Fruticultura. Disponível em:http://200.137.78.15/cd_XXCBF/paginas/CustosComercializacaoMercado/20080710_1 61545.pdf 4 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural