BENCHMARKING COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO E MELHORIA DA QUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES Benchmarking como Instrumento de Gestão e Melhoria da Qualidade nas ………………… Organizações ………………… ÍNDICE i) Origem.............................................................................................................................3 ii) Planificação do Benchmarking..................................................................................3 iii) O que é o Benchmarking? .........................................................................................3 iv) Recolha e análise dos dados....................................................................................4 v) Métodos de Pesquisa ..................................................................................................5 vi) Tipos de Benchmarking ..............................................................................................6 vii) Melhoria do rendimento através do Benchmarking. Redução do gap. .........8 viii) Aplicar as melhorias. .................................................................................................9 ix) Críticas ao Benchmarking ..........................................................................................9 x) Conselhos.......................................................................................................................9 Uma parceria de futuro. ………………… ………………… 2 Benchmarking como Instrumento de Gestão e Melhoria da Qualidade nas ………………… Organizações ………………… i) Origem Utilizado pela primeira vez pela XEROX em meados dos anos 70. É uma ferramenta auxiliar da “melhoria contínua”. Tudo o que uma empresa faz, pode ser comparado, investigado e melhorado. O Benchmarking permite identificar e fixar índices para medir o alcance dos resultados conseguidos em áreas críticas. ii) Planificação do Benchmarking Processo 1º- Determinar em que actividades fazer Benchmarking: seleccionar actividades que aumentem claramente o valor da minha empresa. 2º- Determinar que factores-chave medir. 3º- Identificar as empresas com práticas mais avançadas. 4º- Medir a actuação das empresas com práticas mais avançadas. 5º- Medir a actuação da empresa sujeita ao exercíco de Benchmarking. 6º- Desenvolver um plano para superar ou melhorar o modelo. 7º- Obter o comprometimento da Direcção e dos empregados. 8º- Pôr em prática o plano e supervisionar os resultados. iii) O que é o Benchmarking? Processo em virtude do qual se identificam as melhores práticas num determinado processo ou actividade, se analisam e se incorporam na operacionalidade interna da empresa. Elementos-chave - Concorrência; - Medição; - Analisa-se a concorrência, o que se produz, como se produz e estuda-se a aceitação da organização/produto no mercado e as práticas de negócio das empresas que satisfazem as necessidades do cliente; - Satisfação dos clientes; Uma parceria de futuro. ………………… ………………… 3 Benchmarking como Instrumento de Gestão e Melhoria da Qualidade nas ………………… Organizações ………………… - Abertura a novas ideias; - Melhoria contínua. Tipos - Interno: utiliza-se a própria empresa como base de comparação entre processos/actividades; - Concorrencial: estuda-se o que a concorrência faz e como faz; - Fora do Sector: visa descobrir formas mais criativas de fazer as coisas; - Funcional: compara-se uma determinada função entre duas ou mais empresas; - Processos de negócio: centra-se na melhoria de processos críticos do negócio. Pelo menos no princípio, a participação de um consultor num exercíco de benchmarking de determinada empresa é muito frutífera. Não conhecer a empresa, em alguns casos, é uma vantagem. O Benchmarking não é copiar outra empresa melhor. O objectivo é estimular a criatividade ao adaptar essas práticas melhores à respectiva cultura empresarial. É fundamental ter claro qual o horizonte temporal do projecto. Se é a curto prazo designa-se por Benchmarking operativo, se for a longo prazo designa-se por estratégico. O Benchmarking deve ajudar a construir indicadores que permitam quantificar, medir e auditar o(s) processo(s) básico(s) que se deseja melhorar, para medir o seu grau de excelência. iv) Recolha e análise dos dados Primeiro, recolhe-se dados da empresa em causa. O estudo destes, confirma que dados de fora serão necessários. Fontes 1- Empregados actuais da empresa; Uma parceria de futuro. ………………… ………………… 4 Benchmarking como Instrumento de Gestão e Melhoria da Qualidade nas ………………… Organizações ………………… 2- Clientes; 3- Analistas e peritos do sector; 4- Distribuidores, agentes e representantes do fabricante; 5- Fornecedores; 6- Acordos para partilha de dados; 7- Empregados actuais e antigos da empresa com a qual será feita a comparação; 8- Entrevistas por telefone; 9- Visitar a empresa comparável (o problema reside em obter um nível de cooperação da Direcção anfitriã). Os dados devem responder à pergunta COMO? e não Quanto?. A recolha de dados dá-se em duas etapas: uma preliminar de baixo custo económico, cuja função é obter muita informação, com o objectivo de adquirir um conhecimento básico do assunto a melhorar; na segunda etapa recolhe-se a informação propriamente dita e é mais onerosa. A concorrência não é a única fonte de informação. Há que ter a audácia e a imaginação necessária para se exercer a comparação com os líderes, onde quer que eles estejam, mesmo que num sector diferente do da empresa a ‘benchmarkizar’. v) Métodos de Pesquisa Questionário - Perguntar por épocas recentes; - Não perguntar coisas embaraçosas; - Não incluir resposta na pergunta; - Não obrigar a fazer cálculos com as perguntas; - Perguntas mais interessantes no início; - Não fazer perguntas indiscretas directamente; - Dividir a pergunta, o máximo possível, em outras. Preparação da visita à empresa eleita Uma parceria de futuro. ………………… ………………… 5 Benchmarking como Instrumento de Gestão e Melhoria da Qualidade nas ………………… Organizações ………………… Para alcançar o acordo de visita, a proposta deve enfatizar claramente o interessante, produtivo e coerente que é para os interesses da empresa eleita. vi) Tipos de Benchmarking 1. Estratégico O objectivo é identificar melhorias que se podem incorporar na estratégia da empresa. Neste tipo há-que recolher os dados da concorrência e suas estratégias e os da empresa submetida ao exercício. Deve-se começar analisando o sector industrial globalmente. Há-que identificar as empresas de maior êxito, que deverão ser analisadas individualmente. Estas análises devem abarcar no mínimo, items das seguintes actividades: I&D, Fabricação, Operações, Distribuição, Rede de Vendas, Marketing, Serviço ao Cliente, Processamento de Dados, Recursos Humanos, Administração e Finanças. 2. De Gestão Serve para medir as funções ou actividades concebidas inicialmente como internas com respeito às melhores empresas para determinar se estão bem geridas e de forma rentável. Etapas: 1) Definir o negócio e o conjunto de clientes; 2) Identificar as melhores empresas; 3) Comparar a empresa em causa com as melhores; 4) Retirar conclusões. 3. Operacional Centra-se num aspecto concreto da empresa e pretende alcançar a excelência na actividade em causa. Categorias: Análise dos factores-chave; Análise em profundidade. Uma das principais diferenças entre um estudo bem planeado e outro pior, é o grau de rigor com que se aplica a equação: BENEFÍCIOS = PREÇO – CUSTO. O Benchmarking operacional identifica o modo de melhorar, pelo menos, um dos aspectos para aumentar o benefício. 3.1 Benchmarking de Custos É o mais usado. Os dados de custos de uma empresa não podem ser comparados com os de outra directamente. Por isso, é necessário que todos Uma parceria de futuro. ………………… ………………… 6 Benchmarking como Instrumento de Gestão e Melhoria da Qualidade nas ………………… Organizações ………………… os dados sejam expressos em custos directores: indicadores de matéria-prima, indicadores de mão-de-obra directa e indirecta, indicadores de custos das vendas, indicador do custo de I&D e marketing, indicadores de capital e custos fixos. Existe um Benchmarking designado ‘na Manutenção’ que é especialmente profícuo porque actua sobre uma rúbrica de custos cuja eficiência na Indústria é bastante variável (de 25% a 100%). As suas vantagens prendem-se com: melhor maneira de poupar dinheiro sem enfrentar o risco do mercado; todos os ramos industriais dispõem desta actividade; há universalidade na abordagem; há convivência de vários níveis tecnológicos; e a manutenção vive num ambiente de contínua competição. 3.2 Benchmarking de Diferenciação Existem quatro formas de diferenciar a oferta de uma empresa da concorrência: 3.2.1 Benchmarking de Prestações do Produto Há-que determinar quais são as prestações mais importantes para o(s) cliente(s). Depois há-que comparar o produto com o da concorrência em função das prestações determinadas. Por fim, determina-se por quais prestações está disposto a pagar o cliente e quais considera imprescindíveis. 3.2.2 Benchmarking de Qualidade do Produto Aqui tem-se em conta a produtividade, os custos de reparação, o tempo médio entre falhas, gastos com a garantia, tempo médio da reparação, percentagem de produtos defeituosos. É importante conhecer os critérios em função dos quais os clientes determinam a qualidade de um produto. 3.2.3 Benchmarking de Serviço ao Cliente Os indicadores críticos costumam ser as horas de disponibilidade do pessoal, o tempo de reparação, a qualidade do pessoal, os serviços de consultoria e o número de queixas por cliente. 3.2.4 Benchmarking de Imagem Há-que saber porque coisas está disposto a pagar o cliente e centrarmo-nos nessas qualidades. Assim, o Benchmarking de diferenciação não dá respostas exactas, permite antes identificar as diferenças essenciais para enfocar correctamente o dilema custo/diferenciação. Uma parceria de futuro. ………………… ………………… 7 Benchmarking como Instrumento de Gestão e Melhoria da Qualidade nas ………………… Organizações ………………… vii) Melhoria do rendimento através do Benchmarking. Redução do gap. O Benchmarking não procura substituir as pessoas mas sim melhorá-las pouco a pouco. O equilíbrio está em conseguir dar uma oportunidade professional e económica coerente com a capacidade do empregado. Se o processo não começa com uma cuidada planificação, as oportunidades de êxito vão-se evaporando em cada passo do processo. Começa-se por saber quantos recursos se quer e se podem afectar ao processo. O Benchmarking deve ser apoiado pela Direcção. O Benchmarking é um meio para se obter um fim. Ao seleccionar-se uma função, actividade ou processo para se submeter a um estudo de benchmarking devem-se abordar as seguintes questões: - O processo oferece um alto valor acrescentado para os clientes ou outros grupos de interesse da empresa? - Os clientes estão satisfeitos com o rendimento actual da função? - O processo supõe um investimento económico significativo ou incide de maneira importante em outras dimensões chave não económicas? - Dispôr de informação adicional sobre a função ou processo ajudar-nos-á de modo significativo a planificar ou a levar a cabo acções correctivas? - Uma troca no processo seria interpretado como um sinal positivo e suporia um estímulo para introduzir melhorias nas demais áreas da organização? As abordagens de benchmarking mais usuais diferenciam-se basicamente de cinco maneiras, dependendo dos objectivos específicos de cada análise: 1. Tipo de informação; 2. Âmbito dentro da organização; 3. Dispersão funcional; 4. Nível de detalhe do estudo; 5. Comparação interna/externa. As diferentes dimensões do benchmarking e consequentes combinações resultam nos seguintes tipos mais frequentes: - Benchmarking quantitativo simplificado (útil para estabelecer, a um nível geral, o grau de competitividade dos custos de uma unidade de negócio); Uma parceria de futuro. ………………… ………………… 8 Benchmarking como Instrumento de Gestão e Melhoria da Qualidade nas ………………… Organizações ………………… - Benchmarking ao nível departamental (permite definir com mais exactidão que o anterior, as oportunidades de melhoria e as melhores práticas); - Benchmarking a nível funcional (permite à organização estabelecer objectivos de rendimento competitivos e alcançáveis ao nível da função); - Benchmarking vertical (para identificar acções específicas que permitam à empresa melhorar a sua competitividade ou a sua efectividade como organização). viii) Aplicar as melhorias. Um dos principais perigos quando se elabora um plano de melhoria é tentar-se fazer demasiado de uma vez, correndo o risco de aplicar melhorias marginais em muitas áreas, em vez de aplicar melhorias substanciais em áreas chave. Nunca se deve esquecer de realizar um perfil de resposta do concorrente. O plano de actuação deve conter prazos limites, responsabilidades concretas da direcção e os seus objectivos. ix) Críticas ao Benchmarking Quando praticado deficientemente causa mais danos que repercussões positivas. Com o Benchmarking não se deve copiar mas antes aprender e melhorar. Muitas vezes o medo de reconhecer uma falha na própria empresa pode levar o empresário a criticar o processo de Benchmarking, ou pior, a realizá-lo de má fé. x) Conselhos 1. Realizá-lo rapidamente ou não realizá-lo. Benchmarking é relativamente novo para a maioria das empresas e quando uma equipa é nova, não sabe actuar com rapidez. Apesar do prazo de 9 a 12 meses ser habitual este é muito longo. Durante este tempo muita coisa pode mudar numa empresa. As razões pelas quais o estudo se pode prolongar muito são: os recursos afectados não são os Uma parceria de futuro. ………………… ………………… 9 Benchmarking como Instrumento de Gestão e Melhoria da Qualidade nas ………………… Organizações ………………… necessários; não se utilizam peritos; não se fez o trabalho de base; tendência a abarcar demasiado. 2. O estudo deve ser amplo e superficial ou restrito e profundo. Os estudos amplos e superficiais analisam um processo ou função fazendo-se perguntas estratégicas à alta direcção: Quais são os custos comparativos que levaria a executar um processo similar? Qual é a estratégia empresarial da companhia? Que estrutura organizativa é a mais eficaz para uma determinada função? Dá resposta ao “que se faz” em vez de ao “como se faz”. Úteis para desenvolver estratégias, estabelecer objectivos e reorganizar funções. Os estudos restritos e profundos ocupam-se de um ou dois aspectos de um processo ou função analisando como se faz o trabalho. Ex. Como se recolhem automáticamente os dados para o processo de desenvolvimento de software? Como supera uma empresa as expectativas do cliente para entregar pontualmente os seus pedidos?... Se as equipas tentam dar resposta ao mesmo tempo ao “que se faz” e ao “como se faz”, ver-se-ão envoltos em estudos longos, amplos e profundos que não conduzem a nada. 3. Integrar os factores críticos de sucesso é vital Estes são um reduzido número de áreas chave onde as coisas tem de ir bem para que a empresa tenha êxito, ex. os clientes, a manutenção do nível competitivo, a estabilidade económica financeira, a estratégia empresarial. Para nos assegurarmos que os factores críticos de sucesso influenciam todo o processo de benchmarking, há-que os utilizar na: Eleição dos limites do estudo; Selecção dos indicadores chave; Selecção dos associados para o estudo de benchmarking; Desenvolvimento das perguntas de benchmarking; Elaboração da análise final e das recomendações. 4. Nem sempre existe a melhor empresa Não existe uma lista fechada e fixa das melhores empresas. O conceito de melhor depende das necessidades particulares de cada equipa. Para se Uma parceria de futuro. ………………… ………………… 10 Benchmarking como Instrumento de Gestão e Melhoria da Qualidade nas ………………… Organizações ………………… seleccionar de entre as melhores empresas, as que satisfazem as necessidades da empresa, há-que: Estabelecer os critérios para determinar de que grupo de empresas é o que interessa retirar a melhor; Definir indicadores que se possam utilizar para comparar diferentes empresas, permitindo-nos identificar a melhor; Determinar que empresas satisfazem os critérios estabelecidos pela equipa para daí se retirar a melhor. 5. Há-que gerir a mudança desde o princípio O objectivo do benchmarking é mudar um processo ou prática e implementar o/a melhor. Todos aqueles que têm algum interesse no estudo devem receber a informação adequada antes, não depois, do estudo de benchmarking e devem ver-se envolvidos nele. Utilizar facilitadores de benchmarking com experiência em técnicas de gestão da mudança pode também ser muito benéfico. Uma parceria de futuro. ………………… ………………… 11