BROTÉRIÀ
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que vem a ficar na parte externa da cortica. S ó mais tarde, quando a
nova cortica já tem alguma grossura, é que a fémea do
Coroebus
vem nella por os ovos, provàvelmente ñas fendas da mesma cortica.
A larvazinha, sahida do ovo, fura a cortica e vai para o interior della,
em contacto com o entrecasco, onde a seiva é abundante, e comeca a
fazer a sua galería, a principio estreita, alargando-a depois, à medida
que vai crescendo. Por esta forma, a cortica que já por fora tinha as
galerías das antigas cobrilhas, agora fica também minada na face interna pelas novas cobrilhas que invadem a mesma cortina.
Creio portanto que o leitor fica bem comprehendendo a razáo por
que a cortica fica damnificada ñas duas superficies — na externa, que
annos atrás correspondía à parte externa do entrecasco, e na interna
que está sobreposta agora ao entrecasco; as galerías exteriores, claro
está, nao foram feitas pelas mesmas cobrilhas que abriram as interiores, mas foram minadas essas duas faces por insectos diversos, e com
varios annos de intervallo, sendo as interiores muito mais recentes.
0 Insecto. — Sao duas as especies de cobrilha, ambas pertencentes ao género Coroebus Castelnau, da familia das Bupresfidae (Coleópteros) ('). O género conta cérca de 8 0 especies que vivem na Europa, Asia e Norte da Africa ( ). As duas especies que no Sobreiro
atacam, no estado de larva ou cobrilha, a cortica, sao :
1 ) Coroebus undafus P. — Tamanho pequeño, 8 a 12 mm., de
comprimento. O coleóptero nos meses de maio a junho pode ser apanhado no matto e silvas, e principalmente ñas flores das giestas. Tem
sido mencionado da Europa Central e do Sul da Europa. A cobrilha
desta especie faz grandes estragos nos sobreiros do Sul da Franca, na
Espanha e em Portugal. A-pesar da sua predileccáo pelo Sobreiro,
pode viver também noutros Carvalhos.
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(') Cumpre-me agradecer aqui as informaçôes que sobre as cobrilhas me forneceram dois naturalistas distincfíssimos — os Srs. Dr. José Maximiano Correa de Barros e
o Prof. Manuel de Sousa da Cámara. O primeiro levou a amabilidade ao ponto de me
enviar os dois insectos que tinha na sua riquíssima collecçâo de Coleópteros.
( ) Além das duas especies damninhas— Coroebus undalus F. e Coroebus bifasciaíus 0 1 . , Paulino de Oliveira, no seu « Catalogue », cita de Portugal outros dois Coroebus, o C. gibbicollis 111. (Àlentejo), e C. amefhysfinus OÍ. cuja larva ou cobrilha noutras
naçoes da Europa Central se cria na haste do Cirsium echinaíum D C , Composta aínda
nao encontrada ao lado de varias outras especies dêsfe género que vicejam em Portugal.
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82 que vem a ficar na parte externa da cortica. Só mais tarde